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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CAMPUS CACHOEIRA DO SUL


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Guilherme Auler
Leonardo Taborda dos Santos
Miréli Binder Vendruscolo

Ambiente Construído:
O Estatuto da Cidade

Cachoeira do Sul, RS, 2018


1. INTRODUÇÃO

O Estatuto da Cidade estabelece normas de ordem pública e interesse social que


regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Porém, antes do Estatuto da Cidade ser implementado, as leis brasileiras eram
todas de caráter rural. Com o passar do tempo, com o início do desenvolvimento
industrial do Brasil que começou a se solidificar a partir da da década de 1930, e o
consequente aumento da população e expansão das áreas urbanas, foram criados
diversos planos e leis, sendo eles o Conselho Nacional do Desenvolvimento Urbano
(CNDU), Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), Banco Nacional de
Habitação (BNH), a Lei do Parcelamento dos Solos e a Lei do Desenvolvimento
Urbano. Sendo assim, hoje uma única lei trata do mencionado acima e ela é a Lei n°
10.257 de 10 de julho de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade, é a qual
regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras providências

2. OBJETIVOS

O principal objetivo do Estatuto da Cidade é determinar diretrizes para orientar o


crescimento urbano, o uso e a ocupação do solo de maneira a criar uma sociedade
mais justa e sustentável.
Ele determina que o governo e a população se unam em prol do
desenvolvimento, devendo, cada um, fazer sua parte.
Para o Governo, utilizar de maneira adequada os recursos disponíveis para
investir em infraestrutura, a qual deve atender a todos de maneira inteligente e em
função de sua necessidade real. O governo deve adotar padrões de produção,
consumo de bens e serviçõs compatíveis com os limites de sustentabilidade. Deve
também determinar leis e normas que regularizem o uso e a ocupação do solo de
forma inteligente e protejam a população de riscos, como catástrofes naturais.
A população, deve participar das decisões. Quando houver a necessidade de
discutir projetos, planos e programas com potencial dano ao meio ambiente natural
ou construído natural, ou ainda à segurança e/ou ao conforto da população,
audiências púiblicas serão realizadas para o cumprimento das mesmas.
Cabe à União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que legislem
normas gerais de direito urbanístico, haja promoção de programas de construção de
moradias e melhorias nas condições habitacionais e de saneamento básico, além de
determinar diretrizes e planos para promover o desenvolimento urbano, seja ele,
habitação, saneamento e/ou transporte, e ordenação do território.

3. PRINCIPAIS DIRETRIZES

3.1 Gestão democrática


Para isso sendo utilizados (a nível nacional, estadual e municipal) órgãos colegiados
de política urbana;
Debates, audiências e consultas públicas;
Conferências sobre assuntos de interesse urbano;
Iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano. Nos municípios a gestão orçamentária será participativa.
3.2 Cidade Sustentável
No âmbito econômico, social e ambiental. Deve-se buscar a proteção, a preservação e
a recuperação do meio ambiente natural e construído.
Além de, visando promover o desenvolvimento integrado, deve-se unir e
complementar as atividades urbanas às rurais
3.3 Uso e Ocupação correta do solo
O planejamento e controle da distribuição populacional e de suas atividades para
evitar o crescimento urbano incorreto e impactos negativos osbre o meio ambiente –
realizando regularização fundiária e ruabnização onde for necessário. Evitar o uso
incorreto dos imóveis urbanos (como sua subutilizaão ou não utilização por motivos
especulativos), assim com a distribuição próxima de atividades incompatíveis ou
incovenientes. Evitar adensamentos populacionais ou atividades que possam
sobrecarregar a infraestrutura urbana ou ainda gerar tráfego intenso. Planejar o uso e a
ocupação do solo de maneira a reduzir custos e aumentar a oferta de lotes e de unidades
habitacionais.

4. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

O Poder Público poderá utilizar alguns recursos, chamados de “instrumentos da


política urbana”, para promover odesenvolvimento das cidades e regiões. São eles:
4.1 Planos nacionais, regionais e estaduais
Ordenação do território, aglomerações urbanas e microrregiões.

