You are on page 1of 27

o

0DSXWRGH-XQKRGH‡$12;;9‡1o‡3UHoR0W‡0RoDPELTXH

log
'HSRLVGDVÁRUHVWDVFKHJRXDYH]GDSHVFD

ció
so
um
de
io

Pág. 2 e 3

Macomia a ferro e fogo


ár

&DWDQDVDUFRVHÁHFKDV
para vigilância popular
Di

Pág.

ág. 4 e 5

LOTARIA PRÓXIMA, 24ª EXTRACÇÃO DA LOTARIA 16/06/2018


23ª EXTRACÇÃO 1º PRÉMIO -1.000.000,00MT

1º - 31412 - 1.000.000,00MT PREVISÕES DE

JACKPOT
2º - 11534 - 50.000,00MT 1 PR MIO DE TOTOBOLA - 583.121,85MT

3º - 25160 - 25.000,00MT 1 PR MIO DE TOTOLOTO - 1.444.080,20MT
 
  VALOR DO 1º PRÉMIO DO JOKER - 250.000,00MT
"!$&% - 01-//
-   
'''.$"""."  (%#"-& "# $% )32
TEMA
TEMADA
DASEMANA
SEMANA
2 Savana 15-06-2018

“Amigos” chineses nas Pescas

'DVÁRUHVWDVDRPDU
Por Armando Nhantumbo

o
O
s recursos pesqueiros do põem em perigo o ecossistema,
país podem estar a saque com embarcações sem casas de ba-
pelos “irmãos” chineses. nho e com ccães a bordo.

log
Fontes ligadas ao sector Há ainda relatos de que parte
traçam um quadro sombrio sobre considerável do pescado é descar-
o futuro da indústria, com relatos regada no Porto de Nacala, sem
de entrada massiva de operadores presença adequada dos serviços de
chineses no sector, que, alega- controlo e fiscalização, como fiscais
damente, operam ao arrepio das e inspectores do Instituto Nacional
normas que regulam a actividade. de In
Investigação Pesqueira (INIP).
Entretanto, a directora-geral da As descargas em Nacala terão co-
Administração Nacional das Pes- meçado mesmo durante o período

ció
cas, Cláudia de Sousa, desdrama- de veda, com as operações a serem
tiza o caso e diz que a presença chi- apenas testemunhas pelas Alfân-
nesa resulta de joint-ventures com degas e pelo pessoal fitossanitário
armadores nacionais. do sector da Agricultura.
A nove de Fevereiro último, por
Fontes conhecedoras do sector exemplo, a embarcação com a refe-
alertam mesmo que, se medidas rência Chang66 terá descarregado
urgentes não forem tomadas para 229,43 toneladas e a 28 de Abril
travar os chineses, o que pode
acontecer no sector das pescas é
o que está a acontecer no sector
madeireiro, que está a ser devasta-
do por chineses, nalguns casos em
conluio com as autoridades mo-
çambicanas. de Sofala, que é um ecossistema
so
Embarcações de bandeira chinesa em força nas águas moçambicanas
12 milhas da costa. turas, com o camarão a escassear e
foi a vez da Winfar descarregar
229,62 toneladas, todas mercado-
rias com destino à Taiwan.
Outras três embarcações terão
atracado entre finais de Maio e
princípios de Junho no Porto de
Nacala.
Uma das formas de entrada dos privilegiado, por possuir o melhor Por outro lado, avançam as nos- até mesmo o peixe para compensar Fontes do sector alertam para o
chineses no sector tem sido a cria- camarão do país. sas fontes, as embarcações usadas as operações, com o agravante de risco de os desmandos levarem
ção de parcerias com moçambica- Moçambique a perder acesso a
um
Na presente campanha 2018, por pelos chineses são de capacidades as taxas de licença terem disparado.
nos, para contornar a força da lei exemplo, cinco embarcações de elevadas, chegando a 400 toneladas Ainda assim, as embarcações, com mercados dos seus produtos pes-
que estabelece que a participação pesca fizeram arrasto de peixe no cada, contra os camaroneiros dos tripulantes e marinheiros maiorita- queiros, como a União Europeia.
moçambicana tem de ser de 50% Banco de Sofala para além das seis armadores nacionais que pescam, riamente chineses, usam portas de Outro cenário que terá criado es-
para que a empresa opere nas águas milhas, uma grosseira violação da em média, 100 toneladas por bar- ferro e não de madeira, destruindo tranheza no sector foi a presença,
moçambicanas como empresa de alínea c), do número 1, do Artigo co. Apontam a situação como uma assim os fundos marinhos e corais. ainda este ano, de 14 embarcações
bandeira nacional. 41, do Regulamento  Geral da  Pes- grande pressão sobre os recursos Trata-se de uma violação à legisla- industriais de bandeira chinesa,
O rol das violações vai desde o uso  Marítima, que fixa que o arrasto
ca Marítima, pesqueiros, contrariando o esfor- ção moçambicana que estabelece o que estiveram atracadas no Porto
de práticas nocivas à exploração de peixe para frota industrial, na- ço empreendido nos últimos anos uso de portas de madeira no Banco de Pescas de Maputo, equipadas
sustentável dos recursos pesquei- quele ecossistema que se estende para reduzir o esforço de pesca. de Sofala. com vários tipos de artes de pesca e
ros até ao exercício da pesca em desde a província de Sofala, até Aliás, operadores da pescaria de As questões ambientais e higié- com tripulação estrangeira.
zonas não autorizadas, incluindo Nampula, passando por Zambézia, camarão ouvidos pelo Jornal já co- nico-sanitárias inadequadas para Trata-se de embarcações que
de

na região designada como Banco só pode ser exercido


cido para além de meçam a se queixar de fracas cap- o exercício da actividade também causavam congestionamento

7rPPHGRGDFRPSHWLomR²GLUHFWRUDGDDGPLQLVWUDomRGHSHVFDV

P
ara a directora-geral da argumenta a dirigente que Mo- Administração Nacional de Pescas do desenvolvimento da pesca”,
çambique tem um forte manancial respondeu que é preciso se ter uma desabafou.
io

Administração Nacio-
nal de Pescas, não se de recursos que não estão a ser ex- visão de expansão e Nacala aparece Referiu que as embarcações em
trata de presença de chi- plorados para o abastecimento do como uma dessas zonas de expan- causa foram autorizadas a fazer
neses no país, mas de embar- mercado nacional, senão a pesca são. pesca para além das 12 milhas,
cações chinesas afretadas por ilegal que continua a dizimar re- “Não descarregou nenhuma em- ou seja, entre 14 a 20 milhas.
empresários moçambicanos, cursos adstritos ao país, incluindo barcação sem controlo, isso nem é “São embarcações grandes, são
ár

da mesma forma que existem o atum. possível, que uma embarcação de embarcações chinesas, mas são
embarcações espanholas, sul- É preciso recordar que em 2013, o pesca vá descarregar sozinha sem embarcações que são afretadas
icanas, das Ilhas Seychelles
-africanas, Governo moçambicano, na altura presença de fiscais”, reagiu. por empresas nacionais. Então,
ros países.
e de tantos outros encabeçado
encabeç por Armando Guebu- Admitiu que o porto de Nacala não são embarcações de um
za, endividou o país junto ao Credit não é tão desenvolvido como o da chinês que acordou e dirigiu-
“Nós não temos empresas chi- Suisse com USD 800 milhões, parte Cláudia dos Santos Beira ou Maputo, mas disse que é -se a Moçambique para vir se
Di

nesas como se tem estado a das chamadas dívidas ocultas, ale- um porto com condições para as licenciar, mas um empresário
dizer, temos empresas de mo- gadamente, para o reforço da pesca embarcações chinesas que estão a descargas. moçambicano que teve oportu-
çambicanos que afretaram em- do atum, através da Empresa Mo- ser operadas por empresas moçam- Foi quando questionamo-la sobre nidade de ter acesso a um joint-
barcações chinesas”, rebateu çambicana de Atum (EMATUM), bicanas”. as 14 embarcações que estiveram -venture com uma embarcação”,
antos.
Cláudia dos Santos. uma das três que empurraram o Sobre a propriedade das cinco em- atracadas no Porto de Pescas de sublinhou.
Explica que, na verdade, o que país para a actual crise económica. barcações que, recentemente, fize- Maputo com bandeiras chinesas Questionada sobre a quota de
tem estado a acontecer é que, ram arrasto de peixe em zona não que a directora respondeu que, na participação chinesa na indús-
nos últimos tempos, o Governo Sobre as infracções autorizada, dentro do Banco de verdade, os armadores actuais na tria pesqueira no país, a dirigen-
tem mobilizado os armadores A dirigente reconheceu a prática Sofala, limitou-se a dizer que “não pesca temem a competição. te rematou: “nós temos acordos
nacionais a criarem sinergias, de infracções por parte de algumas temos embarcações que não estão “No processo de nós apelarmos de cooperação com a China e
incluindo joint-ventures com empresas, mas que têm sido ins- identificadas, são embarcações que para um desenvolvimento…há até a nível superior são incen-
empresas estrangeiras, como truídos os devidos processos. estão licenciadas por empresas mo- algum medo de alguma competi- tivados investimentos chineses
forma de aumentar os níveis de Questionada sobre o perfil das em- çambicanas”. ção que existe nos armadores que em Moçambique. Agora, no
captura do manancial existente barcações que mais infracções co- Em relação à descarga de pescado existem, neste momento, na pesca sector das pescas, ter uma quota
para além das 12 milhas. metem, Cláudia de Sousa admitiu sem a devida inspecção no Por- sobre o que, possivelmente, possa adstrita à China, penso que não
Mesmo sem precisar números, que “algumas dessas são as ditas to de Nacala, a directora-geral da acontecer em termos de expansão é por aí que temos de analisar”.
TEMA DA SEMANA
Savana 15-06-2018 3

no local, dificultando a atracagem comparação com o idêntico perío-


das embarcações licenciadas para do do ano anterior.

(1,H([[RQ0RELOQHJDP
descarga e aprovisionamento, antes China é também o maior financia-
da sua remoção em Maio último. dor e construtor de infra-estrutur-
Não é a primeira vez que acusações as em Moçambique, de que são ex-
de desmandos são imputadas a ci- emplo a ponte Maputo-Katembe,

DFRUGRVREUHVHJXUDQoD
dadãos de nacionalidade chinesa a estrada circular de Maputo, a Es-
no país. Um estudo da Agência de trada Nacional número 6 e o porto

o
Investigação Ambiental, organi- de pesca da cidade da Beira, disse o
embaixador da China no país.
zação não-governamental do Rei-

A
no Unido, denunciou, em 2013, a
Fortes interesses s multinacionais italiana ENI e norte- com o consórcio da companhia italiana para a pres-

log
exploração ilegal de madeira por
É preciso ainda sublinhar que no -americana Exxon Mobil negaram notí- ão de serviços de segurança.
tação
empresas chinesas com conivência sector das pescas, que em 2017 cias dando conta de que as suas operações Na altura, a mineira brasileira Vale também negou
de altos quadros do governo mo- contribuiu com 10.3% no Produto na bacia do Rovuma terão a protecção da qualquer acordo com a ProIndicus para a sua pro-
çambicano. Interno Bruto (PIB), ao produ- empresa Pro6, uma joint-venture entre a ProIn- tecção.
Intitulado “Conexões de primeira zir 340,210 toneladas de pescado, dícus e a Lancaster 6 Group, do norte-americano A AMI noticiou recentemente que a Pro6 deu ga-
classe: contrabando, corte ilegal de convergem fortes interesses da elite Erik Prince. rantias ao Governo moçambicano de que em 90
madeira e corrupção em Moçam- política nacional. dias podia acabar com a insurreição supostamen-
bique”, o estudo apontava o então O antigo presidente da República, A Pro6 foi criada em Janeiro deste ano e tem a sua te “jihadista” que flagela alguns distritos de Cabo
ministro da Agricultura, José Pa- Armando Guebuza, por exemplo, sede na rua Valentim Siti, onde estão também as Delgado.

ció
checo, hoje ministro dos Negócios esteve envolvido no sector através sedes da ProIndicus e MAM, empresas em falência A Zitamar contactou o presidente da ProIndicus,
Estrangeiros e Cooperação, e o na da Mavimbe, uma empresa de que ias das chamadas dívidas ocultas.
e beneficiárias José Manuel Gopo, mas declinou qualquer comen-
altura seu antecessor, Tomás Man- se desvinculou em 2008. Uma análise da Africa Monitor Intelligence (AMI) tário sobre o assunto, remetendo o assunto ao seu
dlate, como estando no “esquema” O antigo ministro da Ciência e veiculou, recentemente, que a Pro6 chegou a acordo
antecessor, António Carlos do Rosário.
de contrabando de madeira, através Tecnologia, Louis Augusto Pelem- com os consórcios que vão produzir gás natural na
Ainda não foi possível confirmar que Erik Prince
be, é um dos sócios da Louis In- Bacia do Rovuma, para a protecção das actividades
da facilitação na exportação ilegal é o director do L6G, mas sabe-se que o CEO da
ternacional Lda, uma empresa cujo de gás.
dos recursos. firma, Christaan Durant, trabalhou de perto com
objecto é a exploração pesqueira O texto adiantava que a empresa de segurança vai
“Quando o ministro ( José Pache- semi-industrial, processamento, Prince na Frontier Service Group (FSG), empre-
igualmente ajudar no combate aos grupos armados
co) não tem dinheiro vem buscar sa chinesa de segurança e logística que o primeiro
em mim. Eu e ele somos como
irmãos”, disse um empresário chi-
nês proprietário da empresa de im-
portação e exportação de madeira
para Ásia, que tratava José Pacheco
como “um amigo e irmão”.
conservação e distribuição de pro-
dutos pesqueiros.
António Carlos do Rosário, o to-
do-poderoso agente dos serviços
secretos e presidente do Conse-
lho de Administração (PCA) da
EMATUM, Proindicus e MAM, é
so
que têm protagonizados ataques em alguns distritos
de Cabo Delgado.
Ao portal Zitamar, a ENI e a Exxon Mobil rejei-
taram qualquer acordo com a Pro6. A Anadarko
declinou qualquer comentário sobre o assunto, as-
sinalando que não discutem em públicos matérias
sobre segurança.
dirigiu.
Durrant era responsável pela divisão de aviação da
FSG até ser expulso em 2015, na sequência da des-
coberta de que ele e Erik Prince usaram recursos
da companhia para operar uma empresa de aviação
civil.
um dos sócios da Vitapesca, Lda, Uma outra empresa citada como signatária do re- Christaan Durant considerou a análise da AMI
China: o maior credor uma empresa do sector criada em ferido acordo, a Spectrum não se pronunciou sobre “fake news” e cheia de falhas. Em Dezembro do ano
bilateral 2012. o tema. passado, a FSG assinou com a EMATUM, também
um
A China é o país que mais volume Os combatentes da Luta de Liber- Em 2016, a ENI já havia desmentido o presidente envolvida nas dívidas ocultas, um acordo de fusão,
de crédito concedeu a Moçam- tação Nacional também estão no da ProIndicus, António Carlos do Rosário, que afir- criando a Tunamar.
bique, tendo atingido em 2016, negócio através da ACLLN, Lda, mou perante a Comissão Parlamentar de Inquérito A Tunamar vai dedicar-se à pesca de atum e ao
um total de 1.698,6 milhões de uma sociedade de quotas fundada que a firma moçambicana havia chegado a acordo combate à pesca ilegal.
dólares, uma variação de 3.9% em em Junho de 2013.
de
io
ár
Di
TEMA DA SEMANA
4 Savana 15-06-2018

FDS em risco de perder o controlo da situação em Cabo Delgado…

&DWDQDVDUFRVHÁHFKDVSDUDYLJLOkQFLDSRSXODU
Por Borges Nhamire (Texto) e Emidio Jozine (Fotos), em Macomia

o
C
om pelo menos um ataque “Há certas pessoas (atacantes)
a ocorrer a cada dois dias que são locais, foram filhos deste
bairro”, assegura o secretário da

log
numa aldeia de um distri-
to de Cabo Delgado, a si- Frelimo.
tuação ficou, aparentemente, fora “Aqui na margem”, diz gesticu-
do controlo das Forças de Defesa lando, apontando o lado onde se
e Segurança (Polícia, Forças Ar- localiza uma das casas dos jovens
madas e Serviço de Informação e que terão saído do bairro para vi-
Segurança do Estado). A popula- ver nas matas e atacar a população
ção sente-se insegura e clama por – “aquando do início, houve esses
armas de fogo para se defender elementos que diziam que são

ció
dos “al-shabaab”, que fazem ata- muçulmanos. Mas nós informa-
ques violentos com muitas mortes mos o (governo) distrito que, pela
brutais, quase todas com assina- nossa maneira de ver, esses não são
tura à “Estado Islâmico”. religiosos. Têm objectivo qualquer.
Mais tarde quando alertámos isso,
O distrito de Macomia, situado surgiu o conflito de Mocímboa da
200 quilómetros a norte da capital Praia. Os pais destas pessoas ainda
provincial Pemba e 220 quilóme- estão aqui no bairro”, diz apontan-
tros a sul de Palma, foi palco do do de novo a direcção das casas.
mais hediondo ataque de jihadis-
tas, de uma única vez. Sete mortos
por decapitação, 164 casas e cinco
viaturas incendiadas, dezenas de
cabritos queimados vivos, zero
detidos, é o balanço do ataque
ocorrido na noite de 4 para 5 de
pouco por todas as localidades da
região. Pediu a população para
so
Na aldeia de Naunde, pessoas cujas casas foram destruídas abrigam-se em baixo de árvores
ção inunda a pequena vila atraves-
sada pela Estrada Nacional 380,
mentos das FADM.
F
Se a presença massiva das FDS no
De facto, em Macomia, todas as
pessoas abordadas pelo SAVANA
afirmam que a maioria dos ata-
cantes saíram do distrito para as
matas, com promessas de receber
dinheiro. Mas não dizem quem é
confiar nos militares e manter-se para comércio informal, as pessoas distrito não ameaça os jihadistas, que faz promessas. No mercado
Junho, na aldeia costeira de Naun- nas aldeias, mas os atacantes não desaparecem
ecem com o pôr do sol. O que continuam a atacar aldeias local as pessoas apontam algumas
de, posto administrativo de Mu- dão trégua. governo local decretou recolher com cada vez mais frequência, a barracas que tinham como pro-
um
cujo, 60 quilómetros da vila-sede Na terça-feira, 12 de Junho, cinco obrigatório a partir de 21 horas, população local também não se prietários jovens que agora estão
de Macomia. dias depois do ministro ter visita- através
és de mensagens difundidas sente segura ainda com a presença nas matas.
Dia 7 de Junho outro ataque na do o distrito, outra aldeia da zona em comícios públicos. É o que dos militares. Prefere andar arma- “Um deles vendeu aquela barra-
aldeia de Namaluco, distrito de costeira de Macomia foi atacada e acontece em quase toda a provín- da para se defender. Usa catanas, ca por 25 mil meticais e desapa-
Quissanga, mas a apenas 20 quiló- uma pessoa decapitada. O ataque cia. A partir de 20 horas, militares arcos e flechas. receu. Onde você acha que foi?”,
metros da vila-sede de Macomia, ocorreu em Nathuko I, posto ad- empunhando armas de guerra de “Não sabemos o que fazer. A zona questiona um jovem vendedor de
deixou cinco mortos. ministrativo de Quiterajo, cerca de tipo bazuca ocupam posições es- está agitada. Nas noites ninguém recargas de telefonias móveis, es-
A 8 de Junho, o ministro do In- 50 quilómetros de Naunde. Mais tratégicas da vila. apanha sono. Estamos sempre perando ouvir de nós a resposta de
terior, Jaime Basílio Monteiro, uma vez, ninguém foi detido no A subestação eléctrica de Maco- acordados escutando donde apa- que “está nas matas”.
visitou a aldeia de Naunde e ou- local. mia – à entrada da vila no sentido recerá o inimigo”, conta Hassane “É disso que falamos à população.
tras localidades costeiras de Cabo Na vila-sede de Macomia, o am- sul-norte, as bombas da Puma, a Rábuna, primeiro secretário do Aquele que sabe que o seu filho
de

Delgado. Instalou posições das biente que se vivee é de guerrilha. agência local do BCI, a Pensão Comité de círculo do partido Fre- está no mato, queremos que se
Forças de Defesa e Segurança um Enquanto durante o dia, a popula- MM, são guarnecidos por ele- limo, no bairro Nanga A, vila-sede apresente aqui e dizer que ‘o meu
de Macomia. filho está no mato’ e definir como

'HVDSDUHFLGRVQRFRUWHGHOHQKD
O dirigente partidário reuniu a fazer com este filho que está no
população para orientá-la a ser vi- mato quando a gente capturá-lo.

