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Aula 04

Administração p/ ICMS/SP
Professor: Rodrigo Rennó
Administração Pública p/ ICMS-SP
Teoria e exercícios comentados
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 04

Aula 4: Desconcentrac;ão e Descentralização -


Transparência

Olá pessoa l, tu do bem?


Na au la de hoje ire mos cobrir os seguintes itens :
)- Desconcentração e descentra lização administrativa;
Tra nsparência .

Irei traba lhar com questões da FCC, mas incluirei algumas questões
da FGV, da Cespe ou da ESAF quando não tiver questões da FCC do tema
traba lhado, ok? Espero que gostem da au la!

UTILIZE O FÓRUM DE DÚVIDAS!


ESTAREI LÁ PARA TE AJUDAR!

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Sumário
Transparência ...................................................................................... 3
Portal da Transparência ......................................................................... 5
Controle Social – participação social .......................................................... 6
Ouvidorias .................................................................................... 8
Governo Eletrônico e Transparência. ........................................................ 10
G2C (Government to Citizen/Consumer ou Governo para Cidadão/Cliente).............. 12
G2B (Government to Business ou Governo para Empresas) ............................... 12
G2G (Government to Government ou Governo para Governo) ............................ 13
CEGE .......................................................................................... 13
Inclusão Digital ............................................................................... 15
Universalização dos Serviços de Telecomunicações ........................................ 15
Certificação Digital ........................................................................... 15
Compras Eletrônicas Governamentais ....................................................... 16
Cartão Magnético ............................................................................. 16
Comércio Eletrônico .......................................................................... 16
Transparência no Contexto da LRF .......................................................... 19
Descentralização e Desconcentração ........................................................... 23
Questões Extras .................................................................................. 26
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 30
Gabarito .......................................................................................... 37
Bibliografia ...................................................................................... 38

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Transparência

Cada vez mais, a transparência nas ações governamentais é vista


como elemento necessário para que o país possa reduzir as suas
desigualdades, aumentar sua eficiência e atingir o seu pleno
desenvolvimento.
Para ser transparente, um governo deve disponibilizar informações e
dados sobre as suas ações de maneira fácil e acessível. De acordo com
Matias-Pereira1,
“a transparência do Estado se efetiva por meio do
acesso do cidadão à informação governamental, o
que torna mais democrática as relações entre o
Estado e sociedade civil.”
Deste modo, ser transparente é dar acesso para a sociedade de todos
os atos e decisões públicas. É informar à sociedade e deixar disponíveis
dados e informações que possibilitem uma análise e eventual crítica da
atuação do Estado.
Mas não é a simples disponibilização de uma gama imensa de dados
que torna um governo transparente, pois estes dados devem ser dispostos
de modo simples e em uma linguagem que seja de fácil acesso para o
cidadão médio.
Muitas vezes, os governos disponibilizam informações “em massa”
sem uma forma simples para que o cidadão comum possa encontrar o que
deseja. Imagine-se tentando encontrar um dado sobre uma licitação em
uma pilha de relatórios desconexos. Não será muito fácil, não é mesmo?
Outro problema é a linguagem extremamente técnica ou com
excessos de termos desconhecidos da população, como os vocabulários
“jurisdiquês” ou “economês”, dificultando a compreensão das informações.
Além disso, muitas pessoas ainda não demonstram muito interesse
por estes assuntos, ou seja, não estão acostumadas a “fiscalizar” o Estado.
Para Torres2, a transparência e a disponibilização da informação no
setor público consagram, entre outros dois grandes objetivos:

 Atacar o importante problema da corrupção, e


 Propiciar o aperfeiçoamento constante das ações estatais.

1
(Matias-Pereira, Os efeitos da crise política e ética sobre as instituições e a economia no
Brasil, 2006)
2
(Torres, 2004)

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Este aperfeiçoamento ocorre porque tanto os governantes como os


agentes públicos sentem-se mais cobrados e buscam atuar de modo mais
eficiente quando entendem que seus atos estão sendo acompanhados de
perto pela população.
Isto é natural e esperado, não é verdade? Todos nós temos uma
tendência de ficarmos mais atentos quando estamos sendo vigiados por
nossos chefes ou colegas de trabalho. O mesmo acontece quando nosso
trabalho está sendo acompanhado de perto pela população.
Além disso, as boas práticas acabam sendo mais difundidas entre os
próprios gestores públicos. Quanto mais transparentes as ações
governamentais, mas sabemos e aprendemos com os erros e acertos dos
demais agentes públicos.
Atualmente, a tecnologia da informação possibilita ao Estado fornecer
diversos dados e informações de sua atuação que seriam impossíveis antes
da era da internet.
Dados sobre os processos de compras governamentais ou sobre os
salários dos servidores são alguns exemplos de informações que passaram
a estar ao alcance da população nestes últimos anos.
De acordo com Torres3,
“...valendo-se principalmente da tecnologia da
informação, a administração pública também tem
feito um esforço enorme no sentido de se tornar
mais transparente e menos fechada, criando
condições favoráveis para que se aumente o
chamado controle social sobre os atos dos gestores
governamentais e agentes públicos”.
A informação gera então um subsídio para que o cidadão entenda o
que o governo está fazendo e quais são as prioridades dos governantes,
além do desempenho destes em comparação com os outros.
Com mais informação, o cidadão poderá avaliar melhor as políticas
públicas, os diversos governantes e fazer melhores escolhas quando for
votar.
Além disso, pode interagir com os gestores públicos e influenciar
positivamente na definição e no acompanhamento das políticas públicas,
com ideias e informações que possibilitem o aprimoramento da ação do
governo.

3
(Torres, 2004)

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Portal da Transparência

O Portal da Transparência do Governo Federal foi lançado em 2004 e


é responsabilidade da Controladoria-Geral da União (CGU), que recebe os
dados de diversos órgãos do governo, como a Secretaria do Tesouro
Nacional e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e
disponibiliza em seu portal.
Esta é uma das iniciativas mais interessantes por parte do Estado
para suprir o cidadão com informações relevantes sobre a atuação
governamental
Dentro do portal da transparência federal, podemos encontrar4:

 Informações sobre Transferências de Recursos, para estados,


municípios, pessoas jurídicas, e feitas ao exterior, ou diretamente a
pessoas físicas;
 Informações sobre gastos diretos do Governo Federal, como:
contratação de obras, serviços e compras governamentais, além das
diárias pagas e os gastos feitos em cartões de pagamento do Governo
Federal;
 Informações diárias sobre a execução orçamentária e financeira;
 Informações sobre receitas previstas, lançadas e realizadas;
 Informações sobre Convênios;
 Informações sobre a lista de Empresas Sancionadas pelos órgãos e
entidades da Administração Pública das diversas esferas federativas;
 Informações sobre cargo, função e situação funcional dos servidores
e agentes públicos do Poder Executivo Federal.
 Informações sobre transparência no governo – relação dos órgãos e
entidades do Governo Federal que possuem páginas de transparência
pública próprias;
 Informações sobre participação e controle social;
 Informações sobre projetos e ações no âmbito do Poder Executivo
Federal, que são divulgadas pelos órgãos em suas respectivas
páginas eletrônicas – Rede de Transparência;
 Páginas de Transparência de Estados e Municípios - dados de cada
ente federativo, sobre transferências de recursos recebidas do
governo federal e cadastro de convênios, extraídos do Portal da
Transparência.

4
Fonte: http://www.portaltransparencia.gov.br/sobre/OQueEncontra.asp

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Atualmente, os entes subnacionais (estados) já possuem seus portais


da transparência (como portal paulista, acessível em
http://www.transparencia.sp.gov.br/).
Vamos ver uma questão recente:
1 – (FCC – TRE/AL – ANALISTA – 2010) De acordo com o Decreto
Federal nº 5.482 de 30 de junho de 2005, que dispõe sobre a
divulgação de dados e informações pelos órgãos e entidades da
administração pública federal, por meio da Rede Mundial de
Computadores - Internet, o órgão responsável pela gestão do Portal
da Transparência é
a) o Tribunal de Contas da União.
b) o Senado Federal.
c) a Controladoria Geral da União.
d) a Câmara dos Deputados.
e) a Secretaria do Tesouro Nacional.

Questão fácil da FCC. O órgão responsável pelo portal da


transparência do governo federal é a Controladoria-Geral da União, que é
o órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo. O
gabarito da banca é mesmo a letra C.

Controle Social – participação social

O controle social, ou popular, se refere à participação da sociedade


como um todo na elaboração, acompanhamento e monitoramento do poder
público. Desta forma, a própria sociedade exerceria, então, o controle sobre
o Estado.
Neste caso, não estamos nos referindo apenas ao direito de ter
informações sobre os atos do poder público, mas, além disso, da
participação da sociedade na gestão pública.
Claro que, em uma democracia, as próprias eleições seriam um tipo
de controle da sociedade, pois pelo voto podemos aprovar ou não um
representante do povo no Legislativo ou no Executivo.
Entretanto, devem existir outras formas de controle e participação da
sociedade na condução da gestão governamental.

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De acordo com Lima5:


“Numa democracia, o controle social é exercido
desde o processo de elaboração das políticas
públicas, por exemplo, mediante consultas e
audiências públicas, até o acompanhamento e
monitoramento de sua execução. Transparência e
participação na gestão pública são fatores
determinantes para o controle efetivo da sociedade
sobre a gestão pública.”
Desta forma, o controle social busca aproximar o controle da gestão
pública para o nível em que esta ação pública efetivamente ocorre. Assim,
não só se fortalece o controle da gestão pública, mas também se amplia a
cidadania, com o envolvimento dos cidadãos e das instituições no controle
das atividades do Estado6.
Portanto, a modernização da máquina estatal deve ampliar o espaço
em que a sociedade possa participar e controlar as ações governamentais,
ou seja, novas “arenas” e mecanismos devem ser criados para que esta
participação popular seja efetiva e que possamos ter o envolvimento da
sociedade na definição, execução e avaliação dos programas
governamentais e das políticas públicas.
Dentre as formas de controle social, temos:
 A possibilidade de qualquer cidadão denunciar irregularidades
ao TCU (ou outros tribunais de contas);
 A possibilidade de qualquer cidadão entrar com uma ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público. Desta
forma, um cidadão qualquer pode entrar com uma denúncia
se considerar que algum agente público está gerindo mal os
recursos públicos, se avaliar que uma obra pública está
superfaturada, etc.;
 Obrigação dos entes governamentais de disponibilizar ao
contribuinte as contas públicas;
 O orçamento participativo;
 As audiências públicas;
 Conselhos gestores de políticas públicas;
 Os conselhos municipais.
De acordo com Paludo7, as novas tecnologias de informação e
comunicação estão facilitando o controle social pela sociedade, pois

5
(Lima, 2009)
6
(Paludo, 2010)
7
(Paludo, 2010)

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permitem um acesso maior e mais rápido a toda uma gama de informações


relativas às ações do Poder Público.
A própria prática continuada da democracia no Brasil, de acordo com
Matias-Pereira8, está levando a uma cobrança cada vez maior por
transparência e participação por parte da sociedade.

Ouvidorias

De acordo com um contexto de evolução no relacionamento entre o


Estado e os cidadãos, as ouvidorias foram mais um passo na direção do
aumento do controle social.
Essas ouvidorias são “canais de comunicação” entre os simples
cidadãos e as instituições públicas. Um ouvidor deve estar sempre
disponível para tirar dúvidas, receber sugestões e propor melhorias e
correções dentro do órgão ou setor público.
As ouvidorias públicas, de acordo com Perez9,
“configuram-se como “instrumentos jurídicos” que
ensejam aos cidadãos a possibilidade de
participarem, “diretamente ou através de
representantes, dos processos decisórios, das
execuções ou controles das tarefas”
desempenhadas pela Administração Pública.”
Assim sendo, as ouvidorias funcionam como intermediários entre os
cidadãos e a máquina estatal. Possibilitam, também, uma maior
conscientização da população em relação aos seus direitos e deveres.
Quando somos ouvidos e sentimos que nossas dúvidas e demandas
estão sendo levadas em consideração, nos sentimos mais atuantes e
valorizados, não é mesmo? Portanto, essas ouvidorias servem também
como um instrumento de valorização da democracia participativa, pois
incentivam a participação direta da população na resolução dos problemas
e na melhoria do atendimento público.
De acordo com Barreto10,
“A ouvidoria se caracteriza como um mecanismo de
controle social. É um instrumento de controle
social, porquanto visa precipuamente, através de

8
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)
9
(Perez, 2004) apud Fonte bibliográfica inválida especificada.
10
Fonte bibliográfica inválida especificada.

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sua atuação, garantir a satisfação do interesse


público, dando abertura ao cidadão para que este
se manifeste sobre a atuação do Estado.”
Outro aspecto importante do funcionamento das ouvidorias é como
agente de mudanças dentro da máquina estatal. Quando uma ouvidoria
funciona bem, esta passa a cobrar respostas mais rápidas e com um nível
maior de qualidade aos cidadãos/usuários.
Um ouvidor deve, também, fazer um estudo estatístico das demandas
e problemas detectados pelos cidadãos. Este estudo pode proporcionar um
“mapeamento” das áreas críticas do órgão e subsidiar propostas de
mudanças.
Isto nem sempre é bem visto por servidores acomodados e refratários
ao contato com a população. Muitas vezes, a criação de uma ouvidoria deve
vir acompanhada de uma mudança na cultura organizacional da instituição.
Desse modo, um fator crítico para o sucesso dessas ouvidorias é o
apoio político dos chefes e superiores hierárquicos. Sem este apoio, uma
ouvidoria não tem muita chance de obter sucesso.
Além disso, o profissional que venha a ocupar este posto deve ter
autonomia para defender o cidadão usuário dentro da instituição e cobrar
informações e melhores resultados das diversas áreas envolvidas.
Vamos ver mais questões agora?
2 – (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) Controle Social nos serviços
públicos envolve
(A) a participação da sociedade civil na elaboração,
acompanhamento e monitoramento das ações do poder público.
(B) o feedback periódico aos cidadãos dos principais resultados de
uma política pública.
(C) o controle efetivo dos tribunais de contas municipais, estaduais
e da União sobre as respectivas empresas públicas.
(D) a consulta frequente aos principais beneficiários de um serviço.
(E) a nomeação de representantes da sociedade civil para cargos
de direção do serviço público.

Como vimos acima, a participação da sociedade civil é ponto principal


no controle social. Desta forma, a letra A está correta e é nosso gabarito.
A letra B se relaciona ao princípio da publicidade. Já a letra C se refere ao
controle externo.
As letras D e E também estão equivocadas, pois a simples consulta
não reflete tão bem o controle social quanto à letra A, e o mesmo pode ser
dito da nomeação de representantes da sociedade civil para cargos de
direção. Assim, o nosso gabarito é mesmo a letra A.

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3 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) O controle social é entendido


como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização,
no monitoramento e no controle das ações da Administração
Pública. Trata-se de importante mecanismo de prevenção da
corrupção e de fortalecimento da cidadania. Dentre os principais
mecanismos de controle social instituído nos três níveis da
federação, a partir da Constituição Federal de 1988, estão
(A) as Centrais de Atendimento do Cidadão.
(B) os Conselhos Gestores.
(C) as Controladorias Gerais.
(D) as Assembleias Populares.
(E) as Comissões Paritárias.

