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Resumo Capítulos 1, 2 e 3 (Fernando Prócida)

Cap. 1 – A crise ambiental


Segundo Miller, nosso planeta pode ser comparado com uma astronave
deslocando-se no espaço sideral sem possibilidade de parada para reabastecimento, mas
dispondo de um eficiente sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de
matéria. O uso de energia implica na degradação de sua qualidade. Como conseqüência
da Lei da conservação de massa, os resíduos energéticos somados aos resíduos de
matéria, alteram a qualidade do meio ambiente no interior dessa astronave. Assim, os
passageiros, utilizando-se da inesgotável energia solar, processam, por meio de sua
tecnologia e de seu metabolismo, os recursos naturais finitos, gerando algum tipo de
poluição. Do equilíbrio entre esses três elementos (população, recursos naturais e
poluição) dependerá o nível de qualidade de vida no planeta.

1.1 - População

• Atualmente a taxa de crescimento da população está em aproximadamente 1,3 %


ao ano.
• Os países desenvolvidos têm 20% da população total e os subdesenvolvidos
80%.

As altas taxas de crescimento da população começaram a ocorrer a partir da


Revolução Industrial, pois a tecnologia passou a proporcionar uma redução da taxa
bruta de mortalidade.
Dentro dessa perspectiva de crescimento, cabe questionar até quando os recursos
naturais serão suficientes. Existem autores, como Lappe e Collins que contestam a tese
de insuficiência de recursos naturais e responsabilizam a má distribuição de renda e a
má orientação da produção agrícola pela fome no mundo hoje.

1.2 – Recursos Naturais


Recurso natural é qualquer insumo de que os organismos, populações e
ecossistemas necessitam para sua manutenção. Existe um envolvimento entre recursos
naturais e tecnologia, uma vez que há necessidade da existência de processos
tecnológicos para utilização de um recurso natural. Recursos naturais e economia
interagem de modo bastante evidente, uma vez que algo é recurso na medida que sua
exploração é economicamente viável. Finalmente, algo se torna recurso natural caso sua
exploração, processamento e utilização não causarem danos ao meio ambiente.
Recursos naturais podem ser classificados em:
• Renováveis: depois de serem utilizados, ficam disponíveis novamente graças aos
ciclos naturais. (Ex: água)
• Não-renováveis: uma vez utilizado não pode ser reaproveitado. (Ex: combustível
fóssil)
Os não-renováveis apresentam duas classes:
• Minerais não energéticos: podem se renovar, mas após um período de tempo tal
que não serão relevantes para a existência humana. (Ex: fósforo, cálcio)
• Minerais energéticos: são efetivamente não-renováveis. (Ex: combustíveis
fósseis e urânio)
Existem situações em que um recurso renovável passa a ser não-renovável. Essa
condição ocorre quando a taxa de utilização supera a máxima capacidade de sustentação
do sistema.

1.3 – Poluição
Como resultado da utilização dos recursos naturais pelo população surge a
poluição. Poluição é uma alteração indesejável (causada pelas atividades e interações
humanas) nas características químicas, físicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou
hidrosfera que cause ou possa causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades
dos seres humanos e outras espécies ou ainda deteriorar materiais.
Poluentes são resíduos gerados pelas atividades humanas, causando um impacto
ambiental negativo. As fontes poluidoras (origem dos resíduos) podem ser classificadas
em:
• Pontuais(ou localizadas): lançamento de esgoto domético, aterro sanitário,
etc...
• Difusas(ou dispersas): gases expelidos do escapamento de veículos,
agrotóxicos aplicados na agricultura e dispersos no ar, etc...

Os efeitos da poluição podem ser:


• Locais ou regionais: em geral ocorrem em áreas de grande densidade
populacional ou atividade industrial.
• Globais: efeito estufa e redução da camada de ozônio (afetam o clima e o
equilíbrio global do planeta).

Cap. 2 – Leis da Conservação da massa e da energia

Todo e qualquer fenômeno que acontece na natureza necessita de energia para


ocorrer. A vida requer basicamente matéria e energia. O conceito de matéria é simples:
matéria é algo que ocupa lugar no espaço. Já o conceito de energia é um pouco mais
complicado: energia é a capacidade de realização de trabalho. Em qualquer sistema
natural, matéria e energia são conservadas, ou seja, não se criam nem se destroem.

2.1 – Lei da conservação da massa


De acordo com esta Lei, em qualquer sistema físico ou químico nunca se cria nem se
elimina matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma em outra. Isso explica
um dos grandes problemas com que nos defrontamos atualmente: a poluição ambiental.
Como não é possível consumir a matéria até sua total aniquilação ocorre a geração de
resíduos, e estes devem ser reincorporados ao meio para serem posteriormente
reutilizados (reciclagem).
2.2 – Primeira Lei da Termodinâmica
De acordo com esta Lei, a energia pode se transformar de uma forma em outra,
mas não pode ser criada ou destruída. As diversas formas de energia podem ser
enquadradas em:
• Energia cinética: energia que a matéria adquire devido sua movimentação.
• Energia Potencial: energia armazenada na matéria devido sua posição ou
composição.

A aplicação mais importante da 1ª Lei está relacionada a maneira como os seres


vivos obtêm sua energia para viver. A energia luminosa incidente na superfície da Terra
é absorvida pelos vegetais fotossintetizantes, que a transforma em energia potencial, nas
ligações químicas de moléculas orgânicas complexas. Essas moléculas são quebradas,
no processo respiratório, em moléculas menores, liberando a energia que é utilizada nas
funções vitais dos seres vivos.

2.3 – Segunda Lei da Termodinâmica


De acordo com esta Lei, todo processo de transformação de energia dá-se a
partir de uma maneira mais nobre para uma menos nobre, ou de menor qualidade.
Embora a quantidade de energia seja preservada (1ª Lei), a qualidade é sempre
degradada. Toda transformação de energia envolve sempre rendimentos inferiores a
100%, sendo que uma parte da energia disponível transforma-se em uma forma mais
dispersa e menos útil, em geral na forma de calor transferido ao ambiente.
Uma conseqüência ambiental da 2ª Lei da termodinâmica é a tendência da
globalização da poluição.

