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Brasília
2012
TÂNIA CRISTINA GUEDES ZANINI
Brasília
2012
TÂNIA CRISTINA GUEDES ZANINI
Banca Examinadora
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Brasília
2012
Dedicatória
À minha família, mãe, irmãos, filho, por me ajudarem a estudar durante meu período de
formação, ajuda de extrema importância e por todo apoio para que eu pudesse concluir com
êxito a minha formação. Obrigada por todo carinho, compreensão, dedicação e por todos os
momentos de descontração vivenciados com pessoas tão especiais.
Ao meu noivo Marcos por me ajudar nas horas difíceis e por ter paciência nos momentos em
que as coisas não estavam ocorrendo da maneira esperada.
A todos os meus Professores e Tutores que muito me ensinaram neste caminho percorrido.
Muito Obrigada!
Há grandes homens que fazem com que
todos se sintam pequenos. Mas o
verdadeiro grande homem é aquele que
faz com que todos se sintam grandes.
Palavras chave: Toque, Drenagem Linfática Manual (DLM), Tratamento Pré e Pós Cirurgia
Plástica.
Abstract
Introduction: Touching is one of the main contributing factors to the development of human
beings since life in uterus. Massage as an agent of touch has been recognized as a valuable
medical practice in order to maintain good health. As a treatment, the most extensively used
style of massage is called Manual Lymphatic Drainage (MLD) - since it stimulates and
activates the lymphatic system, reducing primary and secondary lymphedema. The objective
of this research is to raise awareness of doctors and patients about the importance of touch
and DLM in the betterment of patients going through preoperative and postoperative
situations, regardless of the increase in technology and machinery. Methodology: This project
was developed through analysis and interpretation of data obtained through literature and
bibliographic research. Based on acquired knowledge of manual lymphatic drainage
treatments in preoperative and postoperative patients of plastic surgery and the researched
data collected, it will be demonstrated to future professional its importance in aiding the
healing process. Results: During the preoperative stage it is very important for the patient to
resort to an aesthetic treatment in order to better the skin and tissue conditions of the operated
area. Several of the researched authors claim that the negative symptoms of postoperative
plastic surgery can be reduced through physical-therapy sessions, using the manual lymphatic
drainage as a method of healing. Conclusion: Manual Lymphatic Drainage (MLD) is
essential in preparing for surgery and during the postoperative window, ensuring better
healing and faster recovery.
Keywords: Touch, Manual Lymphatic Drainage (MLD), Plastic Surgery Pre-op and Post-op
Treatments.
Sumário
Introdução ................................................................................................................................. 9
Discussão ................................................................................................................................ 32
Introdução
O ato de tocar é um dos principais fatores responsável pelo desenvolvimento do ser humano
desde sua vida intrauterina. “Em pesquisas realizadas após a Segunda guerra mundial, ficou
evidente que a causa do marasmo estava relacionada à falta de amor e no tocar as crianças.”
(SIQUEIRA NETO, 2003).
Baptista (2007) afirma que os ferimentos traumáticos podem ser mais bem tratados com todos
os tipos de contatos físicos. Como exemplo, temos massagens que atuam revigorando células,
tecidos e músculos. Os médicos afirmam que o contato físico, o toque e a massagem são
aspectos importantes da reabilitação para qualquer caso. Ao tocar ou massagear, contribui-se
para promover a tranquilidade, o relaxamento, e o encorajamento do “espírito”, de modo que
o corpo reaja e a sua dor ou a recuperação seja proporcionada.
A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem manual que foi descrita,
inicialmente, como método para tratamento de edemas em especial o linfedema. Vários
autores já a descreveram, entre eles Albert Leduc e Emil e Astrid Vodder. A primeira
diferença entre os dois está no tipo de movimento usado. Vodder utiliza uma combinação
ampla de movimentos passivos e técnicas manuais de drenagem linfática. Leduc possui uma
combinação mais restrita de movimentos e propõe protocolos de tratamentos com base no tipo
de distúrbio encontrado (BARROS, 2001).
(GUIRRO, 2002). As manobras são realizadas com pressões suaves, lentas, intermitentes e
relaxantes (TIVERON, 2005).
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
- Enfatizar que o toque, um dos nossos cinco sentidos relativo às sensações e emoções, é
fundamental para as pessoas desde a vida intrauterina e também os benefícios do contato
físico no bem estar e na recuperação do ser humano.
Metodologia
sobre determinado assunto" (p.57-58). Desta forma, a base desta pesquisa foi o estudo de
livros, artigos especializados, apostilas e através de tecnologias avançadas para coleta de
informações, base de dados disponíveis na internet, o que possibilitou o acesso e manipulação
das informações necessárias e relevantes para aprofundar os conhecimentos sobre drenagem
linfática manual e cirurgia plástica.
Uma primeira análise de todo o material coletado permite uma visão global do assunto
pesquisado, destacando-se os principais temas abordados pelos vários autores em seus
estudos. Este material organizado permite cruzar ideias dos diversos autores em relação ao
tema, associando-as a outras semelhantes com abordagem diferenciada, reconhecendo ideias
conflitantes.
Com base nos conhecimentos adquiridos e aprofundados sobre a drenagem linfática manual
nos tratamentos pré e pós-operatório de cirurgia plástica corporal, através da pesquisa
bibliográfica, a importância do tema proposto será demonstrada, favorecendo profissionais da
área e esclarecendo possíveis dúvidas.