Dentre as opções descritas na questão, a alternativa que se refere ao


controle social é a dos conselhos gestores das políticas públicas. O gabarito
é a letra B.

Governo Eletrônico e Transparência.

Para que este movimento de ampliação da transparência possa


acontecer, a Tecnologia da Informação e o que se conceituou de governo
eletrônico são aspectos fundamentais. Este termo “governo eletrônico”
também é conhecido como “e-gov”, “governo digital” ou “e-government”.
Este conceito foi disseminado no setor público com o crescimento da
internet e da “emergência” do comércio eletrônico como um novo meio de
interação entre os clientes e as empresas que ocorreu nos anos 90.
Se isto era possível no setor privado, seria também possível e
desejado no setor público. Desde então o e-gov tem sido visto como uma
ferramenta de mudança no relacionamento entre o cidadão e os governos.
Assim, a evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC), como a internet, as redes de computadores, as comunicações via
satélite e celular, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento da
Sociedade do Conhecimento11.
Neste contexto, o governo eletrônico é a forma pela qual os
governos, de acordo com a ONU12, podem usar a internet e a Web para

11
(Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008)
12
(ONU, 2002) apud (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008)

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disponibilizar informação e serviços aos cidadãos. Já para a OCDE13, o


governo eletrônico é definido como o uso das TIC, em particular a internet,
como ferramenta para levar a um melhor governo.
Já para Diniz14, a ideia de governo eletrônico está ligada a duas
dimensões: uma relacionada à modernização da administração pública
por meio da utilização destas tecnologias de informação e
comunicação (TIC) e na melhoria dos processos administrativos; a outra
dimensão seria ligada ao uso da internet para a prestação de serviços
públicos eletrônicos.
Assim, o governo eletrônico, ou governança eletrônica, é uma
ferramenta essencial para que o Estado possa aumentar a transparência de
seus atos e programas para a sociedade ao mesmo tempo em que aumenta
sua eficiência e eficácia.
Portanto, podemos pensar tanto no governo eletrônico como uma
forma de modernizar a própria gestão da máquina pública, quanto em uma
forma mais moderna e eficiente de prestar serviços públicos aos seus
cidadãos.
O governo eletrônico se insere, portanto, dentro deste panorama da
utilização da internet e das tecnologias de comunicação por todos os
agentes da sociedade para trocar informação, vender, comprar, prestar
serviços, etc.
Dentre os tipos de relacionamento de negócios privados que são
encontrados na internet, Nunes e Vendrametto citam15:
 B2C (Business to Consumer ou Negócios-Consumidores) – é o
meio mais conhecido, em que empresas atendem diretamente
ao consumidor final. Neste caso, estão incluídas todas as lojas
virtuais e portais institucionais de empresas. Quando
compramos algum produto em um site (como a
“americanas.com.br”, por exemplo) estamos nos utilizando
deste tipo;
 B2B (Business to Business ou Negócio a Negócio) – neste caso,
o que ocorre é a troca de informação ou compra e venda de
produtos entre empresas. Portanto, é o uso da internet por
empresas, para que estas tenham maior facilidade para
negociar entre si. Assim, só participam pessoas jurídicas;

13
(OCDE, 2003) apud (Braga, Alves, Figueiredo, & Santos, 2008)
14
(Diniz, Barbosa, Junqueira, & Prado, 2009)
15
(Nunes & Vendrametto, 2009)

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Com a disseminação da utilização da internet para o atendimento das


demandas de empresas e clientes, o governo se viu cada vez mais cobrado
pela população para que passasse a utilizar estas ferramentas.
Estas iniciativas, também chamadas de e-gov, podem ser
desdobradas nestes relacionamentos16:

G2C (Government to Citizen/Consumer ou Governo para


Cidadão/Cliente)

Abrange a utilização da internet e das TIC para o governo atender


diretamente aos cidadãos e melhorar a qualidade de seus serviços
públicos.
Dentre as iniciativas mais conhecidas, podemos citar a utilização das
urnas eletrônicas nas eleições (que reduziu enormemente as filas e o tempo
de apuração dos resultados) e o recebimento das declarações de imposto
de renda pela internet (que possibilita o preenchimento e a entrega dos
dados pelo contribuinte no conforto de seu lar).

G2B (Government to Business ou Governo para Empresas)

É o relacionamento do governo com as empresas, através da


utilização da internet e das TIC. O governo busca com estas iniciativas tanto
uma melhoria no tempo e nos custos de suas aquisições, bem como o
incentivo a determinados negócios e um melhor acesso de pequenos
negócios a estas oportunidades de negócios que as compras do governo
possibilitam.
De acordo com Zimath17:
“As iniciativas voltadas para o setor empresarial, o
G2B, surgem para atender uma demanda das
organizações atualmente munidas de
computadores, sistemas de informações gerenciais,
aplicações em comércio eletrônico, intranet,
extranet. O e-gov permite o “diálogo” digital entre
empresas e governo, reduzindo custos,
promovendo o desenvolvimento de

16
(Nunes & Vendrametto, 2009)
17
(Zimath, 2003) apud (Nunes & Vendrametto, 2009)

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determinados segmentos e regiões e


viabilizando negócios."
Dentre as experiências de sucesso nesta área podemos citar o portal
Comprasnet, que proporciona uma v isão globa l de todas as compras
efetuadas pelo governo federa l18 • Os fornecedores têm acesso aos editais
e podem participar dos pregões eletrônicos. Já os gestores têm acesso aos
preços e catá logos de materiais de modo mais fáci l e rápido.

G2G (Government to Government ou Governo para Governo)

O governo federal também se re laciona com outros entes federados


através das TIC. Quando os estados utilizam o portal do CAUC, Cadastro
Único de Convênios, para checar se existem pendências com a União estão
fazendo uso deste t ipo de relacionamento.
Desta forma, a internet e as TIC serão cada vez mais utilizadas para
que os governos possam trocar informação e se relacionar.

G2B-
Governo para
Empresas
G2C- G2G-
Governo para Governo para
Cidadãos Governos

E-gov

Figura 1- Re lacionamentos do e·gov

CEGE

O governo brasileiro vem praticando uma política de incentivo à


utilização da internet como maneira de melhor atender aos cidadãos em
empresas, além de melhorar a governança pública, ou seja, a gestão dos

18 (Nunes & Vendrametto, 2009)

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recursos públicos para poder atender aos desejos e necessidades da


sociedade.
A coordenação destas ações no governo brasileiro é função do
Comitê Executivo de Governo Eletrônico – CEGE. Este comitê elegeu
como princípios de sua atuação19:
 a promoção da cidadania como prioridade;
 a indissociabilidade entre inclusão digital e o governo eletrônico;
 a utilização do software livre como recurso estratégico;
 a gestão do conhecimento como instrumento estratégico de
articulação e gestão das políticas públicas;
 a racionalização dos recursos; a adoção de políticas, normas e
padrões comuns;
 a integração com outros níveis de governo e demais poderes.
De acordo com Pinto e Fernandes20, a implementação do programa
do governo eletrônico abrange um conjunto de projetos e ações:
“Em primeiro lugar, os projetos voltados para a
oferta de serviços e informações ao cidadão
em meio eletrônico, particularmente por meio de
sítios na Internet. A criação e desenvolvimento de
portais integradores de serviços e informações tem
sido a principal iniciativa. Em segundo lugar, a
expansão e melhoria da infra-estrutura de
redes de comunicação, destacando-se a
constituição da denominada Infovia Brasil, que será
uma rede de alto desempenho para uso exclusivo
da administração pública federal9. Em terceiro
lugar, a convergência e integração entre os
sistemas e bases de dados. Avanço relevante
nesse sentido foi a definição inicial dos padrões de
interoperabilidade para sistemas e equipamentos
de informática que deverão orientar a estratégia de
integração10. Finalmente, a construção do marco
legal e normativo para as transações
eletrônicas tem sido prioridade que afeta não
somente o desenvolvimento dos serviços do
Governo ao cidadão, como também toda a vasta
gama de atividades no âmbito do comércio
eletrônico.”

19
(CEGE, 2004) apud (Nunes & Vendrametto, 2009)
20
(Pinto & Fernandes, 2005)

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Assim, estes projetos englobam diversas iniciativas que buscam


fortalecer o governo eletrônico. Estas iniciativas transversais são
fundamentais para criar uma infraestrutura para que o governo eletrônico
seja eficaz e eficiente21.

Inclusão Digital

Abrange iniciativas de cunho social, de forma a possibilitar que


pessoas mais necessitadas não fiquem alijadas dos conhecimentos e
instrumentos necessários para que participem da internet e do governo
eletrônico.
Uma das ações inseridas neste contexto é a ampliação dos
telecentros, bem como o fornecimento de acesso em locais remotos e a um
preço mais acessível para a população mais carente.

Universalização dos Serviços de Telecomunicações

Fundamental para que a iniciativa anterior funcione, esta


universalização deve proporcionar acesso aos serviços de telecomunicações
em todo o território nacional e engloba a telefonia e as redes de dados
digitais.
Dentre as ações que são inseridas neste contexto, temos: a
informatização das bibliotecas, de redes de ensino, de instituições de saúde
e ampliação da oferta de conectividade à internet22.

Certificação Digital

A certificação digital busca, através da disseminação das chaves


públicas de segurança, garantir o sigilo e a segurança nas informações,
pagamentos e transações online. Estas chaves públicas de segurança são
fundamentais para que o governo eletrônico possa funcionar, pois garante
a integridade das informações e que somente as pessoas e empresas
autorizadas tenham acesso aos seus próprios dados fiscais e cadastrais.

21
(Pinto & Fernandes, 2005)
22
(Pinto & Fernandes, 2005)

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Compras Eletrônicas Governamentais

Envolve a disponibilização de informações sobre as compras


governamentais e a modalidade de compra conhecida como pregão
eletrônico. Esta modalidade aumenta a transparência sobre as aquisições
do governo, bem como busca aumentar a competição entre os licitantes e
reduzir o custo total para o Estado.
O portal utilizado no momento pelo governo federal é o
www.comprasnet.gov.br.

Cartão Magnético

O pagamento de auxílios como o Bolsa-família, entre outros, através


de cartões magnéticos possibilita uma redução de custos e o aumento do
controle sobre estes programas23. Por meio da utilização destes cartões, o
governo pode ter um controle mais eficaz do funcionamento do programa
e dos dados destes beneficiários.

Comércio Eletrônico

Existem diversas iniciativas que estão inseridas neste contexto. A


definição dos marcos legais que regulam o comércio eletrônico é uma delas.
Outra ação é a inclusão digital de micro e pequenas empresas.
De certa forma, busca-se criar o arcabouço jurídico que dê segurança
a todas as partes que operam no comércio eletrônico, além de criar
condições que possibilitem às pequenas empresas participar deste
processo.
Vamos ver mais algumas questões?
4 – (FCC – TCE/CE – ACE – 2008) O Portal do Tribunal de Contas do
Ceará na Internet é um exemplo de governo eletrônico (E-Gov), por
provocar transformações profundas nos relacionamentos. Os
relacionamentos mantidos pelo Tribunal com os cidadãos e com os
demais órgãos governamentais denominam-se, respectivamente,
(A) G2G e G2B.
(B) G2B e C2G.

23
(Pinto & Fernandes, 2005)

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(C) G2C e G2G.


(D) B2G e C2G.
(E) C2G e G2B.

A questão cita duas situações e pede que relacionemos com as opções


descritas nas alternativas. A primeira se trata do relacionamento do
Tribunal de Contas com os cidadãos. Desta forma, é o governo lidando com
o cidadão (G2C), não é mesmo?
Só esta informação já seria suficiente para “matarmos” a questão,
pois não existe alternativa além da C que tenha o G2C como o primeiro
relacionamento. Já a outra situação descreve o relacionamento do TCE com
outros órgãos governamentais. Portanto, trata-se de uma relação de
governo com governo (G2G). Assim, o gabarito é mesmo a letra C.

5 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) Dentre as práticas orientadas


para a modernização da Administração Pública, a mais adequada ao
aumento da transparência e eficiência dos serviços públicos para o
cidadão é
(A) a descentralização dos serviços para as burocracias municipais.
(B) a privatização das políticas sociais para organizações com fins
lucrativos.
(C) a redução de custos e racionalização dos serviços por meio de
técnicas de downsizing.
(D) o oferecimento de serviços públicos por meio de políticas de
governança eletrônica.
(E) a implementação de políticas de valorização das carreiras
estratégicas em todas as áreas da Administração Pública.

A alternativa A não está correta, pois esta descentralização não


aumenta necessariamente a transparência das ações para os cidadãos, pois
os municípios podem continuar não fornecendo as informações a estes
cidadãos.
A letra B é absurda. Já a letra C não se relaciona com uma ação de
modernização da Administração Pública, pois o downsizing (redução
drástica de pessoal e de níveis hierárquicos) não está inserido nas reformas
administrativas.
A letra D está correta, pois o governo eletrônico (ou governança
eletrônica) realmente aumenta a transparência das ações e programas
governamentais e leva a uma maior eficiência.

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Entretanto, a letra E não se relaciona a ações que levem a uma maior


transparência. A valorização de carreiras estratégicas pode aumentar a
eficiência (mesmo que indiretamente), mas não necessariamente
aumentará a transparência. O gabarito é mesmo a letra D.

6 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2010) A correta análise da


modernização da Administração Pública brasileira, havida nas
últimas décadas, permite chegar à conclusão de que uma das ações
mais significativas na gestão pública foi a incorporação do governo
eletrônico. (ADAPTADA)

Beleza. A incorporação do governo eletrônico tem sido um dos


aspectos mais inovadores da Administração Pública recentemente e tem
elevado a qualidade e a acessibilidade dos serviços públicos. O gabarito é
questão correta.

7 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A garantia do sigilo e da


segurança nas informações e nas transações que envolvam
pagamentos online, fundamental para a consolidação do Governo
Eletrônico como instrumento de gestão pública, depende da
implantação de
(A) um sistema de banda larga universal e estável.
(B) um sistema público de busca de informações.
(C) uma infraestrutura de chaves públicas.
(D) um backbone multicast em toda a extensão da rede pública.
(E) uma comissão de gestão da internet pública.

O instrumento que garante o sigilo e a segurança nas transações


online e é fundamental para a consolidação do governo eletrônico é a
certificação digital. Esta certificação se consiste em chaves públicas de
segurança. Desta forma, nosso gabarito é a letra C.
A letra A descreve um requisito para que as informações sejam
transferidas de modo rápido e confiável, mas não garante o sigilo. A letra
B descreve o que seria um “Google” público, portanto não se relaciona com
o sigilo. Já o backbone multicast (a banca “pegou pesado” nesta!) é um
instrumento que facilita videoconferências, entre outras aplicações. Assim,
não se relaciona com o que a questão pede.
Finalmente, a última alternativa também não se refere ao sigilo e a
confiabilidade das transações eletrônicas. Deste modo, o gabarito é mesmo
a letra C.

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Transparência no Contexto da LRF

Com a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, a


transparência no Brasil ganhou um grande impulso. Esta lei veio exigir dos
governos diversos instrumentos de transparência atualmente consagrados,
como o Relatório de Gestão Fiscal - RGF e o Relatório Resumido de
Execução Orçamentária - RREO.
De acordo com Paludo24, a LRF foi um divisor de águas na história das
finanças em termos de transparência das contas públicas no Brasil.
Desde então, os diversos governos têm aprimorado seus
instrumentos de transparência, de forma a cumprir com a LRF. Estes
instrumentos têm possibilitado uma tomada de consciência que antes não
se via do estado das contas governamentais e das prioridades e qualidades
da diferentes gestões públicas.
Assim, a democracia participativa passa a se tornar realidade, pois
somente com instrumentos que facilitem a participação dos cidadãos o
controle da sociedade sobre o Estado pode ocorrer.
Abaixo, podemos ver os artigos 48, 48-A e 49 da LRF, que detalham
os instrumentos de transparência da lei:

Da Transparência da Gestão Fiscal


“Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público:
os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos,
lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

24
(Paludo, 2010)

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III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle,


que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder
Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art.
48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou
jurídica o acesso a informações referentes a:
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no
decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a
disponibilização mínima dos dados referentes ao número do
correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à
pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso,
ao procedimento licitatório realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das
unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos
do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os
empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos
orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências
financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades
no exercício.”25
Vamos ver mais questões sobre estes temas?
8 - (FCC – TCE/PR – ANALISTA – 2011) O e-gov, enquanto uma
modalidade de ação governamental, é
(A) um instrumento de ação que auxilia a inclusão digital de
cidadãos, sendo um programa de fomento exclusivo da indústria
tecnológica e de modernização da educação.
(B) um instrumento exclusivo dos poderes executivos em qualquer
esfera pública.
(C) uma ferramenta de TI − Tecnologia de Informação − que tem
como demanda central a troca de informações internas, no âmbito
da administração pública.
(D) uma ação governamental que permite acesso a qualquer
cidadão e a troca de informações entre Estado e fornecedores.

25
Lei Complementar n° 101/2000

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(E) um programa governamental que se materializa por meio de


portais de acesso de órgãos do governo federal.

O e-gov, ou governo eletrônico, é um instrumento de ação do Estado


no sentido de aumentar a transparência de suas ações e aumentar a
interação com a população. Com esse conjunto de instrumentos e
iniciativas, o governo fica mais próximo do cidadão e também mais
acessível às suas demandas. O gabarito é a letra D.
A letra A está incorreta, pois não existe essa limitação descrita pela
banca: “programa de fomento exclusivo da indústria tecnológica e de
modernização da educação”.
A letra B está errada porque o governo eletrônico não é uma iniciativa
somente dos poderes executivos dos entes, mas de todos os Poderes, seja
no plano federal quanto nos estaduais e municipais.
A letra C também está equivocada, pois a demanda central não é a
troca de informações internas. Finalmente, a letra E está errada porque não
é somente o governo federal que tem portais de acesso. O gabarito é
mesmo a letra D.

9 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A inovação nos sistemas


eletrônicos de compras governamentais de maior relevância e
contribuição para a redução dos preços é
(A) a emissão eletrônica de ordem de pagamento.
(B) a publicação online de catálogos eletrônicos de materiais e
serviços padronizados.
(C) o cadastramento online dos fornecedores permanentes.
(D) o registro e a publicação online dos preços praticados pelos
fornecedores.
(E) a divulgação eletrônica dos editais de contratação.

Esta questão dá para ser respondida somente com a lógica. A banca


está pedindo alguma característica dos sistemas de compras
governamentais que possa gerar redução de preços para o governo.
A letra A com certeza não se enquadra, pois a simples emissão de
uma nota fiscal não gera economia na compra dos materiais. A publicação
de catálogos também não seria um fator destes. O principal benefício desta
publicação é a disseminação dos melhores preços (que já existem) aos
outros gestores públicos.
A letra C também está errada, pois o simples cadastramento de
fornecedores não gera, por si só, a redução de preços. A letra D seria a que

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melhor se enquadra na questão, pois a publicação das informações de


preços dos concorrentes pode gerar um processo de maior concorrência
entre estes.
Entretanto, a letra E também está equivocada. A divulgação dos
editais possibilita, em teoria, a participação de mais concorrentes, mas não
necessariamente uma maior concorrência. Assim, o nosso gabarito é
mesmo a letra D.

10 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A transparência da gestão


fiscal será garantida pela participação da sociedade e pela
divulgação que deve ser dada a todas as ações relacionadas à
arrecadação de receitas e à realização de despesas. Com esse
propósito, a LRF criou alguns mecanismos. Assinale a Incorreta.
A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos
e dos orçamentos.
B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo
o exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições
da sociedade.
C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso
público e ampla divulgação.
D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária,
de acesso público e ampla divulgação.
E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da
política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por
Conselho de Orçamento Participativo, constituído por
representantes de todos os poderes e esferas de governo, do MP e
de entidades técnicas representativas da sociedade.

Esta questão da FMP cobrou o conhecimento dos instrumentos de


transparência trazidos pela LRF. A letra A está correta e está contida no
primeiro inciso do artigo n°48 da lei.
As demais alternativas também estão todas contidas no texto legal.
A única alternativa incorreta é a letra E. A banca se pautou em uma
“pegadinha” maldosa. Este Conselho de Gestão Fiscal está previsto no
Artigo n° 67 da LRF, mas ainda não foi criado. Veja abaixo o texto legal26:
“Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de
forma permanente, da política e da
operacionalidade da gestão fiscal serão realizados
por conselho de gestão fiscal, constituído por

26
Lei Complementar n° 101/2000

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representantes de todos os Poderes e esferas de


Governo, do Ministério Público e de entidades
técnicas representativas da sociedade, visando a:
I - harmonização e coordenação entre os entes da
Federação;
II - disseminação de práticas que resultem em
maior eficiência na alocação e execução do gasto
público, na arrecadação de receitas, no controle do
endividamento e na transparência da gestão fiscal;
III - adoção de normas de consolidação das contas
públicas, padronização das prestações de contas e
dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de
que trata esta Lei Complementar, normas e padrões
mais simples para os pequenos Municípios, bem
como outros, necessários ao controle social;
IV - divulgação de análises, estudos e
diagnósticos.”
Como a banca solicitou os instrumentos já criados pela LRF, esta
alternativa se torna incorreta (apesar de estar prevista no texto legal).
Portanto, o nosso gabarito é mesmo a letra E.

Descentralização e Desconcentração

Antes de tudo, uma explicação: estes conceitos são derivados da


doutrina do Direito Administrativo e não do que chamamos de ciência da
Administração.
De acordo com os teóricos da Administração, não existe o conceito
de desconcentração, apenas o conceito de descentralização. Para eles,
qualquer transferência ou delegação de poder da cúpula da organização
para algum departamento ou para alguma empresa coligada seria um caso
de descentralização.
Entretanto, no nosso concurso, a banca deixou especificado que
a cobrança seria do conceito derivado do Direito. Assim, vamos a
eles?
A desconcentração ocorre quando a Administração Pública decide
criar órgãos internos, de modo a melhor utilizar os recursos e atender
aos cidadãos. Deste modo, o “produto” de uma desconcentração é um
órgão sem personalidade jurídica. A delegação de competências ocorre
de maneira interna.

