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09/05/2007
Para se ter uma idéia dessa evolução, em 1989 havia cerca de 115 unidades de
conservação federais somando-se aproximadamente 15 milhões de hectares. Hoje, são
mais de 60 milhões de hectares em 288 unidades de conservação. Há uma busca
constante que se faz necessária em diversos momentos da história de adequação da
estrutura administrativa ao tamanho dos desafios que a sociedade nos coloca. Esse
processo não é estanque. Deve ser sempre dinâmico para que a questão ambiental tenha
respostas eficientes e próximas da realidade.
Atenciosamente,
02) Não era apenas problema de gestão do Ibama? Ou seja, se a gestão fosse melhorada,
haveria, realmente, necessidade de reestruturação?
R- Em todos os órgãos públicos sempre há espaço para melhorias de gestão. Entretanto,
o Ibama foi absorvendo crescentemente mais atribuições pela complexidade da temática
ambiental. Esse aumento de atribuições e carga de trabalho levou o Ibama a possuir
mais de 500 unidades para administrar em todo o território brasileiro. Do ponto de vista
da modernidade administrativa, uma reestruturação era necessária para organizar e
fortalecer a proteção ao meio ambiente.
03) Por que não houve debate? Quem foi consultado para a criação do novo instituto?
R- Nos últimos anos, houve enorme acúmulo de informação por parte do Ibama, por
meio de diversas consultorias e trabalhos internos, que pensaram sua reestruturação. O
mesmo aconteceu no Ministério do Meio Ambiente e no conjunto da sociedade. Todas
essas propostas foram incorporadas, internalizadas e transformadas em um projeto
integrado de gestão ambiental para o sistema federal.
05) A reestruturação do Ibama ocorreu por causa das pressões pela concessão de
licenças para as obras do PAC? Isso não gera um enfraquecimento frente às pressões
pelas concessões de licenças?
R- A Ministra Marina Silva, em todas as oportunidades que teve, ressaltou e valorizou o
bom trabalho de licenciamento ambiental do Ibama, separando categoricamente as duas
questões. Em recente entrevista ao Jornal Nacional ela afirma que não se pode exigir de
um servidor público que ele descumpra o que determina a legislação. Nos últimos
quatro anos, houve um fortalecimento significativo do setor de licenciamento no Ibama,
com a inversão da situação do quadro de pessoal. Se, antes, 90% do quadro era de
consultores (equipe base) e apenas 10% do quadro efetivo, hoje, 90% dos servidores é
do quadro efetivo e apenas 10% de consultores. Além disso, foi criada uma diretoria
específica para o licenciamento ambiental no Ibama, com 3 coordenações-gerais. Antes,
todo o licenciamento era restrito a apenas uma coordenação-geral. No Ministério, foi
também criada uma diretoria específica para o licenciamento ambiental, na Secretaria de
Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, que irá apoiar os licenciamentos federal e
estaduais. Com o advento do PAC, a chamada de 305 novos analistas ambientais para o
Ibama é outra forma de fortalecer ainda mais o setor, uma vez que, destes, 42 irão para o
licenciamento.
08) Por que o Ibama permanece apenas com autorizações, licenciamento e fiscalização?
Por que a parte “boa” foi para o Instituto Chico Mendes e ao Ibama coube apenas a
parte “difícil”?
R- Não entendemos que uma parte das ações públicas de gestão ambiental sejam “boas”
ou “ruins” a priori. Todas as atividades do MMA são fundamentais para direcionar o
desenvolvimento econômico brasileiro rumo à sustentabilidade. O sistema federal como
um todo deve atender a todas as demandas não importando seu grau de complexidade.
A estruturação busca apenas dar mais foco a cada uma dessas questões e permite
fortalecer cada uma delas. Com foco, há mais efetividade, melhor capacitação e maior
facilidade de administração, ao tornar o funcionamento de cada um dos dois novos
órgãos mais leve e ágil.
10) A gestão entre os dois institutos continuará integrada? De que forma? E no caso de
áreas em que há inter-relação entre os dois institutos, o que será feito?
R- A orientação é que toda o trabalho seja integrado. Para isso, inclusive, a Ministra de
Meio Ambiente nomeou interinamente dois de seus principais assessores para garantir,
desde o início dos trabalhos, essa integração. Já estão sendo previstos Termos de
Cooperação entre os dois institutos com o objetivo de consolidar o trabalho integrado.
12) Para que o Instituto Chico Mendes fosse criado foi necessário dividir o Ibama?