2.4 – Conclusão
A Lei da conservação da massa mostra que nunca estaremos livres de algum tipo
de poluição (resíduos). Uma conseqüência da 2ª Lei é o fato de ser impossível obter
energia de melhor qualidade do que aquela disponível inicialmente, ou seja, não existe a
reciclagem completa da energia. Logo, a energia dispersada em qualquer transformação
será pedida para sempre. Outra conseqüência é o aumento da entropia, o que implica
maior desordem nos sistemas locais, regionais e globais.
Portanto, deve-se buscar um novo posicionamento ante as necessidades de
desenvolvimento da sociedade: o desenvolvimento sustentável.
Cap. 3 – Ecossistemas
3.1 – Definição e estrutura
O ecossistema é a unidade básica no estudo da ecologia. Em um ecossistema, o
conjunto de seres vivos interagem entre si e com o meio natural de maneira equilibrada,
por meio da reciclagem de matéria e do uso eficiente da energia solar. Ecossistema é um
sistema estável, equilibrado e auto-suficiente. Possui dimensões variadas. Um
ecossistema compõe-se de elementos abióticos (matéria inorgânica ou sem vida – Ex:
água, ar...) e elementos bióticos (seres vivos).
Em um ecossistema cada espécie possui seu hábitat (local ocupado pela espécie,
com todas suas características abióticas) e seu nicho ecológico (função da espécie
dentro do conjunto do ecossistema e suas relações com as demais espécies e com o
ambiente). Espécies que ocupam nichos semelhantes em regiões distintas são
denominadas de equivalentes ecológicos.
Todo ecossistema procura um estado de equilíbrio dinâmico ou homeostase por
meio de mecanismos de autocontrole e auto-regulação que entram em ação assim que
ocorre qualquer mudança. Entre a mudança e o acionamento dos mecanismos existe um
tempo de resposta.
A quantidade total de matéria viva em um ecossistema é denominada biomassa e
pode ser quantificada em termos de energia armazenada ou de peso seco, geralmente
referidos a uma unidade de área.

3.2 – Reciclagem de matéria e fluxo de energia


Os seres vivos necessitam de energia (essa energia provém da alimentação) e se
dividem em dois grandes grupos:
• Autótrofos: seres capazes de sintetizar seu próprio alimento. Subdivide-se em 2
subgrupos:
¾ Quimiossintetizantes: fonte de energia é a oxidação de compostos
orgânicos.
¾ Fotossintetizantes: utilizam o sol como fonte de energia.

• Heterótrofos: seres incapazes de sintetizar seu próprio alimento e que, para


obtenção de energia, utilizam-se do alimento sintetizado pelos autótrofos. Entre
os heterótrofos existe os decompositores (não ingerem comida) em que sua
nutrição ocorre por um processo de absorção, mediante o lançamento de enzimas
sobre a matéria orgânica morta.

Energia e vida na Terra

Toda a vida na Terra depende da energia proveniente do Sol, e a distribuição das


diversas formas de vida é conseqüência da variação de sua incidência e intensidade.
Essa variação de incidência é o principal fator que gera as diferenças climáticas entre as
diversas regiões do mundo. A influência mais notada é a divisão do ano em estações.

3.3 – Cadeias Alimentares


Podemos definir cadeia alimentar como o caminho seguido pela energia no
ecossistema, desde os vegetais fotossintetizantes até diversos organismos que deles se
alimentam e servem de alimento para os outros. As cadeias alimentares podem ser
divididas em 2 tipos:
• As que se iniciam pelos vegetais vivos: neste caso, os produtores são aqueles
capazes de sintetizar a matéria orgânica. Os herbívoros que se alimentam dos
produtores são os consumidores primários; os carnívoros que se alimentam dos
herbívoros são os consumidores secundários e assim por diante.
• As que se iniciam pela matéria orgânica morta: os consumidores primários são
denominados detritívoros e podem ser invertebrados de pequeno tamanho ou
bactérias e fungos.

Seguindo os preceitos das leis básicas da termodinâmica, à medida que se avança na


cadeia alimentar, há uma redução na quantidade de energia disponível aos próximos
organismos da cadeia.

3.4 – Produtividade Primária


A energia solar que chega à superfície da Terra é, em parte, absorvida pelos
produtores, que a utilizam para a elaboração de compostos orgânicos pela fotossíntese.
A quantidade de material produzido pela fotossíntese, num período de tempo fixo,
define-se como sendo a produtividade bruta. No entanto, os produtores, pelo processo
respiratório, utilizam parte da energia potencial acumulada nesses compostos orgânicos
para sua automanutenção . Assim, apenas uma parte do que é produzido torna-se
utilizável como alimento aos consumidores, e é a parte utilizável que definimos como
produtividade primária líquida (PPL).
A energia que entra no ecossistema e é absorvida pelos produtores sofre
transformação ao longo da cadeia alimentar, tornando-se cada vez menos aproveitável.
Assim, muitos produtores são necessários para suprir um número bem menor de
herbívoros que, por sua vez, serão capazes de abastecer ainda menos carnívoros, o que
faz com que as cadeias sejam relativamente curtas, com poucos níveis tróficos (posição
ocupada por todos os organismos que estão em um mesmo patamar da cadeia).

3.5 – Sucessão ecológica

Sucessão ecológica é o desenvolvimento de um ecossistema desde sua fase


inicial até a obtenção de sua estabilidade e do equilíbrio entre seus componentes.
Durante o processo de sucessão, as cadeias alimentares tornam-se mais longas, a
biomassa aumenta e o ecossistema adquire auto-suficiência.
A primeira comunidade a se instalar no ecossistema é denominada comunidade
pioneira, e a última é denominada comunidade clímax.