O
gilante e defender-se. Porque quando eles chegam aqui,
s militares posiciona- A Polícia referiu que, depois do de alimentos para os militantes “Estamos a alertar a população estão sempre a assassinar pessoas.
dos em diversas locali- primeiro ataque a 5 de Outubro de que estão nas matas. para ver donde ocorrem estas si- Nós também, se os encontramos,
dades de Macomia são 2017, no distrito de Mocímboa da “Há mulheres que foram detidas tuações. Assim como estamos não temos outra alternativa, temos
amigáveis. Conversam
io

Praia, mais de 300 pessoas foram e levadas para Pemba, porque indefesos, estamos sem armas, de fazer o mesmo que eles andam
com todos e sobretudo com as detidas. A Procuradora Geral da ajudavam a fornecer comida aos precisamos de armas para nos de- a fazer”, diz Hassane Rabuna.
mulheres, mas a população de República disse aos deputados, em atacantes. Mas foram restituídas
fender”, disse Hassane Rabuna. Na estrada de terra batida que
Macomia reporta muitos casos Abril passado, que havia apenas 153 à liberdade pelo Ministério Pú-
blico. Voltaram para aqui, mas O dirigente do partido governa- parte da vila-sede de Macomia,
de detenções arbitrárias e de arguidos em conexão com o ataque
depois desapareceram. Onde mental também apela aos pais dos atravessando a densa floresta do
pessoas que desapareceram nas em Mocímboa da P Praia.
ár

mãos da polícia ou dos milita- Localmente há explicações sobre o estão?”, questiona um ancião jovens que se juntaram aos “al- Parque Nacional das Quirimbas,
res. paradeiro das restantes pessoas que de Macomia e dá o seu palpite: -shabaab” para denunciar os seus até ao posto administrativo de
A população conta que familia- tinham sido detidas, mas não foram “voltaram para as matas para filhos, pois assegura que muitos Mucojo, cerca de 45 quilómetros
res de jovens que, supostamente, constituídas arguidas. ajudar os seus maridos”, explica. atacantes são locais. da vila-sede de Macomia, encon-
abandonaram suas casas para se “Muitos atacantes e acusados de Antes de Outubro do ano pas-
sado, Moçambique não aparecia
juntar aos jihadistas foram qua- cúmplices foram mortos e seus cor-
no mapa de ameaças jihadistas.
Di

se todos detidos e muitos não pos enterrados em vala-comuns”,


Porém, um ataque numa mes-
se sabe onde estão. São levados conta um agente da Polícia de trân-
quita, em Mocímboa da Praia,
pela Polícia para “cortar lenha e sito que trabalha num check point gerou uma onda de pânico e
nuncaa mais voltam”, conta um ao longo da estrada de Pemba para medo. Agora, os ataques pro-
morador de Macomia sobre os Macomia. gridem para o sul da província
desaparecidos. “Muitos que são encontrados nas e, na tarde desta quarta-feira, o
“Acreditámos que muitos ino- matas são limpados lá mesmo, até pânico tomou conta do centro
centes foram mortos. Os milita- porque a Ministério Público man- da capital provincial, Pemba, por
res andam irritados com os ata- da libertar estes que depois voltam causa de um suposto assalto a
ques e todas as pessoas suspeitas para as matas”, conta um morador um supermercado recheio.
de colaborar com os atacantes, da vila de Macomia. “As pessoas vivem em pânico e
dando-lhes comida e informa- A população de Macomia relata qualquer falso alarme é capaz de
ção, são detidas e muitas vezes que há mulheres entre os atacantes. paralisar uma cidade. Foi o que
desaparecem”, conta um jovem O papel das mulheres é suposta- aconteceu em Pemba”, comen-
vendedor de uma barraca na vila mente de fazer reconhecimento nas tou ao SAVANA um polícia no
de Macomia. comunidades e garantir a logística local.
Joaquina Nordine, Administradora de Macomia
TEMA DA SEMANA
Savana 15-06-2018 5

ram as casas e deceparam cabeças do colono, saímos lá do mato para Os militares ajudavam a popula- ção de Macomia, que juntou o que
dos mortos. aqui. Vou ficar aqui”, conta o ido- ção a remover as estacas que se- tinha para ajudar os seus irmãos
“Cortaram a cabeça dele (Alimo), so. riam usadas para reerguer as casas. de Naunde. Ao nível do Governo
espetaram num pau, assaram com Visitamos Naunde, uma semana “Precisamos de comida, cober- de Cabo Delgado, também com-
o fogo do carro que estava a quei- após o ataque. A população ain- tores e mais estacas para recons- pramos alimentos para as pessoas
mar e foram deixar no mercado”, da não havia recebido ajuda para truirmos”, conta o secretário do que perderam tudo aqui e para os
conta Narciso Cassimo ancião da além de militares que davam apoio Bairro, Maurício Miranda. que se deslocaram para a Ilha do
aldeia (na foto com camisete azul) na remoção de estacas soterradas No mesmo dia, a administradora Ibo”, afirmou a administradora.

o
que assistiu aos atacantes a quei- pelos escombros das casas quei- de Macomia, Joaquina Nordine, A ajuda é uma gota de água no de-
mar a sua casa com 27 cabritos madas. As habitações de Naunde, visitou a aldeia e trouxe um ca- serto, mas foi recebida com alegria
dentro do curral e todos os bens. como em toda a região, são de pau mião cheio de alimentos, vestuá- pela aldeia. É um primeiro passo
Narciso Cassimo Os atacantes de Naunde ficaram maticado e cobertura de capim. rios, estacas e alguns utensílios paraa recomeçar a vida, na esperan-

log
na aldeia por três horas. Muitos Com o incêndio, queimou a co- domésticos. ça de que ninguém mais volte a
tramos muitos homens a cami- moradores locais descrevem como bertura, mas as estacas salvaram. “Esta é a solidariedade da popula- semear terror.
nhar, sozinhos ou acompanhados, eles são e como agiram.
mas empunhando arcos e flexas. “Falavam em Swahili, Kimwani.
“É para me defender dos Al- Diziam que não querem mulhe-
-shabaab”, diz um velho a quem res e crianças. Apenas matam ho-
perguntamos porque razão trazia mens”, disse uma moradora local.
arco e flecha. De facto, apenas homens e jovens
“Se o atingir com esta flecha, mor- do sexo masculino são decapitados

ció
re no momento. Tem veneno de pelos atacantes. São raros casos de
cobra”, assegura sem soltar sequer mulheres mortas nestes ataques.
um sorriso. “Eles quando encontram mulhe-
De facto, na aldeia de Naunde, a res, passam, dizem que estão em
população tentou se defender dos busca de homens”.
atacantes, na noite em que sete
pessoas foram decapitadas. Com Finalmente a ajuda
catanas e flechas, os homens ten- Depois do ataque do dia 5, mui-
taram defender a aldeia contra a
invasão, mas a resistência foi que-
brada com o disparo de armas pe-
los atacantes.
“Nós fomos avisados que os ata-
cantes vinham à nossa aldeia. Fi-
camos a vigiar, mas eles engana-
tas pessoas fugiram da aldeia de
Naunde, a maioria para a Ilha de
Ibo e para a vila-sede de Maco-
mia. Mas muitos também perma-
necem na aldeia.
Narciso Cassimo é um dos que fi-
cou na vila para reconstruir a sua
so
ram-nos e entraram do lado do casa e continuar com a vida. “Não
mar. Quando entraram na aldeia, vou sair daqui. Vou sair daqui para
um
gritaram ‘ladrão, ladrão’, falavam onde? Vivo aqui desde a guerra
em Kimwani. As pessoas correram Militares ajudam na reconstrução de casas destruídas pelos malfeitores
para ver quem é o ladrão e come-
çaram a ser atacadas por catanas”,
conta Maurício Miranda, secretá-
rio da Aldeia (na imagem de ca-
misete verde).
Os homens da aldeia saíram em
defesa dos que estavam a ser ata-
cados, porém o confronto durou
pouco tempo.
“Eles dispararam arma de fogo,
de

atingiram o Alimo no pé e logo a


população dispersou-se”, conta.
Furiosos, os atacantes incendia- Maúrício Miranda
io

Uma das 160 casas queimadas em Naunde


ár
Di

Ajuda chegou a Macomia Bens destruídos em Macomia


SOCIEDADE
6 Savana 15-06-2018

Conteúdo local divide Governo e sector privado


Por Argunaldo Nhampossa

C
om objectivo de partilhar dos os intervenientes saem a ganhar. “lobby de corredor”. É conhecido
experiências no sector de “Ainda não chegámos à fase de ma- o desdém do ministro Ragendra
turação e há uma grande demanda para com “os empresários sem ca-

o
petróleo e gás, Moçambi-
que e o Brasil realizaram, de todos os serviços, como varredo- pital”, que apelida de “empresários
esta quarta-feira, o primeiro semi- res de casa, empregados domésticos, de cartão de visita”. Na África do
nário sobre a matéria na qual so- carpinteiro, serralheiros. Sem co- Sul, a política de “black empower-
ment”, a promoção administrativa

log
bressaiu o debate sobre o conteúdo meçar de baixo nada cresce. Depois
local (CL). temos a demanda de serviços como empresar
do empresariado negro gravitando
catering que é fundamental que se- em torno do ANC (Congresso Na-
Com alguma surpresa, o governo jam empresas certificadas”, disse. cional Africano), tem sido abalada
com marca Frelimo entende que o De seguida justificou a necessidade sucessiv escândalos e abusos
por sucessivos
CL não deve ser feito por decreto, de certificação recorrendo ao exem- e pela grande ineficiência do sector
mas sim pela combinação de capital, plo de intoxicação numa plataforma empr
empresarial público.
trabalho e terra, sendo que os mo- de gás.
çambicanos devem entrar de forma O posicionamento do governante
Doença holandesa
gradual fornecendo serviços básicos Para o Ministro da Indústria e Co-
Seminário Brasil-Moçambique de petróleo e gás reaviva o debate da lei do não está a ser bem acolhido por par-

ció
mércio, com a descoberta de gás,
e só mais tarde é que podem entrar conteúdo local te dos representantes do CTA, que
na gestão. Esta posição não é parti- Moçambique passa a figurar no
alegam que não se explica que em
lhada pelo sector privado, que apon- na cadeia de valor nacional. forte inibidor do investimento ex- mapa mundial como pais promissor,
43 anos de independência os mo-
Para Mucave, o CL deve ser impul- terno no Brasil. mas é preciso ter atenção à chamada
ta que 43 anos depois de indepen- çambicanos devem continuar como
sionador da economia, uma visão Em matéria de CL, a CTA em re- doença holandesa e a crescente mi-
dência “não podemos continuar com serralheiros ou carpinteiros.
que, segundo o mesmo, não é par- séria contra a riqueza de alguns.
este tipo de pensamentos”. presentação do sector privado não A posição cautelosa do governo, se-
tilhado por alguns dirigentes que “Podemos ter um saco de dinheiro
Enquanto o distrito de Palma, que se entende com Executivo. Isto SAVANA, deriva
gundo apurou o SAVANA
compactuam com o tráfico de in- que depois fica desvalorizado. Te-
detém as maiores reservas de gás no porque, segundo o Ministro da In- de duas situações referenciais: por mos que tudo fazer para evitar a
país, cuja exploração é vista como fluências. Entende que a entrada em dústria e Comércio, Ragendra de um lado a opinião frontalmente doença. Já demos sinais muito fortes
uma grande oportunidade para ca-
tapultar o desenvolvimento do país,
é assolada por ataques de insur-
gentes supostamente inspirados no
radicalismo islâmico, em Maputo
os homens de negócios debatem as
oportunidades para distribuição de
vigor daquela lei vai trazer um novo
panorama no mundo de negócios,
mas a sua ausência abre espaço para
se perpetuar o sistema de “boladas”
em que só reina quem tem influên-
cias políticas.
“A implementação do CL tem a
so
Sousa, o CL não pode ser feito via
decreto, mas sim da combinação de
três factores: capital, trabalho e ter-
ra. Segundo De Sousa, não se pode
ser romântico com este assunto por-
que trata-se de um processo longo e
mais do que um decreto, exige um
contrária dos grandes grupos eco-
nómicos externos que não estão
abertos a “abrir o capital das suas
empr
empresas
lado,
por decreto” e, por outro
lado o sector parasitário e rendeiro
que se desenvolveu com a econo-
mia de mercado em Moçambique,
de crescimento. Basta olhar para a
Vale (mineradora de carvão na pro-
víncia de Tete) onde os salários são
mais altos que todos pagos nos dis-
tritos da província de Tete. O carvão
sai, o PIB cresce, os trabalhadores
levam o salário, mas à volta tudo
renda. A japonesa Mitsui confirmou vantagem de que vai aumentar a empresariado local com a vontade a partir do cartão do partido Freli- se mantém e os produtos sobem de
ao SAVANA que por motivos de base de produção do empresariado de aprender, fazer parcerias onde to- mo, do tráfico de influências, e dos preço”, disse.
segurança, no bloco 1, do Rovuma, nacional que, por sua vez, vai contri-
um
liderado pela americana Anadarko, buir o aumento da base tributaria”,

Custo de energia prejudicou


ninguém sai e ninguém entra no disse.
acampamento. O SAVANA apurou que é neste
O vice-ministro dos Recursos Na- ponto onde reside problema, uma
turais e Energia, Augusto Sousa, vez que a CTA exige uma atribuição

negócios no país - CTA


tranquiliza as empresas que operam de 18% de participação nas empre-
em Palma, referindo que as Forças sas, o que levará à entrada de mo-
de Defesa e Segurança estão a dar o çambicanos e as suas empresas no

O
seu máximo para controlar a situa- capital social das empresas estran-
ção e prova disso é que até ao mo- geiras. Entre o sector privado, na s aumentos das tarifas de electricidade de- pela melhoria da sua fiabilidade.
mento ainda não recebeu nenhuma generalidade, não há unanimismo terioram o ambiente de negócios em Mo- “Estes aumentos de tarifas de electricidade incre-
de

informação de paralisação das acti- nesta posição, pois considera-se que çambique e as empresas viram os seus cus- mentaram significativamente os custos para as em-
vidades por motivos de segurança. ela pode estar muito influenciada tos com electricidade a aumentar em mais presas”, diz o documento.
pelas “elites rendeiras” da Frelimo de 100%, refere o estudo “Impacto do aumento das No geral, as empresas estão insatisfeitas com o
“Black empowerment” que vêem na lei uma oportunida- tarifas de electricidade no ambiente de negócios”, fornecimento de electricidade, porque, apesar do
Foi no cair do pano do seminário de de “assaltar” as estruturas das elaborado pela Confederação das Associações Eco- aumento nas tarifas, nada mudou em termos de
que o Ministro da Indústria e Co- empresas de petróleo e gás. A tí- nómicas (CTA). qualidade da energia fornecida.
mércio, Ragendra de Sousa deixou tulo de exemplo, citam o modelo “A principal ilação deste estudo é a necessidade de
o empresariado filiado na Confede- da Vodacom local, onde os grupos Em Novembro de 2015, as tarifas de energia au- melhorar a qualidade da energia eléctrica forneci-
ração das Associações Económicas moçambicanos representados são de mentaram 7% em Novembro, um anos depois hou- da”, refere o estudo.
(CTA) com os nervos à flor da pele. duvidoso mérito empresar
empresarial e têm ve incremento das tarifas, com excepção da tarifa
Liberalização
io

É que está em curso a produção da como denominação comum a sua social, em um metical por KW/hora para os con-
lei do Conteúdo Local e o Minis- ligação ao Partido Frelimo. sumidores de baixa tensão agrícola, 1,42 meticais A CTA defende reformas adicionais no sector de
tério da Economia e Finanças está Para Roberto Furian, ex-director por KW/hora para os consumidores de média e alta energia de modo a facilitar o clima de negócio e a
a dar os últimos toques para que da Agência Nacional de Petróleo do tensão e em 69 centavos para os consumidores de atracção de mais investimento para as indústrias.
nos próximos dias seja submetida ao Brasil, no seu país, o conteúdo lo- média tensão agrícola. “Outra solução para a melhoria da qualidade de
Conselho de Ministros para a devi- cal está incorporado no contrato de
ár

Em Novembro de 2017, registou-se um aumento energia eléctrica passa por liberalizar pequenas
da apreciação. concessão de cada empresa e é divi- das tarifas em 10%. fontes de geração de energia para fornecerem di-
A CTA entende que a lei do CL dido por fases: exploração, desenvol- Nas conclusões da análise, o estudo indica que o rectamente à indústria”, destaca o estudo.
deve se basear em quatro pilares a vimento e produção. Referiu que em Neste sentido, é fulcral para a revisão da lei de elec-
incremento nas tarifas não se reflectiu na melhoria
saber: A formação e capacitação das cada fase há uma percentagem esta- tricidade e a celeridade na regulamentação da Lei
da qualidade, pois persistem os cortes no forneci-
empresas nacionais; a transferên- belecida em função dos investimen- que cria a Autoridade Reguladora de Energia.
mento e oscilações de potência.
cia de conhecimento e tecnologias; tos que tem por fazer, sendo que não Esses passos, prossegue a avaliação, vão permitir a
“A baixa qualidade no fornecimento de energia
Di

Garantias de empregos a todos os havia uma lei generalista. Sublinhou


acarreta custos adicionais às empresas com a aqui- transparência entre os operadores do sector ener-
níveis de gestão das multinacionais que em caso de incumprimento nos
sição de equipamentos para melhorar a fiabilidade gético, maior envolvimento do sector privado na
e por fim a participação de moçam- planos do CL, a empresa é sujeita à
deste meio importante na produção”, diz o docu- cadeia de distribuição e comercialização da electri-
bicanos, como pessoas singulares ou penaliz
penalização severa.
mento. cidade.
colectivas, através de joint ventures Para se chegar a esta fase foi preciso
Como forma de minimizar a baixa qualidade da A promoção da competitividade no sector poderá
com empresas estrangeiras contratas muito tempo, visto que não foi logo
energia, muitas empresas são obrigadas a adqui- contribuir para assegurar a qualidade, fiabilidade e
ou subcontratadas. que arrancou a exploração de petró-
rir meios alternativos como geradores e postos de transparência na determinação das tarifas.
Segundo explicou Florival Mucave, leo e gás, tendo havido períodos em
transformação. A CTA considera que a energia eléctrica é essencial
que falava ao SAVANA, em repre- que as empresas até preferiam pagar
“Estes meios alternativos acarretam custos adicio- e tida como bem de mérito devido aos seus efeitos
sentação da CTA, a participação multas do que a avançar com pro-
nais para o sector privado e estes investimentos po- multiplicadores como um meio de produção im-
dos moçambicanos deve ser vista jectos do CL. Nisto tiveram de rever
diam ser feitos para melhorar os processos produ- portante para as empresas.
no âmbito da promoção da inclusão os mecanismos tendo por via disso
tivos e aumentar a rendibilidade e competitividade “O acesso e a qualidade da energia constituem um
dos moçambicanos nos projectos imposto sanções pesadas, o que faz
das empresas”, lê-se no estudo. dos factores fundamentais para atrair indústrias
existentes no país. Defende que o com que até hoje o CL seja respeita-
De acordo com a avaliação, desde 2015, assiste-se que precisam deste recurso de forma confiável,
CL deve ter um carácter desenvolvi- do. Mas a legislação específica sobre
a aumentos galopantes nas tarifas de electricidade, contribuindo desta forma para o desenvolvimento
mentista garantindo a participação CL foi abandonada uma vez que se
que, de forma generalizada, não são acompanhados industrial.
das PME capacitadas e certificadas pensa que este assunto pode ser um
PUBLICIDADE
SOCIEDADE
Savana 15-06-2018 7
DIVULGAÇÃO
8 Savana 15-06-2018

Vuma exige flexibilidade


na abertura de empresas

o
log
ció
so
um
de

O Presidente da Confederação das Associações Económicas


de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, exige agilidade
e monitoria nos diferentes processos que concorrem para
abertura e funcionamento de empresas, de modo a inver-
LQVWLWXLo}HV TXH PDUFDP D GLIHUHQoD SHOD SRVLWLYD H LQÁXHQFLDP
as mudanças na nossa economia que caminha, sem dúvidas, para
o sucesso”, assinalou.
Prova disso é que do plano estratégico 2017-2020, segundo Vuma,
io

ter a actual tendência da informalidade que abunda na economia na- já foram executados 37,5% das acções inseridas nos cinco pilares e
FLRQDO9XPDTXHIDODYDVHPDQDÀQDGDQREDODQoRGRVHXSULPHL
FLRQDO9XPDTXHIDODYDVHPDQDÀQDGDQREDODQoRGRVHXSULPHLUR programas para o presente mandato.
ano de mandato na condução dos destinos da CTA, criticou o alto No entanto, uma das maiores inquietações do dirigente máximo
custo para abertura de empresas que ainda está acima do rendimento da CTA é a contínua informalidade da economia nacional que não
do país, bem como o não funcionamento das plataformas
ár

per capita
IDFLOLWD R UiSLGR FUHVFLPHQWR GD SURGXomR IRUPDO H TXH GLÀFXOWD
electrónicas de registos, situações que afectam a formalização de pe- a migração do sector informal para o formal. A título elucidativo,
quenos negócios. referiu que o custo para abertura de uma empresa em Moçambique
ainda está acima do rendimento per capita do país, com o agravan-
O elenco governativo da CTA, liderado por Agostinho Vuma, parou, te das plataformas electrónicas de registos muitas vezes não fun-
DQRV
VHPDQD ÀQGD SDUD FHOHEUDU D SDVVDJHP GR SULPHLUR GRV WUrV DQRV cionarem.
Di

que tem em frente dos destinos da congregação dos empresários do Sugere Vuma que, para além do governo introduzir medidas sobre
país. Foi um momento ímpar para olhar no que já foi feito, perspecti- OLFHQFLDPHQWRVLPSOLÀFDGRFRPRDLQWURGXomRGR,PSRVWR6LPSOL-
var o futuro, sem com isso descurar do que acontece no dia após dia ÀFDGRSDUDR3HTXHQR&RQWULEXLQWHHH[SDQVmRGRVSRVWRVGHFR-
do empresário moçambicano. brança e nas operações alfandegárias (introdução da janela única),
Sob o lema: “Para a Melhoria do Ambiente de Negócios – Que Pers- devia monitorar o seu funcionamento.
pectivas?”, Vuma congratulou-se do trabalho desenvolvido pela sua
equipa, ao longo dos últimos 12 meses, pese embora tenha iniciado
o mandato numa altura em que o país era assolado pela crise. Nisto, CTA cobre 50% dos distritos do País
sublinhou que aquilo que a princípio se mostrava como um ,
iceberg Para tornar a governação inclusiva, Vuma apostou na descentrali-
provou ser transponível com dedicação e boa governação. zação das acções, ao nível das capitais provinciais para os distritos,
´e KRMH JUDWLÀFDQWH ROKDU SDUD DWUiV H DVVXPLU TXH HP XP DQR GH criando Conselhos Empresariais em 75 distritos, aumentado, desta
governação, trilhamos caminhos de que nos podemos orgulhar e que forma, o atendimento e assistência aos pontos mais recônditos do
projectam a nossa Confederação a altos patamares no espectro das país, perfazendo uma cobertura de 50% do total dos distritos.
DIVULGAÇÃO
Savana 15-06-2018 9

