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3 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Volume 2

HISTÓRIA
Ciências Humanas

CADERNO DO PROFESSOR
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR

HISTÓRIA
ENSINO MÉDIO
3a SÉRIE
VOLUME 2

Nova edição

2014 - 2017

São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu


trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
A NOVA EDIÇÃO
Os materiais de apoio à implementação f incorporar todas as atividades presentes
do Currículo do Estado de São Paulo nos Cadernos do Aluno, considerando
são oferecidos a gestores, professores e alunos também os textos e imagens, sempre que
da rede estadual de ensino desde 2008, quando possível na mesma ordem;
foram originalmente editados os Cadernos f orientar possibilidades de extrapolação
do Professor. Desde então, novos materiais dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do
foram publicados, entre os quais os Cadernos Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-
do Aluno, elaborados pela primeira vez vidades;
em 2009. f apresentar as respostas ou expectativas
de aprendizagem para cada atividade pre-
Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do sente nos Cadernos do Aluno – gabarito
Professor e do Aluno foram reestruturados para que, nas demais edições, esteve disponível
atender às sugestões e demandas dos professo- somente na internet.
res da rede estadual de ensino paulista, de modo
a ampliar as conexões entre as orientações ofe- Esse processo de compatibilização buscou
recidas aos docentes e o conjunto de atividades respeitar as características e especificidades de
propostas aos estudantes. Agora organizados cada disciplina, a fim de preservar a identidade
em dois volumes semestrais para cada série/ de cada área do saber e o movimento metodo-
ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e lógico proposto. Assim, além de reproduzir as
série do Ensino Médio, esses materiais foram re- atividades conforme aparecem nos Cadernos
vistos de modo a ampliar a autonomia docente do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-
no planejamento do trabalho com os conteúdos crever a atividade e apresentar orientações mais
e habilidades propostos no Currículo Oficial detalhadas para sua aplicação, como também in-
de São Paulo e contribuir ainda mais com as cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do
ações em sala de aula, oferecendo novas orien- Professor (uma estratégia editorial para facilitar
tações para o desenvolvimento das Situações de a identificação da orientação de cada atividade).
Aprendizagem.
A incorporação das respostas também res-
Para tanto, as diversas equipes curricula- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,
res da Coordenadoria de Gestão da Educação elas podem tanto ser apresentadas diretamente
Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do após as atividades reproduzidas nos Cadernos
Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- do Professor quanto ao final dos Cadernos, no
nos do Professor, tendo em vista as seguintes Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-
finalidades: des, elas aparecem destacadas.
Além dessas alterações, os Cadernos do possibilitando que os conteúdos do Currículo
Professor e do Aluno também foram anali- continuem a ser abordados de maneira próxi-
sados pelas equipes curriculares da CGEB ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades
com o objetivo de atualizar dados, exemplos, de aprendizagem colocadas pelo mundo con-
situações e imagens em todas as disciplinas, temporâneo.

Seções e ícones

Leitura e análise Aprendendo a


aprender
Para começo de Você aprendeu?
conversa

?
!

Pesquisa individual Lição de casa

O que penso Situated learning


sobre arte?

Learn to learn Pesquisa em grupo

Homework Roteiro de
experimentação

Pesquisa de Ação expressiva


campo
Para saber mais Apreciação
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 7
Situações de Aprendizagem 9
Situação de Aprendizagem 1 – Terror atômico: o homem tem futuro? 9
Situação de Aprendizagem 2 – Revolução Cubana e produção cultural 13
Situação de Aprendizagem 3 – Movimento operário no Brasil nas décadas de 1950
e 1960 20
Situação de Aprendizagem 4 – Tortura e direitos humanos na América Latina 27
Situação de Aprendizagem 5 – A MPB e o Dops 34
Situação de Aprendizagem 6 – Redemocratização: “Diretas Já!” 42
Situação de Aprendizagem 7 – A questão agrária na Nova República 46
Situação de Aprendizagem 8 – O neoliberalismo no Brasil 52
Quadro de conteúdos do Ensino Médio 58
História – 3a série – Volume 2

ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME


Caro(a) professor(a), distância, por alguns botões. Competia aos
demais países o alinhamento a um dos lados,
Neste volume, os temas de História se- para tentar garantir a segurança nacional
lecionados referem-se ao século XX, mais contra os “invasores”, fossem eles do Exérci-
especificamente ao contexto pós-Segunda to Vermelho ou de jovens vestidos com calças
Guerra Mundial. jeans e penteados com brilhantina. Na África
e na Ásia, novas nações surgiram, livrando-se
Conteúdos priorizados do domínio das antigas potências colonialis-
tas, mas sujeitando-se à nova bipolaridade
Após a Segunda Guerra Mundial, as po- mundial.
tências vencedoras, Estados Unidos e União
Soviética, estabeleceram domínios bélicos e Ainda hoje, encontramos em nossa cultura
geopolíticos em diversas regiões do mundo. diversos resquícios da Guerra Fria, como as
Os aliados dessas potências adotaram, respec- sequelas deixadas pela ascensão de ditaduras
tivamente, o capitalismo e o socialismo como militares na América Latina, a infiltração do
sistema sociopolítico para seu respectivo país, American way of life e a construção de um ar-
e a introdução desses modelos reconfigurou senal atômico mundial.
divisões políticas, culturas milenares, exérci-
tos, indústrias, armamentos, esportes, padrões Assim, o estudo desses temas acrescenta
de consumo e de comportamento. muito significado ao mundo contemporâneo,
pois, apesar de o Muro de Berlim ter caído e a
A expansão simultânea instigou a competi- União Soviética ter entrado em colapso, per-
tividade entre os dois modelos para propagar maneceram a Otan, a CIA e as heranças do re-
seus feitos e melhorias em um mundo quase gime de Fidel Castro, entre diversos elementos
destruído. Em 20 anos, deixamos de falar da originados nessa época.
destruição provocada pela guerra e passamos
a discutir as viagens de astronautas pelo es- Trabalharemos neste volume também o
paço: enquanto isso, na Terra, uma tênue paz recrudescimento dos regimes ditatoriais na
era mantida por estoques de armas nucleares América Latina e a abertura política posterior
ameaçadoras, que faziam que as bombas lan- às décadas de 1980 e 1990. Consequentemen-
çadas sobre o Japão parecessem obsoletas e de te, a formação de uma Nova Ordem Mundial
pouquíssimo efeito destruidor. pós-Guerra Fria, que engloba países de cen-
tro e periferia em multimercados pautados
Em um mundo dividido entre capitalistas e pelo neoliberalismo e pela formação de vários
socialistas, a liberdade de pensamento políti- blocos econômicos, que destruíram a “antiga”
co não era uma conquista fácil. Para garantir ordem bipolar.
os seus rincões de influência, estadunidense e
soviéticos desarmaram ou armaram exércitos, Merecem destaque, ainda, as manifesta-
instituíram ou destituíram governos, colabo- ções sociais ocorridas durante os regimes mi-
rando eficazmente para a construção de uma litares e a construção de grupos de defesa dos
atmosfera de medo relacionado à possibili- direitos civis nas sociedades democráticas que
dade de uma guerra atômica, comandada, à ressurgiram após décadas de ditadura.

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Competências e habilidades e o jeans, propagou-se em uma velocidade
impressionante, refletindo uma série de sen-
Estas Situações de Aprendizagem priori- timentos da época, como o terror atômico, a
zam as principais competências avaliadas no possibilidade de uma “guerra nas estrelas” e
Enem, como o domínio da norma-padrão da a iminência de guerras e revoluções.
língua portuguesa, a construção de argumen-
tação consistente e a elaboração de propos- Avaliação
tas de intervenção solidária na sociedade. As
habilidades, específicas para cada Situação de A avaliação das Situações de Aprendiza-
Aprendizagem, encontram-se enumeradas no gem deste Caderno deve privilegiar a com-
início de cada sugestão de atividade. preensão política da dinâmica instaurada no
pós-guerra e a reorganização das alianças e
Metodologia e estratégias dos interesses políticos em função da cha-
mada “Guerra Fria”. Nessa perspectiva, a
No volume anterior, utilizamos em algu- compreensão crítica da situação da América
mas atividades o cinema como importante Latina e, especificamente, do Brasil deve ser
base de estudos e discussões. Neste Caderno, aferida pela análise dos diferentes produtos
além do cinema, incorporaremos um vasto resultantes dos processos de aprendizagem
material para trabalho e estudos, disponível propostos.
na produção fonográfica da época. O desen-
volvimento tecnológico, o crescimento do Seguimos aqui a tendência iniciada no vo-
consumo nas classes mais jovens, a massifi- lume anterior, que prioriza os produtos rela-
cação da cultura e vários outros fatores con- cionados às habilidades de leitura e escrita.
tribuíram para a profusão de grupos musicais Como já foi proposto nos Cadernos anteriores,
e movimentos culturais de comportamento, nossa sugestão é que se abra espaço para uma
moda e arte ligados à música pop. Uma onda avaliação atitudinal durante a condução das
que nasceu tímida, com jovens que recupera- atividades, pois o envolvimento do corpo dis-
vam músicas e vestimentas de grupos negros cente é fundamental para que os objetivos se-
do interior dos Estados Unidos, como o blues jam atingidos.

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História – 3a série – Volume 2

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
TERROR ATÔMICO: O HOMEM TEM FUTURO?
A corrida armamentista e tecnológica indícios desse temor coletivo, como filmes
da Guerra Fria motivou em seus contem- catastróficos que retratavam o fim do mundo,
porâneos o medo – bastante justificável – de músicas e propagandas de rádio e televisão
uma guerra de dimensões nunca antes vistas que preparavam a população para um pos-
pela humanidade. O poder de destruição das sível ataque. Em meio a essa corrida arma-
novas armas atômicas, desenvolvidas pelos mentista, o filósofo inglês Bertrand Russell
Estados Unidos e pela União Soviética, ins- perguntava no próprio título de um livro, edi-
tigava a imaginação e contribuía para o cli- tado em 1961: Has man a future? [Tem futuro
ma de insegurança generalizada. Há vários o homem?].

Conteúdos e temas: Guerra Fria e corrida armamentista.

Competências e habilidades: contextualizar e ordenar os eventos históricos, compreendendo a importân-


cia dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais; relacionar e analisar versos de música com
contexto histórico específico.

Sugestão de estratégias: leitura e produção de textos.

Sugestão de recursos: textos, excertos, artigos de jornais, sites, mapas.

Sugestão de avaliação: produção de texto.

Sondagem e sensibilização suía poder de destruição muito maior do que as


bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki,
Professor, você pode perguntar aos alunos o em 1945, e era capaz de destruir países por com-
que eles sabem a respeito da bipolarização do pleto. Os estadunidenses e soviéticos defron-
mundo durante a Guerra Fria. Explique para taram-se em conflitos localizados, por exemplo,
eles como ocorreu esta bipolarização mundial guerra do Vietnã (1965-1975)a, o conflito do
após a 2a Guerra e como ela provocou um in- Afeganistão (final dos anos 1970 e meados dos
tenso clima de incertezas, uma vez que o conflito anos 1980). Porém, um confronto direto entre as
militar direto entre Estados Unidos da Améri- duas potências no qual utilizassem os armamen-
ca (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas tos nucleares que possuíam seria uma guerra
Soviéticas (URSS) nunca ocorreu de fato, mas sem vencendores, pois ambas continham arma-
apenas no campo ideológico e na corrida arma- mentos nucleares com eficácia para destruir o
mentista nuclear. A nova arma – produzida em mundo. Esse jogo de quem possuía uma maior
grande quantidade durante a Guerra Fria – pos- capacidade de “destruição” colocava todos em
a
Ressaltamos que não há um consenso entre os historiadores sobre a periodização da Guerra do Vietnã. Existem
inúmeras interpretações, portanto, esclarecemos que neste material adotamos a periodização utilizada pelo
historiador Eric Hobsbawm (In: Era dos Extremos – o breve século XX: 1914-1991, 2. ed., São Paulo: Cia. das
Letras, 1995. p. 235): 1965 (início), por ter sido nesse ano que começaram as operações em larga escala das tro-
pas estadunidense na região contra os vietcongues, e 1975 (término) quando ocorreu a queda de Saigon.
9
uma situação frágil e de incertezas, pois o mun- possibilidade de uma guerra de destruição to-
do estava nas mãos das duas superpotências. tal mostrava-se factível.

O “terror atômico” presente no texto a se- Por conta disso, o clima apocalíptico esta-
guir questiona a própria continuidade e so- va sempre presente na literatura, na mídia e
brevivência da humanidade. As preocupações nas manifestações artísticas, como a música
do autor justificam-se pelo contexto da época, e os quadrinhos.
pois a década de 1960 foi marcada pelo au-
mento do arsenal de destruição em massa e 1a etapa
das hostilidades entre os blocos militares da
Guerra Fria – do lado capitalista, a Otan e, Professor, o texto e a atividade a
do lado socialista, o Pacto de Varsóvia. Com seguir estão inseridos na seção
o macarthismo, a Revolução Cubana e a Crise Leitura e análise de texto, no Ca-
dos Mísseis, os ânimos estavam exaltados e a derno do Aluno.

“A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra
mundial. Mais que isso: apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas, sobretudo do lado america-
no, os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra
Mundial, que equivalia a um equilíbrio de poder desigual mas não contestando em sua essência. A URSS
controlava uma parte do globo, ou sobre ela exercia predominante influência – a zona ocupada pelo Exérci-
to Vermelho e/ou outras Forças Armadas comunistas no término da guerra – e não tentava ampliá-la com
uso de força militar. Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além
do hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha hegemonia imperial das antigas potências
coloniais. Em troca, não intervinha na zona aceita de hegemonia soviética.”

HOBSBAWM, Eric J. “Guerra Fria”, In: Era dos Extremos – o breve século XX: 1914-1991, 2ª ed.,
São Paulo: Cia. Das Letras, 1995. p. 224.

Considerando as explicações do professor principais características que marcaram a


e o texto do historiador Eric Hobsbawm, bipolaridade durante o período da Guerra
complete o quadro a seguir, indicando as Fria.

Bloco capitalista Bloco socialista

Principal organização bélica Otan Pacto de Varsóvia

Plano de auxílio econômico Plano Marshall Comecon

Propriedade privada, Propriedade estatal,


Diferenças entre os sistemas economia de mercado economia planificada

Quadro 1.

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História – 3a série – Volume 2

2a etapa denciar também as influências do contexto


histórico da época.
A atividade a seguir está inserida Espera-se que o texto contenha elementos das discussões
no Caderno do Aluno, na seção feitas em sala de aula sobre o “terror atômico” presente na
Pesquisa individual. mentalidade da época.

O humor também retratou as crises e tensões 4a etapa


desta época. Um bom exemplo é a Mafalda,
criada pelo desenhista argentino de história Professor, a atividade a seguir está
em quadrinhos Joaquín Salvador Lavado inserida no Caderno do Aluno, na
(Quino), no período da Guerra Fria. Muitas seção Pesquisa em grupo.
das tirinhas da Mafalda mostram a preocupa-
ção dessa garotinha de 7 anos, que odeia sopa, Dois Jogos Olímpicos marcaram a Guer-
diante do contexto caótico em que o mundo ra Fria. O primeiro foi realizado em 1980, em
se encontrava. Moscou. Uma série de eventos, como boicotes
Pesquise na internet algumas tirinhas de e a realização de jogos paralelos, evidenciaram
jornais e charges do período que trabalhem a forte influência do contexto da Guerra Fria e
com o tema Guerra Fria. da bipolaridade mundial do período. A segunda
Seria interessante que os alunos comparassem o temor atô- dessas Olimpíadas ocorreu em Los Angeles, em
mico e de ameaça comunista expressos tanto nas tirinhas 1984, com os mesmos tipos de acontecimentos.
quanto nas charges dos jornais brasileiros. Após a análise e
discussão em sala de aula, sugerimos que oriente-os a produ- Realize uma pesquisa em grupo de acordo
zir um texto introdutório de contextualização à análise pro- com as instruções do professor sobre os
posta, de forma a subsidiar o estabelecimento das relações dois eventos esportivos, preocupando-se
entre as abordagens das tirinhas e charges e a Guerra Fria. com as seguintes questões:
f Que países boicotaram os jogos de 1980
3a etapa e 1984?
f Quais foram os motivos alegados pelos
Professor, a atividade a seguir en- principais líderes dos boicotes em cada
contra-se no Caderno do Aluno, na Olimpíada?
seção Lição de casa. f Quais as consequências geradas por esses
eventos para o “espírito olímpico” cele-
Por conta da bipolaridade e da competiti- brado durante a realização dos Jogos?
vidade bélica entre os blocos socialista e ca- f Pesquise o quadro de medalhas das Olim-
pitalista, o clima apocalíptico estava sempre píadas de 1980 e 1984 e anote o desem-
presente na literatura, na mídia e nas mani- penho dos países mais bem colocados,
festações artísticas. Como você pode ter visto, lembrando-se dos boicotes, que influen-
nas tirinhas de jornais e charges há uma infi- ciaram muito o quadro final. Em seguida,
nidade delas abordando o temor atômico e a compare-o com o quadro da Olimpíada
ameaça comunista. de 1972, realizada em Munique. Repare
nas colocações dos primeiros países. Há
Com base nas atividades desenvolvidas em alguma relação entre o desempenho des-
sala de aula e na pesquisa que você realizou, ses países e a bipolaridade mundial?
produza um texto considerando a pergunta: t0T+PHPT0MÓNQJDPTEFGPSBNCPJDPUBEPTQFMPT&6" F
Pode a humanidade escapar da destruição PTEF QFMB6344
total? Não se esqueça, em seu texto, de evi- t5SBUBTFEFVNBEJTDVTTÍPQFSUJOFOUFBPDPOUFYUPEB(VFSSB

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'SJB FN RVBOEPPT+PHPTGPSBNSFBMJ[BEPTFN.PTDPV  As grandes potências divergiam, basicamente, quanto aos
TFEF EP QPEFSJP TPWJÏUJDP  F FN   FN -PT "OHFMFT  OPT diferentes modelos socioeconômicos que seguiam e defen-
&6"1PSÏN PTFTUBEVOJEFOTFTBMFHBNVNCPJDPUFQSPWPDBEP EJBN"QØTB4FHVOEB(VFSSB.VOEJBM BTÈSFBTSFDPOTUSVÓEBT
QFMBJOWBTÍPEP"GFHBOJTUÍPQPSQBSUFEPTTPWJÏUJDPTFN QFMPT&TUBEPT6OJEPTFQFMB6OJÍP4PWJÏUJDBGPSBNEJWJEJEBT 
t0T+PHPTTFSWJBNDPNPVNBCBTFEFQSPQBHBOEBQBSBPT adotando-se os modelos de seus centros.
sistemas capitalista e socialista. Portanto, para ambos os lados,
a quantidade de medalhas simbolizava eficiência. b) relacione a “Guerra Fria” com um con-
flito de “guerra quente”.
Avaliação da Situação de A Guerra Fria teve alguns momentos bastante agitados e
Aprendizagem “quentes”, tais como a Guerra do Vietnã e a Guerra da Coreia.

Ao receber os textos dos alunos, procure iden- 3. (Enem – 2009) Do ponto de vista geo-
tificar as pesquisas feitas e a habilidade em perce- político, a Guerra Fria dividiu a Europa
ber que as tirinhas e charges dos jornais – assim em dois blocos. Essa divisão propiciou a
como outras manifestações culturais – refletem as formação de alianças antagônicas de ca-
influências da época em que foram produzidas. ráter militar, como a Otan, que aglutina-
va os países do bloco ocidental, e o Pacto
Proposta de questões para avaliação de Varsóvia, que concentrava os do bloco
oriental. É importante destacar que, na
Professor, as questões a seguir en- formação da Otan, estão presentes, além
contram-se na seção Você apren- dos países do oeste europeu, os EUA e
deu?, no Caderno do Aluno. o Canadá. Essa divisão histórica atingiu
igualmente os âmbitos político e econô-
1. Durante a Guerra Fria, em alguns mo- mico que se refletiam pela opção entre os
mentos, as duas potências mundiais (EUA modelos capitalista e socialista. Essa divi-
e URSS) envolveram-se em conflitos indi- são europeia ficou conhecida como:
retos, mas que demonstravam a força e a
expansão de ideais opostos. Cite ao menos a) Cortina de Ferro.
dois conflitos indiretos da Guerra Fria entre
as duas principais superpotências da época. b) Muro de Berlim.
0T BMVOPT QPEFN DJUBS B (VFSSB EB $PSFJB 

(VFSSBEP7JFUOÍ 
JOWBTÍPEP"GFHBOJTUÍP  c) União Europeia.

3FWPMVÎÍP$VCBOB 
F3FWPMVÎÍP$IJOFTB 

No caso da data da Guerra do Vietnã há historiadores que d) Convenção de Ramsar.
BOUFDJQBNPJOÓDJPQBSBPVBQSFTFOUBNPUÏSNJOP
FNPV e) Conferência de Estocolmo.
A expressão “Cortina de Ferro” era utilizada para indicar a di-
2. (Fuvest – 2001) A era de paz e cooperação que visão da Europa em duas partes, a parte ocidental, zona de in-
muitos esperavam que se seguiria à vitória dos nVÐODJBEPDBQJUBMJTNPFEPT&TUBEPT6OJEPT FBQBSUFPSJFO-
Aliados na Segunda Guerra Mundial não re- UBM [POBEFJOnVÐODJBEB6OJÍP4PWJÏUJDBFEPTPDJBMJTNP
sistiu até o final dos anos 1940, tendo sido subs-
tituída pela “Guerra Fria” entre as grandes po- Propostas de Situações de
tências e por “guerras quentes” localizadas. Recuperação
Considerando a “Guerra Fria”:
Após o término dos estudos sobre as ori-
a) explique as divergências fundamentais gens e o funcionamento da “ordem bipo-
entre as grandes potências. lar”, que durou aproximadamente 50 anos, é
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História – 3a série – Volume 2

importante ressaltar para os alunos que não áreas de influência de cada bloco, assina-
atingiram as médias escolares as diferenças en- lando aliados e conflitos. Ao selecionar um
tre os dois blocos, principalmente as ideologias mapa, atente para as transformações ocorri-
capitalista e socialista, as alianças militares, os das nas fronteiras europeias, principalmente
planos de reconstrução econômica e os princi- desde a queda do Muro de Berlim.
pais aliados de cada lado. Posteriormente, você
pode aplicar as duas sugestões a seguir. Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
Proposta 1 compreensão do tema
Livros
Sugerimos que organize, em conjunto
com os alunos, um quadro de duas colunas, DIAS JÚNIOR, José Augusto; ROUBICEK,
cada uma relacionada a uma das principais Rafael. Guerra Fria: a Era do medo. São Pau-
ideologias da Guerra Fria. lo: Ática, 1996. (História em Movimento).
Livro de consulta sobre a Guerra Fria que
Entregue a eles as seguintes informações, de traz indicações de leituras e trechos de docu-
forma que não saibam a que coluna se referem, mentos.
e peça que as coloquem nos espaços considera-
dos corretos: Pacto de Varsóvia, Otan, Plano HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos - o
Marshall, Comecon, Doutrina Truman, Revo- breve século XX: 1914-1991. São Paulo:
lução Chinesa e Revolução Cubana. Em segui- Companhia das Letras, 1995. Indicado para
da, solicite que elaborem uma definição para estudo do século XX, possui análises das
cada um dos termos, destacando o sentido his- principais transformações provocadas pela
tórico, as principais características e ocorrên- bipolaridade no mundo.
cias e o significado da sigla, quando for o caso.
Filme
Proposta 2
Boa noite e boa sorte (Good Night, and Good
Em um mapa-múndi retirado de um livro Luck). Dir.: George Clooney. EUA, 2005. 93
didático ou de um atlas histórico-geográfico, min. 14 anos. O filme retrata a política estadu-
peça aos alunos que localizem as principais nidense ligada ao senador Joseph McCarthy.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
REVOLUÇÃO CUBANA E PRODUÇÃO CULTURAL

A Revolução Cubana de 1959 foi muito no braço o semblante de Che, na famosa foto-
importante para o fortalecimento de figuras grafia de Alberto Korda. De fato, a Revolução
históricas, como Fidel Castro e Ernesto Che Cubana e seus líderes fazem parte do imaginá-
Guevara, no imaginário da população que viveu rio popular do século XX e deste início do XXI,
na segunda metade do século XX. Uma grande motivando elogios e críticas, mas sempre mobi-
variedade de estudiosos se debruçou sobre suas lizando sentimentos apaixonados.
vidas e feitos políticos, assim como, ainda hoje,
grande número de pessoas traz estampado nos Nesta Situação de Aprendizagem, va-
bonés, nas camisetas, nos cadernos e até mesmo mos discutir um aspecto muito controverso

13
da Revolução Cubana: a liberdade artísti- lucionários, levando aqueles que não se en-
ca e de expressão na ilha, que após 1959 quadraram a fugir, ser presos, executados
passou a ser conduzida pelos ideais revo- ou a pedir asilo.

