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27/12/2016 » Estudos multiespécies: cultivando artes de atentividade*

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CLIMACOM CULTURA CIENTÍFICA ‐ PESQUISA, JORNALISMO E ARTE | ANO


02 ‐ VOLUME 02

Estudos particulares de vida, em toda a

multiespécies:
sua diversidade resplandecente,
emergem de padrões entrelaçados

cultivando de viver e morrer, de ser e tornar‐

artes de
se, em um mundo maior. A íntima
relação entre uma flor e sua

atentividade* abelha polinizadora é aquela em


que ambas as formas de vida são
modeladas e se tornam possíveis
Thom van Dooren[1]
através de um patrimônio comum,
Eben Kirskey[2] um entrelaçamento que Isabelle
Stengers caracteriza como
Ursula Münster[3] “captura recíproca”[6]. Como tal,
elas não simplesmente se
 
encontram – esta abelha e esta
  flor –, mas, ao invés disso, a sua
relação emerge a partir de
  histórias co‐evolutivas, a partir de
ricos processos de co‐tornar‐se.
 
Este co‐tornar‐se envolve o
  intercâmbio e o aparecimento de
significados, a imersão em teias
Todos os seres vivos emergem e de significação que podem ser
fazem suas vidas dentro de linguísticas, gestuais, bioquímicas
comunidades multiespécies. Como e muito mais[7]. A partir de
Gregory Bateson coloca, a unidade marcadores visuais e olfativos
fundamental da sobrevivência é o dirigidos, através dos quais uma
organismo‐em‐seu‐ambiente[4]. A flor chama seus polinizadores para
vida não pode surgir e ser convites de jogos canídeos com os
sustentada de forma isolada. Mas, seus modos complexos de uma
as relações têm histórias. Além de etiqueta responsiva, o mundo é
uma troca ecológica equilibrada – uma matriz comunicativa animada
como nos circuitos ecológicos de tecida através de “sinais e
energia mapeados pelos primeiros maravilhas”[8]. A relacionalidade
ecologistas[5] – os organismos multiespécies atenta aos registros
estão situados dentro de temporais e semióticos evidencia
profundas, e emaranhadas, um mundo animado em que o ser
histórias. E assim, para além da é sempre tornar‐se, em que
mera sobrevivência, formas

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tornar‐se é sempre um tornar‐se‐ os estudiosos multiespécies estão


com[9]. explorando e reformulando
questões políticas: como é que o
Os estudos multiespécies tomam
colonialismo, o capitalismo e suas
esta compreensão do nosso
relações de poder desiguais
mundo, inspirando‐se nas ciências associadas acontecem dentro de
naturais e indo além, trazendo uma “teia de vida” mais ampla?
diferentes corpos de [13] O que vai contar como
conhecimento para conversar e
conservação em nosso mundo
empurrando‐os em novas
“pós‐natural”?[14] Como devemos
direções. Os estudiosos repensar “o humano” após o
multiespécies estão se estouro da bolha antropocêntrica?
perguntando como vidas humanas, Quais formas de responsabilidade
modos de vida e responsabilidades
são necessárias e como
terminam se constituindo nesses
chegaremos a aprender a
entrelaçamentos. Ao assumirem
responder de outras formas,
essas questões, os estudiosos
talvez melhores, às comunidades
também se envolvem em longas
que estão se ganhando existência
histórias de um pensamento de
em “paisagens destruídas”[15].
relações e agências a partir dos
povos indígenas[10]. Tal como Estas questões complexas e vitais
acontece com todos os são exploradas por estudiosos
organismos vivos, vidas humanas e multiespécies de uma maneira
modos de vida não podem particular: através da imersão na
acontecer e serem descritos de vida de fungos, microorganismos,
forma isolada. Como Anna Tsing animais e plantas. Desta forma,
observa “a natureza humana [em tais estudos visam abrir novos
todas as suas miríades de formas] espaços para a pesquisa
é uma relação entre interdisciplinar e colaborativa.
espécies”[11]. Histórias apenas‐ Embora ambos “animal” e “meio
humanas não servirão a ninguém ambiente” tenham sido nas
em uma época modelada pelo últimas décadas objecto de novas
agravamento e fortalecimento abordagens de pesquisas
mútuo de processos de destruição acadêmicas nas ciências humanas
biosocial – da extinção em massa e sociais, os estudos
às mudanças climáticas, da multiespécies prometem algo um
globalização ao terrorismo. Há pouco diferente. Em contraste aos
muitos nomes para a nossa atual animal studies, os estudiosos
condição Antropoceno, multiespécies se ocupam de um
Capitaloceno, Plantationoceno, escopo taxonômico mais amplo de
Chthuluceno, Cena‐de‐ investigação. Não se trata de uma
supremacia‐branca, a lista simples substituição do foco em
continua [12] –, mas seja lá como um animal por um foco em uma
for chamada, o que parece exigir planta ou bactéria. Muitos, mas
são práticas minuciosas de não todos, dos trabalhos em
atentividade para as formas animal studies têm se centrado
complexas que nós, todos nós, nas relações das pessoas com um
nos tornamos numa relação determinado animal (um enfoque
consequente com os outros. dialógico que é facilmente
Levando a sério essa provocação, perceptível no termo “estudos
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humanos‐animais”). Em vez disso, ecológica” que traz deuses,


uma abordagem multiespécies ancestrais e espíritos para nossos
concentra‐se nas multidões de relatos de formas de vida, e assim
agentes animados que fazem com para os modos de relacionamento
que eles estejam em meio a e conexão que constituem
relações emaranhadas que mundos[21]. Desta forma, um
incluem, mas sempre também grupo crescente de estudiosos
excedem, dinâmicas de predador está desafiando os preconceitos
e presa, parasita e hospedeiro, bióticos dos trabalhos
pesquisador e pesquisado[16], de multiespécies[22]. A partir desta
parceiro simbiótico, ou vizinho perspectiva, o “biocentrismo”
indiferente. Mas esses contextos muitas vezes não é mais visto
maiores não são meros como um importante corretivo de
“ambientes”, no sentido de um abordagens previamente
fundo homogêneo, estático, para “antropocêntricas”, mas sim, ele
um sujeito focalizado. Ao mesmo, como uma tendência
contrário, eles são complexas injustificável. Fundamentado em
“ecologias de seres”[17], meios insights importantes de uma gama
dinâmicos que estão de campos, incluindo novos
continuamente em modelagem e materialismos[23], geologia
remodelagem; ativamente – política[24] e metafísicas
mesmo que nem sempre indígenas[25] – a vivacidade do
conscientemente – trabalhados abiótico está sendo trazida à tona.
através da partilha de Muitas entidades, de formações
“significados, interesses e geológicas, aos rios e até geleiras,
afetos”[18], bem como de carne, podem ser pensadas como tendo
minerais, fluidos, materiais “modos de vida” distintos,
genéticos e muito mais. Como é histórias e padrões de tornar‐se e
discutido mais adiante, esta emaranhar‐se; isto é, modos de
multiplicidade, essa multiplicação afetar e ser afetado, e assim eles
de perspectivas e influências, é a também podem se tornar assunto
chave para aquilo que fazem os de “etologias”, no sentido
estudos multiespécies. deleuziano do termo[26]. Se estas
abordagens multiespécies podem
Além disso, como a coleção de
ser úteis, e de que modos, para
textos da edição especial
pensar a vivacidade abiótica, e
“Multispecies Studies” da revista
como eles podem lançar luz sobre
Environmental Humanities
o trabalho consequente feito por
ilustra[19], esta abordagem
várias maneiras de criar fronteiras
imersiva tem sido cada vez mais
entre o vivo e o não‐vivo, são
aplicada a formas de vivacidade questões que permanecem em
que muitos de nós, mas não
aberto nesta fase.
todos, consideram seres não‐
vivos: desde pedras e sistemas O termo “espécies” nos “estudos
meteorológicos até inteligências multiespécies” expressa “modos
artificiais e espécies químicas[20]. de vida” particulares e qualquer
Por exemplo, em sua contribuição reunião relevante de um conjunto
para essa coleção, Vinciane de parentes e/ou tipos (como
Despret e Michel Meuret articulam Donna Haraway argumenta
uma abordagem “cosmo‐ apontando para os significados
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históricos do termo diferentes formas de vida


