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comunismo
Comunismo primitivo
Segundo Pierre Clastres, Karl Marx, Engels, Piotr Kropotkin e outros autores, as primeiras
sociedades humanas eram comunistas. Territórios eram ocupados por tribos, mas dentro
deles, os recursos naturais necessários para a sobrevivência do grupo
eram propriedade comum, e apenas ferramentas e utensílios individuais eram possuídos
pelos indivíduos.
Com o desenvolvimento da agricultura, aqueles que plantavam se consideravam com mais
direito à terra do que os coletores. Surge a propriedade privada. Com o crescimento das
cidades, surge o modo de produção primitivo, baseado na escravização da mão de obra,
características, por exemplo, da Grécia e Roma.
Ação e reação
As origens do comunismo se situam num lugar e num tempo perfeitamente definidos: a
Europa ocidental de meados do século XVIII. A industrialização, começada com o
emprego das primeiras máquinas a vapor e desenvolvida sem método nem planejamento,
criara condições sociais terríveis, especialmente no setor do trabalho. À medida que os
países mais adiantados da Europa ocidental - Inglaterra, França, Alemanha - passavam de
uma economia agrária e artesanal para os novos processos de produção industrial,
surgiram problemas graves no tratamento que então se dava à mão-de-obra assalariada.
Havia castigos corporais, mulheres e crianças eram usadas em tarefas pesadas,
trabalhava-se dezoito horas por dia nas condições mais duras e com remuneração ínfima.
A toda ação corresponde uma reação. O preço humano do progresso, medido pela quase
escravidão do proletariado, foi considerado alto demais por muitos pensadores, que
passaram a condená-lo cada vez mais violentamente, até que, no ano de 1848, uma onda
de agitações sociais varreu a toda a Europa. O resultado não foi uma revolução comunista
- que na época só era desejada por uma minoria de extremados - mas é certo que os
direitos dos trabalhadores - menos horas de trabalho por dia, melhores condições
materiais, possibilidades de fazer reivindicações, etc. - começaram a ser admitidos.
Lançavam-se as primeiras bases, ainda imperfeitas e nem sempre reconhecidas, de um
relacionamento de trabalho mais humanitário, mais racional e mais eficaz.
Stalin X Trótsky
Sovietcentrismo X Policentrismo
Depois da morte de Stalin, em 1953, as contradições do comunismo se alastraram. Houve
uma tentativa de liberalização do regime no interior da União Soviética, liderada
por Kruschev, que governou de 1958 a 1964, mas quando essa tendência alcançou os
seus países-satélites, ou foi brutalmente reprimida, como na Hungria, em 1956, e
na Checoslováquia, em 1968, ou provocou divisões irremediáveis no mundo comunista,
como a ruptura da China e, em menor escala, a temporária rebeldia cubana. Os cubanos
voltariam a se alinhar com a URSS. Mas a ruptura com os chineses se acentuaria. Por
outro lado, os partidos comunistas europeus, sobretudo o italiano e o espanhol, tenderam
a se separar tanto da URSS quanto da China, procurando um eurocomunismo,
semelhante à tradicional social-democracia europeia.
Após sofrer dois acidentes vasculares cerebrais, Lenin acreditava que estava na hora de
decidir sobre um novo líder para o país. Ele tinha mais fé em Trotsky do que em
Stalin,[1][2] descrevendo Stalin como um mau elemento, e querendo Trotsky para sucedê-
lo.[1][2] Porém, o chefe dos bolcheviques não tinha mais força para fazer prevalecer a sua
vontade.[1] A incapacidade física de Lênin deu a Stálin a oportunidade necessária para se
tornar o líder da Revolução, que passa a controlar a máquina do partido e os meandros da
burocracia. Lênin escreve uma carta dizendo que Trotsky deverá ser nomeado como seu
sucessor, enquanto Stalin deve ser impedido de assumir o poder.[1][2] Mas, como Stálin
tinha uma rede de espiões, essa carta foi interceptada e, Stálin naturalmente escondeu a
carta do parlamento para proteger a si próprio, pois temia que Trotsky mostraria a eles na
próxima reunião, onde ele seria impotente para detê-lo. Dessa forma, Stálin teve sua
posição consolidada.[3]
Lênin morre em 21 de janeiro de 1924, sendo sucedido por um triunvirato, a Troika, com
plenos poderes sobre o Estado e a Organização Partidária. Dos triúnviros
(Kamenev, Zinoviev e Stálin) foi Stálin quem de fato passou a usufruir maior poder e
autoridade: responsável pela administração do Partido e pela admissão ou exclusão de
seus militantes; no mesmo ano começa no Comitê Central do Partido
Bolchevique o processo de calúnia e difamação de Trotsky promovido por Stálin.
A disputa entre Trotsky e Stálin não ocorre somente como uma briga pessoal pelo poder,
sobre o partido e sobre o Estado, mas também devido aos fundamentos políticos
divergentes de ambos, envolvendo o ideal de "Revolução Permanente" de Trotsky, e a
defesa da política do "socialismo em um só país" de Stálin. Eles divergiam em várias
questões, porém, uma questão era básica: como construir o socialismo. Para Stálin e
os stalinistas, a revolução socialista deveria ser consolidada internamente na URSS, pois o
país estava internacionalmente isolado pelo fracasso de tentativas revolucionárias em
outros países (ver: revoluções de 1917-23) e pela hostilidade do mundo capitalista.
