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BENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA O TRABALHO: AUXILIO-DOENCA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Clarissa Albuquerque Costa! ilo 6 oferecer ao leitor um panorama geral erca da viséo doutrindria e principalmente jurisprudencial dos beneficios 2 cloenga e de aposentadoria por i 2. Ao longo do trabalho, serao abordadas questdes como a necessidade a necessidade de realizacao de pericia lista, a legaliclace da alta programada, dentre outras, }, até pouco tempo desconhecido pela maioria f, tem sido alvo de constante discussao na dou- 1, 0 conhecimento de tais discussdes e do- jurisprudenciais ¢ enriquecedor e ‘rea de atuacdo, Mesmo porque rudéncia é fonte indireta do Direito e se revela importante metodo expretacdo legal A fim de evitar repeticdes, e até mesmo para facilitar comparacoes, s 0s beneficios sero analisados conjuntamente, fazendo-se as quando for 0 caso. \warie rvequcryue Wate 2 - REQUISITOS Antes de an. risprudéncia, convém um breve esboco dos requisitos para a concessao auxflid-doenca e da aposentadoria por invalidez. ‘A aposentadoria por invalidez esta prevista no artigo 42 da 8.213/1991: “uma vez cumprida, quando for 0 caso, a caréncia exigida, ser la ao segurado que, estando ou nao em gozo de aux! ; lerado incapaz e insusceptivel de reabilitacdo para 0 exercicio de a ide que Ihe garanta a subsisténcia, e ser-Ihe-A paga enquanto perma: cer nesta condicao”. Por sua vez, 0 auxilio-doenca é disciplinado pelo artigo 59 da 8213/1991 e “sera devido ao segurado que, havendo cumprido, quando fot © cabo, 0 periodo de caréncia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias co secutivos”. Ambos os dispositivos legais revelam a necessidade ce cumpriment de caréncia, em alguns casos. Este ¢ portanto, 0 primeiro requisito cor A caréncia é um ntimero minimo de contribuighes necessario para que © segurado faca jus a determinado beneficio (da Lei de Beneficios, art. 24). dos de periodos de caréncia, e que podem ser defi tempo durante o qual os beneficiarios nao tém direito a determinadas pre tacdes, em razao de nao haver o segurado completado o ntimero minimo d contribuiges mensais exigido para esse fim’, Todavia, nao importa somente o numero de contribuigdes reco! mas sim um prazo minimo de filiagao ao sistema para fins de percepcao d beneficio previdenciérios, Essa observacio é importante porque o artigo da Lei 8212/1991 nao permite que o segurado antecipe o recolhimento d contribuigdes previdenciérias a fim de obter mais rapidamente o bene! almejado. Nos termos do artigo 25, 1, da Lei 8.213/1991, a caréncia para 0 auxilia -doenca é de doze contribuigdes mensais. | ilo previdenciério brasileiro, 10, ed. Rio de Jancird _ tribuicao previdencidri no dia 30 do més de janeiro, por exemplo, havera contril | competéncia de janeiro. Assim, se permanecer trabalhando até o primeiro "Parkinson; i) espondiloartrose anquilosante; avangado da doenca de Paget (osteite deforman deficiéncia Adquirida - All conclusao da medicina especializada; ou n) hepatopatia grave. 8213/1991 nao é taxat a doenca apresentar caracteristicas sem cionado dispositivo de 'e/eyIIOS POR INCAPRCIDADE PARA O TRABALHO; AUILIO.DOENCA €APOSENTADORIA Po MWVALIDE Para Carlos Alberto Pereira de Castro e Joao Batista Lazzari', 1 regra, contuido, a nosso ver, pode ser questionada em face da protecdo stitucional previsia ao segurado acometido de doenga, O lapso cle caréncia néo se justifica para essa espécie de beneficio, que incaraite o trabalhador temporaiamtente, porém, mutes vere por nga gone causando-the sérios problemas de sub ° E importante lembrar que um tinico dia de trabalho gera Dessa forma, se o segurado inicia stias, de dezembro desse mesmo ano, havera cumprido a caréncia de 12 con. igdes mensais", Conforme previsto nos artigos 42 e 59 da LB, nem todos os segura- __ dos precisam cumprir a caréncia para a concessao do beneficio. A carencia _ Poderd ser dispensadla se 0 segurado estiver acometiclo de alguma das do- encas previstas no artigo 151 da referida Lei. Sao elas: tuberculose cogueira; doenca de i) nefropatia grave; k) estado Sindrome da Imuno- }) contamtinacto por radiagao com base em hanseniase; ¢) alienagao mental; d) neoplasia malig isia irreversivel e incapacitante; g) cardiopatia grave; A jurisprudéncia tem afirmado que o rol do artigo 151 da Lei » sendo possivel a dispensa da caréncia quando hantes aquelas previstas no men: PREVIDENCIARIO. ARTIGO 151 DA LET DE BENEHCIOS, ROI DOENCAS, CARENCIA. BENEFICIOS POR INCAPACIDADE, > PE 1. O rol de doencas expresso no att. 151 da Lei de Beneficios nao 6 taxativo, CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. LAZZARI, Jolo Batista. Mamual de Dirito Previdencirio 12 ed, Florianopolis: Conexito Poi 2010-8 oh Nesse sentido: ROCHA, Daniel Machado da. BALTAZAR JUNIOR, Jose ‘ Jose Paulo Comentves i Li de Benefcos da Prevent Soi. 9. et Pris Alors Advogado, 2009, p. 275 pera Se J0.DOENGA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, ‘ 1 eneriios Hon WcAPACIOxO€ FARA O TRABALHO: Clarissa Albuquerque Costa 2. £ possivel que, analisadas as condicdes médicas da parte autora, 0 jul Furma Regional de Uniformizagao da 4* Regido e da 1° Tarma Recursal do reconheca similaridade entre as doengas e, assim, afaste a necessidad Parana: caréncia para obtencéo do beneficio por incapacidade. 68.2009,404.7050, Turma Regional de Uniformizacéo da 4° Regiao, Rel A x tegiao, PREVIDENCIARIO. ARTIGO 151 DA LEI DE BENEFICIOS. ROL DE Antonio Fernando Schenkel clo Amaral e Silva, DE. 10/06/2011) 4 DOENCAS. CARENCIA. BENEFICIOS POR INCAPACIDADE. Annan mrtmnio armaaci cysts aposerrrspowA 1.0 rl de downs expresso no a 15 Lice anism at INVALIDEZ, REQUISITOS PREENCHIDOS. ACRESCIMO DE 25%. 2. E possivel que, analisadas as condigées médicas da parte autora, 0 Juiz reconhega sit idade entre as doencas e, assim, afaste a necessidade de 8213/91, ARTS. 26 UL, 42,45 e 15 ; Io carn etetineichiin eee 1 crssnprmiesn denise des pest ramen pela D5. Recuso provide, 6007691-51.2012 arma Regional. de 4 ielatn por eiroutnanusla trevor ene Tiniormniaagae cn 4 Regine, Relator p/ Acido Gabriela Pietsch Serafin, {@cidente vascular cerebral) isquémico, o qual foi suficiente para deixé DE. 11/12/2012), dependente de terceiros para realizar suas atividades diarias. Ss eots dak nas) preieer etooceccaisacT? ISPENSA DE CARENCIA, ROL XE: - rend iin pied sae eareaie deo aba ICATIVO, DOENCA EQUIPARADA. 1. Ovrol do. artigo 151 da Lei rmensais para a concessto cle aposentadoria por invalidez, ressalv | RDTn/IDMI ao € taxativ, sendo posivel a dispensa da carénca quando a doenca aprese isticas semelhantes aquelas. pre dente de qualquer natureza ou causa @ rencionado dispositive de lei. Faz-senecessétio queea doenca.aser equ doeneapresional ou de tata, bem come n : Bernat Peas cnqucns carats eemelhontes juss di for acome Gocngas previstas no mencionade artigo, para que entdo possa ser consicierada graven bonto de ser quiparada a do artigo TSI e permite a dispensa da Errencia para a concessio dos beneficios de auxilio-doenga e aposentadoria por invalidez, 2.0 acidente vascular cerebral dispensa a caréncia quando as ‘ Eejuelas por ele deixadas podem ser equiparadas a paralisia ireversive, caso rol do art. 151 da Lei 1° 8.213/91, nso haven, portanto, que se falar em dos autos, (RCI 200770.56.001517-0, Primeira Turma Recursal do PR, Relatora descumprimento de caréncia. ‘Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, julgado em 04/12/2008). 4. Nao deve ser esnseradotaxativo 0 Tol de doenss doar, 151 da Ll 8.213/91, pois este dispositivo, em certos casos especificos, como o dos aut Da mesma forma, nos termos do artigo 26, Il, da Lei 8.213/1991, a deve comportar uma interpretacdo analogica, Precedente, ocorréncia de acidente de qualquer natureza dispensa o cumprimento da caréncia para a concessao de auxilio-doenca, sendo necesséria apenas a camprovacio da qualidade de segurado na data do evento e da existencia da stevia permanenede uta ps Se posta B ce incapacidade.. ——___—— ee tant ce akaecteoa duet O segundo requisito comum a concessao do autxilio-doenga e da apo- ia a decisdio monocratica que dew pr _ sentadoria por invalidez ¢ a incapacidade para 0 trabalho ou atividade ha- iz, TRF2 - Segunda Turma Especi 05/07/2011, p. 51-52). (Sem grifos no original ‘A Organizagio Mundial da Satide (OMS) define a incapaci sendlo “qualquer reduco ou falta (resultante de uma deficiéncia ou disfun- Gao) da capacidade para realizar uma atividade de uma maneira considera- da normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro considerado normal” ‘A meu ver, essa equiparacao somente se revela possfvel quando a do nga a ser equiparada apresente sintomas, sequelas ou caract nelhantes aqueles das doencas previstas no mencionado artigo, para que nto possa ser considerada grave a ponto de ser equiparada as do artigo = 51 a nermitir a dicnenca da earéncia, Nesse sentido, é a iurisnrudéncia da 3” HORVATHIUNIOR Miguel, Direito previdencfvia Sdo Paulo: Quartier Latin, 2008, p.163. Clarissa Albuaueraue Costa No escopo de Miguel Horvath Junior‘: tales por doenga ot cldente Nanvaliacto daincapseriad= Tabor € necessério ter sempre em mente que 0 ponto de referéncia e a base de comparacio devem ser as condigées daquele proprio examinado enquanta: trabalhava, e nunca as da média da coletividade operaria. i Ainda, Daniel Machado da Rocha, fazendo referéncia a ‘Almansa Pastor in Derecho de la Seguridad Social, p. 402, ex capacidade laboral pretende-se abranger o complexo de meios intelectuai: volitivos e fisicos, que permitem »,a eficiéncia fisi no desenvolvimento de alguma ai A depender do grau da incapacidade e do elemento temps neficio a ser devido sera 0 auxilio-doenca ou a aposentadoria por inval Para fins deste estudo, a incapacidade, no que diz respeito ao gra sera classificada sob trés aspectos: incapacicade tot e reducao da capacidade laborativa. ‘Aincapacidade laborativa tatal 6a inaptidao para 0 exercicio de toda e qualquer atividade laborativa. Por sua vez, quando o segurado apresenta-s® incapaz apenas para o exercicio de certas atividades laborativas, tem-se a incapacidade parcial. E, ainda, ha casos em que o segurado tem compro: tida a sua capacidade laborativa, embora nao esteja impedido de exerce- que se chama de reduc da capacidade laborativs de seja para qualquer atividade laborativa (ieapacidate total), mas tao so- mente para a atividade habitual do segurado (incapacidade parcial). O que incapaz para 0 exercicio de sua atividade: Incapacidade Laboral. In Direito Previdencidrio, Série Diveto em foco. Niteroi: Impetus, 2005, p. 37 8 Hadoutrinadores que classificam a incapacidade, quanto ao grau, em total e parcial. definem incapacidade parcial como sendo “aquela que prejudica o desenvolvimento dé algumas atividades laborativas habituais do segurado, mas nao de todas, sem risco d vvida do segurado ou agravamento maior”. Assim, p. ex: AMADO, Frederico. Dirito nnacesso mevidencitrio sistematizada 3, ed. Salvador: luspodivm, 2012. p. 550. q | apenasasi co grau de reducao e o entendimento adotado pelo magistrado, nao havendo Tegra especifica a respeito. BENEFICIOS POR INCAPACIBADE PARA 0 TRABALHO. AUH/IO-ODENGA E APOSENTADORA POR INVALIDEZ Ao contrario do que se exige para a concessao de auxilio-doenca, a aposentadoria por invalidez pressupde incapacidade para o exercicio de qualquer atividade que garanta a subsisténcia do segurado. Nao se exige incapacidade absoluta, ou seja, para os atos do cot dade para o exercicio de iano, mas sim incapaci- idade remunerada. Em outras palavras, [1 ndo € necessario que a incapacidade seja absoluta e complet © sistema normativo nao exige o estado vegeta! deferimento da prestacdo. A incapacidade 1 pois redugio, Nesses casos, o beneficio sera ou nao devido conforme Importante salientar que o artigo 89 da Lei 8213/1991 nao faz distin- cao entre os casos em que ha incapacidade plena para o exercicio da ativida- de habitual e aqueles em que ha reducao da capacidade laborativa. Assim, a jurisprudencia tem entendido que, diante da inexi cao legal, nao cabe ao julgador a interpretacao restritiva do dispositivo legal, devendo estar atento as diretrizes norteadoras da previdéncia social, que faz com que a cobertura em caso de doenca seja efetiva, protegendo o trabalha- dor nas situagdes em que a enfermidade da qual padece dificulte sua per- manéncia no emprego, oferecendo riscos a manutencao da sua subsistencia. Assim jé decidiram a Turma Nacional de Uniformizagao e a Turma Regional de Uniformizacao da 4* Regiao: INCIDENTE DE UNIFORMIZACAO. CONCESSAO DE AUXILIO-DOENCA, INCAPACIDADE PARCIAL. Linc: teem que se busca uniformizacdo de urisprudéncia paraconcessdo de auxilio-doenca, considerando-se a incapacidade parcial da parte autora para o desempenho das suas atividades habituais. 