3.6 – Amplificação biológica

Há um aumento de concentração de determinados elementos e compostos


químicos à medida em que se avança na cadeia alimentar. Por exemplo, a água
apresenta uma certa concentração de elementos tóxicos, logo estes acabam sendo
fixados pelo fitoplâncton, depois são ingeridos pelos peixes que se alimentam dos
fitoplânctons e assim sucessivamente até o último nível da cadeia alimentar (que
apresenta a maior concentração de elementos tóxicos). A este processo dá-se o nome de
amplificação biológica ou magnificação biológica ou ainda ampliação biológica.
Esse fenômeno ocorre em função de três fatores:
• Devido ao grande número de elementos do nível trófico anterior necessários
para alimentar um determinado elemento do nível trófico seguinte.
• O poluente considerado deve ser de difícil degradação.
• O poluente deve ser lipossolúvel.

3.7 – Biomas
A superfície terrestre apresenta, em toda sua extensão, uma grande diversidade
de hábitats em função da variação do clima, distribuição de nutrientes, etc... Devido a
este fato, podemos dividir nosso planeta em regiões de grande extensão onde se
desenvolveu predominantemente um tipo de vida, esses grandes ecossistemas são
denominados biomas.
As diferenças básicas entre os ecossistemas terrestres e aquáticos são as
seguintes:
• Enquanto que nos ecossistemas terrestres a água é muitas vezes fator limitante,
nos ecossistemas marinhos a luz é que se torna limitante.
• As variações da temperatura são mais pronunciadas no meio terrestre do que no
meio aquático.
• No meio terrestre, a circulação do ar provoca uma rápida distribuição e
reciclagem de gases, enquanto no aquático o oxigênio, às vezes, é um fator
limitante.
• O meio aquático requer esqueletos menos rígidos dos seus habitantes do que o
meio terrestre.
• Os ecossistemas terrestres apresentam uma biomassa vegetal muito maior que os
ecossistemas aquáticos, mas as cadeias alimentares tornam-se bem maiores nos
ecossistemas aquáticos.

Ecossistemas Aquáticos

Os ecossistemas aquáticos podem ser divididos em 2 tipos: os de água doce e os


de água salgada. Os seres aquáticos podem ser divididos em 3 categorias:
• Plânctons: organismos em suspensão na água, sem meio de locomoção própria,
e podem ser divididos em fitoplânctons (algas) responsáveis pela produção
primária nos meios aquáticos, e zooplânctons (protozoários).
• Bentos: organismos que vivem na superfície sólida submersa, podendo ser fixos
ou móveis.
• Néctons: organismos providos de meio de locomoção própria, como os peixes.

Ecossistemas de água doce

Podem ser divididos em 2 grupos: lênticos (lagos e pântanos) e lóticos (rios e


corredeiras).

• Rios:
¾ Intimamente relacionados com o ambiente a seu redor
¾ Fatores que influem em seu povoamento são: velocidade da corrente, a
natureza do fundo, a temperatura, a oxigenação e a composição química.
¾ Temperatura das águas correntes acompanha a do meio externo.
¾ Possuem suprimento abundante de oxigênio.

• Lagos:
¾ Originam-se de períodos de intensa atividade vulcânica e tectônica.
¾ Produtividade de um lago depende de sua profundidade e idade geológica e
do recebimento de nutrientes do exterior. Podem ser classificados em:
oligotróficos (baixa produtividade, profundos e geologicamente jovens) e
eutróficos (vida aquática abundante e elevada capacidade de depuração da
matéria orgânica em decomposição).

• Oceanos:
¾ Grande influência nas características climáticas e atmosféricas da Terra
¾ Papel importante no equilíbrio do ciclo do carbono
¾ Em função da iluminação temos 2 zonas distintas: eufótica (ode ocorre a
fotossíntese) e afótica (não há luz suficiente para a fotossíntese).
¾ Região mais bem conhecida e estudada dos oceanos: plataforma
continental (até 200 m de profundidade, os produtores são basicamente os
fitoplânctons e os consumidores dividem-se entre o zooplâncton, os bentos
e nécton).

• Estuários:
¾ Corpo d’água litorâneo semifechado com livre acesso para o mar
¾ Águas marinhas se misturam com água doce
¾ Condições de alimento muito favoráveis, levando a um grande número de
organismos

Ecossistemas terrestres

A água torna-se às vezes escassa, o que leva os seres vivos a desenvolver uma
série de adaptações para garantir sua sobrevivência. Uma característica marcante nos
ecossistemas terrestres é a presença de grandes vegetais providos de raízes (são
estritamente autótrofos, necessitando apenas de luz e nutrientes minerais para
elaboração de matéria orgânica), que são os principais produtores do meio terrestre. Os
decompositores são basicamente constituídos pelos fungos e bactérias. A seguir será
apresentado os principais ecossistemas terrestres.
• Tundra:
¾ Desenvolve-se no hemisfério norte
¾ Caracteriza-se pela ausência de árvores e pelo solo esponjoso e acidentado
¾ Cadeias alimentares relativamente curtas

• Floresta de Coníferas (taiga):


¾ Constituem um cinturão que limita o domínio da tundra
¾ Possui vegetação pouco diversificada, na qual predominam largamente os
pinheiros
¾ Possui árvores permanentemente verdes e com folhas afiliadas em forma de
agulha
¾ Localizam-se em clima frio
¾ Solos ácidos e pobres em minerais

• Florestas temperadas de folhas caducas:


¾ Bem desenvolvido na Europa e América do norte (podendo aparecer também
no Japão e Austrália)
¾ Apresenta composição de espécies diferentes em cada região
¾ Ocorre em regiões de clima temperado
¾ Composta basicamente por árvores que perdem suas folhas no inverno
¾ Vegetação mais baixa (arbustos) é bem desenvolvida e diversificada

• Florestas tropicais:
¾ Ocorrem em regiões isoladas, sempre a baixas altitudes e próximas ao
equador
¾ Precipitação elevada e distribuída por todo o ano
¾ Grande variedades de espécies tanto animais como vegetais
¾ Flora característica composta por árvores de grande porte e densa folhagem
¾ Fauna desenvolve-se principalmente nas árvores
¾ Abundância de alimentos
¾ Produtividade bastante elevada
¾ Decomposição e reciclagem de nutrientes acontece com grande rapidez
¾ Solo pobre (baixa quantidade de minerais)