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1. A Importância do Toque
Em 1915 o Dr. Henry Dwight Chapin, um pediatra famoso de Nova Iorque, relatou
assustadoras informações sobre bebês com menos de dois anos de idade que morriam,
excluindo uma única instituição que não seguia esta regra. Dr. Chapin introduziu o sistema de
externato para os bebês do orfanato, ao invés de deixá-los definhar na aridez emocional das
instituições. Foi contudo, o Dr. Fritz Talbot, de Boston, que trouxe a ideia do "Cuidado Terno,
Amoroso", que ao visitar a Alemanha, após a Segunda guerra mundial, ficou muito
impressionado ao observar na clínica de crianças em Dusseldorf que mantinha um padrão de
higiene e beleza para acomodar as crianças, mas que apesar disto, quando uma criança não
respondia aos tratamentos médicos; esta era entregue aos cuidados de uma ama, que cuidava
dos bebês com carinho e os mantinha próximo ao seu corpo, promovendo na maioria dos
casos a recuperação destes.
Em pesquisas realizadas após a Segunda guerra mundial, ficou evidente que a causa do
marasmo estava relacionada à falta de amor e no tocar as crianças. Tais evidências se
apresentavam por meio de crianças que conseguiram superar as dificuldades de privação
material, mas que por outro lado, recebiam amor de mãe em abundância, e, em contrapartida,
lares e instituições considerados “favoráveis”, do ponto de vista de recursos materiais, porém,
onde a mãe não era boa, apresentaram o marasmo. Através dos resultados das pesquisas
percebeu-se que para as crianças se desenvolverem bem, elas precisam ser tocadas,
acariciadas, levadas no colo, conversar carinhosamente com elas. A criança resiste à ausência
de muitas outras coisas, desde que exista o toque amoroso.
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O toque é muito importante tanto quanto o ato de se alimentar. Ele faz parte dos cinco
sentidos, e todos são muito importantes para que se tenha uma vida emocional equilibrada. As
emoções e sensações tornam as pessoas únicas e as definem, permitindo assim que se viva em
plenitude.
O toque deve ser iniciado desde a gestação, quando o feto sente os carinhos da mãe ou do pai.
Este gesto o transmitirá o sentimento de que em seu lar ele será muito amado. Estudos
comprovaram que tanto a massagem quanto um simples toque ajudam um recém-nascido no
ganho de peso saudável, no crescimento e no desenvolvimento social. As crianças sempre
estão à procura de um toque. Quando pequenas, ao sinal de qualquer medo ou o simples fato
de se sentirem em perigo, pedem a mão ou o colo. Às vezes, fazem um charminho para
ganhar um cafuné, quando os pais deixam fazem de tudo para poder dormir entre os dois, e
não é só para ficarem quentinhas, mas também para poderem sentir proteção e carinho.
Os ferimentos traumáticos podem ser mais bem tratados com todos os tipos de contatos
físicos. Como exemplo, temos massagens que atuam revigorando células, tecidos e músculos.
Os médicos afirmam que o contato físico, o toque e a massagem são aspectos importantes da
reabilitação para qualquer caso. Ao tocar ou massagear, contribui-se para promover a
tranquilidade, o relaxamento, e o encorajamento do “espírito”, de modo que o corpo reaja e a
sua dor ou a recuperação seja proporcionada.
A estimulação tátil e as emoções podem controlar a endorfina, o hormônio natural que alivia
a dor, e assim proporcionar bem-estar. O contato físico, o toque, reduz o impulso da dor que
vai para o cérebro, proporcionando outras sensações que o bloqueiam.
Usada como relaxamento a massagem permite reduzir as tensões que provocam dores,
cansaço, noites mal dormidas, etc. Aumentando assim a capacidade de se enfrentar o dia-a-
dia e suas exigências. Ela ativa a circulação e ajuda a eliminar toxinas, reduz o desconforto
físico, alivia as dores, induz uma sensação de bem estar, assim como estimula o sistema
imunitário.
A massagem, como agente do toque, é cada vez mais reconhecida como uma valiosa prática
de cuidado com a saúde. O ato de aceitar alguém pelo que é, em seu corpo, e dele tratar
fisicamente, por meio de toques e massagens, pode fazer maravilhas pela auto-aceitação e
recuperação motora de uma pessoa, e trás benefícios a todos os níveis.
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A configuração das mãos é apenas um artefato inicial; muitas vezes notamos que o
poder maior do toque está no olhar e no silêncio, saber amar, respeitar, interagir com
a dor e com os sentimentos dos pacientes fazem com que o toque se torne divino
para o paciente e para o terapeuta. Acredito que cada um de nós é responsável por
mudanças fisiológicas e psicológicas no ser humano, refletindo em qual é o
verdadeiro sentido de nossa vida e de nossa missão. Todas as pessoas que cuidam
são abençoadas, algumas mais que outras, com suas palavras, com seu olhar e
principalmente com suas mãos, promovendo a cura por meio do toque. (GARCIA,
2010).
2. Sistema linfático
No corpo humano temos o sistema linfático, formado por um conjunto de canais que formam
uma densa rede capilar por todo o organismo tendo seu ponto de “início-fim” nos coletores
pré e pós-linfáticos, os gânglios linfáticos (BRUHNS; RUZENE; SIMÕES, 1994).
Fernandez et al (2001), afirma que o sistema linfático está presente em todas as regiões dos
membros. A pele, o tecido subcutâneo, as aponeuroses, os músculos, os tendões, os ossos, as
articulações, as cápsulas articulares e suas dependências ligamentares, os nervos e os próprios
vasos são objetos de uma cobertura linfática.