“espécie”[27]). “Espécie” aqui não flagradas em diversas relações de
pretende, de maneira alguma, conhecer e viver juntas. Em outras
sugerir que os tipos são fixos ou palavras, cada um deles é um
homogêneos; nem deve o termo exemplo dos “new science
ser levado a assumir um modo de studies” que Anna Tsing apontou,
taxonomia especificamente e que se baseiam em uma
Ocidental e científica (como “imersão apaixonada na vida dos
discutido adiante[28]). Embora não‐humanos que são
alguns críticos culturais tenham estudados”[36].
sugerido que a noção de espécie é
Há duas partes principais no artigo
uma imposição antropocêntrica
dela. A primeira oferece uma visão
sobre o mundo[29], a atenção
geral, uma miscelânea de tipos,
mais cuidadosa a outros tipos de
do que consideramos ser alguns
vida revela que os seres humanos
dos modos dominantes de
não são excepcionais em nossa
“imersão” que fundamentam e
capacidade de classificar e
categorizar. Para os nossos guiam a pesquisa na ampla área de
estudos multiespécies. Cada uma
ouvidos, a noção de “espécie”
dessas abordagens pode ser
mantém abertas questões chave:
entendida como um método de
como esses agentes entrelaçados
cultivo que Tsing chamou de
se torcem uns aos outros com as
“artes de perceber”[37]: desde
suas próprias práticas de
compromissos e colaborações com
classificação, reconhecimento e
cientistas, agricultores,
diferenciação? Como diferentes
caçadores, povos indígenas,
tipos de ser são promulgados e
sentidos, nesse fluxo contínuo de ativistas e artistas, até o
desenvolvimento de novas formas
ir e vir de agências em mundos
de investigação etnográfica e
multiespécies?
etológica. A segunda parte explora
Enquanto um termo guarda‐chuva, o contexto teórico mais amplo das
a expressão “estudos questões multiespécies, os tipos
multiespécies” reúne diversos de indagações e tópicos que estas
enfoques disciplinares e abordagens visam abrir e refazer.
interdisciplinares que têm surgido Transformando perceber em
nos últimos anos. Que incluem atentividade – no cultivo de
“etnografias multiespécies”[30], habilidades tanto para prestar
“etho‐etnologia”[31], atenção aos outros como para
“antropologia da vida”[32], responder significativamente –,
“antropologia além da esta parte do artigo está
humanidade”[33], “estudos de preocupada com a política e a
extinção”[34] e “geografias mais‐ ética de como nós podemos vir a
que‐humanas”[35]. Apesar de suas conhecer os outros e assim
diferenças, vemos todas essas (re)criar os modos de viver e
abordagens como sendo unidas morrer num mundo ricamente
por um interesse comum de variado, mas, fundamentalmente,
melhor compreensão do que está compartilhado – ou como Bruno
em jogo – eticamente, Latour diria, “comum”[38].
politicamente e
 
epistemologicamente – para
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Imersão apaixonada quem é afirmada é, em si, de


interesse central e crítico). Em
Uma imersão apaixonada pode
resumo, uma imersão apaixonada
assumir muitas formas. Em seu significa tornar‐se curioso e então
âmago envolve atentas interações
emaranhado, “aprendendo a ser
com os diversos modos de vida.
afetado”[47] e, assim, talvez,
Além de ver as outras criaturas
entender e cuidar de maneira um
como meros símbolos, recursos ou
pouco diferente.
fundo para a vida dos seres
humanos, os pesquisadores dos Em seus esforços para
estudos multiespécies têm por compreender melhor mundos
objetivo fornecer consistentes multiespécies, alguns estudiosos
relatos de distintos mundos estão entrando profundamente
experienciais, modos de ser e nos arquivos das ciências humanas
ligações bioculturais de outras e sociais para envolver aliados
espécies[39]. Caminhos imersivos intelectuais às vezes inesperados –
de conhecer e estar com os outros vários deles escrevendo em um
envolvem uma cuidadosa atenção período anterior à consolidação
ao que importa para eles – atenção das “duas culturas”[48]. Por
para como eles criam vidas e exemplo, The american beaver
mundos partilhados. “Paixão” não and his works (1868) de Lewis
significa aqui praticar um Henry Morgan que é um estudo
entusiasmo sem reservas ou realizado antes da biologia e da
fundamento para o florescimento antropologia serem estabelecidas
do outro. A imersão na vida do como disciplinas distintas[49]. De
estranho, o não amado, ou mesmo maneira semelhante, na disciplina
o odiado, é muito possível[40]. que hoje chamamos de filosofia,
Como tal, alguns dos estudiosos uma série de pensadores
vão contra as tendências das primordiais e fundamentais já
normas e sentimentos praticavam formas de cuidadosa
dominantes, cultivando atenção para os modos de vida de
atentividade com criaturas como outras espécies, mesmo que nem
carrapatos[41], vírus sempre fazendo a coisa certa:
patogénicos[42] e urubus[43]. podemos pensar The history of
Outros trabalhos – como os animals de Aristóteles. The
companheiros caninos de Donna metamorphosis of plants (1790) de
Haraway[44] e as culturas Goethe se destaca como um dos
microbianas pós‐Pasteur de primeiros exemplos de rigor
Heather Paxson[45] – tem orbitado observacional vindo junto com a
em torno de criaturas que são imaginação teórica. Goethe era
boas para conviver com os seres um jardineiro apaixonado, cujo
humanos. Outros, ainda, estão interesse pelas plantas floresceu
estudando assemblages na primavera de 1776, quando ele
multiespécies em zonas selvagens começou a plantar e cuidar de um
que proliferam além das esferas jardim que lhe foi dado pelo
de influência e controle Duque Charles Augustus em
humanos[46]. Uma diversidade de Weimar[50]. Michael Marder
focos é possível; nem todos eles trabalhou através dos arquivos da
são agradáveis e afirmadores‐da‐ filosofia européia trazendo
vida (embora a questão a vida de pensadores como Goethe, que
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continuam a ser relevantes para a eles[57]. Despret chama de


conversas contemporâneas sobre praticar uma “etologia dos
o  “pensamento das plantas” e os etólogos”, interrogando
estudos multiespécies em ferramentas de observação do
geral[51]. Gary Steiner fez algo comportamento animal
semelhante com o pensamento desenvolvidas por Konrad Lorenz
animal[52]. (uma figura complexa e
problemática[58]) e, em seguida,
Leituras criativas e críticas da
devolvendo formas modificadas
literatura das ciências naturais
aos próprios cientistas. Este
contemporâneas também
espaço de intervenção crítica
permitiram aos estudiosos
também está vivo e dentro de
desconstruir e reconstruir as comunidades científicas
reivindicações de verdade para fundamentalmente heterodoxas.
uma melhor compreensão dos
Biólogos comportamentais, como
mundos dos outros. O trabalho de Jane Goodall, Barbara Smuts,
Donna Haraway sobre os primatas Thelma Rowell, Marc Bekoff, Frans
se destaca como um dos primeiros
de Waal e muitos outros, há
exemplos dessa abordagem na
muitos anos se empenham
literatura anglófona[53]. Outros, ativamente no desafio de
como o da filósofa belga Vinciane reinventar as práticas de conhecer
Despret, desenvolveram extensos
e experimentar dentro das suas
trabalhos relacionados: desde o
áreas, reconhecendo a
pássaro Arabian babbler, até subjetividade e individualidade de
babuínos e ovelhas, Despret seus parceiros de pesquisa, bem
ofereceu releituras críticas da
como o contexto próprio do
literatura etológica e pesquisador, localmente
biológica[54]. Essas releituras incorporado e implicado com o
estão atentas aos contextos
que é capaz de ser conhecido[59].
históricos e as formas complexas
em que as práticas e Estes biólogos mais criativos e
conhecimentos científicos são generosos, bem como invasores
formados pela política, gênero e de outras disciplinas que se
pelo posicionamento do aventuram no domínio das
“observador”[55]. Nessa mesma ciências da vida, têm sido
linha, Carla Hustak e Natasha frequentemente acusados de
Myers têm explorado a antropomorfismo e de uso
inteligência e a agência de ilegítimo de anedota (entre outras
plantas, repensando a coisas). Mesmo levando a sério o
centralidade do individualismo perigo de projetar normas e
competitivo nos relatos biológicos sensibilidades “humanas” (?) em
dominantes, desde Darwin aos outros – cada antropocentrismo é
neo‐darwinistas[56]. Além de um também um etnocentrismo, como
envolvimento com a literatura Dominique Lestel nos lembra –
científica publicada, esses estudiosos multiespécies também
estudiosos têm também passado enfatizam a promessa de escrever
um tempo em campo narrativas que são ricas em
entrevistando e observando os anedotas, metáforas e figurações.
cientistas e as plantas, animais, A acusação de antropomorfismo
fungos e micróbios que interessam encerra a discussão, de acordo
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com Val Plumwood, ao invés de compartilhadas em comunidades