2. Na trilha dos precedentes do Eg. Superior Tribunal de Justica, “O artigo 59 da Lei n? 8213/91 nao especifica se a incapacidade deve ser total ou MARTINS, Larissa. Aposentadoria por invalidez: entre a doenga médica ea FOLMANN, Melissa; FERRADO social e a repercussio econdmica incapacidade social ~ posicao jurisprudencial. Suzani Andrade (Coords). Previdéncia: entre 0 di no século XXI. Curitiba: Jurud, 2008. p. 180 Clarissa Albuquerque Costa {BENEFICIOS POR INCAPACIOADE PARR 0 TRABALHO: AUILIO-DOENGA E APOSENTADORUA FOR INVALIDEZ partir dessas condigdes de transitoriedade, da ensejo ao auxilio-doenca e parcial para a concessao do auxilio-doenca, apenas diz ‘ficar incapacitada do aposentadoria por invalidez. assim, onde a lei nao distingue ndo cabe ao intézprete fazé-lo.” (STI/6* REsp. 200000814245, REsp. 272.270, Relator Min. Fernando Goncalves, Dj 17/09/2001, p. 202} 3, Incidente provido. (IUJEF 0000733-14.2008.404.7056, Turma Regional. d izagio da 4* Regiao, Relator Susana Sbrogio Galia, D.E. 26/05/2010) Havendo a possibilidade de controle da doenga recuperacao da ca~ pacidade laborativa, mesmo que, para 0 exercicio de outra atividade que "nao a habitual, deva ser concedido © auxilio-coenga, bem como procedi- “da a reabilitacao do segurado para que possa exercer ativicace compativel "com seu quadro de satide. Ou seja, ainda que se verifique a impossibilidade de cura e exercicio da atividade habitual, mas havendo possibilidade de " exercicio de outra atividade laborativa para a qual nao haja ineapacidade, 0 auxilio-doenca devera ser mantido até que ocorra a reabilitactio do segu- rado para o exercicio de outra atividade compativel com suas condigdes de " satide, ndo sendo devida a aposentadoria por invalidez. PREVIDENCIARIO - SEQUELA EM MEMBRO SUPERIOR DECORRED DE CIRURGIA PARA EXTRACAO DE TUMOR MALIGNO EM MAMA E ESVAZIAMENTO AXILAR - LIMITAGOES RELEVANTES DAS ATIVIDADES PROPRIAS DOS AUXILIARES DE ENFERMAGEM INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA CONSIATADA ~ PEDI « _ CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO PARA QUE A TURM: * RECURSAL DE ORIGEM PROCEDA A ADEQUACAO DO SEU ACORD: ‘A TESE JURIDICA REITERADA PELA TNU DA DISPENSA D INCAPACIDADE TOTAL PARA A CONCESSAQ DE AUXILIO-DOENCA CABIMENTO NOS CASOS DE INCAPACIDADE PARCIAL QUE ATINGEME DE FORMA SUBSTANCIAL AS ATIVIDADES HABITUAIS DA SEGURADS (PEDIDO 201070630013234, Juiz Federal Luiz Claudio Flores da Cu DOU 22/03/2013) Em sintese, a aposentadoria por invalidez sera concedida quando “constada a incapacidade total e permanente, enquanto 0 auxilio-doenca sera devido na ovorréncia de ineapacidade parcial e temporaria Na legislacdo atual, nao ha limite de prazo para a concessao do au _xilio-doenca: 0 beneficio sera mantido enquanto 0 segurado permanecer \capaz ¢ houver prognéstico de recuperacao de sua capacidade laborati- “va. Na redacao original da Lei 3.807/1960 (art. 24, § 3°), havia previsdo de _ que a percepcio do auxilio-doenga nao poderia ser superior a 24 meses, caso contrario, ocorreria a transformagao do beneficio em aposentadoria © auxilio-doenga pressupde que a incapacidade seja temporaria ‘por inwalicez. sera devido enquanto o segurado permanecer incapaz. Trata-se, portant q de beneficio devido aqueles segurados com quaciro clinico de earacterist reversivel, sendo um beneficio de curta duracao ¢ renovavel. Em contra to, a aposentadoria por invalidez ¢ concedida aquele que se encontra em si tuacdo de incapacidade laboral permanente, sem possibilidade de reversag de seu quadro patologico e do retorno ao mercado de trabalho. Nas palavras de Marcus Orione Goncalves Correia e Erica Paula Ba cha Correia’, a incapacidade para fins de concessao de aposentadoria p invalidez Sob a otica temporal, ou seja, quanto a duracao, a incapacidade pi ser temporaria, assim compreendida aquela passivel de cura, ou permat te, ou seja, com prognéstico negativo quanto & cura ou a reabilitacao. _ 3 - DOENGA E INCAPACIDADE PREEXISTENTES A Lei de Beneficios impede que o segurado ingresse no sistema pre- videnciario ja portador da moléstia incapacitante para fins de recebimento “do auxilio-doenca e da aposentadoria por invalidez (art. 42, § 25 e art. 59). Importante diferenciar, aqui, a doenga da incapacidade, ja que nem \da doenga resulta numa incapacidade laborativa. O segurado pode in- essa no sistema jé portador da moléstia, desde que, quando do seu in gresso, nao apresente incapacidade laborativa. Assim, por exemplo, so co- uns 0s casos de segurados portadores de sequelas de paralisia infantil gue ingressam no regime geral de previcléncia social e que permanecem desenvolvendo normalmente suas atividactes laborais até que, com o passar do tempo, tais sequelas agravam seu quadro de saiide e causam incapaci- ade laborativa, A esses segurados, é garantida a cobertura previdenciaria, tendo em vista que sua incapacidade decorre do agravamento ou progres- Sio de sua lesdo. [J nao 6 transit6ria, decorrente de problema de satide, mas se apresent pelo menos em uma andlise inicial, invidvel de se fazer reversivel = Incapacitacao proviséria, por problema de satide, atestavel jé de inicio: 10. CORREIA, Marcus Orione Gongalves; CORREIA, Erica Paula Barcha, Curso de dveitod Clarissa Albuauerque Costa No escélio de José Antonio Savaris, “nada impede que o segurado gresse no RGPS jé portador de alguma doenga ow lesao e venha a reque beneficio por incapacidade em virtude desse mesmo problema, mas desde que tenha ocorrido progressfio ou agravamento da doenca ou da lesdio” ty F tranguilo, na jurisprudéncia, que nao fard jus ao auxilio-doenca ¢ segurado que se filiar a0 RGPS ja portador da moléstia incapacitante, sal se a incapacidade resultar do agravamento ou da progressao da lesdio: © PREVIDENCTARIO. AGRAVAMENTO DA DOENCA. DIREITO AO BEI FICIO POR INCAPACIDADE. PRECEDENTES DA TRU E TNU. RECUI PROVIDO. a 1. “A preexisténcia da enfermidade a filiagdo ao RGPS nao imped * concessao da aposentadoria por invalidez, caso incapacidade decorrent ‘agravamento da doenca ‘Turma Regional de Uniformizacao da #* Regio, DF. 19/10/2007). 2. que pré-existente a doenga, a incapacidade pode sobrevir por motivo d progressdo ou agravamento da mesma.” (PEDILEF 200232007004372 D a Decisio 02/09/2002 Fonte DJAM 12/09/2002). JUJEF 0002255-85:2008 404.7053, Tarma Regional de Regiao, Relator Antonio Fernanclo Schenkel do Amaral e Silva, Dj 25/05/2011). Da mesma forma, deve-se ter em mente que, quando ha a perda qualidade de segurado, o auxilio-doenca e a aposentadoria por inv somente sero devidos se a incapacidade surgir apés a recuperagao de: qualidade, ou seja, apos 0 retorno ao RGPS eo recolhimento da quarta tribuicdo, conformea regra do artigo 24, parégralo tinico, da Lei 8.213/1 A questio esté pacificada no ambito da jurisprudencia: PEDIDO DE UNIFORMIZACAO, DIREITO PREVIDENCIARIO. AUNILI DOENCA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REINGRESSO RGPS, INCAPACIDADE PRE-EXISTENTE. IMPOSSIBILIDADE DE CO rio. 3. ed. Curitiba: Jurus, TL SAVARIS, José Antonio. Direito processus! previ 469-470. 12. Assit jase manifestou o Tribunal Regional Federal da 1" Regio: “ndo obstante consti ‘no laudo pericial que a enfermidade que acomete o autor teve inicio na infancia, hou’ uma vez que 0 autor conseguia exercer suas atividades to este homologado pelo INS e, posteriormente, conforme at lornou-se incapaz. para o labor rural.” (Art. 59, pardgrafo Gnico, 9 laudo pericial Lei 8213/91). AC 2009019905640, Des. Federal Monica Sifuentes, TRF - Segui “Tiema ePIFI Pata 11/05/9012. 0, 998, | 2009,33.00.705098- alegava contrariedade com a decisio da 3* Turma Recursal de Sao Paulo, BBENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA O TRABALHO, ALMIIO.OOENGA & APOSENTADORIA POR INVADE CESSAO DO BENEFICIO. JURISPRUDENCIA DESTA TNU, QUESTAO DE ORDEM N° 13, NAO CONHECIMENTO. PS nao gera jez, quando Situagao diversa ocorre quando a incapacidade decorre do agravamento de moléstia preexistente, o que nao € 0 caso dos autos. fo de Uniformizacao, quando a jurisprudéncia da Turma Nacional de Uniformizacio de Jurisprudencia dos Juizados Especiais Federais se firmou ‘no mesmo senticlo do acérdao recorrido”. 3-Incidente deuniformizagaonaoconhecido.(TNU,Pedido 2008705104027, Juiz Federal Alcides Saldanha, DOU 22/07/2011), ‘Tal entendimento foi reiterado no Pedido de Uniformizagéo n° Igado pela TNU em 29/03/2012, no qual o requerente que faria, segundo ele, distingao entre as hipéteses de primeira filiacdo e de reingresso na Previdéncia Social, concluindo que, quando a incapacidade liagao, 6 possivel a nhecido pela TNU, por aplicacao da questao de ordem n? 13 que prevé que “nao cabe pedido de uniformizacéo quando a jurisprudéncia da ‘Turma Nacional se firmou no mesmo sentido do acordao recorrido mente, a questio foi objeto de Simula pela TNU: jo-doenga ou a aposentadoria por invalidez quando a incapa- cidade para o trabalho ¢ preexistente ao reingresso do segurado no Regime Geral de Previdéncia Social” (Sdmula 53, DOU 07/05/2012), estando atual- _ mente encerrada a questo. 4- EXERCICIO DE MAIS DE UMA ATIVIDADE LABORATIVA Se o segurado exercer mais de uma atividade e ficar incapacitado para o exercicio de apenas uma delas, fara jus ao auxilio-doenca em relagio Aatividade para a qual estiver incapa 3.048/1998), Nesse caso, para fins de caréncia, sero computadas somente 8 contribuigdes referentes a atividade para o qual o segurado esta incapaz {art, 73, § 1°, do Decreto 3.048/1999). ado (regra do art. 71, § 1%, do Decreto Seo segurado que exercer mais de uma atividade ficar definitivamen- te inrana7 nara n evarririn da ananas ima delae nin card case de cances- Clarissa Albuquerque Costa so de aposentadoria por invalidez, devendo ser mantido o auxilio-doer 6 indefinidamente (art. 74 do Decreto 3048/1999). i ‘Assim esta previsto na Instrucao Normativa do INSS 1? 45/2010: ‘Art, 202. A concessio de aposentadoria por da transformacao de auxtlio-doenca concedido a segurado com ma de, esté condicionada ao afastamento por incapacidade de aces, devendo a DIB ser fixada levando em consideracao a dat ‘ltimo afastamento. i 5 - EXERCICIO DE ATIVIDADE LABORATIVA DURANTE PERIODO! DE INCAPACIDADE Em alguns casos, 0 segurado que tem seu beneficio negado admin trativamente volta a exercer atividade laborativa, mesmo incapaz, por se inica maneira de conseguir manter sua subsistencia. Surgem, entio, duas questdes a serem enfrentadas pelo judicidtiog comprovacio da incapacidade e 0 termo inicial da concessao do benefi Quanto a comprovacae da incapacidade, a jurisprudéncia é tranqul no sentido de que o fato de 0 autor ter desenvolvido quando o beneficio de auxilio-doenca Ihe foi negado pelo INSS, nao ¢ p de capacidade laboral, mas um indicativo no sentido de que nao Ihe reste outra opcdo para a sua sobrevivéncia e de sua familia. Sobre o tema, desta julgado proferido pela 1° Turma Recursal do Parana: de PREVIDENCIARIO, AUX{LIO-DOENGA, INCAPACIDADE. SEGURs QUE PERMANECE DESENVOLVENDO ATIVIDADES LABORATIV! DATA DE INICIO DO PAGAMENTO. LEI 11960/2009 ; 1. 0 fato de o segurado estar trabalhando nao signi incapacitado no sentido previdencidrio. Uma de exercer uma atividade profissional, o que exige uma 3; outra, bastante a, € a incapacidade previdenciai Jonge esta de se exigit um: lidade de desempenho de dada atividade remunerada, j 2. Se 6 certo que o exercicio de atividade remunerada nao ¢ sindnimo, capacidade laboral, por outro lado, tratando-se de doenga de carster cron ¢ degenerative e permanecendo 0 autor desenvolvendo suas atividad Taborativas, nao hd como se presumir que 0 autor estava incapaz na dat de entrada do requerimento administrativo, Ao contrério, a presuncad de que seu quadro de saiide tena piorado gradativamente até a realiza bal IBENEFICIDS FOR INCAPACIOADE PAPA. TRABALHO. AUYILIO-DOENGA E APOSENTADORIA POR IN “frabalhando e, conseq: gue, mesmo considera sto de auxi neficio nesse perfodo. Nos autos 200872.52.004136-1 o relator Antonio Fernando Schenkel do Amaral e Sil 3, Se a pericia realizada nao da conta do efetivo impedimento ao exercicio de laborativa na data de entrada do requerimento administrativo, como ‘ocorfett nos presentes autos, nao ha como se reconhecer a existéncia de incapacidacie desde enti. 4, Nos casos em que a incapacidade tenha sido reconhecida sopesando-se as informacbes contidas no jauclo e nos demais elementos constantes dos autos ‘data de inicio do beneficio deve ser fixada na data do laudo pericial 5, Uma vez que o segurado fazia jus ao beneficio por incapacidade, de acordo com © que aponta 0 conjunto probatorio, a ci ‘obrigado a encontrar recursos materiais necessarios a sua subsisténcia e a de sua familia nao pode implicar a exoneracao da entidade previclen do dever de conceder o beneficio, com efeitos préprios, a quem realmente facia jus. (RCI 2008.70.58.001271-3, Primeira Turma Recursal do PR, Relator José Antonio Savaris, julgado em 19/08/2010, sem grifos no original). ‘Jem relacdo aos efeitos financeiros do benefi moda possibilidade de recebé-lo nos meses em que o trabalhador ci temente, recebendo seus salarios integralmente. Parte da jurisprudéncia ~ que tem se mostrado minor que, como 0 auxilio-doenga ¢ um beneficio que tem por caracteristi ‘bstituicdo da remuneracao do trabalhador, se ele recebeu seus salarios egralmente, ndo faz jus ao recebimento retroativo do beneficio nesses sos. Nessa linha, 0 julgado da 1° TR ponderando que [.] a data de inicio do pagamento, em casos como o presente, deve set posterior ao encerramento do exercicio da atividade remunerada. Ou, ainda, nna hipotese da exercicio de atividade remunerada ocorrer no decorrer do processo aciministrativo ou judicial, ¢ possivel a fixagao da DIB em momento anterior ao inicio do exercicio desta atividade, mas nos meses em que 0 segurado exerceu alividade remuneracla o ben a icio de auxilio-doenca nao deve ser pago. (RCI 200870.50.002917-0, Primeira Turma Recursal do PR, Relatora Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, julgado em 14/05/2008), ‘Analisando a questo, a, TNU firmou o entendimento de que o segurado incapaz em termos previdenciarios, retorna ao tra- lho para manter seu sustento enquanto aguarda a definigao sabre a conces- doenca, ndo deve ser penalizado com 0 nao recebimento do be- iigados em 18/03/2011, ponderou que trabalho remunerado em periodo em que atestada incapacidade nao prossintieantidaa fisira.nrincinalmente auandoolaudo nericial écatezsrico Clarissa Abuqueraue Costa em afirmar a data de inicio da incapacidade, ainda mais considerando a necessidade de manutencao do proprio sustento pela parte-autora, enquanto, aguarda a definicio acerca do beneficio pleiteado. i Participando das discuss6es, acrescentou o juiz federal José Antoni Savaris que é descabida a preocupacao de alguns magistrados com relaca ‘uma suposta acumulacao indevida entre a remuneracao do trabalhador’ 9s valores que recebera a titulo de auxilio-doenca. Segundo ele, [.essas remuneragées derivam de fatos geraclores distintos, © trabalhador tem direito de receber a remuneracdo pelo trabalho e a empresa tem dever de remuneré-lo, [...] e tem o direito de receber 0s valores referents 20 auxilio-doenga por estarem preenchiclos todos os requisitos legais que * condicionam a concessao desse beneficio, e corresponde a dever juridico moral do INSS pagar as diferencas. Recentemente, a questao foi objeto de Samula pela TNU: “E possi © recebimento de beneficio por incapacidade durante perfodo em que hous ve exercicio de atividade remunerada quando comprovado que segurad estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou, (Gamula 72, DOU 13/03/2012). , Na mesma linha, hé recente julgado da TRU/4: “O simples fato de 9 segurado exercer atividade remunerada em periodo concomitante aquele fem que 0 perito judicial afirmou a existéncia de incapacidade nao ¢ Gbis ce para a percepcao de beneficio por incapacidade, desde que preen ‘05 requisitos legais.” (IUJEF 0008938-83.2009404.7254, Turma Regional de Uniformizacao da 4° Regido, Relator Ana Cristina Monteiro de Andrade Silva, DE. 11/04/2012). No ambito do Tribunal Regional Federal da 4° Regido, ha aparente divergéncia de posicionamento. A 6" Turma entende que o beneficio é de vido sem o desconto do periodo em que houve exercicio de atividade re munerada (APELREEX, Processo: 2009.72.99.002151-6/SC, Data da Decisao 10/12/2009, Sexta Turma, D.E. 15/01/2010, Relator Des. Fed. Joao Batista Pi to Silveira). Jaa 5* Turma vinha entendendo que: inicio do beneficio do auxilio-doenca deve remontar a data em que segurada deixou efetivamente de trabalhat, apesar de ja estar incapacit para o trabalho, e nao desde a data em que requerido o beneficio na vi administrativa, pois permaneceu recebendo as devidas remuneracdes ia do seu afastamento. (TRF4, APELREEX 0001449-68,2010404.9999, Quint: Teeme Palsine Rémaita Pizzalatti. TR. 10/02/2010. " caco do preenchimento para a concessao do benefi B_penerict0s POR INCAPACIOADE PARA O TRABALHO: AUKLIO-DOENGA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ‘Todavia, recentemente, a 5° Turma parece ter alterado sea posiciona- ‘mento e entendeu que: O fato de a parte autora ter exercido atividade remunerada em principio, indo a Autarquia para buscar uma fonte de renda, ainda que precar de sobrevivencia, Soba ética da efetiva prestacao, nao houve sim de exercicio de atividade profissional com 0 gozo de benefi incapacicade, mas sim a necessidade fética do vinculo tra qual provinha o sustento proprio e familiar no lapso temporal em que & demandante buscava o amparo decorrente da incapacidade laboral jé cristalizada, (TRF4, AC 0009888-34.2011.404.9999, Quinta Turma, Relator Sérgio Renato Tejada Garcia, DE, 29/03/2012), faneidade por _ 6- ANALISE DAS CONDICOES PESSOAIS Questdo de grande relevancia na concessao da aposentadoria por in- validez é a andlise das condigdes pessoais do segurado para fins de verifi- " cia, sendo possivel encontrar diversos acordos da Turma Nacional de Uni- formizacao e da Turma Regional de Uniformizacao da 4° Regio anulando decisdes de instancias inferiores que deixaram de realizar essa anilise. Conforme ensina Frederico Amado! Em regra, para a concessio desse beneficio, seré imprescindivel que © segurado esteja incapacitado de maneira total e permanente para 0 exercicio do trabalho, bem como nao haja possibilidade plausivel de ser reabilitado para outra atividade laborativa, compativel com as suas restrig6es fisi psiquicas decorrente do acidente ou enfermidade. ce casuistica, Além das condigbes clinicas do segurado, sera preciso analisar a sua idade e condigdes sociais, ‘pois emalgunscasos a baixa escolaridadeea idade avangada tornam invidvel a reabilitacao profissional, senco necessario de conceder a aposentadoria 13 AMADO, Frederico. Direito ¢ Processo Previdencidrio Sistematizado. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2012. p. 503. Clarissa Albuquerque Costa Ainda, ensina Daniel Pulino’ que: A aferigao da invalidez nao se resume, portanto, numa comprovag cordem exclusivamente médica - embora seja uma condicao necess para a edicao do ato de concessao do beneficio compreendendo um completo, em que se deve avaliar a concreta possibilidade de o seg retirar do proprio trabalho renda suficiente para manter sua subsi em patamares, send iguais, ao menos compativeis com aquele ‘apacitagao e, que foram objetivamente levad aco das suas contri ha de pensamento, a jurisprudéncia tem enten: idade, grau de instruedo, nivel cultur que melhor atenda as necessidades do segurado. A questaio que se coloca ¢ em quais situagdes deverd analisar as condigées pessoais do segurado, sob pena de ser ant adecisao. 14 PULINO, Daniel, A aposentadoria por invalider no direito positivo brasileiro. R Dige. Jur. Campo Mourio, n1, v3, p. 143-185, jan /jul. 2007, p. 182 ‘TNL tem reiteradamente reconhecido que a incapacidade para o desemp atividade profissional deve ser avaliada sob os pontos de vista médico e social sna Beatriz Vieira da Luz Palumbo, DE. O1/09/200%) ‘Nomesmo sentido: IDJEF 2008,72.52.00166%0,Tarma Regional de encricios Pon INCKPACIDADE PARA O TRABALHO. AUNILIO-OOENGA E APOSENTADORIA POR IWALIDEZ A Turma Nacional de Uniformizagéo sumulow a materia nos seguin- termos: “Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, 0 iz deve analisar as condigées pessoais e sociais do segurado para a con- ssio de aposentadoria por invalidez” (Sdmula 47). Sob esse fundamento, € devida a concessao de aposentadoria por in- idez mesmo diante de para o exercicio da aca. Nessa linha é a jurisprudéncia do ST], que entende que “em face das jacdes impostas pela avancada idade, bem como pelo baixo grau de colaridade, seria utopia defender a insercdo do segurado no concor! jercado de trabalho, para it a concesséo de aposentadoria por inv gado em 01/10/2009, DJe 09/11/2009). Nao ha diividas, portanto, que, uma vez reconhecida a incapacida- “Ge parcial - 0 que a principio daria ao segurado o direito a concessio de iz analisar as condigdes pessoais do segurado a ‘A divergéncia se opera quando a incapacidade, além de parcial, se revela temporaria, ou seja, quando o perito atesta que ha possibilidade de “cura e retorno a atividade laborativa habitualmente exercida pelo segurado, ide de reabilitacao para o exercicio de outra atividade. Nese caso, seria nula a decisao que deixou de an: condigdes pessoais? ‘A Turma Nacional de Uniformizacdo, em sua atual composicao, vi- icdes pessoais do segurado, independentemente do tipo de i encontrada: INCIDENTE DE UNIFORMIZACAO. PREVIDENCIARIO. APOSENTA- DORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARCIAL OU TEMPORARIA. CONSIDERAGAO DE CIRCUNSTANCIAS SOCIOECONOMICAS. POS- SIBILIDADE. SUMULA 47/TNU. INCIDENTE CONHECIDO E PARCIAL- MENTE PROVIDO. 1. Pedido de concessdo de auxilio-doenca econversao em. aposentadoria por invalidez. 2. Sentenca de parcial procedéncia do pedido, 16 Precedentes: PEDILEF n° 0023201-16.20094.01.3600 (j, em 29/02/2012), PEDILEF 1° 2000771 95 027855~4 (ier 24/11/2011), PEDILEF n° 2006.63,02.012989-7 (jem 24/11/2011), Clarissa Albuquerque Costa 9.099/95. 4. In« pela parte autora, com fundamento no art. 14, § 2, da Lei n° 10.259/ 5, Alegagao de que o acérdao ¢ divergente da jurisprudéncia domin« ipetior Tribunal de Justica e de precedente desta Turma Nacional d rmizagao, segundo os quais, para fim de concessao de aposent por invalidez, podem ser levados em conta aspectos socioecondmicos segurade. 6, Inadmissio do incidente pela Presidéncia da Turma Rect de origem, pois seu seguimento importaria em reexame de matéria de 7, Com a devida vénia, entendo que o incidente deve ser conhecido. mérito, a questao controver da nesta Turma Nacional, s objeto da Samula 47: “Uma vez reconhecida a incapacidade parcial par trabalho, o juiz. deve analisar as condigies pessoais e sociais do segu para a concessio de aposentadoria por 5 reafirmar o entendimento da Turma Nacional de Uniformizagao de reconhecida a incapacidade parcial do segurado, devem ser analisad ‘as condigdes socioecondémicas do mesmo para fim de concessao 4 aposentadoria por invalidez. 9, Considerandlo ser necessiria a anélise prova, cujo conhecimento é vedado a esta TNU por forca de sua Simul termino o retorno dos autos & Turma Recursal de origem para adequag do julgado. 10. Incidente de uni ao de jurisprudéncia conhs ¢ parcialmente provido, nos termos acima. (Pedido 201071670009128, Federal Adel Américo de Oliveira, DJ 26/10/2012). INDICAGAO DE CIRURGIA DA COLUNA. INCAPACIDADE DEFINI COMPROVADA. MARCO INICIAL. TUTELA ESPECIFICA, L Ainda que a pericia médica judicial tenha atestado a temporaria e uniprofissional do segurado, condigdes pessoais e pela indicacdo cirtrgica para melhora do quadro, © mesmo esté total e permanentemente incapacitado para o exercicio, walidez em seu favor, desde o cancelamento do aux recebido administrativamente. tou demonstrado, pelas st atividades laborativas, devendo ser concediddo 0 beneficio da aposentada ] (TRE4, AC 0009979-90,2012.404.9999, Quinta Turma, Relator Roget [BENEFICIOS POR INCAPACIOADE PARA O TRABALHO, AURILIO-DOENGA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ_ PREVIDENCIARIO. AUXILIO-DOENGA. INCAPACIDADE LABORATIVA. TEMPORARIA. RESTABELECIMENTO. APOSENTADORIA POR INVALI- DEZ. DESCABIMENTO. REVISAO DA RMI. ART. 29, [I DA LEI8.213/51. fado para © trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias fo-se, em alguns casos, cumprimento de perfodo de sntadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for 0 caso, acaréncia exigida, deve ser concedida ao segurado que for considerado garanta a subsistén Lei 8.213, de 24 de julho de 1991) 2. Tendo sido categérico o perito em afirmar que a ineapacidade do autor 6 temporaria, a concessdo de aposentad preponderancia de suas condicdes pesso: ser in6cua a perspectiva de tratamento, 3. Contando 9 segurado apenas 35 anos, mostra-se plenamente cabivel sujeitar-seao tratamento adequado, afigurando-se prematura a aposentacio. 4. [J (TRF4, APELREEX 5020470418.2010.404.7000, Sexta ‘Na sesso realizada em 17 de abril de 2013, a Tarma Nacional de Uni- formizacao sinalizou uma possivel mudanca de entendimento, conforme tendeu a maioria do Colegiado. Nos autos 0006553-06.20074.03.6303, 0 3 “quando o juiz juando negada a incapacidade ‘o exame das condigdes pessoais, f que o mesmo nao pode, por si s6, afastar a conclusao sobre a apticao la- val caleada na valoracao de prova pericial”. Concluiu o magistrado, entdo, ‘a andilise das condigdes pessoais e sociais do segurado s6 é para o trabalho”. Na mesma linha do entendimento supramencionado, a ‘Turma Regio- de Uniformizacao da 4° Regio, em recente julgado, entendeu que: “A ie das condigées pessoais, uma vez constatada a nio se faz necesséria, de maneira que nao ha nulidade no acérdao Tecorrido que nao as analisou. Tal andlise, via de regra, somente se justifica (9001108-38,2012.404.7104, Turma Regional de Uniformizacao da 4" Regio, Relator p/ Acérddo Marcelo Ma- Clarissa Albuquerque Costa No incidente supramencionado, o relator, | consignou que, Para melhor compreensao da diver por “andlise das condigoes pessoai 1c vive o segurado, seu grau de escolaridade, sua experiéncia profiss anterior, sua idade ¢ demais condicdes inerentes pessoa do segui Diferencia-se da andlise do quadro clinico, pura e simples (quando isa t3o somente 0 estado médico em que se encontra o segurado), essoais do segurado se justifica quando ha incapacidade parcial - assim compreendi incapacidade apenas para a atividade habitual do segurado ~ ¢ permanen ‘ou seja, sem possibilidade de recuperacio da capacidade laborativa habi * Ou, em casos extremos, quando 0 laudo atesta a ex de : exercicio da atividade habitual (mas nao completo impedimento), anal real por esta TRU nos autos 50026 Leonardo Castanho Mendes, DE. 07/12/2012) ‘0 magistrado a analisar as condicOes pess 10 porque, ao analisar as condigdes pessoais do segurado, o ma ir que o segurado definitivamente ineapaz para 0 exe ide profissional por nao haver perspectiva médica de ct jo tera condigées de ser reabilitado para o exercicio de out ividade compativel com seu quadro de satide, em razao de sua avancada, baixa escolaridade, ou até mesmo do contexto social em que Neste caso, a incapacidade parcial sob 0 ponto de vista médico pode! revelar total sob o ponto de vista juridico, Ou que apesar de o laudo aponta apenas algumas limitagdes/restricdes ao exercicio da atividade habitual condigdes pessoais em sentido amplo (ou de trabalho) levam a conclusal que tal limitacao implica incapacidade para 0 exercicio da ativide habitualmente exercida, Todavia, a anélise das candigbes pessoais nao levari o a conclusio médica no sentido de haver real possil recuperacio de sua capacidade Iaborativa plena ~ e, portanto, de reto do segurado