Segundo Guirro e Guirro (2004), o sistema linfático consiste de um sistema vascular, que se
constituem por um conjunto de capilares linfáticos, vasos coletores e troncos linfáticos;
linfonodos, que servem como filtros do líquido coletado pelos vasos; e pelos órgãos linfoides,
que incluem tonsilas, baço e o timo, que são encarregados de recolher o líquido intersticial
dos tecidos e reconduzi-lo ao sistema vascular sanguíneo.
O sistema linfático representa dentro do corpo humano uma via secundária de acesso, por
onde os líquidos provenientes do interstício são devolvidos ao sangue. Essa circulação
linfática está diretamente ligada à circulação sanguínea e aos líquidos teciduais, sendo que
estes são absorvidos e transportados pela extensa rede de capilares linfáticos, que através de
vasos progressivamente maiores, desembocam no sistema venoso pelo coletor principal
(MARX; CAMARGO, 1986).
Segundo Godoy e Godoy (1999), o sistema linfático é uma porção do sistema circulatório,
constituído por uma extensa rede de capilares, vasos, troncos, ductos, além de outras
estruturas agregadas como linfonodos, baço e timo. Ele é um sistema de drenagem de baixa
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pressão, semelhante ao venoso, que possui duas importantes funções: a condução da linfa
como parte do sistema circulatório e uma função imunológica.
O sistema linfático também inclui os órgãos linfáticos. O sistema linfático drena o excesso de
fluido dos tecidos e fornece mecanismo de defesa para o corpo. Quando o fluido tissular entra
em um vaso linfático, passa a ser chamado linfa. O excesso de fluido tissular é filtrado através
dos linfonodos e retorna à corrente sanguínea (MOORE, 1994).
Conforme Brobeck (1976), uma das funções mais importantes do sistema linfático é o retorno
da proteína, água e eletrólitos dos espaços teciduais para o sangue. Os linfáticos são
extremamente importantes na absorção de substâncias nutritivas, sobretudo das gorduras do
trato gastrintestinal.
Os capilares linfáticos drenam a linfa dos tecidos e são, por sua vez, drenados por pequenos
linfáticos. Eles juntam-se para formar vasos coletores cada vez maiores, ou troncos, que
passam para os linfonodos regionais. Como regra geral, a linfa atravessa um ou mais
linfonodos antes de entrar na corrente sanguínea (MOORE, 1994).
Os linfáticos que conduzem a linfa para os linfonodos são chamados vasos linfáticos
aferentes, enquanto aqueles que deixam um linfonodo são chamados vasos linfáticos
eferentes. Um vaso linfático eferente de um linfonodo torna-se o vaso linfático
aferente de um outro linfonodo em uma cadeia. Depois de atravessar um ou mais
linfonodos, a linfa penetra nos vasos linfáticos maiores chamados troncos linfáticos
que se unem para formar o ducto torácico, que desemboca na junção das veias
jugular interna e subclávia esquerda ou ducto linfático direito, que desemboca na
junção das veias jugular interna e subclávia direita. Em geral, o ducto torácico drena
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Os vasos linfáticos contêm a linfa, líquido incolor e viscoso de composição quase igual à do
líquido tecidual da parte do corpo onde ela flui. A composição da linfa é semelhante a do
plasma sanguíneo. Todas as proteínas e hidratos de carbono no plasma estão também na linfa,
embora em concentrações menores. A linfa contém leucócitos, principalmente linfócitos e
poucas hemácias, o que contrasta com a composição plasmática do sangue (MARX;
CAMARGO, 1986).
Segundo Marx e Camargo (1986), o sistema linfático tem como principal função, a remoção
de proteínas, água e eletrólitos dos espaços tissulares e sua devolução à circulação sanguínea,
sendo que somente através dos vasos linfáticos é que o excesso de proteínas acumulado no
interstício pode voltar ao sangue. Ele tem então como função reabsorver e encaminhar para a
circulação tudo aquilo que o capilar não consegue recuperar do desequilíbrio entre a filtração
e a reabsorção.
Outra função importante é a produção de linfócitos. Marx e Camargo afirma que essas células
são as principais presentes na linfa, e não são originárias nem da corrente sanguínea, nem do
espaço intersticial, mas sim dos gânglios linfáticos, do baço e da medula óssea.
Godoy e Godoy (1999), afirmam que o sistema linfático também funciona como uma válvula
de segurança, que evacua o excesso de líquido que entra no interstício.
Bruhns, Ruzene e Simões (1994), afirmam que o sistema linfático não possui um elemento de
bombeamento tal como o sistema circulatório sanguíneo. A circulação linfática é produzida
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por meio de contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos
linfáticos.
De acordo com Guyton e Hall (2002, p. 161) quase todos os tecidos do corpo tem canais
linfáticos que drenam o excesso de líquido diretamente dos espaços intersticiais.
Conforme Marx e Camargo (1986, p. 48) “[...] o fluxo linfático assume um papel vital dentro
do corpo humano, pois é ele que determinará o retorno proteico à circulação sanguínea”.
Leduc e Leduc (2000), afirmam que a linfa é reabsorvida por vasos linfáticos distribuídos em
todo o corpo, os capilares linfáticos ou vasos linfáticos iniciais. Estes desembocam em vasos
que transportam essa linfa, os pré-coletores ou pós-capilares, que, por sua vez, desembocam
nos coletores.