• Campos:
¾ Predomina a vegetação herbácea (baixa)
¾ Divide-se em 2 tipos: estepes (domínio das gramíneas) e savana (arbustos e
pequenas árvores)
¾ Fauna das savanas compreende um grande número de herbívoros de grande
porte e grandes carnívoros
¾ Possui aves corredoras e de grande porte (avestruz e ema)

• Desertos:
¾ Regiões áridas de vegetação rara e espaçada
¾ Regiões de baixa precipitação e com altas taxas de evaporação

Parte I
Capítulo 4 – Ciclos Biogeoquímicos

Um elemento essencial disponível para os produtores, em forma molecular ou


iônica, recebe o nome de nutriente. Eles podem ser macronutrientes (carbono,
hidrogênio, oxigênio, nitrogêneo e fósforo) ou micronutrientes (alumínio, boro, cromo e
zinco).
Os elementos essenciais fazem parte de ciclos que recebem o nome de
biogeoquímicos. Bio porque os organismos vivos interagem nos processos de síntese
dos elementos, e químicos porque são ciclos de elementos químicos.

4.1 – O Ciclo do Carbono

O reservatório do carbono é a atmosfera, onde é encontrado na forma de dióxido


de carbono.
O carbono é o principal constituinte da matéria orgânica, e seu ciclo é perfeito,
pois ele é devolvido ao meio à mesma taxa que é sintetizado pelos produtores.
Por meio da fotossíntese e da respiração, o carbono passa de sua fase inorgânica
à fase orgânica (CO2 na fotossíntese é transformado em C6H12O6) e volta para a fase
inorgânica (C6H12O6 na respiração é transformado em CO2), completando assim seu
ciclo.
Os combustíveis fósseis são energia solar armazenada na forma de moléculas
orgânicas no interior da Terra. A partir da Revolução Industrial, o homem passou a
fazer uso intenso desta energia armazenada, e no processo da queima (respiração),
passou a devolver o CO2 a uma taxa superior à capacidade assimiladora das plantas e
dos oceanos (pela diferença de concentração com o ar). Esse desequilíbrio do ciclo
natural pode ter implicações na alteração do chamado “efeito estufa”, causando o
aquecimento da temperatura global da Terra.

4.2 – O Ciclo do Nitrogêneo

O ciclo do nitrogêneo, assim como o do carbono, é um ciclo gasoso. Grande


parte do nitrogêneo existentes nos organismos vivos não é obtida diretamente da
atmosfera, uma vez que a principal forma de nutrientes para os produtores são os
nitratos (NO3).
No ciclo do nitrogênio existem quatro mecanismos bastante diferenciados e
importantes: 1) fixação do nitrogênio atmosférico em nitratos; 2) amonificação;
3)nitrificação e 4)desnitrificação.
A fixação do nitraro por via biológica é a mais importante. O nitrogêneo fixado é
rapidamente dissolvido na água do solo e fica disponível para as plantas na forma de
nitrato. Essas plantas transformam as os nitratos em grandes moléculas que contém
nitrogênio. Tem início, então, o processo de amonificação.
Ao entrar na cadeia alimentar, esse nitrogênio passa a constituir moléculas
orgânicas dos consumidores. As bactérias que atuam na decomposição desses
organismos, quando mortos, mineralizam o nitrogênio, produzindo gás amônia e sais de
amônio. Desta maneira termina a fase de amonificação do ciclo.
Os produtos da fase anterior são convertidos em nitritos (NO2) e,
posteriormente, no processo de nitrificação, em nitratos (NO3), por um grupo de
bactérias quimiossintetizantes. Por fim, temos o retorno do nitrogêneo gasoso a partir do
nitrato. Esse fenômeno da desnitrificação é anaeróbico e ocorre nos solos poucos
aerados.
O homem tem colocado nitrogêneo em excesso neste ciclo através de
fertilizantes sintéticos. Esse nitrogênio em contato com a água dos rios, lagos e lençóis
subterrâneos, tem provocado o fenômeno da eutrofização, comprometendo a qualidade
da água.

4.3 – O Ciclo do Fósforo

O principal reservatório de fósforo é a litosfera, mais precisamente as rochas


fosfatadas e alguns depósitos formados ao longo de milênios. Por meio de processos
erosivos, ocorre a liberação do fósforo na forma de fosfatos, que serão, em parte,
utilizados pelos produtores e o restante perdido em depósitos a grandes profundidades
no oceano.
Os meios de retorno do fosfato para o ecossistema a partir dos oceanos são
insuficiente para compensar a parcela que se perde. Esse retorno tem por principais
agentes os peixes e as aves marinhas. O homem tem diminuído a quantidade de fósforo
no ciclo graças a exploração excessiva das rochas fosfatadas e com ação predatória
contra as aves marinhas.

4.4 – O Ciclo do Enxofre

A principal forma de assimilação do enxofre pelos seres produtores é como


sulfato inorgânico. Grande parte do que é assimilado é mineralizado em processo de
decomposição.
Sob condições anaeróbicas e na presença de ferro, o enxofre precipita-se
formando sulfetos férricos e ferrosos. Esses compostos, por sua vez, permitem que o
fósforo converta-se de insolúvel a solúvel, tornando-se assim utilizável. Esse exemplo
mostra a inter-relação que ocorre em um ecossistema entre diferentes ciclos de minerais.
Por meio de grandes quantidades de dióxido de enxofre liberada nos processos
de queima de carvão e óleo combustível, tem ocorrido a chuva ácida.

4.5 – O Ciclo Hidrológico

Os fenômenos básicos do ciclo hidrológico são a evaporação e a precipitação.


A evaporação ocorre da água liquida presente na Terra, da transpiração das
plantas, que retiram água do solo, e dos seres vivos. A máxima capacidade de
armazenamento de vapor de água na atmosfera é proporcional à temperetura do ar.
Defini-se umidade relativa como:
r = 100*(ρv/ρs);
onde ρv indica a densidade de vapor de água presente a uma dada temperatura e ρs a
densidade de saturação de vapor de água a essa mesma temperatura.
Quando r chega a 100% dá-se a condensação do vapor de água. As pequenas
partículas condensadas se unem, aumentam de tamanho e de massa, até que ocorre a
precipitação.
A precipitação não interceptada pelas plantas atinge a superfície do terreno e
parte dela se infiltra. O restante escoa na superfície até encontrar um rio, desaguando no
oceano e recomeçando o ciclo.
Também neste ciclo, pode-se verificar a presença do homem por meio do
desmatamento e da impermeabilização via pavimentação do solo. Isso acelera a
evaporação e reduz a recarga dos aqüíferos subterrâneos, gerando enchentes nos centros
urbanos.
Capítulo 5 – A Dinâmica das Populações

5.1 – Conceitos Básicos

Defini-se como população o conjunto de indivíduos da mesma espécie que


dividem o mesmo habitat. As populações são entidades estruturadas que não podem ser
confundidas com simples agrupamentos de indivíduos independentes entre si.
O conjunto de populações agrupadas em uma certa área/habitat é definido como
comunidade.
As principais características das populações são:
• Densidade populacional: é o numero de indivíduos por unidade de área ou
volume.
• Natalidade: é a tendência de crescimento de uma população.
• Mortalidade: é a antítese da natalidade.
Numa população isolada, onde não ocorra emigração\imigraçao, a diferença entre
as taxas brutas de natalidade e mortalidade indica a taxa de crescimento vegetativo desta
população.
Através das barras de distribuição etária (base = pré-reprodutivos; meio =
reprodutivos; topo = pós-reprodutivos) é possível prever tendência de crescimento da
população:
• Base larga: grande número de indivíduos na fase pré-reprodutiva, logo
gerarão mais descendentes e a população tende a aumentar.
• Base e meio iguais: mesmo número de indivíduos nas fases pré-reprodutiva
e reprodutiva, logo a população esta estabilizada.
• Base estreita: menor número de indivíduos na fase pré-reprodutiva, logo a
população esta em fase de declínio ou senilidade.
É interessante notar a relação que se apresenta entre a forma da pirâmide de
estrutura etária de um país e seu grau de desenvolvimento: quanto mais larga a base,
menor o grau de desenvolvimento.
Fator limitante é qualquer fator ecológico, biótico ou abiótico que condiciona as
possibilidades de sucesso de um organismo ou ambiente, impedindo que a população
cresça acima de certos limites. No meio terrestre os principais fatores limitantes do
crescimento da população são fósforo, luz, temperatura e água, enquanto no meio
aquático são oxigênio, fósforo, luz, temperatura e salinidade.

5.2- Comunidade

A comunidade é uma estrutura organizada de espécies que interagem por meio


de laços de interdependência.
A importância de uma espécie em uma comunidade é verificada basicamente
em sua participação na cadeia alimentar e no ciclo de energia.
Quanto maior a diversidade de espécies em uma comunidade, mais longa
tornam-se as cadeias alimentares e mais eficientes os mecanismos de auto-regulação e
realimentação da comunidade. Por sua vez, quanto maior o número de espécies, menor
o número de indivíduos por espécie.
Ecótone é a zona de interseção de dois ou mais ecossistemas.

5.3 – Relações Interespecíficas


Duas ou mais espécies que convivem em um mesmo hábitat podem
desenvolver relações mútuas de:
• Neutralismo : as espécies são independentes, uma não influi na outra
• Comensalismo: é uma associação positiva, onde uma espécie se beneficia e
a outra., a hospedeira, não sofre influencia da relação.
• Cooperação: é uma associação positiva, onde as duas espécies se
beneficiam, porém a associação não é vital para nenhuma das espécies.
• Mutualismo: é uma união positiva na qual os indivíduos são intimamente
ligados, a associação é vital para ambos.
• Amensalismo: é uma associação negativa, a espécie amensal sofre inibição
em seu crescimento ou reprodução pela espécie inibidora, que não sofre
nada.
• Predação: e´uma associação negativa, em que a espécie predadora ataca e
devora a espécie-presa.
• Parasitismo: é uma associação negativa, em que a espécie parasita inibe o
crescimento, reprodução ou metabolismo da espécie hospedeira, podendo
ou não acarretar sua morte.
• Competição: é uma associação negativa, na qual as espécies apresentam o
mesmo nicho ecológico e, portanto, disputam alimentos, abrigo e outros
recursos comuns as duas espécies, causando prejuízo a ambas.

5.4 – Crescimento Populacional

Equação de crescimento da população:


Nt = N0*e^(r*t)
onde: Nt é a população no tempo t, r é o potencial biótico e N0 é a população no instante
inicial .
O crescimento real é bem menor que o potencial devido aos fatores limitantes,
denominado resistência ambiental.

5.5 – Biodiversidade

A poluição éuma das grandes causadoras da perda da biodiversidade.


A biodiversidade pode ser mantida, através de ações diversas que incluem o
desenvolvimento de áreas protegidas, a recuperação de ecossistemas degradados, a
implementação de leis e tratados e pela conscientização individual.

Capítulo 6 – Bases do Desenvolvimento Sustentável


Premissas do Desenvolvimento Sustentável:
• Dependência do suprimento externo contínuo de energia (Sol).
• Uso racional da energia e da matéria com ênfase a conservação, em contraposição
ao desperdício.
• Promoção da reciclagem e do reuso dos materiais.
• Controle da poluição, gerando menos resíduos para serem absorvidos pelo ambiente.
• Controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis, com perspectiva de
estabilização da população.
O Meio Aquático
8.1- A água na natureza
A água cobre 70% da superfície do planeta,e é um recurso natural renovável
através do ciclo hidrológico. É necessário que os recursos hídricos apresentem
condições físicas e químicas adequadas para sua utilização pelos organismos.
Disponibilidade de água está relacionada com quantidade e qualidade. Apenas 0,003%
da água serve para a utilização direta.

-A qualidade da água

A alteração da qualidade da água agrava o problema da escassez.Cerca de 70%


da população rural e 25% da urbana não dispõem de abastecimento adequado.