ao exercicio de sua atividade habitual. Em outras palavras, & anélise nao tem o condao de demonstrar que o segurado totalmente cap de acordo com a pericia médica, seria, na verdade incapaz. Tampouco transformar a incapacidade temporaria em definitiva. Pode até ser que com base em seu convencimento pessoal o juiz afast concluso médica quanto a temporariedade ou inexisténcia da incapacidad ja que nos termos do artigo 436 do CPC, o juz no esta adstrito ao ta nericial. vodendo formar a sua conviceto com outros elementos ou fatos proved BBlbenerlci0s Por IncAPACIOADE PRA O TRABALHO: AUNILIO-DOENGA E AFOSENTADORIA POR NVALIDEZ nos autos”, Mas isso independe da anélise das condigoes pessoais, pois ¢ questao que esta atrelada ao exame do conjunto probatério como um todo, em especial os elementos relacionados ao estado de satide do segurado (¢ nao a sua condicéo pessoal). Fatores como escolaridade e 0 contexto so fem que vive o seguradio nao influenciarao no juizo de convencimento acerca da possibilidade de cura e de retorno ao exercicio & atividade habitual ‘Assim, a recuperacao da capacidade laborativa plena nao tem relacdo com as condicdes pessoais do segurado. Por esta razao, em suma, a anélise das condicbes pessoais, via de regra, somente se justifica nos casos de incapacidade parcial e defi constatacao de apenas limitacbes ao exercicio da atividade habitual. Nao ha nulidade no acérdao que, constatando a auséncia de incapacidade ou a sua temporariedade, deixa de analisar as condigdes pessoais. Com base no julgado acima, extrai-se também a conclusio de que, stada a auséncia de incapacidade laborativa, a andlise das condigoes ssoais se revela despropositada, uma vez que nao transformara um se- gurado capaz. em incapaz. Em sintese, segundo 0 e1 mento da Turma gional de Uniformizacao, apenas ha proveito na anélise das condigoes pessoais quando constada algum tipo de incapacidade (ou de reducao da sacidlade laborativa) sob 0 ponto de vista médico, 0 que, aliado a fatores mo escolaridade, grau de instrucao e experiéncia profissional anterior, poder levar a conclusao acerca do completo impedimento ao exe ividades laborativas. Se temporai prognéstico de recuperacdo, essa andlise se faz desnecessaria, tendo em vis- ‘ta que, passado o periodo de convalescenca, o segurado retornara ao status io de a incapacidade, pois constado 0 real ,,tetomando normalmente o exercicio de sua atividade laborativa. Ao que parece, a melhor solugao é a combinagao de ambos os enten- dimentos jurisprudenciais: tanto aquele que entende que a incapacidade ’o pode ser analisada apenas sob o ponto de vista médico", quanto o que “Esta TNU tem reiteradamente reconhecido que a incapacidade para o desempenho Ade uma atividade profissional deve sr avaliada sob os pontos de vista médico e sora, mediante anlse das condicbes socioecondnicas do segurado 2 [..]3. Aandlise da jncapacidade para o trabalho deve levar em conta no apenas a limitagio de sade dia pessoa, mas igualmente a limitagao imposta pela sua historia de vida e pelo set tuniverso socal 4. A baixa qualificasao ea reduzia aptidao para atividades estranhas as credenciais apresentadas pelo trabalhtador implicam auséncia ce condicoes para 6 desempenho de qualquer trabalho decente. 5.1" (Pedide 200636009082135, Juiz Federal José Antonio Sovaris, DE 01/08/2010) PREVIDENCIARIO, APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. INCAPACIDADEPARCIAL E DEFINITIVA. CONDIQOES PESSOAIS. 1, A despeito do disposto no parégrafo T do artigo 43 da Lei 213/199, mas a partie ma intenpretacosistomatica da leislagh, ‘onclu-e que a ineapacdade para o trabalho mio pode ser avaliada tao somente do Albvaverque Costa orienta que a anélise das condigbes pessoais nao se mostra relevante se hha incapacidade laborativa ou se tal incapacidade € temporaria De fato, a conclusao pela “capacidade” ou “incapacidads nao é matemética, objetiva, e tampouco pode ser extraid ras descritas pelo perito judicial. Cabe ao julgador, analisando o pi resco como um todo (em especial os elementos faticos apurados no tram {do proceso), concluir se o segurado esta capaz ou incapaz. Para isso, 0 dera adotar a conclusao da pericia sobre a capacidade ou incapacidade, ot ‘com base justamente nesses elementos faticos que apurou. Bs fem relagdio com a conclusao sobre o real quadro de s: do segurado. £ incapacidade sob o ponto de vista médico, e nao juridicgs >, Prosseguindo, esse juizo acerca das condicdes médicas do segul considerando 0 conjunto probatorio como um todo pode ser intrinseco, havendo necessidade de 0 juiz mencionar cada fato ou prova contidon autos para justificar o porgué de ter se convencido na mesma linha do so implica aceitar que nao é nula a decisao que adota aco sao pericial pela capacidade ou pela incapacidade temporaria sem at expressa das condigBes pessoais, porque ainda se esté no plano da ail médica do segurado, Deve-se ter em mente que a arrlise médica pel com base em diversos elementos e no somente na peri ia A conclusao pericial, com base no art do CPC (0 juiz no est adstrito ao laudo peric com outros elementos ou fatos provados nos aiitos"). \davia, a andlise médica nao se mostra suficiente em determi casos, para fins de enquadramento do segurado nos requisitos legais ¢ dos para a concessao do auxilio-doenca e da aposentadoria por inva 4o prevé todas as situacdes, caberd ao juiz conciliar sua sao médica aos Tequisitos impostes pela lei para a concessao dos benef por incapacidade, Nessa fase do raciocinio (verificacdo do preenchin Flos requisits legnis) € que a andlise das condigdes pessoais ganha reley fia, pois podera levar a conclusao de que estao preenchidos os requis para a concessao do beneficio por incapacidade. i et ‘onto de vista médico, 2. A mera existéncia de incapacidade parcial no pencessao de aposentadoria por invalidez quando os fatores pessoais demonst (Que, na prdtica, nlo é possivel a reinsercio do segurado no mercado de Ci (EF 20077081.003521-5, Turma Regional de Uniformizagao da 4° Regio ‘Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, D.E. 01/09/2009) ‘No mesmo sentido: IUJEF 2008,72.52.001668-0, Tarma Regional de Unit J nencricios poR INcAPACIDADE PARA O TRABALHO UNiLO-DOENGA E APOSENTADORIA POR INVALIOEZ joenca ou aposentadoria por invalidez dependera de analise de situagBes ultrapassam a questaio médica, pois tal verificacdo somente sera possi- al ise do conjunto pro- i aces todo e nao somente com base na pericia. Se concluiu bak cidade laborativa, proveito algum resultaré na anulagdo da decisao lterard a conclusao judicial acerca da inexisténcia de Infelizmente, a “falha” nao esté na andlise dos requisitos legais, e sim 4 do quadro clinico do segurado. Pouco se utiliza a regra do artigo 463 do ‘aque se vt na pti das prfcia realizadas tanto pelo INSS quanto izo € a tendencia de se cdesprezar as condigdes sociais, culturais e eco- icas em que vive o segurado, ignorando a sua historia, seus medos e a flog eacin jficar o segurado em conceitos estanques de “incapacida- pacidade’. O ju conviceao com base nessa a Pee sem se atentar para os demais elementos que cercam a sua Nao se ests a afirmar que operto tem o dever de conviccio da inca dade on eanaciade lahorativa soho panto de ‘panel aneé ENEFICI0S POR INCAPACIDADE PARA O TRABALHO: ALMILIO-DOENCA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ‘tarissa Abuaveraue Costa afeto ao juiz. Muito menos que cabe a este ignorar os fundamentos médi Isao comuns os pedidos ju imuitas vezes objetivos) pelos quais 0 perito embasou sua conclusdo pat de concessao de beneficio por incapacida- de a segurado portador do virus HIV, sob a alegago de que o simples fato | de ser portador da moléstia jé ¢ suficiente para a concessio do beneficio “em razao das dificuldades encontradas pelo segurado para encontrar e se " manter no emprego. capacidade ou incapacidade do segurado. O que se propde & a solugao mediana. Ao perito também deve aplicado 0 principio da motivacao, pos dtividas, impressdes e relatos do paciente e, itando que sejam consigi mais ainda, suas incertes presses do perito formari ‘A Turma Regional de Uniformizacao da 4° Regio nao tem concedi- do 0 beneficio pelo simples fato de o segurado ser portador da moléstia, "a exemplo do julgado no IUJEF 2007.72.95.009113-4, Relatora Luisa Hickel "Gamba, DE, 08/05/2009 (TRU). Assim também &0 posicionamento do Tic ‘A somatéria do relato médico com essa: conjunto necesstirio a plena conviccao do julgado. F bem verdade qué o volume das pericias médicas, tanto no ambite cial, ¢ assustador. Todavia, nao pode de ado como escudo para que 0s rotulos ganhem ct eitacao”, a ponto de atualmente existir uma tabela ~ fia izada pelo INSS para estipular o prazo de concessao do beneficio conforme a doenca do segurado. A impressao que se tem € face do perito (ao menos o perito administrativo) se limitou em tes lacionar a doenca ao prazo previamente estipulado para a d ‘A concessao do beneficio virou quase uma matema formal: verifica-se a existencia da doenea, 0 grau de acometimento do se} rado (que leva & conclusdo sobre capacidade e incapacidade) e, em seg a-se 0 prazo para a concessao do beneficio conforme tempo previa mente e genericamente defi 4 Muito se defende também - e principalmente daqueles que sao sveis pelo processamento do pedido na esfera administrativa - qi concessao do beneficio seja ato administrative haja espaco para qualquer decisdo voluntarista do titular do Orgae enca regado em aferir sobre a sua concessao. Esse outro escudo impede que $8 enxergue que € dever expresso pela Constituicdo Federal prover 0 be tar do cidadao; a Seguridade Social ¢ um dever do Estado e, como a sua interpretagao deve estar em pleno acordo com tais pr forma, qualquer atuacao do administrador que, sob a capa de ser ob 1r de um sistema valorativo e se apegar 8 conceitos estangues, esta certamente eivada de inconstitucionalidade. O constitucionais obrigam 0 admi ridades do caso concreto, sem qui administrativo quanto no véz mais forcae” sulado, de modo que na toriamente vinculada, se afas trador a analisar as part i isso ofenda a vinculagio de sua decisaa 7 - DOENCAS DISCRIMINATORIAS A possibilidade de concessio de benefici gurado portador de doenca contra a qual ainda que a pericia nao comprove a existéncia de incapacidade laborati nin Aerie nw overnnlG ia 2 Regio: 10. PEDIDO DE CONCESSAO DE BENEFICIO ASSISTEN- JUIZO NO SENTIDO DE QUE A AUTORA, MESMO PORTADORA DO VIRUS HIY, ENCONTRA-SE APTA PARA O TRABALHO, SENTENCA MANTIDA. 1 = B certo que 0 juiz nao esté adstrito ao laudo pericial, podendo formar sua convicedo com base em outros elementos cle prova constantes dos contudo, verifica-se que a requerente foi submetida 3 quais os especialistas, mesmo conhecendo perfeitamente as caracteristicas da doenca que acomete a Autora (AIDS), consideraram-na perfeitamente apta para o trabalho, Il ~ Verifica-se ainda que a requerente é joven (32 anos), circunstancia que, no caso, labora em favor da existencia da capacidade para o trabalho. Alega que enfrenta dificuldades para conseguir emptego por ser portadora do virus HIV, Tal fato, sem diivida, ¢ lamentavel, mas a questao aqui somente pode ser decidida sob o prisma assistencial/previdencistio, Ill - No que tange a devolugao dos valores recebidos pela Autora em decorréncia da tutela antecipada deferida no inicio do proceso, 0 entendimento dos Tribunais Superiores & unissono no sentido de que é descabida a devolucao de parcelas de cardter alimentar recebicas de boa-f6, como ocorreu na hipatese dos autos. Precedentes. IV ~ Recursos desprovidos. (AC 201102010007185, Desembargador Federal Aluisio, Goncalves de Castro Mendes, TRE2~ Pi ‘Turma Especializada, E-DJF2R - Data: 08/04/2011, p. 155-156). No entanto, admite a Turma Regional Federal da 4" Regio que: ‘Adotando a corrente de que nao ¢ devida a concessto do beneficio no caso do segurado portador de HIV, assintomatico, t8m julgado as trés Turmas Recursais do Parana: 1* ‘TR, autos 200970 51.007527-1, relator José Antonio Savaris, sesso de 02/06/2010, 2*TR, autos 2008.70.59.003904-1, relatora Andria Castro Dias, sesso de 26/10/2010 ¢ 3° TR, arsine 2009 7148 ANNTOA-S. relator Eduardo Appio, sessao de 03/06/2011. NEFICIOS POR INCAPACIOADE PARA O TRABALHO: LDOENGA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ iarissa Albuquerque Coste além dos transtornos psicolégicos trazidos pelo forte estigma social em tamento € altamente nocivo ao bem estar istrativo do pedido, nao ha falar em RE4, AC SOLS152-74.2012.404.7100, ou fatores pessoais, impos: do segurado no mercado de trabalho. (IUJEF 2008.72.55.000797-5, Regional de Uniformizacao da 4° Regio, Relator Ivori Luis da Silva Schef 07/03/2013). DEE. 05/05/2009). F PREVIDENCIARIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PORTADORA Ne {ha é o entendimento do Tribunal Regional Federal da 3* "DE HIV. INCAPACIDADE COMPROVADA. PRECEDENTES, MARCO gido, que entende que: AL. CONSECTARIOS. TUTELA ESPECIFICA. I. Ainda que a pericia ca judicial tenha atestado a capacidade laborativa do segurado, submeté-lo a permanéncia na atividade laboral justficavel, ante aextrema dificuldacle em. virtade do preconceito sofrico, Prececentes desta Corte. Il, Demonstrado que a parte autora esta total e permanentemente incapacitada para 0 exercicio jades laborativas deve ser concedido 0 beneficio da aposentadoria jal da aposentadoria porinvalide7 fixadanacessacio IV, Deve-se determinar a considerando a eficacia Emborado ponto: +. apto ao labor, social da doenca, alem de 1e que busque sua reinsercao ‘complicagées