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MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof.

Agostinho Lopes de Souza

ESTRUTURA E DINÂMICA DE UMA FLORESTA SECUNDÁRIA DE


TRANSIÇÃO, RIO VERMELHO E SERRA AZUL DE MINAS, MG

Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira

ÍNDICE

Página

RESUMO......................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 5
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 6
2.1. Floresta secundária ................................................................................ 6
2.2. Estrutura da floresta secundária............................................................. 7
2.3. Crescimento em floresta secundária ...................................................... 8
2.4. Manejo de floresta secundária ............................................................... 9
2.5. Dinâmica da sucessão secundária.......................................................... 10

CAPÍTULO 1................................................................................................... 12
CARACTERIZAÇÃO, DESCRIÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL E
COLETA DE DADOS..................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 12
2.1. Caracterização da área experimental ..................................................... 12
2.2. Descrição dos tratamentos ..................................................................... 13
2.3. Monitoramento das parcelas experimentais .......................................... 14
2.4. Análise estatística .................................................................................. 15

CAPÍTULO 2................................................................................................... 16
DINÂMICAS DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E DA DIVERSIDADE
DE ESPÉCIES ................................................................................................. 16
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 16
2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 17
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 19
3.1. Suficiência amostral da composição florística ...................................... 19
3.2. Dinâmica da composição florística........................................................ 19
3.2.1. Composição florística ..................................................................... 24
3.2.2. Efeitos dos tratamentos sobre a composição florística ................... 24
3.3. Diversidade de espécies......................................................................... 27
4. CONCLUSÕES ........................................................................................... 30

CAPÍTULO 3................................................................................................... 32

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Página

DINÂMICA DA ESTRUTURA DA FLORESTA.......................................... 32


1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 32
2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 34
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 35
3.1. Diâmetro médio, número de árvores, área basal e volume.................... 35
3.2. Dinâmica da densidade.......................................................................... 40
3.2.1. Dinâmica da densidade total ........................................................... 40
3.2.2. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento sem
intervenção...................................................................................... 43
3.2.3. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento submetido a
corte raso ......................................................................................... 45
3.2.4. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento com redução
de 79,47% em área basal ................................................................ 45
3.2.5. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento com redução
de 87,33% em área basal ................................................................ 48
3.3. Dinâmica da dominância ou área basal ................................................. 49
3.3.1. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento sem
intervenção...................................................................................... 55
3.3.2. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento submetido a
corte raso......................................................................................... 56
3.3.3. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento com
redução de 79,47% em área basal................................................... 59
3.3.4. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento com
redução de 87,33% em área basal................................................... 61
3.4. Dinâmica da freqüência de espécies...................................................... 63
3.5. Dinâmica em índice de valor de cobertura de espécies ......................... 68
3.6. Dinâmica em índice de valor de importância de espécies ..................... 73
3.7. Dinâmica em volume............................................................................. 78
3.7.1. Dinâmica em volume de espécies no povoamento sem
intervenção...................................................................................... 78
3.7.2. Dinâmica em volume de espécies no povoamento submetido a corte
raso.................................................................................................. 81
3.7.3. Dinâmica em volume de espécies no povoamento com redução de
79,47% em área basal ..................................................................... 84
3.7.4. Dinâmica em volume de espécies no povoamento com redução de
87,33% em área basal ..................................................................... 86
3.8. Distribuição diamétrica ......................................................................... 88
4. CONCLUSÕES ........................................................................................... 91

CAPÍTULO 4................................................................................................... 92
INGROWTH, MORTALIDADE E TAXA DE CRESCIMENTO .................. 92
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 92
2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 93

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Página

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 96
3.1. Ingrowth ................................................................................................ 96
3.2. Mortalidade............................................................................................ 102
3.3. Dinâmica entre ingrowth e mortalidade ................................................ 108
3.4. Incremento e crescimento...................................................................... 109
3.4.1. Incremento em diâmetro em nível de povoamento ......................... 109
3.4.2. Incremento em diâmetro em nível de espécies ............................... 116
3.4.3. Crescimento periódico em área basal.............................................. 123
3.4.4. Crescimento periódico em volume.................................................. 126
4. CONCLUSÕES ........................................................................................... 129

CAPÍTULO 5................................................................................................... 130


DINÂMICA DA REGENERAÇÃO NATURAL ........................................... 130
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 130
2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 130
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 132
3.1.Composição florística ............................................................................. 132
3.2. Densidade .............................................................................................. 136
3.3. Análise fitossociológica da regeneração natural ................................... 142
3.3.1. Freqüência ....................................................................................... 142
3.3.2. Densidade........................................................................................ 142
3.3.3. Categoria de tamanho...................................................................... 149
3.3.4. Regeneração natural relativa ........................................................... 151
4. CONCLUSÕES ........................................................................................... 156

3. RESUMO E CONCLUSÕES ...................................................................... 157


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 159

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RESUMO

O presente trabalho objetivou avaliar os efeitos da aplicação de


tratamentos silviculturais sobre a composição florística, a diversidade de
espécies, a estrutura, a distribuição diamétrica, o crescimento, o ingrowth, a
mortalidade e a regeneração natural em floresta secundária de transição. Os
dados foram provenientes do Ensaio de Produção Sustentável em Floresta
Secundária de Transição, implantado em 1986, nos municípios de Rio Vermelho
e Serra Azul de Minas-MG, pela Companhia Vale do Rio Doce. Os tratamentos
foram: tratamento 1 - sem intervenção; tratamento 2 - corte raso; tratamento 3 -
redução de 79,47% em área basal, e tratamento 4 - redução de 87,33% em área
basal. Cada unidade experimental foi mensurada a intervalos de dois anos, de
1986 a 1996. Para a composição florística foram observadas mudanças
acentuadas, porém, a riqueza e os índices de Shannon-Weaver e de uniformidade
de Pielou foram rapidamente recuperados em dez anos. Os povoamentos
apresentaram diferenças significativas quanto ao número de árvores, à área basal
e ao volume. As espécies secundárias iniciais foram responsáveis pelo alto
ingrowth. A área basal teve acentuada redução, com a aplicação do corte raso, e
reduções de 79,47 e 87,33% em área basal, e sua recuperação não foi
compensada em dez anos. As espécies de maiores índice de valor de importância
foram secundárias iniciais. A estrutura diamétrica apresentou modificações mais
pronunciadas na forma da distribuição. As altas intensidades de intervenção nos
povoamentos submetidos a cortes favoreceram mais o ingrowth do que o
crescimento de árvores remanescentes. O povoamento com redução de 79,47%
em área basal, foi superior em incremento periódico em relação ao povoamento
sem intervenção. O povoamento sem intervenção apresentou altas taxas de
mortalidade em dez anos de monitoramento, em relação aos submetidos a cortes.
O povoamento sem intervenção apresentou sinais de diminuição no ritmo de
crescimento em área basal e volume em 1996. Observou-se altas variações na
taxa de incremento. As espécies secundárias iniciais apresentaram maiores taxas
de crescimento e ingrowth, independentemente do tratamento. A regeneração
natural, em termos de densidade total, foi afetada pelas intensidades de cortes,
tendo o povoamento sem intervenção sido superior aos submetidos a cortes. Nas
classes de tamanho maiores, os povoamentos submetidos a cortes foram
relativamente superiores ao sem intervenção. O processo de regeneração por
sementes foi superior ou igual ao por brotação, independente do tratamento. A
base florística da regeneração natural foi semelhante à da população adulta. A
floresta estudada pode ser considerada em estádio de sucessão secundária média.

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1. INTRODUÇÃO

As florestas tropicais devem ser manejadas para proporcionarem a


produção de madeira com fins industriais, produtos não-madeireiros, serviços
ambientais e valores universais, tal como a manutenção da biodiversidade.
Entretanto, os vários sistemas silviculturais aplicáveis ao manejo da floresta
tropical que objetivam o rendimento sustentável, ainda exigem conhecimentos
básicos sobre a dinâmica de crescimento e recomposição da floresta, para que
possam ser aplicados com sucesso, de maneira a assegurar a contínua satisfação
das necessidades humanas para as gerações presentes e futuras.
Para promover o manejo sustentável das florestas tropicais, é necessário
conhecer como as mesmas renovam seus recursos, os processos de dinâmica de
regeneração natural e os potenciais qualitativo e quantitativo dessas florestas.
As relações ecológicas entre os fatores físicos e biológicos que governam
os processos de dinâmica de crescimento e desenvolvimento das florestas
tropicais são bastante complexas e constituem sério obstáculo às pesquisas
básicas e aplicadas ao seu manejo sustentável. Entretanto, resultados parciais de
pesquisas possibilitaram conhecimentos científicos para manejar essas florestas,
obtendo-se, além de produtos madeireiros, serviços, bens diretos e indiretos e a
conservação da biodiversidade.
As pesquisas sobre a dinâmica de florestas tropicais, em sua maioria,
foram realizadas principalmente em florestas primárias, sendo necessário o
desenvolvimento de pesquisas em florestas secundárias. Enquanto a área total de
florestas primárias diminui a uma taxa alarmante, as áreas de floresta secundárias
aumentam a uma taxa de 1% ao ano (LANLY, 1982; WADSWORTH, 1987).
Segundo BROW e LUGO (1990), estimativas sugerem que aproximadamente
30% da produção das florestas tropicais são advindas de florestas secundárias.
Logo, se a demanda por recursos madeireiros é crescente, é inevitável que as
florestas secundárias passem a ser a maior fonte de madeira (LANLY, 1982;
WADSWORTH, 1987; BROW e LUGO, 1990). De acordo com PLUMPTRE
(1996), baseado em dados de FAO (1993), a intensidade de corte em florestas
secundárias tem aumentado consideravelmente nas regiões Ásia/Pacífico, África
e América Latina/Caribe (Quadro 1). Em um futuro próximo os ecossistemas
primários serão exceção e estarão confinados em unidades de conservação.
Assim, existe a necessidade de reconhecimento das fases sucessionais, não só
pela recuperação do ecossistema original, mas também porque nessas fases se
encontram uma série de potencialidades biológicas de grande utilidade para o
homem, como, por exemplo, os grupos de espécies de rápido crescimento que
podem ser exploradas comercialmente (GÓMEZ-POMPA e WIECHERS, 1979).
O Brasil detém 26% da superfície de florestas tropicais do mundo.
Porém, com exceção a Floresta Amazônica, os outros tipos de florestas densas, as
Florestas de Araucária e a Atlântica, encontram-se reduzidas a aproximadamente
2% de sua área primitiva. Assim, em sua maioria, as florestas atuais, exceto as
extensas áreas de florestas equatoriais, podem ser classificadas como
secundárias, em diversos estádios de sucessão.

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Segundo a FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS


GERAIS-CETEC (1983), a floresta secundária substituiu, praticamente, todas as
florestas primárias existentes no Estado de Minas Gerais, restando pequenas
manchas remanescentes. A ação do homem, durante séculos de ocupação,
reduziu a área ocupada pela floresta primária a menos de 2% do território
mineiro. As florestas secundárias, existentes em neste Estado, bem como em todo
Brasil, são resultados de uma exploração florestal descontrolada, provocada por
uma seleção negativa dos maciços existentes. Estas florestas são formadas por
indivíduos considerados refugos e sem valor, ou que se desenvolveram na área,
após o corte raso (VALE et al., 1974).

Quadro 1 - Intensidade de corte por região do mundo

1961-65 1986-1990
Região volume volume
(m3/ha) % FS (m3/ha) % FS
Ásia / Pacífico 42 13 33 20
África 14 19 13 26
América Latina / Caribe 7 4 8 12
% FS = percentagem de colheita referente à floresta secundária.
Fonte: PLUMPTRE (1996).

Neste contexto, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de avaliar os


efeitos da aplicação de tratamentos silviculturais sobre a estrutura e dinâmica de
uma floresta secundária. Especificamente procurou-se:
a) Estudar as alterações na composição florística e na diversidade de espécies.
b) Identificar as modificações nas estruturas paramétricas e fitossociológica e na
distribuição diamétrica.
c) Estudar o comportamento da floresta quanto ao crescimento, ao ingrowth e à
mortalidade.
d) Analisar os efeitos dos tratamentos sobre o comportamento da regeneração
natural.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Floresta secundária

O conceito de floresta secundária não é claro quanto a natureza do


distúrbio de sua formação. BROW e LUGO (1990) definem floresta secundária
como aquela formada em conseqüência da ação humana sobre áreas florestais,
excluindo-se as plantações. FINEGAN (1992) restringe a definição àquelas

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florestas formadas após corte raso. Para LAMPRECHT (1990), a designação


floresta secundária abrange todos os estádios de sucessão, desde a floresta
incipiente, que se instala em superfícies sem vegetação, em virtude de distúrbios
naturais ou antrópicos, até ao estádio de floresta clímax. Segundo GLENN-
LEWIN e VAN DER MAAREL (1992), sucessão secundária é o reaparecimento
de uma vegetação preexistente após um distúrbio, freqüentemente a partir do
banco de sementes e, ou, de plântulas existentes no solo. A Resolução No 10 de
1o de outubro de 1993 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
define sucessão secundária como a vegetação resultante dos processos naturais
de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações
antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da
vegetação primária (VENTURA e RAMBELLI, 1996). Para CORLETT (1994),
o termo floresta secundária deve estar restrito aos efeitos que interrompem a
continuidade da floresta primária, levando a modificações estruturais e/ou
florística.
Verifica-se que o tipo de distúrbio necessário para formar uma floresta
secundária é a grande questão. Porém, é evidente que o distúrbio, seja ele qual
for, deverá provocar modificações estruturais e, ou, florísticas na floresta
primária. Dentre os distúrbios, podem-se citar: exploração para fins energéticos
e, ou, madeireiros, caça, pastagens, agricultura, ventos, furacões e terremotos.
Logicamente, as modificações da floresta primária estarão relacionadas ao tipo
de distúrbio. Por exemplo, o manejo sustentável de uma floresta poderá manter a
diversidade de espécies, a estrutura do solo e a ciclagem de nutrientes, o que
permite uma recuperação mais rápida. Por outro lado, o corte raso eliminará a
maioria das espécies, provocando maiores alterações na estrutura do solo e na
ciclagem de nutrientes, sendo a recuperação mais lenta.

2.2. Estrutura da floresta secundária

A estrutura da floresta secundária modifica-se no tempo e no espaço de


forma drástica, produzindo numerosas combinações ambientais que favorecem
diferencialmente as distintas populações disponíveis de plantas e animais
(GÓMEZ-POMPA, 1971). As florestas secundárias variam em fisionomia e
composição florística, segundo a idade, o tipo de solo em que crescem e a
natureza das intervenções que foram submetidas. Essas florestas podem ser
divididas, segundo a idade, em secundárias jovens (menos de 20 anos) e
secundárias tardias, entre 25 e 100 anos. Os processos dinâmicos, de variável
intensidade, que ocorrem nessas florestas tendem a produzir mudanças na
composição florística, na fisionomia e na estrutura, no decorrer dos anos
(BUDOWSKI, 1966). Cada tipo de distúrbio modifica o ambiente de forma
distinta, podendo resultar em um mosaico edáfico complexo, no qual a sucessão
secundária pode tomar caminhos distintos, de acordo com a flora local e as
condições do meio ambiente na época do início da sucessão. Este início é o passo
mais importante em todo processo sucessional, considerando que nos primeiros

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anos se integra praticamente o conjunto florístico que se estabelecerá no futuro,


em forma mais permanente (GÓMEZ-POMPA, 1971).
De forma geral, de acordo com LAMPRECHT (1990), as florestas
secundárias possuem as seguintes características:
• A composição e as estruturas não dependem somente do sítio, mas igualmente
da idade, alterando-se com a sucessão.
• Pelo menos os povoamentos mais jovens possuem uma estrutura mais simples
e são consideravelmente mais pobres em espécies do que as florestas
primárias, em condições de sítios comparáveis. Estas são igualmente mais
homogêneas quanto à idade e às dimensões.
• As árvores produtoras de madeiras tropicais nobres, com elevado valor
comercial, são inexistentes entre as espécies secundárias típicas.
• A intensa luta pela busca de luz e espaço dá origem a tortuosidades em muitos
troncos. Além disso, a qualidade é freqüentemente reduzida em virtude do
apodrecimento precoce dos troncos.
• O incremento é apreciável nos primeiros estádios, decrescendo, porém, no
decurso da evolução e aproximando-se, a longo prazo, dos valores das
florestas primárias;
• Dado que a composição, a estrutura e o crescimento de um povoamento
secundário se alteram com o tempo, a produção não é estável nem em nível
das dimensões nem das quantidades ou qualidades. O abastecimento
duradouro dos mercados com determinados produtos é dificultado por tal
circunstância.

2.3. Crescimento em floresta secundária

O crescimento das florestas tropicais é afetado por fatores que compõem


o meio biótico e os tratamentos silviculturais, pelos tipos e pela freqüência de
exploração. As diferenças existentes entre os tipos florestais dificultam a
comparação de taxas de crescimento e produção (SILVA, 1989).
Em floresta secundária na Costa Rica, para dois anos de monitoramento,
ROJAS GUTIERREZ (1970) encontrou incrementos brutos anuais em diâmetro e
área basal de 2,5 e 2,15; 0,6 e 1,23; 1,0 e 2,36; e 0,6 cm/ano e 2,01 m2/ha/ano,
respectivamente, para os regimes de desbastes de 40, 60, 80% e testemunha. Em
florestas secundárias submetidas a corte, em Porto Rico, durante cinco anos de
monitoramento, WEAVER (1979) observou incremento periódico anual em
diâmetro de 0,36 cm/ano, com variação na média de acordo com a classe de copa
de 0,20 a 0,70 cm/ano. Em nível de espécies, a variação na média foi de 0,03 a
0,53 cm/ano. Na Nigéria, em 27 anos após corte raso e queima, OKALI e
OLA-ADAMS (1987) estimaram o incremento médio anual de 0,27€cm/ano.
FINEGAN e SABOGAL (1988) trabalhando em florestas secundárias na Costa
Rica, encontraram incrementos anuais de volume de 7,59 e 8,18 m3/ha/ano, para
povoamentos com 15 e 25 anos, respectivamente. WEAVER e BIRDSEY
(1990), referindo-se a estudos de crescimento em floresta secundária em Porto
Rico, em um período de cinco anos, verificaram que o estoque de crescimento

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em volume aumentou em 32,0% e o volume madeireiro aumentou em 36,0%. As


taxas de crescimento em volume foram, em média, 2,0 m3/ha/ano, para floresta
secundária jovem; 6,9 m3/ha/ano, para floresta adulta; 7,1 m3/ha/ano nas
formações de sombra, para café abandonado; e 1,2 m3/ha/ano em sombra, com
existência de café.
Em condições brasileiras, JESUS e SOUZA (1995) trabalhando em
floresta secundária de transição, no Estado de Minas Gerais, estimaram o
incremento periódico anual em diâmetro de 2,49; 4,76 e 5,50 mm/ano, para os
povoamentos sem intervenção, reduções de 78,76 e 87,15% em área basal,
respectivamente. Em floresta secundária amazônica, no Estado do Pará, com
cerca de 50 anos, SILVA et al. (1996) estimaram, para 13 anos de
monitoramento, os incrementos periódicos em diâmetro e volume em 0,4 cm/ano
e 3,47 m3/ha/ano. Em floresta atlântica, em Minas Gerais, DRUMMOND et al.
(1996) encontraram estimativas de 14,1 e 8,2 m3/ha/ano, respectivamente, para as
matas denominadas Salão Dourado e Mombaça, com idades de 27 e 25 anos.

2.4. Manejo de floresta secundária

O manejo de florestas secundárias é uma alternativa de uso da terra


relativamente nova e, praticamente, são poucas as experiências de sucesso na
aplicação de sistemas silviculturais.
O desenvolvimento de sistemas silviculturais aplicados em florestas
tropicais foi baseado em práticas européias e indianas. Muitos deles são baseados
no sistema de cobertura (shelterwood systems), objetivando a perpetuação da
floresta por meio da regeneração natural. O principal objetivo é recompor
florestas exploradas com indivíduos de alto valor econômico sem provocar
grandes alterações na estrutura da floresta (KIO, 1979).
No entanto, segundo YARED (1996), em escala comercial poucos
sistemas são efetivamente utilizados, prevalecendo práticas empíricas nas
operações de manejo. Além disso, diversos sistemas não passaram da escala de
pesquisa.
Em floresta secundária, o método tropical de regeneração sob cobertura
de Trinidad (Trinidad shelterwood systems) é o sistema silvicultural mais
conhecido. Segundo LAMPRECHT (1990), este método apresentou bons
resultados na Reserva Florestal de Arena, em Trinidad, com a transformação de
14.000 ha de floresta natural. O objetivo é a formação de uma floresta alta
biestratificada, na qual as espécies pioneiras de rápido crescimento constituem o
estrato superior, em conjunto com as remanescentes do povoamento existente.
Conforme FINEGAN (1992), esse método originalmente foi projetado como um
sistema monocíclico, com ciclo de corte de 60 anos, porém, em sua versão final,
passou a ser policíclico, com rotação de 60 anos e dois ciclos de 30 anos. As
espécies pioneiras de rápido crescimento, são as primeiras a serem cortadas e as
espécies primárias, apenas ao final de 60 anos.
Conforme LAMPRECH (1990), o sistema alcança sucesso, no entanto,
sob as seguintes condições:

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- Quando ocorre o surgimento de regeneração de árvores cobrindo toda a


área, e não-invasão de plantas daninhas.
- Quando está assegurada a venda da madeira das espécies de
regeneração.
- Quando existe uma demanda de carvão vegetal que corresponde à
oferta.
Por outro lado, para FINEGAN (1992), este sistema deve ser aplicado
quando:
1. as áreas de agricultura abandonadas ou florestas primárias submetidas a
grandes distúrbios são colonizadas por espécies pioneiras de rápido
crescimento e de valor econômico;
2. o manejo desta regeneração - potencial biológico da floresta secundária - para
produção de produtos de qualidade é tecnicamente possível; e
3. o manejo de florestas secundárias é possível economicamente onde as espécies
pioneiras têm valor.

2.5. Dinâmica da sucessão secundária

A sucessão envolve mudanças na estrutura de espécies e nos processos


da comunidade, ao longo do tempo.
No estudo da dinâmica, as espécies têm sido classificadas de acordo com
seu comportamento na sucessão, principalmente quanto as exigências por luz.
BUDOWSKI (1965) classifica as espécies em pioneiras, secundárias iniciais,
secundárias tardias e clímax. BOARDMAN (1977) considera as espécies como
de luz e de sombra. Por outro lado, LAMPRECHT (1990) classifica as espécies
como heliófilas ou heliófitas, esciófilas e parcialmente esciófilas. Vale ressaltar
que, apesar da grande variação terminológica, as classificações não diferem
quanto aos conceitos fundamentais.
Para FINEGAN e SABOGAL (1988), o conceito de grupos
ecofisiológicos está intimamente ligado ao ciclo de regeneração das florestas em
clareiras e em áreas agrícolas abandonadas.
Segundo FINEGAN (1992), a sucessão secundária após corte raso ou sob
áreas agrícolas abandonadas, com adequada fonte de sementes, pode ser descrita
por um modelo simples. As primeiras três fases da sucessão são dominadas,
respectivamente, por ervas e arbustos, seguida por espécies pioneiras e,
posteriormente, por espécies secundárias tardias.
Entretanto, segundo LAMPRECHT (1990), é bem mais complexa a
descrição do desenvolvimento rumo à floresta em transição e à floresta clímax. A
própria floresta em estádio precoce de transição pode ter uma composição
florística e estrutural totalmente diferente. No estrato superior, continua freqüente
a presença de oportunistas, às quais se juntam, em parcelas variáveis, mas com
tendência crescente, os tipos de floresta primária derivados do grupo das
esciófitas. No(s) estrato(s) inferior(es) dominam as espécies esciófitas, com a
ocorrência freqüente de dois estratos mais ou menos pronunciados.

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É importante ressaltar que os distúrbios são extremamente importantes


no sistema ecológico. Um distúrbio inicia a sucessão e pode interromper ou
redirecioná-la, caso ocorra regularmente (GLENN-LEWIN e VAN DER
MAAREL, 1992).

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CAPