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FACULDADE DE DIREITO
Salvador - Bahia
2018
JÚLIA DE MORAES ARAÚJO PIRES
Artigo Acadêmico
apresentado à Profa. Raissa
Pimentel Silva como
requisito parcial para a
aprovação na disciplina
DIR034 – Direito Ambiental.
SALVADOR
2018
Os Princípios Do Direito Ambiental Brasileiro Como Evidência do Direito
Ambiental Ser Um Direito Fundamental De 3ª Geração
Júlia de Moraes Araújo Pires
1. INTRODUÇÃO
1
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Artigo 225 5 de Outubro de 1988.
Brasília, 1988
Dito isso, cabe recordar que os Direitos Fundamentais são divididos,
pela doutrina, em gerações. A primeira geração é aquela dos direitos
individuais, a segunda, dos direitos sociais e a terceira dos direitos
transindividuais.
Nesse diapasão, diversos princípios, tais como o Princípio da
Cooperação Internacional por exemplo, dão essa dimensão de
transindividualidade ao Direito Ambiental na medida em que tal princípio se
preocupa, justamente, com a ideia de que o dano ambiental não se restringe,
necessariamente, ao país onde ocorreu e pode afetar a todos os humanos da
biosfera. Por isso são direitos transindividuais, ou seja, direitos que tutelam
bens de natureza coletiva.
Dessa forma, buscou-se entender mais sobre a ideia de gerações dos
direitos fundamentais e sobre Direito Ambiental Internacional a fim de procurar
entender se os Direitos Ambientais são de fato direitos transindividuais e, mais
que isso, Direitos Fundamentais de terceira geração.
Dito isso, vale ressaltar que alguns autores, como Bonavides, falam de
um número maior de gerações de Direitos Fundamentais, sendo possível
encontrar na doutrina autores falando, até mesmo, em Direitos Fundamentais
2
Alguns autores associam o lema da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, fraternidade) às
três gerações dos Direitos Fundamentais. A primeira fase, focando as liberdades individuais, a
segunda geração com enfoque no igualdade social e a terceira, por fim, mirando na fraternidade
entre os homens, direitos que objetivam tutelar à humanidade.
3
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional .
10ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. pp. 137-138
de Sexta Geração. No entanto, para fins deste artigo, e à sombra do afirmado
por Gilmar Mendes em seu Curso de Direito Constitucional, ficaremos apenas
com a idéia das três gerações de Direitos Fundamentais.
Além disso, conforme supracitado, é importante destacar que cara
geração não só cria novos direitos mas também mudam a forma dos direitos
positivados em gerações anteriores serem encaradas e interpretadas. Essa é
uma característica dos Direitos Fundamentais conhecida como historicidade. A
cada momento os Direitos Fundamentais são analisados sob óticas distintas,
sempre em sincronia ao que está por detrás do período histórico vigente e dos
Direitos Fundamentais posteriormente positivados.
4
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental, 12ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010, p.3
5
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional público, 2.º vol., 13.ª ed. rev. e
ampl. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 1278.
final das contas, tutela toda a humanidade, inclusive gerações que ainda nem
nasceram.
Nesse diapasão, a Organização das Nações Unidas organizaram
diversas conferências a respeito do Direito Ambiental Internacional,
estabelecendo normas com o intuito de proteger o meio ambiente humano.
Algumas delas, inclusive, ocorreram no Brasil, que participou ativamente
dessas conferências, como a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992.
Tudo começa em Estocolmo, no ano de 1972. Ali, na Primeira
Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, começou a ser
construída a ideia de que o Meio Ambiente não era uma fonte inesgotável de
recursos.
A Rio 92, finalmente, estabeleceu que o desenvolvimento
socioeconômico deveria ser sustentável, não comprometendo o ambiente e
que os países em desenvolvimento deveriam receber apoio financeiro e
tecnológico para atingir esse objetivo. Foi seguida pela Rio +10, ocorrida em
Johanesburgo, na África do Sul (2002) e pela Rio +20, novamente no Rio de
Janeiro, em 2012.
Em 2015 ocorreu em Nova York a Cúpula de Desenvolvimento
Sustentável que definiu novos Objetivos Para o Desenvolvimento Sustentável.
Dessa forma, pode-se observar que o Direito Ambiental, com seu caráter
transindividual, passa a ser um dos grandes temas do Direito Internacional
Público, sendo amplamente debatido, em vista sua imensa relevância para a
manutenção de Direitos Humanos, Direitos Fundamentais6 e até mesmo da
existência da humanidade.
6
A diferença entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais é, basicamente, o plano no qual
esses direitos foram positivados. Os Direitos Humanos são consagrados pelo Direito Internacional
Público ao passo que os Direitos Fundamentais estão positivados nas Constituições dos Estados
Soberanos.
3.1. O PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
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O Direito Internacional costumava ter normas proibitivas. A ideia era, basicamente, interferir o
mínimo possível na soberania dos Estados. Hoje, o Direito Internacional é muito mais poderoso
com mais normas impositivas, contando, inclusive, com Tribunais Internacionais.
qualquer esfera, possam Ter para o meio ambiente, mediante acordos
multilaterais ou bilaterais, ou por outros meios apropriados, respeitados a
soberania e os interesses de todos os estados
5.CONCLUSÃO