abrir uma investigação crítica multiespécies. Mas o fazemos de
sobre a forma como os elementos diversas maneiras, e com mais ou
de uma determinada característica menos atenção. Esta diversidade
podem ou não ser compartilhados biocultural tornou‐se um tópico
por não‐humanos[60]. Ao mesmo central dos estudos
tempo, como Eileen Crist multiespécies. Baseando‐se tanto
argumenta, os esforços para em materiais escritos, quanto em
adotar uma “linguagem neutra” pesquisa etnográfica, os
foram muitas vezes estudiosos exploram as formas
“mecanomórficos”, projetando que as comunidades indígenas,
características de máquinas para caçadores, agricultores e muitos
as formas de vida, e exibiram outros compreendem e habitam
formas arraigadas daquilo que Waal mundos. Esses trabalhos vão
chamou de “Anthropodenial”[61]. desde os sonhos de indígenas
Da mesma forma, embora as australianos que exaltam as
observações de campo, relações de polinização e
especialmente de indivíduos ou florescimento mútuo[64], aos
casos isolados, carece da (suposta) íntimos conhecimentos ecológicos
repetição dos experimentos de de animais dos caçadores
laboratório, eles também criam amazônicos e circumpolares[65],
novas oportunidades para apreciar até as culturas de manutenção do
a personalidade, a inovação e a gramado químicamente‐carregadas
improvisação. Como alguns nas perspectivas contemporâneas
etólogos observaram, a anedota estadunidenes[66]. Multiplicando
pode ser um recurso notável[62], perspectivas, estas abordagens
permitindo‐nos mover para fora de abalam a hegemonia de relatos
um espaço estreito de científicos da Natureza,
“comportamentos típicos de destacando os caminhos
espécie” para reconhecer a complexos e, muitas vezes,
diversidade individual ou social e a contraditórios de conhecer,
capacidade criativa dentro de valorizar e viver que estão
outros modos de vida. sempre, inevitavelmente, em
cena e em jogo na formação dos
No entanto, as ciências naturais mundos.
estão longe de ser a única forma
de conhecer e compreender as Artistas também se tornaram
vidas de outras espécies. participantes centrais em projetos
Enquanto os saberes e práticas das acadêmicos que questionam
ciências têm desempenhado um abordagens convencionais para
papel fundamental nos estudos falar pela Natureza, explorando
multiespécies, o campo também oportunidades de imersão na vida
tem procurado uma série de dos outros[67]. Em vez de se
outras abordagens com o objetivo limitarem a produzir “a
de “des‐colonizar”[63] e, mais monografia” ou “o ensaio” os
amplamente, desafiar os artistas há muito tempo geram
pressupostos dominantes sobre o instalações multimídia e
conhecimento e a expertise de intervenções performativas para
quem está autorizado a falar pela chamar a atenção para os animais,
Natureza. Todos nós criamos vidas plantas, fungos e outros seres da
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periferia dos mundos Desenhando com seu próprio


antropocêntricos[68]. Em sua sangue, que está infectado com o
contribuição para esta coleção, vírus da hepatite C, Berrigan
Cary Wolfe e Maria Whiteman ofereceu um fertilizante rico em
brincam com as convenções do azoto para um dente de leão.
mundo acadêmico, atraindo‐nos Encenando uma relação de
para os modos de vida e paisagens sofrimento compartilhado, de
dos besouros de pinheiros das mútua ajuda e violência, Berrigan
montanhas através de poesia, disse às pessoas da platéia que ela
imagem e som. toma a raiz do dente de leão
como remédio para ajudar seu
Experiências performativas
fígado a lidar com as infecções
também estão sendo usadas por
virais[71]. Outros artistas – como
artistas e etnógrafos para sondar Miriam Simun, Kathy High e
dimensões especulativas de Natalie Jeremijenko – aumentaram
mundos multiespécies, como Eben
o sensório humano para
Kirksey e colegas ilustram em sua reconfigurar os nossos
contribuição para o dossiê compromissos com mundos
“Multispecies Studies” da revista
multiespécies. Ao invés de fingir
Environmental Humanities. Ao
estar distante e afastado dos seus
invés de simplesmente temas de estudo, muitos
descreverem como é a vida em pesquisadores dos estudos
determinadas épocas e lugares, ou
multiespécies estão aceitando a
como uma vez foi, os estudiosos sugestão dos artistas de abraçar
multiespécies estão se mais plenamente o trabalho de
envolvendo com as pessoas em
observação como parte de uma
suas especulações sobre o que a
performance contínua no mundo.
vida pode ou poderia ser[69]. A
arte performática com outros Encontros pessoais com criaturas
tipos de criaturas remetem ao companheiras – algumas delas
trabalho de Joseph Beuys, que comumente chamadas de “animais
viveu com um coiote em uma de estimação” (pets) e “plantas
galeria de arte de Manhattan por domésticas” – também deram
três dias em 1974. Baseando‐se em origem a um rico corpus de
mais de 40 anos de arte ecológica, conhecimento empírico: dos cães
que começou a aparecer com de Haraway e Sebastian
Beuys, artistas contemporâneos Abrahamsson, assim como das
estão catalisando modos artes de vermicompostagem de
alternativos de falar e pensar Filippo Bertoni, ao engajamento
sobre como a nossa própria pegajoso de Franklin Ginn com
sobrevivência é um enredamento lesmas de jardim, até as “flores
contingente de assemblages más” de Jennifer Hamilton e os
multiespécies[70]. Mostrando o bolores limosos de Tarsh
material desagradável e as Bates[72]. Nestes trabalhos, as
conexões semióticas que ligam práticas de viver‐com e observar
sua própria carne e sangue com o permitiram aos estudiosos
domínio de vírus e plantas, Caitlin repensar o “laboratório” e o
Berrigan realizou o que ela “campo” para criar locais de
chamou de “gesto nutridor” no encontros para‐etnográficos,
The Multispecies Salon. formando a base de novos
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conhecimentos sobre outras (em)‐bichos, ou orbitam em torno


espécies e nossas possibilidades das páginas de fãs do Facebook e
de elaboração de vidas Meetup Groups[77].
compartilhadas[73]. No Centre for
O mergulho em mundos
Feline Studies, Jeffrey Bussolini e
multiespécies necessita
Ananya Mukherjea criaram um
novo tipo de laboratório com seis frequentemente da formação
gatos em seu apartamento em equipes colaborativas para colocar
junto habilidades e expertises
Manhattan[74]. Jogando com um
ethos tradicional experimental complementares. Enquanto áreas
incorporado por Lorenz e outros como a antropologia cultural, a
filosofia e a história privilegiam o
(que vivia com alguns dos animais
manuscrito de uma única autoria
estudados), o laboratório de
Bussolini e Mukherjea oferece na produção do conhecimento
oportunidades para fazer acadêmico, os estudiosos
multiespécies estão explorando
observações etho‐etnográficas
práticas de escrita colaborativa
detalhadas de gatos envolvidos
em interações diárias que um dentro de certas disciplinas[78] e,
laboratório formal nunca poderia ao mesmo tempo, formando novas
associações multidisciplinares[79].
proporcionar[75]. Ao mesmo
tempo, este espaço de Associações colaborativas estão
experimentos “informais” mostra indo além de abordagens
anteriores dos estudos científicos
que não apenas uma parte (os
que colocavam os biólogos sob o
cientistas) está decidindo quais
são as perguntas interessantes e microscópio, para criar projetos
impondo‐as aos “sujeitos de com cientistas que possam
construir experimentos que
pesquisa”. Em vez disso,
interações mais diplomáticas e abordam questões e preocupações
gentis emergem, tal como os compartilhadas ou re‐criam os
métodos empíricos existentes[80].
gatos exploraram uma infinidade
Biólogos e ecologistas se tornaram
de oportunidades de serem
inventivos, propositivos e “amigos críticos” para estudos
demonstrarem suas capacidades e multiespécies[81], já que os novos
modos de colaboração e
interesses[76]. Além do
engajamento permitem
imediatismo de nossos próprios
encontros, os vídeos virais no movimentos promíscuos através
YouTube e os meios de dos limites que pareciam fixos,
pelo menos durante as Science
comunicação sociais agora
fornecem um fluxo ininterrupto Wars da década de 1990. Não é
de imagens e comentários sobre surpreendente, portanto, que
muitas das contribuições para  a
as relações entre espécies. Se os
coleção “Multispecies Studies”,
documentários de natureza da
televisão do século 20 ajudaram a publicada na revista
moldar como os cientistas Environmental Humanities,  sejam
de co‐autorias. Algumas das
pensam, o trabalho emergente no
campo de estudos multiespécies equipes são compostas por
está respondendo a estes meios artistas, filósofos e etnógrafos:
de comunicação do século 21 com em um caso nós aprendemos a
usar rãs vivas para fazer
projectos que instalam câmeras‐
experimentos com a lacuna
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especulativa que emerge com a conhecimento – diferentes modos