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Desta maneira, se o órgão está inserido no que chamamos de


Administração Direta, é produto de uma desconcentração.
Já a descentralização ocorre quando o Estado transfere suas
atividades para outras entidades ou cria novas entidades.
Esta descentralização por ocorrer por delegação ou outorga. A
descentralização por outorga ocorre quando o Estado cria outra
entidade para executar as atividades que lhe cabem. Essas organizações,
integrantes da Administração Indireta, possuem personalidade jurídica.
Já a descentralização por delegação acontece quando o poder
público atribui os serviços a entidades ou pessoas que não fazem parte da
Administração. Este processo demanda uma licitação prévia e é feita
mediante um contrato de concessão ou permissão.
Vamos ver como este tema já foi cobrado?
11 - (FCC – TRT/PE – ANALISTA – 2012) Como uma das dimensões
do Estado contemporâneo empreendedor, o princípio da
desconcentração se efetiva por meio
a) da racionalização de custos de empresas públicas.
b) da delegação de competências.
c) da coordenação intersetorial de programas.
d) do planejamento estratégico situacional.
e) da reengenharia de processos na administração direta.

Na desconcentração ocorre uma delegação de competências. Isto


acontece também na descentralização, mas enquanto nesta última a
delegação é feita para uma entidade externa, na desconcentração ela
ocorre de maneira interna. O gabarito é a letra B.

12 - (FCC – TRE/TO – ANALISTA – 2011) A repartição de funções


entre os vários órgãos de uma mesma pessoa jurídica da
Administração Pública é conceito de
a) desconcentração.
b) descentralização.
c) descentralização por serviços.
d) delegação de competência.
e) desmembramento.

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Quando estivermos mencionando a transferência de competências ou


poder para algum órgão interno de uma entidade, estamos nos referindo
ao conceito jurídico de desconcentração.
A descentralização teria de envolver a transferência para uma
entidade diversa, como uma empresa pública ou uma autarquia, por
exemplo. O gabarito é mesmo a letra A.

13 - (ESAF – MTE – AFT - 2010) Tendo por base a organização


administrativa brasileira, classifique as descrições abaixo como
sendo fenômenos: (1) de descentralização; ou (2) de
desconcentração. Após, assinale a opção correta.
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística,
geologia e cartografia de âmbito nacional;
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento
industrial e no setor de serviços;
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de
manutenção e conservação de estradas;
( ) Criação de novo território federal.
a) 2 / 1 / 2 / 1
b) 1/ 2 / 2 / 1
c) 2/ 2 / 1 / 1
d) 1/ 2 / 1 / 1
e) 1/ 2 / 1 / 2

A criação do IBGE é um caso claro de descentralização, pois o poder


público criou outra entidade para executar estes serviços. O IGBE é uma
autarquia. Já a criação de uma delegacia regional do trabalho não configura
uma descentralização, pois esta delegacia é um mero órgão do Ministério
do Trabalho e Emprego.
No caso da concessão de um serviço público, isto seria um caso de
descentralização por delegação. Finalmente, o novo território federal seria
também um caso de descentralização, pois estes territórios são
considerados autarquias territoriais e possuem personalidade jurídica.
Deste modo, o gabarito é a letra D.

14 - (CESPE – ANAC – ANALISTA – 2012) A desconcentração


pressupõe, obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa
jurídica.

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Perfeito. Se estamos falando de apenas uma pessoa jurídica, ou


entidade, estamos dizendo que ocorreu uma transferência de competências
de modo interno, não é mesmo? Não existe outra entidade que possa ter
recebido estas competências. Desta maneira, o gabarito da banca é
questão correta.

Questões Extras

15 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2006) A unificação da informática


com a comunicação oportunizou o uso de internet no setor público.
Indique se as frases a seguir são falsas (F) ou verdadeiras (V) e
assinale a opção correta.
I. Através da internet, a administração pública disponibiliza dados
e relatórios, dando possibilidade aos cidadãos de decidirem sobre
ações do governo.
II. A internet possibilita a divulgação de informações para os
cidadãos sobre campanhas, procedimentos administrativos, entre
outros.
III. O uso eficiente da internet possibilita a modernização dos
órgãos públicos, promovendo maior profissionalismo.
IV. Através da internet, o setor público pode ofertar serviços ao
cidadão e disponibilizar dados que permitem o controle externo.
Selecione a opção correta.
a) Somente I e II são falsas.
b) Somente II e IV são verdadeiras.
c) Somente a IV é verdadeira.
d) Somente a I é falsa.
e) Somente a III e IV são falsas.

A primeira frase está errada. A internet ainda não tem possibilitado o


que poderíamos chamar de democracia direta, ou seja, a deliberação de
temas pelos cidadãos e a decisão direta, sem a participação dos
representantes eleitos (senadores, deputados etc.). Portanto, a internet
tem possibilitado muito mais a informação do cidadão do que uma efetiva
participação. Já a segunda afirmativa está perfeita.

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A terceira frase foi uma “pegadinha” da ESAF. O profissionalismo dos


servidores não é função do uso da internet. Ou seja, a internet pode muito
bem ser utilizada para outros fins (como passar a tarde inteira no Facebook,
por exemplo). Claro que a internet pode servir para melhorar o serviço
público, mas ela, por si só, não promove o profissionalismo de ninguém.
Finalmente, a quarta frase está perfeita. A internet pode e deve
fortalecer o controle externo da Administração Pública. O gabarito é mesmo
a letra B.

16 - (ESAF – RFB – AFRF - 2002) Julgue os itens relativos às


implementações do governo eletrônico.
I. Utilização intensiva de tecnologia de comunicações e informação
na administração pública.
II. Estabelecimento de canais de acesso com o público em geral e
segmentos beneficiários específicos.
III. Apoio e fomento à indústria na área de tecnologia de
comunicações e informação.
IV. Programas de redução da exclusão digital, popularização de
equipamentos e do acesso.
V. Disponibilização de informações e prestação de serviços por
meio da internet.
A quantidade de itens corretos é igual a
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Esta questão busca avaliar a compreensão do processo de


implantação do Governo Eletrônico. Todas as afirmativas estão corretas. O
governo eletrônico busca realmente o estabelecimento de canais com o
público em geral e alguns segmentos específicos (exportadores e
importadores, por exemplo). Além disso, faz uso da tecnologia da
informação e deve buscar a redução da chamada “exclusão digital”.
A única principal dúvida de grande parte dos candidatos foi
relacionada com a frase “apoio e fomento à indústria na área de tecnologia
de comunicação e informação”. Entretanto, este é sim um dos princípios do
E-gov no Brasil. A adoção do software livre é um dos aspectos desta
política. O gabarito é, assim, a letra E.

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17 - (ESAF – RFB – AFRFB - 2010) Sob o ponto de vista do cidadão,


podemos afirmar que os seguintes mecanismos, todos acessíveis
pela Internet, são mantidos pelo governo federal como
instrumentos de transparência, exceto:
a) ComprasNet.
b) SIAFI.
c) Portal Brasil.
d) Portal da Transparência.
e) Portal de Convênios.

Questão aparentemente fácil, mas que pode “pegar” muitos


candidatos menos atentos. Todos os portais mencionados cumprem esta
função, menos o SIAFI. Este sistema não pode ser acessado por qualquer
cidadão através da internet. O gabarito é a letra B.

18 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2010) Sobre o tema 'governo


eletrônico e transparência', é correto afirmar:
a) para uma maior transparência dos governos, é necessário que as
informações estejam disponíveis em linguagem acessível, para
entendimento do público em geral.
b) em regiões com altos índices de exclusão digital, é justificável a
pouca transparência dos governos locais.
c) como instrumento efetivo para uma melhor governança, a
simples implementação do governo eletrônico garante maior
eficiência e transparência.
d) quanto maior é a oferta de serviços on-line disponibilizados ao
cidadão, maior é a transparência dos atos públicos.
e) a dimensão tecnológica é mais importante que a político-
institucional para definir em que medida um governo eletrônico
pode ser mais ou menos transparente.