no quadro cl Desembargadior Federal Rogério Fialho Mor DIE - Data: 26/03/2010, p. 69). suspensivo. (TRF4, AC_0011351-74. Relator Roger Raupp Rios, DE. 21/09/2012) A3* Segdo do TRF da 4° Regido entende que: O fato de a pessoa portar o virus HIV ¢ suficiente para a concessio : beneficios por incapacidade previstos na LBPS e do beneficio assisten« No ambito da TNU, entende-se que o magistrado pode se basear nas previsto na LOAS, independentemente do exame acerca das condici condicdes pessoais ¢ sociais dos portadores do virus HIV para determinar de saticle do paciente. Caso em que, de todo modo, a inca “ou nao a incapacidade para o trabalho e a concessao da aposentadoria por admitida pelo proprio INSS, (TRF4, EINF 200771.99005531-0, Terceira Seca invalidez. Nos autos 0502922.11.2008.4.05.8500 (D.U 09/12/2011), a relatora Relatora Loraci Flores de Lima, 1 Simone Lemos Fernandes consignou que: Tabjentindimento continua sendlacaplicedey Nao obstante a conclusto médica apontar a possibilidade de exercicio | de atividade remunerada, outros elementos podem levar 0 magistrado PREVIDENCIARIO. AUXILIO-DOENCA. APOSENTADORIA POR INVé A conclusao de sua impossibilidade, em face da extrema dificuldade de LIDEZ. REQUISITOS LEGAIS. HIV. Da anilise dos arts. 42 ¢ 59 da 1 insercao ou reinsercao no mercado de trabalho, situacdo me que a negativa 8213/91, conch de coneessao do beneficio implica ofensa a dignidade humana. de 12 contribuigdes mens: incapacitante para 0 desenvolvimento Tal entendimento segue o preceito j4 uniformizado nos autos garanta a subsistén }) 0 cardter permanente da incapa 200783005052586 (Juiiza Federal Maria Divina Vitoria, TNU, DU 02/02/2009) a aposent : de que a pericia deve atestar se ha sinais externos da doenca, ainda que nao Tratand haja incapacidade. firma sua convicgao, de regra, por meio da prova 7 em reteradorente enendendo ue TEASE ee ATNU tem anulado os acérdaos que deixam se analisar as condigdes aterm Sans aimee ana fehl essoais nos casos de portadores do virus HIV: Classe Albuquerque Costa INCIDENTE DE UNIFORMIZACAO. PREVIDENCIARIO. AUX comunicar o fato imediatamente ao juizo da causa, nos mesmos autos - sem no do qual cessars vamente, d | necessidade de abertura de novo processo -, para que determine, segundo entendemes, 0 cumprimento da ordem judicial (com a manutengao do beneficic), sob pena de desobediéncia.” tas no artigo 47 supratranscrito”. iades de recuperacdo em conta trés fatores: a) 0 prazo de duracio da aposentadoria por invali b) aclasse do segurado; ¢) o grau de recuperagao da capacidade laborat ‘12 - ALTA PROGRAMADA Nas palavras de Marcelo Leonardo Tavares, “a norma previsiii Instituido em 2005, o Copes (Programa Cobertura Previdenciaria Es- art. 47 da Lei 8.213/1991 tem por objetivo adequar o segurado afastad ‘timada), também conhecido como alta programada, é um procedimento mercado de trabalho a uma nova insercao, levando em conta a necessid a igi ciatieradeinde puis NEEpie exten temp davai do exgurada de adaptacao e nova qualificacéo” 'j4 no momento de concessao de um beneficio. Por meio desse mecanismo, No caso do segurado empregado que se recuperar em prazo igual) “no ato da pericia médica que concede o auxilio, o segurado tem o seu tempo inferior a cinco anos, nao ha direito a mensalidade de recuperacao. Lembt de cura pré-estimado pelo médico perito. Quando 0 prazo se encerra, a alta -se que, nos termos do artigo 475 da CLT, a aposentadoria por inval médica 6 automitica e o pagamento do auxilio-cloenga € suspenso. implica suspensao do contrato de trabalho, de maneira que, cessado 0 B ‘A ericiplo, otal de bled peogratmada nko fallnatthla em lee neficio, o segurado tem assegurado o retorno a sua atividade habitual. Ja sim em orientaces internas do INSS, sendo que somente em 2006 a legisla ‘cio previdenciaria previu 0 procedimento por meio do Decreto 5844/2006. eee : As prineipais orientacoes internas que versam sobre a alta programada fo- ROCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo, Comentirios Le Benefiios da Previdencia Soin. 9, ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008 p. ‘TAVARES, Marcelo Leonardo, Dneto previdencirio: regime geral de previdéncia sod i 32 CORREIA, Marcus Orione Goncalves. Legislaco previdenctiria comentada. Si0 Paulo: 1es proprios de previdencia social. 13.ed, rev, ampl. e atual. Niterdi: Img . one eisleco pr m epee . Ei DPE 7008 328 Clarissa Albuagueraue Costa ram a Orientagao Interna Conjunta 01 DIRBEN/PFE, de 13 de setembro 2005; Orientacao Interna n° 130 INSS/DIRBEN, de 13 de outubro de 200 Orientacao Interna 138 INSS/DIRBEN, de 5 de maio de 2006, todas basea=_ das na Resolucao n° 161/INSS/DC, de 22/06/2004". A alta programada esta prevista no artigo 78, § 1, do Decre 3,048/1999 (acrescentado pelo Decreto 5844/2006), que dispoe que “o I podera estabelecer, mediante avaliagao médico-pericial, o prazo que ent der suficiente para a recuperacao da capacidade para 0 trabalho do segurat do dispensada nessa hipstese a realizacao de nova pericia”. Assim, ha casos em que o INSS, ao conceder 0 beneticio, ja infor: qual a data da sua cessacdo. Se o segurado continua se sentindo incapaz nal data programada para a cessacao, pode ir ao INSS para pedir a prorrogac we dias antes da cessacdo prevista do beneficioy pode ser feito pela internet ou pelo telefone. if O sistema de alta programada foi previsto visando a contengao d gastos pablicos e a diminuicao do numero de pericias e, consequent te, do tempo de espera para a sua realizagao, Dessa forma, 0 orcame piiblico seria comprometido apenas com as pericias dos segurados que 8 considerassem incapazes. Ocorre que quando instituido o sistema da alta programada nao pre: via o pagamento do beneficio no periodo em que o segurado aguardava realizacao da pericia, Deste modo, comumente a pericia era marcada prazo muito além da data da cessacao do beneficio e durante esse period de espera o segurado ficava completamente desamparado. I fato justificou a propositura de diversas ages visanco a manuten= cao do beneficio durante o periodo de espera pela pericia. A jurisprucléncia die uma maneira tranquila, se firmou no sentido de ser ilegal a cessacdo di beneficio quando 0 segurado formula pedido de prorrogacao, “porque 0 segurado ainda se diz incapaz, nao houve pericia em sentido contrario, € lei determina que o auxilio-doenca deve ser mantido enquanto existente apacidade”™. 33 DIAS, Andrea Castro. A alta programada e os beneficios por incapacida VAZ, Paulo Afonso Brum; SAVARIS, José Antonio (Orgs). Curso Moduler de Previdencidrio, Florianopolis: Conceito Editorial, 2010. p. 406, DIAS, Andrea Castro, A alta programada e os beneficios por incapacidade. I José Antonio (Orgs). Curso Modular de Dir Banal 2010 AS [BENEFICIOS POR INCAPRCIDADE PARA O TRABALHO: AUXILIO-DOENGA E APOSENTRDORIA POR NVALIDEZ Mesmo que se considere a possibilidade de pagamento retroativo do beneficio caso constatada a permanéncia da incapacidade, isto nao afasta alidade & medida que 0 beneficio possui natureza alimentar e visa suprir as necessidades basicas do segurado. Em razo da decisto proferida na ACP 2005.33,00.020219-8, da 14* icou assegurado ao ben decorrentes de acidente do trabalho, uma vez apresentado pelo segurado pedido de protrogacdo, mantenha o pagamento do beneficio até o julga- mento do pedido apés a realizacao de novo exame perici Em decorréncia da ACP, o INSS editou o Memorando Circular 36/2010 ea Resolugao 97/2010, pacironizando os procedimentos em relacao alta pro- ATRU tem afirmado a legalidade do sistema da alta programada, Por todos os julgados: INCIDENTE DE_UNIFORMIZACAO. PREVIDENCIARIO. AUXILIO- DOENCA. FIXACAO DO TERMO FINAL NA SENTENCA. ‘ALTA PRO- GRAMADA’ JUDICIAL. POSSIBILIDADE. 1. Esta Turma Regional de Uniformizacao firmou entendimento no sentido da legalidade do ins do segurado firmado pelo no laudo judicial, estabelecer data de cessacao para o beneficio por ineapacidade a ser concedido. 4. Incidente de Uniformizacao conhecido e desprovido. (IUJEF 0001670-23.2010404.7260, ‘Turma Regional de Uniformizacao da 4° Regiao, Relator Adel Americo Dias de Oliveira, DE, 15/12/2011). Para Marcelo Leonardo Tavares, alta programada seja ilegal, em tese. A 10 parece que o procedimento da feratura médica pode ter, em al- 35 No mesmo sentido: “O instituto da ‘alta programada,, instituido pelo Decreto n° 5.84/06, nao padece de ilegalidade. O segurado, caso entenda que sua incapacidade laboral persiste, pode formular na esfera administrativa, previamente a cessasao de seu beneficio, em prazo que lhe ¢ disponibilizado para tanto, pedido de prorrogacso 0 dle reconsideracao. 2. Trata-se de proceder administrative que visa a racionalizacao do trabalho do INSS, uma vez que somente aqueles seguradlos que acreditam necessitar da prorrogacio do beneficio terdo de se submeter a nova avaliaco médica, 3. Pedido de tuniformizacao conhecido e provido. (IUJEF 0004227-44,2009.404.7154, Turma Regional de Uniformizacio da 4° Regio, Relator p/ Acdrdo André Luis Medeiros Jung, DE, 13/10/2010. Clarissa Atouaverque Costa BENETICIOS FOR INGAPACIOADE PARA O TRABALHO. AUXILIO-OOENGA E RPOSENTADORIA POR INVALIDEZ nando Schenkel do Amaral e Silva relembrou que a jurisprudéncia da propria TNU jé foi manifestada no sentido da legalidade da estimativa de prazo para recuperacao da capacidade de trabalho do segurado. (PEDILEF 490770500165515, Relatora Juiza Simone Lemos, DOU 04/10/2011 e PEDI- LEF 200972640023779, Relator Juiz José Antonio Savaris, DOU 22/07/2011), ssa legalidade, de acordo com o relator, se aplica tanto ao ambito adminis- guns casos, uma boa previsdo de prazo de recuperacao de algumas les como, por exemplo, uma fratura de tibia devidamente tratada”™. ‘Andréia Castro Dias” também entende que “a Administracao Pablig andou bem quando instituiu a Previsio da Alta Programada, através: Em razao da possibilidade de pedir a prorrogacio, ha enten rudéncia sobre a obrigatoriedade desse pedido antes: ingresso na esfera judicial. No Ambito da 1° Turma Recursal do Parané, é assente o entendimet jento de prorrogagao, podendo 0 PREVIDENCIARIO, AUXILIO-DOENGA. PRAZO DO BENEFICIO FIXADO PELO MAGISTRADO, BASEADO EM LAUDO MEDICO. LEGALIDADE, [AFIANCADA PELOS ARTIGOSS" E 6° DA LEIN. 9.09/95. INOCORRENCIA DE OFENSA AO ARTIGO 101 DA LELN. 8213/91. 1. A Lei de Beneficios nao ria prazos minimos ou maximos para que ocotram as pericias médicas, Jembrando que o regulamento também nao tem este condo (0 de criar obrigagdes a termo para os segurados ~ art. 5° I da CF). 2. Assim sendo,, nao hé dbice que o magistrado, baseado em laudo médico que estabeleca periodo de convalescenca, fixe prazo minimo para fruigio do beneficio de auxilio-doenca, evitando-se a reiteragéo de demandas ¢ possibilitando -ajuridica para as partes. . Poder lecisorio conferido ao magistrado 105 5° e 6° da Lei n. 9099/95, 4. Escoado o prazo fixado pelo Poder deve o INSS realizar as pericias, cumprindo-se 0 art. 101 ios, Se constatada a capacidade laboral, deverd cancelar se nao, deverd prorrogar © -cloenca ou, & for 0 cas, conceder a aposentadoria por invalidez. (IUJEF 0000846-41.2008, 404.7161, ‘Turma Regional de Uniformizacao da 4° Regiao, Relator Antonio Fernando Schenkel do Amaral ¢ Silva, D.E, 31/05/2011)" resséde agir decorre da fixagao da data de cessacao do beneficio pelo Nl (Bx: 200970550010524 e 200870560019702). Na mesma linha de racioct € possivel encontrar decisdes do TRF/4 (20087299000 9354, Sebastido Op Muniz, Trfd - Sexta Tarma, 13/08/2008) e da TNU (PU 20073600903) Juiz Federal Elio Wanderley de Siqueira Filho, 07/11/2008). Jana Turma Recursal do Parana, exige-se pedido de prorroga a exemplo do decidido nos autos 2009.70.50, 010457-2, sessdo de 20/04/21 relatora Ana Carine Busato Daros. 4 13 - FIXACAO EM JUIZO DE PRAZO MINIMO PARA MANUTENCAO DO BENEFICIO. FIXACAO DE PRAZO EM JUIZO PARA CESSACAO. DO BENEFICIO 4 Assim como ocorre no sistema de alta programada, discute-se naj risprudéncia se ¢ possivel a fixagao em juizo da data da cessacao do auth -doenca baseado na estimativa que alguns peritos fazem da recuperacao segurado. Na sessdo realizada em 29/03/2012, a TNU reafirmou seu entend mento de que ndo ha impedimento legal para que 0 juiz, baseaclo em laut ‘médico que estabeleca o periodo estimado de cessacao da doenca que ipacidade, estabeleca também um prazo para fruicao do benefici -doenga. Nos autos 2009.50.53,000294-1, 0 relator juiz federal Ant Doutrina e jurisprudéncia nao sfio unanimes quanto po: lade 1a dos beneficios por incapacidade concedidos ju- Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior entendem que ‘a cassacao administrativa, nesses casos, importaria violagao da coisa julga- “da material e desrespeito ao principio do paralelismo das formas, pelo qual previencidrio: regime geral de previdencia soc regimes proprios de previdéncia social, 13, ed, rev, ample atual. Niteroi: Impet 2011. p. 136. 