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I. Contextualização
2 Pensamento de Locke
7.1 para isso renunciam apenas à sua faculdade (mas não ao seu
Direito) de defender seus Direitos e de punir privadamente as violações e
injúrias
7.1.1 a função da lei positiva é garantir os Direitos naturais e não os
eliminar
o poder dos reis deriva de um pacto e não de uma ordem
sobrenatural
Para Locke o “estado de natureza” não é caracterizado necessariamente
por um “estado de guerra” hobbesiano. E embora Locke concorde
quanto a possibilidade de existência de um “estado de guerra”, para
Locke o estado de guerra se dá quando se usa a força contra a pessoa
de outrem e não existe um superior comum a quem apelar. A ausência
de uma autoridade superior, um juiz comum com autoridade, coloca
todos os homens em um estado de natureza; a força sem o direito sobre
a pessoa de outro, onde não há superior comum para chamar em
socorro provoca um estado de guerra
Para John Locke toda vez que o soberano invadisse ou violasse os
direitos naturais, rompendo com o contrato social, caberia a resistência
dos indivíduos que teriam a liberdade de entrar em estado de guerra
contra o poder instituído a fim de derrubá-lo derrocá-lo e instaurar um
governo justo em seu lugar. É o que podemos chamar de “direito de
resistência” ou “direito de rebelião”.
Ideias inatas
nega que os homens tenham ideias inatas, e que tudo o que conhecemos vêm da
experiência. Rejeita, assim, o inatismo de Platão e de Descartes. O espírito, para Locke, é
passivo, sendo definido por ele como uma folha em branco, ou tábua rasa, e está
destinado a receber às ideias simples pela fonte da sensação e da reflexão.
define a sensação como uma percepção pela qual a alma adquire a ideia do objeto
exterior. As ideias de sensação dividem-se em qualidades primeiras, ou seja, qualidades
do corpo que dele não podem ser separadas, como a solidez, o número, o movimento ou
descanso; a as qualidades segundas, que são aquelas definidas como as que têm o poder
de produzir sensações em nós por meio das qualidades primeiras, como as cores, os sons
e os gostos.
foi um grande defensor da educação, e nesse livro I é possível ver como ele rejeitava toda
a noção de inferioridade de outros povos, uma vez que ele crê que um indígena da
América poderia muito bem se tornar um teólogo ou matemático, se a ele fosse dada a
condição de ter uma educação idêntica à de um inglês. Nenhuma criança nasce com um
pensamento pronto sobre o que tem gosto amargo ou doce, ou sobre questões
matemáticas e morais. Exemplo dado por Locke: nenhuma criança nasce amando ou
respeitando os pais.Tudo isso é adquirido na nossa infância através da educação, e não
por alguma ideia inata.
O filósofo inglês acredita na bondade de Deus que tudo criou para que o homem
desenvolvesse sua inteligência por meios adequados. Não foram as ideias inatas que
fizeram o homem descobrir coisas que facilitaram sua vida na Terra. Isso seria injusto, já
que muitos povos não se desenvolveram como o homem ocidental. Na antiguidade,
grandes invenções eram atribuídas à intervenção dos deuses, como a descoberta do fogo
por uma ação de Prometeu. Na filosofia de Locke, o homem cria e inventa por ação da sua
própria inteligência e esse patrimônio é passado através das gerações pela educação. Isso
varia muito entre as diversas nações, e mesmo a capacidade de estudar, de se esforçar e
trabalhar difere muito entre habitantes do mesmo país; no entanto, não podemos acusar a
Deus de ter lançado o homem no mundo sem que as condições não o ajudassem. É pela
educação e o trabalho que as noções de bem e de mal, de certo e errado, são infundidos
no espírito humano
Locke era inimigo da doutrina católica que defendia que o poder da autoridade civil vem de
Deus. O poder deve ser separado entre o legislativo, o executivo e o judiciário, sendo que
o legislativo tem a primazia. O poder vem do povo, que pode fazer uma revolução se o
poder estabelecido violar às regras do contrato. A separação da igreja do Estado é
fundamental, e a tolerância deve ser a regra
todo ser humano tem direito à vida. O direito à vida é o mais elementar de todos os direitos
humanos. Ninguém tem o direito de tirar a vida de outra pessoa. É por essa razão que
quando um homem assassina outra pessoa ele responde por crime de morte. Trata-se de
um homicídio. O responsável pelo crime deve ser preso.
Em segundo lugar, todo homem tem direito à liberdade. Liberdade para fazer as coisas
sem sofrer nenhuma interferência. Liberdade de pensamento, liberdade de opinião e de
expressão, liberdade de locomoção, liberdade de reunião ou associação para discutir e
resolver problemas coletivos. Obviamente, o exercício de minha liberdade não pode ferir
ou desrespeitar os direitos das outras pessoas e nem ser utilizada para efetuar atividades
ilícitas, criminosas.
3) Em terceiro lugar, todo homem tem direito à propriedade privada. Se você, por esforço e
mérito pessoal conseguiu adquirir um bem de valor, seja uma casa, um cavalo, uma joia
ou qualquer outro bem material, isso é um direito seu. Um direito que deve ser preservado
e nenhum homem, nenhum governo, nenhum rei tem o direito de tirar ou destruir um
patrimônio que foi construído pelo seu trabalho, talento, esforço e mérito individual.
Segundo Locke, os governos existem para preservar esses direitos. Isso quer dizer que o
dever de todo governo é preservar a sua vida, a sua liberdade e a sua propriedade
privada. Quando o governo desrespeita a lei estabelecida pela comunidade e coloca em
risco a vida, a liberdade e a propriedade privada dos homens, este governo deixa de
cumprir o seu objetivo, tornando-se ilegítimo e tirânico. Nesse caso o povo tem o direito
legítimo de rebelião, tanto para defender-se da opressão de um governo tirânico como
para libertar-se do domínio de uma nação estrangeira. Portanto, John Locke coloca-se
claramente em luta contra os governos despóticos, ou seja, contra os governos dos reis
absolutistas.
A questão da escravidão
Locke é considerado pelos seus críticos como sendo "o último grande filósofo que procura
justificar a escravidão absoluta e perpétua".[26]
Locke sustentava a escravidão pelo contrato de servidão em proveito do vencedor na
guerra, no chamado "estado de guerra", no qual alguém que poderia ser morto, assume o
ônus de servir em troca de viver. No, Segundo Tratado sobre Governo Civil, Locke diz:
"Ele [o homem] não pode separar-se dela [da liberdade], exceto por aquilo que o faça
“ perder, ao mesmo tempo, sua preservação e sua vida, pois um homem, não tendo poder
sobre sua própria vida, não pode, por um tratado ou por seu próprio consentimento,
escravizar-se a quem quer que seja, nem sujeitar-se ao domínio arbitrário e absoluto
exercido por outra pessoa, ou mesmo dar cabo de sua vida quando tiver vontade.
Ninguém pode outorgar mais poder do que a própria pessoa possui; e aquele que não
pode dar fim à própria vida, não pode outorgar tal poder a qualquer outra pessoa. Em
verdade, se o homem da fim à própria vida, por algum ato que clame por morte, aquele
por quem ele perde a vida (no caso da pessoa tê-lo em seu poder) pode demorar a tirá-la
e usá-la em serviço próprio, não o prejudicando por isso; pois, no momento em que
considerar que a provação de ser escravo excede o valor de sua vida, ao resistir à
vontade de seu amo, irá sentir-se atraído a ocasionar a si mesmo a morte que deseja."