No mesmo espaço de tempo foi constituído um novo Conselho tada pela CTA para a participação pública nos processos legislativos que
Empresarial Nacional que, segundo a CTA, pela primeira vez co- GHXÀQDOPHQWHDOJXQVSDVVRVDSyVDFROKLPHQWRGRJRYHUQR0DVQmR
nheceu um processo democrático, desde a constituição da agre- deixou de criticar o facto de que o processo que culminou com a recente
miação. DSURYDomRSHOD$VVHPEOHLDGD5HS~EOLFDGD5HYLVmRGD/HLVREUHR6HF-
Espera-se assegurar uma maior adesão de empresas para aquele tor Empresarial do Estado, não tenha passado por uma consulta prévia
órgão de assessoria do qual se almeja benefícios incomensuráveis abrangente para o seu aprimoramento.
para o fortalecimento do associativismo. “A nossa visão não é apenas de uma simples redução dos activos do Es-
Nesta época que a economia atravessa uma conjuntura adversa, o tado nas empresas públicas, mas a garantia de uma participação plena

o
presidente da CTA diz que foram implementadas acções visando do sector privado neste processo para permitir uma reestruturação bem-
potenciar os associados a fazerem parte da solução dos proble- VXFHGLGDSRUTXHDÀQDOGHFRQWDVRVIXWXURVGHWHQWRUHVGRVDFWLYRVHP-
PDV TXH DÁLJHP RV VHXV PHPEURV $SRQWRX R DFHVVR D MDQHODV presariais do Estado sairão, queremos crer, do sector privado”, apontou.

log
DOWHUQDWLYDVGHÀQDQFLDPHQWRHDRVPHUFDGRVSDUDFRORFDomRGD Prosseguindo, disse que a ideia passa por não repetir a experiência não
produção. muito bem-sucedida de reestruturação do sector empresarial do Esta-
do, aquando da introdução da economia de mercado, dadas as situações
Reformas conjunturais do momento e a ausência de um sector privado nacional
As reformas para melhoria do ambiente de negócios no país cons- Enumerou, forte.
WLWXHP XPGRVSULQFLSDLV GHVDÀRVGD&7$ H GXUDQWH R SHUtRGR
como sendo outro recuo, o sacrifício a que estão expostas
as empresas de transportes, logísticas e outros serviços desde a questão
em análise, Vuma fala de avanços em termos de aceitação de algu- GRYRODQWHjHVTXHUGDHDLQWURGXomRGDFRQWDHVSHFtÀFDQDVWUD
GRYRODQWHjHVTXHUGDHDLQWURGXomRGDFRQWDHVSHFtÀFDQDVWUDQVDFo}HV
mas medidas propostas, mas também algumas inquietações.

ció
'LVVHTXHHPJUDQGHPHGLGDDVUHIRUPDVEHQHÀFLDUDPRVHFWRU
externas, que coloca sempre em desvantagem as empresas registadas em
do turismo e o da agricultura. Mencionou a provação do visto Moçambique quando se compara com a actuação regional.
5HIHUHTXHKRMHKiXPFUHVFHQWHLQFHQWLYRSDUDTXHDVHPSUHVDVTXHRSH-
5HIHUHTXHKRMHKiXPFUHVFHQWHLQFHQWLYRSDUDTXHDVHPSUHVDV
GH IURQWHLUD D WD[D GH WXULVPR EHP FRPR D HOLPLQDomR GR ,9$ ram no transportes e logística, em Moçambique, se registem nos países
na importação de aeronaves e a redução da taxa liberatória que vizinhos para estarem na mesma linha de competitividade com as em-
WHQGHPDDXPHQWDURÁX[RGHWXULVWDV$RPHVPRWHPSRIRUDP presas da região.
alargadas as capacidades de serviços de transportes em quantida-
de e qualidade, através desse incentivo, incluindo maior abertura
e investimento no transporte aéreo. $SHUWRÀVFDOSUHRFXSDQWH
so
1RTXHGL]UHVSHLWRDRVDMXVWDPHQWRVÀVFDLV9XPDGL]WHPHUTXHDQH-
1RVHFWRUGHDJULFXOWXUDIRUDPDXPHQWDGRVRVEHQHItFLRVÀVFDLV 1RTXHGL]UHVSHLWRDRVDMXVWDPHQWRVÀVFDLV9XPDGL]WHPHUTXH
FHVVLGDGHGHPRELOL]DomRGHPDLVUHFXUVRVÀQDQFHLURVSDUDRÀQDQFLD-
na importação de equipamentos para as empresas que pretendam FHVVLGDGHGHPRELOL]DomRGHPDLVUHFXUVRVÀQDQFHLURVSDUDRÀQD
investir na sua capacidade. Mas pretende continuar a advogar mento da despesa pública se torne num incentivo para a introdução de
SRUDVSHFWRVOLJDGRVDR,PSRVWRVREUHR5HQGLPHQWRGH3HVVRDV medidas que contrastam com a ideia de criar um quadro de investimen-
&ROHFWLYDV ,53& TXHLPSDFWDPQHJDWLYDPHQWHQDDJULFXOWXUDH tos atractivo.
FRQWDELOLGDGH RUJD-
onde os actores solicitam a implementação da taxa dos 10%, con- ([SOLFRX TXH D OHL ÀVFDO REULJD D TXH HP FDVR GH FRQWDELOLGDGH
tra os 32,5% que pagam actualmente. nizada, a empresa deve obrigatoriamente ser assistida por um técnico
Não pararam por aqui. Foram feitas ainda reformas como a sim- de contas, devidamente, autorizado para o efeito. Mas, contrariamente a
um
HVWHSRVWXODGRWHPVHDVVLVWLGRXPDYDJDGHÀVFDLVHRXDXGLWR
SOLÀFDomR GH SURFHGLPHQWRV FRQVXEVWDQFLDGRV QD 5HYLVmR GR HVWHSRVWXODGRWHPVHDVVLVWLGRXPDYDJDGHÀVFDLVHRXDXGLWRUHVTXH
&yGLJR&RPHUFLDOR5HJLVWR3UHGLDO2EWHQomRGH(OHFWULFLGDGH se aproveitam do poder que têm, em representação do Estado, e fazendo
&yGLJR&RPHUFLDOR5HJLVWR3UHGLDO2EWHQomRGH(OHFWULFLGDGH
3DXWD$GXDQHLUD$YLDomR&LYLOH&RPpUFLR,QWHUQDFLRQDO uso das fragilidades dos agentes económicos para apresentarem sanções
“Das medidas que estão em curso, destacamos a revisão da Lei ÀVFDLVHDGXDQHLUDVVHYHUDVHDOWDPHQWHRQHURVDVSDUDDVHPSUHV
ÀVFDLVHDGXDQHLUDVVHYHUDVHDOWDPHQWHRQHURVDVSDUDDVHPSUHVDV
do Trabalho, importante instrumento no qual queremos ver al- Outra preocupação prende-se com a obrigatoriedade do uso de cheques
terações que tornem o regime laboral mais equilibrado, prático e visados que, para além de encarecer o pagamento do imposto, constitui
XPUHYrVDRHVIRUoRGHVLPSOLÀFDomRGHSURFHGLPHQWRVOHJDLVSDUDHIHL-
HÀFD]DMXVWDGRjUHDOLGDGHDFWXDOGRSDtVHjVQHFHVVLGDGHVTXHU XPUHYrVDRHVIRUoRGHVLPSOLÀFDomRGHSURFHGLPHQWRVOHJDLVSDU
do sector privado, quer dos trabalhadores”, observou. tos tributários para além de não estar previsto na lei.
5HIHULXDLQGDTXHSUHWHQGHYHUDOWHUDo}HVTXHWRUQHPRTXDGUR “O nosso entendimento é de que, mais do que o Estado investir muitos
OHJDODMXVWDGRjVSUiWLFDVLQWHUQDFLRQDLVDRGHVHQYROYLPHQWRHFR- recursos no controlo, é necessário apostar e investir no incentivo para
de

QyPLFRHjUHDOLGDGHGRSDtVHTXHFRQWULEXDPSDUDPLQRUDUFRQ- que o empresário pague o imposto, através de sistemas tecnológicos


PDLVUHFHQWHVHGDÀVFDOLGDGHHGXFDWLYDµRSLQRX
ÁLWRVQDFRQWUDWDomRGDPmRGHREUDHVWUDJHLUD
O presidente da CTA abordou aquela que é uma das suas princi- Vuma deixou claro que a CTA e os seus associados não estão contra as
ÀVFDOL]Do}HVGHkPELWRÀVFDOPDVHVWmRDIDYRUGHDFo}HVTXHHQFRUDMDP
pais batalhas para a promoção do empresariado nacional no âm- o sector privado a sentir-se atraído para o cumprimento das suas obriga-
bito da exploração dos recursos naturais, que é a necessidade de o}HVÀVFDLVTXHUDWUDYpVGDUHYLVmRGRVLPSRVWRVEHPFRPRGHRXWUDV
uma lei que regule o conteúdo local e o valor-ajustado por ela medidas aceitáveis e que encorajem o investimento.
criado. Deste modo, entende o dirigente dos empresários que a ´$ÀVFDOL]DomRH[FHVVLYDYRFDFLRQDGDDSHQDVDVDQFLRQDURFRQWULEXLQWH
lei em causa deve garantir a participação das Pequenas e Médias induz a uma situação sempre de fricção entre o Estado e o contribuinte.
io

Empresas nacionais capacitadas, na cadeia de valores da indústria Por tudo isso, queremos que, tal como a nível laboral, a inspecção a nível
nacional, através dos “backward linkages development” (Uma me-
dida através da qual a aquisição de bens e serviços nacionais é ÀVFDOGHYHVHJXLURVWUkPLWHVGHXPPDQXDOHVSHFtÀFRµGLVVH
maximizada).
“A CTA vem trabalhando na elaboração da Lei de Conteúdo Lo- O agronegócios como prioridade do triénio
ár

cal com o Governo Moçambicano, investidores estrangeiros, par- No âmbito da implementação da maior prioridade da CTA, o desenvol-
ceiros de cooperação e a sociedade civil, com o intuito de fazer vimento do agronegócio, já foram mapeados muitos pequenos e médios
desta lei um instrumento de inclusão e não exclusão. Por outras agricultores e associações de produtores, visando o estabelecimento de
palavras, a Lei do Conteúdo Nacional que pretendemos não deve ligações dentro da cadeia de valor que integra a produção, o processa-
afugentar os investidores estrangeiros, mas sim atraí-los”, disse. mento e a comercialização, para o sucesso que todos almejamos neste
Di

Enalteceu o trabalho aprofundado feito com a Vale e com a Sa- sector.


sol, que permitiu que, mesmo sem uma lei sobre o conteúdo local 3DUDDOpPGHFRORFDUjGLVSRVLomRUHFXUVRVÀQDQFHLURVD&7$HVWiDWUD-
aprovada, têm demonstrado empenho em assegurar a participa- balhar para que os grandes espaços existentes no mercado possam ad-
omRGHQDFLRQDLVQRVVHXVSURMHFWRVLQFOXLQGRDYHULÀFDomRGH - quirir a produção nacional.
omRGHQDFLRQDLVQRVVHXVSURMHFWRVLQFOXLQGRDYHULÀFDomRGHDV
pectos sociais e ambientais. Do levantamento feito, prosseguiu o Presidente, em algumas províncias,
constatou-se que o pequeno agricultor enfrenta problemas de acesso aos
mercados e de melhoria da sua organização de gestão, processamento,
Recuos no diálogo Público-Privado HPEDODJHPHFHUWLÀFDomR
Agostinho Vuma manifestou a sua preocupação com os prazos Esta constatação coaduna-se com os resultados apurados no âmbito do
apertados que a organização é atribuída nos processos de con- AGOA, onde, por um lado, Moçambique exportou apenas 2% de todo
sulta pública para a elaboração das leis e regulamentos, que não potencial existente e, por outro, uma parte dos poucos que exportam
permitem que faça consulta de forma abrangente as empresas. SDUDRV(8$QmRHVWmRDEHQHÀFLDUGRVLQFHQWLYRVGR$*2$3DUDR3UH-
Saudou o executivo pelos avanços que a proposta de Lei apresen- sidente da CTA, este cenário deve ser invertido.
DIVULGAÇÃO
10 Savana 15-06-2018

CTA assina acordos com a Vale e a GAIN


N a cerimónia de um ano de mandato, a
CTA rubricou um Acordo de Coopera-
ção com a Vale Moçambique e um Me-

o
PRUDQGRGH(QWHQGLPHQWRFRPD*$,1
– Aliança Global para Melhor Nutrição.
O Acordo com a Vale, visa assegurar maior parti-

log
cipação das PME´s na cadeia de fornecimentos da
Vale Moçambique. Para o efeito, a CTA e a Vale irão
partilhar informações sobre oportunidades de negó-
cios no âmbito dos processos de procurement, parti-
lha de base de dados de empresas locais habilitadas
para as necessidades da Vale, partilha dos princi-
pais constrangimentos detectados na execução de

ció
actividades por empresas nacionais para o desen-
volvimento empresarial e melhoria contínua no
fornecimento de bens e serviços. As Partes deverão
igualmente articular nos processos de reforma legal.
-iR0HPRUDQGRFRPD*$,1WHPHPYLVWDRDSRLR
e mobilização do sector privado para o aumento da
sua participação, contribuição e compromisso, na
melhoria da nutrição e do acesso da população mo-
so çambicana a alimentos nutritivos e seguros (incluin-
GRIRUWLÀFDGRV FRPYLVWDjFULDomRGHXPVHFWRUHP-
presarial dinâmico e competitivo que contribua para
o bem-estar económico e social dos moçambicanos.
O objectivo comum visa contribuir para o desenvol-
vimento económico e social de Moçambique, basea-
do no crescimento do sector privado, promovendo
um
e protegendo as oportunidades de negócios e inicia-
tivas privadas, cultura e o associativismo empresa-
riais.

CTA CONNECT:

CTA lança um Business Center virtual


D
de

urante a cerimónia de um ano de manda-


to, a CTA lançou uma plataforma integra-
da de comunicação – CTA Connect, que
vai reduzir a distância entre a CTA e seus
membros e a comunidade empresarial em geral, atra-
vés de um aplicativo de telemóvel. A CTA Connect é
um verdadeiro Business Center virtual.
io

Neste aplicativo podem ser encontradas, as ordens de


serviços, as missões empresariais em curso, as opor-
tunidades de negócios, o acervo de leis relevantes
SDUDRVQHJyFLRVDVRSo}HVDOWHUQDWLYDVGHÀQDQFLD-
mento, notícias, entre outras informações relevantes
ár

sobre negócios.
A CTA Connect vai reduzir as reclamações dos em-
SUHViULRVVREUHRIUDFRDFHVVRjVOHLVDSURYDGDVHUH-
levantes para os negócios, a fraca informação sobre
missões empresariais, e vai permitir uma maior par-
Di

ticipação no processo de reformas onde podem opi-


nar a favor de um quadro regulatório favorável aos
negócios.
Com a CTA Connect, os membros, a comunidade em-
presarial e o público em geral passam a aceder, em
tempo útil e onde estiverem através de telemóvel, a
todas informações veiculada pela CTA.
“Um dos maiores poderes deste aplicativo é poder
alertar ao caro empresário, cada vez que uma in-
IRUPDomR QRYD IRU FRORFDGD H ÀFDU LPHGLDWDPHQWH
LQIRUPDGR %DL[HP H ÀTXHP FRQHFWDGRVµ UHIHULX
Agostinho Vuma, Presidente da CTA, durante a apre-
sentação do aplicativo.
PUBLICIDADE
DIVULGAÇÃO
Savana 15-06-2018 11
NO CENTRO DO FURACÃO
12 Savana 15-06-2018 Savana 15-06-2018 17

Ecos da Conferência Internacional do Turismo baseado na Natureza

Comunidades estratégicas na protecção do ecossistema


Por Abílio Maolela (texto) e Ilec Vilanculos (fotos)

A Parcerias de investimentos
capital do país acolheu, se- josas entre os diferentes intervenientes, Para o representante do Banco Mun- cerias com a comunidade local, facto Mutemba afirmou, na ocasião, que, nos
mana finda, a Conferência com destaque para o governo, sector dial, em Moçambique, Mark Lunde- que contribuiu para a redução da caça O evento não só serviu para a discus- 12 destinos, existem oportunidades de
Internacional do Turismo privado e comunidades. ll, um dos patrocinadores do evento, furtiva. são dos diferentes aspectos inerentes ao investimento para o turismo e para a
baseado na Natureza, um Outro aspecto que os conferencistas através do Programa Mundial da Vida Revela que a organização melhorou os conservação, todos em modelos de Par-

o
turismo, assim como a conservação do
evento co-organizado pelos Minis- consideram importante é a publicita- Selvagem, o turismo transfronteiriço meios de subsistência, incluindo a fon- ecossistema, mas também para a troca cerias Público-Privadas.
térios da Terra, Ambiente e Desen- ção do produto, os destinos, pelo que as desempenha um papel fundamental te de carne para os residentes. de contactos entre os participantes, as- Para o turismo, a fonte revelou que
existem quatro modelos, o da conces-

g
volvimento Rural (MITADER) e da organizações devem desenhar as suas na união de culturas transfronteiriças, “Temos concessões comunitárias para a sim como para a assinatura de memo-
Cultura e Turismo (MCT) com o ob- estratégias de marketing, sem esquecer pelo que há uma necessidade de se agricultura e protecção animal. Temos randos de entendimento entre o gover- são, que consiste na construção e ges-
jectivo de maximizar o financiamento das tecnologias para abranger a nova preservar o ecossistema. Sublinhou a também trabalhos sazonais para a ju- tão, por um privado, de uma estância
no e os diferentes parceiros.

o
para o desenvolvimento deste sector, geração, cuja vida está baseada nas pla- satisfação do Banco Mundial em con- ventude local, onde fazemos pagamen- turística durante 25 anos; o da conces-
Assim, nos três dias, o MITADER as-
são de dois níveis, onde uma entidade

l
para além de estabelecer parcerias taformas actuais de comunicação. tinuar a apoiar Moçambique na gestão tos individuais”, observou.
obser sinou cinco acordos avaliados em cerca
público-privadas de longo prazo para da Reserva do Maputo. Por seu turno, Peter Fearnhead, PCA legal da comunidade obtém licença es-
de USD 600 milhões para a co-gestão
o benefício das comunidades e da vida da African Parks, uma organização de pecial que lhe permite firmar parceria
“Precisamos da natureza “Devemos criar contas do e investimento no turismo, nos dife-


selvagem. conservação sem fins lucrativos que ad- com entidades privadas por 25 anos;
que ela de nós”, Nyusi turismo”, Seretse Khama ministra 15 parques nacionais, em nove
rentes parques e reservas nacionais; um
memorando de entendimento; e dois
o de arrendamento, em que um priva-
Luz, som, muito glamour, partilha e No seu discurso de abertura, o Presi- Para abrir a conferência, os organiza- países, revelou que, em África, as P-P- do arrenda uma estância turística para
contratos para a construção de duas es-
troca de conhecimento marcaram os dente da República, Filipe Nyusi, disse dores convidaram o ex-Presidente do -P significam “paciência, perseverança exploração de cinco a 25 anos; e o de
tâncias turísticas, no Parque Nacional

c
três dias do evento, que juntou, na mes- que o país acolheu aquele evento por- Botswana, Seretse Khama, apontado e honestidade” e não parcerias público- contrato de gestão, no qual o operador
do Arquipélago de Bazaruto.
ma sala, cerca de 600 individualidades, que “entendemos que o turismo pode como responsável pela restauração das -privadas, como é sabido. privado assina um acordo com o go-
Dos seis acordos, dois foram assinados
entre governantes, académicos, gesto- gerar receitas para a economia, assim áreas de conservação no seu país. Abordando os modelos de parceria verno para gerir uma estância turística
com a Peace Parks Foundation, uma

o
res de agências de viagens, organiza- como ajudar na conservação do ecos- Khama, que liderou o Botswana por 10 para gestão sustentável das áreas de existente.
empresa que gere o Parque Nacional
ções ambientais e de conservação da sistema”. anos, disse que o sucesso do turismo, conservação, Fearnhead disse que, em Para a conservação, o Director-Geral
do Zinave, na província de Inhamba-
biodiversidade, que juntos partilharam Nyusi explicou que o seu executivo baseado na natureza, depende da inter- da ANAC fez saber que o governo re-

s
África, não há separação de papéis en- ne. O primeiro acordo, assinado no dia
as experiências e as estratégias para o definiu o turismo como um dos qua- venção conjunta do governo, comuni- tre os parceiros, facto que não garante a corre a três modelos, o de Gestão De-
da abertura, destina-se à assistência
desenvolvimento do turismo baseado tro pilares para o desenvolvimento do dade e sector privado na restauração e cultura de prestação de contas. Obser- legada, onde a administração de uma
técnica-financeira na Reserva Especial
na natureza. país por acreditar no potencial daquele preservação do ecossistema. va que a soberania, na gestão das áreas determinada área de conservação firma
de Maputo e o segundo, assinado no
Diferentemente da Reunião Ministe- sector, pelo que tem desenvolvido ca- O antigo estadista tswana contou que, de conservação, é garantida através de parceria com um operador privado para
último dia e avaliado em USD 1.150 desenvolver e gerir essa área entre 20 a
rial do TICAD, decorrida no ano pas- deias de valor para o seu desenvolvi- durante o seu mandato, deu prioridade um documento assinado pelo governo, mil, visa a co-gestão do Parque Nacio-

m
sado, também na capital moçambicana, mento, destacando a liberalização do às comunidades por considerá-las pre- clarificando o papel de cada um dos in- 25 anos; a Co-gestão Integrada, onde
nal de Banhine, na província de Gaza, o administração do parque ou reserva
onde a desorganização tomou conta do espaço aéreo, a introdução de vistos de ponderantes na gestão sustentável dos tervenientes. nos próximos 13 anos, para o combate partilha a responsabilidade de gestão
evento, a Conferência Internacional do fronteira e a reabilitação dos parques e recursos. Porém, apesar destas críticas, Fear- à caça furtiva.