37 DIAS, Andrea Castro. A alta programada e os beneficios por incapacidade. VAZ, Paulo Afonso Brum; SAVARIS, José Antonio (Orgs). Curso Modular de Dire 38 Entendimento reafirmado nos autos 5001210-66.2012.4047102, Turma Regional de Uniformizacao da 4 Regido, Relator p/ Acérdio Paulo Paim da Silva, DE. 28/03/2012 |e nos autos 0001696-21,2010.404,7260, Turma Regional de Uniformizacio da 4* Regio, Relator loane Unfer Calderaro, D-E. 28/02/2012. Clarissa Albuquerque Costa a’. O} jerminar que 0 INSS dé ‘ever, ot seja, submeter a novos exames médicos os segurados, inclusive ne beneficios concedidos judicialmente. Se a capacidade laboral é readquirid deve o In: ol doar 4 Marcelo Leonardo Tavares"! adota posicionamento contrario. O nce que: implantagao de aw seguradoa examem evidenciada a recuperagao da capacidade laboral. Isso decorre da natureza precéria do referido beneficio, que deve ser mantido enqua tado para o trabalho. ‘em julgado nao faz com que a decisio judi ique a impeca a avaliagdo posteri Virtude de modificacio das condicies faticas Segundo 0 entendimento do Tribunal Regional Federal da 1° a revisao administrativa dos beneficios, ainda que concedidos judici te, 6 obrigacao do INSS: APELACAO CIVEL, PREVIDENCIARIO. AUX{LIO-DOENCA. INCAPA DADE TEMPORARIA PARA O TRABALHO. QUALIDADE DE SEGURAD ESPECIAL. REQUISITOS PRESENTES. PROCEDENCIA. ANTECIPAGA DA TUTELA. JUROS DE MORA. HONORARIOS ADVOCATICIOS. 39 ROCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo, Come Beneficios da Previdéncia Social. 9, ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008. p. 40 ROCHA, Daniel Machado da, Beneficios Previstos pelo Regime Geral em Face Incapacidade Laboral. In: Direto Prev 2005. p46. ‘TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito previ ce regimes proprios de previdencia social. 13 a jacional de Uniformizacao entendeu que a concessao judici: evidencidrio nao impede a revisdo administrativa pelo Instituto Nacional o Seguro Soci incla que tal cessacao ocorra no curso da demanda, JENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA 0 TRABALMO: AUKLIO-DOENGA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 2. Arevisio administrativa do beneficio esté amparada pela Lein.§ 212/91, ‘aput) o Instituto Nacional do Seguro Social devera la que concedidos judicialmente, para avaliar a persisténcia, a atenuagdo ou o agravamento da incapacidade para o trabalho alegada como causa para a sua concessao. 3, Em casos como o da especie, a Lei 8213/91 € expressa em determinar (art. 4101) que 0 segurado se submeta aos procedimentos periédicos a cargo da Previdéncia Social - exame médi € pracesso de reabilitacao profissional -, sob pena de suspensao do beneficio, 4. [J (AC 785820074013306, Desembargador Federal Kassio Nunes Marques, ‘TRF! - Primeira Turma, e-DJFL Data: 19/04/2013, p. 54 No TRF/4, a questo ¢ tratada da seguinte maneira: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIARIO. RESTABELECIMENTO DE AUXILIO-DOENCA. SUSPENSAO D# BENEFICIO SUB JUDICE. ALTA PROGRAMADA. AUSENCIA DE LAUDO. 1. Para a concessio da antecipacio dos efeitos da tutela, € necessaria a presenca dos requisites previstos no art. 273 do CPC, quais sejam: a pode ser periodicamente rev administrativas, nao havendo, ai, ofensa a coisa julgada, Sua eficécia esta jungida a determinado lapso temporal, que, uma vez transcorrido, poder- se-d revisar o beneficio concedido, porquanto a natureza das coisas nao pode ser perpetuada pela sentenca, uma vez que se trata de beneficio temporatio. 3, Antes do transito em julgado, 0 beneficio sub judice s6 podera ser cessado ‘mediante autorizacao judicial, com a devida comprovagao da cessacao da incapacidade que autorizou a concesséo do beneficio. (TRF4, AG 0018857- 96.2010.404.0000, Sexta Turma, Relator Luis Alberto D’Azevedo Aurvalle, DE. 18/11/2010). Em sentido contrario, na sesso realizada em 17/05/2013, a Turma de beneffcio (INSS), na forma prevista em norma regulamentadora, Nos autos 5000525-23,2012.4,04.7114, 0 relator Gléucio Marcial, pontuou: Poderse-ia argumentar que o deferimento judicial justificaria um tratamento diferenciado, por ter o segurado sido avaliado por um perito imparcial, auxiliar do jufzo, que concluiu pela incapacidade, Todavia, nao larissa Albuquerque Coste ha razao para (20, A uma, porque a lei ndo 0 fez; 0 contratio, claro que 0 io concedido judicialmente deveria ser reavaliad duas, porque a avaliagio médica nao se distingue, mesmo se 0 médic servidor do INSS, tendo em vista a sua vinculagao com a ciéncia mé: 0s protocolos de satide, que sao tinicos para todo pr considerando o tipo de benefic vocagio ocorre a cada seis meses. Assim, segundo o relator: “Isso dimint carga da pessoalidacle que pode causar rufdo na afericao da ineapaci ‘como ja ocorreu no pasado, quando certas doengas eram mal vistas pela ministracao previdenciaria, que impunha revis3o em prazos curtissimos",, 15 - RENDA MENSAL INICIAL 15.1 - Auxilio-Doenga -doenca consistia em (a) 80% (oitenta por cento) do saléi cio, mais 1% (um por cento) deste por grupo de 12 (doze) co: podendo ultrapassar 92% (noventa e dois por cento) do sale ‘ou (b) 92% (noventa e dois por cento) do salario de beneficio ou do salah de contribuicao vigente no dia do acidente, o que for mais vant 3 beneficio seja decorrente de acidente do trabalho. Desde 0 advento da Lei 9032/1995, a renda mensal inicial do auxili doenca equivale a 91% do salério de bene! © calculo do salario de beneficio do auxilio-doenca concedi a vigéncia da Lei n° 9876/1999 consiste na média aritm maiores salarios de contribuicio correspondente a 80% de todo 0 perio contributivo, independente do nimero de contribuigées que 0 integrem rnos termos do artigo 29, inciso I, da Lei n’ 8.213/1991 Vale observar, apenas, que, no caso do auxilio-doenca concedido con base na regra que dispensa a caréncia de doze contribuicées, somente st possfvel o desprezo dos 20% menores salarios de contribuicao se 0 segur do houver pagado pelo menos cinco contribuigSes, sob pena de se desp zar percentual superior a 20%. 15.2 - Aposentadoria por invalidez A renda mensal do beneficio equivale a 100% do salario hanafinin A edlonla da honaficia 6 foita de acordo com a reeta contida 1) wenericios por WcAPACIDADE PARA O TRABALMO: A "artigo 29, ‘maiores salarios de contribuicao correspondlentes a 80% de todo 0 periodo contributivo. " aposentadoria por invalidez consistia em: (a) 80% “de contribuigdo vigente no dia do _ beneficio seja decorrente de acidente do trabalho. " aposentadoria por invalidez, nao se aplicando aos demais b " sive ao auxilio-doenga e ao beneficio assistencial previsto no a | Lei 8742/1993, LDOENGA € APOSENTADORIA POR INVALIDEZ da Lei 8.213/1991 e equivale a média aritmética simples dos ‘Até a entrada em vigor da Lei 2032/1995, a renda mensal inicial da snta por cento) do sa- 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) ilo ultrapassar 100% (cem por cento) do salério de lente, o que for mais vantajoso, caso 0 "16.2.1 - Adicional de 25% sobre a aposentadoria por invalidez lez” a situagao em que o segura- " do necessita da assisténcia permanente de outra pessoa, em razao do grau “de sua incapacidade. Nesses casos, evidenciado que 0 segurado necessita de asistencia permanente de outra pessoa, nos termos do artigo 45 da Lei "8213/1991, deve haver a implementacio do adicional de 25% sobre a apo- " sentadoria por invalidez. Note-se que o acréscimo ¢ devido tao somente quando concedida a Assim ja decidiu a Turma Regional de Uniformizacao da 2* Regiao: PEDIDO DE UNIFORMIZACAO REGIONAL DE_JURISPRUDENCIA. PREVIDENCIARIO. ACRESCIMO DE 25% (VINTE E. CINCO POR CENTO). APLICABILIDADE RESTRITA AO BENEFICIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (ART. 45 DA LEI 8213/91), IMPOSSIBILIDADE. INTER- PRETAGAO CONSTITUCIONAL. PRINCIPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL. PRINCIPIO DA VEDACAO DA PROTECAO INSUFICIENTE. EXTENSAO AS DEMAIS ESPECIES APOSENTATORIAS (IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIGAO). VIABILIDADE. PEDIDO DE UNIFORMIZACAO DE JURISPRUDENCIA CONHECIDO E IMPROVIDO. ACORDAO MANTIDO. (INCJUR 2005505 10014191, Juiz Federal Américo Bede Freire Junior, TRF2— ‘TRF2 ~ Turma Regional de Uniformizagdo, E-DJF2R - Data: 25/05/2012, p. 3-4), Ainda, J vale lembrar que esse acréscimo poderd extrapolar o teto de pagamento dos beneficios do RGPS, sendo um valor fixo recalculade com o reajuste Clarissa Albuguergue Costa BP acncricios ror IMCAPACIDADE PRRA O TRABALHO. AUKIIO-DOENGA E AFOSENTADORIA POR INVALIDEZ da aposentadoria por invalidez, tendo fndole personalissima, vez que 0 . 1. Nos termos do artigo 45 da Lei de Beneficios, 0 segurado aposentado por valot nao sera incorporado na pensdo por morte eventualmente insti invalidez que necessitar de assisténcia permanente de outra pessoa, fara jus pelo segurado.? a um acréscimo de 25%. : 2. Se na época em que concedida a aposentadoria ao recorrente nao havia Discute-se se 0 adicional de 25% pode ser outorgado ao segurad previsao legal de acréscimo, somente a partir do surgimento da nova regra, teve o beneficio concedido antes da Lei 8.213/1991, pois antes desta nao mediante requerimento Ya parte interessada e comprovada a necessidade, via previsao legal de referido acréscimo, salvo para os casos de acident nasce para o segurado 0 direito ao complement trabalho (art. 164, § 4° do Decreto 89.312 de 23/01/1984), 3 3,0 advento da norma autorizativa, por si, ndo impoe & Previdéncia o dever O TRF/4 entendia que o acréscimo de 25% sobre o valor da aposer de revisar as aposentadorias em manutengo, ta a exigencia de que a a ‘ e o beneficiado necessite de asistencia de outrem. a afericao de ‘orrente de situagao de infortanio somente pa Pe elise eareni ab Ge in arta seinen tal circunstancia depende, sem divida, da ini nteressado. 4. Recurso especial improvido. (REsp 1104004/RS, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, jem 19/11/2008, Dje 01/02/2010). (TRF4, AC 200971.99,001487-0, Sexta Turma, Relator Joao Batista Pinto a ae ‘editing alter foresprucencs que | _ Alias, © proprio INSS concede o referido adicional administrativa- “mente aos beneficios concedicios antes da Lei 8213/1991, desde a data do Ainda que demonstrado que o beneficiério de aposentadoria Q _ pedido, razdo pela qual nao ha porque nao concedé-lo judicialmente (art. concedida na vigencia da CLPS, necessite de cuidado perm: 204 da IN 45/2010). pessoa, nao se tratando de beneficio por acidente do trabalho, ¢ de F Oadicional é devido mesmo que o valor do beneficio ultrapasse 0 teto adicional de 25% sobre a remuneracdo desse beneficio (art. 45 da Lei 1? 8% maximo. Ademais, deve ser recalculado toda vez que o beneficio que Ihe de 24-07-91) desde que o beneficiario 0 requeira na esfera admi i igem for reajustado e, ainda, deve cessar com a morte do aposentado, Te Pea canicnrs lisven mer aeccner Set eeieneleeo sy ‘igor da Lein® 8213/91, sendo inexigivel que a Autarquia revisasse tod No Ambito das Turmas Recursais do Parané, 0 referido adicional fs por incapacidade concedidos na vigencia da lel anterior, a tem sido concedido, até mesmo, de o! exemplo do decidido nos autos ‘ar os casos enquadraveis no art. 45 da lei nova, (TRF4, AC 0003 -2007.70.65.000903-1 (Relatora Ana Beatriz. Vieira da Luz Palumbo, sessao de 11.2010.404.9999, Sexta Turma, Relator Luis Alberto D’Azevedo Aur 22/01/2009) e Autos 2007,70.95.015482-6 (Relatora Bianca Georgia Arenhart DEB. 10/06/2011). ’ Munoz da Cunha, sessao de 17/06/2008) J Administrativamente, 0 INSS reconhece o direito ao pagamento do Jo ST entende ser possivel o requerimento de concessao do refer adicional mesmo apés a cessacdo do beneficio: adicional mesmo se o beneficio/incapacidade ¢ anterior a Lei 8213/15 ‘mas também entende ser necessério novo requerimento administra Arts 204, O aposentado por invalidez a partir de 5 de abril de 1981, que para a obtencao do referido adicional. Confira: (éncia permanente de outra pessoa, terd direito ao ‘inco por cento sobre 0 valor da renda mensal de partir da data do pedido do acréscimo, ainda que a soma ite maximo do salério-de-contribuigdo, independentemente io da aposentadoris PREVIDENCIARIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ADICIO! DE 25%, INOVACAO DA LEI N. 8213/1991, NECESSIDADE DE REQ RIMENTO. APLICACAO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. 48 Essa também é a postura do Tribunal Regional Federal da (00350561220044039998, Juiza Convocada Marcia Hoffmann, TRF3 ~ ‘08/06/2005, Fonte: Republicacto. Rogido: AC itava Turma, DJU W AMADO, Frederico, Diteto ¢ Processo Preilencirio Sisiematizado. 3, ed. Salvad iarissa Alouqueraue Costa § 1° Constatado por ocasiao da pericia médica que o segurado faz jus aposentadoria por invaliciez devers, de imediato, verificar se este necessi da assisténcia permanente de outra pessoa, fixando-se, se for 0 caso, 0 ini do pagamento na data do inicio da aposentadoria por inval § 2° Reconhecido 0 direito ao acréscimo de vinte e cinco por cento sob renda mensal, apés a cessacao da aposentadoria por invalidez, o valor se Pago ao segurado e, no caso de Sbito, na forma prevista no art. 417. § 3° O acréscimo de que trata o caput cesar com a morte do aposent nao sendo incorporado ao valor da pensdo por morte. © Decreto 3048/1999 prevé o pagamento do adicional de 25% eS casos: segui “1 ~ Cegueira total; 2 Perda cle nave dedos das maos ou superior aesta; 3 Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; 4 ~ Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prétese f impossivel: 5 Perda de uma das maos e de dois pés, ainda que a protese seja poss 6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a protese fi impossivel; 7 = Alteracdo das faculdades mentais com grave perturbacao da vid organica e social 8 ~ Doenga que exija permanéncia continua no 9 - Incapacidadle permanente para as atividades da vida diéria, Vale ressaltar que, referido rol ¢ exemplificativo, pois nao podera No que diz respeito ao termo da concessio do adicional de e da necessidade de expresso requerimento administrativo, a jurisprudet cia apresenta posicionamentos diversos. 44 AMADO, Frederico, Direito © Processo Previdenciério Sistematizado. 