Conteúdos e temas: Revolução Cubana e Guerra Fria.

Competências e habilidades: confrontar interpretações diversas de situações ou fatos comparando dife-


rentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos
argumentos utilizados.

Sugestão de estratégias: análise de texto, discussão em grupo e debate.

Sugestão de recursos: textos, excertos, sites, poesia, literatura e filmes para análise.

Sugestão de avaliação: análise de texto, construção argumentativa e participação no debate.

Sondagem e sensibilização Relembre, em conjunto com a sala, casos


de pedidos de asilo, como nos Jogos Pan-ame-
Pergunte aos alunos o que eles entendem ricanos do Rio de Janeiro, envolvendo a
por asilo político. Em seguida, leia com eles equipe de boxeadores de Cuba, e, mais re-
o seguinte trecho da Convenção sobre Asilo centemente, dos músicos do conjunto Los
Diplomático, da Organização dos Estados Galanes. A pergunta feita no Caderno do
Americanos (OEA), também reproduzido no Aluno é: Por que cubanos pedem asilo polí-
Caderno do Aluno. tico ao Brasil?

Artigo III

Parágrafo 1o: Não é lícito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido
acusadas de delitos comuns, processadas ou condenadas por esse motivo pelos tribunais ordinários
competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das forças de terra, mar e
ar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo, seja qual for o caso, apresentem claramente
caráter político.
Fonte: Organização dos Estados Americanos. Convenção sobre asilo diplomático. Disponível em: <http://www.oas.org/juridico/
portuguese/treaties/A-46.htm>. Acesso em: 19 nov. 2013.

1a etapa estão reproduzidos no Caderno do Aluno,


como também os procedimentos metodoló-
Divida a classe em dois grupos e atribua gicos para o desenvolvimento da proposta.
a cada um deles um trecho de texto diferente Deixe que os alunos escolham livremente
sobre a situação cultural cubana. Os textos os grupos, de acordo com suas opiniões e

14
História – 3a série – Volume 2

posicionamentos políticos, mas equilibre o Organize os alunos em círculo para os gru-


número de participantes em cada um deles. pos apresentarem as opiniões dos autores dos
As equipes devem proceder, separadamente, textos lidos e, em seguida, os resultados do de-
em duas etapas; finalmente, a sala toda par- bate e das opiniões do grupo.
ticipa simultaneamente do fechamento.
O mediador do debate será você; por-
Peça para os grupos analisarem o posiciona- tanto, adote um posicionamento crítico,
mento do autor de seu texto, ou seja, entender a questionando os alunos sobre as opiniões
posição política do autor sem, ainda, expressar apresentadas e instigando a participação
suas opiniões pessoais. Peça que montem uma de diversos membros de cada grupo. As
pequena explicação para toda a classe. etapas desta atividade podem ser realiza-
das em duas aulas, uma para a preparação
Os integrantes de cada grupo devem dis- do material e outra para a realização do
cutir suas opiniões pessoais sobre os textos, debate.
escrevendo no Caderno do Aluno as opiniões
divergentes e a opinião geral do grupo. Textos para os grupos:

Texto 1

Músicos cubanos oficializam pedido de refúgio


Brasília – Os músicos cubanos que desapareceram durante uma turnê em Recife formalizaram hoje (17)
um pedido de refúgio no Ministério da Justiça. A assessoria de imprensa do Ministério informou que o caso
será julgado pelo Conselho Nacional de Refugiados (Conare) em março, na próxima sessão do Conselho.
Ainda de acordo com o Ministério da Justiça, até o julgamento os músicos Miguel Ángel Costafre-
da, Arodis Verdecia Pompa e Juán Alcides Díaz estão sob proteção e têm liberdade para circular no país
e até mesmo para tirar carteira de trabalho.
Segundo o advogado dos cubanos, José Antônio Ferreira, eles não correm qualquer risco de serem
deportados até o julgamento. “O governo Lula jamais deportará cubanos para agradar Fidel Castro.”
Ferreira disse que os músicos foram designados pelo governo de Cuba para fazer apresentações no Brasil
“porque não havia quem pudesse vir, embora a situação política deles naquele país fosse de perseguição”.
O motivo da perseguição seria a insistência dos três em pesquisar ritmos latinos à revelia do governo
cubano. “Eles são estudiosos de música erudita e teimavam com o governo em fazer pesquisas sobre os
estilos musicais da América Latina. Por isso, eram criticados e perseguidos no país”, disse o advogado.
O advogado se refere ao pedido como “asilo político”, mas, de acordo com a assessoria de imprensa
do Ministério, trata-se de um pedido de “refúgio”. “É apenas uma linguagem, mas os dois têm o mesmo
sentido”, afirmou Ferreira.
A assessoria do Ministério disse, no entanto, que o asilo político é destinado àqueles que se sentem perse-
guidos no seu país. Já o pedido de refúgio tem o objetivo de proteger aqueles que tiveram de abandonar seu
país porque sua vida ou liberdade estavam em perigo, por razões ligadas a raça, religião ou crença política.
Agência Brasil, 17 dez. 2007. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia
/2007-12-17/musicos-cubanos-oficializam-pedido-de-refugio>. Acesso em: 19 nov. 2013.

15
Texto 2
O Capítulo de Brasília da Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil – José Martí (Ancreb-JM)
deseja expressar seu repúdio às insidiosas afirmações feitas no programa Fantástico do domingo, 16 de dezem-
bro, com base na entrevista de três músicos cubanos que decidiram ficar no Brasil reclamando asilo político.
Em primeiro lugar, esses cubanos não são perseguidos políticos. Saíram de Cuba sem problemas,
para cumprir um contrato no Brasil. Se decidiram ficar, foi pela própria vontade deles. O reclamo de
perseguição política é um ardil para poder obter com maior facilidade a residência neste país.
[...] Os problemas que o povo cubano enfrenta com toda decisão são causados em grandíssima me-
dida pelo bloqueio norte-americano e as crescentes medidas agressivas contra nosso país feitas pela
administração Bush. Isso é ignorado maliciosamente por vocês.
Nós, cubanos residentes no Brasil, que amamos nossa pátria e a nossa Revolução, nos pergunta-
mos: por que não falam dos avanços de Cuba na saúde, na educação, na cultura e outras esferas, apesar
de tantos obstáculos e pressões externas? Por que não falam da ajuda internacional que Cuba presta
a dúzias de países desenvolvidos no mundo? Por que não falam dos milhares de médicos cubanos que
estão brindando esse aporte humanitário? Por que não falam da luta que Cuba trava diariamente para
avançar e mostrar crescimentos no PIB nos últimos anos? Por que não falam desse povo que merece
respeito e mais respeito pela sua dignidade e exemplo?
Resposta da Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil – José Martí aos comentários feitos por
músicos cubanos que pediram asilo na televisão, no dia 16 dez. 2007.

1. Analise o posicionamento político do au- como também contesta a versão declarada à imprensa pe-
tor do texto lido pelo seu grupo. Não ex- MPTNÞTJDPTDVCBOPTRVFQFEFNBTJMPQPMÓUJDPBP#SBTJM/B
presse, nesse primeiro momento, suas opi- carta, a referida associação denuncia um suposto ardil dos
niões pessoais. Em seguida, monte com seu NÞTJDPT QBSB B PCUFOÎÍP EP BTJMP QPMÓUJDP  DPOUFTUBOEP B
grupo uma pequena explicação para toda a DPOEJÎÍPEFMFTDPNPQFSTFHVJEPTQPMÓUJDPT KÈRVFWJFSBNBP
classe. #SBTJM QBSB DVNQSJS VN DPOUSBUP EF USBCBMIP &OGBUJDBNFO-
Professor, neste primeiro momento, os grupos deverão fixar te, o autor do texto questiona o fato de a imprensa somente
sua atenção na compreensão do texto e na identificação do EFTUBDBSTVQPTUPTQSPCMFNBTQPMÓUJDPTFTPDJBJTEF$VCB TFN
QPTJDJPOBNFOUP QPMÓUJDP EP BVUPS EP UFYUP RVF UJWFSBN EF relacioná-los às suas causas, como o embargo econômico
MFS 1BSB BOBMJTBS P QPTJDJPOBNFOUP QPMÓUJDP EP BVUPS  NPT- FTUBEVOJEFOTF 5BNCÏN BSHVNFOUB B SFTQFJUP EPT BWBOÎPT
tre a eles que é importante considerar o gênero textual por DJFOUÓmDPTEFTFOWPMWJEPTFN$VCB FRVFTFUPSOBSBNDPO-
meio do qual esse autor expressa as suas ideias. tribuições mundiais, claramente denunciando as intenções
t 5FYUP  0 BVUPS UFN QPS JOUFOÎÍP  BMÏN EF OPUJDJBS B QPMÓUJDBTEBRVFMFTRVFEÍPEFTUBRVFBQFOBTBPTQSPCMFNBTF
ocorrência, esclarecer as diferenças conceituais e, por con- não aos avanços da sociedade cubana.
TFHVJOUF QPMÓUJDBTFOUSFBTJMPFSFGÞHJPQPMÓUJDP"MÏNEFTTFT
BTQFDUPT ÏQSFDJTPDPOTJEFSBSRVFBÐOGBTFEBEBQFMBNÓEJB 2. Discuta suas opiniões pessoais sobre o tex-
brasileira ao caso dos cubanos e a forma como tal situação to, anote as opiniões divergentes e a opi-
GPJSFMBUBEBOBOPUÓDJBMJEBQFMPTBMVOPTQFSNJUFNPFOUFOEJ- nião geral do grupo.
mento de que o autor teve a intenção de explicitar a ausência Estimule a discussão no grupo sobre a opinião de cada alu-
EFMJCFSEBEFOBTPDJFEBEFDVCBOB RVFSQPSNPUJWPTQPMÓUJ- no a respeito da situação apresentada no texto lido. Para isso,
cos, ideológicos, quer por motivos culturais. QFÎBBFMFTRVFTFVUJMJ[FNEFOPUÓDJBTFJOGPSNBÎÜFTTPCSF
t5FYUPFTDSJUPFNOPNFEB"TTPDJBÎÍP/BDJPOBMEF$VCB- a situação de Cuba.
OPT3FTJEFOUFTOP#SBTJM ÏVNBDBSUBBCFSUB VNUFYUPBSHV-
mentativo por meio do qual essa instituição contesta uma 3. Anote as conclusões do debate e as opiniões
NBUÏSJBKPSOBMÓTUJDBWFJDVMBEBQPSVNQSPHSBNBEFUFMFWJTÍP  dos grupos.

16
História – 3a série – Volume 2

Proponha aos alunos que sintetizem as informações apresen- 3a etapa


tadas pelos grupos, já que cada um deles focou a análise de
um dos textos. A atividade a seguir está inserida
no Caderno do Aluno, na seção
2a etapa Pesquisa em grupo.

Professor, a atividade a seguir en- Organize, em conjunto com seus colegas,


contra-se no Caderno do Aluno, um quadro esquemático apontando os
na seção Pesquisa individual. principais pontos defendidos pelo discurso
do regime político implementado na ilha
Assista ao filme Che (direção de Steven cubana no que se refere à:
Soderbergh, 2008). Em seguida, conside- f educação;
rando parte das discussões feitas sobre ci- f saúde;
nema no volume anterior, elabore um texto f economia de mercado.
que contemple:
Você pode pesquisar informações nos sites
f a visão sobre Ernesto Che Guevara que oficiais do governo cubano e em jornais opo-
o filme apresenta; sitores ao governo, disponíveis na internet.
f os argumentos que apontem para o fato 0THBOIPTTPDJBJTHBSBOUJEPTQFMB3FWPMVÎÍP$VCBOBEFTÍP
de o filme possuir uma orientação exal- muito discutidos. As áreas listadas na pesquisa têm grande impor-
tadora da imagem do revolucionário tância na ilha de Cuba, uma vez que o sistema educacional e o de
argentino. TBÞEFEPQBÓTTÍPBNQMBNFOUFDJUBEPTFEFCBUJEPTOBJNQSFOTB
Quanto à economia de mercado, ressalte as limitações decorrentes
Depois, pesquise na internet as principais crí- EPFNCBSHPFDPOÙNJDPJNQPTUPQFMPT&TUBEPT6OJEPTFPSFMB-
ticas e os debates que o filme suscitou. Se por cionamento entre Cuba e a Organização dos Estados Americanos
acaso você não tiver acesso ao filme, faça a 0&"
5BNCÏNBQPOUFPDPOUSPMFFTUBUBMEFNFSDBEPDPNPVNB
pesquisa das críticas, destacando argumentos PQÎÍPQPMÓUJDBRVFJOUFHSPVPNPEFMPTPWJÏUJDP BEPUBEPQPS$VCB
a favor e contra o tipo de abordagem reali-
zada no filme sobre Che Guevara. Caso seu
professor opte por outro filme sobre a vida Avaliação da Situação de
de Che Guevara, como Diários de motocicleta Aprendizagem
(direção de Walter Salles, 2004), você poderá
utilizar o mesmo roteiro de análise. Como a Situação de Aprendizagem apre-
A análise do discurso cinematográfico já foi bastante tra- sentada tem o objetivo de estimular a leitura e
CBMIBEB FN 4JUVBÎÜFT EF "QSFOEJ[BHFN BOUFSJPSFT 3FUP- a compreensão do posicionamento dos autores
mando alguns daqueles principais aspectos, procure valori- dos textos sugeridos, é importante que os alunos
[BSBTBOÈMJTFTRVFDBNJOIFNOBEJSFÎÍPEBDSÓUJDBEBPCSB tenham identificado o ponto de vista contido nos
e da leitura das intenções do autor. Estimule-os, conforme textos lidos, a autoria, o contexto em que foram
está orientado no Caderno do Aluno, a buscar na internet escritos e o posicionamento político adotado.
DSÓUJDBT F SFTFOIBT SFMBUJWBT BP mMNF FTDPMIJEP  JOEFQFO- Você também pode avaliar o envolvimento e a
dentemente de o aluno ter ou não assistido ao filme. No apresentação de argumentos que demonstram
caso de o filme ter sido assistido, peça que a pesquisa seja a complexidade da questão proposta para discus-
realizada ao final, de forma a promover a comparação en- são e se eles foram capazes de expressar os múlti-
USFBTEJTDVTTÜFTEFTBMBEFBVMBFBTDSÓUJDBTFODPOUSBEBT  plos interesses envolvidos no pedido de asilo dos
propiciando, assim, com a sua mediação, a análise de dife- músicos cubanos. Há posicionamentos muito
rentes pontos de vista. importantes que devem ser exaltados, como as

17
críticas dos músicos à situação vivida por eles em de noticiou a morte de Ernesto ‘Che’ Guevara:
Cuba e a crítica feita à suposta liberdade de ex- Autoridades militares da Bolívia confirmaram
pressão que existe na ilha. Como encarar a manu- que Guevara morreu no domingo, quando um
tenção do regime socialista com exílios e censuras? grupo guerrilheiro foi dizimado por forças do
Aliás, tal análise permitiria uma reflexão mais am- governo. É provável que a morte do revolucioná-
pla: será que somente na ilha de Cuba há censura? rio configure um revés na intenção do primeiro-
Será que nas sociedades capitalistas que apregoam -ministro de Cuba, Fidel Castro, de exportar sua
a liberdade de expressão e pensamento há liberdade revolução para as Américas.” (Texto adaptado)
de fato? Como o capitalismo torna-se uma forma
de censura? Será que podemos realmente com- a) Quem foi Che Guevara?
por, escrever, sem nos preocuparmos com direitos &SOFTUP(VFWBSB BQFMJEBEP$IF VNBFYQSFTTÍPBSHFOUJOB

autorais nas mãos de grandes corporações? foi um médico que dedicou sua vida a causas populares e re-
volucionárias. Atuou como médico de sindicatos e participou
Proposta de questões para avaliação de revoluções de caráter socialista na América e na África.

Professor, as atividades a seguir en- b) Qual era a política de Cuba para a Amé-
contram-se na seção Você apren- rica Latina do período?
deu?, no Caderno do Aluno. $VCBQSFUFOEJBTFSVNCBTUJÍPEPTPDJBMJTNPOB"NÏSJDB-BUJOB
4VBBQSPYJNBÎÍPDPNB6OJÍP4PWJÏUJDBGPSUBMFDFVCFMJDBNFO-
1. (Comvest/Vestibular Unicamp – 2001) Com UFBJMIB JODPNPEBOEPPEPNÓOJPFTUBEVOJEFOTFOBSFHJÍP
o fim da Guerra Hispano-americana, a
condição da retirada militar america- c) Por que os governos militares da Améri-
na de Cuba foi a aprovação da Emenda ca Latina perseguiam Che Guevara?
Platt, uma emenda à Constituição cubana (SBOEFQBSUFEPTHPWFSOPTNJMJUBSFTOB"NÏSJDB-BUJOBFSB
que determinou as relações cubano-ameri- de direita, defendia os interesses estadunidenses e, no con-
canas de 1901 a 1934. texto de bipolaridade da Guerra Fria, a ideologia capitalista.
$IFFSBVNMÓEFSTPDJBMJTUB
a) Qual era o conteúdo da Emenda Platt?
"&NFOEB1MBUUGBDJMJUBWBBJOnVÐODJBEPT&TUBEPT6OJEPTOP 3. No século XX, os exércitos de campone-
Caribe e na América Central e criava um dispositivo legal ses não eram profissionais. Na Coreia, no
para interferências em Cuba, tornando a ilha, praticamente, Vietnã e em Cuba, os soldados não tinham
um protetorado estadunidense. uniformes, camuflavam-se em meio à po-
pulação, e a guerrilha era a principal or-
b) Qual era a política estadunidense para a ganização tática. Caracterize a guerrilha, uti-
América Latina, evidenciada na Emen- lizando a afirmação apresenta e a Revolução
da Platt? Cubana como exemplo.
0JOUFSWFODJPOJTNPMJHBEPËQPMÓUJDBEP#JH4UJDL $PSPMÈSJP3PPTF- " HVFSSJMIB Ï DPOTUJUVÓEB QPS VN FYÏSDJUP OÍP QSPmTTJPOBM 
WFMU
PiHSBOEFQPSSFUFwEPT&TUBEPT6OJEPTQBSBMJEBSDPNPTWJ[JOIPT GVOEJEP Ë QPQVMBÎÍP DJWJM 6UJMJ[B UÈUJDBT EF UPDBJB  FNCPT-
cadas e ataques-surpresa. Não possui um quartel aparente e
c) Como a Revolução Cubana de 1959 FTDPOEFTFFNSFHJÜFTEFEJGÓDJMBDFTTP UBJTDPNPNBUBTF
contestou a política estadunidense do SVÓOBT"3FWPMVÎÍP$VCBOBEFVUJMJ[PVVNBHVFSSJMIB
pós-guerra para a América Latina? OFTTFTNPMEFTQBSBEFSSVCBSBTUSPQBTEF'VMHÐODJP#BUJTUB
"3FWPMVÎÍP$VCBOBBQSPYJNPVBJMIBDBSJCFOIBEB6OJÍP4PWJÏ-
UJDBFDSJPVVNDPOUSBQPOUPBPEPNÓOJPFTUBEVOJEFOTFOBSFHJÍP 4. (Fuvest – 1999) Sobre a Revolução Cuba-
na, é correto afirmar que:
2. (Comvest/Vestibular Unicamp – 1998) “Em
10 de outubro de 1967, o jornal Folha da Tar- a) um número expressivo de padres católicos
18
História – 3a série – Volume 2

compunha as principais lideranças revo- 0T&TUBEPT6OJEPTCVTDBSBNFTUBCFMFDFSVNBSFMBÎÍPEFMJ-


lucionárias. EFSBOÎBFJOnVÐODJBTPCSFPTEFNBJTQBÓTFTEPDPOUJOFOUF 
utilizando diversos recursos diplomáticos ou econômicos
b) o êxito da revolução só foi possível gra- QBSB BMDBOÎBS FTTB QPTJÎÍP EFTUBDBEB EFOUSP EP FRVJMÓCSJP
ças ao apoio econômico de diversos paí- QPMÓUJDPFFDPOÙNJDPEPDPOUJOFOUF
ses da América Latina.
Propostas de Situações de
c) o caráter socialista da revolução só foi Recuperação
assumido em abril de 1961, ainda que a
vitória tenha acontecido em janeiro de O estudo da Revolução Cubana permi-
1959. te diversos enfoques e direcionamentos, mas
é importante salientar o contexto da Guerra
d) a vitória da Revolução deve ser desvin- Fria, o posicionamento geográfico da ilha, vi-
culada da luta guerrilheira na Sierra zinha dos Estados Unidos, e a construção do
Maestra. regime de Fidel Castro. Para a recuperação,
sugerimos duas propostas.
e) o principal líder da revolução, Fidel
Castro, militou no Partido Comunista Proposta 1
Cubano desde sua juventude.
"3FWPMVÎÍPOÍPDPOUBWB EFTEFTFVJOÓDJP DPNPBQPJP Após uma breve explanação sobre a Re-
EB6OJÍP4PWJÏUJDB UFOEPPTSFWPMVDJPOÈSJPTTFBQSPYJNB- volução Cubana, você pode solicitar aos alu-
do dela para fortalecer a ilha diante do controle estadu- nos que montem um quadro comparativo de
nidense. Cuba antes e depois da Revolução. Sugira que
pesquisem diferentes aspectos do governo de
5. (Unesp – 2o semestre – 2011) As relações Fidel e enfoquem as transformações políticas,
entre os Estados Unidos e o restante do econômicas, culturais e de relações exteriores.
continente americano nas últimas décadas
do século XIX se caracterizaram: Proposta 2

a) pela ocupação militar estadunidense Os alunos podem montar um jornal com


dos países da América do Sul. explicações sobre os eventos da Revolução,
contendo fotos presentes em livros e relatos da
b) pelo equilíbrio político e econômico en- época. O jornal pode conter ainda informações
tre Brasil, Estados Unidos e países da a respeito de outros acontecimentos do período
América Hispânica. e uma pequena biografia dos envolvidos. Soli-
cite aos alunos que, para organizar o jornal,
c) pela tentativa de resistência à política de observem uma publicação de grande circulação
recolonização, promovida pela Europa diária, com a finalidade de compreender a dis-
após o Congresso de Viena. posição dos temas, seções, diagramação e estéti-
ca em geral. Lembre-os de escolher as principais
d) pelo esforço estadunidense de estabele- manchetes e de não esquecer o editorial.
cer sua liderança e influência sobre ou-
tros países. Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
e) pela consolidação de organismos inter- compreensão do tema
nacionais de cooperação econômica e
comercial. Livros
19
ANDERSON, Jon Lee. Che – uma biografia. 2. Veja. Che — A farsa do herói. Edição 2028,
ed. Tradução M. H. C. Côrtes. de Janeiro. Ob- ano 40, n.39, 3 out. 2007. Uma reportagem que
jetiva, 2012. Biografia do líder revolucionário critica a imagem criada em torno do guerrilhei-
Ernesto Che Guevara escrita por um jornalista ro argentino. Sua leitura é uma curiosa contra-
estadunidense, apresenta diversos documentos posição da publicação sugerida antes, seguida
e é de fácil leitura. de uma discussão sobre a memória de Che.

SADER, Emir. A revolução cubana. 3. ed. São Filmes


Paulo: Moderna, 1985. Livro muito acessível
sobre o tema; boa indicação de leitura. Che. (Che: Part One). Dir.: Steven Soderbergh.
Espanha, França, EUA, 2008. 134 min. 12 anos.
Revistas Retrata a vida de Ernesto Che Guevara.

Caros Amigos. O Che. Edição especial, outu- Diários de motocicleta. Direção: Walter Salles.
bro de 2000. Essa edição especial foi reservada Brasil, 2004. 126 min. 12 anos. Filme que repro-
à memória de Ernesto Che Guevara. Sua lei- duz uma viagem de motocicleta pela América
tura é muito interessante como contraponto Latina feita por Ernesto Guevara, ainda jovem,
da publicação indicada a seguir. e seu amigo Alberto Granado.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
MOVIMENTO OPERÁRIO NO BRASIL NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960
Analisar o crescimento e a organização amplo crescimento e pela organização de ma-
do movimento operário no Brasil nas déca- nifestações grevistas e reivindicações de clas-
das de 1950 e 1960 é muito interessante para se até a implantação do regime militar, em
embasar o estudo de períodos posteriores da 1964 (que será estudado posteriormente), o
História do Brasil e da América Latina. No que alterou fortemente os rumos do sindica-
caso do Brasil, o período foi marcado pelo lismo brasileiro.

Conteúdos e temas: manifestações sociais e políticas no Brasil e na América Latina nas décadas de 1950
e 1960.
Competências e habilidades: dada uma distribuição estatística de variável social ou econômica, traduzir
e interpretar as informações disponíveis ou reorganizá-las, objetivando interpolações ou extrapolações.
Sugestão de estratégias: análise de dados e textos.
Sugestão de recursos: textos, tabelas, excertos, imagens, fotografias e sites.
Sugestão de avaliação: produção de texto.

Sondagem e sensibilização Em seguida, ao analisar a tabela em con-


junto com a classe, notaremos que há um vi-
Para iniciar a atividade, analise com os alu- sível aumento de greves após 1960. Caso não
nos a tabela apresentada a seguir com o núme- tenham informações específicas, estimule-os a
ro de greves que ocorreram no Rio de Janeiro formular hipóteses utilizando indutores, como
entre 1954 e 1964. os sugeridos a seguir: Como vocês imaginam
20
História – 3a série – Volume 2

a situação econômica do Brasil na década de Professor, aproveite a oportunidade para


1960? Vocês sabem qual era a posição do Brasil caracterizar a situação de déficit público após
diante do contexto internacional nesse período? a gestão de Juscelino Kubitschek, o alinha-
Qual seria o fator político que justificaria o ano mento do Brasil aos interesses estadunidenses
de 1963 ter sido recorde em greves, como mos- na Guerra Fria e o desencadeamento do plano
tra a tabela analisada? de reformas de João Goulart a partir de 1963
como fatores causadores de greves.
Greves na cidade do Rio de Janeiro 1a etapa
1954-1964
Ano Número de greves A atividade a seguir está sugerida no Ca-
derno do Aluno. À medida que as respostas
1954 14 dos alunos forem surgindo, conduza a demons-
1955 18 tração dos dados a seguir, contextualizando
suas colocações.
1956 22
1957 16 2. Analise a tabela seguinte e compare os da-
1958 7 dos com os da tabela anterior.
1959 32
Inflação acumulada no período
1960 35
1961 56 1954 27,1%
1962 61 1955 11,8%
1963 77 1956 22,6%
1964 38 1957 12,7%
Total 376 1958 12,4%
Fontes: Imprensa diária (Biblioteca Nacional) e dossiês policiais
1959 35,9%
(Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro). 1960 25,4%
Quadro 2 – Greves na cidade do Rio de Janeiro 1954-1964.
Fonte: MATTOS, Marcelo Badaró. Greves, sindicatos e 1961 34,7%
repressão no Rio de Janeiro (1954-1964). Revista Brasileira de
História, v. 24, n. 47, 2004. p. 241-270. Disponível em: <http:// 1962 50,1%
www.scielo.br/pdf/rbh/v24n47/a10v2447.pdf>. Acesso em: 19
nov. 2013. 1963 78,4%
1964 89,9%
Posteriormente, é possível propor a ativi- Quadro 3 – Inflação acumulada no período (1954-1964).
dade a seguir, presente no Caderno do Aluno, Fonte dos dados: Almanaque Folha. Disponível em: <http://
para que os alunos analisem e reflitam sobre almanaque.folha.uol.com.br>. Acesso em: 19 nov. 2013.
os dados da tabela:
Há alguma relação entre a quantidade de
1. A partir de que ano a quantidade de gre- greves em determinado ano e a inflação
ves aumentou mais significativamente? acumulada no período? Justifique e exem-
Levante hipóteses para os motivos de tal plifique utilizando os dados das tabelas.
aumento. Os alunos poderão perceber que, nos anos em que mais hou-
&TQFSBTFRVFPTBMVOPTBQPOUFNRVFFOUSFFP ve greve, citados na primeira tabela, a inflação acumulada so-
OÞNFSP EF HSFWFT BVNFOUPV TJHOJmDBUJWBNFOUF  BQSFTFO- freu grandes saltos. Ajude-os a reparar que ela subiu de cerca
UBOEPQPTTÓWFJTFYQMJDBÎÜFTQBSBPTNPUJWPTEFUBMBVNFOUP EFFNQBSBRVBTFFNFTFNBOUFWFFN

21
BMUPQBUBNBS BDJNBEPT FNUPEPTPTBOPTTFHVJOUFT"P reajustes, porém a inflação acumulada é
longo da análise, ressalte alguns eventos importantes ocorri- maior do que os reajustes do salário mí-
EPTOPQFSÓPEP QSJODJQBMNFOUFPJOÓDJPEPSFHJNFNJMJUBSFN nimo dos trabalhadores. Acompanhe os
.PTUSFQBSBPTBMVOPTRVF FN BJOnBÎÍPDIFHPV reajustes utilizando a tabela. Complete as
B  NBTBRVBOUJEBEFEFHSFWFTDBJV"FYQMJDBÎÍPQBSB informações seguintes com base nos dados
tal fenômeno está relacionada à repressão e à diminuição da do ano de 1963 apresentados nas três tabe-
liberdade de expressão. las anteriores:

A inflação é a desvalorização da moeda, e a) Quantidade de greves: 


para a maioria da população ela significa que-
da do poder aquisitivo, principalmente quando b) Inflação anual:  
não ocorre aumento salarial para compensar
essa desvalorização. Ou seja, os preços dos pro- c) Reajuste do salário mínimo: de Cr$  
dutos são reajustados, mas os salários não. FN QBSB$S   FN PRVFFRVJWBMFB
VNBVNFOUPEF FNEPJTBOPT

Salários mínimos no período (em
Cruzeiro – o padrão monetário da época) Há, portanto, uma relação direta entre a
situação econômica do período e o aumento
1952 Cr$ 1 190,00
das greves no Rio de Janeiro, informado na
1954 Cr$ 2 300,00 primeira tabela. Porém, somente a conjuntu-
1956 Cr$ 3 700,00 ra econômica não é suficiente para explicar
o andamento da história do sindicalismo no
1959 Cr$ 5 900,00
Brasil. Além disso, devemos considerar o con-
1960 Cr$ 9 440,00 texto externo.
1961 Cr$ 13 216,00
Na década de 1950, o socialismo avançou
1962 Não disponível
em diversos países. Em 1949, a China trans-
1963 Cr$ 21 000,00 formou-se em uma república socialista. O
1964 Cr$ 42 000,00 expansionismo da Coreia do Norte de 1950
a 1953, a formação do Vietnã do Norte so-
Quadro 4 – Salários mínimos no período (1952 - 1964). Fonte
dos dados: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
cialista de Ho Chi Minh (1950) e a Revolução
Socioeconômicos (Dieese). Disponível em: <http://www.dieese. Cubana, em 1959, embalavam movimentos
org.br/esp/salmin/salmin00.xml>. Acesso em: 11 jun. 2009. socialistas no mundo todo, apesar do duro
golpe de 1956, quando os crimes de Stálin fo-
Solicite aos alunos que relacionem a tabela ram revelados pelo novo chefe do governo so-
de inflação com a tabela que apresenta os valo- viético, Nikita Kruschev, o que decepcionou
res do salário mínimo da época, demonstrando muitos dos seus defensores.
que a inflação acumulada é maior do que os
reajustes do salário mínimo dos trabalhadores. O sindicalismo brasileiro tinha uma forte
ligação com o comunismo, e o fechamento
Com base nessas relações, os alunos pode- do Partido Comunista, em 1947, não afastou
rão responder a atividade a seguir, também seus membros da militância política e sindi-
presente no Caderno do Aluno: calista. Diversos sindicatos foram criados ao
longo do período estudado – em 1952, eram
3. Para acompanhar a desvalorização da 2 085, número que em 1964 chegou a 3 187, se-
moeda, o salário mínimo sofreu diversos gundo o IBGE.

22
História – 3a série – Volume 2

Além disso, é possível estabelecer relações A desvalorização da moeda e os reajustes insuficientes do sa-
entre a crise da República populista brasileira MÈSJPNÓOJNPDPOUSJCVÓSBNQBSBFTTFRVBESP
e os dados disponíveis nas tabelas para o ano
de 1963. Para tratar disso, proponha a ativi- c) Qual é a importância dos sindicatos
dade a seguir, inserida no Caderno do Aluno: para a constituição dos direitos do tra-
balhador, tanto nas décadas de 1950 e
4. Com base no exercício anterior, compare a 1960 quanto hoje?
conjuntura do ano de 1963 com a crise da Re- " MVUB TJOEJDBM OP #SBTJM OBT EÏDBEBT BTTJOBMBEBT DPOUSJCVJV
pública Populista ocorrida na mesma época. para a consolidação dos direitos trabalhistas e para a mani-
1PEFNPTQFSDFCFSBDSJTFEB3FQÞCMJDBCSBTJMFJSBOPQFSÓPEPBP festação da insatisfação da classe, algo proibido durante os
BOBMJTBSPBOPEFBHSBOEFRVBOUJEBEFEFHSFWFT BBMUBJO BOPTEFEJUBEVSBFSFUPNBEPTPNFOUFOBEÏDBEBEF"T
nBÎÍP F P SFBKVTUF JOTBUJTGBUØSJP EP TBMÈSJP NÓOJNP EJBOUF EB reivindicações eram apoiadas e conduzidas pelos sindicatos.
inflação sustentam a tese de esgotamento financeiro dos gover-
nos populistas. Este esgotamento ajuda a entender a crise politica d) Por que o socialismo está diretamente
RVFBGFUPVB3FQÞCMJDB1PQVMJTUB BCSJOEPDBNJOIPQBSBPHPMQF ligado às lutas sindicais?
RVFJOTUBMPVVNSFHJNFNJMJUBSOPHPWFSOPEPQBJTFN O socialismo defende a organização do movimento operário
no mundo inteiro.
Como esta Situação de Aprendizagem é
bastante expositiva – visando municiar o alu- 2a etapa
no com dados específicos sobre uma realidade
já estudada previamente –, e considerando o Professor, a atividade a seguir en-
objetivo de explicitar o contexto de crescimen- contra-se no Caderno do Aluno,
to do movimento operário no Brasil após o na seção Pesquisa individual.
período varguista, sugerimos que a avaliação
do conteúdo seja feita com base em uma aná- Pesquise, com o auxílio do seu professor,
lise escrita pelos alunos. o papel dos sindicatos de trabalhadores e
dos sindicatos patronais. Em folha avulsa,
Portanto, discuta com os alunos e os convide registre os resultados da sua pesquisa, par-
a responder às seguintes questões, presentes na tindo das questões a seguir:
atividade a seguir, inserida no Caderno do Aluno.
f Quais são suas finalidades?
5. Discuta com seus colegas as questões a se- f Por quem eles respondem?
guir e sugerimos que anote as respostas em f Com que recursos se mantêm?
uma folha à parte. f Exemplifique ao menos uma atuação de
cada um dos tipos de sindicato.
a) Como o contexto da Guerra Fria influen- Espera-se que o aluno observe que a existência desses
ciou a história do sindicalismo brasileiro? órgãos é sinal de liberdade de manifestação democrática
"QFTBSEPGFDIBNFOUPEP1BSUJEP$PNVOJTUB#SBTJMFJSP FN e que as suas finalidades são variadas, incluindo desde a
 PNPWJNFOUPTJOEJDBMNBOUFWFMJHBÎÜFTDPNPDPNV- negociação de reajustes salariais e a luta pelas garantias
nismo. Isso estimulou o crescimento dos sindicatos e tam- EBDMBTTFBUÏBTTFTTPSJBKVSÓEJDBFDVSTPTEFGPSNBÎÍP0T
bém a organização dos trabalhadores. Segundo dados do sindicatos de trabalhadores respondem pela classe ope-
*#(& POÞNFSPEFTJOEJDBUPTCSBTJMFJSPTQBTTPVEFFN rária, enquanto os sindicatos patronais respondem pelos
QBSBFN FNQSFHBEPSFT "NCPT FTUÍP TVKFJUPT Ë MFHJTMBÎÍP FTQFDÓ-
fica e têm seus direitos de manifestação assegurados pela
b) Como a economia incentivou o aumento Constituição. Ambos são mantidos com a contribuição de
das greves de trabalhadores no Brasil? seus membros.

23
3a etapa f Qual dos governos sofreu maior in-
flação acumulada? Como isso se re-
Professor, as atividades a seguir en- fletiu na política econômica do perío-
contram-se no Caderno do Aluno, do?
na seção Lição de casa. f Em qual dos governos ocorreu maior
quantidade de greves? Justifique o nú-
Complete os dados da próxima tabela, a mero apontando motivadores sociais e
partir das informações apresentadas ante- econômicos.
riormente. Há algumas possibilidades de respostas que podem ser dadas
QFMPTBMVOPT
aQPTTJCJMJEBEFo0TBMVOPTQPEFN
Inflação B
DPOTJEFSBSPBOPJOUFJSPEFVNBHFTUÍPJOUFSSPNQJEB
Período acumulada No de greves BP MPOHP EP BOP (FUÞMJP 7BSHBT  +ÉOJP 2VBESPT F +PÍP
no período Goulart;
C
 EFTDPOTJEFSBS P BOP GJOBM EBT HFTUÜFT EF (FUÞMJP
1954 27,1% 
7BSHBT F +ÉOJP 2VBESPT OP DÙNQVUP EBT HFTUÜFT RVF
1955 11,8%  BT TVDFEFSBN FYDMVJS PT EBEPT EF  OP DÈMDVMP OPT
HPWFSOPT EF USBOTJÎÍP FOUSF (FUÞMJP 7BSHBT F +VTDFMJOP
1956-1960 164,7%  ,VCJUTDIFL  DPNP UBNCÏN EFTDBSUBS PT WBMPSFT EF 
OBDBSBDUFSJ[BÎÍPEPQSJNFJSPNBOEBUPEF+PÍP(PVMBSU
1961 34,7% 
"SFMBÎÍPFTUBCFMFDJEB QPSUBOUP TFSJBBTFHVJOUF

1962-1964 408,5% 


Período Governos
Quadro 5 – Relação entre inflação e as greves (1954-1964).
 (FUÞMJP7BSHBT
Com base nos dados acima e nas infor-
mações do quadro seguinte, que indica os  5SBOTJÎÍP(7QBSB+,
presidentes nos diferentes períodos regis-
trados na tabela, responda às questões da  +VTDFMJOP,VCJUTDIFL
próxima página.
 +ÉOJP2VBESPT

Governos/Períodos  +PÍP(PVMBSU

Getúlio Vargas (31/01/1951 – 24/08/1954) Quadro 7.

Café Filho; Carlos Luz; Nereu de O. Ramos


aQPTTJCJMJEBEFo0TBMVOPTQPEFN
(24/08/1954 – 31/01/1956) B
 DPOTJEFSBS P BOP JOUFJSP EF VNB HFTUÍP JOUFSSPNQJEB
Juscelino Kubitschek (31/01/1956 – BP MPOHP EP BOP (FUÞMJP 7BSHBT  +ÉOJP 2VBESPT F +PÍP
31/01/1961) Goulart;
C
DPOTJEFSBSPBOPmOBMEBTHFTUÜFTEF(FUÞMJP7BSHBTF+É-
Jânio Quadros (31/01/1961 – 25/08/1961) nio Quadros também no cômputo das gestões que as suce-
EFSBNJODMVJSPTEBEPTEFOPDÈMDVMPOPTHPWFSOPTEF
João Goulart (08/09/1961 – 24/01/1963) USBOTJÎÍPFOUSF(FUÞMJP7BSHBTF+VTDFMJOP,VCJUTDIFL DPNP
UBNCÏN BHSFHBS PT WBMPSFT EF  OB DBSBDUFSJ[BÎÍP EP
João Goulart (24/01/1963 – 01/04/1964)
QSJNFJSP NBOEBUP EF +PÍP (PVMBSU " SFMBÎÍP FTUBCFMFDJEB 
Quadro 6 – Presidentes do Brasil entre 1954 e 1964. QPSUBOUP TFSJBBTFHVJOUF

24
História – 3a série – Volume 2

Período Governos inflacionária dificultaram a desejada estabilidade que o


1MBOPPCKFUJWBWB+ÈOPBOPEF PHPWFSOPQBTTPVB
 (FUÞMJP7BSHBT
DPODFEFSSFBKVTUFTTBMBSJBJTQBSBPGVODJPOBMJTNPQÞCMJDP
 5SBOTJÎÍP(7QBSB+, F B BVNFOUBS P TBMÈSJP NÓOJNP  DPNP UBNCÏN JOJDJPV
uma ampla gama de reformas — agrária, educacional,
 +VTDFMJOP,VCJUTDIFL bancária —, que em reação precipitaram a implantação
EB%JUBEVSB.JMJUBSFN
 +ÉOJP2VBESPT
"P SFMBDJPOBS PT EBEPT EB UBCFMB SFGFSFOUFT BP OÞNFSP
 +PÍP(PVMBSU
EFHSFWFTDPNPRVBESP PTBMVOPTQPEFSÍPDPOTJEFSBS
Quadro 8. o(PWFSOP7BSHBT 
HSFWFT
o 5SBOTJÎÍP QBSB +, 
 FN   PDPSSFSBN 
No entanto, em qualquer uma das possibilidades, o go- HSFWFT TF GPS DPOTJEFSBEP P CJÐOJP   FTTF OÞ-
verno que apresentou maior inflação acumulada e o NFSPTPCFQBSB
NBJPSOÞNFSPEFHSFWFTTFSÈPNFTNP&TQFSBTF FOUÍP  o(PWFSOP+, 
HSFWFT
que as respostas às questões propostas sejam similares às o(PWFSOP+ÉOJP2VBESPT 
HSFWFT
seguintes. o(PWFSOP+PÍP(PVMBSU 
OPQFSÓPEPEF
B   IPVWF  HSFWFT JODMVJOEPTF B FTTF WBMPS P
Ao relacionar os dados da tabela referentes à inflação EBEPEF PUPUBMEFHSFWFTQBTTBBTFS
BDVNVMBEBDPNPRVBESP PTBMVOPTQPEFSÍPDPOTJEFSBS
o(PWFSOP7BSHBT 
DPNPTØIÈVNBOPEJTQPOÓWFM Com base nessas considerações, os alunos vão perce-
OB UBCFMB  Ï JNQPTTÓWFM BWBMJBS B JOGMBÎÍP BDVNVMBEB OP ber que o governo que presenciou a maior quantidade
QFSÓPEPNBT OPBOPEFTVBNPSUF DIFHPVB  EF HSFWFT GPJ P EF +PÍP (PVMBSU "T SFTUSJÎÜFT EF NP-
o5SBOTJÎÍPQBSB+, 
FN IPVWFVNSF- CJMJEBEF QPMÓUJDB EP QSFTJEFOUF OB GBTF QBSMBNFOUBSJTUB
DVPEBJOGMBÎÍPQBSBBDBTBEPT TFGPSDPOTJEFSB- tiveram como consequência o aumento do custo de vida
EB B JOGMBÎÍP EP CJÐOJP  (FUÞMJP NPSSFV FN e a venda de alimentos com ágio por parte dos grandes
BHPTUPEF
PBDÞNVMPEPTBOPTEFUSBOTJÎÍPGJDPV DPNFSDJBOUFT 0 1MBOP 5SJFOBM  RVF WJTBWB  QBSBEPYBM-
FN  mente, ao crescimento econômico e à contenção da in-
o(PWFSOP+, 
NBOUFWFTFFTUÈWFMOPDPNF- flação, fracassou nas duas frentes, particularmente, após
ÎPEPHPWFSOP NBTEJTQBSPVOPTÞMUJNPTBOPT"DVNV-  RVBOEP DPNPSFTVMUBEPEFVNQMFCJTDJUPTPCSFP
MBEPEF  SFHJNF +BOHPSFDVQFSPVPTQPEFSFTUÓQJDPTEFVNQSF-
o(PWFSOP+ÉOJP2VBESPT 
HPWFSOPVEVSBOUFQPV- TJEFOUF &N   B BNQMB HBNB EF SFGPSNBT MFWPV BP
DPUFNQP EFKBOFJSPBBHPTUPEF NBTFTTFBOPGPJ BVNFOUPEPOÞNFSPEFHSFWFTOP#SBTJM UBOUPOBT[POBT
NBSDBEPQPSVNBJOGMBÎÍPEF  urbanas quanto rurais, tornando-se uma marca históri-
o (PWFSOP +PÍP (PVMBSU 
 P QFSÓPEP  ca. Nesse ano, por exemplo, ocorreu a mais marcante
 GPJ EF HSBOEF JOGMBÎÍP  DPN VN BDVNVMBEP EF EBTHSFWFT DPOIFDJEBDPNPBiHSFWFEPTNJMw VOJ-
 JODMVJOEPTFBFTTFWBMPSPEBEPEF PBDV- ficando as campanhas salariais de diferentes categorias
NVMBEPTPCFQBSB profissionais.

Com base nessas considerações, os alunos vão perceber Avaliação da Situação de


que o governo que sofreu maior inflação acumulada foi Aprendizagem
P EF +PÍP (PVMBSU /B QSJNFJSB GBTF EF TFV HPWFSOP  FMF
CVTDPVDPOUFSBJOGMBÎÍPDPNBDSJBÎÍPEP1MBOP5SJFOBM O objetivo desta Situação de Aprendi-
de Desenvolvimento Econômico e Social, procurando, a zagem é trabalhar a habilidade do aluno de,
QBSUJS EF VNB QPMÓUJDB EF FTUBCJMJ[BÎÍP  DPOUFS P EÏGJDJU “dada uma distribuição estatística de variável
QÞCMJDP /P FOUBOUP  BT EJGJDVMEBEFT QPMÓUJDBT F B BMUB social e econômica, traduzir e interpretar as

25
informações disponíveis, ou reorganizá-las, mais geral da América Latina quanto no
objetivando interpolações ou extrapolações”, plano mais específico do Brasil. Isso ocor-
seguindo as orientações do exame do Enem. reu, também, na área cultural. Discorra
Serão consideradas adequadas as respostas sobre essa afirmativa, fundamentando seus
que retratarem a reorganização das informa- argumentos.
ções apresentadas durante a aula em forma de Depois da Segunda Guerra Mundial, os estadunidenses pas-
texto. As interpolações ou extrapolações de- saram a exportar o American way of life com muita intensida-
vem ser claras e coerentes. EF'B[JBQBSUFEFTFVBQPJPFDPOÙNJDPBPTQBÓTFTEFTUSVÓEPT
e aos novos aliados a demonstração da qualidade de vida e
Proposta de questões para avaliação EF DPOTVNP QSBUJDBEB FN TFV QBÓT 1BSBMFMBNFOUF  B NÞTJ-
DBQPQVMBSGPJNBSDBEBNFOUFJOnVFODJBEBQFMPSPDLOSPMM 
As atividades a seguir encontram- OBTDJEP OPT &TUBEPT 6OJEPT  FORVBOUP P DJOFNB o VN QP-
-se na seção Você aprendeu?, no EFSPTPWFÓDVMPEFDPNVOJDBÎÍPoEJGVOEJBIÈCJUPTFNPEBT
Caderno do Aluno estadunidenses.

1. O rádio acompanhou a história política 4. (Fuvest – 2002) É possível constatar semelhan-


do Brasil, tendo sido utilizado por Getúlio ças entre os governos de Getúlio Vargas (Bra-
Vargas, pela democracia e pela ditadura. sil), Lázaro Cárdenas (México) e Juan Domin-
Qual foi a importância do rádio nas déca- go Perón (Argentina), pois esses líderes:
das de 1950 e 1960?
O rádio era o principal meio de difusão cultural nas décadas a) assumiram a mesma posição diante da
EFFFTVBTOPWFMBT NÞTJDBTFOPUÓDJBTFSBNFTDV- Segunda Guerra.
tadas por imensa parcela da população.
b) buscaram o apoio político das classes
2. O regime democrático no Brasil não populares.
avançou de maneira linear, pois em 1954
(suicídio de Getúlio Vargas), 1961 (re- c) defenderam e puseram em prática ideias
núncia de Jânio Quadros) e 1964 (golpe fascistas.
militar), a política brasileira viveu mo-
mentos de grande tensão. Caracterize es- d) nacionalizaram o petróleo e as estradas
ses momentos. de ferro.
A democracia brasileira pós-Segunda Guerra Mundial sofreu
diversas tentativas de golpes e violações dos direitos demo- e) chegaram ao poder por intermédio de
DSÈUJDPT DPNPBMJCFSEBEFQPMÓUJDB BTFMFJÎÜFTFBMJCFSEB- um golpe.
de de expressão. Nas datas referidas, ocorreram rupturas de 0T QPMÓUJDPT JOEJDBEPT DPOTUJUVÓSBN B CBTF EF TFV HPWFSOP
mandatos presidenciais que abalaram o andamento republi- QPSNFJPEBCVTDBEFBQPJPQPQVMBS DPODFEFOEPCFOFGÓDJPT
DBOPFN IPVWFPTVJDÓEJPEF7BSHBTFVNBUFOUBUJWB aos trabalhadores e adotando medidas populares.
GSVTUSBEBEFHPMQFEBTGPSÎBTBSNBEBTFN GPJBWF[EB
SFOÞODJBEF+ÉOJP2VBESPT NPUJWBEBoTFHVOEPTVBTQBMB- Proposta de Situação de
WSBT o QPS QSFTTÜFT FYUFSOBT FN   DPNFÎPV P SFHJNF Recuperação
NJMJUBSOP#SBTJM
O conteúdo relacionado ao estudo do tema
3. (Fuvest – 1996) Depois da Segunda Guer- “Movimentos sociais e políticos na América
ra Mundial, os Estados Unidos conquista- Latina e no Brasil nas décadas de 1950 e 1960”
ram um lugar hegemônico tanto no plano é vasto e pode ser conduzido por diversos

26
História – 3a série – Volume 2

caminhos. Porém, a crescente manifestação e a leiro que utilizou documentação do arquivo


organização do operariado latino-americano Edgard Leuenroth, da Universidade Estadual
são um bom fio condutor para tratar dos te- de Campinas (Unicamp).
mas relativos à questão. Para os alunos que não
conseguiram relacionar tal fenômeno à Guerra SINGER, Paul. A formação da classe operá-
Fria e ao desgaste político e econômico do po- ria. 5. ed. São Paulo: Atual, 1994. (Discutindo
pulismo, segue uma sugestão de trabalho. a História). O professor Paul Singer retrata
a origem e a construção do sindicalismo no
Apresente, de maneira expositiva, o con- Brasil.
texto geral da Guerra Fria e seus efeitos na
América Latina. Em seguida, peça aos alunos Revista
que pesquisem sobre os princípios básicos do
socialismo marxista e sua relação com o sin- DUARTE, Adriano Luiz; FONTES, Paulo.
dicalismo na América Latina. Não esqueça de O populismo visto da periferia: adhemarismo
solicitar os registros das fontes consultadas. e janismo nos bairros da Mooca e São Miguel
Paulista, 1947-1953. Unicamp, Cadernos Ar-
Com as informações das pesquisas, solicite quivo Edgard Leuenroth, v. 11, 2004. p. 87-122.
aos alunos que redijam um texto histórico do
sindicalismo nas décadas de 1950 e 1960 e o Filme
entreguem para avaliação.
Jango. Direção: Silvio Tendler. Brasil, 1984.
Recursos para ampliar a perspectiva 117 min. 12 anos. Documentário que retrata a
do professor e do aluno para a vida de João Goulart e a década de 1960, por
compreensão do tema meio de depoimentos de importantes políticos
da época.
Livros
Site
SADER, Eder; HIRATA, Helena; LÖWY,
Michael; CASTRO, Sandra. Movimento ope- Paixão e romance. Disponível em: <http://
rário brasileiro 1900-1979: introdução a uma www.paixaoeromance.com/60decada/001
história do movimento operário brasileiro no aber60/haber60.htm>. Acesso em: 19 nov.
século XX. Belo Horizonte: Vega, 1980. Co- 2013. Site que disponibiliza áudio e letra de
letânea de textos sobre o sindicalismo brasi- diversas músicas da década de 1960.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
TORTURA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA LATINA

Esta Situação de Aprendizagem envolve militar (1964-1985). Outros países latino-ame-


um tema delicado e que só agora começou a ricanos, que viveram situações semelhantes, já
ser tratado com a seriedade necessária pelas investigaram seu passado, localizaram corpos
autoridades brasileiras: os desaparecimentos e de desaparecidos e abriram seus arquivos se-
as torturas que marcaram os anos de ditadura cretos para o público.

27
Conteúdos e temas: populismo e ditaduras militares na América Latina.

Competências e habilidades: comparar processos de formação socioeconômica, relacionando-os com


seu contexto histórico e geográfico.

Sugestão de estratégias: análise de músicas da época.

Sugestão de recursos: excertos de textos e letras de música.

Sugestão de avaliação: produção de texto.

Sondagem e sensibilização
Inicie a aula comentando com os alunos Note que nesse momento não se pretende
o sigilo que envolve os arquivos militares da responder a essa questão. No entanto, ao fi-
época da ditadura militar brasileira. Há uma nal da Situação de Aprendizagem, os alunos
série de arquivos que estão fechados à pesqui- deverão ter se apropriado de informações que
sa e à consulta pública por 30 anos, segundo a lhes permitam argumentar sobre o assunto. Se
Lei no 11.111, de maio de 2005, que confirma o julgar interessante, instigue a curiosidade dos
Decreto no 4.553, de 2002. Ressalte aos alunos alunos com a seguinte questão: Por que o Brasil
que há diversas famílias que não conhecem o liberará o acesso às informações contidas nos ar-
paradeiro de seus parentes desaparecidos na quivos militares somente em 2035? A charge do
época, não sabem onde seus corpos foram en- cartunista Angeli contribuirá para a reflexão e
terrados ou como morreram. discussão em sala de aula.
© Angeli - Folha de S.Paulo 25.10.2004

Figura 1 – Os arquivos que choram. Charge de autoria de Angeli. Em: Folha


de S. Paulo, 25 out. 2004. Caderno Opinião (p. A2).

28
História – 3a série – Volume 2

1a etapa
Professor, no Caderno do Aluno está in- respeito das práticas de tortura que ocorre-
serido o texto a seguir, que possui um cará- ram na América Latina durante os regimes
ter introdutório, pois visa situar os alunos a militares.

Você sabia?

Você sabia que nosso país é criticado, por diversas organizações mundiais que lutam pelos direitos
humanos, pela falta de investigações sobre os desaparecimentos e as torturas que marcaram os anos de
ditadura militar (1964-1985)? Outros países latino-americanos, que viveram situações semelhantes, já
investigaram seu passado, localizaram corpos de desaparecidos e abriram seus arquivos secretos para o
público.
Há uma série de arquivos que estão fechados à pesquisa e à consulta pública por 30 anos, segundo a
Lei no 11.111, de maio de 2005, que confirma o Decreto no 4.553, de 2002. Por decorrência dessa legis-
lação, há diversas famílias que desconhecem o paradeiro de seus parentes desaparecidos na época, não
sabem onde seus corpos foram enterrados ou como morreram.
Há um caso de desaparecimento na ditadura militar brasileira que comoveu grande parte da popu-
lação e causou muitas discussões na época: o desaparecimento do estudante Stuart Angel. Sua mãe, a
estilista Zuzu Angel, lutou para conhecer o desfecho da vida de seu filho e enterrar seu corpo, até morrer
em um acidente de carro cujas causas nunca foram bem explicadas.
Um filme lançado em 2006 retrata o drama de Zuzu, interpretada pela atriz Patrícia Pillar.
Antes do lançamento do filme, o caso já havia comovido os compositores Miltinho e Chico
Buarque, que, em homenagem a Zuzu Angel, que faleceu em 14 de abril de 1976, compuseram
uma música que, como outras da mesma época, teve o caráter de denúncia em relação às irregu-
laridades promovidas pelos militares envolvendo civis. Pesquise na internet a letra dessa música
para responder à questão a seguir. Você pode também pesquisar videoclipes a partir dos nomes
dos autores e do nome da música, “Angélica”.

Elaborado por Diego López Silva especialmente para o São Paulo faz escola.

A morte de Stuart Angel foi revelada pelo re- composta por Miltinho e Chico Buarque, em
lato de outro preso, Alex Polari, que presenciou homenagem a Zuzu Angel, que faleceu em 14
a tortura de Stuart no pátio da prisão da Aero- de abril de 1976.
náutica. Segundo o relato de Polari, o rapaz havia
sido amarrado em um jipe e arrastado com o ros- Peça aos alunos que pesquisem a letra,
to junto ao escapamento do automóvel. Stuart, e que busquem ver alguns dos clipes que
que já teria sido torturado anteriormente, não podem ser facilmente encontrados na inter-
resistiu aos ferimentos e morreu. Suspeita-se de net, a partir do nome do autor e da músi-
que seu corpo, como diversos outros, tenha sido ca. Você pode também levar a música para
atirado no mar. ser ouvida pelos alunos em sala de aula, se
assim julgar conveniente, como também
Esta Situação de Aprendizagem está cen- apresentar a letra utilizando algum recurso
trada na leitura da letra da música “Angélica”, audiovisual.

29
Como exercício, pede-se no Caderno do verno dos Estados Unidos com os rumos da
Aluno a realização da seguinte atividade: política sul-americana.

1. A partir das aulas dadas sobre os proces- 2a etapa


sos de tortura utilizados durante a dita-
dura militar e do que, acredita-se, tenha O Brasil não era a única nação da América
acontecido com o filho de Zuzu Angel, Latina a passar por um período de ditadura
Stuart, escolha e analise três versos da militar, estabelecida – aqui e nos demais países
música que sejam representativos da si- – sob direta influência dos Estados Unidos,
tuação vivida pela mãe. como na derrubada do presidente Salvador
-FNCSFPTEFDPOTJEFSBSOBBOÈMJTFPTDPOIFDJNFOUPTTP- Allende, no Chile (1973), sucedida por uma
bre os processos de tortura utilizados durante a ditadura das mais violentas e duradouras ditaduras la-
militar, como sobre outras irregularidades de que se tem tino-americanas, mantida sob o comando do
OPUÓDJBFOWPMWFOEPPHPWFSOPNJMJUBSFDJWJT General Pinochet.

É interessante ressaltar aos alunos que Sugerimos que realize em sala de aula uma
diversos setores da sociedade civil da época discussão sobre o excerto a seguir, depois, so-
defendiam a atuação do Exército em repres- licite aos alunos que respondam às seguintes
são aos grupos de resistência, qualificados questões reproduzidas no Cadernos do Alu-
como subversivos e terroristas. A tortura no, em forma de avaliação individual.
era operacionalizada por uma máquina que
encobria assassinatos, criando justificativas 2. O governo brasileiro, a exemplo dos de-
infundadas, além de prender e torturar pes- mais governos da América Latina, negava
soas para obter informações, tendo diversas a tortura, como na carta divulgada pelo
linhas de financiamento, inclusive privadas, Palácio do Planalto em 1970. Para respon-
e sendo burocraticamente complexa. São der às questões, analise o trecho a seguir.
exemplos dessa máquina a Operação Ban-
deirante (Oban), o Departamento de Ordem
Pública e Social (Dops) e os Destacamen- “Não há tortura em nossas prisões.
tos de Operações de Informações (DOI). O Também não há presos políticos. [...] Essa
jornalista Elio Gaspari comenta que “seria intriga, na sua desfaçatez, busca gerar dis-
muita ingenuidade acreditar que os generais córdia entre nações democráticas, amigas
Emílio Médici e Orlando Geisel criaram os e aliadas, estancar o fluxo de investimen-
DOIs sem ter percebido que a sigla se con- tos no país, em uma palavra, enfraquecer o
fundia com a terceira pessoa do singular do Brasil e com isso enfraquecer a comunidade
presente indicativo do verbo doer”a. Grande de nações livres.”
parte do aparato técnico dos órgãos de re-
Apud: GASPARI, Elio. A ditadura escancarada.
pressão brasileiros foi aprendido com agen- São Paulo: Companhia das Letras,
tes da CIA estadunidense: aliás, a Operação 2002. p. 287.
Condor demonstrou a preocupação do go-

a
GASPARI, Elio. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 175.

30
História – 3a série – Volume 2

a) Por que o governo militar insistia em Há diversas implicações, tais como a descoberta de mais no-
afirmar que não havia tortura? NFTMJHBEPTËUPSUVSBFRVFBJOEBIPKFFTUÍPWJWPT/P#SBTJM 
Os governos militares latino-americanos, de maneira geral, durante as negociações de abertura do regime, a anistia foi ge-
NBTDBSBWBNBEJUBEVSBQBSBFWJUBSDSÓUJDBTEFØSHÍPTJOUFSOB- SBM.JMJUBSFTMJCFSUBSBNQSFTPTQPMÓUJDPTFDPOTFHVJSBNHBSBOUJS
cionais de defesa dos direitos humanos. Como, legalmente, a manutenção do sigilo sobre documentos incriminatórios.
OÍPQPEFSJBIBWFSUPSUVSBOP#SBTJM FMBFSBQSBUJDBEBOBTEF-
pendências de prisões e quartéis. Avaliação da Situação de
Aprendizagem
b) Quem eram os torturados e qual o mo-
tivo alegado para a prisão? A avaliação dos produtos concentra-se,
Os torturados eram pessoas consideradas subversivas, ou principalmente, na habilidade de leitura e es-
simplesmente pessoas que a máquina de repressão con- crita dos alunos. Procure argumentação sólida
siderava fontes de informações importantes. Outros eram e coerente, de acordo com o estudo do contex-
QFSTFHVJEPT QFMB QPMÓDJB QPS FOWPMWJNFOUP FN HSVQPT EF to da época nesta Situação de Aprendizagem.
contestação mais direta ao regime, havendo entre eles
aqueles que promoviam assaltos a bancos, atentados contra Proposta de questões para avaliação
apoiadores do regime militar e sequestros de autoridades
diplomáticas internacionais. As atividades a seguir encontram-
-se na seção Você aprendeu?, no
c) Por que o governo estadunidense sus- Caderno do Aluno.
tentava ditaduras na América Latina?
Qual é a relação entre esse apoio e o 1. O texto a seguir é um relato de Jânio
contexto da Guerra Fria? Quadros sobre sua renúncia ao cargo de presi-
Os governos ditatoriais sul-americanos, em sua grande dente da República em 1961. Compare o con-
maioria, eram regimes de direita que abominavam a ideolo- texto da sua renúncia ao do suicídio de Getú-
gia socialista. No contexto da Guerra Fria, sustentar ditaduras lio Vargas, em 1954, baseando-se no texto.
militares era uma forma eficaz para os estadunidenses conte-
rem o avanço do socialismo.
“Havia outra porta. Não era, exatamente,
3a etapa a escolhida por outro presidente. Esse [refere-
-se a Vargas], por motivos vários, admitira um
Para completar o entendimento dos alunos inquérito e, só muito tarde, percebeu que o
a respeito da Ditadura Militar no Brasil, você procedimento objetivava a sua pessoa. Só lhe
também pode realizar a seguinte atividade: restou a dignidade na morte. Vi, claramente,
isso. Não era contingência a que me devesse
3. Relacione o texto abaixo à restrição a in- entregar, porque, mercê de Deus, mantinha
formações dos arquivos sobre a ditadura. ainda a dignidade em vida. Por isso renunciei.”
QUADROS, Jânio. Razões da renúncia. Impresso divulgado
“Após a Segunda Guerra Mundial, com a em 15 de março de 1962. In: KOIFMAN, Fábio (Org.).
sua inclusão na Declaração dos Direitos Hu- Presidentes do Brasil. São Paulo: Cultura, 2002. p. 514.
manos, o acesso às informações em documen-
tos de arquivo deixou de ser privilégio dos histo-
riadores e passou a ser um direito do cidadão.” 2VBOEP7BSHBTTFTVJDJEPV FN IBWJBVNBGPSUFQSFT-
TÍP EP DBQJUBM FTUSBOHFJSP DPOUSÈSJB Ë TVB QPMÓUJDB OBDJPOB-
COSTA, Célia M. Leite. Memória proibida. Revista
lista, evidente na nacionalização da exploração do petróleo.
Nossa História. Ano 2, n. 16, fevereiro de 2005. p. 70.
As suspeitas levantadas sobre o envolvimento de Vargas no

31
BUFOUBEPEB3VB5POFMFJSPTFPTFVQBTTBEPEJUBUPSJBMDPOUSJ- As ditaduras militares sul-americanas eram regimes sustenta-
CVÓSBNQBSBBDSJTFQPMÓUJDBEFTFVHPWFSOP RVF BMÏNEPTVJ- EPTQFMBEJSFJUBFQFMBTDMBTTFTNÏEJBTEPTQBÓTFTFNRVFTF
DÓEJP GPJNBSDBEPOPmOBMQPSVNBUFOUBUJWBEFHPMQFNJMJUBS instauraram. Asseguravam um regime de repressão ao avan-
/PDBTPEF+ÉOJP2VBESPT B(VFSSB'SJBDIFHBWBËTVBEÏDB- ço do socialismo, além de serem aliados econômicos dos
EBNBJTBDJSSBEBFBQFSJHPTBBQSPYJNBÎÍPFOUSF#SBTJMF$VCB &6" FMBCPSBOEPQPMJUJDBTEFEFTFOWPMWJNFOUPOBDJPOBMRVF
e o bloco socialista não foi aceita pelos estadunidenses e pela favoreciam o capital estrangeiro.
EJSFJUBCSBTJMFJSB"QØTBTVBSFOÞODJBFVNCSFWFHPWFSOPEF
TFVWJDF +PÍP(PVMBSU PTNJMJUBSFTUPNBSBNPQPEFS b) Cite dois exemplos de países sul-ame-
ricanos que tiveram regimes ditatoriais
2. Como o historiador Boris Fausto interpre- durante a Guerra Fria.
ta a implantação de uma ditadura militar 1PEFNPT DJUBS  EFOUSF PVUSPT  "SHFOUJOB  $IJMF  6SVHVBJ F
em março de 1964? Paraguai.

4. (Fuvest – 2002) “Na presidência da Repú-


“O movimento de março de 1964 era ine- blica, em regime que atribui ampla autori-
vitável? [...] É certo que tanto a perspectiva do dade e poder pessoal ao chefe de governo, o
desenvolvimento nacional autônomo como o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem dúvida
regime populista estavam se esgotando naque- alguma, no mais evidente incentivo a todos
les anos. Mas não seria possível uma mudança aqueles que desejam ver o país mergulhado
de rumos compatível com a democracia? [...] no caos, na anarquia, na luta civil.” (Mani-
A implantação de uma ditadura militar com festo dos ministros militares à Nação, em 29
alguns disfarces resultou das circunstâncias e de agosto de 1961).
das opções dos atores políticos. Abandonado Esse manifesto revela que os militares:
qualquer esforço pela manutenção da demo-
cracia, a polarização de posições resultou em a) estavam excluídos de qualquer poder no
uma prova de força. Esse era o campo privile- regime de democracia presidencial.
giado da ação dos conspiradores que contra-
puseram a violência às ilusões da esquerda.” b) eram favoráveis à manutenção do regi-
me democrático e parlamentarista.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12. ed. São Paulo:
Edusp, 2004. p. 462.
c) justificavam uma possibilidade de inter-
A interpretação do historiador relaciona o esgotamento da venção armada em regime democrático.
perspectiva do desenvolvimento nacional autônomo e do
regime populista ao abandono de qualquer esforço pela ma- d) apoiavam a interferência externa nas
nutenção da democracia. questões de política interna do país.

3. Há indícios da participação estadunidense e) eram contrários ao regime socialista im-


na sustentação dos regimes ditatoriais na plantado pelo presidente em exercício.
América Latina. A Operação Condor e o "T NFEJEBT EJWVMHBEBT QFMP BOÞODJP EBT 3FGPSNBT EF #BTF
treinamento das forças bélicas desses paí- no governo de Goulart e o passado do presidente, ligado ao
ses pela agência de espionagem estaduni- HFUVMJTNP DPOUSJCVÓSBNQBSBBJOTBUJTGBÎÍPEBT'PSÎBT"SNB-
dense (CIA), criada no contexto da Guerra EBTDPNPTSVNPTEBQPMÓUJDBCSBTJMFJSB BMJNFOUBOEPPGPSUF
Fria, são dois exemplos. Pergunta-se: EFTFKPEFJOUFSWJSFBGBTUBS+PÍP(PVMBSUEBQSFTJEÐODJB

a) Quais eram os interesses estadunidenses 5. Durante os regimes ditatoriais militares da


na sustentação desses regimes? América do Sul, a máquina de repressão

32
História – 3a série – Volume 2

criada pelos governos valia-se de práticas o direcionamento político de algumas institui-


como prisão, censura e tortura. Sobre a ções que antecedem a implantação do Regime
tortura no Brasil, no período citado, pode- Militar de 1964, tais como: o governo estadu-
-se afirmar que: nidense, a direita burguesa brasileira e o go-
verno de João Goulart. A seguir, oriente-os a
a) era legalizada pela Constituição da épo- pesquisar as características da ditadura mili-
ca, sendo incentivada pelos órgãos de tar brasileira e o rumo crescente da repressão
repressão e pela maioria da população. política até a aprovação do AI-5, destacando
as medidas restritivas que impôs à sociedade.
b) era pública e divulgada abertamente
nos meios de comunicação da época, Sugerimos que sejam formadas duplas ou
tais como jornais e revistas. trios. Cada grupo de alunos deverá focar as
suas pesquisas em uma ocorrência que envol-
c) era praticada somente pelas forças de va repressão aos direitos de expressão neste
elite do governo, em locais especiais e período. Você poderá elaborar uma lista com
preparados para atender emergências episódios que considerar pertinentes. Aqui su-
médicas. gerimos algumas possibilidades, como:

d) não era legalizada pela Constituição da a) a morte de Vladimir Herzog;


época, sendo realizada em porões e pri-
sões, explicando-se as mortes frequentes b) a censura à imprensa escrita (neste caso
dos torturados por motivos forjados. pode-se pesquisar especificamente o
Pasquim e sua trajetória);
e) não houve, em momento algum, in-
dignação por parte da sociedade em c) o exílio de Herbert José de Souza, ir-
relação à prática da tortura, pois os mão do cartunista Henfil;
torturados eram pessoas consideradas
“subversivas” e “inimigas”. d) a repressão ao espetáculo teatral Roda
A tortura não era oficializada pelo Exército. Durante a ditadu- Viva;
SB BNPSUFFPEFTBQBSFDJNFOUPEBTWÓUJNBTEFQFSTFHVJÎÜFT
FUPSUVSBTFSBNKVTUJmDBEPTDPNPTVJDÓEJPT CSJHBTPVTJNQMFT e) a repressão ao movimento estudan-
desaparecimentos. til e à União Nacional dos Estudantes
(UNE).
Proposta de Situação de
Recuperação Oriente os alunos a construir a biografia
das pessoas em foco, quando for o caso; se a
Os alunos em recuperação devem focar pesquisa estiver centrada em uma instituição,
seus estudos, quanto a esse assunto, princi- oriente-os a construir seu perfil político, sua
palmente nos pilares de sustentação do regi- finalidade e atuação na época da ditadura.
me militar no Brasil, por exemplo a Guerra
Fria, a repressão e o crescimento econômi- O produto deverá ser um texto histórico a
co. A seguir, apresentamos uma sugestão de ser entregue para avaliação. Caso haja tem-
trabalho. po disponível, organize uma socialização das
pesquisas, de maneira que todos possam am-
Sugerimos que enumere, em conjunto com pliar seus conhecimentos ao partilhar o traba-
os alunos, os principais interesses envolvidos e lho com os colegas.

33
Recursos para ampliar a perspectiva COSTA, Célia. M. Leite. Memória proibida.
do professor e do aluno para a In: Revista Nossa História. Ano 2, n. 16, fe-
compreensão do tema vereiro de 2005. p. 70-75. Este texto discute
a questão da abertura dos arquivos secretos
Livros para o conhecimento público.

GASPARI, Elio. A ditadura derrotada. São Filmes


Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Cabra-cega. Direção: Toni Venturi. Brasil,
_____. A ditadura encurralada. São Paulo: 2005. 107 min. 14 anos. Drama que relata a
Companhia da Letras, 2004. vida de militantes perseguidos pela ditadura
militar. Conflitos pessoais e a causa da resis-
_____. A ditadura envergonhada. São Paulo: tência permeiam a história de três jovens.
Companhia das Letras, 2002.
Zuzu Angel. Direção: Sérgio Rezende. Bra-
_____. A ditadura escancarada. São Paulo: sil, 2006. 100 min. 14 anos. O filme é basea-
Companhia das Letras, 2002. do na vida da estilista que buscou conhecer
o destino de seu filho, preso político no Bra-
Os quatro volumes da coleção, fruto de sil, cujo corpo desapareceu nas prisões da
uma ampla pesquisa, fornecem um panorama ditadura.
geral da ditadura brasileira.
Site
Revistas
Acervo da luta contra a ditadura. Disponível
Coleções Caros Amigos. A ditadura militar no em: <http://www.acervoditadura.rs.gov.br>.
Brasil, volumes 1 a 12. São Paulo: Caros Ami- Acesso em: 19 nov. 2013. Site com lista dos
gos, 2008. Série especial da revista com rela- nomes dos desaparecidos políticos na época
tos, fotografias e documentos sobre o regime da ditadura militar, músicas censuradas e su-
militar no Brasil. gestões bibliográficas.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
A MPB E O DOPS

A Situação de Aprendizagem pretende culturais de resistência aos governos autori-


discutir a associação ideológica feita pelos tários nas décadas de 1960 e 1970, focando na
órgãos de censura da ditadura entre comu- análise de um documento do Departamento
nistas e músicos brasileiros, durante as dé- de Ordem Política e Social (Dops), é necessá-
cadas de 1960 e 1970, por meio de restrições rio que o contexto político e social da época
à liberdade de expressão, principalmente, seja conhecido: o governo de Jango e o Golpe
após a promulgação do Ato Institucional de 1964 e a instauração da ditadura militar
número 5 (AI-5), em 13 de dezembro de por meio da repressão e da limitação dos di-
1968. reitos civis; os governos Geisel e Médici e os
movimentos e lutas sociais que marcaram esse
Para os estudos sobre as manifestações período.

34
História – 3a série – Volume 2

Conteúdos e temas: as manifestações culturais de resistência aos governos autoritários nas décadas de
1960 e 1970.
Competências e habilidades: valorizar a diversidade dos patrimônios etnoculturais e artísticos, identifi-
cando-a em suas manifestações e representações em diferentes sociedades, épocas e lugares.
Sugestão de estratégias: análise documental e discussões em grupo.
Sugestão de recursos: documento histórico, textos e imagens.
Sugestão de avaliação: participação em debate e pesquisa.

Sondagem e sensibilização Nesta atividade, os alunos precisam procurar a definição do


UFSNPFNVNEJDJPOÈSJPEJTQPOÓWFMOBFTDPMBFBUFOUBSQBSB
Inicie a aula perguntando aos alunos o as violações de direitos civis e a concentração de poder que
que eles entendem por ditadura. As primei- ocorre em uma ditadura.
ras impressões poderão ser registradas no
Caderno do Aluno. Após ouvir atentamente 1a etapa
as colocações, sugerimos que leia para eles a
seguinte definição para o verbete “ditadura”, Professor, após a sensibilização da temáti-
retirada do Michaelis Moderno Dicionário da ca, prossiga apresentando aos alunos o trecho
Língua Portuguesa e reproduzida a seguir: a seguir, extraído do AI-5, de 13 de dezembro
de 1968, e que também está inserido na ativi-
Ditadura s.f. (lat. dictatura) 1. Governo ou au- dade do Caderno do Aluno:
toridade do ditador. 2. Nos modernos governos
representativos, o exercício temporário e anor- 2. No dia 13 de dezembro de 1968, foi decre-
mal do poder legislativo pelo poder executivo. tado o Ato Institucional número 5, ou sim-
plesmente AI-5, que pode ser considerado
Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São
Paulo: Melhoramentos, 2007.
um dos principais documentos de amparo
legal da ditadura brasileira. Leia atenta-
mente os trechos a seguir e depois respon-
Explique aos alunos a definição, principal- da às questões.
mente a utilização da palavra “anormal” presen-
te no texto. Recupere, brevemente, conteúdos já “Art. 2o – O Presidente da República pode-
estudados que trataram da tripartição do poder e rá decretar o recesso do Congresso Nacional,
da ascensão do liberalismo político, que defendia, das Assembleias Legislativas e das Câmaras
entre outras propostas, a liberdade dos três po- de Vereadores, por Ato Complementar, em
deres. Ressalte que durante a ditadura brasileira estado de sítio ou fora dele, só voltando os
houve uma intrincada relação entre os três pode- mesmos a funcionar quando convocados pelo
Presidente da República. [...]
res, na qual o poder executivo concentrava o con- Art. 5o – A suspensão dos direitos políti-
trole dos mais diversos setores da sociedade civil, cos, com base neste Ato, importa, simultanea-
utilizando-se de meios variados, como a censura. mente, em:
I – cessação de privilégio de foro por prer-
Como exercício, pede-se no Caderno do rogativa de função;
Aluno a realização da seguinte atividade: II – suspensão do direito de votar e de ser
votado nas eleições sindicais;
III – proibição de atividades ou manifes-
1. Após as explicações do seu professor, acres- tação sobre assunto de natureza política;
cente novos significados ao termo “ditadura”.

35
IV – aplicação, quando necessária, das mulgada em 1988, contém o seguinte ar-
seguintes medidas de segurança: a) liberdade tigo para definir os direitos políticos e de
vigiada; b) proibição de frequentar determi-
nados lugares; c) domicílio determinado [...].”
expressão de seus cidadãos:

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/


AIT/ait-05-68.htm>. Acesso em: 19 nov. 2013.
“Art. 5o – Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garan-
tindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-
a) Em quais pontos do documento pode- sidentes no País a inviolabilidade do direito à
-se perceber mais claramente a definição vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
de ditadura? Justifique sua resposta. à propriedade, nos termos seguintes:
O texto faz relação com o termo “ditadura”, principalmente, [...] IX – é livre a expressão da atividade in-
OBTQBTTBHFOTRVFUSBUBNEBTVTQFOTÍPEFEJSFJUPTQPMÓUJDPT  telectual, artística, científica e de comunicação,
do direito de votar, das restrições às manifestações e do fim do independentemente de censura ou licença [...].”
foro privilegiado.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 19 nov. 2013.
b) Quais os efeitos da publicação desse
documento para os rumos do Brasil,
naquele contexto, em relação às mani- O que aconteceu no país durante o período
festações políticas e culturais? de recuo da liberdade de expressão? Será
"EJUBEVSBNJMJUBSOP#SBTJM RVFTFJOTUBMPVBQØT QBTTPV que todos acataram as ordens do governo?
por um processo de intensificação das medidas repressivas ao Como se manifestaram aqueles que não as
longo dos anos. O governo militar permitia algumas mani- obedeceram?
GFTUBÎÜFTQPMÓUJDBTFDVMUVSBJT QPSÏN BQØTP"UP*OTUJUVDJPOBM "PQPTJÎÍPGPJTFOEPFYQSFTTBOPQFSÓPEPEJUBUPSJBMQPSNFJP
no "*
EF PBQBSFMIPSFQSFTTJWPUPSOPVTFNVJUP de diferentes tipos de manifestação. Para além das manifesta-
NBJTBUJWP5PSOBOEPMFHBMBFYDFÎÍP P"*TVTQFOEFVBTHB- ções estudantis, das greves dos trabalhadores e dos protestos
rantias constitucionais, deu poderes extraordinários ao Presi- civis, diferentes segmentos das artes e da imprensa procura-
EFOUFEB3FQÞCMJDBFEFDSFUPVPGFDIBNFOUPEP$POHSFTTP ram, de um modo ou de outro, expor a situação de repressão
Nacional. Além disso, proibiu manifestações de caráter po- vivida durante a ditadura brasileira, burlando direta ou indi-
MÓUJDP TVTQFOEFVPhabeas corpus e instituiu a censura para retamente a censura. A obra É proibido dobrar à esquerda,
QSPEVUPT DVMUVSBJT  DPNP QVCMJDBÎÜFT KPSOBJT  MJWSPT FUD
 EF3VCFOT(FSDINBO FBTDBOÎÜFTEFQSPUFTUPBQSFTFOUBEBT
QFÎBTEFUFBUSPFNÞTJDBT"QFTBSEBSFQSFTTÍP GPSBNNVJUP OPT GFTUJWBJT EF NÞTJDB DPOTUJUVFN SFTVNJEP FYFNQMP EB
EJWFSTBTBTNBOJGFTUBÎÜFTDPOUSÈSJBTBPSFHJNFBTNBOJGFT- profusão de manifestações no campo das artes. O cinema
UBÎÜFT BSUÓTUJDBT  BT NBOJGFTUBÎÜFT FTUVEBOUJT  BT HSFWFT EPT buscou retratar a crueza do contexto social de uma popula-
USBCBMIBEPSFT PTGFTUJWBJTEFNÞTJDBFPTQSPUFTUPTOBTSVBT ção sem direitos de expressão, destacando-se nesse cenário
são alguns exemplos. BT QSPEVÎÜFT DJOFNBUPHSÈmDBT EF (MBVCFS 3PDIB F $BDÈ
Diegues. No teatro, os grupos Arena e Oficina buscaram va-
Agora, contextualize o AI-5 diante da defi- lorizar autores nacionais e seus protagonistas foram, diversas
nição de ditadura apresentada anteriormente WF[FT WÓUJNBTEBSFQSFTTÍP
e, em contrapartida, das resoluções da Consti- É importante destacar também o papel da imprensa alterna-
tuição de 1988, cujo trecho aparece a seguir e tiva, que buscava burlar os meios de controle repressivos e de
também está sendo trabalhado em uma ativi- censura prévia, denunciando a repressão, a falta de liberdade
dade presente no Caderno do Aluno: QPMÓUJDBFEFFYQSFTTÍP DPNPUBNCÏNBNÈRVBMJEBEFEBT
condições de vida dos trabalhadores. Nesse contexto, desta-
3. Atualmente, o Brasil é um país democrá- ca-se O Pasquim 
KPSOBMDPOIFDJEPQFMBNJMJUÉO-
tico. A atual Constituição brasileira, pro- cia contra a Ditadura.

36
História – 3a série – Volume 2

© Coleção Museu de Arte Contemporânea da


Universidade de São Paulo
O endurecimento do regime ditatorial levou muitos artistas
FKPSOBMJTUBTBPFYÓMJP BMÏNEFQPMÓUJDPTFBUJWJTUBTEBTEFNBJT
manifestações de oposição.

2a etapa
A apresentação desses questionamen-
tos tem por objetivo despertar a curiosidade
dos alunos em relação ao tema. É importan-
te apontar a eles a necessidade de ampliar os
conhecimentos sobre o período, baseando-se
nas situações vivenciadas pela sociedade, su-
perando explicações genéricas sobre a ditadu-
Figura 2.
ra, comumente expressas na mídia ou mesmo
no senso comum. Dessa forma, espera-se que &TQFSBTF RVF PT BMVOPT NFODJPOFN B SFQSFTTÍP QPMÓUJDB
os alunos adquiram melhores condições de DBSBDUFSÓTUJDBEBEJUBEVSBNJMJUBSOP#SBTJMËRVBMBPCSBSF-
compreender as relações entre a ditadura mili- mete.
tar da década de 1960 no Brasil e as condições
de vida da sociedade civil naquele momento, b) Manifestação estudantil – Praça da Sé,
posicionando-se de forma crítica em relação São Paulo, julho de 1968.
aos fatos ocorridos.

© Bettmann/Corbis/Latinstock
Professor, você pode solicitar aos
alunos que realizem a atividade a
seguir, presente no Caderno do alu-
no, na seção Lição de casa.

A seguir você encontrará imagens repre-


sentativas de manifestações contrárias ao
regime militar. Pesquise informações a res-
peito de cada uma delas e elabore peque-
nos textos que caracterizem as situações.
Na retomada desta atividade em sala de aula, seria interes-
sante que você chamasse a atenção dos alunos para o fato
de que, além das ações de oposição ao governo ditatorial,
Figura 3.
houve manifestação de apoio à ditadura, como de alguns
setores da imprensa escrita e televisionada, de grupos orga- 0T FTUVEBOUFT  QPS NFJP EF PSHBOJ[BÎÜFT DPNP B 6OJÍP
OJ[BEPT DPNPP$$$ $PNBOEPEF$BÎBBPT$PNVOJTUBT
 /BDJPOBM EPT &TUVEBOUFT 6/&
 QSPNPWFSBN EJWFSTBT NB-
FB5'1 5SBEJÎÍP 'BNÓMJBF1SPQSJFEBEF
FEFBMHVOTTFUPSFT nifestações contra a ditadura. Havia focos de resistência nas
da classe média conservadora, que temiam mudanças estru- universidades e alguns membros chegaram a participar de
turais na sociedade. guerrilhas e operações de combate.

a) É proibido dobrar à esquerda, obra de Ru- c) Greve dos metalúrgicos de São Paulo,
bens Gerchman, 1965. Guache sobre pa- assembleia realizada na Rua do Carmo,
pel, 54,1 x 74,4 cm. São Paulo, novembro de 1979.

37
© Jorge Araújo/ Folhapress

0TGFTUJWBJTEFNÞTJDBUPSOBSBNTFPQBMDPOPRVBMPTBSUJT-
tas expressavam seu descontentamento contra a censura e a
EJUBEVSB $PN B SFQSFTTÍP EP "*  B DFOTVSB BVNFOUPV F
BQFSTFHVJÎÍPBPTNÞTJDPTFDPNQPTJUPSFTEFPQPTJÎÍPBPSF-
gime foi intensificada.

e) Passeata dos Cem Mil, Rio de Janeiro,


junho de 1968.

© Bettmann/Corbis/Latinstock

Figura 4.
Os trabalhadores tomaram por base parte do Movimento
4JOEJDBM FTUSVUVSBEPBJOEBOBCSFWF3FQÞCMJDB%FNPDSÈUJDB
que antecedeu a ditadura, para organizar protestos e mani-
festações.

d) Gal Costa, Rede Record, São Paulo,


festival de música de 1968.
© Acervo UH/Folhapress

Figura 6.
Ocorreram protestos contra a ditadura militar, como a Pas-
seata dos Cem Mil, que foi um marco importante da insatis-
fação de setores da população organizados por estudantes, e
que teve a adesão de artistas e de outros segmentos sociais
DPOUSÈSJPTËTJUVBÎÍPQPMÓUJDBEPQBÓTOBRVFMBÏQPDB

3a etapa
Conforme atividade sugerida no Ca-
Figura 5. derno do Aluno, na seção Leitura

38
História – 3a série – Volume 2

e análise de texto, peça aos alunos que leiam a “lida” com os bois. Nessa direção, a primeira estrofe faz uma
os seguintes versos da música “Disparada”, DSÓUJDBWFMBEBBPNPNFOUPWJWJEPQFMP#SBTJM RVBOEPBEJUBEV-
de Geraldo Vandré e Théo de Barros, cantada SBNJMJUBSQFSTFHVJB QSFOEJB UPSUVSBWBFNBUBWB+ÈBTFHVOEB
no Festival da Record de 1966 por Jair Rodri- FTUSPGFBNQMJBFTTBDSÓUJDB DPMPDBOEPTFDPOUSBBDFOTVSBFEF-
gues: GFOEFOEPBMJCFSEBEFEFFYQSFTTÍP#VSMBSPBQBSBUPSFQSFTTPS
QPSNFJPEFNÞTJDBTDPNPFTTB
PVFYJMBSTFEPQBÓT JOUFO-
DJPOBMNFOUFPVEFNPEPGPSÎBEP
BmNEFQPEFSDPOUJOVBSB
Disparada FYQPSBTJUVBÎÍPEJUBUPSJBMEP#SBTJM TÍPTBÓEBTRVFBFTUSPGFQSP-
QÜFQBSBFTDBQBSEBDFOTVSBF FNÞMUJNBJOTUÉODJB EBEJUBEVSB
“[...]
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata Os órgãos de censura e de repres-
Mas com gente é diferente... são preocupavam-se com a propa-
gação tanto de grupos armados
Se você não concordar quanto de grupos de discussão política ou de
Não posso me desculpar músicos. Ambos eram classificados pelo go-
Não canto pra enganar verno como “grupos subversivos” e, principal-
Vou pegar minha viola mente após o AI-5, eram perseguidos e presos.
Vou deixar você de lado Aliás, era comum associar músicos da época a
Vou cantar noutro lugar grupos de oposição ao regime. Sobre Geraldo
[...]” Vandré, um dos autores da música apresenta-
Geraldo Vandré e Théo de Barros © 1968 – 100% da anteriormente, um documento do Depar-
Fermata do Brasil/Terraplana Edições Musicais Ltda. tamento de Ordem Política e Social (Dops)
expõe o texto a seguir, presente na seção Lei-
tura e análise de texto do Caderno do Aluno,
Interprete, com os alunos, os versos da pri- acompanhado das atividades subsequentes:
meira estrofe e o sentido que eles adquiriram
na década de 1960, no contexto vivido por
seus autores. Reforce a ideia de que se trata de “Geraldo Vandré é tido como comunista
atuante [...] encontra-se na Bulgária, onde
uma forma de resistência, de luta contra o re-
participou do Festival Mundial da Juventude
gime instaurado pelos militares, não tão dire-
realizado em Sófia, concorrendo com a apre-
ta quanto a luta armada que ocorreu nos anos sentação de uma canção denominada Che,
seguintes, mas muito poderosa, na medida em obtendo o 1o lugar, sendo-lhe agraciado o
que passa a ser entoada pela massa. A partir grande prêmio medalha de ouro. O cantor em
disso, sugira a realização da atividade a seguir, apreço deixou o Brasil no dia 22 de julho últi-
também presente no Caderno do Aluno: mo, acompanhado do Trio Maraiá, compon-
do uma comitiva de 150 pessoas, incluindo
Algumas músicas cantadas nos famosos intelectuais, estudantes e parlamentares. Cons-
festivais da década de 1960, como “Dispa- ta que atualmente se encontra em Moscou,
rada”, ganharam status de “hino” extrao- onde fará uma série de apresentações na TV
ficial do período da ditadura brasileira. Russa. Seu regresso está previsto para o dia
Interprete os versos das estrofes acima, 30, em São Paulo, vindo de Lisboa1.”
considerando o contexto da época. 1
Informação 093, DOPS/DI, 14/10/1968. Citado em:
"OBMJTFBQFSDFQÎÍPEPTBMVOPTTPCSFBSFMBÎÍPFOUSFBNÞTJDB NAPOLITANO, Marcos. A MPB sob suspeita: a
FPDPOUFYUPIJTUØSJDPEFEJUBEVSBOP#SBTJM/BDBOÎÍPi%JTQB- censura musical vista pela ótica dos serviços de vigilância
política (1968-1981). Revista Brasileira de História. São
rada”, os autores fazem um paralelo entre o tratamento violen-
Paulo, v. 24, n. 47, 2004.
to dado pelos militares àqueles que se opunham ao regime e

39
Sugerimos que os alunos respondam as per- Nesta atividade, estimule os alunos a orga-
guntas a seguir, no Caderno do Aluno, a fim de que nizar uma apresentação das músicas pesqui-
compreendam os motivos de informações como sadas para a escola, durante o intervalo ou
estas serem parte de um documento do Dops: em um evento especial. Incentive-os, também,
a fazer uma comparação entre as músicas de
1. O que causava apreensão nos órgãos de re- protesto e as outras músicas da época cuja te-
pressão da época em relação a esse breve mática era menos politizada.
episódio da vida de Geraldo Vandré?
"QPTTÓWFMMJHBÎÍPFOUSF(FSBMEP7BOESÏFHSVQPTEFPQPTJ- A socialização das pesquisas pode se con-
ção ao regime preocupava os órgãos de repressão. figurar em momento coletivo, cabendo a você,
professor, avaliar o tempo disponível para in-
2. Quais os elementos presentes no texto que crementar as apresentações e tornar rico esse
fortaleciam os vínculos entre o músico e os momento.
grupos de esquerda na época?
0GBUPEF(FSBMEP7BOESÏUFSWJBKBEPQBSBP-FTUF&VSPQFV Avaliação da Situação de
TPDJBMJTUB
BDPNQBOIBEPEFJOUFMFDUVBJT FTUVEBOUFTFQBSMB- Aprendizagem
mentares, pessoas consideradas suspeitas para os repressores,
TVHFSFPWÓODVMP"MÏNEJTTP BTBQSFTFOUBÎÜFTFN.PTDPVF Há diversos elementos que causaram temor
BNÞTJDBFNIPNFOBHFNBPHVFSSJMIFJSP$IF(VFWBSBDPO- nos censores e membros dos órgãos de repres-
TPMJEBWBN BT MJHBÎÜFT FOUSF P NÞTJDP F P DPNQPSUBNFOUP são da época e que devem ser destacados pelos
considerado subversivo na época. alunos na atividade sobre o texto a respeito de
Geraldo Vandré. São relevantes: o histórico fami-
Se houver tempo disponível, discorra sobre liar do cantor e compositor, cujo pai já havia sido
os porquês do temor que o comportamento investigado por envolvimento com os comunistas,
narrado no trecho causava ao regime militar além de sua ligação com a Ação Popular (AP), de
e às ideologias que o sustentavam. caráter antiditatorial; o fato de Geraldo ter via-
jado para o Leste Europeu (socialista), acompa-
4a etapa nhado de intelectuais, estudantes e parlamentares
(tipos bem suspeitos para os repressores); as apre-
Professor, como tarefa, você pode sentações em Moscou e a música em homenagem
solicitar aos alunos uma pesquisa ao guerrilheiro Che Guevara consolidaram as li-
conforme as propostas sugeridas no gações entre o músico e um comportamento con-
Caderno do Aluno, na seção Pesquisa em grupo. siderado subversivo na época.
A primeira proposta consiste em uma pesquisa
sobre a vida e a obra de Geraldo Vandré, com As pesquisas realizadas podem ser objeto
trechos de suas músicas, um breve contexto his- de avaliação de aprendizagem, à medida que os
tórico da época e informações sobre sua vida alunos forem orientados a estabelecer relações
política e carreira musical. entre o contexto político estudado e as letras
das músicas do compositor pesquisado. Valori-
Você também pode solicitar que sejam pes- ze também a transposição analítica do contexto
quisados outros compositores e músicos que te- em relação às metáforas das letras das músicas.
nham vivido o período e tiveram suas produções
artísticas censuradas. Uma sugestão é Chico Proposta de questões para avaliação
Buarque, artista representativo da sua geração
que tem uma farta contribuição musical no pe- As atividades a seguir estão inseri-
ríodo. Suas letras, grande parte delas politizada, das na seção Você aprendeu?, no
possibilitam análises de símbolos e metáforas. Caderno do Aluno.
40
História – 3a série – Volume 2

1. (Comvest/Vestibular Unicamp – 1998) Há pesquisem exemplos de cada uma das manifes-


trinta anos, Caetano Veloso e Gilberto Gil, tações de resistência: músicas, protestos e a luta
dentre outros cantores e compositores, lide- armada. Em seguida, solicite que elaborem sín-
raram um importante movimento cultural. teses que apresentem os exemplos pesquisados.

a) Identifique esse movimento cultural e Proposta 2


cite duas de suas características.
$BFUBOP7FMPTPF(JMCFSUP(JMQBSUJDJQBSBNEB5SPQJDÈMJB RVF Sugerimos também que solicite aos aos alu-
utilizava guitarras elétricas e aceitava abertamente as influên- nos que pesquisem e apresentem trabalhos sobre
cias musicais externas. o movimento hippie, as músicas de protesto con-
tra a Guerra do Vietnã e as manifestações fran-
b) Na época, quais foram as reações do movi- cesas de maio de 1968. Em seguida, estabeleça
mento estudantil e do regime político bra- um debate com os alunos sobre a resistência à
sileiro diante daquele movimento cultural? ditadura militar promovida por grupos estudan-
Os estudantes dividiam-se entre apoio e repulsa ao movimento tis e jovens. Enumere as motivações e os anseios
USPQJDBMJTUB"TDSÓUJDBTWJOIBNQSJODJQBMNFOUFEBBCFSUVSBBP dos grupos, assim como o contexto externo da
“estrangeirismo”. O governo censurou e exilou os participantes “revolução jovem”. Como fechamento, relacio-
do movimento, considerando suas letras e atitudes subversivas. ne o contexto externo com o brasileiro, usando
os resultados das pesquisas feitas por eles.
2. Aponte quais foram as principais ações de
grupos armados de resistência ocorridas Recursos para ampliar a perspectiva
durante a ditadura militar brasileira. do professor e do aluno para a
Nas cidades, os grupos armados assaltavam bancos para ob- compreensão do tema
ter recursos para o financiamento de sua luta, sequestravam
FNCBJYBEPSFT QBSB OFHPDJBS B TPMUVSB EF QSFTPT QPMÓUJDPT F Livros
promoviam atentados contra alvos militares. Na zona rural,
foram formados movimentos de guerrilha para combater a FAVARETTO, Celso F. Tropicália: alegoria,
ditadura a partir do campo e tomar o poder. alegria. 2 ed. São Paulo: Ateliê Editorial,
1996. Retrata o contexto político e cultural da
Propostas de Situações de década de 1960 durante a ditadura militar.
Recuperação
TAVARES, M. H.; WEIS, L. Carro zero e pau de
Proposta 1 arara: o cotidiano da oposição de classe média ao
regime militar. In: SCHWARCZ, L. M. (Org.).
Elabore com os alunos uma linha do tempo História da vida privada no Brasil: contrastes da
e assinale: o início do regime militar em 1964, a intimidade contemporânea. São Paulo: Compa-
assinatura da Constituição em 1967, a promul- nhia das Letras, 1998. O texto retrata o cotidiano
gação do AI-5 em 1968, a ascensão de Médici da classe média dividida entre a censura e o cres-
em 1969 e a ascensão de Geisel em 1974, que cimento econômico do período.
marcou o início da abertura política. Comente
os efeitos de cada um desses episódios para as Revista
manifestações de oposição. Por exemplo, após o
golpe, as músicas nos festivais, a assinatura da AGOSTINO, Gilberto. Aquela corrente pra fren-
Constituição, manifestações de rua, depois te. Revista Nossa História. Ano 2, n. 14, dez. 2004.
da morte do estudante Edson Luís, e a promul- O artigo relaciona futebol e ditadura falando sobre
gação do AI-5, que aqueceu a luta armada. as diversas maneiras que o Estado ditatorial utili-
Em seguida, você pode solicitar aos alunos que zou as vitórias da seleção para promover o regime.
41
Filme Site

Cabra-cega. Dir.: Toni Venturi. Brasil, 2005. Jovem Guarda. Disponível em: <http://www.
107 min. 14 anos. O filme retrata o cotidiano jovemguarda.com.br>. Acesso em: 19 nov.
de um casal escondido na casa de um colabo- 2013. Portal com informações sobre o mo-
rador da resistência à ditadura militar. Um vimento da Jovem Guarda, contemporâneo à
olhar intimista para a vida pessoal daqueles ditadura militar. Bastante completo e com indi-
que se envolveram na oposição ao regime. cações de diversos outros links.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
REDEMOCRATIZAÇÃO: “DIRETAS JÁ!”
A ditadura militar impôs uma série de ção do AI-5, Lei da Anistia, a liberdade de
restrições às manifestações culturais, civis e imprensa, as reações da “linha dura”;
políticas. O medo da repressão e da censura, f movimentos operários e as lutas sindicais
mesmo após a extinção do AI-5, era latente. nos anos 1970 e 1980;
Porém, diversos setores da sociedade manifes- f movimento das “Diretas Já!” e o quadro
taram, na década de 1980, os desejos de rede- eleitoral nos anos 1980;
mocratização, de liberdade de expressão e de f quadro econômico nos anos 1970 e 1980:
proclamar seu descontentamento com o regi- crise e inflação;
me militar, desgastado, entre outros motivos, f Assembleia Constituinte e a Constituição
pela escala inflacionária. de 1988.

O tema da abertura política pode ser tra- É valioso discutir com os alunos o papel
tado nos estudos sobre os governos Geisel que diversas instituições civis, como a Igreja,
(1974-1979), Figueiredo (1979-1985) e Sarney a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e
(1985-1990) até a elaboração da Constituição em a Associação Brasileira de Imprensa (ABI),
1988. Os seguintes tópicos podem ser abordados: exerceram nesse processo, bem como as mani-
festações do rock brasileiro dos anos 1980 pro-
f “abertura lenta, gradual e segura”: extin- movidas pelos “filhos da revolução”.

Conteúdos e temas: processo de redemocratização na década de 1980.


Competências e habilidades: reconhecer a importância do voto e da participação política para o exercício
da cidadania.
Sugestão de estratégia: análise de documentos e textos.
Sugestão de recursos: textos, excertos, imagens, sites.
Sugestão de avaliação: participação no debate e produção textual.

Sondagem e sensibilização foi popularmente atribuída ao russo Vladimir


Maiakóvski, cujo nome aparece no título. Para
Na década de 1970, o poeta Eduardo Al- iniciar a Situação de Aprendizagem, leia com
ves da Costa compôs um poema publicado em os alunos os versos mais famosos, que apare-
jornais estudantis que se tornou um símbolo ceram estampados em camisetas de manifes-
nas manifestações das “Diretas Já!”. Na déca- tantes durante a campanha. O poema também
da seguinte, curiosamente, a autoria do poema está inserido no Caderno do Aluno:
42
História – 3a série – Volume 2

dades subversivas quando integrava o Partido Social Democrata


No caminho, com Maiakóvski EPT 5SBCBMIBEPSFT  BOUFT EB 3FWPMVÎÍP 3VTTB $PN P QSPDFTTP
“Assim como a criança revolucionário, tornou-se um dos mais importantes porta-vozes
humildemente afaga dos ideais bolcheviques, por meio de propagandas e peças tea-
a imagem do herói, trais. O caminho descrito no poema, portanto, é o da atuação
assim me aproximo de ti, Maiakóvski. SFWPMVDJPOÈSJB  WJWFODJBEP QPS .BJBLØWTLJ F BMNFKBEP QFMP
Não importa o que me possa acontecer
autor, Eduardo Alves da Costa.
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos, 2. A partir das aulas ministradas, leituras e dis-
aprendi a ter coragem. cussões em sala de aula, o que é democracia?
Os alunos poderão encaminhar essa resposta de diferentes
Tu sabes, maneiras. Normalmente, eles tendem a escolher palavras
conheces melhor do que eu
como “liberdade”, “poder do povo” e “liberdade de expressão”.
a velha história.
Na primeira noite, eles se aproximam "MHVOTPVUSPTQPEFNNJTUVSBSDPODFJUPTFDPOTJEFSBSi3FQÞ-
e roubam uma flor CMJDBw iQPEFSQÞCMJDPwFiQSFTJEFODJBMJTNPwDPNPTJOÙOJNPT
do nosso jardim. Assim, na discussão com a turma, estimule os alunos a pensar
E não dizemos nada. o conceito de democracia considerando o contexto histórico
Na segunda noite, já não se escondem: FTQFDÓmDPRVFFTUÈTFOEPUSBUBEP/FTTBEJSFÎÍP EFNPDSBDJB
pisam as flores, está diretamente relacionada à liberdade de expressão e de
matam nosso cão,
QBSUJDJQBÎÍPQPMÓUJDB
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles Destaque que: “A palavra democracia é
entra sozinho em nossa casa, formada etimologicamente por dois termos
rouba-nos a luz, e, gregos, demos e kratia, ‘governo do povo’.
conhecendo nosso medo, No sentido mais primitivo, demos designava
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. os diversos distritos que constituíam as dez
[...]” tribos em que a cidade de Atenas fora divi-
dida por ocasião das reformas de Clístenes
COSTA, Eduardo Alves da. No caminho, com
Maiakóvski.São Paulo: Geração Editorial, 2003. (século VI a.C.), procedimento que pôs fim
à tirania. Com o tempo, demos significou
genericamente ‘povo’ ou ‘comunidade de
Depois da leitura do poema, peça aos alunos cidadãos’. O termo kratia deriva de kratos,
que realizem as atividades no Caderno do Alu- que significa ‘governo’, ‘poder’, ‘autorida-
no. Após alguns minutos, solicite que alguns de- de’. Hoje em dia entendemos democracia
les leiam as respostas da segunda atividade. como ‘governo do povo’, ‘governo de todos
os cidadãos’”a.
1. Por que o texto “No caminho, com Maia-
kóvski” tornou-se um símbolo desse movi- 1a etapa
mento?
O poema denuncia, por um lado, a violência dos agentes repres- A democracia surgiu na Grécia antiga no
sivos e, por outro, a perda progressiva dos direitos individuais em século V a.C.; e é interessante notar que, desde
um regime ditatorial – e como o silêncio também fortalece e “au- aquela época, já havia críticas ao comporta-
toriza” a repressão. Além disso, no poema, o autor evoca a cum- mento dos políticos. Apresente aos alunos um
QMJDJEBEFEPQPFUBSVTTP.BJBLØWTLJ 
QSFTPQPSBUJWJ- diálogo de uma obra de Aristófanes, escritor

a
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4. ed.
São Paulo: Moderna, 2009. p. 268-269.

43
grego de comédias do século V a.C. O tex- demagogos incentivaram a entrada da cidade na Guerra do Pe-
to também está reproduzido no Caderno do MPQPOFTP B$
RVFMFWPVËEFTUSVJÎÍPEFUPEBB)ÏMBEF
Aluno:
Nas décadas de 1970 e 1980, durante a cam-
“Salsicheiro panha das “Diretas Já!” em 1983, grande parte
Mas, diga-me uma coisa: como é que eu, um da população brasileira clamava por democracia
salsicheiro, vou me tornar um político, um líder? e não imaginava o quadro de corrupção que o
Primeiro escravo (general Demóstenes) país iria enfrentar. O sucesso de músicas como
Mas é precisamente nisso que está a sua “Que país é este?”, de Renato Russo, e “Brasil”,
grandeza: em você ser um canalha, um vaga- de Cazuza, Nilo Romero e George Israel – lança-
bundo, um ser inferior! das em 1987 e 1988, respectivamente –, já demons-
Salsicheiro tra tal descontentamento com os rumos que as
Pois eu não me julgo digno de tamanho poder! discussões políticas tomaram no processo de rea-
Primeiro escravo (general Demóstenes) bertura. É de conhecimento geral que durante a
Ai, ai, ai, ai, ai, ai! O que é que te faz dizer ditadura também havia corrupção, mas não exis-
que não te achas digno? Está parecendo para tiam possibilidades de denúncias e investigações.
mim que tens alguma coisa de bom a pesar-te A tortura não era legalizada e mesmo nos anos
na consciência. Serás tu filho de boa família? mais duros da repressão não havia um instrumen-
Salsicheiro to legal para amparar tal prática; as denúncias e
Nem de sombra! De patifes, mais nada! as notícias de desaparecimentos eram ignoradas e
os cadáveres que eventualmente eram devolvidos
Primeiro escravo (general Demóstenes)
Homem ditoso! Que sorte a sua! Tens to-
aos familiares chegavam acompanhados de notí-
das as qualidades para a vida pública! cias falsas sobre as causas de sua morte.
Salsicheiro Retomando o poema de Eduardo Alves da
Mas, meu caro amigo, instrução não tenho
Costa, a democracia no Brasil foi reinstaurada
nenhuma. Conheço as primeiras letras e, mes-
mo estas, mal e porcamente! em oposição ao regime ditatorial anterior. De-
sejava-se a retomada do direito de manifesta-
Primeiro escravo (general Demóstenes) ção, de expressão pela imprensa, de denunciar
Isso não é problema! Que as conheças mal
corruptos e torturas. Ou seja, desejava-se pos-
e porcamente! A política não é assunto para
gente culta e de bons princípios: é para igno-
suir direitos civis consolidados, sem que fosse
rantes e velhacos!” preciso se preocupar com aquele que “arranca-
-nos a voz da garganta. / E já não podemos di-
ARISTÓFANES. Os cavaleiros. Lisboa: Edições 70, 2004. zer nada”, utilizando as palavras do poeta.

Quais as principais críticas feitas ao com- 2a etapa


portamento dos políticos no texto?
3FTTBMUFPGBUPEFVNTBMTJDIFJSPQPEFSQBSUJDJQBSEBWJEBQÞCMJDB Depois de uma breve explanação e dis-
5SBUBTFEFVNBDMBSBBTTPDJBÎÍPDPNBEFNPDSBDJBBUFOJFOTF cussão com os alunos sobre o projeto
do século V a.C. Aliás, o texto de Aristófanes pode ser encarado democrático brasileiro, desejado na
DPNPVNBDSÓUJDBËEFNPDSBDJBDPNPVNUPEPFËQPMÓUJDBEF década de 1980, e a atual conjuntura política do
maneira mais ampla. O salsicheiro diz que não possui qualidades país, peça a eles que formem grupos e em uma
QBSBTFSVNQPMÓUJDP BMHPRVFVNFTDSBWPEJ[OÍPTFSQSPCMFNB roda de discussão, elaborem um plano de fiscaliza-
3FTTBMUF B FYDMVTÍP EPT FTDSBWPT EB QPMÓUJDB QPS TVB DPOEJÎÍP ção da atuação dos políticos brasileiros, buscando,
Sabe-se pouco sobre Aristófanes, e suas peças são as principais por meio da pesquisa, responder aos questiona-
fontes de conhecimento sobre sua vida. Atenas, nessa época, es- mentos transcritos a seguir, também inseridos na
UBWBWJWFOEPVNQFSÓPEPEFHVFSSBTFPTEJTDVSTPTEFQPMÓUJDPT seção Pesquisa em grupo, no Caderno do Aluno.
44
História – 3a série – Volume 2

f O que falta atualmente? objetivo a reflexão sobre a participação politi-


f Como seria mais eficaz o controle realiza- ca e a importância do voto para a garantia da
do pela população? cidadania no presente. Para isso, e importante
f Por onde devemos começar? que os alunos reflitam, a partir das atividades
f Como os políticos deveriam prestar contas propostas nesta Situação, sobre os mecanismos
do dinheiro público? que a população possui para exercer seus direi-
tos políticos e também sobre a importância da
Incentive os alunos a imaginar como gos- criação de mecanismos de acompanhamento
tariam que fossem os sistemas para verificar a das ações dos governantes democraticamen-
idoneidade dos membros do Legislativo. Peça te eleitos. Alem disso, espera-se que os alunos
também que cada grupo localize na mídia im- percebam que para o pleno exercício da cida-
pressa uma notícia recente que demonstre a dania, as garantias democráticas de direito pre-
necessidade da ampliação dos mecanismos de fis- cisam ser garantidas para todas as parcelas da
calização na política. O grupo deverá comentar o sociedade.
conteúdo da notícia e complementá-la, apresen-
tando uma das propostas elaboradas como for- Proposta de questões para avaliação
ma de aprimoramento democrático, por meio do
aperfeiçoamento dos mecanismos de fiscalização Professor, as atividades a seguir es-
das ações dos políticos eleitos. tão inseridas na seção Lição de
%FJYFDMBSP BOUFTEPJOÓDJPEBBUJWJEBEF RVFPTHSVQPTEFWFN casa, no Caderno do Aluno.
TFCBTFBSOPTQSJODÓQJPTEFNPDSÈUJDPTOÍPQPEFN QPSFYFN-
plo, sugerir sistemas de tortura ou qualquer outro tipo de vio- 1. (Fuvest – 1996) “Diretas Já!” foi um movi-
lência. O objetivo é demonstrar aos alunos que a fiscalização mento:
UBNCÏNÏVNFYFSDÓDJPEFDJEBEBOJB UBOUPRVBOUPBTQBTTFBUBT
QFMBTi%JSFUBT+Èw a) liderado pelas forças de esquerda e que
Os grupos devem sugerir, como foi explicitado, vias de fisca- propunha o direito de voto aos analfa-
lização que não agridam os direitos básicos da democracia, betos, militares e menores de 16 anos.
DPNPBJOUFHSJEBEFGÓTJDB PEJSFJUPEFEFGFTBFBOFDFTTJEBEF
de investigação. Comente os trabalhos dos alunos que ca- b) lançado pela grande imprensa e que de-
NJOIBSFNOBEJSFÎÍPPQPTUB3FTTBMUFBRVFMBTQSPQPTUBTRVF fendia a realização de eleições diretas e
criaram sistemas formados por assembleias e grupos de dis- imediatas para todos os cargos do Po-
cussões, mas aproveite para problematizar as proposições da- der Executivo.
RVFMFTRVFDPMPDBSBNBSFTQPOTBCJMJEBEFTPCSFVNBÞOJDBQFT-
TPBPV BJOEB FYDMVÓSBNBMHVNHSVQPTPDJBMEBQPMÓUJDB"MÏN c) lançado pelos partidos Arena e MDB e
disso, tente identificar e discutir as razões que estariam levando que previa o fim dos senadores biônicos e
PTBMVOPTBWBMPSJ[BSGPSNBTQPMÓUJDBTRVFDPOUSBSJBNQSJODÓQJPT a escolha direta de todos os membros
democráticos ou formas participativas e socialmente positivas do Congresso Nacional.
DPNPDBOBMEFBUVBÎÍPQPMÓUJDB
Propostas que consideraram a utilização de sistemas tecnoló- d) estimulado pelo então presidente Er-
gicos como a internet ou jornais para a disponibilização das nesto Geisel e que defendia o fim da
informações para a maioria das pessoas, incluindo a sociedade ditadura e a abertura política de forma
civil de maneira participativa, também devem ser valorizadas. lenta, gradual e segura.

Avaliação da Situação de e) com forte participação popular, em prol


Aprendizagem da aprovação de emenda que restabele-
cia eleições diretas para a Presidência
Esta Situação de Aprendizagem tem como da República.
45
O movimento contou com grande participação popular e de Oliveira, que defendia eleições diretas para Presidente da
FYJHJB P SFUPSOP EBT FMFJÎÜFT QSFTJEFODJBJT EJSFUBT B ÞMUJNB 3FQÞCMJDB
IBWJBPDPSSJEPFN
Proposta de Situação de
2. (Comvest/Vestibular Unicamp – 1996) O Recuperação
movimento “Diretas Já!”, em 1984, chegou
a reunir centenas de milhares de pessoas na Monte um painel com os alunos sobre os di-
Praça da Sé, em São Paulo, e em outras ci- reitos democráticos constituídos atualmente, tais
dades do Brasil. Ao final de cada comício, como liberdade de expressão, habeas corpus, direi-
cantava-se o Hino Nacional, que expressa- to a julgamento justo, liberdade de ir e vir e analise
va o descontentamento da sociedade civil em conjunto o significado de cada um, bem como
com o regime político, cada vez mais anti- os efeitos da restrição sobre esses direitos duran-
popular e deslegitimado. te o período da ditadura militar. Peça aos alunos
que também coloquem fotos da campanha das
a) O que foi o movimento “Diretas Já!”? “Diretas Já!” e peça para que escrevam sobre as
O movimento exigiu o retorno das eleições presidenciais di- imagens. Incentive-os a falar sobre a quantidade de
SFUBT  MVUPV QFMB SFEFNPDSBUJ[BÎÍP EP #SBTJM F DPOUPV DPN pessoas e o envolvimento político em manifestações
grande participação popular. em prol da retomada dos direitos democráticos.

b) De que maneira o Hino Nacional, Recursos para ampliar a perspectiva


cantado nas praças públicas, marcava do professor e do aluno para a
uma nova relação entre o Estado e a compreensão do tema
nação?
O hino cantado pela população simbolizava a retomada do Livro
Estado pela nação. A população utilizava o nacionalismo para
QSPNPWFSBEFNPDSBDJBFBQBSUJDJQBÎÍPQPMÓUJDB HENFIL. Diretas Já. Rio de Janeiro: Record,
1984. Excelente documento sobre o período,
A questão a seguir está presente na mostra um lado divertido da campanha de re-
seção Você aprendeu?, no Caderno democratização.
do Aluno.
Filme
Quais as principais liberdades cerceadas
durante a ditadura militar no Brasil que Três irmãos de sangue. Dir.: Ângela Patrícia
foram pleiteadas pelo movimento das Reiniger. Brasil, 2006. 102 min. Livre. O
“Diretas Já!”? documentário retrata a vida de três irmãos
0NPWJNFOUPSFJWJOEJDBWBPTEJSFJUPTEFQBSUJDJQBÎÍPQPMÓ- – Henfil, Betinho e Chico Mário – que parti-
tica, de manifestação e expressão, liberdades cerceadas du- ciparam ativamente do processo de redemo-
rante a ditadura. Era favorável à emenda do deputado Dante cratização do Brasil.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
A QUESTÃO AGRÁRIA NA NOVA REPÚBLICA

A questão agrária no Brasil, especial- remontam ao período colonial, tornando-


mente em anos recentes, tem ocupado bas- -se aguda, por diversas vezes, nos cinco sé-
tante destaque na imprensa. As discussões culos de história da propriedade fundiária
sobre a terra, o latifúndio e as elites agrárias de nosso país. A Situação de Aprendizagem
46
História – 3a série – Volume 2

aqui sugerida busca confrontar dois pontos vasto, envolve as manifestações civis pós-dita-
de vista sobre essa questão, que ressurgiu dura e deve contemplar os movimentos sociais
com toda a força durante o processo de em torno da questão agrária, dos direitos tra-
abertura política e econômica da Nova Re- balhistas, das relações de gênero e de etnias,
pública. além da própria Igreja, todos buscando maior
participação na sociedade e respeito aos direi-
O tema elencado para estas aulas é muito tos humanos.

Conteúdos e temas: a emergência dos movimentos de defesa dos direitos civis no Brasil contemporâneo;
diferentes contribuições: gênero, etnia e religiões.
Competências e habilidades: confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza histórico-
-geográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista,
identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.
Sugestão de estratégias: pesquisa e análise de textos e documentos.
Sugestão de recursos: textos, excertos, mapas e sites.
Sugestão de avaliação: produção escrita.

Sondagem e sensibilização
Comece a aula perguntando aos alunos que Professor, no Caderno do Aluno há uma
visão eles têm dos movimentos sociais de luta atividade que solicita a pesquisa de aconteci-
pela terra, como Movimento dos Trabalhadores mentos ligados ao Movimento dos Trabalha-
Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da dores Sem Terra (MST) relacionando palavras
Terra (CPT), Via Campesina e o Movimento dos ligadas ao contexto da luta pela terra no Bra-
Atingidos por Barragens (MAB). Organize na sil. Os termos relacionados na atividade são
lousa uma pequena tabela com as seguintes pa- precedidos por uma breve contextualização.
lavras colocadas lado a lado: violência, coragem, Caso julgue necessário, complemente as in-
reforma agrária, organização, justiça, igualdade formações oferecidas aos alunos acerca dessa
social, liderança, radicalismo e manipulação. temática.

Durante o processo de abertura política, no final da ditadura militar, ocorreram diversas manifes-
tações populares inspiradas pelo retorno da liberdade de expressão e do direito de manifestação civil.
Músicas como “Brasil”, cantada por Cazuza, e “Que país é este?”, por Legião Urbana, expressavam
aberto descontentamento com os rumos que a democracia havia tomado. A “Nova República”, na ver-
dade, reafirmava diversas estruturas de outros períodos republicanos brasileiros e não era tão “nova”
como pretendia.
Nesse sentido, estudar as manifestações da década de 1980 ligadas à questão agrária demonstra
como as manifestações da sociedade civil retomaram a discussão do latifúndio no Brasil, uma questão
social de raízes seculares.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais vimento? A partir dos termos indicados, pes-
Sem Terra (MST) nasceu nesse contexto. quise acontecimentos ligados ao movimento.
Diante daquilo que você sabe ou que conhe- /FTUFFYFSDÓDJP PSJFOUFPTBMVOPTOPQSFFODIJNFOUPEPRVB-
ce pela imprensa, quais dos termos a seguir dro, pedindo que escolham palavras que possam ser associa-
você acredita que estão relacionados ao mo- EBTBP.PWJNFOUPEPT5SBCBMIBEPSFT3VSBJT4FN5FSSB .45


47
e que, depois, justifiquem no quadro, na segunda coluna, as Inicie uma discussão com os alunos sobre
suas escolhas. Discuta com os alunos os principais meios de o que eles pensam a respeito da luta de grupos
obtenção de informação, as visões da imprensa sobre o mo- como o MST, utilizando os termos e os resulta-
vimento, assim como a oposição feita pela elite proprietária dos da votação realizada anteriormente. Depois
EF UFSSBT F QFMB PQJOJÍP QÞCMJDB DPOTFSWBEPSB 7PDÐ QPEF de ouvi-los, trace um breve histórico do MST, que
CVTDBS NBUÏSJBT KPSOBMÓTUJDBT QBSB JODSFNFOUBS B BUJWJEBEF F está intimamente ligado ao processo de redemo-
levar jornais e revistas para discutir com os alunos o teor das cratização do Brasil. O texto a seguir está presente
reportagens. no Caderno do Aluno e trata sobre esse assunto.

Você sabia?
A primeira reunião do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi realizada em Cascavel,
Paraná, em 1984, e o primeiro Congresso Nacional, em 1985, em Curitiba. Há uma forte ligação do
MST com outro movimento de luta agrária no Brasil, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), criada pela
Igreja Católica durante a ditadura militar, período no qual a Pastoral enfrentou forte perseguição polí-
tica, assim como outros movimentos de luta social.
Durante a redemocratização, o restabelecimento do direito de expressão política, combinado à crise
social e econômica da década de 1980, impulsionou o surgimento de diversos grupos de reivindicação
popular. Relacionam-se a tal contexto a formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em
1983, e do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, em 1984, entre outros.
A redemocratização também provocou alterações em grupos representantes do empresariado e dos
proprietários de terras brasileiros. Na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) – uma
das principais entidades empresariais do Brasil –, a eleição de Luís Eulálio Bueno Vidigal Filho para
presidente assinalava uma maior autonomia da instituição em relação ao Estado. A União Democrá-
tica Ruralista (UDR), por sua vez, criada em 1985, formou-se para defender os interesses da bancada
ruralista durante a abertura do regime militar e a elaboração da Constituição de 1988. Tratava-se de um
grupo contrário ao MST, pois defendia os interesses de grandes proprietários de terras.
Elaborado por Diego López Silva especialmente para o
São Paulo faz escola.

1a etapa Os dois grupos estão fortemente ligados aos setores sociais


RVFSFQSFTFOUBNOPDBTPEP.45 PTFTUSBUPTNBJTQPCSFTF
Ao final da aula, de acordo com EFTGBWPSFDJEPTEBTPDJFEBEF F OPDBTPEB6%3 PHSVQPEPT
seus critérios, você pode solicitar proprietários de terras.
aos alunos que realizem como lição
de casa uma pesquisa sobre a questão agrária 2. Enumere os motivos de suas manifestações.
no contexto estudado, intitulada “MST e 2VBOUPËTGPSNBTNBJTDPNVOTEFBUVBÎÍP OPDBTPEP.45 
UDR”. Caso você considere pertinente, é pos- as ocupações e manifestações buscam a reforma agrária, ou
sível dividir os alunos por tema, atribuindo a seja, uma divisão mais equitativa da terra, além da formação
alguns a pesquisa a respeito do MST e a ou- EF NJOJGÞOEJPT TVTUFOUÈWFJT  OB DPOUSBNÍP EP IJTUØSJDP EF
tros a pesquisa sobre a UDR. Para orientar o DPODFOUSBÎÍP GVOEJÈSJB CSBTJMFJSP " 6%3  QPS TFV UVSOP 
trabalho, sugira as seguintes questões, inseri- defende a manutenção da propriedade privada e o cresci-
das no Caderno do Aluno, na seção Lição de NFOUPEBQSPEVUJWJEBEFBHSÓDPMB FTQFDJBMNFOUFBQBSUJSEB
casa. introdução acentuada de tecnologia na produção.

1. Quais grupos sociais essas entidades repre- 3. Quais ideais políticos sustentam o MST e a
sentam? UDR?
48
História – 3a série – Volume 2

0.45ÏJOTQJSBEPFNJEFBJTQPMÓUJDPTEFFTRVFSEB DPNPP pares, o que possibilita uma interessante situação


TPDJBMJTNP FB6%3ÏTVTUFOUBEBQPSJEFBJTQPMÓUJDPTEFEJSFJ- de negociação quanto aos conteúdos e à forma
ta, como o liberalismo. como irão compor o texto. A seguir, sugerimos
um roteiro para a produção desse texto histórico.
4. Aponte as relações dessas entidades com o
contexto de redemocratização na época em Roteiro
que surgiram.
O ponto mais importante, para o sucesso da Situação de Apren- f Elaborar um recorte problematizador que
EJ[BHFN ÏSFMBDJPOBSBTNBOJGFTUBÎÜFTQFMBUFSSBOP#SBTJM UBOUP seja, ao mesmo tempo, o eixo condutor do
de direita quanto de esquerda, ao contexto de redemocratização texto e seu título.
CSBTJMFJSBOBEÏDBEBEF GSVUPEFNBJPSMJCFSEBEFEFFYQSFT- f Analisar, com base nos dados pesquisados,
TÍPFMVUBQPSEJSFJUPTTPDJBJT$PNBWJUØSJBEB6%3OPQSPKFUP paradoxos que envolvam o tema. Identificar,
EFNPDSÈUJDPEF BSFGPSNBBHSÈSJBBJOEBOÍPGPJSFBMJ[BEB antes de escrever, que paradoxos são esses.
OBQSPQPSÎÍPFNFEJEBEFTFKÈWFJTQFMP.45 PRVFUSBOTGPSNB f Utilizar argumentos de autoridade para
PQSPCMFNBEBUFSSBOP#SBTJMFNVNBRVFTUÍPBJOEBFNBCFSUP justificar as análises, citando fontes.
f Privilegiar análises críticas em relação ao tema
5. Quais as relações entre a introdução cres- em vez de focar exclusivamente descrições.
cente de novas tecnologias no campo e o f Elaborar encaminhamentos socialmente viá-
nível de emprego? veis para os problemas que envolvem o tema.
Aqui o aluno deve perceber que, nos mais variados setores
de produção, a intensificação do uso de máquinas e equipa- Você pode utilizar esse roteiro ou desenvol-
mentos implica redução de postos de trabalho, ao mesmo ver outro que atenda melhor às demandas da
tempo que aumenta a produtividade. sua turma. No entanto, vale enfatizar aqui a
necessidade de estabelecer diretrizes para as
Na aula agendada para apresentação das produções textuais, delimitando o cenário te-
pesquisas, peça aos alunos que exponham os mático e estabelecendo parâmetros de escrita
conteúdos pesquisados, reservando um pe- que orientem os alunos. No caso do roteiro
ríodo para discutir sobre o tema, enumeran- apresentado, vale retomar alguns aspectos
do, em conjunto, os principais argumentos que, certamente, eles já trabalharam em ou-
de cada uma das posições relativas à questão tras situações de estudo, mas que agora apa-
agrária no Brasil. No Caderno do Aluno, há recem agrupados, o que por si só já os torna
espaços reservados para que essas anotações particularmente desafiadores.
ocorram de forma organizada.
Discuta o caráter problematizador como
2a etapa eixo condutor do texto: Que aspectos do tema
são relevantes e cuja interface possibilita a
Caso seja de seu interesse e como forma de abordagem de aspectos centrais? Estimule os
aprofundamento, você poderá solicitar aos gru- alunos a formularem questões que traduzam
pos que produzam um texto histórico com o esses aspectos e que sejam ao mesmo tempo
objetivo de socializar os resultados da pesquisa, objetivas e instigadoras para o leitor.
abordando um dos temas ou ambos, conforme
a sua escolha. Como estamos na última série do Sugira-lhes que repassem os conteúdos pesqui-
Ensino Médio, as exigências relativas à escrita sados e identifiquem paradoxos, ou seja, elementos
devem contemplar diretrizes que representem de- contraditórios relacionados ao tema e que coe-
safios mais complexos aos alunos. Nesse sentido, xistam, compondo a problemática. Aqui o que se
a produção do texto em grupo, ou mesmo em busca é a identificação de um ou mais paradoxos
dupla, cria a necessidade da interlocução entre os para ser o mote de análise do texto. Por exemplo:
49
estrutura fundiária brasileira × pobreza, produção para verificar o entendimento dos alunos acerca
rural tecnologizada × desemprego, abundância da temática. Para isso, faz-se necessário verificar
fundiária × concentração de renda etc. se os alunos atingiram as respostas padrões espe-
radas e se realizaram um esforço de pesquisa e sín-
Outro recurso interessante para trabalhar tese dos resultados levantados.
com os alunos é a utilização de argumentos de
autoridade. Explique a eles que esse tipo de argu- Quanto à produção textual, deverá ser
mento é proveniente da fala de estudiosos sobre avaliada considerando as diretrizes explicita-
o tema, associações representativas, instituições das aos alunos e o que eles desenvolveram em
de ensino e pesquisa que produzem dados com relação ao que foi solicitado. Lembre-se da
base em critérios científicos, pessoas que sejam importância de considerar o ponto de partida
protagonistas da realidade em foco e outras que dos alunos e sua realidade; portanto, você só
estejam envolvidas com ela. Os argumentos de poderá estabelecer os parâmetros de avaliação
autoridade são importantes para reforçar, exem- considerando as variáveis envolvidas.
plificar e dar crédito para as análises.
Proposta de questões para avaliação
Para finalizar esta Situação de
Aprendizagem, é possível propor As atividades a seguir estão inseri-
aos alunos a realização da seguinte das na seção Você aprendeu?, no
atividade de Pesquisa individual. Ela solicita Caderno do Aluno.
uma reflexão sobre músicas como “Que país é
este?” e “Brasil”. Após a realização da atividade 1. (Comvest/Vestibular Unicamp – 2001) Em
de pesquisa, pode-se discutir os resultados em sua obra Os sans-culottes de Paris, o his-
sala de aula, de modo a traçar um panorama da toriador Albert Soboul escreveu: “Os cida-
produção musical durante a década de 1980. dãos de aparência pobre e que em outros
tempos não se atreveriam a apresentar-se
Pesquise na internet as letras das músicas em lugares reservados a pessoas elegan-
“Que país é este?” (composição de Renato tes passeavam agora nos mesmos locais
Russo) e “Brasil” (composição de Cazuza, que os ricos, de cabeça erguida”. (Citado
Nilo Romero e George Israel). Analise os por HOBSBAWN, Eric. A Era das revolu-
seus significados no momento de lançamen- ções. 29. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012.
to (1988 e 1987, respectivamente), o estilo p. 231.) [Nota: sans-culottes significa “sem
musical e a repercussão que tiveram na so- culotes”, “sem calças”.]
ciedade brasileira. Registre suas conclusões.
0SPDLCSBTJMFJSPEPQØTEJUBEVSBGPJNPUJWBEPQFMPEFTDPOUFOUB- a) Caracterize o movimento dos sans-
mento da juventude da época com os rumo da democratização -culottes na Revolução Francesa.
OP#SBTJM BDSJTFFDPOÙNJDBFBTEFOÞODJBTEFDPSSVQÎÍP/FTTF O movimento dos sans-cullotesOB3FWPMVÎÍP'SBODFTBDB-
contexto, esses jovens – “os filhos da revolução”, a “geração Co- racterizou-se por sua atuação ao lado dos jacobinos e a sua
DB$PMBwoRVFTUJPOBWBNTFi2VFQBÓTÏFTUF w formação por grupos populares que exigiam maior igualda-
de social e melhores condições de vida.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem b) Compare o movimento dos sans-culottes
com o Movimento dos Trabalhadores
Professor, as pesquisas realizadas podem ser Rurais Sem Terra no Brasil.
objeto de avaliação de aprendizagem. Você pode Os dois movimentos são formados, em seus respectivos contex-
utilizar a pesquisa sugerida na seção Lição de casa UPTIJTUØSJDPT QPSQFTTPBTFYDMVÓEBTTPDJBMFFDPOPNJDBNFOUF

50
História – 3a série – Volume 2

Contam com forte participação popular e utilizam, mais do que o deraram-se de 132 milhões de hectares, ou
EJTDVSTPQPMÓUJDP QSÈUJDBTEJSFUBTEFBÎÍPOBMVUBQPSTFVTEJSFJUPT seja, 15,5% do país. Entre estes 32 mil imóveis
havia 6,7 mil que concentravam 69,8 milhões
2. Com relação à propriedade da terra no de hectares, ou 8% do território brasileiro. E
Brasil, pode-se afirmar que: mais, entre estes 6,7 mil havia 22 imóveis que
controlavam 8,3 milhões de hectares.
a) a Lei de Terras de 1850 facilitou sua dis- Considerando o texto lido, assinale a alter-
tribuição, tornando a propriedade aces- nativa que define corretamente a realidade
sível aos mais pobres e aos imigrantes fundiária do Brasil.
que chegaram posteriormente.
a) A terra está igualitariamente distribuí-
b) a legislação brasileira não estabeleceu dis- da no Brasil.
tinções entre proprietários e posseiros, sen-
do responsável pelos atritos atuais entre os b) Os grandes imóveis são muitos, por isso
sem-terra e os pequenos agricultores. ocupam muita terra.

c) o atual MST (Movimento dos Trabalhado- c) Muitos têm pouca terra e poucos têm
res Rurais Sem Terra) foi o primeiro movi- muita terra.
mento organizado dos camponeses brasi-
leiros que lutavam por direito à terra. d) Os pequenos imóveis são poucos, por
isso ocupam pouca terra.
d) o atual MST, principalmente, pela de-
sapropriação dos latifúndios improdu- e) No Brasil, não há mais terras devolutas
tivos e pela distribuição das terras devo- para serem ocupadas.
lutas do Estado. Os dados apontados no texto caracterizam, claramente, a
DPODFOUSBÎÍPEFUFSSBTOP#SBTJM QPSNFJPEFMBUJGÞOEJPTOBT
e) a reforma agrária pode ser entendida NÍPTEFQPVDBTQFTTPBTFPVFNQSFTBT
como uma reivindicação dos últimos
15 anos no Brasil, quando a questão da Proposta de Situação de
terra passou a preocupar o governo. Recuperação
0.PWJNFOUPEPT5SBCBMIBEPSFT3VSBJT4FN5FSSB .45
MVUB
pela reforma agrária feita por meio da divisão de grandes la- O estudo dos temas relacionados é amplo
UJGÞOEJPTFSFDFCFGPSUFPQPTJÎÍPEBFMJUFBHSÈSJBQPSBUBDBSB e remete ao contexto da redemocratização
propriedade privada já assegurada sobre tais terras. pós-regime militar, que foi trabalhado na Si-
tuação de Aprendizagem anterior. Peça aos
3. (Vestibular UFSCar – 2007) O Brasil pos- alunos que identifiquem, pela leitura de jor-
sui 850 milhões de hectares de terras. Deste nais ou revistas, movimentos de luta por di-
total, havia cadastrado no Incra, em 2003, reitos civis. Se necessário, explore melhor a
436 milhões de hectares de terras assim distri- definição de direitos civis em conjunto com
buídas: 84 milhões (19%) estavam em poder eles. Se preferir, use a internet, onde há vá-
dos imóveis com menos de 100 hectares; 152 rios sites que tratam exaustivamente do tema.
milhões (35%) estavam com os imóveis entre Você pode ser mais específico e estimular os
100 e 1 000 hectares; e os demais 200 milhões alunos a identificar um problema que incomo-
(46%) com os imóveis com mais de 1 000 hec- da a comunidade na qual vivem e que envol-
tares. Entre estes maiores de mil hectares, 32 va direitos civis, pensando em soluções para
mil imóveis com mais de 2 000 hectares apo- resolvê-lo. Peça que busquem entidades que

51
se preocupam com a mesma questão, como livro resgata o histórico da luta campesina no
ONGs, grupos de discussão e órgãos gover- Brasil e discute questões importantes da con-
namentais. Construa um blog com os alunos centração fundiária no país.
sobre as informações levantadas e as conclu-
sões a que chegaram. SCOLESE, Eduardo. A reforma agrária. São
Paulo: Publifolha, 2005. (Folha Explica). His-
Recursos para ampliar a perspectiva tórico da luta pela terra no Brasil em lingua-
do professor e do aluno para a gem bastante acessível.
compreensão do tema
Filme
Livros
O sonho de Rose – 10 anos depois. Dir.: Tetê
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo Moraes. Brasil, 2001. 91 min. 10 anos. Docu-
de produção capitalista, agricultura e reforma mentário sobre a disputa de terras no Sul do
agrária. São Paulo: Labur Edições, 2007. O Brasil na década de 1980.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
O NEOLIBERALISMO NO BRASIL

A abertura política brasileira, verificada ção descontrolada que desvalorizava fortemente


no final da década de 1980, antecedeu o pro- a moeda nacional? Esta Situação de Aprendi-
cesso de abertura econômica. O fim da ordem zagem evidencia a instauração do Plano Real
bipolar, o ocaso do Estado soviético e a reins- e da abertura do mercado brasileiro às práti-
tauração democrática no Brasil contribuíram cas neoliberais da Nova Ordem Mundial.
para o surgimento de planos econômicos que
enquadraram o Brasil no mercado multipolar O momento mais indicado para realizar
e mundial formado na década de 1990. Mas esta atividade é após o término dos estudos re-
como inserir o País em uma economia dolariza- lacionados ao fim da Guerra Fria e à ascensão
da, de intenso comércio exterior, com uma infla- da Nova Ordem Mundial.

Conteúdos e temas: o fim da Guerra Fria e a Nova Ordem Mundial.


Competências e habilidades: confrontar interpretações diversas de situações histórico-geográficas, téc-
nico-científicas, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada inter-
pretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.
Sugestão de estratégias: análise documental e discussão em grupo.
Sugestão de recursos: documentos históricos e textos.
Sugestão de avaliação: participação na elaboração do mural e escrita.

Sondagem e sensibilização mochilas, tesouras etc. Depois, solicite a eles que


pesquisem a origem dos produtos, sendo que,
Convide os alunos a colocarem em um canto provavelmente, a maioria foi feita na China.
da carteira todos os pertences importados que Posteriormente, proponha que respondam a ati-
tenham em mãos. Lápis, canetas, réguas, estojos, vidade a seguir, presente no Caderno do Aluno:
52
História – 3a série – Volume 2

1. Enumere no espaço a seguir os produtos 2. Cite e explique as principais barreiras à im-


importados que você possui em mãos. De- portação que existiam no Brasil antes da
pois, procure por etiquetas e selos que con- década de 1990.
tenham o país de origem e anote ao lado "JOEVTUSJBMJ[BÎÍPOP#SBTJM EFBUÏBEÏDBEBEF 
dos nomes dos produtos. estabeleceu uma complexa posição da moeda brasileira
Os alunos identificarão facilmente que a maioria dos produ- em relação ao dólar (padrão econômico mundial após
tos importados que eles possuem é proveniente da China. B 4FHVOEB (VFSSB .VOEJBM
 QPJT QSFDJTBWB EF VN DÉN-
As aulas de Geografia, os jornais e as revistas já levaram ao bio favorável para importar máquinas. Em contrapartida,
conhecimento de grande parte dos alunos uma ideia sobre necessitava de um câmbio desfavorável para proteger o
o crescimento econômico chinês, no qual eles representam mercado interno. O Estado brasileiro, dentro dessa lógi-
VN QBQFM FTTFODJBM DPNP DPOTVNJEPSFT 3FMBUF BPT BMVOPT ca, atuou ativamente no controle da balança comercial e
RVFOFNTFNQSFGPJGÈDJMDPNQSBSBMHPJNQPSUBEPOP#SBTJM  da taxa cambial, de modo a favorecer a industrialização
TFKBEB$IJOB PVEFRVBMRVFSPVUSPQBÓT3FTTBMUFRVFNVJUPT nacional, pautada pelo protecionismo. Dessa maneira, a
EFTTFTQSPEVUPTTÍPQSPKFUBEPTFNQBÓTFTEFDFOUSP DPNP QPMÓUJDBFDPOÙNJDBJOWJBCJMJ[BWBBDPNQSBEPTQSPEVUPTGJ-
&TUBEPT 6OJEPT  *OHMBUFSSB F "MFNBOIB  NBT TVB QSPEVÎÍP nais estrangeiros, por meio de altas cargas de impostos ou
PDPSSFFNQBÓTFTQFSJGÏSJDPT DPNP$IJOBF¶OEJB-FWBOUFB taxas cambiais que tornavam os seus preços abusivos para
questão da mão de obra barata e da abundância de recursos o consumidor assalariado brasileiro.
OBUVSBJTEPTQBÓTFTQFSJGÏSJDPT
3. Quais as características do cenário geopolí-
Nas décadas de 1970 e 1980, a economia tico da década de 1990 que incentivaram a
era marcada por forte protecionismo, que adesão do Brasil à economia neoliberal de
fechava as alfândegas nacionais por meio da mercado?
cobrança de altos impostos para os produtos $PNPmNEB6OJÍP4PWJÏUJDB FN FBDPOTPMJEBÎÍPEP
importados. Com certeza, naquelas décadas, neoliberalismo no mundo, as economias sofreram um forte
um aluno não teria em mãos tantos artigos processo de expansão e crescimento. Economias de diversos
importados. A respeito desse aspecto, o texto QBÓTFTVOJmDBSBNTF GPSNBOEPCMPDPTQPEFSPTPTFDPNQF-
a seguir está inserido no Caderno do Aluno, UJUJWPT QBSBGB[FSGSFOUFËQPUÐODJBWJUPSJPTBEB(VFSSB'SJB
seguido pelas questões: PT&6" QBÓTRVFCVTDPVGBWPSFDFSBDJSDVMBÎÍPEFDBQJUBJTF
NFSDBEPSJBT VNEPTQJMBSFTEFTVBQPMÓUJDB
Quanta coisa, não? Será que sempre houve
essa grande quantidade de produtos importados 4. Quais as dificuldades econômicas enfrenta-
no cotidiano do brasileiro? Será que a sociedade das pelo Brasil no início da década de 1990?
brasileira sempre teve acesso a tais produtos? &N SFMBÎÍP BP #SBTJM  IBWJB VNB EVQMB WJB EF JOUFSFTTFT
Há poucas décadas, esse cenário seria impos- "TFMJUFTCSBTJMFJSBTFBDMBTTFNÏEJB FTUBÞMUJNBFNHSBWF
sível, por causa de diversas políticas econômicas crise financeira provocada por uma década de inflação
adotadas pelo governo brasileiro, do câmbio e da WJPMFOUÓTTJNB  RVF FTGBDFMPV P QPEFS EF DPNQSB JOUFSOP 
própria dinâmica da economia internacional. Os exigiam a implementação de um processo de moderni-
produtos importados eram raros, caros e consi- zação econômica. Por outro lado, a massa de consumido-
derados “chiques” e “muito bons” pela maioria SFTEFVNQBÓTEFQSPQPSÎÜFTDPOUJOFOUBJTDPNPPOPTTP
dos consumidores. Frases como “tenho carro era disputada pelos mercados globalizados. No entanto, o
importado” soavam como símbolos de status, e protecionismo e a inflação eram grandes obstáculos à en-
isso valia para objetos mais simples como bolsas,
USBEBEP#SBTJMOFTTBOPWBFDPOPNJB
bicicletas, roupas etc. Atualmente, carros produ-
zidos na Argentina chegam ao Brasil com preços
altamente competitivos, similares ou melhores 5. Como as medidas adotadas pelo governo
que os nacionais, assim como uma grande quan- Collor (1990-1992) procuravam combater o
tidade de produtos feitos na China. estagnado quadro econômico brasileiro no
período?
53
/P HPWFSOP $PMMPS 
 PT QSJNFJSPT PCTUÈDVMPT 1a etapa
foram derrubados. O Plano Collor abriu o mercado para
PTQSPEVUPTFTUSBOHFJSPT BTUBYBTEFJNQPSUBÎÍPDBÓSBNF Professor, para ampliar a percep-
BJOEÞTUSJBOBDJPOBMUFWFEFTFBKVTUBSBPTOPWPTUFNQPT0T ção a respeito da temática desta
efeitos do neoliberalismo ficaram evidentes nas privatiza- Situação de Aprendizagem, você
ções, no afastamento do Estado da economia e também no pode solicitar aos alunos a confecção da Pes-
BVNFOUP EB PGFSUB EF QSPEVUPT  QSJODJQBMNFOUF EB JOEÞT- quisa em grupo, inserida no Caderno do Alu-
USJBBVUPNPCJMÓTUJDB0VUSBTNFEJEBTBEPUBEBTQFMPHPWFSOP no, abordando as questões:
Collor, como o congelamento de preços e o confisco das
QPVQBOÎBT GPSBNBSUJGÓDJPTQBSBUFOUBSGPSUBMFDFSBFDPOP- a) Será que o neoliberalismo trouxe a so-
mia sob os pilares do crescimento monetário e da inflação lução para problemas como pobreza e
DPOUSPMBEB QPSÏNTFNTVDFTTPFDPNBMUPDVTUPQPMÓUJDP0 desigualdade social?
'VOEP.POFUÈSJP*OUFSOBDJPOBM '.*
KÈTJOBMJ[BWBPBQPJP
Ë BCFSUVSB FDPOÙNJDB SFOFHPDJBOEP B NPSBUØSJB EF  b) Qual foi o custo da inclusão de nosso
junto à equipe econômica, mas faltava algo mais consisten- país em uma economia globalizada?
te. A Argentina havia se inserido no neoliberalismo de mer-
cado anos antes, seguindo uma fórmula que seria aplicada c) Qual seria o custo do afastamento em re-
BP#SBTJM lação a esse sistema político-econômico?

6. Como o Plano Real (1994) procurou in- São questões atuais e as respostas são in-
serir o Brasil na economia de mercado e findáveis, vale a pena iniciar uma breve discus-
combater a inflação? Qual foi o papel das são com os alunos, divididos em grupos, sobre
taxas de juros em tal processo? esses temas.
0BUVBMQMBOPFDPOÙNJDPCSBTJMFJSP RVFWJHPSBIÈNBJTEF
BOPT OBTDFVEFVNBGØSNVMBTJNQMFTBUSBJSDBQJUBMFYUFSOP Nesta atividade, é interessante auxiliar os
QBSB WBMPSJ[BS B NPFEB OBDJPOBM .BT DPNP UPSOBS P #SBTJM alunos na tarefa de perceber que a estabili-
uma opção atraente de investimento com uma economia dade da economia brasileira está inserida em
frágil e um passado de endividamentos, moratórias e diver- um contexto global, no qual a participação do
TPT QMBOPT FDPOÙNJDPT GSBDBTTBEPT  1BSB BUSBJS PT EØMBSFT país em um ambiente multipolar está ligada à
EB FDPOPNJB NVOEJBM RVF nVUVBWBN QPS EJWFSTPT QBÓTFT F estabilidade da moeda, da inflação e da pro-
buscavam oásis especulativos, o governo anunciou uma taxa dução, mas há um custo social e político para
EF KVSPT NVJUP BUSBFOUF QBSB PT JOWFTUJEPSFT  BP BOP  isso.
que se tornou, assim, a maior taxa do mundo. O aumento
da taxa básica de juros, aquela praticada pelo governo, in- A apropriação das riquezas não se tornou
centivou a entrada de capitais e valorizou a moeda nacional mais igualitária, pelo contrário, a concentra-
diante do dólar, segurando a inflação. Além disso, incentivou ção de riquezas se agravou, e o Brasil ficou
o aumento das taxas praticadas por todas as outras opera- suscetível às crises externas de produção e
ções, inviabilizando o consumo de bens mais caros, como demanda. Problemas estruturais, como a po-
imóveis, por exemplo. Quando o consumo fica controlado, breza, não foram erradicados, e pessoas ainda
normalmente, a inflação segue o mesmo rumo. Concluindo, passam fome, apesar da riqueza esbanjada em
VNEPTQSJODJQBJTTFHSFEPTEBFDPOPNJBOFPMJCFSBMOP#SBTJM alguns centros.
é a taxa de juros, que atrai investimentos e segura a inflação.
Esse é um dos fatores que explica por que nossa economia Caso considere interessante ampliar as dis-
está fortemente ligada à economia mundial, e por que as cussões com seus alunos, você, professor, pode
oscilações das bolsas estrangeiras e do câmbio alteram os ler o artigo sugerido a seguir, que retrata a im-
indicadores nacionais. plementação do neoliberalismo no Brasil nas

54
História – 3a série – Volume 2

décadas de 1990 e 2000: FILGUEIRAS, Luiz. você, professor, atuasse como mediador, pro-
O neoliberalismo no Brasil: estrutura, dinâmica blematizando, complementando e estimulan-
e ajuste do modelo econômico. In: BASUAL- do a discussão. Em um segundo momento,
DO, Eduardo M.; ARCEO, Enrique. Neolibera- você pode sugerir a elaboração de um mural
lismo y sectores dominantes. Tendencias globales com as notícias e seus respectivos comentários
y experiencias nacionales. CLACSO, Consejo e propor aos alunos que ele seja constante-
Latinoamericano de Ciencias Sociales, Buenos mente alimentado com novas informações.
Aires. Agosto 2006. Disponível em: <http://
www.flexibilizacao.ufba.br/C05Filgueiras.pdf>. Avaliação da Situação de
Acesso em: 5 fev. 2014. Aprendizagem
2a etapa Os alunos devem desenvolver a competên-
cia de “construir e aplicar conceitos de várias
Após a discussão, que envolve uma áreas do conhecimento para a compreensão
releitura dos processos de abertura de fenômenos naturais, de processos histórico-
política e econômica pós-ditadura no -geográficos, da produção tecnológica e das
Brasil, sugira aos alunos que realizem a atividade manifestações artísticas”. Para tanto, avalia-
proposta no Caderno do Aluno, na seção Lição remos a sua habilidade de “confrontar inter-
de casa. pretações diversas de situações ou fatos de
natureza histórico-geográfica, técnico-científi-
Procure em jornais, revistas e sites notí- ca, artístico-cultural ou do cotidiano, compa-
cias sobre a economia brasileira na atua- rando diferentes pontos de vista, identificando
lidade. Escreva, em folha avulsa, a sua os pressupostos de cada interpretação e anali-
análise sobre as notícias, enumerando a sando a validade dos argumentos utilizados”.
importância de tal medida ou notícia para
o futuro econômico do Brasil. Utilize as Os comentários dos alunos devem demons-
anotações feitas em sala, durante a dis- trar que eles compreenderam o funcionamento
cussão sobre o tema, para complementar básico da economia nacional, principalmente
seus comentários. a sua interligação com a economia mundial – a
/FTUFFYFSDÓDJP FTUJNVMFBQSPDVSBQPSBSUJHPTRVFJMVTUSFN Nova Ordem Mundial. Enfatize as pesquisas
a situação retratada na atividade anterior. Fale com os alunos que apresentem críticas pertinentes aos rumos
sobre a importância de argumentar a respeito das relações econômicos que estamos seguindo, os custos so-
FOUSFPTNBUFSJBJTQFTRVJTBEPTFPDPOUFÞEPFTUVEBEP DPMB- ciais e políticos das privatizações e da inserção
CPSBOEP BTTJN QBSBPBOEBNFOUPEBTBVMBTTFHVJOUFT5BN- do país na economia de mercado.
bém vale sempre lembrá-los de citar as fontes de pesquisa,
DPOUFYUVBMJ[BOEPPWFÓDVMPKPSOBMÓTUJDPFNRVFBOPUÓDJBGPJ Caso você opte pela montagem do mural,
veiculada, considerando o seu posicionamento ideológico, a participação dos alunos na proposta deverá
QFSDFQUÓWFMOBBCPSEBHFNEPBTTVOUPFNRVFTUÍP ser objeto de avaliação, como também a apro-
ximação da produção em relação aos objeti-
Elaboração de um mural de notícias vos descritos acima.

Como forma de socialização das notícias e Proposta de questões para avaliação


dos comentários elaborados pelos alunos, você
pode sugerir, primeiramente, que eles apresen- As atividades a seguir estão inseri-
tem para os colegas os materiais encontrados das na seção Você aprendeu?, no
e as análises realizadas. Seria importante que Caderno do Aluno.

55
1. (Fuvest – 1996) Na década de 1990, houve d) Os movimentos de libertação nacional
profundas alterações na economia interna- no Leste Europeu geraram crises polí-
cional. Assinale a alternativa que melhor ticas, responsáveis pela estagnação eco-
caracteriza o período. nômica mundial.

a) Os distúrbios sociais, como o terroris- e) Os recursos naturais de países periféricos


mo, ocorridos em países centrais ini- passaram para os países centrais, por cau-
biram a imigração oriunda de países sa de acordos multilaterais de comércio.
periféricos. /BEÏDBEBEF PTQBÓTFTQFSJGÏSJDPTQBTTBSBNBPDVQBSP
papel de produtores de bens industrializados, em virtude da
b) A produção foi destinada aos países pe- mão de obra barata e dos recursos naturais e energéticos dis-
riféricos, enquanto o desenvolvimento de QPOÓWFJT"DSJBÎÍPEFUBJTQSPEVUPTBJOEBÏSFBMJ[BEBOBTFEF
projetos permaneceu nos países centrais. das companhias, pois somente a produção foi descentralizada.

c) A Revolução Verde foi aplicada nos 2. Construa um quadro comparativo da eco-


países centrais, mesmo com denúncias nomia brasileira, antes e depois da abertura
de contaminação do solo feitas por da década de 1990. Complete as caracterís-
ONGs ambientalistas. ticas a seguir.

Antes da abertura Depois da abertura

Moeda nacional desvalorizada e sem Moeda nacional valorizada e controlada


Relação cambial controle oficial do governo. QFMP#BODP$FOUSBM

Média inflacionária Muito alta. Mais baixa.

Variedade de produtos disponíveis


#BJYB Alta.
no mercado
%JNJOVJVTFPOÓWFMEFJOUFSWFOÎÍP DPO-
Intervenção do Estado na economia Grande.
forme a proposta neoliberal.

Há diversas maneiras e fontes de interpretação, mas a maioria concorda com a menor


Igualdade social concentração de riquezas antes da grande propagação do neoliberalismo no mundo.

Quadro 9.

Em relação ao câmbio, antes da abertura havia uma gran- de suas ofertas.


de diferença na relação de valores entre a moeda nacio- Quanto ao intervencionismo estatal, observou-se uma
nal e o dólar, além de grande intervencionismo estatal no diminuição, por conta dos ideais do liberalismo e da econo-
mercado financeiro. Após a abertura, o câmbio adquiriu mia de mercado.
uma diferença menor na relação entre os valores e, de- Finalmente, alguns dados apontam para o aumento da desi-
pois de certo tempo, passou a oscilar diante da variação gualdade social e da concentração de renda.
de mercado.
A inflação galopante passou a ficar sob controle, principal- 3. (Fuvest – 2001) “Eles mesmos [os pobres]
mente por meio do aumento da taxa de juros. são a causa de sua pobreza; os meios de
A disponibilidade de produtos no mercado, antes encontrar o remédio estão em suas mãos e
restrita por impostos altos, aumentou após a abertura, gra- não nas mãos de nenhuma outra pessoa.”
ÎBTBPDÉNCJPNBJTGBWPSÈWFMFBPBVNFOUPEPOÞNFSPEF (MALTHUS, R. Ensaio sobre a população,
JOEÞTUSJBTFTUSBOHFJSBTOP#SBTJM PRVFSFTVMUPVOPBVNFOUP 1798.)

56
História – 3a série – Volume 2

Nas últimas décadas do século XX, con- mule a leitura de jornais para observar quais
cepções muito semelhantes a esta sobre os são as potências atuais.
pobres e a pobreza são propagadas:
Recursos para ampliar a perspectiva
a) pelo neoliberalismo. do professor e do aluno para a
compreensão do tema
b) pela social-democracia.
Livros
c) pela democracia cristã.
ANTUNES, Ricardo. A desertificação neo-
d) pelo neopopulismo. liberal do Brasil (Collor, FHC e Lula). 2.ed.
São Paulo: Autores Associados, 2005. O li-
e) pelo justicialismo. vro apresenta uma visão crítica sobre a im-
As teorias de Malthus remontam ao liberalismo clássico, e os plantação do neoliberalismo no Brasil.
neoliberais retomam parte de seu pensamento para formular
DSÓUJDBTFTVTUFOUBSB/PWB0SEFN.VOEJBM DPNPOPUFYUP MORAES, Reginaldo. Neoliberalismo: de
acima, que defende o ideal de que a construção da riqueza onde vem, para onde vai? São Paulo: Edito-
EFQFOEFEPJOEJWÓEVPFEBWPOUBEFEFBDVNVMBS FRVFBT ra Senac, 2001. (Ponto Futuro). Livro muito
chances seriam as mesmas para todos. acessível sobre o neoliberalismo no Brasil e no
mundo, seu surgimento, seus objetivos e ou-
Propostas de Situações de tras questões fundamentais.
Recuperação
Sites
É muito importante que os alunos consi-
gam relacionar o contexto da abertura econô- Biblioteca Virtual. Disponível em: <http://
mica e da Nova Ordem Mundial à atualidade. bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/
Para tanto, há duas sugestões. grupos/basua/C05Filgueiras.pdf>. Acesso em:
19 nov. 2013. Artigo de Luis Filgueiras que
Proposta 1 retrata a implementação do neoliberalismo
no Brasil nas décadas de 1990 e 2000.
Elabore uma tabela comparativa entre a
“velha” e a “nova ordem mundial”. Explicite Propagandas Antigas. Disponível em: <http://
a multipolaridade da economia e o processo www.propagandasantigas.blogger.com.br>.
de globalização econômica. Exemplifique uti- Acesso em: 19 nov. 2013. Site com diversas pro-
lizando produtos que são desenvolvidos na pagandas de várias décadas. Serve como excelente
Europa, produzidos parte no Brasil, parte suporte para uma aula que discuta as transfor-
na Ásia e comercializados no Brasil. mações dos costumes de consumo do brasileiro
de acordo com o período econômico vivido.
Proposta 2
Filme
Você também pode solicitar aos alunos que
pesquisem na internet ou nos livros didáticos A Corporação (The Corporation). Dir.: Mark
quais são os principais polos de desenvolvi- Achbar e Jennifer Abbott. Canadá, 2003. 145
mento econômico atuais e, em seguida, oriente- min. 10 anos. O documentário apresenta uma
-os para que os comparem com aqueles que se crítica ao mundo corporativo e às grandes
destacavam nas décadas de 1970 e 1980. Esti- corporações que marcam a vida das pessoas.

57
QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO
1a série 2a série 3a série

r Pré-história r 3FOBTDJNFOUP r *NQFSJBMJTNPT (PCJOFBVFPSB-


– Pré-história sul-americana, bra- r 3FGPSNBF$POUSBSSFGPSNB cismo
sileira e regional r 'PSNBÉÈP EPT &TUBEPT "CTPMV- r 1SJNFJSB(VFSSB.VOEJBM
r O Oriente Próximo e o surgimen- tistas Europeus r 3FWPMVÉÈP3VTTB
to das primeiras cidades r &ODPOUSPTFOUSFFVSPQFVTFBTDJ- r /B[JTNPFSBDJTNP
– Egito e Mesopotâmia vilizações da África, da Ásia e da r "DSJTFFDPOÔNJDBEFFTFVT
– Hebreus, fenícios e persas América efeitos mundiais
r Civilização grega r 4JTUFNBTDPMPOJBJTFVSPQFVT r "(VFSSB$JWJM&TQBOIPMB
– A constituição da cidadania – A América Colonial r 4FHVOEB(VFSSB.VOEJBM
Volume 1

clássica e o regime democrático r 3FWPMVÉÈP*OHMFTB r 01FSÎPEP7BSHBT


ateniense r *MVNJOJTNP – Olga Benário e Luís Carlos Pres-
– Os excluídos do regime demo- r *OEFQFOEËODJBEPT&TUBEPT6OJ- tes
crático dos da América
r Democracia e escravidão no
mundo antigo e no mundo con-
temporâneo
r O Império de Alexandre e a fu-
são cultural do Oriente com o
Ocidente

r "DJWJMJ[BÉÈPSPNBOBFBTNJHSB- r 3FWPMVÉÈP 'SBODFTB F *NQÊSJP r 0NVOEPQÓT4FHVOEB(VFSSBF


ções bárbaras Napoleônico a Guerra Fria
r *NQÊSJP #J[BOUJOP F P NVOEP r 1SPDFTTPT EF JOEFQFOEËODJB F r .PWJNFOUPT TPDJBJT F QPMÎUJDPT
árabe formação territorial na América na América Latina e no Brasil
r 0T'SBODPTFP*NQÊSJPEF$BS- Latina nas décadas de 1950 e 1960
los Magno r "3FWPMVÉÈP*OEVTUSJBMJOHMFTB – Revolução Cubana
r 4PDJFEBEF'FVEBM r "MVUBQPSEJSFJUPTTPDJBJTOPTÊ- – Movimento operário no Brasil
– Características sociais, econômi- culo XIX r (PMQFT NJMJUBSFT OP #SBTJM F OB
cas, políticas e culturais – Socialismo, comunismo e anar- América Latina
Volume 2

r 3FOBTDJNFOUPDPNFSDJBMFVSCB- quismo – Tortura e direitos humanos


no e formação das monarquias r &TUBEPT 6OJEPT EB "NÊSJDB OP r "TNBOJGFTUBÉ×FTDVMUVSBJTEFSF-
nacionais século XIX sistência aos governos autoritá-
r &YQBOTÈP FVSPQFJB OPT TÊDVMPT – Expansão para o oeste e guerra rios nas décadas de 1960 e 1970
XV e XVI civil r 0QBQFMEBTPDJFEBEFDJWJMFEPT
– Características econômicas, polí- r 4FHVOEP3FJOBEPOP#SBTJM movimentos sociais na luta pela
ticas, culturais e religiosas – Abolição da escravatura e imi- redemocratização brasileira
r 4PDJFEBEFT BGSJDBOBT EB SFHJÈP gração europeia para o Brasil – O Movimento das “Diretas Já”
subsaariana até o século XV r 0JNBHJOÃSJPSFQVCMJDBOP – A questão agrária na Nova Re-
r "WJEBOB"NÊSJDBBOUFTEBDPO- pública
quista europeia r 0OFPMJCFSBMJTNPOP#SBTJM
– As sociedades maia, inca e aste-
ca

58
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA Roseli Gomes de Araujo da Silva.
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências da Natureza
Área de Ciências Humanas
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Maria Elizabete da Costa Teônia de Abreu Ferreira.
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Santana da Silva Alves.
Curricular de Gestão da Educação Básica Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
João Freitas da Silva Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Otheguy Fernandez.
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Luís Prati.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Valéria Tarantello de Georgel
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
Coordenadora Geral do Programa São Paulo Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
faz escola
PEDAGÓGICO Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Valéria Tarantello de Georgel
Área de Linguagens M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Suely Cristina de Albuquerque BomÅm e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
EQUIPES CURRICULARES
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Ventrella.
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
e Neide Ferreira Gaspar.
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, e Sonia Maria M. Romano.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Área de Ciências da Natureza Sílvia Regina Peres.
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Área de Matemática
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Rodrigo Ponce.
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Maria da Graça de Jesus Mendes. Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Esdeva Indústria GráÅca Ltda.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu


FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS Sérgio Adas.
CADERNOS DOS ALUNOS
Presidente da Diretoria Executiva
Ghisleine Trigo Silveira História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Mauro de Mesquita Spínola
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
CONCEPÇÃO
Raquel dos Santos Funari.
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
À EDUCAÇÃO Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
coordenadora! e Ruy Berger em memória!.
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Direção da Área
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Guilherme Ary Plonski AUTORES
Schrijnemaekers.

Coordenação Executiva do Projeto Linguagens


Coordenador de área: Alice Vieira. Ciências da Natureza
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Gestão Editorial
Makino e Sayonara Pereira. Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Denise Blanes
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Equipe de Produção
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra,
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva,
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Fidalgo. Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, González.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso,
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas
Henrique Nogueira Mateos. Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
de Almeida. Yassuko Hosoume.
Matemática
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Coordenador de área: Nílson José Machado.
Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Bianco e Vanessa Leite Rios. Walter Spinelli.
Caderno do Gestor
Edição e Produção editorial: Jairo Souza Design Ciências Humanas Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Coordenador de área: Paulo Miceli. Felice Murrie.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são S239m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; história, ensino
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
médio, 3a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Diego López Silva,
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli, Paulo Miceli, Raquel dos Santos Funari. - São Paulo: SE,
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da 2014.
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites v. 2, 64 p.
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que ISBN 978-85-7849-650-0
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos
1. Ensino médio 2. História 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Silva, Diego López. III.
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
Silva, Glaydson José da. IV. Bugelli, Mônica Lungov. V. Miceli, Paulo. VI. Funari, Raquel dos Santos. VII.
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Título.
Caderno do Professor para apoiar na identificação das CDU: 371.3:806.90
atividades.
Validade: 2014 – 2017

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