u
Turismo baseado na natureza contou reservas nacionais. “As organizações de base comunitária nhead defendeu que o sucesso das com um operador privado entre 20 a
Os outros acordos foram assinados
com uma segurança “apertada”, que O Chefe de Estado sublinhou que dos devem ser incentivadas porque tem um Especialistas defendem o envolvimento das comunidades e do sector privado na gestão dos recursos naturais áreas de conservação depende das P- 25 anos; e o apoio técnico-financeiro,
com o Grupo Farkuhar, que se com- em que a administração do parque gere
chamou para si o maior protagonismo, 800 mil km2 que constituem o terri- papel fundamental neste processo. No -P-P, pois, acima de tudo, é necessário
cia que marca o registo de empresas, turística, de modo a reduzir a burocra- cursos faunísticos, consiste na partilha promete a investir no turismo, nos o mesmo, enquanto parceiro fornece
chegando a atrasar algumas sessões de tório nacional, 25% foram declarados Botswana, a terra e os recursos são pro- dinheiro para restaurar os parques, de
principalmente, no nosso país. cia. de responsabilidades entre as empresas, próximos 10 anos, USD 500 milhões conhecimento e recursos financeiros.
como áreas de conservação, como for- priedade do Estado, mas a gestão é fei-

e
debate. modo a garantir o ecoturismo.
Por sua vez, o fundador da Singita, A história da Singita, fundada em governo e as comunidades locais. na Reserva de Pomene e no Parque Enquanto o MITADER projectava 12
A conferência, que contou com a par- ma de mostrar a importância dos man- ta pela comunidade para garantir sus- Aliás, sobre a disponibilidade de fun-
uma empresa sul-africana dedicada à 1993, e cujo nome significa “lugar dos À semelhança da Singita, o PCA da Nacional do Lipompo; Fundação Carr destinos ecoturísticos, o Ministério da
ticipação do Presidente da República, gais, fauna e todos os recursos naturais tentabilidade dos mesmos”, sublinhou. dos, a fonte sublinha que os 100 mil
conservação sustentável da fauna, Luke milagres”, começou, em 1925, quando Wilderness Safaris refere que a sua para a extensão de gestão conjunta do Cultura e Turismo publicitava cinco,

d
Filipe Nyusi, e do ex-chefe do Estado que “garantem a nossa sobrevivência”. Khama explicou que, em 2012, os Che- hectares que constituem os 300 par-
Bailes, disse haver necessidade de se um pedaço de terra na actual Sabi Sand empresa também aposta nas comuni- Parque Nacional da Gorongosa; e com nomeadamente, a província e cidade
do Botswana, Seretse Khama, apontou “Cada dia fica mais claro que somos fes de Estado africanos perceberam o ques nacionais africanos estão sendo
investir nas infra-estruturas, em par- Reserve foi comprado por James Bai- dades locais como parceiras na con- o Banco Internacional de Moçambique de Maputo; o distrito de Vilanculo e
as parcerias comunitárias como funda- nós que precisamos da natureza, mais real valor da natureza, pelo que senti- perdidos devido ao fraco investimento
ticular estradas e aeroportos, que são les, avô do actual proprietário. Situado servação da fauna. Sublinha que, com para o estabelecimento de uma linha o respectivo Arquipélago de Bazaru-
mentais e estratégicas para a protecção do que ela precisa de nós”, disse Nyusi, ram haver necessidade de uma melhor na protecção dos recursos.
essenciais para a atração turística. num canto remoto do Lowveld Sul- o crescimento populacional, o ecossis- de crédito de USD 50 milhões para a to; o Parque Nacional da Gorongosa;
do ecossistema e consequente desen- sublinhando que as áreas de conserva- planificação e tomada de decisões de

ir o
Falando sobre a criação de um ambien- -Afr
-Africano, a propriedade foi original- tema está ameaçado, pelo que, a aposta Por sua vez, Gregory Carr, Fundador intervenção no turismo, em particular o Parque Nacional das Quirimbas, que
volvimento do ecoturismo. ção continuam a ser um mecanismo gestão favoráveis ao seu povo, tendo
te favorável para o turismo, baseado na mente adquirida para fins de caça e era nas comunidades é fundamental para e Presidente da Fundação Carr, orga- nas áreas de conservação. se estende as Ilhas do Ibo e a Baía de
Os diversos especialistas que partilha- crítico de apoio à redução dos desastres adoptado a Declaração de Sustentabi-
natureza, Bailes notou que 2,8% do tu- inacessív por estrada.
inacessível garantir a gestão sustentável dos recur- nização gestora do Parque Nacional O memorando de entendimento foi Pemba; e a Reserva do Niassa.
ram as suas experiências falaram da ne- relacionados com as mudanças climá- lidade para África.
rismo mundial vem dos países da Áfri- Entretanto, passados alguns anos, essa sos. da Gorongosa, na província de Sofala, assinado com a African Parks, que es- O titular da pasta, Silva Dunduro, que
cessidade dos países africanos aposta- ticas. “Em 2015, África teve 70% dos seus
ca Subsaariana, mas a maior parte dos reserva de 45 mil hectares evoluiu de “É preciso que se confie nas pessoas destacou a “boa parceria” existente en- tabelece os termos nos quais vai traba- só “apareceu” no último dia de uma
rem na formação da população local de Por isso, defende Nyusi, as áreas de ganhos, através da protecção dos recur-
turistas viajam para os outros cantos do uma área de caça a uma reserva exclu- locais para que estas também confiem tre a sua Fundação e o governo de Mo- lhar com o governo, nos próximos 12 conferência internacional do turismo,


forma a garantir uma gestão sustentável conservação devem ser geridas como sos, o que corresponde a USD60 mi-
mundo, devido à falta de investimento siva, onde todas as espécies de animais em nós. Consciencializamos a popu- çambique, tendo elogiado o executivo meses, para a assinatura de um acordo disse que o segundo plano estratégi-
dos recursos, para além de investir nas um património nacional e cultural, de lhões, mas através da mesma actividade
nos seus países. são protegidas. O fundador e PCA da lação sobre o impacto da caça furtiva, de Maputo pela forma como se tem de co-gestão do Parque Nacional das co para o desenvolvimento do sector
infra-estruturas, em particular nas vias modo a gerar receitas para a vida do a Europa, com 8%, obteve USD 600
“O potencial turístico é maior, mas Singita diz que a filosofia da empresa falando dos benefícios advindos da portado. Quirimbas. A organização gere, em (2016-2025) define retornos económi-
de acesso, factores-chave para o desen- Estado. Revelou ainda que, nos últimos milhões”, destacou. Filipe Nyusi
precisamos de comprometimento para reside em preservar e proteger a terra e conservação da biodiversidade”, dis- Carr revelou que a sua organização parceria com o governo, o Parque Na- cos e sociais, a colecta de mais de USD
volvimento do turismo. Sublinharam anos, o país introduziu mais de quatro Por essa razão, Ian Khama, como é co-
desenvolvermos este negócio. Os paí-
desen a vida selvagem para as gerações futu- se, garantindo que o Botswana é um 35 comunidades abrangidas, através do cional do Arquipélago de Bazaruto. 2.8 biliões de receitas de turismo exter-

D
que África tem um grande potencial mil animais como forma de repor a nhecido, defendeu a criação de contas tem investido nas comunidades daque-
ses devem entender que estamos num ras e, para tal, tem envolvido as comu- exemplo na formação de pessoas locais financiamento às suas acções. la parcela do país, visto que são estra- Para o Director-Geral da Administra- no e USD 4 biliões de receitas de turis-
ecoturístico, porém, precisa de políticas fauna, numa operação que envolveu a do turismo para captação de investi-
mundo competitivo, pelo que devem nidades locais na gestão dos recursos para a gestão do ecossistema. Tendo se instalado numa das regiões tégicas para a protecção dos recursos. ção Nacional das Áreas de Conserva- mo doméstico”. Para tal, vai atrair cerca
claras, assim como de parcerias vanta- África do Sul e o Zimbabwe. mentos, de forma a reduzir a burocra-
investir nas infra-estruturas”, disse, naturais. A degradação das infra-estruturas, em mais pobres daquele país da África ção (ANAC), Mateus Mutemba, os de 1.8 milhões de turistas estrangeiros
Sublinha não haver melhor guarda flo-
sublinhando que as empresas que ex- “A sustentabilidade é muito importan- particular estradas, é a maior preocupa- Oriental, constantemente, assolada acordos traduzem alguns dos objecti- e vender 5.6 milhões de viagens turísti-
restal que a própria comunidade, pois,
ploram as áreas de conservação devem te para nós, pois, é o melhor modelo ção dos operadores turísticos nacionais. pela seca e conflitos étnicos, a fonte re- vos da conferência, que era “expor as cas domésticas, para além de empregar
esta é que se encontra em quase todo o
trabalhar com os governos porque im- de protecção e rentabilização do nosso Cipriano Neto, do Arquipélago de Ba- vela que a organização faz deste facto nossas áreas de conservação para atrair mais de 83 mil pessoas.
perímetro do Parque.
plementam as políticas desenhadas por negócio. Apostamos na comunidade zaruto, revelou que o número de turis- seu trunfo, pois, consegue satisfazer as investimentos para o ecoturismo e para
Para o Ministro da Terra, Ambiente e
estes. porque ela é o garante do nosso suces- tas que visita aquele Parque Nacional, necessidades que o governo queniano a co-gestão”.
Para o fundador e PCA da Singita, so. Quando, há três anos, dissemos que Desenvolvimento Rural, Celso Cor- Aliás, para além de firmar parcerias, os
vindo da Zâmbia e Zimbabwe, redu- não consegue: arrancar um sorriso da
o continente africano precisa de um os caçadores furtivos deviam sair, en- ziu devido ao avançado estado de de- população. reia, um dos maiores dinamizadores da participantes da Conferência Interna-
“pessoal formado mais que tudo”, pois, corajamos a população a combater este gradação da EN1, no troço Pambara- “No nosso projecto de conservação da conferência, para que as comunidades cional do Turismo, baseado na natu-
“maior parte das pessoas não são em- mal e esta abraçou a causa”, sublinhou. -Muxúngwè, nos distritos de Vilanculo vida animal, estabelecemos lideranças sintam-se donas dos recursos, é neces- reza, tiveram a oportunidade de ver e
pregáveis”, facto que contribui para o Quem também defende o investi- e Chibabava, respectivamente. comunitárias ao nível das comunidades sário que haja transferência de conhe- rever, através de vídeos, as potenciali-
fraco desenvolvimento do continente. mento nas infra-estruturas é o PCA onde trabalhamos”, garantiu, acres- cimento, facto que lhes fará entender a dades turísticas de Moçambique, com
“Apostamos na formação das comuni- da Wilderness Safaris, Keith Vincent, “Partilhamos os benefícios centando que, em 2015, criaram um vida animal. a apresentação dos 12 destinos ecotu-
dades, sobretudo crianças, para o bene- uma empresa que também se dedica à com a comunidade”, Richard Fundo de Subsistência às Comunida- Para Correia, as áreas de conservação ristícos escolhidos pelo Governo de
fício local, da empresa e do país. Essas conservação da biodiversidade, criada, Diggle des, alocando o valor para a educação, são locais de vários interesses de di- Moçambique, dos 17 existentes.
acções evitam, de alguma forma, a caça no Botswana, em 1983, e que, actual- Intervindo no painel que abordava as saúde, água e infra-estruturas. fícil conciliação, pois, uns defendem Trata-se dos Parques Nacionais das
furtiva porque as populações ficam mente, opera em sete países. parcerias comunitárias e a partilha de “Temos um projecto, no qual dividimos a maximização dos lucros do turismo Quirimbas, Mágoè, Gorongosa, Zi-
consciencializadas sobre o impacto Para Vincent, o investimento em infra- benefícios, o mais jovem orador da con- as receitas com a comunidade: 60% vai baseado na natureza e outros a protec- nave, Lipompo, Banhine e do Ar-
deste mal”, considera. -estruturas de acesso aos locais turísti- ferência, Richard Diggle, director re- para a comunidade e 40% vai para as ção animal, facto que abre espaço para quepélago de Bazaruto; das Reservas
No caso concreto de Moçambique, cos é fundamental para que os gover- gional da Northern Rangelands Trust, operações”, frisou. o crime organizado. Nacionais do Niassa, Chimanimane,
Luke Bailes defende a criação de uma nos não percam dinheiro, um recurso uma organização não governamental, Por sua vez, Colleen Begg, do Niassa Acrescenta que o mesmo acontece com Marromeu, Especial de Maputo e Ma-
Alta Autoridade de “Janela Única” do fundamental para o desenvolvimento criada em 2004, no norte do Quénia e Carnivore Project, gestora da Reserva os modelos de gestão, onde alguns de- rinha de Parcial da Ponta do Ouro; e a
Investimento, capaz de agregar todos das áreas de conservação. Acrescenta que é liderada pela comunidade, disse Nacional do Niassa, garantiu que o fendem a caça como o melhor modelo Área de Protecção Ambiental das Ilhas
Cerca de 600 pessoas discutiram as estratégias para o desenvolvimento do ecoturismo os investimentos estrangeiros da área que a sustentabilidade, na gestão de re- que conseguem manter o sorriso das seu projecto desenvolveu algumas par- de conservação, enquanto outros não. Primeiras e Segundas. Seretse Khama
Savana 15-06-2018 13
EVENTOS

EVENTOS
0DSXWRGH-XQKRGH‡$12;;9‡1o 1275

MITADER e Millennium bim promovem ecoturismo

o
O

log
Millennium bim e o Mi- promovido pelo Governo de Mo-
nistério da Terra, Am- çambique em parceria com o Pro-
biente e Desenvolvimento grama Global de Vida Selvagem e
Rural (MITADER), atra- o Banco Mundial.
vés do Fundo Nacional de Desen- Na ocasião, José Reino da Costa
volvimento Sustentável; (FNDS), afirmou: “o Banco pretende, com
firmaram um protocolo de enten- a criação desta linha de financia-
dimento que cria uma linha de fi- mento, apoiar e inspirar os nossos

ció
nanciamento para investimentos empresários a investir no Ecotu-
em projectos de Ecoturismo, no rismo e, assim, contribuir para o
valor total de 50 milhões de dóla- Desenvolvimento Sustentável de
res. Moçambique”.
O Millennium bim oferece, atra-
vés desta linha de crédito, condi-
Trata-se de uma linha de crédito
ções especiais de financiamento
com “condições vantajosas” criada
para apoio a projectos de turismo
pelo Banco e destina-se a investi- ligados à conservação da biodiver-
micr pequenas e mé-
mentos de micro,

so dias empresas, em Moçambique,


contando com o fundo de garantia
FNDS
do FNDS.
O referido acordo foi rubricado
pelo PCE do Millennium bim,
José Reino da Costa e pelo minis-
sidade e ao desenvolvimento sus-
tentável.
Refira-se que esta é uma das maio-
res conferências mundiais sobre a
conservação da vida selvagem e tem
como principal objectivo promover
e debater os desafios do turismo
tro da Terra, Ambiente e Desen- baseado na conservação da biodi-
volvimento Rural, Celso Correia, versidade nas áreas de conservação
aquando da realização da Confe- no mundo e partilhar com o Mun-
um
rência Internacional de Turismo do o rico património natural que
Baseado na Natureza, um evento Moçambique possui nas Áreas de
mundial que decorreu em Maputo, Conservação.

Politécnica introduz mestrado em Pensamento


Contemporâneo e Desenvolvimento
A
de

Escola Superior de Al- Espera-se que o curso sirva de duado deverá ser, por um lado, ca- matizar e questionar assuntos de talações da ESAEN, na cidade
tos Estudos e Negócios subsídio para expandir o campo paz de demonstrar competências a natureza social, humana e econó- de Maputo, é composto por 14
(ESAEN), uma unidade referencial do indivíduo, criando nível de conhecimento, experiên- mica; promover a valorização de unidades curriculares de 25 ho-
orgânica da Universidade massa crítica que lhe permita pro- cia, descrição e análise das ma- questões ligadas à identidade, ao
ras cada e é destinado a todos os
Politécnica, vai introduzir, a partir blematizar e questionar assuntos nifestações sociais e humanas do património histórico e à cultura,
do segundo semestre deste ano, o ligados a áreas transversais desig- mundo, do continente, da região e bem como desenvolver projectos licenciados interessados por áreas
curso de mestrado em Pensamen- nadamente sociais, humanas, cul- do País,
P em particular. de pesquisa e estudo nas áreas so- ligadas às ciências sociais e huma-
to Contemporâneo e Desenvolvi- turais, económicas, entre outras. Por outro lado, o graduado deve- cial e humana. nas, independentemente da sua
io

mento. Após a conclusão do curso, o gra- rá ser, também, capaz de proble- O curso, a ser leccionado nas ins- área de formação.

Barclays inaugura mais um Balcão do Futuro


ár

O Barclays Bank Mo-


çambique, no âmbito
da sua estratégia de
a interacção entre os Clientes e o
Banco.
A entidade bancária pretende re-
com o Banco e com terceiros e esse
é o caminho diferenciador que o
Barclays Bank Moçambique pre-
nosso calor humano”, disse.
“Reforço que esta é uma aposta
numa proximidade ainda maior
o desenvolvimento, a imagem
de um país que abraça as tecno-
logias como fonte e motor desse
Di

acompanhar a evo- forçar a sua aposta num serviço ao tende trilhar rumo ao futuro. com os nossos Clientes e na sua desenvolvimento”, acrescentou
lução e inovação tecnológica, Cliente eficiente e inovador, com “Este novo Balcão do Futuro re- comodidade, mas é também uma Rui Barros, Administrador De-
inaugurou , na quinta-feira esta tipologia de balcões, juntando presenta um longo caminho desde aposta na evolução e no futuro do legado do Barclays Bank Mo-
finda, seu terceiro “Balcão do num único espaço o atendimen- as nossas mais antigas origens, do Barclays, uma aposta na sua ren- çambique.
Futuro”, na cidade de Mapu- to presencial e a conveniência das extinto BPD-Banco Popular de tabilidade, na racionalização dos Refira-se que, com este novo
to. Desde 2016 que o Barclays novas tecnologias para uma maior Desenvolvimento, até ao que é hoje seus serviços, na produtividade e na Balcão, o Barclays conta hoje
tem vindo a implementar este eficiência no atendimento. o Barclays Bank Moçambique. Um imagem do Banco, abrindo a por- com uma rede comercial de
conceito inovador, o qual ma- Falando na ocasião, a PCA da Bar- caminho que acompanhou todos ta para um mundo de novas pos- 43 agências ao serviço de seus
terializa a sua visão estratégica clays, Luísa Diogo, referiu que a os passos do desenvolvimento de sibilidades no acesso aos melhores Clientes, a nível nacional. O
de desenvolver um conjunto inovação tecnológica, na banca e Moçambique e de que hoje muito serviços financeiros. Esta nova rea- Barclays Bank Moçambique
de serviços focados e direc- nos serviços financeiros em geral, nos orgulhamos. A uma referência lidade, representada pelo Balcão do pretende, a curto-médio pra-
cionados às necessidades dos é fundamental para melhor servir internacional na área da banca e Futuro, será cada vez mais o nosso zo, oferecer a mesma qualidade
clientes, assentes em soluções os nossos clientes, oferecendo-lhes dos serviços financeiros juntámos cartão-de-visita, a nossa imagem e modernidade patente nesse
digitais que simplificam as soluções mais eficientes e eficazes o que de melhor Moçambique tem mas, também e principalmente, a novo modelo em todos os seus
operações bancárias e facilitam no seu relacionamento comercial para oferecer, as nossas pessoas, o imagem de um país na corrida para balcões.
14 Savana 15-06-2018
EVENTOS