-Características físicas da água

Apresenta densidade relativamente alta, o que permite uma interface bem


definida entre ar e água. O calor específico da água é alto o que a permite
absorver/liberar grande quantidade de calor as custas de pequena variação de
temperatura, por isso onde existe bastante água as variações de temperatura são
pequenas. Com aumento da temperatura, a viscosidade diminui, diminui o atrito entrea
água e o fitoplâncton e esses se afastam da zona iluminada. A água possui uma película
(tensão superficial) que serve de habitat para muitos organismos. Detergentes
enfraquecem essa película.

-Características químicas da água

A água é o solvente universal. Sua solubilidade aumenta com a pressão e


diminui com a temperatura e com a concentração de substâncias. Aumento excessivo de
alguns sais na água pode gerar proliferação exagerada de algas (eutrofização). Água
pura possui ph 7, e para que os organismos não tenham grandes danos o ph da água
deve estar entre 6,5 e 8,5.

-Características biológicas

Possui cadeia alimentar formada por produtores, consumidores e


decompositores. Organismos servem de alimento,recuperação da qualidade, podem
causar doenças, etc.

8.2 - Usos da água e requisitos de qualidade


Água deve estar presente em quantidade e qualidade adequadas.Os principais
usos da água são:abastecimento humano, abastecimento industrial, irrigação, geração de
energia elétrica, navegação, diluição de despejos, preservação da fauna e flora,
aquicultura e recreação.
8.3 - Alteração da qualidade da água
Poluição da água é a alteração de suas características por quaiquer ações o
interferências, sejam elas naturais ou provocadas pelo homem. Essas alterações podem
produzir impactos estéticos, fisiológicos ou ecológicos. Contaminação refere-se a
tranmissão de substâncias ou microrganismos nocivos a saúde pelaágua (não implica
necessariamente em desequilíbrio ecológico). Os poluentes podem ser introduzidos no
meio
aquático de forma pontual(lançamentos individualizados; ex: esgoto) ou difusa (não tem
ponto de lançamento específico; ex: pesticidas numa plantação). Cargas pontuais são
mais facilmente controladas.

-Principais poluentes aquáticos

Poluentes são classificados de acordo com sua natureza e com os impactos


causados. São eles:
-poluentes orgânicos biodegradáveis: causa diminuição de oxigênio (O2 é usado pelos
decompositores)
-poluentes orgânicos recalcitrantes ou refratários: não são biodegradáveis e podem ser
tóxicos. Ex: defensivos agrícolas, detergentes sintéticos, petróleo. Ocorre biocumulação.
-metais: podem ser tóxicos, e tem potencial cancerígeno, mutagênico e taratogênico.
Ocorre biocumulação.
-nutrientes: o excesso causa proliferação demasiada de certos organismos. Ex: sais de
nitrogênio e fósforo.
-organismos patogênicos:transmissão de doenças. Ex: bactérias, vírus, protozoários,
helmintos.
-sólidos em suspensão: diminuem a transparência, reduzindo taxa de fotossíntese e
prejudicando a procura de alimentos para algumas espécies, reprodução, etc.
-calor: afeta propriedades químicas, físicas e biológicas. Quanto maior a temperatura
menor a solubilidade e consequentemente a concentração de oxigênio.
-radioatividade: causa morete e danos a saúde. Penetra na cadeia alimentar, podendo ser
biocumulativa.

-Comportamento dos poluentes no meio aquático

Os poluentes, ao atingirem a água sofre ação de mecanismos físicos, químicos e


biológicos que alteram seu comportamento e concentração

-Mecanismos físicos

-diluição: reduz a concentração


-ação hidrodinâmica: movimento dos corpos de água fazem variar a
concentração no espaço e no tempo (adveccção). A concentração tbm é função dos
processos difusivos, que pode ser difusão molecular ou difusão turbulenta. Dispersão =
difusão + advecção
-Gravidade: pode alterar a qualidade da água por meio de sedimentação de
poluente mais densos que a água.
-luz: a luz necessária para a existência de algas (alimento e oxigênio).A
fotossíntese ocorre basicamente na superfície. Quanto maior turbidez menor a
transparência e portanto a penetração de luz.
-temperatura: altera a solubilidade dos gases e cinética das reações químicas.

-Mecanismos bioquímicos

Materiais biodegradáveis ao serem despejados no corpo de água causam


aumento de organismos decompositores que consomem oxigênio diminuindo a
concentração deste gás, e fazendo com que os seres que necessitam de mais oxigênio
morram. A concentração de oxigênio é o mais usado indicador de qualidade da água. A
recuperação de um corpo de água poluído por material biodegradável autodepuração. A
autodepuração é dividida em 2 etapas. A primeira é a da decomposição. A quantidade
de oxigênio dissolvido na água necessária para a decomposição da matéra orgânica é
chamada de demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Quando os decompositores
terminam sua tarefa, dizemos que a matéria orgânica foi estabilizada ou mineralizada. A
segunda etapa é a da recuperação do oxigênio dissolvido ou reaeração. É feita através
da atmosfera e da fotossíntese. Quando não há oxigênio a decomposição é feita por
decompositores anaeróbios que vão produzir odore bastante desagradáveis. Podemos
observar 5 regiões existentes:
1)Região anterior ao lançamento de matéria orgânica: água limpa, com bastante
oxigênio e vida aquática superior.
2)Região de degradação: a jusante do lançamento do poluente; diminuição do oxigênio;
ainda existem peixes e existe grande quantidade de bactérias e fungos e poucas algas.
3)Zona de decomposição ativa: menor valor de oxigênio; diminui quantidade de fungos
e bactérias e organismos aeróbios.
4)Zona de recuperação: aumento do oxigênio; melhora do aspecto, aumento de peixes e
diminuição de bactérias e fungos
5)Zona de águas limpas: a água volta ao normal

- Mecanismos químicos

Existem reações químicas na água que podem ser afetadas por: ph, temperatura,
radiação solar, etc.

-Mecanismos biológicos

A diversos fatores que influenciam na quantidade e tipo de organismos


existentes na água, e esses por sua vez influenciam na qualidade da água.