3, ed, Salvadi IiePetiv, 219 19 57 BENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA 0 TRABALHO: AUKIIO-DOENGA E AOSENTADORIA POR INVALIDEZ Ha um julgado antigo da TNU uniformizando a tese de que “o adi- ional de 25% previsto no art. 45 da Lei n? 8.213/91, se nao foi postulado na “epoca cla concessio do beneficio de Aposentadoria por Invalidez, é devido “a partir do requerimento administrativo, tendo em vista a necessidade de “ comprovacio da efetiva necessidade da assisténcia permanente de tercei- “ros” (P1U200470950080428, Sonia Diniz Viana, 15/03/2006). ‘No mesmo sentido, ¢ o entendimento do ST], conforme noticiado no " Informativo n° 483: recorrente pleiteia, a luz do art, 45 da Lei n, 8213/1991, a retroagio dos efeitos da decisao que the conferiu 0 direito ao acréscimo de 25% sobre 0 beneficio de aposentadoria por invalidez, em virtude de sua necessidade de assisténcia permanente, a data do agravamento de sua incapacitacao, decorrente de um derrame cerebral. f que tanto 0 juizo de primeito grau quanto 0 tribunal @ quo entenderam que ocorreu 0 devido preenchimento dos requisitos necessirios a concessao do beneficio ao segurado, destoando \gados apenas no que se refere ao dies « quo clo pagamento. O primeiro a retroacao ¢ o segundo posicionou-se de modo diverso, no se ue a concessao do acréscimo legal depende da provocacao ao INSS mediante requerimento administrativo, Diante disso, a Turma assent com o tiltimo entendimento. E que, de acordo com o art. 42, § 1 da mencionada, a concessio da aposentadoria por invalidez depende da verificagdo da condicéo de incapacidade do segurado mediante exame médico-pericial a cargo da Previdéncia Social. A jurisprudencia do ST} € pacificanosenticio deque, quanto ao diesa quo da aposentadoria por invalidez, (08 efeitos financeiros do reconhecimento da moléstia devem retroagir a data do requerimento administrativo. Do mesmo modo, a percepeao do acréscimo previsto no art. 45 da lei supradita pressupde a demonstragio da necessidade de assisténcia permanente, aferivel somente com a postulacdo interessado e 0 consequente exame médico- pericial do INSS. Com esas, entre outras consideracbes, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: AgRg no Ag 1107008-MG, ‘Dje 15/03/2010; REsp 475:388-ES, DJ 07/04/2003, e REsp 1.104.004-RS, 1/02/2010. REsp. 897824/RS, Rel. Min. Sebastiao Reis }inior, julgedo em 20/09/2011. J4 no Ambito do TRE/4, encontram-se precedentes determinando 0 Pagamento do adicional desde a data de concessao do beneficio: PREVIDENCIARIO, APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ACRESCIMO DE 25%. ART. 45 DA LEI N° 8.213/91. TERMO INICIAL DO BENEFICIO. NULIDADE. PRECLUSAO. I. Evidenciado que a autora necessita de ‘assisténcia permanente de outra pessoa, nos termos do art. 45 da Lei n° 8719/91 corrota a imnlementacio do adicional de 25% sobre a aposentadoria Clarissa Albuquerque Costa por invalidez que ja percebe, desde a data da concessiio do beneficio, Inexistente nos autos qualquer manifestacdo do INSS contraria a nome: da psicologa como perita judicial, sobressai a preclusao do seu direito alegar eventual nulidade. (TRF4, AC 200972.99003078-5, Quinta Turma, Relator Hermes Siedler da Conceigao Junior, DE. 10/05/2010). tinha o beneficio de aposentadoria por invalicez.em favor do segurado, 0 correspondente acréscimo de 25%, caracteriza uma negativa adi iva da autarquia a tal direito do segurado". Jé a 2* TR/PR entende que se jonal nao foi requerido na época da concessao do beneficio, soment 1unal Regional da 5* Regido exige requerimento administra fixa a datad DE AUXILIO-DOENCA. REVISAO DA RENDA MENSAL INICIAL, 8213/91, ARTIGO 29, PARAGRAFO 3°, ILEGALIDADE DO. ART. PARAGRAFO 7° DO DECRETO N° 3.048/99. ACRESCIMO DE 25% VALOR DO BENEFICIO. ART. 45 DA LEI N° 8.213/91. COMPROVACAQ- "ESSIDADE DO AUXILIO PERMANENTE DE TERCEIROS. TERI INICIAL. DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. JUROS MORA. HONORARIOS ADVOCATICIOS. | Omissis. MM. Comprovado através de pericia judicial que 0 autor € portador paraple neurogénica que o fazen necessitar da assisténcia permanente de outra pessoa, faz este jus a acréscimo de 25%, nos moldes do art, 45 da Lei 8213/91. TV. Quanto ao termo inicial do acréscimo, seria devido desde o requeriment administrativo do adicional em questao. Nao havendo nos autos qualque® idicio de tal pedido, tem-se por marco inicial a data da citagio. q PELREEX 200983000019747, Desembargadora Federal Margari Cantarelli, TRFS - Quarta Turma, DJE - Data: 27/01/2011, p. 622) 15 200970570016740, relator José Antonio Savaris, sessao de 25/11/2010; 200870510087128, ‘Savaris, sessdo de 02/09/2010 e 200770570002056, relatora Marci " administrativa. Apenas se negada a sua concessdo, havera o interesse no jizamento de demanda judicial com esse propésito. 1ra caracterizar o interesse de agir, pois a alta administrativa equivale por ‘si s6 a uma negativa da pretenso do segurado a que o beneficio continue © sendo pago. BENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA O TRABALHO: AUDILIO-DOENGA E APOSENTADORIR POR INVALIDEZ "16 - QUESTOES RELACIONADAS A NECESSIDADE DE PREVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO Normalmente, a fim de se configurar a pretensio resistida e o inte~ é necessério que 0 segurado requeira o beneficio na esfera Exigéncia de pedido de prorrogacao ou prévio requerimento nas acées de restabelecimento de auxilio-doenca Segundo o entendimento da TNU, para o ajuizamento de acao de res- ‘ento de auxilio-doenca, nao é necessdrio que o segurado tenha Segundo 0 relator José Antonio Savatis Como nao se exige o exaurimento da instancia administra condicionar 0 acesso a jurisdigao a interposicao de recurso administrativo. Se isso fosse exigido, estariamos entdo separando o individuo que sofre 68 efeitos imediatos de um ato administrativ judicialmente a realizagio de seu direito material. (PU 200972640023779, DOU 22/07/2011) © TRE/4 dispensa o pedido de protrogacdo, até porque entende ser gal o sistema da alta programada: PREVIDENCIARIO, AUXILIO-DOENGA SUSPENSO POR ALTA PROGRA- MADA. PEDIDO DE PRORROGACAO DA VIA ADMINISTRATIVA. DES- NECESSIDADE. INTERESSE DE AGIR CONFIGURADO. CONCESSAO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL COMPROVADA. TERMO INICIAL. 1. A suspensio ou o indeferimento do beneficio pelo INSS sto suficientes para caracterizar o interesse de agir do segurado que ingressa com demanda judicial, nao sendo necessério - muito ito da via administrativa, 2, O requerimento doenga, posteriormente suspenso por “alta programada’, configura o interesse de agir na agio de restabelecimento, sendo desnecesséria a prova de pedico de prorrogacéo ou reconsideragao junto ao INSS para o regular processamento do feito. 3. Demonstrado que (© segurado esta incapacitado total e permanentemente para 0 exercicio de Clarisa Albuauerque Costa ‘qualqueratividadelaboral,écievidaaaposentadoria porinvalidez,2.M: 9 termo inicial fixado a contar do ajuizamento da aco, ante a auséncia| ‘urso da parte autora. (TRF4, APELREEX 0011980-48,2012.404.9999, Sex Turma, Relator Néfi Cordeiro, DE. 31/01/2013). Por sua vez, o Tribunal Regional Federal da 3° Regiao orienta que 0 pedido de prorrogacio € necessario para caracterizar 0 interesse de agin, PREVIDENCIARIO. CONCESSAO DE AUXILIO-DOENCA. ANTECIPAC DE TUTELA. AUSENCIA DOS REQUISITOS. PREVIO REQUERIME ADMINISTRATIVO. - Os documentos juntados atestam que 0 aut portador de enfermicades. Contudo, sao insuficientes para deme necessidade de afastamento de suas ativicades laborativas. ~ A Or nterna 1? 138 INSS/DIRBEN, de 11/05/2006, permite, a beneficiario incapacidade, a provocacio para realizacdo de outra pericia 15 dias ani dla data da cessacio do fo. No caso, nao consta que 0 autor cefetuado pectido adh de prorrogacao do beneficio. - O interg ‘omo uma das condigdes da agdo, consubstancia-se na necessid jervencao do Poder Judi I nao se aleancati agdo ou superacao do conilite, dada a impos Gos sujeitos de direito material em obter 0 resultado almejaco, ps proprias forcas, traduzidas em iniciativas de agBes. ~ Necessidade de se evidencie a auséncia de disposigao ou de poss {lei expressamente autoriza, no caso, em que se pleiteia a concesséo Sposentadoria por invalidez ou restabelecimento do auxilio-doenca, nag certo que aautarquia previdencidria viessea rejeitara pretensio, motivo qual deveria ter se submetido a realizacao de pericia médica, que podetl Vir a constatar incapacidade para o trabalho, tempordria ou permanente) “Agravode instrumentoaquesenega provimento. (Al 0039616792008405000 Desembargadora Federal Therezinha Cazerta, TRF3 - Oitava Turma, e-DJE 112 DATA: 09/06/2009, p. 530). 16.2 - Moléstia distinta pela TRU: “é necessério renovar previamente o requerimento admit 2 pretensio manifestada, inclusive através da inércia, - O poder péblig em grande parte, atua vinculadamente, permitindo-se-Ihe apenas © 4 Se a moléstia apresentada judicialmente for distinta a que deu azo concessio do beneficio anterior, & necessério renovar previamente 0 requ timento administrativo. Nesse sentido, é a jurisprudéncia uniformizads tr vo quando se tratar-se de mal incapacitante que nao tenha sido objeto i apreciacao na pericia administrativa e néo guardar conexdo com a enfe jnidade one den orisem a concessdo do anterior beneficio previdenciario [BENEFIOIOS POR INCAPKCIDADE PARA O TRABALHO: AUXILI-DOENCA EAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ (IUJEF 2006.72.50.012939-0, Turma Regional de Uniformizacdo da 4* Regio, Relatora Luisa Hickel Gamba, D.E. 21/01/2009). jo: “a analise de diferentes moléstias, ainda que por omente é de ser feita quando a parte comprova que submeteu para andlise prévia do INSS essa patologia, o que pode ser feito juntada do HISTORICO DE PERICIA MEDICA (HISMED) constante léncia’. (5000967-62.2012.404.7122, Turma Regional de | Uniformizacao da 4° Regio, Relator p/ Acérdao Paulo Paim da Silva, DE. 28/03/2012). 16.3 - Dever do INSS em conceder o beneficio cabivel Quando o segurado postula jud distinto daquele analisado/pleiteado administrativamente, a jurisprudén- tem entendido estar presente o interesse de agir, tendo em vista que é dever do INSS orientar o segurado para a concessao do beneficio a que tem direito. Assim, por exemplo, se ha negativa de concessao de beneficio assis tencial a pessoa portadora de deficiéncia, sendo 0 caso de concessao de ati- lio-cloenca, é desnecessario novo requerimento administrativo, pois cabe a0 INSS 0 processamento do beneficio adequado. Esse ¢ 0 entendimento adotado pelo TRF/4: PREVIDENCIARIO. AUX{LIO-DOENCA E APOSENTADORIA POR INVA- LIDEZ. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DIRECIONADO PARA INS DE AMPARO ASSISTENCIAL. NECESSIDADE DE ORIENTAGAO DO INSS, PRELIMINAR DE CARENCIA DE ACAO AFASTADA. AUSENCIA DE COMPROVACAO DA INCAPACIDADE PERMANENTE, 1. Afasta-se a preliminar de auséncia de interesse de agi, quando a parte autora ingressa na seara administrativa postulando concessio de beneficio In cas, amparo assistencial, ¢ o INSS deixa de orientar o seguraco para a pleitear beneficio diverso do postulado. Inteligencia do artigo 88 da Lei? 8913/91 2.5, Omissis. (TRE4, APELREEX 200771.99.010246-3, Sexta Turma, Relator Luts Alberto D’Azevedo Aurvalle, D.E. 12/05/2010). No mesmo sentido j4 se manifestou a TNU: “Compete ao INSS con- ceder o beneficio mais adequado ao segurado, independentemente de qual beneficio haja sido requerido, assegurando, assim, a protecao ao seu direi- (TNU, Pedido 200972510003124, Juiza Federal Simone Lemos Fernan- des, DOU 28/10/2011) Clarissa Albuqueraue Costa \7 - FUNGIBILIDADE idade de concessdo judic tiverso do pleiteado questao frequentemente enfrentada pelo Supe ribunal de Justica, pelos Tribunais Regionais Federais, bem como no sito dos Juizados Especiais Federais, tanto pelas Turmas Recursais qu: delas instancias uniformizadoras de jurisprudéncia, Carlos Alberto Pereira de Castro e Joao Batista Lazzari A pos i? ensinam incapacitante busca a prestagé por invalidez, mas g Juiz. poders \gamento extra do INSS conceder 0 ben’ [el quando o segurado acometido de m: vo de obter aposentad pa constatada a incapacidade, ¢ dever se of correspondente. io lade como razao para a concessa0 & ‘A aplicacao do prinefpio da fungibi “ 5 fundamentos uti beneficio adequado ao segurado. Variam, no entanto, zadios para a aplicagao do referido prine ‘H14 uma série de julgados dos Tribunais Regionais Federais ™ do de que doenca pode ser concedido de oficio, por consti immus em relacdo & aposentadoria por invalidez, 0 que rechaga a ttul Ue julgamento extra petita’. (AC 2002.01,99028322-4/MG, Rel, Juiz Bes Mark Vehida Brandao, 1? Tarma Suplementar, e-DJFI p. 31 de 16/00/: to Pereira de, LAZZARI, Joo Batista, Manual de ‘2010, p. 672. 47 CASTRO, Carlos Al Previdenciério:12. ed. 48. TRF/1: PREVIDENCTARIO - CONCESSAO DO BENEFICIO DE AU TANCAPACIDADE PARCIAL COMPROVADA - PEDIDO PROCEDENTE. 