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. - A Poética do Espaco RLEESOS Pmeolomens BAKcoS TL PROFESSOR FEUPE 1 ANTONIO DE PADUA DANES Mai tins Fontes 6 Pao 2003 Gaston Bachelard ‘Coretta a INDICE “Sian indie 1 — 1. Acasa. De porioao sitio, O sentido da cabana 23, sora nee UW. Gaeuniverso 55 TTL A gaveta, os eofies¢o8 seman 87 TV. Oninho 103 V. Aconcha 117 VI. Oseantos 145 VIL. Arminiatsea 157 VIIL. A imensidio ftinn 189 mena ta et IX, A dialéica do exterior e interior 215 ERE ae X. A finomenclogia do redondo 235 sent gare paris CAPITULO VI A IMENSIDAO [NTIMA ste pound enema. Rast spa sempe me tse “Jus Vis Lo, p28 1 odsramos diner qu meno € uma categoria flsica doen Sen So Seal ames eet seotdon nspocums spiced chaos ears eon pla grandean E's toateniplaglo da gandeta dctmina une Eades epi um 44 de seta pea que easton o sutra poo, date de ten mind que aro sr ci spl: ent loge ds inensds do mar «da anit pose on metagi, recnte em as mesos 32 Ttndiins des conten da anc Mas asl Fonte eta range imag po mcr lnacanent a imagen de festa? Aine Tapio ndoserd nv desea pms contempt De ft deat €amenndeteramente cite dese stant Inicial. Nao 0 vemos comecar; eno entanto ele comeca sempre 190 A roérica Do EsPaco da mesna maui le foe doch pric imedintente Est longs lem, no espace do ant ‘Quan end an mura. quand nfo ae alejanas case do psd, eens, Eo devaneto & poderance dey, om ‘inf rina Se pulleweonanasar a impresses de mens, a ima- gem dimen oo ques iesiade tr a nn age, Jogo entrariamos numa regtio da mais pura fenomenologia — ‘ima fnemencega sem fenders ou, para ala menos prado= Simente une fenomenolgia que nda preisn experar te 08 Fenomenos da nginagaoseconinam eas establem ems feos competas pare cnet o fam de produ dasirmgten. Sits paint; como. ime no €um obeto,ama Ene og do mens nos remeeria sem ress posta coms inagnante, Naas das magensda mens construans Sas sr produ imagine pura, Fear cc clare ue SS obras de ate to os pte dese exatencaine de er Irginante, Ness amino do devancio de meni, 0 ver: div poo € commie dasa ampinga.Setn=nes pr sides tina do sere ara. lr comeguinte neta ediagio no somos “lngados no swans deca fms shins mando sma pees domndo sist tl crcl Gel como ra antes cso Semos, Menno se etivermes conse de oto or maga — pela propria apio de uma dialética brutal —, tomamos cons- ‘léncia da grandezs, Somoe entio entraqucs a uma alfvidedc Satral ehowo ser iment ‘imensido een, Eat liga ama epécnde expan so deer que aes rein que prude deter, ae se ‘tna Solfo. Quando ean ely etre ges Sonharnce num moo iene. A imemidie So movies do mem imGveA ines uma das earaccratiess namics dodersteo angio , rq hurtnor nos poctastadoo nono easinamento l- ssf amos Pee bet Bios que dem rs TE Bibel, Ltn. 1, “A dina me aaa em se exo ta , "Pre Albeit, Lt nat ms 1 A scessimsoyria 181 EB eune incom am tng de fs Smtr es man, ome nia, u Embora paregaparadoxal, mits vezesetsinoniinrior que’ seu verdadero signa aces express referees somundoquevemas,Paradseuinnessebreumexemplo pecs, ‘james a gue corresponde a insu de Pvc“. $a" nace de um arpo de impresses que mo deriva rele inente de ensinamentos de geograin, Nio€ presen permanecet ‘nuit tempo nor bosques para conhecer a inipresio sempre ut [peo anata de qu “merglbamos™ nm mundo sem Limits, Em breve, se nio toubermes aonde vate} no sabereris conde estamos, Seré fl rem documentos erties que seam Saving tet dam mda, bute pi {vod imagens da forest Ma um pgin reve, de nga frotundidade picolgee, pins ctratand vo bastante post tho de Mareaulte-Thérte Bre, va permits fear bem ema central. Esereve eles "A fotatasabretado, com © ‘mistro de seu expago indefinidamente prolongado para ae ao véu de sen tremens fils, expagy vlado pars os oles ‘mat anspaente gio, um verdadero ransceaete pacle- gico." Quanto a 16s, hesitarfamos diante do termo transcen- Ente penlgio, Plo menos, ele € um bom dear para dt ie Fag ones pram de pts corte mo eizer melhor que as fungies da desrigio — tanto da es. ‘igo paola como da deserigg objet oBo aq nope fants! Sentimos que ha min ex exprimiralem daguil que ‘oteec objevatuntel expresso, O que seria neesbato x. Dimi € grandezaoculn, uma prohsdidade Longe de nas Exregarns i proliddade das impresses, lnge de nes perder= thes noy detales de fuze sombra,senino-os dante de uma impresioesendal” que roca ua express em say a B Marchal Tice Brot nti dt diy, p25, 4.0 carte svete ear cha 20 mens emp aber ee spate” Aire ce Mapdipes fs ame 35 p 7 192 A rokrica Do EsP4c0 perspestiva do que os autores chamam de “transcendente picor Fegico". Coma dizer melhor, se queremos “iver a foresta”, que hos achamos diante de ama imsdap lal, diane da imensido local