A letra A está perfeita e é o nosso gabarito. Não adianta deixar a


informação disponível, mas em uma linguagem que seja fora do “alcance”
do cidadão médio.
A letra B é absurda. Não é porque a região tem uma carência
econômica e social que deve existir um nível de transparência menor. No
caso da letra C, somente a implementação do governo eletrônico não

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garante uma maior eficiência e transparência. Este governo eletrônico deve


ser de fácil acesso e deve conter informações importantes ao cidadão.
A transparência está ligada ao fácil acesso e à devida utilização e
absorção destas informações e serviços. Na letra E, o correto é exatamente
o contrário. A dimensão político-institucional é mais importante do que a
dimensão técnica. Assim, o gabarito é mesmo a letra A.

19 - (CESPE – SENADO – CONSULTOR - 2002) A implementação do


governo eletrônico envolve a aplicação maciça de tecnologia da
informação, visando a otimização de processos de trabalho.

Beleza. O objetivo maior da implementação do governo eletrônico é


melhorar a prestação de serviços públicos para a sociedade. O aumento da
qualidade destes serviços é conseguido através da melhoria dos processos
de trabalho. Assim, o gabarito é questão correta.

20 - (CESPE – SENADO – CONSULTOR - 2002) A implementação do


governo eletrônico envolve a diminuição da exclusão digital,
mediante a promoção de uma cultura de utilização e popularização
do acesso às tecnologias informacionais a segmentos específicos.

Para que o governo eletrônico funcione de forma efetiva, é necessário


que a população possa ter acesso aos instrumentos que permitam a todos
acessar estes serviços. Portanto, a inclusão digital é fundamental para que
a população mais carente tenha acesso aos serviços públicos disponíveis
na Internet, por exemplo.
Desta forma, devem existir incentivos específicos para a inclusão
digital em escolas de periferia, por exemplo. O gabarito é, portanto,
questão certa.

21 - (ESAF – RFB – AFRF - 2003) Julgue as sentenças sobre


contribuições do governo eletrônico para as organizações públicas
e para a cidadania.
I. Ouvidorias efetivas devem proporcionar uma comunicação em
duplo sentido.
II. Os instrumentos de consulta e audiência públicas não impõem o
controle do aproveitamento de críticas e sugestões.
III. A transparência não se limita à disponibilização de informações
e divulgação de atos e fatos por meio eletrônico.

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IV. A inclusão digital está relacionada à posse de computadores


capazes de acessar, por meio da Internet, websites de informações
e serviços públicos.
A quantidade de itens certos é igual a:
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4

A primeira frase está certa. As ouvidorias devem mesmo receber as


dúvidas e reclamações dos cidadãos e responde-las. Assim, a comunicação
funciona nos dois sentidos.
Uma audiência pública é aberta a todo tipo de intervenção e sugestão
por parte dos seus participantes. Desta maneira, não existe um “controle”
do aproveitamento destas críticas e sugestões. A segunda frase está certa.
A terceira frase também está certa. Apenas a disponibilização de
dados não garante um governo transparente, pois existem outros aspectos
que devem ser abordados. Deve existir uma plataforma de fácil
manipulação por parte da população, uma linguagem simples, etc.
Já a quarta frase está errada, pois a simples posse de equipamentos
de informática não garante o acesso às informações públicas e à inclusão
digital. O gabarito é, assim, a letra D.

Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 – (FCC – TRE/AL – ANALISTA – 2010) De acordo com o Decreto Federal


nº 5.482 de 30 de junho de 2005, que dispõe sobre a divulgação de dados
e informações pelos órgãos e entidades da administração pública federal,

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por meio da Rede Mundial de Computadores - Internet, o órgão responsável


pela gestão do Portal da Transparência é
a) o Tribunal de Contas da União.
b) o Senado Federal.
c) a Controladoria Geral da União.
d) a Câmara dos Deputados.
e) a Secretaria do Tesouro Nacional.

2 – (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) Controle Social nos serviços


públicos envolve
(A) a participação da sociedade civil na elaboração, acompanhamento e
monitoramento das ações do poder público.
(B) o feedback periódico aos cidadãos dos principais resultados de uma
política pública.
(C) o controle efetivo dos tribunais de contas municipais, estaduais e da
União sobre as respectivas empresas públicas.
(D) a consulta frequente aos principais beneficiários de um serviço.
(E) a nomeação de representantes da sociedade civil para cargos de direção
do serviço público.

3 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) O controle social é entendido como


a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no
monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-se
de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento
da cidadania. Dentre os principais mecanismos de controle social instituído
nos três níveis da federação, a partir da Constituição Federal de 1988, estão
(A) as Centrais de Atendimento do Cidadão.
(B) os Conselhos Gestores.
(C) as Controladorias Gerais.
(D) as Assembleias Populares.
(E) as Comissões Paritárias.

4 – (FCC – TCE/CE – ACE – 2008) O Portal do Tribunal de Contas do Ceará


na Internet é um exemplo de governo eletrônico (E-Gov), por provocar
transformações profundas nos relacionamentos. Os relacionamentos
mantidos pelo Tribunal com os cidadãos e com os demais órgãos
governamentais denominam-se, respectivamente,
(A) G2G e G2B.

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(B) G2B e C2G.


(C) G2C e G2G.
(D) B2G e C2G.
(E) C2G e G2B.

5 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) Dentre as práticas orientadas para


a modernização da Administração Pública, a mais adequada ao aumento da
transparência e eficiência dos serviços públicos para o cidadão é
(A) a descentralização dos serviços para as burocracias municipais.
(B) a privatização das políticas sociais para organizações com fins
lucrativos.
(C) a redução de custos e racionalização dos serviços por meio de técnicas
de downsizing.
(D) o oferecimento de serviços públicos por meio de políticas de governança
eletrônica.
(E) a implementação de políticas de valorização das carreiras estratégicas
em todas as áreas da Administração Pública.

6 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2010) A correta análise da modernização da


Administração Pública brasileira, havida nas últimas décadas, permite
chegar à conclusão de que uma das ações mais significativas na gestão
pública foi a incorporação do governo eletrônico. (ADAPTADA)

7 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A garantia do sigilo e da segurança


nas informações e nas transações que envolvam pagamentos online,
fundamental para a consolidação do Governo Eletrônico como instrumento
de gestão pública, depende da implantação de
(A) um sistema de banda larga universal e estável.
(B) um sistema público de busca de informações.
(C) uma infraestrutura de chaves públicas.
(D) um backbone multicast em toda a extensão da rede pública.
(E) uma comissão de gestão da internet pública.

8 - (FCC – TCE/PR – ANALISTA – 2011) O e-gov, enquanto uma modalidade


de ação governamental, é
(A) um instrumento de ação que auxilia a inclusão digital de cidadãos,
sendo um programa de fomento exclusivo da indústria tecnológica e de
modernização da educação.

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(B) um instrumento exclusivo dos poderes executivos em qualquer esfera


pública.
(C) uma ferramenta de TI − Tecnologia de Informação − que tem como
demanda central a troca de informações internas, no âmbito da
administração pública.
(D) uma ação governamental que permite acesso a qualquer cidadão e a
troca de informações entre Estado e fornecedores.
(E) um programa governamental que se materializa por meio de portais de
acesso de órgãos do governo federal.

9 - (FCC – TCM/CE – AUDITOR – 2010) A inovação nos sistemas eletrônicos


de compras governamentais de maior relevância e contribuição para a
redução dos preços é
(A) a emissão eletrônica de ordem de pagamento.
(B) a publicação online de catálogos eletrônicos de materiais e serviços
padronizados.
(C) o cadastramento online dos fornecedores permanentes.
(D) o registro e a publicação online dos preços praticados pelos
fornecedores.
(E) a divulgação eletrônica dos editais de contratação.

10 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) A transparência da gestão fiscal


será garantida pela participação da sociedade e pela divulgação que deve
ser dada a todas as ações relacionadas à arrecadação de receitas e à
realização de despesas. Com esse propósito, a LRF criou alguns
mecanismos. Assinale a Incorreta.
A) A participação popular na discussão e na elaboração dos planos e dos
orçamentos.
B) A disponibilidade das contas dos administradores, durante todo o
exercício, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da
sociedade.
C) A emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal, de acesso público e
ampla divulgação.
D) A emissão de relatórios periódicos de execução orçamentária, de acesso
público e ampla divulgação.
E) O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e
da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por Conselho de
Orçamento Participativo, constituído por representantes de todos os
poderes e esferas de governo, do MP e de entidades técnicas
representativas da sociedade.

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11 - (FCC – TRT/PE – ANALISTA – 2012) Como uma das dimensões do


Estado contemporâneo empreendedor, o princípio da desconcentração se
efetiva por meio
a) da racionalização de custos de empresas públicas.
b) da delegação de competências.
c) da coordenação intersetorial de programas.
d) do planejamento estratégico situacional.
e) da reengenharia de processos na administração direta.

12 - (FCC – TRE/TO – ANALISTA – 2011) A repartição de funções entre os


vários órgãos de uma mesma pessoa jurídica da Administração Pública é
conceito de
a) desconcentração.
b) descentralização.
c) descentralização por serviços.
d) delegação de competência.
e) desmembramento.

13 - (ESAF – MTE – AFT - 2010) Tendo por base a organização


administrativa brasileira, classifique as descrições abaixo como sendo
fenômenos: (1) de descentralização; ou (2) de desconcentração. Após,
assinale a opção correta.
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística, geologia e cartografia
de âmbito nacional;
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento industrial
e no setor de serviços;
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de
manutenção e conservação de estradas;
( ) Criação de novo território federal.
a) 2 / 1 / 2 / 1
b) 1/ 2 / 2 / 1
c) 2/ 2 / 1 / 1
d) 1/ 2 / 1 / 1
e) 1/ 2 / 1 / 2

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14 - (CESPE – ANAC – ANALISTA – 2012) A desconcentração pressupõe,


obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica.

15 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2006) A unificação da informática com a


comunicação oportunizou o uso de internet no setor público. Indique se as
frases a seguir são falsas (F) ou verdadeiras (V) e assinale a opção correta.
I. Através da internet, a administração pública disponibiliza dados e
relatórios, dando possibilidade aos cidadãos de decidirem sobre ações do
governo.
II. A internet possibilita a divulgação de informações para os cidadãos sobre
campanhas, procedimentos administrativos, entre outros.
III. O uso eficiente da internet possibilita a modernização dos órgãos
públicos, promovendo maior profissionalismo.
IV. Através da internet, o setor público pode ofertar serviços ao cidadão e
disponibilizar dados que permitem o controle externo.
Selecione a opção correta.
a) Somente I e II são falsas.
b) Somente II e IV são verdadeiras.
c) Somente a IV é verdadeira.
d) Somente a I é falsa.
e) Somente a III e IV são falsas.

16 - (ESAF – RFB – AFRF - 2002) Julgue os itens relativos às


implementações do governo eletrônico.
I. Utilização intensiva de tecnologia de comunicações e informação na
administração pública.
II. Estabelecimento de canais de acesso com o público em geral e
segmentos beneficiários específicos.
III. Apoio e fomento à indústria na área de tecnologia de comunicações e
informação.
IV. Programas de redução da exclusão digital, popularização de
equipamentos e do acesso.
V. Disponibilização de informações e prestação de serviços por meio da
internet.
A quantidade de itens corretos é igual a
a) 1

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b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

17 - (ESAF – RFB – AFRFB - 2010) Sob o ponto de vista do cidadão,


podemos afirmar que os seguintes mecanismos, todos acessíveis pela
Internet, são mantidos pelo governo federal como instrumentos de
transparência, exceto:
a) ComprasNet.
b) SIAFI.
c) Portal Brasil.
d) Portal da Transparência.
e) Portal de Convênios.

18 - (ESAF – MTE – AUDITOR – 2010) Sobre o tema 'governo eletrônico e


transparência', é correto afirmar:
a) para uma maior transparência dos governos, é necessário que as
informações estejam disponíveis em linguagem acessível, para
entendimento do público em geral.
b) em regiões com altos índices de exclusão digital, é justificável a pouca
transparência dos governos locais.
c) como instrumento efetivo para uma melhor governança, a simples
implementação do governo eletrônico garante maior eficiência e
transparência.
d) quanto maior é a oferta de serviços on-line disponibilizados ao cidadão,
maior é a transparência dos atos públicos.
e) a dimensão tecnológica é mais importante que a político-institucional
para definir em que medida um governo eletrônico pode ser mais ou menos
transparente.

19 - (CESPE – SENADO – CONSULTOR - 2002) A implementação do governo


eletrônico envolve a aplicação maciça de tecnologia da informação, visando
a otimização de processos de trabalho.

20 - (CESPE – SENADO – CONSULTOR - 2002) A implementação do governo


eletrônico envolve a diminuição da exclusão digital, mediante a promoção

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de uma cultura de utilização e popularização do acesso às tecnologias


informacionais a segmentos específicos.

21 - (ESAF – RFB – AFRF - 2003) Julgue as sentenças sobre contribuições


do governo eletrônico para as organizações públicas e para a cidadania.
I. Ouvidorias efetivas devem proporcionar uma comunicação em duplo
sentido.
II. Os instrumentos de consulta e audiência públicas não impõem o controle
do aproveitamento de críticas e sugestões.
III. A transparência não se limita à disponibilização de informações e
divulgação de atos e fatos por meio eletrônico.
IV. A inclusão digital está relacionada à posse de computadores capazes de
acessar, por meio da Internet, websites de informações e serviços públicos.
A quantidade de itens certos é igual a:
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4

Gabarito

1. C 3. B 5. D
2. A 4. C 6. C

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7. C 13. D 19. C
8. D 14. C 20. C
9. D 15. B 21. D
10. E 16. E
11. B 17. B
12. A 18. A

Bibliografia
Braga, L. V., Alves, W. S., Figueiredo, R. M., & Santos, R. R. (Jan/Mar de
2008). O papel do Governo Eletrônico no fortalecimento da
governança do setor público. Revista do Serviço Público, V. 59(1),
05-21.
Diniz, E. H., Barbosa, A. F., Junqueira, A. R., & Prado, O. (Jan/Fev de 2009).
O governo eletrônico no Brasil: perspectiva histórica a partir de um
modelo estruturado de análise. Revista de Administração Pública, V.
43(1), 23-48.
Lima, L. H. (2009). Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500
questões (3° Ed. ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.
Matias-Pereira, J. (2006). Os efeitos da crise política e ética sobre as
instituições e a economia no Brasil. Observatório de la Economia
Latinoamericana, n.67.
Matias-Pereira, J. (2009). Curso de Administração Pública: foco nas
instituições e ações governamentais (2° ed.). São Paulo: Atlas.
Nunes, R. M., & Vendrametto, O. (2009). Os negócios eletrônicos como
instrumento de aperfeiçoamento entre redes de organizações: um
estudo sobre o portal de compras do governo federal brasileiro.
SIMPOI. FGV.
Paludo, A. V. (2010). Administração pública: teoria e questões (1° ed.). Rio
de Janeiro: Elsevier.
Pinto, S. L., & Fernandes, C. C. (2005). Institucionalização do governo
eletrônico: o caso do Brasil. X Congreso Internacional del Clad sobre
la Reforma del Estado y de la Administracion Pública. Santiago.
Torres, M. D. (2004). Estado, democracia e administração pública no Brasil
(1° Ed. ed.). Rio de Janeiro: FGV.

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