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Enumeração de Coliformes

ALVES, Gabriela Dutra1; HELLER, Fernanda Bohlke¹; KUHN, Cláudio R.2


1Graduandas de Engenharia Química do Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas; 2Professor, Dr. IF-Sul
Rio-Grandense, crkuhn@pelotas.ifsul.edu.br.

INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO


Os coliformes totais são um grupo de bactérias que contem bacilos gram-
Os resultados obtidos na prática estão mostrados nas tabela 01 e 02,
negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos,
sendo que a tabela 02 apresenta os resultados das contagens no Petrifilm
oxidase-negativa, capazes de crescer na presença de sais biliares ou outros
(meio seletivo).
compostos ativos de superfície, com propriedades similares de inibição de
Tabela 01: Enumeração de Coliformes - NMP
crescimento, e que fermentam a lactose com produção de ácidos, aldeídos e
Amostra Número Tubos Positivos Concentração
gás a 35ºC em 24-48 horas. Este grupo contém os seguintes gêneros:
(NMP/100mL)
Escherichia, Citrobacter, Enterobacter e Klebisiela (BETTEGA, 2006). EC VB CT CTT
Coliformes fecais ou coliformes termo tolerantes são bactérias capazes de
Água arroio 0 5 >16 <2,2
desenvolver e/ou fermentar a lactose com produção de gás a 44ºC em 24 Quilombo
horas. A principal espécie dentro desse grupo é a Escherichia coli. Essa
avaliação microbiológica da água tem um papel destacado, em visto da grande Tabela 02: Contagem de Coliformes – UFC/mL
variedade de microrganismos patogênicos, em sua maioria de origem fecal, Amostra Diluição Concentração
que pode estar presente na água (BETTEGA, 2006).
0 -1 -2
Em condições ideais, a água potável não deve incluir nenhum
Água 12 1 22 7,407.10^2
microrganismo patogênico, nem bactérias indicadoras de contaminação fecal.
arroio 2* 0* 1* 1,101.10^3*
Atualmente a espécie E. coli é considerada o melhor indicador de Quilombo
contaminação fecal, visto que algumas espécies de bactérias pertencente ao * colônias de E. coli.
grupo coliformes fecais podem ser encontradas em outras fontes que não fezes
De acordo com a Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, a água
(BASUALDO et al., 2001).
para consumo humano deve ter ausência de E. coli em 100 mL (VMP) tanto na
Assim, o objetivo do trabalho foi verificar a qualidade higiênico-sanitária de
saída do tratamento quanto no sistema de distribuição (reservatório e rede).
uma amostra de água do arroio Quilombo através da enumeração de
Quanto aos coliformes totais, estes devem estar ausentes em 100 mL (NMP)
coliformes totais, termo tolerantes e E. coli.
na saída do tratamento e, no sistema de distribuição para sistemas ou soluções
alternativas coletivas que abastecem menos de 20.000 habitantes, apenas uma
METODOLOGIA amostra, entre as examinadas no mês, poderá apresentar resultado positivo. A

Técnica de inoculação em caldos LST, VBBL e EC seguido de confirmação partir de 20.000 habitantes deve-se ter ausência em 100 mL em 95% das

bioquímica para E. coli. (KUHN, 2016). amostras examinadas no mês.


Os tubos contendo caldo EC apresentaram resultado suspeito, procedendo-
se à inoculação no Petrifilm, onde confirmou-se a presença de E. coli na
concentração de 1,101.10^3 UFC/mL, valor este acima do permitido, pois como
vimos a portaria prevê a ausência de E. coli em 100 mL.
Batista e Fucks (2012) no trabalho Avaliação Microbiológica da Água do
Arroio Pesseguinho de Santa Rosa, Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
verificaram a presença de coliformes totais e fecais em todos os cursos do
Arroio, sendo que tanto para coliformes totais como para E. coli foram
enumerados ≥1600 NMP/100 mL, valores estes maiores que os encontrados
no arroio Quilombo.
A resolução CONAMA Nº 357, de 17 e março de 2005, estabelece que, para
águas doces de classe 1, quanto aos coliformes termotolerantes não deverá
ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros de
água, estando assim a água do arroio Quilombo dentro do valor aceitável.

CONCLUSÃO
Quanto aos coliformes totais e termotolerantes a água do arroio Quilombo
encontra-se com valores dentro dos permitidos pela legislação, porém
Figura 01. Fluxograma de execução da análise. Adaptado de Siqueira, 1995.
apresenta E. coli representando um problema sanitário.

REFERÊNCIAS
BETTEGA, Janine Maria Pereira Ramos et al. Métodos analíticos no controle microbiológico de água para consumo humano. Cienc. agrotec. [online]. 2006, vol.30, n.5, pp.950-954. ISSN 1413-7054.
SIQUEIRA, R.S.Manual de microbiologia de alimentos. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agroindustrial de alimentos (CTAA). Serviço de produção de informação – SPI. Brasília, DF,
1995.
BASUALDO, J. A., CORDOBA, M. A., DE LUCA, M. M., ROCÍA, L., PEZZANI, B. C., VAY, C., AGERON, E., GRIMONT, P. A. D. Aislamiento y caracterización de coliformes injuriados provenientes de la red de distribución de agua de bebida de La Plata,
Argentina. Revista Argentina de Microbiologia, v.33, n. 1, 2001.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.914, de 12 de Dezembro de 2011. Dispõe sobre normas de potabilidade de água para o consumo humano. Brasília: SVS, 2011.
BRASIL, Resolução CONAMA n°357, de 17 de março de 2005. Classificação de águas, doces, salobras e salinas do Território Nacional. Publicado no D.O.U.
BATISTA, B.G.; FUCKS, M.B. Avaliação Microbiológica da Água do Arroio Pesseguinho de Santa Rosa, Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Monografias Ambientais: REMOA/UFSM. v(9), nº 9, p. 2031 – 2037, 2012. (e-ISSN: 2236-1308).

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