8.4 - O Comportamento ambiental dos lagos


- A estratificação térmica

É a clara distinção entre temperatura e densidade das camadas superficiais e das


profundas.A camada superior é mais quentes e menos densa, e a inferior é mais fria e
mais densa. A estratificação pode ter outras origens, como química, onde é a
concentração de sais que gera a diferença de densidade. A estratificação não dura o ano
todo. A mistura das camadas é influenciada por transferência de calor pela interface ar-
água, movimentação das vazões de entrada e saída e ventos. A estratificação dificulta a
passagem de calor e de oxigênio da superfície (epilímio) para o fundo (hipolímio). A
qualidade da água depende da altura das tomadas de água.
-O processo de eutrofização

É o enriquecimento das águas com nutrientes. É um processo natural onde o


ecossistema lacustre tende a se transformar em terrestre. O problema é a aceleração
desse processo devido ao homem. A causa da eutrofização acelerada é principalmente o
aporte de fósforo que provém de esgotos domésticos e industriais e de fertilizantes
agrícolas. A temperatura e radiação solar também influem na eutrofização.
Excesso de nutrientes → aumento de biomassa vegetal → diminuição da aeração
superficial → mortes de organismos sensíveis à redução de oxigênio → aumento da
DBO → condições anaeróbias no hipolímio → predomínio de bactérias anaeróbias e
facultativas no fundo do lago e ocorrência de uma estreita camada superficial de algas
macrófitas.
O controle da eutrofização pode ser feito através de medidas preventivas,
atuando tanto nas fontes pontuais como difusas, visando diminuir a carga de nutrientes,
e através de medidas corretivas, atuando no processo de circulação de nutrientes.

8.5 Parâmetros indicadores da qualidade da água

Não existe água pura pois a água é ótimo solvente e há coisas dissolvidas nela,

Indicadores físicos: Cor, Turbidez (capacidade de desviar raios luminosos pelo


material em suspensão) e Sabor e Odor.

Indicadores químicos:
Indicador Características Problemas causados
Salinidade Conjunto de sais Poluição de esgotos
Dureza Materiais alcalino-terrosos (ex. Dificuldade na lavagem, podem
cálcio), não faz espuma pelo incrustar tubulações, radiadores,
sabão. etc.
Alcalinidade Bicarbonatos, carbonato e Influencia no tratamento de água
hidróxido
Corrosividade Ácidos minerais, O2, CO2 e gás Corroem metais
sulfidrico
Ferro e Sabor a água e mancham roupas,
manganês Fgerro e manfanes aparelhos e podem ficar
depositados em canos
Impurezas Origem animal Avaliam grau e distância de uma
Orgânicas poluição. Provocam em crianças
cianose.
Características Teor de iodo e flúor Redução de cárie, bócio. Teor alto
benéficas pode causar problemas ao homem
Compostos Cobre, zinco, chumbo, cianetos,
Tóxicos mercúrio, etc.
Fenóis Fenóis Tóxicos, problemas no tratamento
de água
Detergentes Detergentes Sabor e formação de espuma em
água agitada
Agrotóxicos Agrotóxicos Tóxicos, mortalidade de peixes e
prejuízo ao abastecimento público
Radioatividade Elementos radioativos (Indústria Chuva pode carrear a
Nuclear) contaminação

Indicadores Biológicos : Algas trazem problemas como formação de massa


orgânica levando a produção excessiva de Iodo e liberação de componentes orgânicos,
produzindo sabor e odor. Ficam em superfícies de reservatórios, reduzem o oxigênio do
meio e corroem estruturas de ferro e concreto.
Microorganismos patogênicos (bactérias, vírus e protozoários) são introduzidos
junto com matéria fecal de esgotos sanitários e podem alcançar o ser humano por meio
de ingestão. Para detectálos existem os indicadores padrão, como as bactérias
coliformes fecais (a mais usada Escherichia coli) que embora não sejam patogênicas, a
presença delas indica que a água recebeu matéria fecal e pode estar contaminada. Estes,
foram escolhidos como indicador pois não existem em nenhum outro tipo de matéria
orgânica, algumas só são encontrados na água, tem resistência ao meio e sua
caracterização é feita de um modo simples.

Índice de qualidade de água : O IQA é uma média harmônica ponderada de


N
um conjunto de indicadores específicos. IQA = ∏ qi
i =1
wi
onde N é o número de

parâmetros, qi é o valor do parâmetro em uma escala de 0-100 e wi o peso atribuído ao


parâmetro.

8.6 Abastecimento de água

Para o abastecimento é definido um Padrão de Potabilidade que são conjunto de


valores máximos permissíveis (VMP) racterísticas de qualidade destinada ao consumo
humano. Seus valores limites devem ser mantidos em constante revisão.
Fazem parte de um sistema de abastecimento: manancial (fonte), captação,
adução (tubulações sem derivação que liga a captação ao tratamento ou ao reservatório),
tratamento, reservatório de distribuição e rede de distribuição.
Não é necessário que a água do manancial respeite a Padrão de Qualidade. Para
atendê-lo é feito o tratamentoque pode ter fins higiênicos, estéticos e econômicos.