Godoy e Godoy (1999) colocam que os principais fatores que influenciam o fluxo linfático
são as contrações rítmicas dos vasos e as variações de pressão em suas paredes associadas aos
batimentos dos vasos, compressão muscular e variação da pressão torácica e abdominal.
Segundo Ribeiro (2003), a DLM é uma técnica específica de massagem, introduzida por
Vodder (Alemanha) e mais recentemente por Leduc (Bruxelas), que tem como principal
finalidade esvaziar os líquidos exsudados e os resíduos metabólicos por meio de manobras
nas vias linfáticas e nos linfonodos.
Lopes (2002), afirma que a DLM é uma técnica massoterápica, criada e desenvolvida pelo
biólogo e fisioterapeuta Dr. Phil Emil Vodder, no começo da década de 1930, que favorece a
drenagem da linfa da periferia do organismo para o coração. Hoje considerada de ampla
utilização no tratamento de várias patologias, a drenagem linfática manual desenvolve sua
ação principal sobre o sistema circulatório linfático, ou seja, sobre “uma estrutura orgânica
multifatorial”, formada pela linfa, vasos linfáticos e linfonodos. A aplicação auxilia o
aumento do transporte da linfa, que melhora a vascularização, a anastomose linfolinfática e
linfovenosa e proporciona maior resistência defensivo-imunitária do organismo, devido ao
aumento de células imunitárias que veiculam no próprio sistema linfático.
Foi a partir de sua experiência em massagem que Vodder observou a melhora clínica de
linfonodos na região cervical, quando estimulados manualmente. Esses achados representam
o início de um trabalho que levou à sistematização de uma técnica e que foi denominada
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drenagem linfática manual, que continua sendo aperfeiçoada, adquirindo hoje um lugar de
destaque no tratamento de edemas e linfedemas, fazendo parte integrante da Fisioterapia
Complexa Descongestiva reconhecido pela Sociedade Internacional de Linfologia (GODOY;
GODOY, 1999).
A DLM drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo assim, o equilíbrio
hídrico dos espaços intersticiais. Também é responsável pela evacuação dos dejetos
provenientes do metabolismo celular (LEDUC; LEDUC, 2002).
Para Leduc e Leduc (2000), a DLM faz parte das técnicas utilizadas para favorecer a
circulação dita “de retorno”.
Godoy e Godoy (1999) deixam claro que DLM e massagem são duas coisas completamente
distintas. Afirma também que para realizar a DLM devemos ter consciência de que estamos
drenando, e que para isso não há necessidade de movimentos fortes de compressão.
As manobras são lentas, rítmicas e suaves, devendo sempre direcionar sua pressão,
obedecendo ao sentido da drenagem linfática fisiológica. Para que o objetivo da drenagem da
linfa estagnada seja atingido, é imprescindível obedecer a uma sequência especifica de regiões
do corpo onde as manobras são executadas (MADRUGA, 2002).
“O processo de evacuação ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores
linfáticos. Este processo libera as vias linfáticas das regiões adjacentes à zona edemaciada, ou
seja, as regiões que irão receber todo o líquido drenado.” (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 74).
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Ribeiro (2003) afirma que a DLM deve sempre ser iniciada pelo segmento proximal, pelas
manobras que facilitem a evacuação, feitas nos linfonodos regionais, e só então deve seguir
para as manobras de reabsorção e captação, realizadas ao longo das vias linfáticas e nas
regiões de edemas.
Segundo Ribeiro (2003), as diversas manobras de DLM são realizadas em todos os segmentos
do corpo, sendo que cada manobra é realizada sobre o mesmo local de cinco a sete vezes.
Algumas delas seguem um trajeto que parte dos linfonodos regionais e retorna a ele,
correspondendo, de um modo geral, às vias linfáticas fisiológicas.
- aliviar a dor, devido à estimulação das grandes fibras sensoriais provenientes dos receptores
táteis periféricos, que deprime a transmissão dos impulsos dolorosos;
Godoy e Godoy (1999) citam alguns efeitos secundários decorrentes da drenagem linfática
manual, como: ação sobre o sistema nervoso vegetativo, que produz estímulo parassimpático,
causando relaxamento; ação sedativa sobre os reflexos álgicos e ação sobre os gânglios com
efeito imunológico.
Guirro e Guirro (2002), afirmam que a DLM está representada principalmente por duas
técnicas, a de Leduc e a de Vodder, e afirmam que ambas são baseadas nos trajetos dos
coletores linfáticos e linfonodos, associando basicamente a três categorias de manobras:
captação, reabsorção e evacuação, sendo que a diferença entre elas reside somente no local de
aplicação.
Ribeiro (2001) coloca que o processo de captação tem como objetivo auxiliar na absorção do
líquido intersticial excedente para dentro dos capilares linfáticos terminais e o aumento do
fluxo em direção aos linfonodos regionais e, finalmente, em direção ao canal torácico e ao
ducto torácico.
Guirro e Guirro (2002) afirmam que a captação é realizada diretamente sobre o segmento
edemaciado, visando aumentar a captação da linfa pelos linfocapilares.
“O processo de evacuação ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores
linfáticos.” (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 76).
Ribeiro (2001) coloca que a DLM deve ser iniciada pelo segmento proximal, pelas manobras
facilitadoras da evacuação, feita nos linfonodos regionais, e a partir daí seguir para as
manobras de reabsorção e captação, que são realizadas ao longo das vias linfáticas e nas
regiões com presença de edemas.
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De acordo com Guirro e Guirro (2002), as manobras de DLM são indicadas na prevenção
e/ou tratamento de: edemas, linfedemas, fibro edema gelóide, queimaduras, enxertos, acne,
sensação de cansaço nos membros inferiores, dor muscular, pré e pós-operatório de cirurgia
plástica, hematomas e equimoses, olheiras e até mesmo marcas de expressão.
Para Ribeiro (2001), também está indicada para gordura localizada, cicatrizes hipertróficas e
retráteis, relaxamento e síndromes vasculares, microvarizes e varizes.
Lopes (2002) cita as seguintes indicações: retenção hídrica, afecções dermatológicas, rigidez
muscular, período de TPM (tensão pré-menstrual), insônia, pré e pós-intervenção cirúrgica,
hematomas, tratamento de acne, tratamento de telangectasias, tratamento de
rejuvenescimento, tratamento de rosácea e tratamento do fibro edema gelóide.
Para Lopes (2002), são contraindicadas no caso de: infecções agudas, tuberculose, tumores
malignos, hipertireoidismo, insuficiência cardíaca descompensada, extirpação de um
segmento do intestino (abdome), menstruação abundante (abdome), parto natural ou aborto
espontâneo (após a primeira menstruação), asma brônquica e bronquite asmática, flebite,
trombose, tromboflebite, hipotensão e vagotonia.
Na incessante busca pelo corpo perfeito, cada vez mais as pessoas, sejam elas homens ou
mulheres, se submetem às intervenções cirúrgicas para que o corpo desejado seja alcançado
sem tanto esforço.
Segundo Featherstone (1992), o corpo considerado “belo” tem poder de troca nas sociedades
de consumo, conferindo status, passando a imagem de juventude, beleza, felicidade,
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atratividade sexual e longevidade. Os indivíduos anseiam por corpos belos e esculpidos, seja
através de ginástica, tratamentos estéticos, dietas alimentares ou cirurgia plástica.
Neste sentido, alguns autores refletem acerca dos padrões de beleza e suas formas de
construções corporais. Goldenberg (2006) analisa a singularidade do corpo da brasileira e
ressalta a idéia de “equilíbrio de antagonismos” de Gilberto Freyre (2002) para compreender
um paradoxo que se encontra evidente em nossa sociedade, pois o corpo da brasileira de um
lado, emancipou-se das antigas servidões como as sexuais, procriadoras ou indumentárias,
porém, de outro lado, encontra-se, atualmente, submetido a coerções estéticas mais regulares
e imperativas, ou seja, embora, consista em um dos “momentos de maior independência e
liberdade femininas é também aquele em que um alto grau de controle em relação ao corpo e à
aparência se impõe à mulher brasileira” (Goldemberg 2006).
A cirurgia plástica tem apresentado uma grande procura e a mesma vem aprimorando suas
técnicas. É uma área de grande atuação, havendo necessidade da integração de uma equipe
multidisciplinar, e dessa maneira alcançar melhores resultados (SILVA, 2001).
De acordo com Ribeiro (2003), no Brasil, as cirurgias plásticas já fazem parte do cotidiano.
Inúmeras são as matérias, sobretudo em revistas especializadas, em que são divulgadas as
precisões de novas descobertas nas técnicas, nos aparelhos, nos métodos, assim como a
‘simplicidade’ de uma cirurgia: cortes pequenos e dores minimizadas.
A cirurgia plástica é uma prática democrática que oferece a beleza, igualmente a ricos e
pobres (EDMONTS, 2002, apud RIBEIRO, 2003). O mesmo autor menciona que a falta de
beleza é interpretada como fruto de frustrações, baixa-estima, etc., tornando-se caso clínico;
um problema psíquico. A partir desse momento o problema torna-se solucionável pelo
trabalho intenso de cada mulher na prevenção da ‘feiúra’. E, entre as formas de prevenções,
está o aumento da procura pela cirurgia plástica.
Segundo Resende (1983), cirurgia plástica é a especialidade médica que cuida da restauração
funcional e estética do corpo humano.
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Existem as cirurgias plásticas reparadoras e reconstrutivas, que visam reparar deficiências que
comprometam saúde, e a cirurgia plástica estética, que visa melhorar a aparência e
autoestima. Desde a década de 50, o Brasil está se tornando referência nesse ramo, com
médicos e técnicas mundialmente reconhecidas. No Brasil, são realizadas cerca de 629 mil
cirurgias plásticas por ano segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP). As cirurgias plásticas e estéticas correspondem a 73%, enquanto as reparadoras
correspondem a 27% do total. As cirurgias plásticas mais populares são a mamoplastia de
aumento, a lipoaspiração e a abdominoplastia.
É necessário que os fisioterapeutas que trabalham com cirurgia plástica se conscientizem que,
além da estética, deve haver preocupação com a reabilitação do paciente e com o retorno
precoce e dinâmica dos pacientes as suas atividades. O ato cirúrgico constitui uma agressão
tecidual que, mesmo bem direcionado, pode prejudicar a funcionalidade destes tecidos. Cabe
ao fisioterapeuta atuar com todos os recursos disponíveis para minimizar esta alteração
funcional.