Barclays e Movitel Standard Bank debate


unem-se para inclusão gestão de vulnerabilidades
financeira macroeconómicas

o
C O
om vista a facilitar as tran- como um importante catalisador
sacções financeiras entre do desenvolvimento da economia Standard Bank, um sociedade, cujo tema é “Como gerir ção corporativa, trazendo para

log
as pessoas residentes na nacional. Estas operações estão dos maiores bancos vulnerabilidades macroeconómi- o país alguns elementos da ex-
cidade e nas zonas recôn- disponíveis nas plataformas de In- comerciais a operar cas?”. periência internacional nesta
ditas do país, o Barclays Bank, ternet Banking, Barclays Móvel e o em Moçambique, Na sua dissertação, na qualidade área.
em parceria com a telefonia móvel Barclays App. realiza, no dia 19 de Junho, de Economista Chefe do Standard Implantado em Moçambique
Movitel, lançou, na passada sexta- Entretanto, Safura da Conceição, em Maputo, o Economic Bank, Fáusio Mussá vai abordar há mais de 120 anos, o Stan-
-feira, o serviço de transferência de Presidente do Conselho de Ad- Briefing, com o objectivo de questões a considerar na gestão das dard Bank organiza, anual-
dinheiro da carteira móvel para as ministração da Movitel, considera fornecer contribuições sobre vulnerabilidades macroeconómicas, mente, o Economic Briefing,
contas bancárias. que a interoperabilidade é um dos a economia à comunidade que podem ser imprescindíveis para onde reúne cerca de 200 agen-
factores chaves no processo de in- empresarial, para orientá-la um crescimento sustentável no ce- tes económicos e clientes desta

ció
Para o Presidente da Comissão clusão financeira e é neste contex- na tomada de decisões. nário actual da economia nacional. instituição bancária com o ob-
Executiva do Barclays, Rui Bar- to que a parceria marca o início Trata-se de um evento anual Uma equipa de juristas da presti- jectivo de apoiá-los no proces-
ros, a colaboração entre as duas de uma grande relação que espera através do qual esta institui- giada firma de advogados norte- so de tomada de decisão, atra-
instituições vai ter impacto consi- trazer grandes benefícios para os ção bancária partilha o seu -americana, Miller & Chevalier, vés da partilha das expectativas
derável na vida dos seus clientes, clientes pela oferta de melhores conhecimento em áreas es- foi convidada pelo Standard Bank da evolução da economia mo-
permitindo-lhes realizar uma série serviços. pecíficas com os clientes e a para debruçar-se sobre a governa- çambicana, regional e mundial.
de transacções financeiras entre os Da Conceição acrescenta que a e-
canais electrónicos do Barclays e a -Mola traz consigo uma missão que
plataforma e-Mola. é de levar os serviços financeiros às
Barros avança que é mais uma apos-
ta na inovação e implementação de
novas tecnologias acompanhado a
zonas rurais e às populações com
menos acesso ao sistema financeiro
convencional. so
BIOFUND já injectou USD1 milhão
N
tendência global adaptada à nossa Refira-se que o serviço de carteira
realidade, procurando oferecer ao móvel e-Mola foi estabelecido no
mercado soluções diferenciadoras ano de 2016, estando implantado um contexto em que se Em termos de área de conservação, bique tem compromissos interna-
e eficazes transversais a vários seg- há dois anos e vem crescendo no descute o impacto dos a organização apontou que o país já cionais.
mentos. mercado facilitando a vida de parte mega projectos na biodi- alcançou cerca de 26% e está den- Este fórum serviu para partilhar
Segundo Barros, a adopção des- dos clientes da Movitel com a ofer- versidade e sobretudo o tro daquilo que foi definido nos as melhores práticas internacio-
um
te tipo de serviços representa a ta de serviços de transferência e le- papel do governo como entidade objectivos globais. Na parte ma- nais e explorar abordagens que
inclusão financeira, que vai gerar vantamento de dinheiro nos Agen- reguladora, a Biofund diz que, de rinha, ainda estamos muito atrás, ajudem a equilibrar a necessidade
pequenos negócios e funcionando tes e em ATM. (Cleusia Chirindza) 2016 a esta parte, já desembolsou porque ainda estamos em cerca de
de desenvolvimento económico e
cerca um milhão de dólares norte 2% quando o objectivo internacio-
a urgência da conservação do pa-
americanos destinados à conser- nal são 10%.
Um dos desafios apontados por trimónio natural de Moçambique.

Casino Polana investe


vação da biodiversidade.
Estes dados foram tornados públicos àquela organização é o da capaci- O evento contou com a presença
no decurso do fórum sobre a harmo- tação do pessoal ligado ao governo de membros do governo, agências
nização do desenvolvimento e con- e não só, mas também em matéria bilaterais, organizações da socie-

na educação e saúde
servação da biodiversidade, realiza- de avaliação e impacto ambiental dade civil e sector privado.
do, recentemente, em Maputo. de projectos, até porque Moçam- (Redacção)
de

C omprometido com a me-


lhoria das condições de
vida nas áreas da educação
e saúde, o casino Polana
procedeu, esta quarta-feira, à entre-
ga de quatro cheques a igual núme-
ro de organizações que vão investir
300 no Hospital Geral de Mavala-
ne e outra metade no Hospital Pro-
vincial de Maputo.. As campanhas
vão decorrer entre os meses de Ju-
lho e Dezembro, respectivamente.
A Fundação Adatia destacou que
um país próspero depende da par-
em sectores em causa. ticipação de todos, sendo que este
io

gesto visa responder essa questão.


Segundo Danilo Mussá, director Com um projecto de 720 mil me-
de Marketing do Casino, o governo ticais foi financiada a CERCI, uma
impôs a obrigatoriedade da insti- escola que lida com crianças que
tuição alocar, anualmente, 2% dos carecem de cuidados educativos
ár

seus lucros, para iniciativas da res- especiais. Por último foi a Associa-
ponsabilidade social. ção Ntumbuluko que vai promover
De forma a tornar o processo mais educação ambiental em seis escolas
transparente e abrangente, o Casino primárias, com um valor de 710 mil
lançou, no princípio deste ano, um meticais.
concurso público para seleccionar Depois da alocação dos fundos,
Di

os melhores projectos. Trata-se da Danilo Mussá diz que os próximos


Fundação Bruno Morgado que vai passos são a monitoria da execu-
reabilitar a Escola Primária Com- ção dos projectos vencedores, bem
pleta Unidade 18, localizada no como manter olhar nos que não fo-
bairro do Aeroporto, com 775 mil ram seleccionados para que sejam
meticais. Segundo o representante privilegiados próximo ano.
da Fundação, as obras vão contem- No entanto, Mussá manifestou a
plar a construção do muro traseiro sua preocupação com a falta de ob-
de vedação, casas de banhos, bloco servância, por parte do governo, das
de ensino e administrativo. Louvou regras de concorrências neste tipo
a iniciativa do Casino porque vai de negócios. É que a 500 metros
melhorar as condições de ensino de do casino está um concorrente e,
cerca de 2000 alunos. segundo o director de marketing,
A Fundação Rizwan Adatia, com o normal era de colocá-lo num ou-
um projecto avaliado em 775 mil tro ponto ou cidade, uma vez que
meticais, vai realizar operações de Moçambique não tem uma forte
cataratas para 600 pacientes, sendo cultura de jogo.
15
PUBLICIDADE
Savana 15-06-2018
EVENTOS
o
log
ció
so
um
de
io
ár
Di
16
SOCIEDADE Savana 15-06-2018

Nyusi zangado com qualidade das obras


Por Argunaldo Nhampossa

O Presidente da República, elogiou os filiados da FME, assi- ro para investirem, de modo a não que os empreiteiros acompanhem lo de adjudicação das obras públicas

o
Filipe Nyusi, apelou, se- nalando a criação de empregos e a dependerem totalmente da disponi- os cenários políticos nacionais de pelo que é de extrema importância
mana finda, aos emprei- transferência de conhecimento nos bilidade de fundos públicos. modo que não fiquem fora do jogo. que os empreiteiros estejam actua-
teiros nacionais para de- diversos projectos que levam a cabo A descentralização não ficou fora da Argumentou que, com a descentra- lizados e se preparem para enfrentar
nunciarem actos de corrupção que nos diferentes cantos do país. conversa e, segundo o PR, é preciso lização, haverá mudanças no mode- os desafios dos pr
próximos tempos.

log
abundam no sector da construção De seguida, colocou o dedo na fe-
e tiram prestígio aos moçambica- rida e referiu que é preciso que as
nos. empresas nacionais de construção
Segundo Nyusi, que falava num dignifiquem o país.
encontro com empreiteiros da ci- Para Nyusi, há uma percepção pú-
dade e província de Maputo, a de- blica de que as empresas moçambi-
núncia não pode acontecer como canas deste sector são sinónimos de
forma de chantagem, caso um de- demora e má qualidade na execução
terminado empreiteiro não ganhe das obras.
um concurso. O chefe de Estado apontou o cená-

ció
rio de obras cuja execução viola os
Abordou a necessidade de se apos- prazos e construções abandonadas,
tar forte em obras de qualidade, de como um cancro que afecta o sector.
modo a inverter-se a imagem de que A corrupção é outro mal de que en-
as empresas nacionais de construção ferma a construção e, para Nyusi,

so
um

Felipe Nyusi reunido com empreteiros na cidade e província de Maputo

são sinónimo de demora e de má este mal e a troca de favores devem


qualidade nos seus trabalhos. arecem o
ser erradicados porque encarecem
O encontro era muito aguardado custo das obras públicas.
pelos filiados à Federação Moçam- Apelou aos presentes para denun-
bicana dos Empreiteiros (FME) da ciarem práticas do géneroo porque
cidade e província de Maputo, por não ajudam no desenvolvimento do
considerarem uma oportunidade país.
de

ímpar para apresentarem ao chefe “Vocês dizem que o governo deve


de Estado as dificuldades que en- combater a corrupção, mas não
frentam desde a eclosão da crise que denunciam. Por vezes, vocês são
assola o país.
agentes activos da corrupção. Mas
O atraso no arranque do encontro
também não é para denunciar como
acabou por gorar as espectativas dos
forma de chantagem por não terem
empreiteiros.
ganho um determinado concurso”,
Protecção dos empreitei- disse.
ros locais Apontou o sector do licenciamento
io

O presidente da FME, Manuel Pe- e a fiscalização como sendo os mais


reira, disse que o país está em cons- permeáveis à corrupção, indicando
trução, pelo que o sector é chamado os projectistas que entregam “pro-
a colocar-se na linha da frente para jectos incompletos”, sem janelas ou
assegurar a materialização dos gran- casas de banho.
ár

volvimento,
des objectivos de desenvolvimento, Garantiu que o Governo vai pagar
que passam por prouver o país de as dívidas às empresas de construção
infra-estruturas económicas e so- civil, dado que já há uma margem
ciais capazes e condignas. orçamental para isso.
Disse que está em voga o debate em Desafiou os emprempreiteiros a eleva-
torno da qualidade e resiliências das rem os seus níveis de qualidade e
infra-estruturas, que se tornou mais
Di

a cultivarem um traçado genuina-


pertinente em face das calamidades mente moçambicano na construção,
naturais, que ciclicamente fustigam porque o desejo do executivo é de
o país.
internacionalizar as empresas mo-
Solicitou a criação de políticas e es-
çambicanas.
tratégias que promovam o desenvol-
Comprometeu-se a priorizar as
vimento das empresas nacionais e da
indústria nacional de construção em construtoras nacionais nos concur-
geral. sos públicos, mas entende que há
Manuel Pereira defendeu a neces- necessidade de diversificação das
sidade de protecção das empresas suas actividades, porque no mercado
nacionais, no desenvolvimento da nacional são poucas as empresas que
capacidade dos empreiteiros, distri- sabem fazer pontes, asfaltagem de
buição justa de oportunidades e foco estradas, entre outros.
na qualidade das obras entre outros. Entende Nyusi que é chegado tam-
bém o momento de as empresas
Denúncia da corrupção arregaçarem as mangas e terem ini-
Na sua intervenção, Filipe Nyusi ciativas de ir à banca buscar dinhei-
INTERNACIONAL
18 Savana 15-06-2018

Chora, amado Aquarius


Por Paola Rolletta, em Roma*

D esta vez não foram imagens


de mortos afogados no mar
sendo que os vários países da UE não
respeitam totalmente os acordos de
cupação foram a convocação extraor-
dinária de La Valletta (Malta) em

o
Mediterrâneo. Desta vez fo- acolhimento e recolocação dos mi- 2015, dedicada exclusivamente ao fe-
ram 629 migrantes de Áfri- grantes e Itália se sente sozinha, na nómeno migratór
migratório e a análise da uti-
ca parados no meio do mar à espera sua posição geográfica. O braço de lização dos dinheiros do Trust Fund
que o navio que os salvou da morte ferro, segundo, Salvini, valeu: “Final- para África, cujos recursos deveriam

log
pudesse atracar num porto seguro. mente, as maneiras fortes serviram!”, ser destinados para a criação de ocu-
Malta negou e Itália fechou os por- foi o seu grito de “vitória”. “Vomiti- pação, sobretudo para os jovens, e o
tos. Desta vez os migrantes do navio vo”, respondeu o porta-voz de Em- desenvolvimento económico. Toda-
Aquarius foram vítimas de outro manuel Macron, o presidente francês. via, a maior parte dos recursos foram
(mais um) tipo de abuso: tornaram- A chanceler alemã Angela Merkel utilizados para com objectivos securi-
-se instrumentos de propaganda po- lançou o alarme: “sobre a imigração tários como o controlo das fronteiras
lítica. ilegal temos de responder de forma para a gestão do fenómeno migrató-
unitária. Este tema tem todo o po- rio, descurando as causas profundas
Portos e chaves de fenda tencial para destruir a Europa”. do próprio fenómeno. Também na
O novo ministro do Interior italiano,

ció
V cimeira União Europeia/União
Matteo Salvini, fechou os portos ita- 9LVWRVHPiÀDV ficam os migrantes antes de serem fazer as cem mil pessoas parqueadas Africana em Abidjan, na Costa de
lianos e as imagens de desesperados A matança no Mediterrâneo de pes- vendidos ou embarcados nas barcaças no limbo do acolhimento”. Crise Marfim, no ano passado, a gestão dos
no navio no meio do mar deram a soas vindas dos países africanos para podres que vagueiam no Mediterrâ- económica, medo, segurança, empo- fluxos migratórios foi um dos temas
volta ao mundo. O que não conseguiu os Países europeus começou quando neo. As máfias líbias detêm o mo- brecimento, e teoria do caos. E assim centrais.
fazer Viktor Orbán, na Hungria, com Europa decidiu dificultar os vistos. nopólio da mobilidade sul-norte do se alimenta uma guerr
guerra entre pobres, Essa foi uma cimeira particularmen-
o seu muro anti-imigrantes, conse- Como escreveu um jornalista italia- Mediterrâneo central, conseguindo no velho continente. te importante sendo a primeira entre
guiu Salvini após apenas duas sema- no, Gabriele Del Grande, numa carta passar até cem mil passageiros por organizações regionais comparáveis:
nas de governação: usar a imigração dirigida para o Ministro do Interior ano com uma faturação de centenas Países de origem mudos antes a UE encontrava a “África”. A
como “chave de fenda” para romper as italiano, vivemos num mundo glo- de milhões de dólares. E milhares de Na Itália, por exemplo, o processo narração da parceria tentou ser “com
políticas de Bruxelas. O navio Aqua-
rius, da ong “SOS Mediterranée”,
acabou por seguir a rota de Espanha
- onde o novo PM em nome da so-
lidariedade e humanismo ofereceu o
porto de Valência para desembarcar
- acompanhado por dois barcos ita-
balizado, onde os trabalhadores se
mudam de um lugar para outro em
busca de um salário melhor. A Eu-
ropa, que há muitos anos tem vindo
importar mão-de-obra a baixo custo,
tem assinado vários acordos de livre
circulação com muitos países ex-
nesta história.
so
mortos. E a questão líbia é central

“Porque eu continuo a não perceber


a razão pela qual um jovem de La-
gos ou de Bamako, tenha de gastar
cinco mil euros para passar o deserto
e o mar, ser detido na Líbia, tortu-
para ter uma autorização de residên-
cia demora anos, e sem a garantia que
seja reconhecida. E, ainda mais grave,
pedir o asilo político demora até dois
anos. E quando os papéis não che-
gam, os imigrados nem podem ser
repatriados porque já são demasiado
África” abandonando o velho “para
África”. Mas os compromissos, mes-
mo se válidos, tornam-se a cada dia
presa das necessidades de curto pra-
zo. E a história do navio Aquarius no
meio do mar é um dos mais recentes
exemplos. E para aprofundar a par-
lianos. traeuropeus. Mas continua a proibir rado,, vendido, ver morrer os colegas numerosos os que estão “parqueados ceria entre os dois continentes, divi-
Faltam apenas duas semanas para o aos trabalhadores africanos de emi- de viagem e chegar a Itália se calhar no limbo do acolhimento”. Também didos apenas por 14 quilómetros de
decisivo Conselho Europeu de 28 e grar legalmente no seu território. Por depois de um ano, traumatizado, sem porque não existe colaboração com mar, é fundamental reforçar a União
um
29 de Junho sobre a imigração e a outras palavras, as embaixadas euro- um tostão, quando com um visto no os seus países de origem. Significa, Africana, considerado que a sua inte-
União Europeia nunca apareceu tão peias em África pararam de emitir passaporte poderia ter comprado portanto, que dentro de um ano, por gração política (e não só) não é ain-
desunida e confusa, com insultos e vistos ou tornaram quase impossível uma passagem de quinhentos euros e exemplo, cinquenta mil pessoas es- da bastante sólida para lhe garantir
palavrões entre governantes. Além o processo de o obter. Chegamos a gastar o resto do dinheiro para alugar tarão sem documentos a alimentar o aquela coesão interna necessária para
dos compromissos com a União Eu- um ponto em que a única via possí- um quarto e procurar um emprego”, trabalho clandestino. dirigir a agenda na parceria.
ropeia, Itália violou o direito inter- vel para a emigração de África para escreveu Gabriele Grande. “Exacta- Mas será só por isso que nem uma
nacional que impõe como prioridade Europa é aquela das organizações mente como fizeram cinco milhões UE/UA despedaçadas palavra veio de nenhum representan-
absoluta a salvação das pessoas que se criminosas líbias que operam como de italianos, eu inclusive, emigrados O tema migratório recebeu maior te da União Africana sobre a tragédia
encontram em perigo no mar. Mas traficantes de seres humanos, ao lado no estrangeiro durante as últimas dé- atenção política por parte da UE, dos africanos do navio Aquarius?
a “partida” dos imigrantes é fulcral dos campos de concentração onde cadas. Exactamente como queriam ultimamente. Emblemas desta preo- *Especial para o SAVANA

Cimeira EUA-Coreia do Norte


de

A piada falhada de Trump e as “belas praias” norte-coreanas


A cimeira Trump-Kim foi se-
guida em todo o mundo e
revestiu-se de um elevado
peso simbólico. Para lá dos
na tradução, a avaliar pela expressão
desconfiada de Kim.
Em Novembro de 2017, os dois lí-
deres trocavam insultos. Trump cha-
gelado Häagen-Dazs de baunilha
com coulis de cereja.
Para além disso, houve ainda um
terceiro prato, para que os anfitriões
io

acordos, dos elogios e dos apertos de mou “baixo e gordo” a Kim Jong-un, pudessem mostrar um pouco da cul-
mão afáveis, também se registaram depois de este o ter apelidado de “ve- tura singapurense. O porco agridoce
momentos curiosos. lho”. e arroz frito à moda de Yangzhou e o
Kerabu de manga verde com molho
Donald Trump e Kim Jong-un en- A ementa que espantou os de lima e polvo fresco, mostraram a
norte-coreanos
ár

contraram-se esta terça-feira, em herança deixada pelos chineses, ma-


Singapura, para uma cimeira que foi A ementa do almoço de trabalho dei- laios e indianos no país.
o culminar de meses de preparação (e xou os norte-coreanos boquiabertos.
que resistiu a uma ameaça de cance- É que um dos pratos, chamado “oi- A “besta”, a limousine
lamento pelo meio). Mas nem só de seon”, pepino recheado com carne de blindada
diplomacia se fez este dia, marcado vaca, ovos e cenoura, é um prato his- Depois das reuniões, Trump mostrou
também por momentos de descon- tórico, mas incomum, que costumava a limousine presidencial a Kim – um
Kim Jong-un e Donald Trump no encontro histórico em Singapura
Di

tracção entre os dois líderes: da piada ser servido nas cortes da família real automóvel preto, blindado, tão gran-
falhada de Trump à escolha da emen- fortuna criada a partir do negócio -americano desaconselha as viagens coreana. de que foi apodado de “besta”. O mo-
ta que deixou os norte-coreanos bo- imobiliário e tem hotéis com o nome à Coreia do Norte. Os norte-ameri- Para se perceber o espanto da comiti- mento caricato foi captado em vídeo
quiabertos. va norte-coreana, a BBC explica que e altamente fotografado e as imagens
dele espalhados um pouco por todo o canos aconselham ainda os cidadãos
Foi a primeira vez que um líder “seria como se o primeiro-ministro mostram o líder norte-coreano a
mundo. E tem queda para o negócio. a escrever um testamento antes da
icano e norte-coreano em
norte-americano britânico se sentasse a comer com olhar de forma breve para dentro do
Pelo menos, foi o que deu a entender partida.
funções se encontraram para assinar um dignitário e lhe oferecesse cisne carro.
o comentário dele, proferido junto de assado – um dos pratos favoritos de
um documento que,, apesar de ter de- Antes do início da reunião, foram
sapontado alguns analistas, promete a jornalistas antes de se encontrar com A piada de Trump que Kim Henrique VIII”. Os coreanos mais disponibilizadas duas canetas para a
desnuclearização “total” da península Kim. não percebeu jovens chegaram a confundir o pra- assinatura do documento final. De
coreana – tal como Trump queria. E “Eles [na Coreia do Norte] têm óp- No início do almoço, antes de se sen- to com “oisobagi”, kimchi de pepino, acordo com as imagens, eram pre-
apesar da importância conferida a timas praias. Quando eles explodem tarem, o Presidente norte-americano bem mais comum. tas e tinham a assinatura de Donald
este encontro, houve alguns momen- os canhões deles para o oceano eu pediu aos fotógrafos que tirassem Para Trump, o menu foi diferente. A Trump a dourado. Momentos antes
tos caricatos. digo “Ena, olhem para aquela vista. uma fotografia em que os dois líde- entrada foi um cocktail de camarão da assinatura, a irmã do líder norte-
Não daria um óptimo condomínio?’”, res estivessem “bem e giros e magros com salada de abacate. O prato prin- -coreano entregou-lhe uma esfero-
As belas praias disse Trump. “Em vez de fazerem isso e perfeitos”. Apesar do tom aparen- cipal foi costeleta de novilho com ba- gráfica. Não é clara a razão que moti-
norte-coreanas podiam ter aí um bom hotel.” temente humorístico, a piada não foi tata, brócolos e molho de vinho tinto vou esta alteração.
Donald Trump herdou uma grande Actualmente, o Governo norte- bem-sucedida – ou então perdeu-se e para a sobremesa, estava preparado Público.pt
Savana 15-06-2018 19
OPINIÃO

Cartoon
EDITORIAL
Na vida urbana: Os pobres
saem sempre a perder

o
de William Shakespeare, esse grande escritor da língua ingle-
sa, a expressão que diz que “a discrição é a melhor parte da
bravura”.

log
O que para outros se traduziria em qualquer coisa como, não
diga tudo o que pensa, mas pense sempre bem no que diz.
E será o que nos faz lembrar a intervenção do Presidente Filipe Nyusi
na semana passada, quando em visita à cidade de Maputo, se insurgiu
contra os manifestantes que dias antes haviam bloqueado a estrada
circular da capital, exigindo que fossem tomadas medidas para miti-
gar a incidência de atropelamentos fatais na zona de Chiango.
Aqueles que sentem dificuldades em se inserir no meio urbano que
saiam, disse o Presidente, ao mesmo tempo que, parecendo irritado,

ció
sugeria a existência de alguém (que parece ser do seu conhecimento)
especializado em agitar as populações a rebelarem-se contra as au-
toridades.
Fez lembrar Donald Trump, quando se pronunciou sobre jogadores
do NFL, que numa manifestação de indignação perante a brutali-
dade policial e desigualdades raciais, tomaram a decisão de ajoelhar

Fábula do marciano
enquanto se entoava o Hino Nacional, na abertura da época do fu-
tebol americano.
Depois de acusar os jogadores de anti-patriotas e desrespeitadores
dos símbolos da nação americana, Trump sugeriu que eles deveriam
sair do país. E alguém retorquiu: “sendo americanos, é para irem viver
aonde”?
No mesmo dia da manifestação de Chiango, o vereador do município
de Maputo para os transportes, João Matlombe, teria dito, em respos-
ta ao pedido da população para que uma das medidas fosse a insta-
lação de uma ponte para a passagem de peões, que mesmo que isso
U
so
m marciano, por avaria da nave,
desceu em Moçambiqueambique de
pára-quedas. Leu o jornal para
se enquadrar minimamente no
contexto a que veio parar e deparou
negociar, sob o álibi da desnucleariza-
rão?
Como o marciano gosta de ler Histó-
ria, pôs-se a imaginar se o Churchill
seria tão amistoso com o Hitler e ra-
-se menos capazes de amar, ao mesmo
tempo que prospera o viagra e os filmes
pornográficos e todos os valores se tor-
nam venais, etc., etc.
Que tem isto a ver connosco, pergun-
fosse feito, a população não a iria usar, por uma questão de preguiça. com esta notícia: pidamente conclui que muito mudou tará o leitor.
«O tenente-general Ossufo Momade, o paradigmas sociais para um líder
nos par Em Lisboa, como tenho filhas na uni-
E para se justificar deu o exemplo das duas pontes ao longo da Estra-
dirigente interino do Partido Renamo, democrático apresentar como respeito- versidade, estive várias vezes na comu-
um
da Nacional Número 4 e de uma outra no bairro do Benfica, na EN1, deixou a cidade de Maputo e passa a re- so um jovem ditador e para que a sua nidade dos jovens estudantes moçam-
as quais alegou que não estavam a ser usadas pela população. sidir na Gorongosa, na base militar do linguagem-não- verbal se mostrasse tão bicanos, e vi que há neste momento
Alguns dias depois das declarações do Presidente Nyusi, circulou nas partido de Afonso Dhlakama. díspar entre um encontro e outro. unanimidade num ponto: se puderem
plataformas sociais uma mensagem violenta, em que os seus men- E justifica o próprio: Em ambas as notícias, pensa o mar- não voltam.
tores diziam que desde que nasceram nunca conheceram um outro “Eu, sendo o actual dirigente do parti- ciano, ilustram-nos mais os comporta- Não encontrei um único estudante que,
lugar que não seja a cidade de Maputo. do não me senti seguro aí na cidade. A mentos do que aquilo que se diz. O que em podendo ficar, queira voltar, porque
Acrescentavam que não sabiam como é que as pessoas se prepara- Frelimo podia instruir os seus homens evidentemente é-lhe mais fácil porque à considera que as suas espectativas sai-
vam para viver na cidade de Maputo. “Será pela condição social? Será para me fazerem mal. Estando aqui na partida está descontextualizado. riam invariavelmente frustradas.
Serra, eu fico mais seguro. ( ) A minha Portanto, descontextualizar ajuda-nos a Porquê? Porque não se revêm no seu
pelo grau de habilitação (sic)? Será pela idade?” Há uma tendência
decisão não tem outro objectivo senão discernir. país de origem, perderam a esperança
humana em que os rurais de ontem tendem a apagar as suas origens, integridade.”»
salvaguardar a minha integr
salvaguar E que sinais discernimos afinal, nas de que haja um “nós” e a confiança nas
para serem mais urbanos que os próprios urbanos. O marciano procura então no jornal por duas situações? práticas políticas em uso no país. É a
Dias depois de toda esta retórica presidencial, do nosso ponto de vista uma tentativa de dissuasão, um apelo, É aqui que a porca torce o rabo. debandada de técnicos, como efeito de
de

absolutamente desnecessária, o Presidente visitou a estrada circular, um desmentido da Frelimo - em vão. E para dar razão àqueles que dizem uma política de duplo sinal e de uma
precisamente na zona onde tinham ocorrido as manifestações, e foi Depois passa à página do internacio- que eu só cito, vou citar. E cito Ber- surdez atemorizadora.
manifestar solidariedade à família da criança cujo atropelamento ti- nal e lê que foi considerado histórico o nard Stiegler, e um livrinho essencial Não creio de todo que possa ser um
nha provocado o protesto popular. aperto de mãos entre o maior vendedor para nos ajudar a compreender os ris- sintoma retemperador e que galvanize
No dia seguinte lá estavam a ser lançados os alicerces para a constru- de armas do mundo e o ditador corea- cos desta era hiperindustrial, Da mi- a identidade de um país a ideia de que
ção da ponte que a população havia pedido. A questão aqui não é de no. E vê-os a sorrirem francamente um séria simbólica (Lisboa, Orfeu Negro, só fica quem não possa partir.
para o outro, como se uma igual legiti- 2018), onde a páginas tantas se lê: «O Terminemos com um poema, ameni-
saber quem, afinal, tinha razão.
midade os confortasse e uma afinidade mal-estar que afecta a época presente zador: «No saibro do caminho/ a lama
E não nos compete dar lições a sábios. O que podemos dizer é que subterrânea os ligasse, para além do caracteriza-se pelo fato de que eu pos- amareleja nas covas// baloiça o mini//
líderes devem aprender a ouvir aqueles que os elegeram para os altos aparato retórico. so cada vez menos, cada vez mais di- setecentas covas/ até o destino// da
cargos que ocupam. Quando pobres se queixam das precárias con- Há um clima amistoso entre ambos, as ficilmente senão mesmo já não posso íris,// miraculosa.»
io

dições em que vivem, mesmo que isso seja uma trivialidade, é sem- fotos do encontro denotam que estão de todo projectar-me num nós (…) o É um poema de amor, do Aurelino
pre aconselhável parar, nem que seja por um minuto só, e reflectir se descontraídos, no seu natural, Trump nós está gravemente doente. ( ) O mal- Costa, e que nos lembra que o amor,
não haverá algum grão de justezaa nas suas reivindicações. Não custa está em casa, como não conseguiu estar -estar dos indivíduos resulta da insta- como os países também é uma constru-
muito satisfazer as pessoas cuja única coisa que pedem é uma ponte entre os pares no G7, na semana passa- lação desse estado de facto e traduz-se ção que dá muito trabalhinho e muitas
que lhes permita atravessar uma estrada bastante movimentada, em da, onde a sua crispação era visível. Ora por somatizações, neuroses e compor- guinadas nos rins.
aqui, devido à sua obstinada agenda tamentos obsessivos, de compensações Ah, o nosso marciano achou melhor ir
ár

condições de segurança.
da “América primeiro” o seu compor- ou de fuga» (que podem conduzir à tentar encontrar um mecânico quânti-
Porque, de facto, se justiça tivesse de ser feita, o que deveriam pedir tamento fora de tal forma arredio aos violência e à desvinculação). A per- co para lhe arranjar a nave numa lua de
é que a construção de uma estrada para facilitar a circulação dos que argumentos – e mais uma vez Trump da de um “nós” acarreta «uma ferida Saturno, que considera menos perigo-
têm o poder de adquirir viaturas, nunca deveria ser feito ao custo da tinha estudado mal a lição - que foi narcísica que se exaspera para logo se sa do que o clima que encontrou neste
rotina das suas vidas. Poderiam exigir, por exemplo, que no lugar de considerado por todos um “cretino” e afundar, traduzindo-se numa perda de rincão plantado à beira Índico e bazou,
terem de ser eles a subir seis metros para atravessar a estrada, deve- um espírito “infantil”. singularidade onde se perde a respecti- não sem antes me ter confiado: vi um
riam ser as viaturas a passarem por um túnel ou por cima de um via- Dois dias depois, o seu conforto é pa- va imagem». E aí, diz o autor, o amor- filme desse tarado do João de César
Di

duto construído
uído para o efeito. E não estariam a exagerar. Mas nestas tente, lado a lado com o jovem ditador, -próprio é destruído e as pessoas não se Monteiro e só gostei duma frase do fil-
coisas de modernismo e desenvolvimento, os pobres saem sempre a e coitado, quer-nos fazer crer que desta sentindo já capazes de se projectarem me, quando alguém recomenda à per-
vez a sua prioridade é “o mundo pri- num mundo condicionado (ou onde o sonagem: Vai trabalhar! Acho que não
perder.
meiro”. egoísmo financeiro ou o apego ao poder é isso que lá está, os marcianos também
A pergunta que se impõe é: que foi ele ficaram demasiado explícitos) tornam- se enganam.

KOk NAM Editor Executivo: Ivone Soares, Luis Guevane, João


Mosca, Paulo Mubalo (Desporto).
Distribuição:
Miguel Bila
Director Emérito Francisco Carmona
(franciscocarmona@mediacoop.co.mz) Colaboradores: (824576190 / 840135281)
Conselho de Administração: André Catueira (Manica) (miguel.bila@mediacoop.co.mz)
Fernando B. de Lima (presidente) Aunício Silva (Nampula) (incluindo via e-mail e PDF)
e Naita Ussene Redacção: Eugénio Arão (Inhambane)
Raúl Senda, Abdul Sulemane, Argunaldo Fax: +258 21302402 (Redacção)
Direcção, Redacção e Administração: António Munaíta (Zambézia) 82 3051790 (Publicidade/Directo)
Nhampossa, Armando Nhantumbo e Maquetização: Delegação da Beira
AV. Amílcar Cabral nr.1049 cp 73 Abílio Maolela
Telefones: Auscêncio Machavane e Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A
)RWRJUDÀD Hermenegildo Timana. Telefone: (+258) 82 / 843171100
(+258)21301737,823171100, Naita Ussene (editor) Revisão savana@mediacoop.co.mz
Registado sob número 007/RRA/DNI/93 Propriedade da 843171100 e Ilec Vilanculos Gervásio Nhalicale Redacção
NUIT: 400109001 Editor: Colaboradores Permanentes: Publicidade admc@mediacoop.co.mz
Maputo-República de Moçambique
Fernando Gonçalves Fernando Manuel, Fernando Lima, Benvinda Tamele (82 3171100) Administração
editorsav@mediacoop.co.mz António Cabrita, Carlos Serra, (benvinda.tamele@mediacoop.co.mz) www.savana.co.mz
OPINIÃO
20 Savana 15-06-2018
Pecar por defeito – Parte I
o
N
log

o discurso que proferiu no conhecesse a profundeza das suas simples escriturário do Gabinete «Quem é esse?» apagado que está sempre aí a olhar
acto da tomada de posse causas. Por trás dos seus discur- do Presidente, com incumbências «É um dos meus colaboradores.» – para o seu umbigo e não diz nada?!
para o seu segundo e últi- sos estava um homem pacato, que muito modestas. Também não E quando o chefe do Gabinete lhe Sabe que estou aqui há quase 2
mo mandato como Presi- passava quase despercebido, e que, pediu nada mais do que isso. No anos e nunca ouvi a voz dele? Nem
eveu as características físicas
descreveu
dente eleito, ele fez jus à aura que o aliás, não fazia nenhum esforço fundo, o que ele queria era sosse- sequer a rrir.»
para se fazer notar. Aos 62 anos, go, porque, apesar do seu aspecto do Massingarela, o Presidente «Foi ele mesmo.»
rodeava desde o segundo dos cinco quase caiu de costas – «Aquele ser
Pedro Xavier Massingarela era o pacato e discreto, todo o seu ser e a «Chame-o.»
«Chame-o
anos do seu mandato anterior: a de sua mente fervilhavam numa pro-
produto acabado da educação a
um excelente comunicador. cura contínua de se manifestar.
que tinha sido sujeito na infância.
Desde a simples inauguração de Quando os trabalhadores do pa-
ció

Filho de um proeminente pastor


uma padaria até cimeiras conti- lácio entenderam oferecer ao
da Igreja Metodista Unida, tinha
nentais ou mundiais, passando Presidente, ainda no seu primeiro
sido sujeito a uma educação severa,
pelas aberturas de simpósios, se- mandato, uma festa surpresa por
minários, palestras ou debates, que, não só tinha atrofiado partes
importantes dos seus traços de ca- ocasião do seu 57.º aniversário, o
sempre se tinha revelado homem Email: diariodeumsociologo@gmail.com
rácter, como até, em muitos casos, Chefe do Gabinete presidencial Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
de discursos directos, simples e mostrou-se atrapalhado com o
profundos, que brilhavam, não tinha simplesmente castrado ou
discurso que teria de fazer na oca-
584
soterrado a sua formação.
sião, uma vez que não se via capaz
Uma coleção internacional [7]
tanto pela originalidade dos seus
O seu carácter de pessoa pouco
temas ou das suas ideias, muito de ultrapassar o que tinha feito no
faladora, com extremas dificulda-
ano anterior. Então, no fundo do
so

menos pela ousadia das soluções


propostas ou pela pertinência dos des em expressar-se ou comunicar io, ouviu-se a voz de Pedro
escritório,
assuntos em apreço. Os seus dis- oralmente os seus próprios pensa- Massingarela – «Chefe, eu posso
cursos brilhavam pelo excelente mentos, ideias ou opiniões, tinha- ar esse discurso.»
elaborar
domínio que denotavam da língua -lhe valido, durante os tempos do O chefe olhou para Pedro e disse
em que estavam escritos – a língua liceu, do 3.º ao 5.º ano, a alcunha – «Tu?»
portuguesa, neste caso. de amorfo, e mais tarde, no cum- «Sim, chefe, eu mesmo. Ao menos
Esta faceta de comunicador nato primento do serviço militar (e por- deixe-me tentar.»
era tanto mais notável, quanto que tivesse, para agravar a situação, A leitura do discurso, perante
contrastava fortemente com o que a especialidade de amanuense), a o Presidente e os trabalhadores
de furriel mata-borrão. do palácio que o felicitavam, ge-
um

se passava quando ele era por al-


guma circunstância obrigado a Pedro Massingarela não dava rou um espanto geral: o texto era
dirigir-se ao público em discurso mostras de se aborrecer muito com simples, profundo, humano, cheio
improvisado. Aí o seu desempenho isso. Pelo contrário, a sua postura, de insinuações, com um sublime
atingia quase os níveis de desas- a rectidão do seu carácter, em vez sentido de humor, muita ironia e,
tre: entaramelava a língua, comia de lhe merecerem chacota, ins- até onde o permitiam as regras,
metade das palavras e, mais grave piravam sempree respeito e quase uma certa cumplicidade. No dia
do que isso, cometia erros crassos veneração em quem com ele se re- seguinte, o presidente chamou a si
de concordância e até mesmo de lacionasse e convivesse, tanto pro- o Chefe do Gabinete e disse-lhe –
construção das frases que se pro- fissional como socialmente. «Parabéns pelo discurso! Fizeste-o
punha pronunciar. Era um descon- Aos 45 anos, respondendo a um com primor.»
certo. concurso público, ingressou no O chefe foi honesto – «Não fui eu,
Mas este desconcerto tinha uma quadro de pessoal do palácio Excelência. Quem o elaborou foi o
de
explicação simples, para quem presidencial. Não passava de um Pedro Massingarela.»
Por Luís Guevane
SACO AZUL
Da “Circular”: secção II
E io
ntree a Ponte da Costa do Sol e autocarros, entre outros aspectos, podería- contrário, os embates com rotunda têm sido ríodo activo; com os alunos a atravessar
o Bairro Chiango os embaraços mos estar a pensar no cidadão. O “desvio”, frequentes, quase que diários, danificando- a estrada. Considerou-se a escola como
ár
parecem ser um pouco mais se- historicamente importante, não ganhou -a. A tese do “erro humano” deve aqui ser algo passivo, sem alunos, sem necessida-
veros quando comparados com a com a “Circular”, o que é estranhíssimo. Im- colocada não só na perspectiva de se deitar de de se prever possíveis impactos sobre
secção I. Encontramos duas a três situa- pacto zero se considerarmos a mobilidade e as culpas aos automobilistas “distraídos” a vida dos petizes, sem necessidade de
ções concretas. Duas, se considerarmos o precário estado da via em terra batida que como, também, na perspectiva da “engenha- uma ponte pedonal. Foi necessária a pre-
o troço da “Circular” nesta secção. Mas, volta a ligar-se à “Circular”. Não é, pois, ne- ria” em si, olhando para os seus responsáveis. sença do Presidente da República para
três, se incluirmos o desvio para o Bairro cessário um levantamento popular para que Por que razão os danos são frequentes (ex- se poder pensar nos alunos, nos residen-
Di
dos Pescadores (que, tecnicamente, não esta extensão seja melhorada. clusivamente) num só sentido? A rotunda tes e numa ponte pedonal (não prevista
faz parte da secção II). Percorrendo pela “Circular”, nesta secção, e tem tido um efeito devastador não só sobre inicialmente) que assim surgiu como
Ainda assim, comecemos pelo referido resultado da mediatização da perda de
fugindo ao “desvio”, encontramos duas si- os veículos automóveis como também sobre
uma vida. Oxalá seja consistente e segu-
“desvio”. Umas boas dezenas de me- tuações que merecem a lupa da engenharia. os seus proprietários. Lembremo-nos que à
ra. O segundo aspecto prende-se com a
tros depois da Ponte da Costa do Sol, A primeira, é o efeito da rotunda, à saída da noite a iluminação é zero. Quem assume os
canalização dos problemas aos secretá-
há um desvio para a direita que traz à “Casa Jovem” e, mais adiante, a segunda, tem prejuízos? Carece isto de algum tumulto por rios dos bairros. Os tumultos ocorridos
tona a discussão sobre se a mobilidade a ver com a relação entre a “Circular” e a Es- parte dos automobilistas quando já se sabe são um bom indicador da qualidade de
urbana visa beneficiar o cidadão comum cola Primária Completa de Chiango. O que que é algo que vem sendo acompanhado por relações e do nível de confiança existente
ou o tráfego automóvel. Numa situação aqui se apresenta como discussão é o chama- quem de direito? entre os residentes (ou comunidades) e
de normalidade no funcionamento dos do “erro humano” defendido por alguns sec- Sobre a relação entre a “Circular” e a EPC as estruturas locais (que deixa muito a
transportes públicos, com o cumpri- tores da Sociedade. Se formos no sentido da de Chiango dois aspectos, entre outros, sal- desejar). As falhas que se observam na
mento rígido de horários e de rotas, com Ponte da Costa do Sol em direção a Chiango tam à vista: o primeiro prende-se com o “Circular” devem ser corrigidas sim, mas
elevados ou aceitáveis padrões de pro- a referida rotunda (da Casa Jovem) não apre- facto de o traçado esboçado e materializado a questão da responsabilização não deve
fissionalismo por parte das empresas de senta danos (dignos de reparo) provocados não ter tomado em conta, ao que parece, a ser colocada de lado. Valerá a pena o
transportes, manutenção das vias e dos pelos automobilistas. Entretanto, no sentido existência de uma escola primária em pe- “olho por olho e dente por dente”?
PUBLICIDADE
Savana 15-06-2018 21
22
DESPORTO Savana 15-06-2018

Pelos resultados que têm conseguido no plano internacional

“Canoagem e vela deviam ser modalidades prioritárias”