R- O Ibama não foi dividido. Há, apenas, um remanejamento de funções para que os
dois institutos possam trabalhar com mais agilidade em seus respectivos objetivos.
13) Qual é o objetivo do Instituto Chico Mendes?
R- O Instituto Chico Mendes tem como objetivo cuidar da proteção das unidades de
conservação integral e da preservação da biodiversidade, incluindo os centros de
pesquisa.
15) Como o servidor pode participar da construção do novo Ibama e do Instituto Chico
Mendes?
R- Os servidores podem participar do processo de aperfeiçoamento dos Decretos que
definem a estrutura organizacional do Ibama e do Instituto Chico Mendes levando
sugestões às suas Diretorias.
16) E quanto ao pessoal? Como será feita a divisão de pessoal para esse novo órgão?
R- Os servidores cujas atribuições funcionais pertencem ao Instituto Chico Mendes
serão lotados no Instituto Chico Mendes. Os servidores cujas atribuições funcionais
pertencem ao Ibama ficam no Ibama. Os servidores de alguns dos centros de pesquisa e
unidades de conservação serão lotados no Instituto Chico Mendes. Em relação às
diretorias cujas atribuições estão em ambos os institutos, os servidores serão alocados
em função das atividades e projetos que tem desenvolvido. As regras acima servem
também para os servidores lotados nas Superintendências.
20) Quantas pessoas serão realocadas para o Instituto Chico Mendes? E de quais os
cargos?
R- Ainda não há um quantitativo exato.
24) Para onde serão removidos os servidores lotados em escritórios regionais que forem
extintos?
R- Dos escritórios hoje existentes, 60 continuarão vinculados ao Ibama. Os locais serão
discutidos com os Diretores, Superintendentes e servidores. Os demais, sempre que
possível, serão transferidos para o Instituto Chico Mendes para apoiar a administração
das unidades de conservação.
25) O quadro de pessoal é suficiente para a divisão? Haverá novos concursos públicos?
Há previsão?
R- O pessoal será realocado de acordo com as necessidades das autarquias. Em relação
aos concursos, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama vinham discutindo a
realização de novos concursos. Juntamente com o Instituto Chico Mendes, a discussão
será retomada após o fim do período de transição, que deve durar entre três e quatro
meses.
29) Haverá recurso suficiente para a remoção dos servidores, já que essa será realizada
de ofício, no interesse da Administração?
R- Sim. Serão disponibilizados os recursos necessários para que ocorra a remoção.
32) Como será composto o orçamento do novo instituto durante o ano de 2007?
R- Com o orçamento previsto para as áreas do Ibama que foram transferidas para o
Instituto Chico Mendes e eventuais créditos suplementares, se necessário.
33) O decreto da nova estrutura regimental do Ibama afirma que uma das fontes de
renda do instituto serão as rendas provenientes da venda de produtos apreendidos.
Como será realizada essa venda?
R- A venda será realizada por leilão público.
41) Como será a gestão das áreas de uso sustentável nos planos de manejo das florestas
nacionais?
R- Os planos de manejo das unidades de conservação serão elaborados e aprovados pelo
Instituto Chico Mendes. Nas áreas em que houver exploração de recursos florestais,
plano de manejo específico será aprovado pelo Ibama, em articulação com o Instituto
Chico Mendes.
42) Com a criação do Instituto Chico Mendes, como será construído o processo de
compensação ambiental, uma vez que o licenciamento ambiental, que é o condicionante
da liberação da compensação, continuará no Ibama, mas as unidades de conservação
estarão no Instituto Chico Mendes?
R- A Câmara de Compensação Ambiental continua existindo com os mesmos
integrantes que já nela participavam. A Câmara passa a ser inter-institucional.
44) Como será feita a gestão das unidades de conservação pelo Chico Mendes?
R- A gestão será realizada pelas Diretorias e Coordenações responsáveis. No caso de
Unidades de Conservação Integral, pela Diretoria de Unidades de Conservação Integral
e pelas Coordenações-Gerais de Unidades de Conservação de Proteção Integral e de
Visitação em Unidades de Conservação, e, no caso de Unidades de Conservação de Uso
Sustentável e Populações Tradicionais pela Diretoria de Unidades de Conservação de
Uso Sustentável e Populações Tradicionais e pelas Coordenações-Gerais de Áreas de
Proteção Ambiental e Reservas da Biosfera, de Gestão de Reservas Extrativistas e de
Desenvolvimento, e de Florestas Nacionais.