1. do cingir-se a concess4o de aposentadoria por inv ree no sentido de se permitir 0 deferiments Tegais, por constituir este dl (0 provida. (AC 200001000058038 lark Yshida Brando, TRF1 - 1* Turma Suplementat, 23/03/2011), )REVIDENCIARIO, _ AUXILIO-DOENCA. IMPROVIDO. TR2: ATESTADA POR PERICIA MEDICA. AGRA\ vvez reconhecida a incapacidade circunstai Taudo médico pericial constante dos autos, hd ‘autora a fruigao do beneficio de a extra petita, tendo BBENEFICIOS POR INCAPACIOADE PAR O TRABALHO; AUXILIO-DOENGA E APCSENTADORIA POR INVALDEZ Nessa linha de julgamento, a Tarma Nacional de Uniformizagéo ja decidiu que: Nao restando comprovada, nos termos do laudo pericial, a insuscetibilidade definitiva da recorrente para a atividade laborativa, mas to somente a sua incapacidade parcial, ¢ de se negar o pleito de aposentadoria por invalidez e conceder 0 beneficio de auxilio-doenca, que desponta como um relagao ao pedido principal, (PEDILEF 200433007170150, Turma Nacional de Uniformizacao, data da decissio 24/09/2004), '200551040043870, Desembargador Federal Aluisio Goncalves de Castro Mendes, Primeia Turma Especializada, 03/04/2008). ‘TRE/3 PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO ULTRA PETITA. EXCLUSAO DA PARTE QUE ULTRAPASSOU © PEDIDO. ARTS. 128 F 460, CPC, PREVIDENCIARIO. AUXILIO-DOENCA. INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORARIA COMPROVADA. I, principio da vinculacdo do magistrado ao pedido formulado o impede de conhecer de ‘bem como condenar a parte em quantidade superior a que foi demandada, Requisitos do auxilio-doenga preenchides. Ill. O auxitiondoenga 6 um minus em relagao & aposentad ‘modo que a incapacidade total e temporaria esta abrangica pela incapacidade HONORARIOS PERICIAIS. 04, porextenso, reformation jus, odeferimento do beneficio de aposentadoria pr invader quando o pedo éde Concessiode aunilio-doenca, tendo emt vista que esta Corte} firmou oentensdimentode queestbenefico fun imisomreaco hq 7 Sicumbente cab agreed ara Gom os honorérios periciais, OmissSo da sentenga que se supre. (AC 2005700001 Sttastae Ope Mart Sexta Toma, 13/0207) 7 TRE/S: PREVIDENCIARIO. INCAPACIDADE PARCIAL LABORAL AUXILIO- DOENGA, CONCESSAO. ART. 59 DA julgamento extra peti IN! 8.213/91, SENTENCA EXTRA-PETITA, NAO OCORRENCIA, TUTELA ANTECF-PADA CONCEDIDA DE OFICIO. VEDACAO. ART. 273 DO CPC. - Hipst de aposentadoria por inva Fibxc por Mingo parte eutora ebjlve aconesso do benefica sale as eneridae trees de Oteosr vlga Conguantoo pl rt io concerts de apo ea We incapocade pari no cond fs ioe hj SE eS weno egal gue obese detoxdi-dorsé cannes 8 apocntdova po invalider.~ Nao havendo pedo expresso arya tamecpuan et to pode se concedia de ia, Apso Mo ne 330 CP.» Precenisjurspadercate. Aplaaopacamente provid, tae oooitoonnasyDeenbergalo Fetal Hanekco Wilt Segunda Tame 15/07/2008), F Clarissa Albuquerque Costa Seguindo essa linha de pensamento, nada impede que seja concedi lo 0 auxilio-doenca ao segurado que requeira judicialmente a conce le aposentadoria por invali elacao a este. " aaplicacao do prinefpio da fun; | de beneficio por incapacidade, ~ fem consideracdo se 0 beneficio concecido & um miinus em relacao ao reque- ido. Como exemple, que, embora tenha diez, concedew-se at BBENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA 0 TRABALHO: AUKILIO.DOENGA E RPUSEIAUUNIN FUR INYRLIE Fundamentos como os transcritos ac 1m, no ambito do ST), lidade para a concessdo de qualquer tipo idopendentemente do pedido, e sem levar fa-se a decisdo proferida no REsp. 226.958/ES*, em rrequierida a concessao de aposentadoria por invali- jo-acidente em razao da consolidacao das lesdes do | segurado. yu aposentadoria por invalidez, Outra linha da jurisprudéncia se utiliza dos principio narra mihi factum dabo ti ius, bem como a relevancia da questao soci onyolvida, para fundamentar a possibilidade de concessao de beneficio por incapacidade diverso do pleiteado judicialmente. No REsp. 89.397/PE, o ST] decidiu que, “em pers 4o pedido e da decisao, um s6 e mesmo suporte factico, nao ha falar em jul gamento extra petita, mas em observancia do prinefpio ura novit cur maior forca nos pleitos previdenciérios, julgados pro misero"®. levancia da questao social envolvi Acérdio que concede Auxilio-doenca ao invés de aposentadoria por inval ddez, pedida na inicial, descle que satisfeitos os requisitos daquele"™"". 7 Ainda, no REsp. 177.267 0 relator consigna que, nao se pode esquece o velho brocardo que sempre orientou as deci dos bons juizes: “dé-me os fatos e dar-te-ei o direito”. E no Dir Previdenciario de hoje, em que se realca a questio social de protecéo mnacio brocarde ganha relevanciae se tora atual, miximo resultado, em consonancia com o prine! 1B REsp. 89397/PE, (02/03/2004, Dj 22/11/2004, p. 392 30 REsp 255776/PE, Rel. Dy 11/09/2000, p. 280. 51. Arelevancia social também foi utilizada como razao de d 'AgRg, no Resp336.295/SC, Rel. Ministro Felix Fischer, {13/05/2003, Dj 28/10/2006, p. 329; REsp. 412.676/RS, Rel. Ministro Vicente Leal, Sext igado em 03/12/2002, DJ 19/12/2002, p. 484; REsp. 177.566/SP, Rel. Edson Vidigal, ‘Turma, julgado em 17/08/1999, Dj 20/09/1998, p.77. 52. REsp.177267/SP, Rel. Ministro Vicente Leal, Sexta Turma, julgado em 20/08/1998, dos observando os pi relevancia social. No Ambito dos Tribunais Regionais Federais, ha uma série de julga- cipios iura novit curia © mihi factum dabo tbi ius e a Destacam-se as seguintes decisbes: TADA. PRESCRICAO. SI DOENGA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO INOCORRENTE. CARENCIA COMPROVADA. INCA- ‘PACIDADEPERMANENTEE TOTAL PARA OEXERCICIODE ATIVIDADES: LABORAIS. LAUDO PERICIAL. ma processual é informad factum, dabo tibi ius", da matéria posta sob -aga0, a0 caso concreto, de tratamento juri autor, nao implica necescariamente em violacio aos postulados jur congruéncia e da adstricao do magistrado, 2. A sentenga corretamente reconheceu 0 principios “iura novit vestem 0 magistrado no do autor ao beneficio negado pelo INSS, na permanente atestaca por em outro compativel coma incapacidade total e perma que ¢ o beneficio de aposentadoria por invaliciez, ndo caracteriza o alegado julgamento “extra petit’, especialmente porque o autor veio a falecer no urco do processo, exatamente em decorréncia do mal que o tornavaincapaz para o trabalho (AVC isquemico e HAS cronica). Preliminar rejeitada. 3. a IL. Omissis (AC 199938000394439, Juiz, Federal Iran Velasco Nascimento (Conv), TRFI - Segunda Turma, 26/11/2007), PREVIDENCIARIO. PLEITEADO O BENEFICIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONCESSAO DO BENEFICIO DE AUXILIO-DOENCA. 53. REsp. 226958/ES, Relator Ministro Gilson Dipp, Dj 05/03/2001, Carissa Abuquerque Coste INEXISTENCIA DE INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE. RAZOI DISSOCIADAS. 1.e2, Omissis. 3, Nao ha qualquer ébice a concessao de auxtlio-doenca em feitos no uais a pretenséo deduzida pelo autor em juizo consistisse na obtencao de aposentadoria por invalidez, nfo se tratando de julgamento extra petita, pois, e, sobretudo, por se trat juiz. conceder benef diverso (ou . que isso caracterize um julgam« 1 alé porque « pedido de aposentadoria por invalidez engloba o de auxilio-doenga, eis que mais amplo que este. 4.e5, Omissis, (AC 200251015234521, Desembargadora Federal Liliane Ro ‘TRF2~ Segunda Turma Especializada, 10/06/2009). DIREITO PREVIDENCIARIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAI AUXILIO-DOENCA. INCAPACIDADE TEMPORARIA PARA O La‘ CONVERSAO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CUMPRIMEN’ DOS REQUISITOS, ANALISE DE CONJUNTO PROBATORIO. JULGA MENTO ULTRA PETITA. NAO OCORRENCIA. IMPROVIMENTO DQ RECURSO. 1. Diante do conjunto probatério, constata-se que a parte aut ¥s legais para o restabelecimento do beneficio de aw conversio em aposentadoria por invalidez. 2. Incide o principio da fungibilidade nas acies previdenciérias, por 19 e de beneficios de mesma nature idade, 0 que € mensurado tecnicamente, devendo ser concedido, io adequado, em face da relevancia social que envolve o assunto, nat havendo que se falar em julgamento ultra ou extra petita, (AC 200861140039430, Jutiza Marisa Cucio, TRF3 - Décima Tun PREVIDENCIARIO. PROCESSO CIVIL. CARENCIA DE ACAO. INTERES! DE AGIR CONFIGURADO. JURA NOVIT CURIA. ANALISE Di} SITUAGAO DE FATO. DEVER DO ESTADO. INSUFICIENTE INSTRUG. PROBATORIA. NULIDADE DA SENTENCA. REMESSA DOS AUTO! PARA INSTRUCAO PROCESSUAL 1. £ Dever do Estado - administrador e juiz - examinar se do conjunto fatic® osu o segurado direito a beneficio previdenciario, ainda que diver Gaquele especificamente indicado pela parte, tanto quando da realizacio dg pede vdministeativn, anvanin dn nedtida iudicial. ENEFICIOS POR INCAPACIDADE PARA 0 TRABALHO: AUNLIO-DOENGA E APOSENTADONIA FUN IWVALUEZ 2. Aplicagao dos principios jura novit curia e narra mili factuom dabo tb torna especialmente exigivel em beneficios previdenciarios, pela relevancia ‘a posta em juizo; nao ocorrendo, em principio, (AC 200270070007432, Néfi Cordeiro, TRF4 - Quinta Turma, 15/09/2004) PREVIDENCIARIO. PROCESSUAL CIVIL. AUXILIO-DOENCA OU CON- VERSAO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. EXTINCAO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MERITO, INEPCIA DA INICIAL. NAO CONFIGURADA. AUSENCIA DE REALIZAGAO DA PERICIA MEDICA IMPRESCINDIVEL PARA O DESLINDE DA QUESTAO, IMPOSSIBILIDADE DO JULGAMENTO DO MERITO. ART. 515 DO CPC. ANULACAO DA SENTENGA. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZO DE ORIGEM PARA A REALIZAGAO DA PERICIA. Entendo, porém, que em matéria previder nao ha dese interpretar sde da fungibilidade dos icado pelo nomen juris do beneficio ao trocar 0 indevido pelo devido. - [..] (AC 200905990027617, Desembargador Federal Edilson Nobre, TRFS - Quarta Turma, 30/09/2010). O mesmo entendimento é adotado pelas Turmas Recursais do Parana |AUXILIO-DOENCA E AUXILIO-ACIDENTE. FUNGIBILIDADE DOS BENEFICIOS POR INCAPACIDADE. LESOES CONSOLIDADAS. ACIDEN- ‘TE OCORRIDO EM PERIODO DE DESEMPREGO DO SEGURADO. POS- SIBILIDADE. que decorrem de incapacidade laborativa so fungiveis, cabendo ao julgador, diante da especie de incapacidade constatada, conceder tuele que for adequado, ainda que o pedido tenha sido limitado a outro 1, no se configurando julgamento ultra ou extra petita. ‘Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, julgado em 26/02/2009) PREVIDENCIARIO. BENEFICIO POR INCAPACIDADE. PREVIO REQUE- RIMENTO ADMINISTRATIVO, FUNGIBILIDADE DE PEDIDOS. INTE- RESSE PROCESSUAL. EXISTENCIA. SENTENCA ANULADA, 1. Existe pretensdo resistida e, consequentemente, interesse processual na hhipotese de a autora ter requerido beneficio por incapacidade ao INSS, a autarquia ter Ihe concedid jo-doenca ao invés do beneficio de aposentadoria por invalidez al Clarissa Albuguergue Costa doenga, aposentadoria por inval Igador, conforme a Iga sido limitado a outro.” (TRF4, AC 2005:72.13.000201-3, Turma Suple tor Ricardo Teixeira do Valle Pereira, DE. 11/05/2007). Isso p. (0 causadot do direito é o mesmo (a doenca ou incapacidade), cab Juizo aanélise de qual direito decorre desse fat. (RCI 200771.95017139-5, Primeira Turma Recursal do RS, Rel Pau va, julgaclo em 06/05/2008). Verifica-se, portanto, que, por forca da aplicacao do princi lade, a jurisprudéncia admite a concessao de qualquer bei videnciério por incapacidade - aposentadoria por invalidez, auxilio- cidente ~ independentemente da espécie requerida pelo 18 - CONSIDERACOES FINAIS A primeira vista, quando iniciamos 0 estudo dos beneficios por pacidade, a primeira impressio que se tem é que se trata de uma an: lativamente simples, j4 que os requisitos para a sua concessao se resul a incapacidade e a qualidade de segurado. Todavia, um olhar casuistico releva que, ao contrario do que jira vista se tem a impressio, a correta analise da aplicacao do diel relacdo aos beneficios por incapacidade demanda profundo conhecin wrudencial, dadas as diversas particularidades e das na sua aplicacao. ‘A concessdo de beneficios por incapacidade compoe a grande 1 dos pedidos administrativos e judiciais, E.0 notavel volume de demandas esse objetivo tem acabado por resultar em julgamentos em massa, medi analise meramente objetiva e muitas vezes inadequada dos requisitos le que diz respeito a andlise dos benef O estudo e aplicacao dos beneficios por incapacidade implica var a legislagaoem dores da Previdencia Social em si. Jamais se pode resumir a a: simples de laudos periciais, extremamente frios em sua esséncia. bem verdade que o cenério atual, principalmente na esfera nistrativa, fem se mostrado um tanto quanto desanimador. Administt@ tmmanta a TINGS tam nrocurada simplificar 0 aue ndo pode ser simph Henerici0s POR NCAPACIOADE PARA O TRABALHO, ALNILO-DOENGA EAPOSENIADUNIN run nue elaborando tabelas relacionando doencas a prazos de concessao de eficios, como pura matemiética, esquivando-se tanto quanto consegue ericias. FFica aqui a esperanca de que haja, num futuro proximo, a conscienti- gacao da importancia de uma andlise aprofundadae humanizada acerca da oncessao dos beneficios previdenciarios por incapacicade. REFERENCIAS AS, Andréia Castro. A alta programada e os benefi YAZ, Paulo Afonso Brum; SAVARIS, José Antonio (Orgs). Curso Modular de Dircito jo. Florianopolis: Conceito Editor JAM, Miguel Cabrera, Alienagio Mental e beneficios por incapacidade. Revista in Consulex, ano XIV, n. 328, 15 set. 2010 MARTINS, Larissa. Aposentadoria por invalidez: entre a doenga médica © a apacidade social ~ posicdo jurisprudencial. In: FOLMANN, Melissa; FERRADO Suzani Andrade (Coords). Previdéncia: entre di a repercussio econdmica o século XX1. Curitiba: Jurud, 2009. INO, Daniel. A aposentadoria por invalidez no direito positivo brasileiro. Rev. v. Campo Mourao, n. 1, v.3, p. 143-185, jan,/jul. 2007, ILINO, Daniel. A aposentadoria por invatides no direito positivo brasileiro. S40 Paulo: R, 2001, OCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo, Comentiries 3 Lei de Beneficios da Previdéncia Socal. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, Previstos pelo Regime Geral em Face reito Previdencirio. Série Direito em foco. Niterbii

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