-Defende Hélio Alberto

o
A
Por Paulo Mubalo

despeito da boa prestação dalidade de elite. vezes e fomos campeões africanos

log
dos atletas moçambicanos O país possui juízes em número absolutos em 2015 e, em 2014,
em competições interna- razoável? conseguimos medalha de prata.
cionais de vela e canoa- -Na vela temos um apenas, mas E na canoagem?
gem, o presidente da Federação a curto espaço de tempo teremos - Participamos, em 2014 e 2015,
Moçambicana das respectivas mo- mais juízes, ainda que não de nível em campeonatos mundiais, onde
dalidades, Hélio da Rosa Alberto, internacional. Na canoagem têm conseguimos fazer subir o país ao
reconhece que o país ainda não sido os próprios atletas a ajuizar, nív
nível do ranking, porque ao nível
está preparado para apoiar as duas repare que ser juiz na canoagem de África estávamos em 12º lugar,
modalidades como seria de desejar, é acompanhar a regata até ao fim, o que nos colocou num patamar de

ció
tendo em conta os altos custos dos saber se o atleta transpôs ou não a países que ainda estavam a começar
materiais. Prova disso é que os nos- linha, é muito fácil. Na vela é muito a praticar a modalidade. Em 2013
sos atletas continuam a usar barcos mais complexo, por isso temos um passamos para o sétimo, depois
ultrapassados, casos da nelo 4 e Calma e concentração: dois pressupostos para uma boa regata juiz internacional. para o quarto lugar e, neste mo-
pagaias, com o agravante de esses Tanto a canoagem como a vela já mento, estamos em terceiro lugar,
materiais não existirem no mer- lhar com treinadores estrangeiros. com posses, mas os clubes criaram conquistaram medalhas. Recorda- graças à conquista do Africano de
cado interno. Seguem os excertos Quantos atletas praticam estas uma espécie de bolsa-atleta onde o -se de algumas? Marrocos, o que nos deu a possibi-
mais importantes da entrevista. duas modalidades no país? próprio clube proporciona condi- - Na vela, sagramo-nos campeões lidade de participarmos nos mun-
-No que tange à canoagem, só a ções paraa o próprio atleta. Estamos africanos em 2012, em femininos, diais de Hungria e da Sérvia, onde,
-Consta-nos que a federação que
dirige trabalha com meios precá-
rios. Quer detalhar?
-Bem, o que posso dizer é que à
semelhança de outras modalidades,
a vela e a canoagem enfrentam di-
cidade de Maputo movimenta 60
atletas, mas não estão incluídos os
atletas da província de Tete. Entre-
tanto, a última vez que nos manda-
ram, precisamente em 2012, havia
25 atletas, mas certamente que o
número cresceu porque já há mais
so
a falar de barco e o atleta cresce no
clube praticando a modalidade e
retira-se a ideia de que é despor-
to de elite.. Repito: é de elite sim,
porque o material não é barato, mas
aqui em Moçambique nós tenta-
mos retirar nas cabeças das pessoas
na Tanzania, na canoagem, e fica-
mos em terceir
terceiro lugar por equipas
na vela; em 2013 fomos campeões
africanos em c1 mil metros e em
afr
c1 200 metros; na Tunísia conse-
guimos uma medalha de bronze. A
Deiz foi campeã africana consecu-
infelizmente, não conseguimos al-
cançar aquilo que eram os nossos
objectivos: a final “A”, mas com o
tempo chegaremos lá. Estabelece-
mos, igualmente, uma parceria com
a federação húngara. Eles cederam-
-nos um treinador que vai trabalhar
ficuldades como a falta de fundos e
clubes. Ao nível da capital, a vela essa ideia de se tratar de uma mo- tivamente na mesma classe quatro connosco.
de material. Temos na canoagem 30
movimenta 80 atletas, em repre-
barcos e na vela 35 da classe olím-
sentação de dois clubes. Diria que
um
pica e 36 da classe de iniciação, mas
a canoagem é praticada em Mapu-
foram adquiridos em 2011. Con-
to, Chidenguele e Tete, mas nesta
forme dizia, a nossa dificuldade é
província usa-se canoas canadianas,
essa, mas temos criado parcerias
enquanto que a vela é praticada em
para minimizá-las, particularmente
Maputo, Gaza e Sofala.
com o Clube Marítimo dos Des-
Há quem defende a ideia de que a
portos. Esta é a colectividade que vela e a canoagem deviam ser mo-
nos tem acolhido de forma aberta, dalidades prioritárias, em função
é o clube que possui mais atletas dos resultados que têm vindo a
e trabalha para que seus atletas alcançar. Comunga desta opinião?
façam parte da selecção. De resto, Resultados
de

não estamos num nível competiti- -Essa coisa de modalidades prio-


vo mundial, e só para dar exemplo, ritárias é complicada e creio que
para adquirirmos uma pagaia não quando isso foi discutido não se
é fácil, porque não existe aqui em levava em conta que essas duas
Moçambique mesmo na vizinha modalidades chegariam ao extremo
África do Sul. Ora, competindo onde chegaram. O critério princi-
com as pagaias que recebemos dos pal para que fossem consideradas
Jogos Africanos, estamos a regredir, modalidades prioritárias era que
porque já não se usam em muitas estivessem
essem distribuídas por todo o
partes do mundo. país, mas há facilidades para algu-
io

Quantos barcos precisariam para mas, como futebol e basquetebol.


se movimentar as duas modalida- Na vela e canoagem devia se ter em
des sem sobressaltos? conta factores como os resultados,
-Os barcos que temos são suficien- porque não é correcto falar de mo-
tes, o problema é da evolução do dalidades prioritárias e não se fazer
ár

próprio material. Nós estamos a menção aos resultados. Investe-se


ficar atrás, estamos a trabalhar com muito dinheiro, mas faltam os re-
barcos ultrapassados. sultados. Claramente, a canoagem
Que barcos são compatíveis com a e a vela deveriam fazer parte das
vossa actividade? modalidades prioritárias.
- Neste momento estamos a usar Mas essas modalidades são de elite
a nelo 4 e hoje usa-se a nelo 6. A
Di

e, por conseguinte, não podem ser


cada ano que passa o material vai prioritárias? Quer comentar?
evoluindo, a nelo 4 foi usada nos - Na verdade, a vela é um despor-
Jogos Olímpicos de Londres, a nelo to de elite, só que nós, a federação,
5 foi usada nos Jogos Olímpicos de juntamente com os clubes, estamos
Rio, e a nelo 6 será usada nos Jogos a tentar incutir no povo moçambi-
Olímpicos de Tóquio. A nível de cano que a vela, como disse, é de
pagaias hoje usa-se outro tipo de facto de elite, mas não se pode ter
marcas e nós como estamos ainda a ideia de que não se é capaz de
a começar não temos capacidade praticá-la, porque nós trabalhamos
para adquirir esse tipo de material, com crianças de todos os extractos
mas com um pouco de investi- sociais, acolhemos jovens, crian-
mento um dia chegaremos lá. Não ças das escolas circunvizinhas, dos
podemos pedir muito, até porque bairros periféricos da Polana Cani-
conhecemos as dificuldades que o ço, de Maxaquene, de Triunfo. Te-
país atravessa, daí que contamos mos crianças que vêm de Magoa-
com outras iniciativas, como traba- nine que não pertencem a famílias
Savana 15-06-2018
DESPORTO
DESPORTO 23

Já começou o Mundial de Futebol, Rússia-2018


Constelação de estrelas!
E nquanto o sonho do nosso
país de participar no cam-
capaz de abrir linhas defensivas e
gerar situações de golo para colegas

o
peonato de Mundo em fu- de equipa. A sua capacidade técnica
tebol nunca passou disso, o aliada a uma visão de jogo perfeita
mundo desportivo vai parar até ao fazem com que este seja um dos
próximo dia 15 de Julho, para ver a mais fortes médios neste Campeo-

log
constelação de estrelas da bola. nato do Mundo.

O certame, que iniciou nesta quin- Eden Hazard, Bélgica, Grupo


ta-feira, é disputado por 32 selec- “G”, actual médio do Chelsea
ções, em 12 estádios de 11 cidades A selecção belga tem em Eden Ha-
diferentes. Mas quem faz as selec- zard um valor maior e de grande
ções são os seus jogadores e há es- versatilidade dentro de campo, co-
trelas da bola a ter em conta. nhecido pela destreza dos seus dri-
bles e pelos seus remates potentes e
Edinson Cavani, Uruguai, Grupo certeiros de fora da área. A sua qua-
“A” , actual avançado do Paris

ció
lidade aliada a de Romelu Lukaku,
Saint-German Thomas Meunir e Kevin de Bruyne,
Este é um dos jogadores-maravilha fazem com que o ataque da Bélgica
da selecção uruguaia a par de Luís seja um barril de pólvora prestes a
Suarez. A sua consistência den- rebentar em qualquer defesa adver-
tro de campo e a eficácia com que sária.
marca golos contribuem para que a
selecção uruguaia seja uma das mais Antoine Griezmann, França, Gru-
fortes deste Mundial de 2018. Só a po “C”; actual avançado do Atlé-
tico de Madrid
título estatístico, Edinson Cavani
marcou 10 golos em 18 partidas da
fase de qualificação, garantindo fa-
cilmente a presença da sua equipa
no mais importante evento de fute-
bol do planeta.
Uma das peças-chave da selecção
francesa neste Mundial é Antoine
Griezmann. Ele é um dos garantes
de uma máquina bem oleada a partir
do meio campo francês, sendo um
jogador capaz de unir a equipa à sua
so
/XFD 0RGULý &URDFLD *UXSR volta e de distribuir jogo, promover
“D”, actual médio do Real Ma- uma elevada circulação de bola, mas
drid também de lançar-se sozinho para o
um
Luka Modrić é tido como o mais golo com bastante eficácia.
importante jogador ofensivo de
meio-campo actualmente em ac- Lionel Messi, Argentina,
tividade, sendo capaz de distribuir Grupo “D”, actual avançado do
jogo e de procurar linhas de passe Barcelona
fulminantes como poucos. Ele tem Se Ronaldo é apelidado de “Melhor
uma excelente visão estratégica e do Mundo”, Messi também não lhe
táctica e é inclusivamente conheci- fica muito atrás. O seu controlo de
do como o mestre das “pré-assistên- bola e drible são exímios, é capaz de
cias”, dado que muitas das constru- arranques explosivos que são o pesa-
ções de jogo iniciadas por si acabam delo dos jogadores que o marcam e é
por resultar em golo. capaz de remates potentes de qual-
de

Harry Kane, Inglaterra, Grupo quer área de campo. Os seus passos


“G”, actual avançado do de mágica no controlo de bola se-
Tottenham. rão um dos principais atrativos do
A campanha promissora do jovem Mundial e promete grandes feitos
inglês Harry Kane, no Tottenham, em representação da Argentina.
faz com que ele seja uma das maio-
res esperanças de uma Inglaterra em Cristiano Ronaldo, Portugal,
crise de resultados e reconhecimen- Grupo “B”, avançado do Real
to, nomeadamente depois do seu
Madrid
O “melhor do Mundo” quer trazer
afastamento do Europeu de 2016
io

da Rússia um dos poucos títulos


pela Islândia. Harry Kane não tem
que ainda lhe falta conquistar da sua
cerimónias: remata facilmente e
carreira híper-premiada de futebo-
com precisão de média e curta dis-
lista: a taça de campeão do mundo.
tância, sendo também essa caracte-
Depois de mais uma campanha
rística atacante o que já lhe valeu 12
brilhante a representar as cores de
ár

golos em 23 jogos pela sua selecção.


Portugal no Europeu de 2016, ven-
Neymar, Brasil , Grupo “E”, ac- cendo essa competição, e sendo um
tual avançado do Paris Saint- recordista dos prémios individuais
-Germain e colectivos em futebol (já tem por
Sempre que Neymar entra em cam- exemplo 5 Bolas de Ouro), o mais
po sentimos uma nostalgia dos cra- bem pago jogador de todos os tem-
Di

ques da bola, como Ronaldinho e pos promete ser um autêntico fura-


Pelé, aqueles que praticavam o cha- cão de golos no próximo Campeo-
mado “jogo bonito”. Neymar parece nato do Mundo
Mundo.
seguir a tradição destes ícones do
futebol mundial, sendo um mestre Toni Kroos, Alemanha, Grupo
criativo no controlo de bola com os “F”, actual avançado do Paris
seus dribles de cortar a respiração, Saint-Germain
fintas assombrosas, remates surpre- Se há um símbolo de tudo o que a
sa e, acima de tudo, destacando-se a selecção de futebol alemã represen-
maneira fluida e bela como se move ta, ele é Toni Kroos. Um jogador
em campo. pragmático, eficaz quando está pe-
rante uma situação de golo, capaz
David Silva, Espanha, Grupo “B”, de jogar em equipa como se o seu
actual médio do Manchester colectivo fosse uma máquina bem
David Silva é um jogador tão ex- oleada e sem falhas, excelente a tro-
periente que constrói o jogo e tem car a bola e em definir linhas de pas-
um controlo perfeito da bola, sendo se mortíferas.
CULTURA
24 Savana 15-06-2018

Fernando Manuel fala do lançamento do seu segundo livro

“Uso a escrita para comunicar-me”


A
Por Raul Senda

o
os 65 anos de idade, Fer- e baixos, a minha é feita por baixos. cias sociais ou por medo disto ou
nando Manuel, jornalista, Mas fico feliz quando me lembro daquilo. Até por medo de sofrer
lança, na próxima terça- que o importante é não estar ven- consequências daquilo que pode
cido”. advir se nós pensarmos desta ou da-

log
-feira, 19, na cidade de
Maputo, a sua segunda obra li- Sublinhou ainda que o livro leva a quela maneira”.
terária. Trata-se de um livro que mensagem de esperança. “Procu- Fernando Manuel diz que escreve
resume uma coletânea de crónicas ro fazer entender que não se pode na primeira pessoa do singular por-
publicadas, na sua coluna, no se- vergar perante as dificuldades, não que quer que as pessoas se sintam
manário SAVANA, denominada podemos culpar o outro pelos nos- próximas de quem está a escrever.
Missa Pagã. sos fracassos”. Assim, a ideia é mais credível.
Fernando Manuel afirma que a vida Fernando Manuel iniciou a carreira
Ao SAVANA, Fernando Manuel ensinou-o a saber amar. Mas, mais jornalística em 1981, mas estreou-
contou que, para o presente livro, do que amor, o importante, acres- -se como escritor em 1991 com o

ció
foram seleccionadas 50 crónicas das centa, é saber perdoar, “há que valo- lançamento da sua primeira obra

Naita Ussene
cerca de 400 que publicou no jornal rizar nossos sonhos por mais extra- intitulada “o homem sugerido”.
entre os anos 90 e 2000. São artigos vagantes que possam serser”. Por isso, Nos meados da década 90 ensaiou
que retratam o quotidiano das pes- continua a sonhar e valorizar muito o lançamento da sua primeira cole-
soas, mas que fazem parte de toda a sua liberdade de pensamento. tânea de crónicas denominada Chá
a vida. Enquanto outras pessoas escrevem por prazer, eu escrevo para me comunicar “Não me sinto envergonhado quan- das Sextas, uma rúbrica publicada
porque, verbalmente sou timido
Nas crónicas fala de amor, ódio, do escrevo uma crónica contando na Revista Tempo.
frustração, prazer, sexo, adrenalina, vertido. É na escrita que Fernando bicanos só lia dois. Minhas e de uma história em que ponho um “A colectânea de Chá das Sextas
sonhos e dor para depois chegar à Manuel comunica-se. Daniel da Costa. Foi em respeito à homem a voar numa esteira e a sair acabou colapsando por culpa da
conclusão de que um homem não
se pode deixar vencer e o sonho e
a esperança devem continuar até ao
último dia da vida.
Para além das crónicas, o livro conta
com textos do escritor João Carri-
lho (arquitecto) e da jornalista Pau-
“Muitas pessoas dizem que escre-
vem por prazer, mas para mim é o
contrário. A escrita é a forma que
encontrei para me comunicar, é
uma necessidade, para mim, a es-
crita é um exercício solitário que
Diz que escreveu
so
memória do patrono da Fundação
que a editora está a apadrinhar este
projecto”.
eveu o Missa Pagã num
estilo de paródia, mas num bom
sentido porque as suas crónicas não
de casa para a varanda da janela e
a sobrevoar céu até ir aterrar no
planalto de Penhalonga onde en-
contra uma amante à espera dele.
Claro que é uma coisa que parece
Clar
impossível, mas nada me impede
editora. Infelizmente, a distribuido-
ra não tirou o livro da gráfica, não
sei quais foram as razões. Mas, eu
também não fiz nenhuma pressão.
Contudo, acredito que um dia irei
lá porque o livro é meu”, contou.
me exige muita concentração. Pelo são temporais, nem factuais. de pensar assim, também nada me Fernando Manuel nasceu a 20 de
la Rolleta. Faz notar que a sua imaginação li- impede de pensar que isso é possí- Janeiro de 1953 na Maxixe, provín-
que me sinto bem agora que estas
Fernando Manuel diz que encara terária
ia não se prende no quotidiano, vel e oriento-me muito naquilo que cia de Inhambane. Foi na cidade da
rúbricas vão estar condensadas num
um
o lançamento da obra como um sempre que escreve, procura culti- é a liberdade com que as crianças Maxixe que iniciou estudos primá-
livro”, frisou.
sentimento de alívio, na medida var sentidos mais nobres da condi- pensam. As crianças são muito li- rios. Posteriormente mudou-se para
em que a publicação está pronta ção de um ser humano. Coisas que vres a pensar. Muitas vezes pode- cidade de Maputo, então Lourenço
há mais de 15 anos, mas que de lá Fernando Leite Couto
acontecem com as pessoas no seu mos pensar que aquilo que pensam Marques onde concluiu o liceu.
a esta parte nunca encontrava uma O afecto, a arrumação de ideias e a dia-a-dia, mas fazem toda a vida. e falam são coisas absurdas. Porém, Antes de ser jornalista, Fernando
entidade que o apoiasse na edição. qualidade de português foi o crité- “O Missa pagã é o retrato do meu não é bem assim. Pelo contrário, as Manuel foi monitor de educação fí-
“Finalmente chegou esse momento. rio usado para a escolha das cróni- percurso da vida que nem sempre crianças são muito mais lúcidas do sica, músico, escriturário e professor
Fiquei feliz de tal modo que queria cas para o livro. foi linear. Tenho tido muitos sola- que pensámos. Nós adultos apren- de história no ensino secundário.
dar ao meu discurso de apresenta- “Há certos artigos que nos são mais vancos na vida. Enquanto alguns demos, ao longo da vida, a coartar Iniciou a carreira jornalística na en-
ção do livro o título de sortilégio. simpáticos ou achamos que foram dizem que a vida é feita por altos nosso pensamento, por conveniên- tão Revista Tempo.
Mas descobri que essa palavra não bem conseguidos. Mas, também
é apropriada para descrever a sorte há outras que entendemos que
de

que tive”, disse. por uma e outra razão não fomos


Sublinhou que foi muito tempo de bem sucedidos porque acordamos
espera com tantos solavancos, de tal mal dispostos. Como dizia o meu
forma que pensou em desistir da amigo Augusto de Jesus, contra-
ideia, mas na hora de atirar a toalha riamente ao que muitos jornalis-
chegou o espírito de que um ho- tas ou escritores pensam, de que o
mem não se pode deixar vencer. instrumento
umento mais importante de
Diz que este é o terceiro ano da trabalho para eles é a máquina de
cegueira. Em condições normais, escrever ou computador, na verdade
se fosse um homem fraco, a partir
io

o instrumento mais importante é a


da data em que perdeu a vista teria língua com a qual nós escrevemos”,
pensando que a vida acabou. Pelo disse, para depois acrescentar que
contrário, isso deu-lhe coragem de é na língua portuguesa “onde faço
persistência. O tempo que passa na esforço de ser perfeito, apesar da
solidão devido à limitação da vista perfeição ser uma forma que nunca
ár

permite-lhe fazer autoanálises e se atinge”.


introspecções, o que lhe permitiu Sobre a editora, Fernando Manuel
concluir que a melhor forma de su- diz que o interesse da Fundação
perar dificuldades é acreditar que é Fernando Couto também o pegou
possível resolvê-los. de surpresa.
Fernando Manuel afirma que é uma “O que me disseram é que o patro-
Di

pessoa que tem dificuldades de se no da Fundação, Fernando Leite


comunicar com pessoas através da Couto, em vida, dizia frequente-
fala devido ao seu carácter intro- mente que dos cronistas moçam-

Publicações
Fernando Manuel

Uma Voz Cheia de Vozes,


obra sobre Fernando Leite Couto
Mulheres de Cinza,
romance de Mia Couto
Vagas e Lumes,
Poemas de Mia Couto
Coração Forte – relatos do povo armado, Fernando Manuel
Naíta Ussene

depoimentos de Licínio Azevedo


O Gato e o Escuro,
conto infanto-juvenil de Mia Couto
A Espada e a Azagaia, «As crónicas que Fernando Manuel escreve todas as Fernando Manuel

Missa
romance de Mia Couto semanas são para mim um unicum, o retrato de uma so-
Nasceu a 20 de Janeiro de 1953 na Maxixe.
Roda das Encarnações, ciedade despedaçada, de um mundo feito adulto à força Iniciou os estudos na Missão da Sagrada
poemas de Sónia Sultuane e da nostalgia da infância doce, das «gotas de chuva que Família, completando-os na escola Indígena
O bebedor de horizontes, fazem música no telhado de zinco». Pling, pling, pling. da Munhuana, na ex-Lourenço Marques.
romance de Mia Couto É o mundo da periferia, de todas as periferias: o mundo
Frequentou o ensino médio, após a passagem
Sombras de Outubro, dos desiludidos, daqueles a quem foi roubado o sonho. É
pelos liceus António Enes e Salazar.