Segundo Stalin, caso fosse assegurado à independência russa pelo desenvolvimento
da indústria pesada, o país poderia, sozinho, construir uma sociedade socialista. Essa é
a tese da construção do "socialismo em um só país".
Para Trotsky e os trotskistas, a revolução socialista deveria ser levada aonde
o capitalismo estava em crise. Acreditavam ser inviável a construção do regime socialista
na URSS caso não ocorressem vitórias socialistas em outros países, pois, caso ao
contrário, os países capitalistas acabariam com a URSS. Essa é a tese da chamada
"revolução permanente", segundo a qual o socialismo deveria ser construído em escala
internacional.
Outro ponto de divergência entre os líderes bolchevistas estava no modo como viam a
URSS. Trotsky a considerava uma conquista revolucionária, um Estado sob o controle dos
operários[1][2]; mas, era um Estado com muitas dificuldades, que permanecia longe do
socialismo até que a revolução na Europa permitisse o livre desenvolvimento das forças
produtivas em escala continental. Stalin, ao contrário, admitia a possibilidade da
construção do socialismo em um só país e ia mais longe: a sociedade soviética da década
de 1920 estava à beira do socialismo; a “mãe Rússia” seria a pátria do “socialismo
real”[carece de fontes].
Na luta entre Trotsky e Stalin, o primeiro tirou a importância do papel dos trabalhadores
nos países capitalistas avançados (por exemplo, expôs uma série de teses, previamente
apontadas por Lênin, que consideravam que a classe trabalhadora dos Estados
Unidos era uma aristocracia operária aburguesada), pois considerava que o estado de
bem-estar social dos países capitalistas e suas políticas imperialistas dificultam o
surgimento de tensões revolucionárias. Mesmo assim, Stalin tinha diferenças com Trotsky
em relação ao papel dos camponeses: enquanto o secretário-geral defendia uma aliança
de proletários e camponeses, no espírito bolchevique, Trotsky considerava que o tipo de
aliança professado por Stalin era contra-revolucionário por dar papel preponderante à
política dos camponeses (considerados pelo marxismo como um conjunto heterogêneo de
setores sociais entre os quais há burgueses, pequeno-burgueses e proletários rurais)
frente aos operários.
As principais ideias de Stalin dentro da prática política nas quais se aleja do pensamento
de Lênin incluíam a defesa do socialismo em um só país, a noção de que a luta de
classes se agravaria ao longo do desenvolvimento do socialismo, com o que seria
necessário aumentar o controle por parte do partido e do Comitê Central, e de modo geral
uma moral social mais conservadora, principalmente no que se refere às questões
de gênero.
Josef Stalin.
“
Ninguém, e não faço exceção de Hitler, aplicou ao socialismo um golpe tão
mortal. Hitler ataca as organizações operárias do exterior. Stalin as ataca
no interior. Hitler destrói o marxismo; Stalin o prostitui. Não há principio
que permaneça intacto; não há uma ideia que não tenha sido enlameada.
Até mesmo os termos socialismo e comunismo foram gravemente
comprometidos, agora que a gendarmaria incontrolável, com diplomas de
‘comunista’, chama de socialismo ao regime que se impõe. Repugnante
profanação! [6] ”
Senhor absoluto do poder, Stalin passou a perseguir todos os que se opunham a ele.
Entre 1936 e 1938, realizou diversos expurgos contra seus adversários, nos quais foram
presos, julgados e executados eminentes líderes da Revolução.
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Socialismo em um só país
O "socialismo em um só país" foi uma tese desenvolvida por Nikolai Bukharin em 1925 e
adotada como política estadual por Josef Stalin. A tese sustentou que dado a derrota de
todas as revoluções comunistas na Europa (ver: Revoluções de 1917-23), exceto
na Rússia, a própria União Soviéticadeveria começar a reforçar-se internamente.[1]
A linha foi adotada pelo XIV Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em
Dezembro de 1925 e, argumentavam que era necessário primeiro consolidar o socialismo
na URSS para que, em longo prazo, esta tivesse força suficiente para sustentar
a revolução mundial. Segundo esta visão, caso os soviéticos se engajassem num conflito
de proporções globais antes de conseguir proteger-se e defender-se dos
inimigos capitalistas e fascistas, o socialismo fracassaria. De acordo com essa tese, isto
seria precisamente a maior contribuição da classe operária soviética à revolução mundial.
Este argumento encontrou a oposição de Leon Trotsky com a sua teoria da revolução
permanente,[2] que promulgava a revolução mundial como a única garantia da vitória do
socialismo na Rússia, uma vez que, sendo um país atrasado, não seria capaz de cumprir
as missões da revolução socialista, e a industrialização, não poderia resolver para fazer
um contrapeso às potências ocidentais (ver: divergências entre Stalin e Trotsky).
Esta linha foi desenvolvida no contexto de um refluxo da luta das massas, principalmente
na Europa Ocidental, onde a esquerda comunista acreditava numa iminente guerra contra
o primeiro Estado socialista. Embora promovido, na altura, como uma ideologia da
necessidade, não a opinião do núcleo, a teoria veio definir o curso da construção política
dentro da União Soviética durante toda sua história.
Josef Stalin
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