de sua profundidade? O poeta sente esa imensidace local sha lresta antiga” lr ids, rsa lubed ode nr aot Tift che core sla hai ns ds Infinite cing amas als sins ‘Stic emos effin coma de masz, ris hd, (© poeta aqui nio descrove. Sabe que sua tarefa € maior. A lorestapiedosa €alquebrada, fechada, cerrada, apertada, Bla acumula indve a sua indnidade, Na continuaczo do poema ele falar da sinfonia de um yeato “eterno! que vive no movimento das copas das drvores [Astin 2 loresta de Perre:Jean Jouve 6 rudlatament sup ds, sagrada pela tadicio de sua naiureza, longe de qualquer bistiia dos Bomens. Antes que os deuses af chegassem, os bosques tram sogrados, Os densesvieram habit os bosques sagratos. [Nio fizeram mais do que acrescenta singularidates humanas, demasiado limans, 4 grande lel do devancio da forest ‘Mesto quando um poeta menciona uma dimensio geogré Jia, sabe pot instiato que essa dimensio ¢ lids localmente porque tnvaizada num valor onirieo particular. Assim, quando Pierre ‘Gueguen (Le Bretagne, p. 72) menciona “a Flovesta profunda (a'floresta de Broceliande), acescentathe uma dimensio; mas aio a dimensio que revela a intensidade da imagem, Dizendo fave a Floresta profuse chama também “A Teta Trangt fr causa de (seu) slléncio prodigiso, coaguladoem tina leguas ide verdura", Gueguen nos convida para uma tranqilidade “teanscendente, para umsiléncio “transoendente”. Pos lores ta faz baruho, pois # tangilldade "coagulada” freme, este ‘ece animate com mil vidas. Mas exes rudas e esses mo menos nio pertusbam o silfacio ¢ a wangiilidade da forests (Quando vivers + pagina de Gueguen, sentimos que o poets Spisigvou toda snsiglade A paz da vesia€ para ele paz da alma A floresta é um estado de ali TT iereean Jose rine Merce de Panes, 13 Atsesinio feria 198 Os poetassabem diso. Alguns indicam-no em uma nica linha, como Jules Supervelle, que sabe que somes, aas horas abies eds dr flrs 6 i ess 3 outros, mais dicursivamente, como René Méaard, ape sentam um adrardve album de drvres em que a cada drvore tstd associa umn pocta. ES » fare fine te Mand "Ve. Jorme ttavessado por tle, istado pelo sole pela sombre Hrabico uma grande cpesura.-O abrigo te cham. Afurvio 6 pescogo em aes ombros de flhagens, Na lors, sou {ntegralmente Tudo €possvel no mev earagioe ns exes dhs faviaa, Una dohacacapse pareve dao orate das Caden" * Mas € preciso ler to ete porma om prosa que € Snimado, como dio poeta, por “uma apreenio reverend lant da Imagioagso da Gras” "Now dnbon da Rnomenologi pottica que extamosestudan- do, Mum adjetivo de que o metaliin da magnagio deve dex Coif €oaljelivosnstral A ee adj, com eto, corer- pode uma valorizagio demasiado rapido raro totalmente faba, nunca comedida, que faz Facaser 0 carder deo da inaginago dos profindceas, ou mest, em gral poicologia Ge proflnderae’ A Hlovesta“ancetal”é enti um “ianacene dente priclggco” barat. A florsta ancestral € uma imagem furalitros inns, Seomelagio esa imagem bi un problema Kexomenoligico a calocar, €0 de saber por que rzdo atl, et ‘imude de qual valor de inagingfo om tb tal imagen nox tel, no la, Urn distant nprgnagio vinda do init das ade € uma bipeese pavlGpea gratuite, Tal iptese sera tam convite &preguiga se fae aceta por um feomend Quanto a nc, seeditamo-ns obrigace a esiabelcer a auali- kde don argudipn. De qualquer mance, = plata enerol, ‘9 reno dos valores da aging, € uma palava a sr expli= Caday no ¢ uma palawa explicate, Rend Ménard etn i eb Ae Métis Grapiqus, Pais 1936 op. 194 A POETICA DO EsPacO Mas quem no i dimensio temporal da Flresta?Abistxia do ast, Sela neces saber como a Floresta vive ssid Svangada, porque noha, no reno da inaginagao orertas jo: ene, Quatto a mim, 36 se metar at cosas de mini tea Seiviver — Gaston Roupaek o inesquecve amigo, me ensino we diken das extents campestes «das extensies ator Gea’ No vatia mundo do mio‘, o nioveu dos campos no ¢ Shesme que ndowes darRoresasAflorsta € um antsle trim, um ants-dends. Qa as campos ¢ prada, es {onhoscminhaslmbraness ox acompanham em odes 0 mp da Invourn eda coletas. Quando se abrands a dialica do ‘ctedoio-cy sino ax pradarias¢ os campos omige no cori foconosco, Masa oresarsina no antecedent. Ems determinad Braque que cones, meu a se pede. Comtacam-me 350 m8 ‘eaqued Fr mumouiroracm que io vite Nina lembrar ma sous tem ce anos ou peo mai ‘ie da minha festa ancesta. Tudo oma € iterator mL Em tas devancios que invader o homem que medits. os winenores spagamms, 0 pitresca desbotavse, a bora jo {Sue o espago etende te stm limite, A tis devanitn demos tuto bem daro nome de dovancie de infint, Com aainagent {alloreta"profuna acabamos deapresenatuntesboga dese der de imensidade que