Pagã
Colectânea de poesia e artes russas, o mundo do distúrbio da tranquilidade pública. Dos que
Fundação Fernando Leite Couto não têm voz e ficam roucos às margens da História». Monitor de educação física, músico,
Missa Pagã escriturário, professor de História no ensino
Fernando Manuel Paola Rolletta secundário, ingressou finalmente na carreira
do jornalismo em 1981, ano em que passou
Novos Autores a integrar o quadro redactorial da revista
Tempo. Na Tempo publicou uma colecção de
Missa Pagã

Os Ângulos da Casa, poemas. Estreou-se em livro com O Homem


poemas de Hirondina Joshua Sugerido. Publicou ainda a colectânea de
A Pátria do João Lucas, crónicas Chá das Sextas.
novela de Luís Artur
Como resultado da sua lavra no semanário
Recados da Alma, Savana surge a colectânea Missa Pagã.
romance de Bento Baloi
As Idades do Vento,
poemas de Jaime Munguambe
Ignição dos Sonhos,
poemas de Melita Matsinhe
Intempéries de Amor Numa Baía Adormecida,
contos de Malikezi Wa Tiane
A descrição das sombras,
poemas de M.P. Bonde
A PARTIR DE 3ª-FEIRA TEREMOS

Dobra por aqui


g o
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1275 ‡ DE JUNHO DE 2018

ól o
c i
s o
u m
d e
ir o
D iá
2 Savana 15-06-2018 SUPLEMENTO Savana 15-06-2018 3

g o
ól o
c i
s o
u m
d e
ir o
D iá
Savana 15-06-2018 27
OPINIÃO

Abdul Sulemane (Texto)


Ilec Vilanculo (Fotos)

o
log
Situação vai piorando

ela forma como as coisas vão andando não sabemos onde vamos parar. Pri-
meiro foram os ataques a uma esquadra para roubar armas. Depois vieram as

P mortes por decapitação de alguns compatriotas. Agora é um ataque dentro de


um supermercado em Pemba que, afinal, não passou de um boato. Não nos
esquecemos os anteriores ataques em que perdemos mais compatriotas. Tudo isto
mostra que o terror está longe do fim. Mesmo com o discurso de que estes ataques

ció
não atrapalham os investimentos na zona norte do país.
Os responsáveis pela ordem e segurança públicas estão a passar noites sem dormir.
Não sabem por onde iniciar para travar esta situação. O que percebemos é que os
dirigentes estão a tratar este assunto de ânimo leve. E neste momento todos os con-
selhos para se encontrar uma solução do problema servem.
Dizemos isso porque o Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, escuta de
boca aberta os conselhos de Helena Khida, vice-ministra do Interior, que vai falando
atenta com quem presumivelmente está ao redor atento à conversa.
A questão da segurança está a preocupar alguns dirigentes. Mesmo com o silêncio de
alguns, outros vão dando seus comentários face à situação.
É o que estão a fazer Carmelita Namashulua, Ministra da Administração Estatal
e Raimundo Diomba, Governador da Província de Maputo. Como se estivessem a
dizer que se estes ataques chegam a outros cantos do país, será o caos total. Imagina
as populações que vivem e sentem na pele a situação dos ataques. Mesmo nós que
ainda não sentimos directamente ficamos preocupados. O modus operandi do grupo
que faz os ataques parece ser de quem sabe como actuar sem interferência das enti-
so
dades competentes.
Os que não têm palavras para comentar a situação dos ataques na província nortenha
um
de Cabo Delgado preferem usar a língua de sinais. É o que faz Oswaldo Peterburgo,
na conversa que troca com Agostinho Mondlane, Ministro do Mar, Águas Interiores
e Pescas. Como se estivessem a comungar pela conversa telepática que ainda bem
que estes fulanos não estão a dar cabo dos recursos pesqueiros daquele ponto do país.
Neste momento em que o silêncio é a melhor arma é preciso ter todo o cuidado
naquilo que se comenta. Não sabemos quem nos pode prejudicar só de ouvir o po-
sicionamento desta triste realidade que assola os moçambicanos de Cabo Delgado.
Não é por acaso que o autor da obra Nós Matamos o Cão tinhoso, Luís Bernardo
Honwana, confidencia o seu parecer com todo o cuidado para Moisés Jorge do BIM.
Todo o cuidado é pouco nesta altura.
Nisso, existem aqueles que gostam de aparecer custe o que custar. Mesmo sem re-
levância fazem questão de aparecer. Outros usam os seus meios para difundir a sua
de

imagem. Referimo-nos a Daniel David que, mesmo sem necessidade, procura apa-
recer na TV, usando o canal que dirige. Agora Agostinho Vuma, presidente da CTA,
é outro que procura a todo o custo estar em todos os meios de comunicação social.
Como se isso fosse sinónimo de muito trabalho. Esperamos que sim. Ou tem os seus
motivos para o tamanho desempenho. É caso para dizer que a situação vai piorando.
Em todos os sentidos.
io
ár
Di
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+VOIPEFt"/0997t/ 1275 o

iz- se
IMAGEM DA SEMANA D iz-se
. . . D

t&NCBMBEPTDPNBTRVPUBTQBSBBFYQPSUBÎÍPEPGFJKÍPCPFSQB
t&NCBMBEPTDPNBTRVPUBTQBSBBFYQPSUBÎÍPEPGFJKÍPCPFSQBSBB¶OEJB
WJB DBSUÍP WFSNFMIP  PT TFDUPSFT DMJFOUFMJTUBT GSFM UFOUBN BHPS
BHPSB VNB
RVPUB RVF MIFT EÐ BDFTTP B RVPUB OBT NVMUJOBDJPOBJT EP ØMFP F HHÈT
4ØRVFHSJOHPTFJUBMJBOPTOÍPFTUÍPQBSBBÓWJSBEPTFUÐNFYQFDUBUJ
4ØRVFHSJOHPTFJUBMJBOPTOÍPFTUÍPQBSBBÓWJSBEPTFUÐNFYQF

go
WBTCFNNBJTNPEFTUBTTPCSFBQBSUJDJQBÎÍPNP[BOPDPOUFÞEPMPDBM
WBTCFNNBJTNPEFTUBTTPCSFBQBSUJDJQBÎÍPNP[BOPDPOUFÞEPMPD
'SBOHPT QFJYF IPSUÓDPMBT SFGFJÎÜFT NJOJbusiness…

t0TFNQSFTÈSJPTQBEFJSPT PTNFTNPTRVFBNFBÎBWBNPHPWFSOPFPT
t0TFNQSFTÈSJPTQBEFJSPT PTNFTNPTRVFBNFBÎBWBNPHPWFSOPF
DPOTVNJEPSFTDPNBTTVBTHSFWFTFCPJDPUFTBQFMBNBHPSBBPHPWFS
DPOTVNJEPSFTDPNBTTVBTHSFWFTFCPJDPUFTBQFMBNBHPSBBPHPWF
OP QBSBiJOUFSWJSw OB DPODPSSÐODJB RVF MIFT NPWF B HJHBOUFi&TQ
HJHBOUFi&TQJHB
%0VSPwRVFiJOWBEFw.BQVUPEJBSJBNFOUFDPNEPJTNJMIÜFTEFQÍFT
%0VSPwRVFiJOWBEFw.BQVUPEJBSJBNFOUFDPNEPJTNJMIÜFTEFQÍF
5BMWF[PQBSUJEP'SFMJNPEBSVNDVSTPBDFMFSBEPBPTTFVTNJMJUBOUFT
5BMWF[PQBSUJEP'SFMJNPEBSVNDVSTPBDFMFSBEPBPTTFVTNJMJUB

lo
QBEFJSPTTPCSFFDPOPNJBEFNFSDBEPy

t"USBWÏTEPTQBEFJSPT PTiDIBQFJSPTwQPEFNWFSPUSJTUFmNRVFMIFTFTUÈ
EPTQBEFJSPT PTiDIBQFJSPTwQPEFNWFSPUSJTUFmNRVFMIFTFTU
SFTFSWBEPOPEJBFNRVFPTDFOUSPTVSCBOPTUJWFSFNVNEFDFOUFTJTUF
SFTFSWBEPOPEJBFNRVFPTDFOUSPTVSCBOPTUJWFSFNVNEFDFOUFT
NBEFUSBOTQPSUFT"UÏMÈ .PÎBNCJRVFDPOUJOVBSÈOPGuinessQPJTÏ
NBEFUSBOTQPSUFT"UÏMÈ .PÎBNCJRVFDPOUJOVBSÈOP
VNQBÓTPOEFOPTFDUPSEPTiDIBQBTw PTFNQSFHBEPTGB[FNHSFWFFN
VNQBÓTPOEFOPTFDUPSEPTiDIBQBTw PTFNQSFHBEPTGB[FNHSFWF

ció
OPNFEPTQBUSÜFTy

t/BNFTNBMØHJDB RVFNEFWJBGB[FSiHSFWFwEFGBDUPTÍPPTVUFOUFTEPT
t/BNFTNBMØHJDB RVFNEFWJBGB[FSiHSFWFwEFGBDUPTÍPPTVU
6NB DPSSJEB EP
UÈYJT EB DBQJUBM  QFMPT QSFÎPT FYPSCJUBOUFT DPCSBEPT 6NBDPSSJ
BFSPQPSUPBPDFOUSPEBDJEBEFF[ÈTyNFUJDBJT PEPCSPEBUBSJGB
BFSPQPSUPBPDFOUSPEBDJEBEFF[ÈTyNFUJDBJT PEPCSPEB
FN/PWB*PSRVF VNBEBTDJEBEFTNBJTDBSBTEPNVOEP.BTPCVTJ
FN/PWB*PSRVF VNBEBTDJEBEFTNBJTDBSBTEPNVOEP.BTPCVTJ
OFTTEFWFFTUBSFNBMUB BBWBMJBSQFMBRVBOUJEBEFEFQSBÎBTQFMBDBQJUBM
OFTTEFWFFTUBSFNBMUB BBWBMJBSQFMBRVBOUJEBEFEFQSBÎBTQF
Rubis de Montepuez FQFMBTEF[FOBTEFWJBUVSBTRVFBTSFDIFJBNy

GemFields soma e segue so t   /B TFRVÐODJB EB JOTUBCJMJEBEF RVF TF WFSJmDB OB QSPWÓODJB EF $BCP
%FMHBEP  B OPTTB TFNQSF QSFTUÈWFM DPSQPSBÎÍP QPMJDJBM  FN NBJT VN
DBTPEFNÈHFTUÍPDPNVOJDBDJPOBM WFJPCSJOEBSOPTDPNPFQJTØEJP
DBTPEFNÈHFTUÍPDPNVOJDB

com recordes
EF VOT UBOUPT EFTFSUPSFT RVF EFDMBSBSBN  QFSBOUF PT IPMPGPUFT EEB UW
FTUBUBM RVFPTFVNFOUPSFSBVNUBO[BOJBOP5SBCBMIPTÏSJPEFJOUFMJ
FTUBUBM RVFPTFVNFOUPSFSBVNUBO[BOJBOP5SBCBMIPTÏSJPEF
HÐODJBQPMJDJBMQBSBEFTWFOEBSBTWFSEBEFJSBTDBVTBTFQBUSPDJOBEPSFT
HÐODJBQPMJDJBMQBSBEFTWFOEBSBTWFSEBEFJSBTDBVTBTFQBUSPDJO
EBJOTUBCJMJEBEF OBEB5VEPJTUPEFQPJTEFOPTUFSFNDPOWFODJEPEF
EBJOTUBCJMJEBEF OBEB5VEPJTUPEFQPJTEFOPTUFSFNDPOWFODJE

A
RVFKÈUJOIBNSFTPMWJEPPQSPCMFNBy

companhia GemFields t  "JOEB TPCSF $BCP %FMHBEP  UBM DPNP EVSBOUF B HVFSSB EPT  BBOPT 
soma e segue em termos BQBSFDFN BHPSB VOT QPQVMBSFT NBOJQVMBEPT B QFEJS BSNBT F USFJOPT
m
de recordes de leilões. Na QBSBBKVEBSBDPNCBUFSPJOJNJHP"MUPOFHØDJPQBSBBRVFMFTRVFWJWFN
UBNCÏNEPCJTDBUFEFBMVHVFSEPTQFSJHPTPTFOHFOIPTy
semana passada, arrema-
tou por 71,8 milhões de dólares
t0BMWPSPÎPRVFUPNPVBDJEBEFEF1FNCBFTUBRVBSUBGFJSBEFWFTFSWJS
rubis que extraiu das suas minas em EF MJÎÍP QBSB UPEPT TPCSF RVÍP QFSJHPTBT TÍP BT SFEFT TPDJBJT RVBO
Mueda, Cabo Delgado. EP VTBEBT TFN OFOIVN TFOUJEP DSÓUJDP /ÍP Ï RVF BMHVOT NFJPT EF
DPNVOJDBÎÍPTPDJBM BUÏDPNiSFQØSUFSFTwOPUFSSFOP KÈUJOIBNEBEP
eu

0MFJMÍP DPNPTFNQSF GPJSFBMJ[BEP DPNPDFSUP JODMVJOEPNPSUFTFEFUFOÎÜFT EFVNDBTPRVFEFQPJTFMFT


OB 4JOHBQVSB  B QSJODJQBM QSBÎB EB QSØQSJPTWJSJBNBEBSDPNPVNGBMTPBMBSNF
WFOEBEFSVCJTOPNVOEP
"TQFESBTGPSBNWFOEJEBTQPS t4FKBDPNPGPS PTFQJTØEJPTEF1FNCBEFWFNTFSVNHSBOEF51$QBSB
EØMBSFTPRVJMBUF VNOPWPSFDPSEF O rubi de Namanhumbir é comercializado em grandes leilões que geram milhões BTBVUPSJEBEFT RVFOÍPTFQPEFEBSËUBSFGBGÈDJMEFUSBUBSPBTTVOUP
QBSBPTMFJMÜFTEFSVCJEFRVBMJEBEF de dólares DPNPVNTJNQMFTDBTPEFEFTJOGPSNBÎÍP QPSRVFQPSEFUSÈTEFGVNP
NJTUBEB(FN'JFMET +S mMIPEPQSJNFJSPQSFTJEFOUFEF BDVTBÎÜFT EF BCVTPT EPT EJSFJUPT IÈTFNQSFVNGPHPQPSBQBHBS&OÍPÏGÈDJMQBTTBSBPMBEPEPOVNF
.PÎBNCJRVF JOEFQFOEFOUF  4B SPTPBQBSBUPQPMJDJBMRVFDFSDPVPTVQFSNFSDBEPFOÍPGPJJOWFOÎÍP
&N DPNVOJDBEP  B Pallingurst  IVNBOPT  QSJODJQBMNFOUF DPOUSB
do facebook,OFNBEFUFOÎÍPEPTEPOPTEPNFTNP/ÍPTFSÈNFTNP
DPNQBOIJB TVMBGSJDBOB RVF EFUÏN NPSB.PJTÏT.BDIFM ÏP1$"EB NJOFJSPT BSUFTBOBJT F QPQVMBÎÜFT PDMJNBEFQBSBOØJBRVFFTUÈBWJWFSBQPQVMBÎÍPEFTUBIBCJUVBMNFOUF
B (FN'JFMET  JOEJDPV RVF DPN B .3. SFTJEFOUFT OBT ÈSFBT EB DPODFTTÍP
od

QBDBUBQSPWÓODJBBHPSBBGFSSPFGPHPDPNBTEFDBQJUBÎÜFTFNOPNFEF
BSSFDBEBÎÍP EB TFNBOB QBTTBEB  PT &N"CSJM P$FOUSPEF*OUFHSJEBEF NJOFJSB VNJTMÍPNVJUP NVJUPDPOUSPWFSTP
SVCJT EF /BNBOIVNCJS KÈ SFOEF 1ÞCMJDB $*1
BDVTPVB(FN'JFMET " mSNB EF BEWPHBEPT CSJUÉOJDB
SBNNJMIÜFTEFEØMBSFT BPmN EFDPOUSJCVJSQPVDPQBSBBTSFDFJUBT Leigh Day JOUFOUPV VNB BDÎÍP KV t.BTRVFNFN$BCP%FMHBEPFTGSFHBBTNÍPTEFDPOUFOUFÏPHFOFSBM
EFMFJMÜFTSFBMJ[BEPTEFTEF mTDBJTNPÎBNCJDBOBT DPNPOFHØ EJDJBM  BMFHBOEP RVF NBJT EF  OBSFTFSWBRVFTFOPUBCJMJ[BQPSBDVNVMBSMJDFOÎBTEFFYQMPSBÎÍPNJ
i5PEBT BT SFDFJUBT EP MFJMÍP TFSÍP DJPEFSVCJT NPÎBNCJDBOPT GPSBN WÓUJNBT EF OFJSBOPQBÓT DPNPVNDMBSPTJOBMEFSFDPNQFOTBQFMPUFNQPRVFQBT
SFQBUSJBEPT QBSB .PÎBNCJRVF FN &NSFTQPTUB B(FN'JFMETBmSNPV TPV0THBSJNQFJSPTEPBSUFTBOBM FTDPSSBÎBEPTQFMBQPMÓDJB FOHSPTTBN
UPSUVSB F BTTBTTÓOJP QPS PSEFOT EB
EJWJTBT DPNPJNQPTUPEFQSPEVÎÍP RVF QBHPV  NJMIÜFT EF EØMBSFT FWFOUVBMNFOUFPBMTIBCBBCMPDBM PHFOFSBMSFHJTUBNBJTVNFODBJYFEF
(FN'JFMET NJMIÜFTFNWFSEJOIBT"TTJNFUSJBTy
EFWJEP BP (PWFSOP EF .PÎBNCJ FOUSFF PFRVJWBMFOUFB
0 KPSOBM CSJUÉOJDP The Telegraph
RVFTFSQBHPTPCSFPQSFÎPUPUBMEF  EF SFDFJUBT  UBM DPNP JNQÜF B
BMFHPV OVNBNBUÏSJBRVFQVCMJDPV t 4FNBOBQBTTBEB B##$EFTQPMFUPVVNHSBOEFFTDÉOEBMPEFTVCPSOPT
ári

WFOEBBMDBOÎBEPOPMFJMÍPw TVCMJOIB MFJNPÎBNCJDBOB


SFDFOUFNFOUF RVFBCSVUBMJEBEFDP OP GVUFCPM FN «GSJDB  GSVUP EF VN USBCBMIP EF JOWFTUJHBÎÍP EF VN
BFNQSFTBFNDPNVOJDBEP 0$*1BQPOUPVEJTDSFQÉODJBTFOUSF KPSOBMJTUBHBOFOTF1FMPTDPOTUBOUFTEFTBJSFTEPTOPTTPT.BNCBT OÍP
BDPOUSJCVJÎÍPmTDBMEFDMBSBEBQFMB NFUJEB TPC PSEFOT EB (FN'JFMET
" (FN'JFMET FYQMPSB B DPODFT TFSJB NBV UFOUBS TBCFS TF OÍP IBWFSÈ HFOUF B FOSJRVFDFS Ë DVTUB EB
TÍPEFSVCJTBUSBWÏTEB.POUFQVF[ (FN'JFMETFBBQVSBEBQFMPNFDB QPEFSÈTFSVNBEBTDBVTBTEBSFWPM
OPTTBEFTHSBÎBDPMFDUJWB
3VCZ .JOJOH .3.
 POEF DPO OJTNPEB5SBOTQBSÐODJB*OUFSOBDJP UBEFKPWFOTRVFTFFOUSFHBSBNBPT
USPMB   DPOUSB  EB .XJSJUJ  OBMEB*OEÞTUSJB&YUSBDUJWB &5*&
 HSVQPT BSNBEPT RVF BUFSSPSJ[BN
FNQSFTB QBSUJDJQBEB QFMP (FOFSBM " &5*& EJ[ RVF P (PWFSOP NP $BCP%FMHBEP Em voz baixa
EB3FTFSWB 3BJNVOEP1BDIJOVBQB  ÎBNCJDBOPEFDMBSPVSFDFJUBTOPWB &N SFTQPTUB B FTUBT BMFHBÎÜFT  iB t   ® CFJSB EF VN BUBRVF EF OFSWPT FTUÈ P DSÓUJDP FOHFOIFJSP RVF QPS
NJMJUÉODJBEFDJEJVEBSBDBSBQFMBDPOUSPWFSTBQPOUFQBSBB$BUFNCF
Di

VN IJTUØSJDP EB 'SFMJNP  QBSUJEP MPS NJMIÜFTEFEØMBSFT FORVBOUP (FN'JFMET F B .3. WÍP EFGFO
0IPNFNUFNTVBEPOPJUFFEJBQBSBEBSBPQBÓTVNBQSFOEBB
RVF HPWFSOB .PÎBNCJRVF EFTEF B B(FN'JFMETEFDMBSBUFSEFTFNCPM EFSTFWJHPSPTBNFOUFDPOUSBBTBDV
EF+VOIPFWFNP$POTFMIPEF.JOJTUSPF[ÈTyUJSBMIFPUBQFUF²
QSPDMBNBÎÍPEBJOEFQFOEÐODJBOB TBEPDJODPNJMIÜFTEFEØMBSFT TBÎÜFT RVFSFNUSJCVOBJTCSJUÉOJDPT  NVJUBNBMEBEFNFTNPy
DJPOBM  FN  4BNPSB .BDIFM " (FN'JFMET UFN TJEP BMWP EF RVFSOPVUSPMVHBSw

You might also like