Tratamento Descrição
Sedimentação Remoção da matéria em suspensão
Coagulação Introduz produtos químicos para formar flocos de impureza de fácil
remoção
Filtração Remover impurezas muito leves
Desinfecção Destruição de organismos patogênicos através da aplicação de cloro e
seus compostos
Remoção da Produto químicos adicionados para a precipitação de cálcio. Chama-se
dureza abrandamento
Aeração Remove substâncias voláteis
Remoção de ferro e Somente feito se houver alta concentração
manganês
Remoção de sabor e odor
Controle de corrosão
Fluoretação Concentração de fluoreto para dar à população maior resistência a
cáries dentárias.
8.7 –
A escassez da água pode ocorrer em regiões onde os recursos hídricos são abundantes, mas
insuficientes para atender a demanda excessiva. Essa escassez tem levado à busca por recursos hídricos
de bacias adjacentes, aumentando o custo da utilização da água. Nessa condição, o conceito de
‘substituição de fontes’ torna-se uma boa solução, uma vez que ela determina a qualidade da água a ser
utilizada como sendo dependente de sua finalidade.
1)Formas Potenciais de Reuso
A presença de organismos patogênicos e de compostos orgânicos sintéticos na
grande maioria dos efluentes disponíveis para reuso faz com que sua recuperação com o
objetivo de se obter água potável seja inviável. Para implementar o reuso urbano para
fins potáveis, é necessário obedecer os seguintes critérios:
- não utilizar conexão direta com efluentes de uma estação de tratamento de esgotos a
uma de tratamento de águas;
- deve-se fazer um reuso indireto, que consiste na diluição dos esgotos, após
tratamento, em um corpo hídrico (lago ou reservatório) não poluído, no qual após
tempos de detenção longos, é efetuada a captação, seguida de tratamento e posterior
distribuição;
- o reuso só pode ser praticado tendo como matéria prima básica esgotos
exclusivamente domésticos.
Para usos urbanos não potáveis, os riscos envolvidos com o reuso são menores. Eles podem ser
utilizados para: irrigação de parques e jardins; reserva de proteção contra incêndios; descarga
sanitária de banheiros público e de edifícios comerciais; etc.
Os problemas associados ao reuso urbano para fins não potáveis são os custos
elevados de sistemas duplos de distribuição, dificuldades operacionais e riscos de
conexões cruzadas.
Os custos elevados da água para as indústrias têm as levado a avaliar
possibilidades internas de reuso e a compra de efluentes tratados a um preço inferior ao
da água potável. Nas indústrias, o potencial de aproveitamento do reuso está em: torres
de resfriamento; caldeiras; construção civil; processos industriais; etc.
Diante das grandes vazões envolvidas, deve-se dar grande atenção ao reuso para
fins agrícolas. O uso de esgotos para irrigação aumentou devido a: dificuldade de se
encontrar fontes alternativas de água; custo elevado dos fertilizantes (as águas de reuso
contém materiais orgânicos e nutrientes que chegam a eliminar a necessidade da
aplicação de fertilizantes nesses solos); a segurança de que os riscos à saúde e impactos
sobre o solo são mínimos; etc. Porém, há alguns efeitos negativos na utilização de
esgotos para a irrigação, como: poluição, principalmente por nitratos, de aqüíferos
subterrâneos; acúmulo de contaminantes no solo; dependendo das características do
esgoto, acumulo de compostos tóxicos, orgânicos e inorgânicos e ao aumento da
salinidade do solo, em prática por períodos longos; etc
2) Recarga de Aqüíferos
Os aqüíferos subterrâneos são continuamente realimentados por zonas ou áreas
de recarga ou por irrigação ou precipitações, o que, eventualmente, pode resultar em
poluição de suas águas. A recarga de aqüíferos com efluentes tratados tem por objetivo:
prevenir a intrusão de cunha salina em aqüíferos costeiros, proporcionar tratamentos
adicional de efluentes para uso futuro, aumentar a disponibilidade de água em aqüíferos
potáveis ou não potáveis, etc
8.8 – Tratamento de Esgotos
O esgoto é classificado em:
- esgoto sanitário: despejos líquidos constituídos de esgotos domésticos e industriais
lançadas na rede pública e águas de infiltração. Possuem características bem
definidas;
- Resíduo líquido industrial: esgoto resultante dos processos industriais. Possui
características específicas, dependendo do tipo de indústria – requer tratamento e
disposição isoladas.
1) Partes constituintes dos sistemas de esgotos sanitários
- Coletores: predial – canalização que conduz os esgotos sanitários dos edifícios;
secundário ou de esgotos – recebe efluentes dos coletores prediais – e tronco –
canalização principal, que recebe vários efluentes dos coletores secundários,
conduzindo-os a um interceptor.
- Interceptores: canalizações de grande porte que interceptam o fluxo dos coletores
com a finalidade de proteger cursos de água, lagos, praia, etc, evitando descargas
diretas.
2) Os esgotos sanitários e o meio ambiente
É importante conhecer o esgoto tanto quantitativa quanto qualitativamente, pois essas características
dependem de dados bastante importantes de uma comunidade, como: hábitos e condições sócio-
econômicas; existência ou não de ligações clandestinas; custo e medição da água distribuída; estado de
conservação dos aparelhos sanitários e vazamentos; etc.
É de suma importância o tratamento adequado do esgoto, pois ele elimina a presença de agentes
patogênicos, tais como vírus, bactérias, vermes, etc, que podem causar diversas doenças relacionadas à
alimentação e a infecções nos seres humanos, principalmente em regiões mais pobres, onde a rede pública
de esgotos não é amplamente desenvolvida.
3) Processos e grau de tratamento de esgotos
- Remoção ou transformação das características dos esgotos:
- sólidos grosseiros em suspensão: por crivos, grades e desintegradores.
- sólidos grosseiros sedimentáveis: por caixa de areia e centrifugadores.
- óleos, graxa e substâncias flutuantes análogas: por tanques de retenção de
gorduras, tanques de flotação e decantadores com removedores de escuma.
- material miúdo em suspensão: por tanques de flotação, tanques de precipitação
química e filtros de areia.
- substâncias orgânicas dissolvidas, semidissolvidas e finamente divididas: por
irrigação de grandes superfícies, filtros biológicos, lagoas de estabilização,
tanques de lodos ativados, tanques sépticos e valos de oxidação.
- odores e controle de doenças transmissíveis: por cloração, reagentes químicos e
instalações biológicas.
4) Processos de tratamento em função da eficiência das unidades
- Tratamento preliminar
- remoção de sólidos grosseiros, remoção de gorduras, remoção de areia.
- Tratamento primário
- decantação, flotação, digestão do lodo e secagem do lodo.
- Tratamento secundário
- filtragem biológica, processos de lodos ativados, decantação intermediária ou
final e lagoas de estabilização.
- Tratamento avançado
- remoção de nutrientes e remoção de complexos orgânicos.

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