serevela mum valor. Mas pode-te segue ‘eatisho inverso e, cante de umn imensidade evident, como ‘ Smensade da note, © poeta pode nos indicat os caminos da profindede intima. Una pga de Miss vat serir-nos de Centro para expermentar a consondncia da imensidade do ‘tundo om a profundidede do ser ico. Em Zenour siatn (p63), Milozesreve; “Es ence plavao jardim de maraviesdo'espago com o sentmenta de Siar o nals pofusdo, ois seceeto de mim mesmo: sori, fos nunca me inagiars to puro, ao grande, 0 bel! mn 7a Romp cmpas Famti cp. La frt Chab der anusasioio teria 195, ‘meu corgiojrrompeno canto de graga do univers, Todas esas ‘onstlages sao tune eto ern tn tem quale realidade {ra do teu amor! Ah, como o mundo parce trv! pars quer ‘si ze conics! Quando te sentres sono e abandenada dante ‘do mar, imagina como devia ser a solid das aguas na note, {a solid de note no univero sea fin” Eo poeta contin {sie dueto de amor da sontador coma mind, Brenda do mand do homer ds ciaturasesposadas, pareoxalment Unidas fo ddlog de sus saidao "Em outra pigina, numa espécie de meditagin-exalacio, sind os dis movimenton que concentram e lata, Nose scree (op. ct, p19): "Espa, espago qe separ a gua ‘et alegre aig, como taapro com amor! Eis me, po om sonia florida a sol ameno das rtnan, «como 9 alka no fume da fante,¢ com 2 eabra no calor do capi! O qué? O rstante ser realmente a etenidade? A eteridade ser realmen- {oinsiante” Ea pagina prossege ligando 9 ntim no sen, ‘lung branes ao Cea sau. Todas ax contradigaes aguas, com 6 calhau cortntee Agua clara, sio assimlada, sniquladas, tno momento em que o ser que sonbs sitrapassa conrad treo pequeno co grande: Esse espao da exalagiotranspe Sualguer ite (p. 185): Desaber inter stn ator dow hoe ents! Apacegum, distincas ventas!” Eva pina 168 "Tad cra lus, dog sabedors; eo aera o distant cena: ‘a par olnginquo. Mew amor eavolis omivera” videntement, ac nano propisito estas pages foe es dar objtivamente a ingens da imensiade, teams de abe tum voluma iventro de exemplos, pois a imemsidao € am ‘Emu pottyincaastel Abordameso probleme nut ant Sor oaistindo a vostade de confomtapio do home que te tits dante de nm univers infin. Paden flare com plexo cepetacularem que oguhodevwer 0 nico da onsen. fia do ace que contempla, Mas neste obra etanos analisando ta paricpagan mais decontaide nos imagens da mens, tum convivensia mais intima do pequeno com o grande. Gost amos, decerta forma, de liqaidar © complexo espetaculr que pode euijecer determtuados valores da conterplacin poeta REET ret tcp XU § VE, La trie” 496 A PoETICA Do EsPaco Vv astm adn uti ama pei pare esperar as imagens da imensifan. O expo vee reve objet. ekeesencotta no objet oni de uns mensio. Trees ‘arias prov dag se segurmos os evancoe que tém inc, Mal de Baelaie sb 9 sign da palara ase, Vaso € ton dat palavras ais bnudlaianas, 4 palavra gue, para © gona, mafca mats nturasene ainlinidade do expe mo ‘Sti dovida, encontrar pgins em ques palra seo eqcerraapcoas'o seu pre signeado Ge geometia objet Sm tenn de uma vast ea oval da ma deseriao das Carsten nea torastoshiperen- Sivas pane, yremes que ela constl ma adesfo ua Spd Alem dos, se ators ur estate do divers empregos da plata swt em Baudelaire, Beafanes Supremes ao verfiear que o emprogo da plavra em sca signe ‘ads objevopostvo € rar em eompazapio oa os casos em {ea palavra tem resoodnas finan” Bauder, que tanto se distancia das palvees tas pelo hit, Bauelase que, em particular, pensa com cuidad Ses, jets, evitando toma como uma see do substantv, duo tealoao emprego da palara sso. Esa plavea se the Tine quando a grace tea ua ca, Um pnsaient, Un devant. Varor dar alguns indicagbes sobre ss espatose varied mprein _ omedor de Ope, para sproveitaro devanco que acalma, devote aston cee 0 dnc proicado™ pon "ae {tobncie do camp. Ent“ uns ral abr asta er relia, cele de hovasclaridades" "Agus soos 0 oo- Endo “hob avast tela da meré Baudelaire fala aa drum “Domne nag gaat e grandes projets oped por ‘asin penamentan TA plas reer no ecg no exceed gue sect al da Fajen ame Joss Gre (Mato Pane) TO'Baudeie Lema op. 1 UU Brute, Zr pe sep. Woprees pp. 6h ae Atuensinio borin 197 ee carbs uma matteo Nn cna fuer ae eee pari eae tng eae ae eo ene, lt nbn ave verdadeiro aevmnento meta que une o vasto mundo ¢ 08 sins area ma ewe omen [hea prandeus £rais ative? Essa geandeon no vem do espets lesen Ngo, Guese teufaob on olbos Else transforma em sau sraboi.” sr teem ceo eae, he ene dinate eye nn sma sittese. Que diferenga exste entre os procestos discursivos rie Sie meteor Eee naan an meee ee ten ais lpg i omar i a ve vain rare pie ee ee ents irene re Noyes sean cms oo a Genser, ee {E-Rate Lr po re, p18 H 198 APosTICA DOESPAGO as rquerasdesorenadas. O cpr flosicn discs ina Sent sobre as elagice ene oro 0 milo. Aten Brdshena verdes spo de medegso pose, enentea tima unidade profunda e tenes na peri ga stent pula qual x Gversasimpeseber der acids enter et corer- Ponda: Nio rao at “corespondsciay tn sid etadodas Epirismente demas, comofates da seniliade, Ora las enavcidicliente htm de vn sonar pars ot. hens, afre alee stv qe proporionn aoa itor ‘hp dado a todo mundo. Mas, dande or primes aordet do {onto Comespndanes, a agao sina da ama rca ext em ‘eto. Meamo ques scab posse dette com a all ‘arlagies do tema, das “oorespotéacas eumpre ecoecer gue tema é em mesmo um praer supremo, Eyprecsarnetc, Baudelaire disque em tat craistciaso seatineno da xs téaca é imensamenteaumentada” ™. Descobgimas ag que 3 enim € una neni, uma inca a ete ‘Tine dum ser ques devenalve nun vast pe imei india. seu princi, as “eorrespondéncet ao them mensio demande atairanse tn neni lo nosso ser ino. Tnsvem transapees ene dle tpor de igrndees. Nao podemos eaquccer que Bauddaire vvew eas amas © prea movimento tem, por asin ze, en volume fe Baudelaire va introdutto, por aa harmony na tatgora et tea do vast, Sobre © movimento de um aivio, Baeae dlr “A iden potion ques dapecade ders operate do mer Imentonas lias € hipéese dur ser vasa imenso, comple, mms artic, Se nied rept de gi, soled e sap rand odor o orion tats ambiees Humans Asn, Comavi, edo volume apolado sobre a Aguas, conte 0 init da palava oc, da pala que nlp dexter, mea 8 Pr mail ado o que deve ar descrit. Sob pala ve tm Baudelaire um complexo de imagens, Eras imagens arate dese mutvamente ping rece sre aun set ase YE Baader, avanti 28 Hopen es . A naxasiodo teria 199 Com 0 rsco de dixpersar a notsa demonsiagio, tentames indir tdses pontos de aloramento em que na obra de Baude- laine aparece esse estranho adjctvo, extranho porque confere randeza a impressdes que nada tim de comm ente sh ‘Mas para que nessa demonsrajao tenha mais unidade, vas mos seguir mais uma inka de imagens, uma linka de valores (que nos vo mostrar que, em Baudelaire, a imensidade € uma nent incite. ‘Nada exprime melhcr ocardter timo da nogio de imensidiio que as piginas dedicadas por Baudelaire a Richard Wagner ®, Baudelaire df, poeriamos dizer, és estados dessa impressio| de imensido, Primedramente le Gta o programa do concerto fem que fi apresentada a abertura de Lakers (op. St, p. 212) “Desde os primeiros compassas, a alma do devato slirio que cxpera ovasosagrado meguthano efor nfs. Ble veformar-se jpouico& pouco uma aparigioestana que tama um corpo, uma Figura. Essa aparigio se forms eada ver mais precisa, © lane tnnaalr dos ej, razon entrees a taga sagrada, passa dian- tedele, O santo cortejo aproximsse, 0 coragio da eleto de Devs exalta-se poco & pouo,alarga-se, datas infives aspires Gespeream dentro dele; sede tem-avntrona cant e, econ trandovse sempre prxino da linac paride, quand finale: te propria Santo Graal aparece no meio do corteo sagrado, de cebisma mama adorei twice, cme se 0 rue ire wee Asiparcn repntinonent.” Todas ss pasvagens 859 aqui subli- ‘shades pelo propria Biudelaire. Fazem-nos sentir ilatagio rogresiva do devancio até o panto supremo em que imensidio uscd intimamente num setimenta de xtasedsslve e abot ve, de cerca forma, 0 mundo sensivl ‘O segunda estado do que acreditamos peer chamar de um ceescimento do ser € apresentaco por um vata de Lisat Esse texto nor fax participar do syparo misticn (p. 213) naseldo da meditagio musial. Sobre “urna longa toalha dormente de melo- Gis, um ter vaporoso.. se estende™, Na seqiéacia do texto de [Lise as metiforas da luz ajudam a apreender essa extensio de ‘mundo musical transparent TH Bada, Laon 20 Avoénicaoxsraco Ma esses textos nd fazem mais que preparar a pigina pox soal de Baudelaire, pagina em que as “‘orrespondénciss” vio parecer como diversas expansées dos senties; cada aumento de uma imagem aumenta a grandeza de outra imagem. A imen- Sido desenvoive-se, Baudelaire, desta yer totalmente entegue Ao onirismo da misica coalece, dis ele, "uma dessas impresses felzes que quase todos os homens imaginativos sentiram, pelo sonho, durante sono. Eu mebenta liberi dis oels da pacdade ‘ reencontrava pela lembrana aextraordindsiatlipa que creu- le nos lugares. Denmoco que eu me pintava involuntariamente ‘estado delicios ce um homem tomado por m grande devancio, ‘uma sliedo abgoluta, mis uma slo com tm smear orzote uma large in afua;'aimeside ser outro cendrio além dela propria 'Na seqiénca do testo, ensoatratfamos muitos clementes + uma fenomenologia da extensio, da expansio, do éxtase'— ‘em sma, para una fasomenalagia do preixo ex. Mas — longa mente preparada por Baudelaire ~acatames de atingi a frm. Ja que deve ser eolocada no centro das nossasobservacées smenaldgias: uma imensidio sem outta cedro-a dela prs pila. Basa imensiie, como Baudelaire nos f-ser com detalhes, om agus de tridade. A gaudeaproidena undo jms cue ined apohins O dross define _fsrgnioseormou dane de um univeo stem ora cle quem o dis condo es devanco como ios ‘echatos, Nao vive de lembeansas Se xe pice nee ‘pouoa a pouco uma vida sem aconteciments..Os anjos que pir ‘ham 2538 azuis no ef fundiramse mum aaa universal Lenta~ ‘ent, a imensiddo se institu como valor primordial, como val imo primordial. Quando vive realmente & palavra neo 0 sonhador se véliberado de'tuas preocupagées, de seus penta ‘ments, lbertado de seus sonhos. J nao etd enclausuatlo erm seu peso. Jé no € prisioneiro de seu proprio se, ‘Seseguissemos os caminbos normais da ptcalogia para esta dar estes textos audlalsiancs, poderiamos eondlu que o poets, bandonanio os cenirios do mundo para vvero eznério™ nico ‘daimensidio, nao pede conhecer mais que una abstragao,aque- la ques ansgos psicslogo chamavam de “abstragao realzada (© cspapointime assim tabalhado pelo poeta ndo seria mais que atwensiodoivria 201 © par do espaco exterior dos geBmetras que também descjam ‘spaco nln sem outro signo além do prépro init, Mas tal conclusio no levaria em conta a trajeteria conereta do lougo devaneio. Cada vez que o devanelo aberdona aqui um tage ‘excessivamente cartogado de imagens, ganha na extensio plementar do ser ntimo. Mesmo sem o benefiio da audigao de ‘Tannhiuser, 0 leitor que medita as péginas baudelairanas pot smenorizande ossueesavesestadasdadevanciodo porta nao pode Geixar de perceber que, afastondo ar metarns demarado faces, te € chamado a uma oatologia da profundidade humana. Para Baudelairs-o destino poético do homem & o de sero expelho da imensidao; 04, mais exatamente ainda, »imensicn vem to mar conscifacia desi mesma no homem. Bara Baucelaic,o ho Assim, em muitos setidos,acreditamos ter provado que na pottica de Baudelaire a palavea saue nio pertence realmente 0 mundo objetivo. Gostariamos de acrescentar tan mats fen0- ‘menolégico a mas, um mati que deeorre da fenornenologia da palavea. Em nossa opinio, para Baudelaire a palavra vse € um valor vocal Bua palavra Proncady, jamais apenas lida, jamais spe tas vista nos objetos com os quai a relacionames, Ha palaveas (que um escrito sempre pronuncia baixinho enquanto as escreve~ ‘Séjaem verso ou em prosa, ela tem uma agio podtica, uma ago de poesia vocal Esta palavra ganba imediatamenteeelevo sobre ~ as pilaves visinhss, sobre as imagens, elves sobre 0 pensa- ‘mento. E um “pocer da palava" © Quando lemes palavra fem Baudelaire, na medida do verso’ na amplidao dos peviodos ‘dos poemas em prosa, parece que o poeta nos obriga a protun iid. A palaves wusto €entio um woeabalo da reepingao. Fla s cologa ef nosso alento. Exige que a respiragio ja lenta.c ‘alma sempre, com efit, na pottica de Baudelaire, a palavrs on Bip eta pioneer’ ged Anica 1 Pra Vir Hugo overt vana. Overt dit “Se pad paene smi Dips ‘airs kins plana, 0 Ubi oa mone prc \ i # if 200 Avorrica po esraco arto evoca calm, paz, serenade, Tradux uma convicgio al a ony ltina, Tats oan di cman tetas Go mnoste scr Euina palavrs grave, img das tobulén ost aos eneesoe vocals da decamagso. Una dog submneida Ames ira quebrila.F preci que palavra ra eine sobre o lnc wana doe ‘Se eu se psiquiatra, acnsehariao pacente com angrsia, quando cist se manistarie, a Tero porns de Bauselaie, ‘a prondnciar muito suavemeite palavrabaudelairianadomina: ‘dora, palavra oat, que transite calma eunidade, eva pala. ‘wa que abce um espago, que abre o espago timiiado. Essa palavraensinanos a texprarmos com o af que repouse n0 Hore ont lnge das poredes das pss guides que nos angus “Tera uma virtue vocal que tabalha no Amago das pres da sez Fane ater sl psi me tm qe Segundo os pieslogos experiments nfo se pode enar ao Som que i inerton a codes vocnin, Gama era esos ‘thos, a vor jf tem vontade de cantar. A voral a, corpo da palavra vt, isola-tena delicadezs,anacolutodasensibilidade ue fla arece que os numerosos comentéris sobre as “correspon dléncis bauelnrianes”eaqueceram exe texto sentido uc ta baths modelando, modulando a vos. Peis esa Pequena harpa ctlica,a mais delcaa de todas, colocada pela ntureza na porta 4a nossa respirago, € un sexo sentido que surge depots dos ‘utes acm doscoutos Essa arpa treme aosimpes movimento {as metdfras, Por ela o pensamento humano eanta, Quando ‘entinuoassim,ineitamente, meus devaneio de fiésooindéc, chego a pensar que a voral « € vogal da imensdao. um ‘xpugosooro que comoqa num suspito ee estende sem Hine ‘Na palavra wal, vogal a conserva todas ae.suas vires de voealdade engrandeeedorsConsiderada vocalmente& pals ‘rao jf nao €smpesmente dimensional. Reeebe, cori ura materia save, os pore balsimicos de trangiidade limita, Gam ela o finitado entra err now peito. Por ela, exprarnos cenmicamente, onge das angstias humans. Por que havera- tos de negligendar o meno ator a avaiagzo dos valores ten? Tudo.0 que contribu para dar & porsia sua agio psquica dlecsiva deve aertncido numa flosota da imaginagao dnd atwensipio israsa 20s mica. Por veacs os valores sensveis mais diferentes e delicados reverantse para dinamizar e engrandecer 0 poem, Uma longa pesquisa de correspondéncia batdelsirianas ceveris elucidar @ forrespondineia de cada sentido corn a palavra, ‘As wezeso som de um voedbulo,a orgs de uma letra abre x fia o peasamento profindo da palavra. Lé-se no belo livro de Max Pleard Dey Auch und das Hert: “Das W in Welle beweat die Welle im Wort mit, das H in Hauch lest den Mauch aut gen, das (in fest und hart macht fest nd hart" Cor, sis observagdes,o fidsofo do. Muado de ilscia nas conclaz aos pons ‘de seisibilidade extrema em que os fendmenos fonétias e.08 fenbmenos de gy vr, quando lingua tem ro 3 sta nobreza, harmonizar-se Mar que lentaa de meditagio precisa. smos adguirir para vive a poesia interior da palavra, a mea sido interior de uma palaves, Todas as grandes plavtas, todas aspalavras convocidas pacaagrandeza por um pot, saochaves| dp niverso, do duplo une do Gonos dt ponds a Assim, parecenosprovado qe nam grate poeta como Ray diate pores ouvir masque um ec indo do exterior, mals {que un apa fimo ds met, Portant, poder der, toile lic meigsags” inag- acko posta enzo somente vada eral formeda na conte isco deepeticlo ganas, Para bguita de contest dar Um exenplo de uaa imensidzo empiica, comaestaremes una frgina d& Taine. Veremos aiem aca em v2 da poesia, a erature, agua que ques evalguer pega nexpresto reaea,meime que sexpensas dav imagens edamame Ein Poe a Pats (p90), Taine eaceve "A pra ver que Wo mar tive 0 mais detagradavel dos detente. 2 Ms Pea Meh nd igen Rac Vein, Zu, sig Ut Ent fr a Sv ass po Cee ane ‘pep ag ews, Cts aoa Acredite estat vendo uma das logas planicesplantadas de be terrabas que encontramos nos aredorts de Paris, ectrecortadas dle cantiros de couves de fatas ruivas de cevada. As velas distantes pareciam asas dos pombos que regressam. A perspec tiva paredarme estrella: ce quadros' doe pintores haviameme presentado o mat como algo muito maior. Foram necesdrios i para qe relecoese entiments de ines "Betecabas, cevadas, coutes ¢ pombos eso bem artificial- mente associados! Rewtilat numa “imagem” nio pede passat de um acdente de converagia para quer desea dizer apenas ‘coisas “original”. Como alguént pode, dante do ms, car tio ‘beecado pelo campo de beter das Planicies das Ardéniae? ‘0 fenomenslogo fcaria fli em saber como, depois de tis dias de privagio, Blsof redescobriu o seu “sentiments de imensizo", por qual retorao a0 mar eonterplado ingenuamente cle inalmente vu a sua grandera, ‘pss ese interliio, voltemos 40s poctas, vl (Os poetas nos ajudatio a descobrir em nés uma alegra tio expansva decontemplar que 3s vert, diante de um objeto pr tmp, viverenoso engfanecimenta de nosso espapo into, Esc tems, por exempl, Rilke, quando ele ateibu sua existéncia de mens & arvore contemplada® pt fre de bs gob aba Se enna seit dew ree, Resutes fee ies, ee eae (eto Cone de ts Bisac to ii esb ena mln et (sands ora we de vl. [Nos dois dios verso, una obscuridade mallarmeans obs 2 0 leior a meditar, Ele recebe do poeta wm belo problema argent Cie i _stwsensinko teria 205 ginagio. O conse: “Cerca a drvore de coagies" seria iio uma cbrigarao de desenha lade revestla de lites 1 expagoexarir- Obedeceriamos ent de regras simples da per ‘ceprto, sciamos “objetivo”, nde imaginartamos ris. Mas a Srvore; como todo ser verdadero, é apreendida em su ser ean limite. Seus limites no passam de aidentes, Contra 0 acdente ios limites, a evore tem necessidade le que Ihe ds ta imagens superabundantes, alimentadas pos teu espag intima, por "est fexpago que tem seu ser em ti Entio a dvore seu sonhacbor, fs, ordenamse, erscem, No mundado sonho a irre nunca iabelece como umm ser acabado. Ela busca a tua alm, diz Superville um poems asl vias deam ese Bg ca reo et pocirs Em boca de me cine. Mas, quando um poeta sabe qu so alma € porque ele busce sa Sempre toca a alms.” nteegue As forcas imagingtia, revestida de nosso espaga in a avore entra conosco numa emulagso da grandera. Nun outro poema, de agorto de 191t (op. cit, p11), Rilke dssera am ser.do mundo, busca na longa drvorefemente Airs ters alo so Se pasos Oe, ge gre exer, (tk arom eee tn Assim, a ore tem sempre um destina de grandera. Ess esto, eo propaga. A arvore fax ereser aquilo ie a rade, Nutra carta reprodusida no lvrinko tao humano de Claire Goll, Rilke Ihe exerevera:"Eseas vores ado magnificas, as mais magaiico ainda & espago aublime patético entre clas, ‘como se, com o seu regiment, ele aumentase tambien,” Se atsim podemes dizer, os dois espagss, © xpago intimo « n.espago exterior, vem coasiantementeeximular um 30 0tr0 lemseu crescimento, Designa, como fase com razio os picbo- Jas Supel, Cale .106 2B Cine Go ibe a na 98 206 aroérica po esraca Sane ateeranee eee Seeerese en races ore fee cn ie on a A ae fetes TO rae cae So fetieU pee ech ons Cenk ae itched bese Shu ias tt al domae t, [Nessa consivénia com a expacilidade pot que vai da intimidade pofunda 3 extensio detiid eid sma me ma expanso, sentimoshtotar uma grandeza, Rilke dst Por todo oF sere re dextobra 0 space tnic,expage latino rund.” ‘© espago surge ento para 0 poeta com o suite do verbo estore, doer eee Quando um spare € um valor ~chaveré aioe valor que a intimiade?-~ ele ese. O espago "alorizao éum verbs cm és ou fora denna randesa es, Sum “objet! ar seu espago podic s um objeto & dare mals espago do que aqle ue te tem abjetvamente, cu melhor deca, {seguiraexpansdodeseu cspag nino Prague ahouge Iida embremes ainda que Jot Bousquet expime sis 50m da frvore.“O espago nao ext em part alguna OFespaco et ems eto on Ome no fave No eto das imagens, o mel no favo nao abedee a dala eementar do ‘conteoed continent Ome metafinico nfo se dea enceran ‘Aqui no espago Intima da Srvore,o el algo mas que una meds. “mel da drvore” que val perma af Ele € "So ieee da devore: Quem sonfa coin me sabe bean que "uk Supe op, 18 21 Job Bomn, Li mye ft re Atanensivia iva 207 mel é um poder que sucessivamente concentra ¢ iraia. S ‘espago interior da drvore €ummdl, ele 48 drvore i as coisas infin Logicamente, podemes ler a, pégina de Jo® Bousquet sem sos determos niger; May, ie pander fo a jimagens, quantossonbos ela suscita! O prpeiafilgeoo do espa ee-e a sonhar Se gastamos das palavras de metafsiea con. posta, nio poderemos dizer que Jo# Bousquet acta de evelar= hos um espago-substancia, o mehespapo ou 9 expapermel? Cada ‘matéria com sus foealizagZo. Cada substincia com sua existen- sda Cada matéria com a conquista de seu expago, se poder ‘de expansio para além das supericcs pelas quis uin gedmetra sgostaria de deine, Parece, entio, ue épor aua “imensida” que os das espagos —o espago da intimidale e 0 espago do mundo — tomanse coacanies. Quando a grande salidaa do hemem se aprounda, as duas imensides se acam, se confandem, Numa carta, Rilke fe inclins, com toda a sua alma, para essa soldao dimitada, ‘que faz de cada dia uma vida, es comanho com o usiverso, © espago numa palava, 6 espago invsivel que entretanco 0 ho ‘mem pode habit e que o cera de infimeras presenas” Como concreta esa coexisténcia das coisas tim espago ‘que dupiicamos com a conscineia de nossa existencia! © tee leibniiano do espago, lugar dos coexstentes, eneontra em Rilke (© seu poeta. Cada objeto investido de espagofnting transfor- ‘muse, neste corxsfentalsm, em centro de too expago. Para «ada objeto, dstante 60 presente, ohorizone tem ana ersten cia quanto 0 centro. vu Noreino das imagens, nio paderia havereontradio; alms ‘gualmente sensveis podem sensibilizar a dialtca do centro ¢ ido horiznte de um mado dierent, Poderfamos propor, neste fw, uma espécie de wee da plant, onde reperetiriant vibes do infnito de tiposditerenes. ‘Num dos extremes do teste, deveriamos colocar 0 que Rilke siz Brevemente numa fase imensa: “A plancie€o sentiments 208 (APOETICADOESPAGO ue nos faz crescer.” Este Isonema de antopologia eséica & ‘Shad com tamanha elaezs que seatimos matfestase ue fcorema cotlavo que paransgxprinie non seguines te thon to gentinent qu nos fe crenerpanicn a nonnst- (Ge mundo : ‘No outro extrem do ested plant, colocarams esta pg ra de Hen Bosco. Na pla, "estou sempre alse, num Shuresfutane,duido, Lokgameateauzente de mim mesmo, fem ar presente cm pare slguma,sfuo oom demasiada ifelidade a consented mets devaneos as paps tim: don gut on favoreen : Hive cscs ds polos da dominago eda disprsio, quantas nuanjas encontraiamen ve ane dregs conta do humor do 8" ‘adr, das estages edo vent! Eseinpreencotrariaos sua {msenticos sonhadores que panicle apaigha¢osque apanice ‘Njuiet,nuangas tanto mais neressants de etudar a medida fries plniie¢ com freqléncs considera como um mundo Simplicad, Ur do ecard enomencloga da imagnasio fice € poder viver une nuanga nova dante de am espeicu {foe convide 4 uiformidade, que se resume aura idea. Se a thangs ¢ sinceramente viva pelo pots, 0 aomendlgs et ‘eto de capar wn post de part da image Ean todis esas uangas, numa indagagdo mais aprofundada que a nes, deverfans mostra como eas negra 38 Fa ‘Tada plantce ou do plana; devertamos der, por xempo, por gue devancio do planalto nunca éum devandio da planice Eis ado & dil porque as vezes 0 escritor quer desreve, prqueoesritor sabe de unerfo, em quilbmesroy, a grandeaa {esun solid, Eno, sonbamorscbre o map, sonhamen com feozrais, Como Lot, &sombra de ua drvore em Daca see fro de rebrenda "Com os oles vltads pars inter da Fes, iatrrogivamos © imenso horzonte de atlas” ® Hse ier horizonte de acas ado srd um deeto de etudane, O Saaradon alls caolres? “Gono sto mais precicas para um enoenGlogo ax ianagens dio Deseo no belo iro de Pilippe Dine Le ple bua dt dt Hew Boece, Hap. 1B. Pee La Un ar. Alatensipdo INTIMA 209 smondé A mension desertovvdo repecute numaintesidade to's intimo. Coma diz Philippe Dis, vajante cheio Ge 20: Shor", € precio uiveradeseta tal com cesereletenonveior fo vagabundo E Diolé nos convida para una meditagio cin cq pokeiamnn-—latee den contriion-—vver ua cease 12 madime, Para Dine, "esian montana er fraps, esas Srciasc exses rhs mortos, ets podrar esse sl escaldente", tod esse univers que tem o sino do deserto std "ancxado ‘so capagn interior” Boresaanexapi, adverse dasimagens Putlicads ne profundidade "do tspage inteioe™". Formula ‘eciva para a demonstragio que queremos fazer da corespon- denon ene a menatdade do capo ca mundo 3 profundidade fo "espace interior" Alls, ers nterorizagSo do Desrto io correspond, em Dicle, #'concifncia de um vanio into. Ao contr, Diole fn vier a dana Ge pages, rag ial das or €em Diolé una adeno a uma submis aia Ee vives leas dln acre do mega ma er fanda-O Oceano transforms para ele num "erpaco™- Aqua enta metros de protundsade cle cncontrou "absolut de pro findidade", uma profandidade que nap se mede mais, uma prcdlidade que pio dasa ores poderce de sas Pense Tentos se doplcdsemer ou sea tplicoemos, Por suas expe: FHenclas de mergulbo, Diolé eto elms meme de eves E {quando vives, com Diol, seguindovo mses vow anor, 534 conquista da iimidadeda gua, chegamoe a conhecer nese tqpeyorsubatacin um eopago con ma daneredo. Uin subst Gb-tima dimersdo.Eestamos Go longe da terra, da vida terres "Br Pilippe Dil 1 pl ae ema Ai Michel p78. 5 He Beano cere tabi [Camigain, p.28) “No deer que eztv tunics ce nsf eee bean Pda, ‘Sesto alas pee sare deena hftanante Geitda ISAS sae dacra Vertambn pe 2 ‘Altes ur pln derma plaice que ta race soshator at exer Hac tas ema promi meter Co ‘fet w mused deseo 4 sima Eaten em ann novo nse (Gita “Ee ae dnb sla" Hd Boo, tae p.533) 210 Avotrica DoEsPAcO true etn dmenao da Sgua raz signa doilinitado.Prourar o ata, 9 baxa, a dicta ou a exquerda mim mundo to bem tnieado por sua substnca€ petsarsno€viver —e pensar Come otros navi terse, ho veer no mundo avo one ‘qt no mergutho. Quant min, sats de let os lives de Be naar 9 tints ens a ime too aleanee Busts sear go 3 profundiede pray com a Dwofindidade que no tem nedeadade de media para ser. Mas eno, porque Die, exe peilogo, ese cnvlogo da sida hutiana tubmating va so Deserts? Por gue erel Gini ‘que clepsvar da agua limita para sae nia? A esas Pereunas Dae responde como pot, Sab que oda nova enn ‘dade renova onowo se nterloreque ooo nov Counon ber quando nor beramos dos vinculoe ce ua senaibiiade Sater No fe dea limo op. cy p12) Dale de que quis “conclur no Deserta operagio mdalea que a Agua poe funda, permite an mengulhaderdeazer ot laps comune do em poe d eopgoe fazer via condi com um obscito poeta , no fim de su vo, Diol concurs (p17) "Descer na fxs ou erat no deseno & maar de espag”,e, mudando de ‘Sago, deiande o ego das scrablicades tals, entarnos fm comniaga com tm espe pigicamente nova. "No onseramer masno Deseo quem undo lo mar mma pequena tla chumada indistel Eo mudanga de expagh cme io pode ser ura sls operagio meta como Serta «cons Cine do enro ds genmectn, Neo samo de ge, tnodamos de nares ‘a como ees problernas de eso do ser num espag con ret, nom pag laren qualita, nee eno roeelogin da iaginagio pos € precio imaginar mio para "iner'um espago nowo —, vamos a nunca das Sages Aundamentas sobre e nico aut, No Deserta Dieé nda sees prende do ocean. Nos sonhos de Dil, o pag do Desert, Tong de container espago dasa grinds va expanse na inguagem das Sguas. Ha alum verdadero drama da nag Tago material, drama nasi do conto da maginago decals ‘ements hosts corms asa dra deere agua segura

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