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Doença Inflamatória Intestinal em Gatos

A DII (ou EII- enteropatia inflamatória idiopática) em felinos tange de


um composto de disfunções gastrointestinais que surge
espontaneamente por causas ainda não claras. Se qualifica pelo
aparecimento de células inflamatórias na lâmina própria da mucosa
intestinal, incluindo linfócitos, plasmócitos, eosinófilos, neoutrófilos e
macrófagos. A maior porosidade intestinal por vezes é causa ou
resultado de alterações inflamatórias. A membrana mucosa
desarranjada é inábil para a exclusão de antígenos inusuais que
podem incitar ainda maior inflamação. Como sinal clínico fica
salientado na doença o vômito crônico descontínuo, no entanto há
outros sinais inespecíficos como diarreia, anorexia, letargia e perda
de peso.
As doenças inflamatórias mais diagnosticadas em gatos são a
Colangite neutrofílica (previamente designada por
colangite/colangiohepatite supurativa ou exsudativa); a Colangite
linfocítica (anteriormente nomeada por colangiohepatite linfocítica,
hepatite portal linfocítica ou colangite não-supurativa); e a Colangite
crônica associada a parasitas hepáticos (Opisthorchiidae).

Colangite neutrofílica

A colangite neutrofílica pode constituir-se por uma infecção


ascendente do trato gastrintestinal sendo capaz, por isso, de estar
associada a pancreatite. É mais comum em gatos idosos.
Histologicamente, são observados neutrófilos no lúmen biliar ou
epitélio biliar. As áreas portais podem também estar afetadas por
edema e inflamação neutrofílica. A doença pode estender-se de modo
agudo para o parênquima e causar abscedação; no seu aspecto
crônico, pode ser observado um infiltrado inflamatório misto nas
áreas portais, eventualmente com fibrose e proliferação do ducto
biliar.

Colangite linfocítica

A colangite linfocítica é identificada por perfil histopatológico crônico,


que avança ao longo de meses a anos, e que pode ter um início
clinicamente silencioso. É mais comum em gatos jovens e nos Persas.
Podem também estar presentes fibrose portal e proliferação do ducto
biliar com infiltração de células plasmáticas e eosinofílicas; a fibrose
pode ser ampla. Devido o trato biliar encontrar-se inflamado e
anormal, há uma maior susceptibilidade para adquirir infecções
secundárias de origem gastrintestinal, fato que pode conferir um
perfil inflamatório celular misto.

Colangite crônica associada a parasitas hepáticos

A colangite crônica associada a parasitas hepáticos foi descrita em


gatos em áreas endêmicas (Europa, Américas, Ásia, Sibéria). O
Metorchis albidus foi observado no Norte da Europa e o Opisthorchis
felineus por toda a Europa. A doença é adquirida através da ingestão
de caracóis, lagartos ou peixe cru (hospedeiros intermediários). Os
parasitas e os ovos de parasitas hepáticos nem sempre são
observáveis. A condição pode progredir para carcinoma
colangiocelular. O diagnóstico é realizado através da demonstração
de existência de ovos de parasitas nas fezes e por biópsia hepática.

Em todos os casos é necessária a histopatologia para distinguir a


seriedade das lesões por meio da observação da intensidade do
infiltrado celular.

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