4.2 Planejamento Municipal


O plano diretor;
Disciplina do parcelamento, uso e ocupação do solo;
Zoneamento ambiental;
Plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
Gestão orçamentária participativa;
Planos, programas e projetos setoriais;
Planos de desenvolvimento econômico e social.

4.3 Institutos tributários e financeiros


IPTU, contribuição de melhoria, incentivos e benefícios fiscais e financeiros.

4.4 Institutos políticos e jurídicos


Desapropriações;
Servidão administrativa;
Tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
Instituição de unidades de conservação;
Instituição de zonas de especial interesse social;
Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso, regularização fundiária;
Referendo popular e plebiscito.

4.5 Estudo de impacto ambiental e estudo prévio de impacto de vizinhança

5. O PLANO DIRETOR

Este é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.


Ele apresenta as exigências fundamentais de ordenação urbana que trazem qualidade de
vida, justiça social e desenvolvimento das atividades econômicas, permitindo que a
cidade cumpra sua função social.
O plano diretor deve ser um instrumento que orienta todas as ações concretas de
intervenção sobre o território, independentemente do fato dessas ações serem levadas
pelos indivíduos, pelas empresas, pelo setor público ou por qualquer outro tipo de
agente. Sendo assim o plano diretor deve ser um instrumento que garanta o
desenvolvimento da cidade de forma que toda a população seja beneficiada e não
apenas partes de um todo.
Através do estabelecimento de princípios, diretrizes e normas, o plano
deve fornecer orientações para as ações que, de alguma maneira, influenciam no
desenvolvimento urbano. Essas ações podem ser desde a abertura de uma nova
avenida, até a construção de uma nova residência, ou a implantação de uma
estação de tratamento de esgoto, ou a reurbanização de uma favela. Essas ações,
no seu conjunto, definem o desenvolvimento da cidade, portanto é necessário
que elas sejam orientadas segundo uma estratégia mais ampla, para que todas
possam trabalhar (na medida do possível) em conjunto na direção dos objetivos
consensuados.

6. ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Art. 36. Lei Municipal definirá os empreendimentos e atividades


privados
ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de
impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de
construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.

Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos


e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da
população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no
mínimo, das seguintes questões:

I – adensamento populacional;

II – equipamentos urbanos e comunitários;

III – uso e ocupação do solo;

IV – valorização imobiliária;

V – geração de tráfego e demanda por transporte público;

VI – ventilação e iluminação;

VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de


estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação
ambiental.
São habilitados a exercer a função de coordenadores da equipe de
elaboração do EIV com a devida responsabilidade técnica, os arquitetos e
engenheiros civis, tendo como único requisito a graduação em arquitetura ou
engenharia civil e o devido registro do profissional no seu Conselho de Classe
(CAU ou CREA). A formação da equipe varia de acordo com o tipo
empreendimento, seus impactos gerados e sua complexidade, que pode requisitar
profissional com experiência em determinada área.
Em suma, o Estudo de Impacto de Vizinhança busca instruir e assegurar,
ao Poder Público e ao ambiente urbano, o equilíbrio necessário a cada
empreendimento, adequando-o ao meio em que fará parte.

7. PLANO DE EXPANSÃO URBANA

Municípios que possuam áreas de expansão urbana devem elaborar Plano de


Expansão Urbana, (exceção se faz aos Municípios que possuírem em seu Plano Diretor
estas definições), contendo:
Delimitação da área de expansão urbana;
Delimitação das áreas com restrições à urbanização, assim como áreas com
riscos de desastres naturais;
Definição de diretrizes específicas e áreas que serão utilizadas para
infraestrutura, sistema viário, equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais;
Definição dos parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo
(permitindo a diversidade de usos para gerar emprego e renda);
Delimitação das zonas especiais de interesse social;
Definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do
patrimônio histórico e cultural;
Definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios
decorrentes da urbanização.
8. REFERÊNCIAS

http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/o-estatuto-da-cidade.html
http://www.fec.unicamp.br/~labinur/Estatuto_comp.html
www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2929/O-Estatuto-da-Cidade-sua-importancia-e-
responsabilidade
http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/spm/usu_doc/vanesca2-pd-eiv.pdf
https://www.infoescola.com/administracao_/estatuto-da-cidade/

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