gravidez humana, em outro caso de imersão atentiva – dão
nós encontramos paisagens existência a diferentes mundos?
devastadas moldadas por
complexas assemblages  

multiespécies. Outras equipes Criações de mundos multiespécies


incluem filósofos e biólogos, por [Multispecies worldings]
exemplo, na exploração de
pastoreio na França; outro, ainda, Recusando a escolha entre o
reúne etnógrafos com experiência realismo ultrapassado e um fácil
de trabalho com elefantes e relativismo – entre um mundo
mundos microbianos para explorar singular “lá fora” aguardando
seus encontros e remakes em descrição e um idealista “livre
surtos de vírus dos elefantes. para todos” – a noção de
“worlding” insiste na co‐
Nada desse material empírico –
constituição, na interação
desde dados científicos até o
material‐semiótica, que modela o
trabalho de artistas – pode que é[87]. Há uma variedade de
simplesmente ser considerado “realismos” – que Karen Barad
como conhecimento sem
chamou de “realismo agencial”[88]
interferência. Os estudiosos
– em jogo aqui: enquanto tabelas,
multiespécies estão, átomos e couves‐flores são muito
consequentemente, explorando reais, eles também são moldados
como estas abordagens diversas
por modos de compreensão e
pode ser empregadas de modo engajamento. A partir desta
responsável. Muitas vezes, a perspectiva, qualquer divisão
multiplicação de perspectivas leva
absoluta entre epistemologia e
a conflitantes compreensões,
ontologia cai por terra enquanto
valores, prioridades e, finalmente, que mundos emergem e são
mundos. Neste contexto, importa continuamente reformulados
que perguntas fazemos[82], que
através de dinâmicas “intra‐
modos de investigação adotamos, ações”[89]. Assim, os meios de
que práticas de mediação, de conhecimento e compreensão
performance[83], de tornar‐se[84]
têm consequências profundas:
e de tradução[85] empregamos –
eles moldam mundos. Não
bem como quais as histórias que sozinhos, não de uma vez por
contamos. Multiplicar perspectivas todas, mas através do trabalho
não se trata apenas da composição
confuso e colaborativo que alguns
[assemblage] da diversidade, nem
chamam de “construção social”.
da adoção de um relativismo fácil; Como Latour nos lembra, o social
em vez disso, trata‐se de “ficar não é a coisa ou material desta
com o problema”[86], em um
construção, mas sim nomeia o
esforço para navegar processo de assemblage em que
significativamente através da diversas agências exercem sua
complexidade dos mundos‐em‐
própria força na definição de
processo. Esta navegação é
resultados[90]. Como Laura Ogden
fundamentalmente uma questão e seus colegas colocam, o trabalho
de ética e política. É para estas dos estudos multiespécies
questões que agora nos voltamos:
“procuram compreender o mundo
como as diferentes práticas de
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como materialmente real, trabalho que diversos modos de


parcialmente cognoscível, diferenciar e distinguir fazem ao
multicultural e multinatural”, moldar mundos. Com isto em
surgindo no meio de “relações mente, as abordagens
contingentes de vários seres e multiespécies tratam,
entidades”[91]. Em suma, precisamente, da multiplição de
enquanto mundos são feitos, eles diferenças e modos de atenção, e
não são “compostos”[92] ; eles da especificidade de emaranhados
são criados no “múltiplo”, mais do natural‐cultural vividos em
que um, mas menos do que espessas zonas de contato, com as
muitos[93]. suas próprias histórias e
possibilidades muito
Fundamentada nestas ideias, a
particulares[96].
atenção cuidadosa e crítica à
especificidade de mundos de vida Evitando a generalização e a
de outras espécies oferece uma abstração, este tipo de imersão
via importante para estudos em apaixonada na vida dos outros
ciências humanas e sociais, abre uma série de possibilidades.
durante uma era de crescente Criticamente, a atenção para o
mudança. Partindo de um particular nos obriga a perguntar
precedente, e muitas vezes como worldings específicos
implacável, foco no anthropos, os tornam‐se importantes, e são
trabalhos em estudos importantes diferentemente, para
multiespécies juntam outros certos seres [97]. Para levar esta
estudos – em curso sob nomes questão a sério, os estudos
como “natureza‐culturas” e “pós‐ multiespécies insistem na
humanismo” – que visam multiplicidade biossocial que
reconfigurar criticamente “o ser reside dentro de vários “tipos”.
humano” a medida que Espécies envolvem danças
problematiza e trabalha através intergeracionais onde os agentes
dos dualismos natureza/cultura e emaranhados torcem uns aos
natureza/humano[94]. Este outros em loops contínuos de
trabalho é mais forte onde o multiespécies intra‐ação[98].
impulso não é o de simplesmente Emergindo no centro, um meio a
dissolver as distinções entre essas partir do qual ele cresce e
categorias e criar um nivelamento desborda, uma espécie jamais
amorfo. Como observa Mick Smith, sossega quieta[99]. Esta
fazendo referência a Jacques complexidade é confrontada com
Derrida, esse estudioso as ciências biológicas e outras
“reconhece ‘a fragilidade e a tradições taxonômicas de varias
porosidade do limite entre maneiras, criando múltiplos
natureza e cultura’, não para conceitos de espécies, ou
colapsar essas categorias umas nas “promíscuos” como John Dupre
outras (como, por exemplo, a chama, que são mais ou menos
sociobiologia faz), mas para apropriados para diferentes
‘multiplicar a atenção às esferas da vida[100]. Além disso,
diferenças’ em todos os os modos de estabelecer
níveis”[95]. Ou seja, prestar distinções entre o eu e o outro,
atenção às diferenças de todos os entre o semelhante e o diferente,
tipos, bem como ao poderoso estendem‐se muito além do
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humano. Por exemplo, as vespas de Annemarie Mol de que um


polinizam seletivamente e, corpo é “uma multidão intricada e
portanto, constituem o que coordenada”[107]. Nas palavras de
poderia ser considerado uma Deleuze e Guattari, os corpos
espécie de figueira em tornam‐se “multiplicidades de
particular[101]. Enquanto alguns multiplicidades que formam um
filósofos influentes assumem que mesmo agenciamento, que se
as espécies não‐humanas estão exercem no mesmo
presas em bolhas[102], os agenciamento: as matilhas nas
estudiosos do campo massas e inversamente”[108].
multiespécies estão seguindo as Rompendo a separação entre o
vidas de “anfíbios ontológicos” interior dos corpos e ambientes
que desfazem a gaiola de externos, os estudiosos estão
suposições equivocadas que analisando assemblages
prende os organismos‐aos‐ multiespécies onde os organismos
ambientes[103]. Se prestarmos são co‐presentes e estão
atenção, por toda parte conectados heterogêneamente
assemblages de multiespécies entre eles mesmos, sendo
emergentes estão minando essas puxados em diferentes direções,
visões de estagnação e sempre em processo de devires
fechamento; como enxames múltiplos e paralelos, ao lado
virais, as multidões de animais deles mesmos com dissoluções,
ferozes e outros agentes difíceis intermitentemente presentes a si
de classificar se juntam para próprias; cada um deles um para‐
formar novos mundos[104], ao ser[109]. Em sua contribuição a
mesmo tempo que criam edição especial “Multispecies
reformulam performativamente o Studies”, Jamie Lorimer conecta
que contará como seu “tipo”[105]. essas ecologias “internas” e suas
possibilidades emergentes de
Ao mesmo tempo, prestando “reabilitação microbiana” com
atenção aos outros, não podemos processos maiores de
deixar de obter uma nova conhecimento, comunidade e
compreensão e apreciação do criação de riqueza.
“humano”. Em todos os níveis –
desde o organismo individual, Além do que poderíamos chamar
através das diversas formas de de funcionamento “biológico” dos
vida comunitária e coletiva, até a corpos, os contornos da
própria espécie – a humanidade é experiência humana vivida são
co‐constituída dentro de densas moldados por enredamentos
redes de trocas vivas. Por diversos e consequentes. Não há
exemplo, dentro de nossos corpos humano em‐isolamento, nenhuma
e estendendo‐se bem além delas, forma de vida humana que não
descobertas emergentes sobre o tenha surgido em diálogo com um
microbioma revelam que cada um mundo mais amplo. Devemos
de nós é uma espécie múltipla; entender “as origens animais da
cada um de nossos corpos está cultura humana” ao longo de
cheio de diversos tipos de formas linhas relacionadas, como Lestel
de vida parasíticas e argumentou. Desta perspectiva, as
simbióticas[106]. Este trabalho dá culturas humanas não são desvios,
uma nova perspectiva à afirmação ou consequências, de uma
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natureza biológica mais essencial, variedade de animais


mas são uma outra expressão “indesejáveis” no norte
dessa natureza: “os seres canadense e, do outro lado do
humanos não emergiram do mundo, os impactos desiguais
estado de natureza, mas sobre os trabalhadores indígenas e
exploraram um nicho extremo os elefantes em cativeiro que, a
dessa natureza”[110]. seu modo, “trabalham para a
floresta” no estado indiano de
Embora isso seja certamente
Kerela[115].
verdadeiro no abstrato – “o
humano” não é de modo algum o Essas realidades bagunçadas,
que muitos de nós foram levados a incômodas, perturbadoras e
acreditar[111] – novamente, a sempre desiguais exigem que os
atenção ao particular exige que estudos multiespécies sejam mais
perguntemos como essa do que mera descrição e
relacionalidade co‐formadora se celebração de comunidades
torna importante emaranhadas e processos de co‐
diferentemente. Tendo escapado tornar‐se. Aproveitando uma
da visão de túnel do anthropos sugestão de Haraway: “A ideia é
para o grande mundo além, fazer uma diferença no mundo, e
pesquisadores de estudos lançar a nossa parte para alguns
multiespécies também estão modos de vida [morte, ser e
trabalhando para cuidadosamente tornar‐se] e não outros. Para fazer
evitar uma conceituação redutora, isso, é preciso estar na ação, ser
homogeneizadora, da vida finito e sujo, não transcendente e
humana. Embora os seres humanos limpo”[116]. A expressão “no
possam todos estar ligados a mundo” importa aqui. Os
outros, eles não estão todos trabalhos em estudos
emaranhados da mesma maneira: multiespécies partem da
“a especificidade e a proximidade proposição de que não há espaço
das conexões são fora da ação a partir do qual se
importantes”[112]. Como tal, possa obter conhecimento
grande parte deste trabalho absoluto ou universal; e ainda
procurou explorar, em ricos assim devemos agir. Mas também
detalhes históricos e etnográficos, importa no sentido de que a
o trabalho desigual, os riscos, as participação em um mundo de co‐
posições e as exposições, bem tornar‐se necessariamente implica
como as formas de ser e conhecer, em nós: na medida em que todos
de diferentes indivíduos e nós ajudamos a moldar mundos,
comunidades[113]. Histórias de somos responsáveis por como eles
gênero e raça, de economia se tornam. Como diz Barad: “A
política e colonização, estão ética não é, portanto, uma
distribuídas em camadas dentro resposta correta a um outro
do desdobrar mundos radicalmente exterior/izado, mas
multiespécies – como não a responsabilidade e o
poderiam ser? – moldando comprometimento com as vivas
possibilidades para todos[114]. relacionalidades de tornar‐se das
Vemos isso nas realidades da quais fazemos parte”[117]. Ou,
gestão de resíduos neocoloniais como afirma Beth Carruthers:
com os povos Inuit e uma
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estamos “agindo como se tudo sentido, de avaliação e de


fosse importante”[118]. verificabilidade, sob os quais as
deliberações são feitas ou as
Recusando a oposição desgastada respostas rotineiras executadas,
entre três exigências são importantes.
incomensuráveis – justiça social
em uma veia humanista; ética Lutar por mundos melhores requer
focada no bem‐estar de entidades aprender a levar os outros a sério
individuais (geralmente animais em sua alteridade, encontrando
não‐humanos, mas em menor grau modos de confundir que evitam a
plantas, fungos, pedras e outros); fantasia da tradução universal ou
e uma ética ambiental preocupada de um critério singular –
principalmente com a saúde dos geralmente “nosso” – de avaliação
ecossistemas e espécies – ou verificação. Também requer o
trabalhos em estudos aprendizado de novos modos de
multiespécies abraçam abordagens levar em conta outros enigmáticos
éticas relacionais para lidar com que não podem ser – ou talvez que
diversas reivindicações não queiram ser – representados,
concorrentes. Estes trabalhos ou mesmo tornados cognoscíveis
inspiram‐se em ricas tradições de ou práticos dentro de qualquer
pensamento ético em estudos de modo disponível de
ciência e tecnologia feministas, compreensão[120]. E assim, como
filosofias feministas e sugere Hugo Reinert em sua
continentais e suas interseções. contribuição em seu para o dossiê
Permanecendo com o problema, sobre estudos multiespécies
eles pretendem se manter em da  Environmental Humanities,
obrigações éticas concorrentes, para experimentar mundos
multiplicando as perspectivas melhores o estudo também deve
sobre o que conta como “o bem”. manter aberta “a questão de
Não há respostas claras e finais quem – e o quê – é levado a existir,
aqui, nem há trunfos que e de como determinados modos
encerram o processo político de existência são (e não são)
através de apelos a incontestáveis feitos para serem levados em
princípios ou expertises[119]. conta”. Nada disto é simples, e
Tampouco são permitidos nem significa que há certo ou
relativismos fáceis. Esse tipo de errado; em vez disso, significa que
relativismo – “você tem a sua o certo e o errado devem ser
verdade e eu a minha”, “você cuidadosamente criados,
habita o seu mundo e eu habitarei repetidas vezes, dentro de um
o meu” – é acomodado e perigoso. processo maior de contestação.
No final do dia precisam ser Essa ética exige um
tomadas decisões sobre como questionamento contínuo, um
vamos conviver em um mundo que esforço para cultivar novos modos
é, embora múltiplo, também de atentividade – “inovações
compartilhado, finito e (em narrativas nas práticas de escutar
muitos aspectos) difícil. Os como técnicas arriscadas de
recursos devem ser distribuídos, cuidado cosmopolítico”[121] – que
reivindicações de direitos e podem nos ajudar a viver bem
justiça serão ouvidas ou ignoradas. dentro de relacionamentos que
Os moldes de produção de raramente podem ser resolvidos
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com a satisfação de todos, e aprender como se poderia melhor


nunca de uma vez por todas. responder ao outro, como se
poderia trabalhar para cultivar
Nessa perspectiva, a ética está no mundos de florescimento mútuo –
cerne das narrativas multiespécies isto é, na linguagem um pouco
– não algo adicionado, anexado
antiquada do OED, como alguém
lateralmente. Abraçando e poderia ser “assíduo em oferecer
retrabalhando a noção deleuziana conforto ou prazer aos outros,
de que “a ética é a etologia”[122],
dando cautelosa atenção aos seus
as abordagens multiespécies estão desejos”. Em suma, as artes da
fundamentadas no entendimento atentividade nos recordam que o
de que a atenção cuidadosa às conhecimento e a vida estão
diversas formas de ser e de tornar‐ profundamente enredados; que
se é inseparável do trabalho da
prestar atenção pode e deve ser a
ética. Como van Dooren e Rose base para elaborar melhores
argumentam em sua contribuição, possibilidades de vida
a etologia/etografia é um ato de
compartilhada.
testemunhar: a atenção aos
outros é vital para responder A coleção de textos do dossiê
adequadamente, enquanto a “Multispecies Studies”, publicada
narração de suas histórias também na revista Environmental
tem o potencial de atrair outros Humanities, é um esforço para
para novos relacionamentos e reunir um pouco da diversidade
responsabilidades. Como todos os que delineamos acima. Enquanto a
outros relatos, as histórias fertilização cruzada já está
multiespécies são tecnologias ocorrendo entre várias abordagens
ativas de um desdobrar mundos “multiespécies”, no espírito deste
[worlding]: “As histórias são meios dossiê estamos interessados no
de viver”[123]. Dessa forma, em que poderia ser obtido reunindo
vez de simplesmente celebrar a estudiosos de perspectivas
mistura multiespécies – um fato disciplinares distintas. Esta
básico da vida – este trabalho coleção inclui principalmente
também envolve as questões mais contribuições de filósofos,
analiticamente interessantes e antropólogos, geógrafos e artistas,
politicamente cobradas que se mas estudos culturais, estudos
seguem ao perguntar, cui bono?, literários e história são atraídos
quem se beneficia quando as para a conversa também. A
espécies se encontram?[124] Ao coleção reunida no dossiê nos leva
fazer isso, os estudos aos mundos de ovelhas e pastores,
multiespécies preocupam‐se com de pedras, vermes, salmões e
o cultivo do que chamamos de besouros devoradores de
artes de atentividade. Essa florestas, de vírus e seus
atentividade é uma proposição de elefantes, de focas, corvos e
duas partes: uma prática de fluxos de lava no Havai e,
conhecer o outro em sua finalmente, aos rãs‐usadas‐em‐
particularidade íntima – aplicando testes‐de‐gravidez e possíveis
constantemente as faculdades e agentes de propagação fúngica
energias observantes, como diz o patogênica. Cada uma das
Oxford English Dictionary – e, ao contribuições praticam modos
mesmo tempo, uma prática de particulares de imersão, artes de
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atentividade e, ao fazê‐lo, edited by Eben Kirksey. Durham


convidam‐nos a compreender o and London: Duke University
mundo um pouco diferente; para Press, 2014.
perceber que diferença poderia
fazer uma atenção curiosa e ———. Meeting the universe
halfway: quantum physics and the
cuidadosa com os outros.
entanglement of matter and
  meaning. Durham and London:
Duke University Press, 2007.
Agradecimentos
———. “Posthumanist
Este artigo se beneficiou do performativity: toward an
generoso feedback fornecido por
understanding of how matter
Celia Lowe, Jamie Lorimer, Veit comes to matter.” Signs: Journal
Braun, Jean Langford e Deborah of Women in Culture and Society
Bird Rose. Os autores puderam se
28, no. 3 (2003).
reunir para redigir e revisar este
trabalho graças aos recursos de Bates, Tarsh. “Cutting together‐
viagem e bolsas concedidos pelo apart the mould”. Antennae 32
fundo Thomas A. Barron à (2015): 44–66.
Universidade de Princeton, à
Fundação Humboldt e ao Bateson, G..  Steps to an ecology

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Volume 8.1 Copyright, 2016, Duke
Whatmore, Sarah. Hybrid
University Press. All rights
geographies: natures, cultures,
reserved. Republished by
spaces. London, thousand Oakes,
permission of the copyright
New Delhi: SAGE Publications,
2002. holder, Duke University Press
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[1] Thom van Dooren é professor
Delhi: Sage Publications, 2003.
sênior em Humanidades
Wolfe, Cary. What is Ambientais na Universidade de
posthumanism? Minneapolis: Nova Gales do Sul, Austrália, e co‐
editor da revista Humanidades
University of Minnesota Press,
Ambientais. Sua pesquisa focaliza
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Yusoff, Kathryn. “Geologic life: dimensões filosóficas e políticas
prehistory, climate, futures in the mais amplas da conservação,
Anthropocene”. Environment and extinção e das relações do ser
Planning D: Society and Space 31, humano/animais selvagens. E seu
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Humanities 7 (2015): 169–90. livros pela Duke University Press:
Freedom in entangled worlds
 
(2012) e Emergent ecologies
  (2015) – bem como uma coleção
editada: The Multispecies Salon
Recebido em: 16/09/2016 (2014). Atualmente é professor
visitante na Universidade de
Aceito em: 27/09/2016 Princeton (2015‐2016) na cátedra
Currie C. Thomas A. Barron e
  também é membro permanente
do corpo docente no programa
* Permission is granted for non‐ Humanidades Ambientais da UNSW
exclusive world rights in the Austrália.
Portuguese language for one
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[3] Ursula Münster é pesquisadora dimensions; Gilbert,


pós‐doutora no Centro Rachel Developmental biology (Eighth
Carson de Meio Ambiente e Edition). Este novo pensamento
Sociedade e no Departamento de sobre a herança é parte integrante
Antropologia Social e Cultural da da nossa compreensão do que é e
Universidade de Munique Ludwig do que pode ser a vida; de como
Maximilians. Ela está escrevendo tomamos o passado e somos
sobre os encontros com a vida moldados por ele.
selvagem do sul da Índia em
[10] Descola e Scott, In the
tempos de rápida extinção de
society of nature; Ingold, The
espécies.
perception of the environment;
[4] Bateson, Steps to an ecology Rose, Dingo makes us human: Life
of mind: collected essays in and land in an aboriginal australian
anthropology, psychiatry, culture; Graham, “Some thoughts
evolution, and epistemology, 457. about the philosophical
underpinnings of aboriginal
[5] Odum, Fundamentals of
worldviews”.
ecology. Ver também a discussão
sobre circuitos energéticos em [11] Tsing, “Unruly Edges”.  Pensar
Murphy, Sick building syndrome o humano desta maneira requer o
and the problem of uncertainty: tipo de “abordagem de trans‐
environmental politics, saberes expansível
technoscience, and women indefinidamente” que Donna
workers. Haraway chamou de
“EcoEvoDesenHistoEtnoTecnoPsi
[6] Stengers, Cosmopolitics I, 35‐ (Estudos Ecológicos Evolutivos de
36. Desenvolvimento Histórico
Etnográfico Tecnológico e
[7] Buchanan, Onto‐ethologies;
Psicológico)”. Haraway, Staying
von Uexküll, “A stroll through the
worlds of animals and men”; with the trouble: making kin in
Hoffmeyer and Haveland, Signs of the Chthulucene.
meaning in the universe.
[12] Moore, “The Capitalocene:
part 1: on the nature and origins
[8] Haraway, Modest_witness, 8.
of our ecological crisis”; Malm;
[9] Nos últimos anos, essas ideias Hornborg, “The geology of
reconfiguraram e quebraram uma mankind? A critique of the
longa divisão entre as ciências da Anthropocene narrative”; Haraway,
evolução e ontogenia, exigindo “Anthropocene, Capitalocene,
que os cientistas e aliados Plantationocene, Chthulucene:
repensem as heranças (genética, making kin”; Mirzoeff, “It’s not
epigenética, comportamental e the Anthropocene, it’s the white
cultural) como parte de processos supremacy scene, or, the
de desenvolvimento maiores. geological color line”.
Veja, por exemplo: Oyama,
Griffiths; Gray, Cycles of [13] Capra, “The web of life: a new
scientific understanding of living
contingency: developmental
systems”; Moore, Capitalism in
systems and evolution; Jablonka;
the web of life: ecology and the
Lamb, Evolution in four
accumulation of capital; Tsing,
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The mushroom at the end of the [18] Lestel, Brunois e Gaunet


world: on the possibility of life in “Etho‐ethnology and ethno‐
capitalist ruins. ethology”.

[14] Lorimer, Wildlife in the [19] Este artigo é uma


Anthropocene: conservation after apresentação do Dossiê
nature; Kirksey, Emergent “Multispecies Studies” da revista
ecologies; van Dooren, Flight Environmental Humanities,
ways: life and loss at the Edge of Volume 8, N. 1, maio de 2016,
Extinction; Reinert, “The care of organizado por Thom van Dooren,
migrants: telemetry and the Ursula Münster, Eben Kirksey,
fragile wild”; Chrulew, “Managing Deborah Bird Rose, Matthew
love and death at the zoo: the Chrulew e Anna Tsing. Os artigos
biopolitics of endangered species referenciados no decorrer do
preservation”; Collard, “Putting texto estão disponíveis em: 
animals back together, taking http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content
commodities apart”; Collard,
Dempsey; Sundberg, “A manifesto [20] The Multispecies Salon
começou recentemente a
for abundant futures”; Dempsey,
considerar as “espécies químicas”
“Tracking grizzly bears in British
como um quadro para explorar as
Columbia’s environmental
politics”; Candea, “Habituating possibilidades inesperadas e
meerkats and redescribing animal espectros obscuros
behaviour science”; Münster, surpreendentes que emergem em
encontros entre matéria orgânica
“Working for the forest: the
e matéria inorgânica – entre a água
ambivalent intimacies of human–
e a rocha, entre organismos
elephant collaboration in south
Indian wildlife conservation”. biológicos, metabólitos e toxinas.
Forças imperceptíveis trabalham
[15] Tsing, “Blasted landscapes, ao redor, contra, ou apesar de
and the gentle art of mushroom nossas tentativas de controlá‐las e
picking”; Kirksey, Shapiro e catalogá‐las. As espécies químicas,
Brodine, “Hope in blasted medidas pelos aparelhos técnicos
landscapes”. e científicos, são efêmeras –
mudam rapidamente. Veja:
[16] Aliás, o “pesquisador” nem http://www.multispecies‐
sempre precisa ser humano. Para salon.org/events.
uma breve discussão sobre as
formigas que realizam pesquisas [21] Em particular, no Dossiê
sobre pessoas dormindo, veja as “Multispecies Studies” da revista
opiniões de Steve Meredith (um Environmental Humanities ver
ancião aborígene australiano também as contribuições de
Ngiyampaa) em Rose, “Val Reinert; van Dooren e Rose; Wolfe
plumwood’s philosophical e Whiteman. Disponível em:
animism: attentive inter‐actions http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content
in the sentient world,” 99.
[22] TallBear, “Beyond the life/Not
[17] Kohn, How forests think: life binary: a feminist‐indigenous
toward an Anthropology beyond reading of cryopreservation,
the human. interspecies thinking and the new
materialisms.” Ver também
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Reinert; van Dooren and Rose, no [27] Haraway, Companion species


dossiê “Multispecies Studies” da manifesto.
revista Environmental
[28] Kirksey, “Species: a
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praxiographic study”; Rose and van
em:
Dooren, “Encountering a more‐
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[23] Bennet, Vibrant matter: a arts of witness”.
political ecology of things; Barad,
Meeting the universe halfway: [29] Ingold, “Anthropology beyond
humanity,” 19.
quantum physics and the
entanglement of matter and [30] Kirksey e Helmreich, “The
meaning; Dolphijn e van der Tuin, emergence of multispecies
New materialism: interviews &
ethnography”.
cartographies; Ingold, “Toward an
ecology of materials”. [31] Lestel, Brunois e Gaunet
“Etho‐ethnology and ethno‐
[24] Clark, Inhuman nature:
ethology”.
sociable life on a dynamic planet,
Sage; Clark; Yusoff, “Combustion [32] Kohn, How forests think:
and society: a fire‐centred history toward an Anthropology beyond
of energy use”; Yusoff, “Geologic the human.
life: prehistory, climate, futures in
[33] Ingold, “Anthropology beyond
the Anthropocene”.
humanity”.
[25] TallBear, “Beyond the life/Not
[34] Rose e van Dooren, “Unloved
life binary: a feminist‐indigenous
others: death of the disregarded
reading of cryopreservation,
interspecies thinking and the new in the time of extinctions”; Rose,
materialisms”. Os estudiosos van Dooren e Chrulew, Extinction
estão, cada vez mais, apontando a studies: stories of time, death and
generations.
enorme dívida que os trabalhos
“pós‐humanistas”, e outros [35] Lorimer and Driessen “Wild
relacionados, têm para com o experiments at the
pensamento indígena; uma dívida
Oostvaardersplassen: rethinking
que muitas vezes não é
environmentalism in the
reconhecida. Veja: Todd, “An
Anthropocene”; Whatmore,
indigenous feminist’s take on the “Introduction: more than human
ontological turn: ‘ontology’ is just geographies”.
another word for colonialism”;
Sundberg, “Decolonizing [36] Tsing, “Arts of inclusion, or,
posthumanist geographies.” how to love a mushroom”, 19.

[26] Ver Despret e Meuret, no [37] Tsing, “Arts of inclusion, or,


dossiê “Multispecies Studies” da how to love a mushroom”.
revista Environmental
[38] Latour, “Telling Friends from
Humanities, 8 (2016). Disponível
em: foes in the time of the
Anthropocene”. Para uma leitura
http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content/current.
generativa e crítica das limitações
da noção de Latour do comum ver

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Watson, “Cosmopolitics and the [47] Despret, “The body we care


Subaltern: Problematizing Latour’s for: figures of anthropo‐zoo‐
Idea of the Commons”. genesis”, 131.

[39] Sobre “consistentes relatos” [48] Snow, The two cultures.


(de uma variedade um pouco
diferente) ver Geertz, “Thick [49] Feeley‐Harnik, “The
ethnography of creation: Lewis
description: toward an
Henry Morgan and the American
interpretive theory of culture”.
Beaver”; Kirksey e Helmreich,
Para uma gentil reelaboração de
Geertz neste tópico ver Van “The emergence of multispecies
Dooren e Rosa, no dossiê ethnography.”
“Multispecies Studies” da revista
[50] Miller, “Introduction”, xvi.
Environmental Humanities, 8
(2016). Disponível em: [51] Marder, Plant‐thinking: a
http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content/current.
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[40] Ginn, Beisel e Barua, “Living [52] Steiner, Anthropocentrism


with awkward creatures: and its discontents: the moral
vulnerability, togetherness, status of animals in the history of
killing,” (edição especial da western philosophy.
Environmental Humanities); Rose
[53] Haraway, Primate visions.
e van Dooren, “Unloved others:
death of the disregarded in the
[54] Buchanan, Chrulew e
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[41] Hatley, “Blood intimacies and
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case of Arabian babblers.”
[42] Lowe, “Viral clouds: becoming
H5N1 in Indonesia”; Berrigan, “The [55] Ver também Barad,
life cycle of a common weed”. “Invertebrate visions: diffractions
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[43] van Dooren, “Pain of
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[44] Haraway, When species meet. sciences of plant/insect
encounters”.
[45] Paxson, “Post‐pasteurian
cultures: the microbiopolitics of [57] Despret et al., “On asking the
raw‐milk cheese in the United right questions”; Despret, What
States”. would animals say if we asked the
right questions?
[46] Kirksey, Emergent ecologies;
Collard, “Putting Animals Back [58] Deichmann, Biologists under
Together, Taking Commodities Hitler. Enquanto escrevemos esta
Apart”; Lorimer, Wild life in the introdução, a Universidade de
Anthropocene. Salzburgo anunciou a sua decisão

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de tirar a Lorenz, um Prémio (2016). Disponível em:


Nobel, seu doutorado honorifico http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content
pelos seus laços com o Partido
[69] Ingold, Making: anthropology,
Nacional Socialista e as suas
archaeology, art and architecture.
ideologias.
[70] Spaid, Ecovention; Broglio,
[59] Rowell, “The concept of social
dominance”; Bekoff, The Surface encounters; Baker,
emotional lives of animals; de Artist/animal.
Waal, “Anthropomorphism and
[71] Berrigan, “The life cycle of a
Anthropodenial”; Goodall, In the common weed”.
shadow of man; Smuts, Sex and
friendship in baboons. [72] Haraway, Companion species
manifesto; Abrahamsson e
[60] Plumwood, “Nature in the Bertoni, “Compost politics:
active voice”, 127.
experimenting with togetherness
[61] Crist, Images of animals; de in vermicomposting”; Ginn,
Waal, “Anthropomorphism and “Sticky lives: slugs, detachment
and more‐than‐human ethics in
Anthropodenial”.
the garden”; Hamilton, “Bad
[62] Bekoff, “Animal passions and flowers: the implications of a
beastly virtues”; Fuentes, phytocentric deconstruction of
“Ethnoprimatology and the the western philosophical
anthropology of the human‐ tradition for the environmental
primate interface”. humanities”; Bates, “Cutting
together‐apart the mould”.
[63] Apffel‐Marglin and Marglin,
Decolonizing knowledge: from [73] Marcus, Para‐sites: a casebook
development to dialogue. against Cynical Reason; Kirksey,
The Multispecies Salon.
[64] rose, “flying fox: kin,
keystone, kontaminant”. [74] Bussolini, “Toward cat
phenomenology: a search for
[65] Kohn, How forests think:
animal being”; Lestel, Bussolini e
toward an anthropology beyond Chrulew, “The phenomenology of
the human; Ingold, The animal life”.
perception of the environment;
Descola, beyond nature and [75] Sobre etho‐ethnologia ver
culture. Lestel, Brunois, e Gaunet, “Etho‐
ethnology and ethno‐ethology.”
[66] Robbins, Lawn people.
[76]  Sobre modos refinados de
[67] da Costa and Philip, Tactical
pesquisa com outros ver Despret,
biopolitics: art, activism, and “Sheep do have opinions”;
technoscience; Haraway, When Despret, “Responding bodies and
species meet; Kirksey, The partial affinities in human−animal
Multispecies Salon.
worlds”.
[68] Ver Kirksey et al. e Wolfe e
[77] Despret, “Y is for YouTube:
Whiteman, no dossiê
are animals the new celebrities?”;
“Multispecies Studies” da revista
Haraway, When species meet;
Environmental Humanities, 8
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Mukherjea and Bussolini, “Lil bub [88] Barad,  Meeting the universe
and friendz visit the Center for halfway: quantum physics and the
Feline Studies”. entanglement of matter and
meaning.
[78] Matsutake Worlds Research
Group, “A new form of [89] Ibid.
collaboration in cultural
[90] Latour, “The promise of
anthropology: matsutake worlds”;
constructivism.”
Helmreich, Sounding the limits of
life. [91] Ogden, Hall e Tanita.
“Animals, plants, people, and
[79] Kirksey, The Multispecies
Salon. things: a review of multispecies
ethnography.”
[80] Kelly e Lezaun, “Urban
mosquitoes, situational publics, [92] Haraway, Modest_witness,
129.
and the pursuit of interspecies
separation in Dar Es Salaam”; [93] Mol, The body multiple:
Swanson, “Methods for ontology in medical practice. O
multispecies anthropology: que está em jogo aqui, entre
thinking with salmon otoliths and
outras coisas, são formas de
scales”; Kirksey, Emergent
responsabilidade nas quais os
ecologies.
modos de conhecer nunca são
inocentes – nunca simplesmente
[81] O termo “amigos críticos”
relatam uma “realidade externa” –
vem do trabalho colaborativo de
mas são práticas situadas e
Jenny Reardon e do Grupo de
Trabalho de Ciência e Justiça da históricas. Ver Haraway, “Situated
Universidade da Califórnia em knowledges”.
Santa Cruz.
[94] Wolfe, What is
http://scijust.ucsc.edu/working‐
posthumanism?; Haraway,
group/areas‐of‐inquiry‐themes. Modest_witness; Whatmore,
Hybrid geographies; Castree e
[82] Despret, What would animals
Braun, Social Nature; Latour e
say if we asked the right
questions? Porter, We have never been
modern; Papadopoulos, “Insurgent
[83] Abram e Lien, “Performing posthumanism”; Plumwood,
nature at world’s ends”. Feminism and the mastery of
nature.
[84] Papadopoulos, “Generation M.
Matter, Makers, Microbiomes”. [95] Smith, “Ecological
community, the sense of the
[85] Callon, “Some elements of a
world, and senseless extinction”;
sociology of translation”.
Derrida, The beast and the
sovereign, Volume 1.
[86] Haraway, Staying with the
trouble: making kin in the [96] Sobre zonas de contato ver:
Chthulucene. Pratt, Imperial eyes: travel writing
and transculturation; Haraway,
[87] Haraway, When species meet.
When species meet.

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[97] É importante ver Butler, [108] Deleuze e Guattari, A


Bodies that matter; Barad, thousand plateaus: capitalism and
“Posthumanist performativity.” schizophrenia, 34.

[98] Kirksey, “Species: a [109] Rotman, Becoming beside


praxiography in three acts”; van ourselves: the alphabet, ghosts,
Dooren, Flight ways, 21‐43. and distributed human being, 104.

[99] Deleuze e Guattari, A [110] Lestel e Rugemer,


thousand plateaus: capitalism and “Strategies of life”.
schizophrenia, 21.
[111] Haraway e Gane, “When we
[100] Dupre, “Species: theoretical have never been human”.
contexts”.
[112] van Dooren, Flight ways: life
[101] Kirksey, “Species: a and loss at the Edge of Extinction,
praxiography in three acts”. 60.

[102] Sloterdijk, “Atmospheric [113] Münster, “Working for the


politics”; Sloterdijk, Spheres: forest: the ambivalent intimacies
volume 1 microspherology. of human–elephant collaboration
in South Indian Wildlife
[103] Kirksey, Emergent ecologies, Conservation”; Parreñas,
18‐23.
“Producing affect: transnational
[104] Lowe, “Viral clouds: volunteerism in a Malaysian
becoming H5N1 in Indonesia”. Orangutan Rehabilitation Center”;
Kirksey, “Living with parasites in
[105] Chrulew, “Sacrificial Palo Verde National Park”; Tsing,
reintroduction: saving the golden The mushroom at the end of the
lion tamarin”; Buchanan, “Bear world: on the possibility of life in
down: resilience in multispecies capitalist ruins.
cohabitation”; van Dooren,
“Authentic crows: identity, [114] Munoz et al., “Theorizing
captivity and emergent forms of queer inhumanisms”; TallBear,
“Beyond the life/Not life binary: A
life.”
feminist‐indigenous reading of
[106] Haraway, When species cryopreservation, interspecies
meet; Paxson, Life of cheese: thinking and the new
crafting food and value in america; materialisms”; Goldberg‐Hiller e
McFall‐Ngai et al., “Animals in a Silva, “Sharks and pigs: animating
bacterial world, a new imperative hawaiian sovereignty against the
for the life sciences”. Ver também anthropological machine”; Instone
Lorimer, no dossiê “Multispecies e Taylor, “Thinking about
Studies” da revista Environmental inheritance through the figure of
Humanities, 8 (2016). Disponível the Anthropocene, from the
em: antipodes and in the presence of
http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content/current.
others”; Pacini‐Ketchabaw e
Nxumalo, “Unruly raccoons and
[107] Mol, The body multiple:
troubled educators:
ontology in medical practice, viii.
nature/culture divides in a
childcare centre”; Todd, “Fish

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pluralities: human‐animal Latour’s idea of the commons.”


relations and sites of engagement Ver também Lowe e Münster, no
in Paulatuuq, Arctic Canada”. dossiê “Multispecies Studies” da
revista Environmental
[115] Zahara e Hird, “Raven, dog,
Humanities, 8 (2016). Disponível
human: inhuman colonialism and
em:
unsettling cosmologies”; Münster,
http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content
“Working for the forest: the
ambivalent intimacies of human– [121] Watson, “Derrida, Stengers,
elephant collaboration in south Latour, and subalternist
indian wildlife conservation.” cosmopolitics”, 91.

[116] Haraway, Modest_witness, [122] Ver Despret e Meuret, no


36. dossiê “Multispecies Studies” da
revista Environmental
[117] Barad, Meeting the universe
Humanities, 8 (2016). Disponível
halfway: quantum physics and the
em:
entanglement of matter and http://environmentalhumanities.dukejournals.org/content
meaning, 393.
[123] Haraway, Primate visions, 8.
[118] Carruthers, “Praxis: acting as
if everything matters.” [124] Star, “Power, technology and
the phenomenology of
[119] Latour e Porter, Politics of conventions: on being allergic to
nature.
onions”; Haraway, When species
[120] Watson, “Cosmopolitics and meet.
the subaltern: problematizing

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