Quando um paciente deseja uma melhora corporal por meio de cirurgia plástica, ele procura
um cirurgião de confiança e deposita nele todas as suas expectativas e fantasias. Após a
cirurgia, ele depara exatamente com o que não deseja: a dor, edema, as equimoses e outros
desconfortos provenientes do procedimento. Por meio da fisioterapia pré e pós-cirúrgica,
podemos minimizar as queixas e otimizar os resultados da cirurgia, diminuindo o desconforto
e os traumas para o paciente. Cabe lembrar que sua satisfação talvez seja o critério mais
importante na avaliação dos resultados dos procedimentos cirúrgicos.
Mamoplastia:
É uma das mais comuns, dentre as cirurgias estéticas, pois, é indicada para melhorar o aspecto
estético da mama.
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O tipo de anestesia utilizada pode ser: anestesia geral, peridural alta ou local com sedação
assistida, em casos muito especiais, a critério do cirurgião. E o ato cirúrgico dura, dependendo
de cada tipo de mama, em média 3 horas.
Mamoplastia Redutora:
As mamas podem ter seu volume reduzido através da cirurgia; além disso, sua consistência e
forma também são melhoradas com a intervenção. O principal elemento na determinação da
extensão da cicatriz é a quantidade de pele existente na mama, clinicamente quantificada
através da ptose existente.
Mamoplastia de Aumento:
A Mamoplastia de Aumento é utilizada para mulheres que sentem que seus seios são
pequenos e desejam que sejam aumentados. O aumento do seio pode ser obtido com o
implante de uma prótese, de silicone mais utilizado, ou de soro fisiológico. O Implante pode
ser colocado sob o tecido mamário, ou sob o músculo peitoral, várias vias de acesso são
utilizadas para colocar o implante, através das aréolas, através da base da mama, ou
transaxilar.
Mastopexia:
As cirurgias plásticas que visam à remoção do excesso de pele com levantamento das mamas,
sem muita redução do seu volume são chamadas coletivamente de mastopexias. As incisões
são feitas seguindo os contornos naturais da mama e ao redor da aréola. A nova localização do
mamilo é determinada por uma pequena incisão localizada acima da aréola. O excesso de pele
da parte inferior da mama é retirado por incisões horizontais. O mamilo é então reposicionado
e os retalhos remanescentes de pele são reagrupados para remodelar a mama.
Os pontos são retirados entre 5 e 12 dias após a cirurgia. Deve-se evitar dirigir e evitar
atividades físicas que envolvam movimentação excessiva dos braços por 1 mês e meio. É
também recomendável evitar a exposição solar por 3 meses.
- Abdominoplastia ou Dermolipectomia:
Anestesia geral é necessária quando a parede muscular tem que ser corrigida. Nos outros
casos é preciso apenas anestesia local com sedação. A dor é facilmente controlável com
analgésicos comuns. Na maioria das vezes, permanece-se com um dreno abdominal por 5
dias.
- Abdominoplastia parcial: É a mini cirurgia para reduzir o tamanho do abdômen, sendo ideal
para pessoas que têm depósitos de gordura limitados à região infraumbilical. Essa cirurgia se
assemelha à abdominoplastia total, apesar de não apresentar reposicionamento e sutura da
musculatura reto-abdominal e demais procedimentos na região acima do umbigo.
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A colocação dos implantes pode ser realizada por meio de uma incisão embaixo de cada
glúteo ou por uma única incisão logo abaixo do osso cóccix, por onde é feito o implante da
prótese. Outra opção é a colocação via sulco entre as nádegas, possibilitando uma cicatriz
imperceptível, mesmo quando a pessoa encontra-se despida ou utilizando roupas mínimas.
- Lipoaspiração:
A História da Lipoaspiração
Inicia-se o procedimento com a introdução das cânulas através das pequenas incisões e com
elas realizando movimentos repetidos de ir e vir. Essas cânulas ficam conectadas a um
aspirador. Assim as cânulas entram no tecido gorduroso e aspiram a gordura por onde passam.
Após a aspiração da quantidade indicada, fecham-se as pequenas incisões através de pontos, e
é realizado curativo compressivo local (enfaixamento e cintas).
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O procedimento varia de acordo com a área a ser lipoaspirada. Geralmente, em torno de 2-3
horas para uma lipoaspiração. As complicações são o hematoma, seroma, a infecção,
irregularidades, as necroses de pele, as cicatrizes hipertróficas.
Poderá haver um vazamento do líquido da anestesia local através das incisões nas primeiras
24 horas. Os pontos são retirados entre o 5º e o 7º dia. A volta ao trabalho pode ser depois de
duas a três semanas. O paciente deve usar uma cinta especial, para manter a compressão e
reduzir o inchaço e as manchas.
A cirurgia plástica encurta, recoloca e redimensiona. Além disso, coloca o organismo sob
stress cirúrgico. Se a pele estiver bem tratada e em boas condições, então nosso paciente terá
um resultado superior de cicatrização, se comparada a uma pele sem condições.
A principal técnica utilizada é a drenagem linfática, que tem como objetivo eliminar líquidos
e toxinas, colaborando para uma melhor elasticidade da pele, facilitando a sua retirada no ato
cirúrgico. No pré-operatório não se deve aplicar massagens vigorosas, que podem levar à
formação de edemas prévios na região a ser operada, acentuando ainda mais o inchaço pós-
operatório. Portanto, as técnicas a serem aplicadas são D.L.M. e hidratação da pele para
melhorar a elasticidade, facilitando a cicatrização.
Não devemos aplicar nenhum tipo de peeling para que não haja sensibilização da pele,
comprometendo o sucesso da cirurgia.
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A principal técnica utilizada é a Drenagem Linfática Manual (D.L.M.) com efeito direto na
circulação linfática, reduzindo os edemas provocados pela cirurgia. A drenagem atua também
sobre o metabolismo, na desintoxicação do tecido, melhorando a nutrição das células. Na
drenagem o contato com a pele transmite aos receptores estímulos que são interpretados pelo
sistema nervoso autônomo, atenuando a sensação de dor local, o que contribui para que o
paciente recupere-se mais rapidamente.
Outra parte importante para atuar no pós-operatório é saber lidar com o estado psicológico do
cliente, que fica muito sensível e pode até ficar com depressão. O profissional deve estar
preparado para saber lidar com a situação, para melhorar e não piorar o estado psicológico do
cliente.
Nos traumas mecânicos, como na cirurgia plástica, pode haver alteração estrutural ou
funcional dos vasos linfáticos, causados por laceração ou compressão (hematoma, fibrose)
(Marx A, Camargo M, 1986). Essa obstrução mecânica modificará substancialmente o
equilíbrio das tensões, resultando inevitavelmente em edema. A indicação da drenagem
linfática em cirurgia plástica é basicamente para a retirada do edema excessivo encontrado no
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interstício. E ainda assim, só teremos a redução definitiva deste edema quando houver
diminuição da secreção de cortisol, que é liberada durante o processo de inflamação/ reparo e
no término da formação do tecido cicatricial, em torno de 20 a 42 dias (SCHWARTZ, 1987).
O tratamento inicia-se na fase aguda, pois a drenagem linfática é um recurso para tratar as
consequências das alterações vasculares características da fase inicial (edema). Porém,
devemos levar em conta que a cicatrização ainda está recente, e a aplicação da técnica deve
ser o mais suave possível, evitando deslizamentos e trações no tecido em cicatrização
(Borges, 2006).
A drenagem não oferece risco algum para o paciente em pós-operatório de cirurgias plásticas,
somente se for mal aplicada empregando muita força, rapidez excessiva, ou direção errada.
Não há limite para utilização, e as técnicas de aplicação para as sequelas pós-cirúrgicas
podem ser baseadas na drenagem reversa que consiste em direcionar o edema a um gânglio
proximal a lesão como uma via alternativa para não haver encharcamento da cicatriz e
aumento de edema, já que dependendo da cirurgia onde há uma secção, vasos são lesionados,
dificultando assim a eliminação dos líquidos excedentes. Porém, apesar de eficaz não é
encontrado na literatura assuntos a respeito da drenagem reversa.
Na cirurgia plástica, grandes porções de tecidos são descoladas de seus locais de origem.
Também depende da técnica utilizada, da idade do paciente e do resultado esperado.
Sempre são aplicados curativos compressivos que visam manter as partes descoladas em
contato íntimo com sua nova posição evitando, assim, um extravasamento exagerado de
plasma.
Após 24 horas da cirurgia, podemos avançar com muito cuidado sobre as áreas descoladas.
Nunca devemos deslocar a pele, mas antes devemos exercer pressões levíssimas que
auxiliarão na penetração e absorção do líquido excedente nos capilares sangüíneos e linfáticos
intactos das regiões próximas.
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Após 48 horas pode-se iniciar a massagem de drenagem linfática, que de forma eficaz reduz o
edema proveniente do ato cirúrgico. A realização deste procedimento no pós-operatório
imediato apresenta enormes benefícios, na prevenção e tratamento de sequelas provenientes
do ato cirúrgico. Ao constatar que nas cirurgias com incisões amplas existe uma interrupção
dos vasos linfáticos superficiais prejudicando a drenagem convencional, deve-se proceder à
drenagem linfática “reversa”, que consiste em executar as manobras de drenagem para as vias
integrais, onde o benefício está presente na resolução ou minimização do edema
pericicatricial.
Discussão
Sobre o Toque Baptista (2007) afirma que os ferimentos traumáticos podem ser mais bem
tratados com todos os tipos de contatos físicos. Como exemplo, temos massagens que atuam
revigorando células, tecidos e músculos. Os médicos afirmam que o contato físico, o toque e
a massagem são aspectos importantes da reabilitação para qualquer caso. Ao tocar ou
massagear, contribui-se para promover a tranquilidade, o relaxamento, e o encorajamento do
“espírito”, de modo que o corpo reaja e a sua dor ou a recuperação seja proporcionada.
A estimulação tátil e as emoções podem controlar a endorfina, o hormônio natural que alivia
a dor, e assim proporcionar bem-estar. O contato físico, o toque, reduz o impulso da dor que
vai para o cérebro, proporcionando outras sensações que o bloqueiam.
A massagem permite reduzir as tensões que provocam dores, cansaço, noites mal dormidas,
ansiedade, etc. Aumentando assim a capacidade de se enfrentar o dia-a-dia e suas exigências.
Ela ativa a circulação e ajuda a eliminar toxinas, reduz o desconforto físico, alivia as dores,
induz uma sensação de bem estar, assim como estimula o sistema imunitário.
Segundo Jarrel & Carabasi III (2001), a cirurgia plástica trata-se da reconstrução de partes do
corpo modificada pelo traumatismo, defeitos de nascimento ou idade avançada. É considerada
umas das especialidades mais antigas da cirurgia, sendo descrita em 700 a.C, na Índia, porém
existem referências sobre o tema nos anos 2000 a.C. quando sua prática é descrita entre os
egípcios através do relato intervenções cirúrgicas reparadoras (LOEB 1993, MARTIRE
1994).
A cirurgia estética é uma parte integrante da cirurgia plástica, ainda que seja uma pequena
parcela diante em um espectro amplo, os dois termos tornaram-se quase sinônimos. O
interesse e a curiosidade sobre a especialidade resultam das demandas aumentadas por seus
serviços, devido ao desenvolvimento de técnicas mais seguras, duradouras e previsíveis
(WAY & DOHERTY 2004).
De acordo com Borges & Colby (2006), o aprimoramento das técnicas existentes que visam
restaurar e tratar os indivíduos submetidos a cirurgias plásticas vem ocorrendo desde o início
do século XX, de forma a instituir não só a estética, mas, sobretudo o retorno precoce e
dinâmico do paciente às suas atividades cotidianas, já que o ato cirúrgico constitui uma
agressão tecidual que mesmo bem direcionado, pode prejudicar a função tecidual, cabendo ao
Fisioterapeuta atuar com todos os recursos disponíveis para minimizar a alteração tissular.
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Kisner (2005) descreve que os recursos manuais possuem uma gama de finalidades
terapêuticas que visam acelerar a recuperação mais precoce do paciente submetido a
intervenções cirúrgicas.
A diminuição do edema e hematoma presentes nas pacientes é explicada por Ribeiro (2000)
que cita que a pressão exercida pela DLM atua sobre a circulação sanguínea venosa,
deslocando-a em direção centrípeta, sendo que com o aumento da quantidade de proteínas que
penetram nos capilares linfáticos, a pressão coloidosmótica do líquido intersticial diminuirá,
levando a um aumento da reabsorção para os capilares venosos.
Quanto ao aspecto da pele edemaciada, Winter (2005) afirma que a DLM faz com que a pele
recupere o aspecto mais saudável e normal, pois a técnica tem como objetivo captar o líquido
intersticial e fazer com que ele volte à circulação sanguínea, através dos movimentos suaves,
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Ribeiro (2000) mostra que a DLM age no sistema nervoso vegetativo, pois os contatos do
nível da pele transmitem aos receptores estímulos que serão interpretados pelo sistema
nervoso autônomo, atenuando a sensação de dor no local drenado, promovendo relaxamento e
o bem estar, através do efeito relaxante e reparador que a DLM proporciona.
Ribeiro (2001) afirma que a utilização da DLM diminui a probabilidade de fibrose, por evitar
a estase linfática. Assim pode-se afirmar que a DLM mostra-se eficaz na prevenção de
fibroses no pós-operatório imediato.
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Considerações Finais
Atualmente, para se alcançar um padrão de beleza padronizado pela mídia, do corpo belo e
magro, as mulheres, principalmente, submetem-se a exaustivos sacrifícios em busca desse
corpo considerado perfeito. Muitas vezes para manter essa boa aparência estética, utilizam de
medicamentos, dietas, exercícios e até intervenções cirúrgicas nessa busca. Principalmente a
Cirurgia do contorno corporal, que é o nome dado a um grupo de técnicas cirúrgicas
empregadas em cirurgia plástica para correção das alterações das mamas, abdome, nádegas,
flancos e braços.
O ato cirúrgico constitui uma agressão tecidual que, mesmo bem direcionado, pode prejudicar
a funcionalidade destes tecidos. Embora pareça desnecessário para alguns cirurgiões, o
atendimento fisioterapêutico pré-operatório da cirurgia plástica é de extrema importância na
reabilitação do paciente operado. Além disso, podem surgir complicações tardias à cirurgia,
que podem ser evitadas e tratadas pelo fisioterapeuta. Muitos pacientes submetidos às
cirurgias plásticas não são encaminhados para a realização de tratamentos pós-operatórios
com fisioterapeutas, ou o são em fases tardias, o que pode levar a resultados poucos
satisfatórios. Cabe ao fisioterapeuta/esteticista atuar com todos os recursos disponíveis para
minimizar esta alteração funcional, a aplicabilidade da fisioterapia no pré-operatório tem por
objetivo fortalecer os vasos sanguíneos e linfáticos da região a ser operada, desobstruindo
possíveis congestionamentos e no pós-operatório a fisioterapia e suas modalidades
terapêuticas nos permite tratar edemas drenando e descongestionando os tecidos, promovendo
uma cicatrização mais rápida e de melhor qualidade.
A massagem, como agente do toque, é cada vez mais reconhecida como uma valiosa prática
de cuidado com a saúde. O ato de aceitar alguém pelo que é, em seu corpo, e dele tratar
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fisicamente, por meio de toques e massagens, pode fazer maravilhas pela auto aceitação e
recuperação motora de uma pessoa, e trás benefícios a todos os níveis.
A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem suave e rítmica com a função de
normalizar o sistema linfático e eliminar toxinas do nosso organismo. Ela é realizada em uma
sala tranquila, com pouca luz, música suave, num ambiente de segurança e confiança para o
paciente.
Há mais de cinco anos tenho estudado e me dedicado à drenagem linfática manual, mais
especificamente em tratamentos de pré e pós-cirurgia plástica. Venho tratando de pacientes no
pré-operatório, para que alcancem o objetivo esperado em suas cirurgias e no pós-operatório
para que o resultado final da cirurgia seja satisfatório e sem maiores complicações.
Infelizmente ainda não são todos os casos de cirurgia plástica que os pacientes recorrem a
tratamentos pré e pós-operatório de drenagem linfática manual; seja por falta de informação
ou pela falta de indicação do profissional que realiza a cirurgia. Alguns pacientes começam
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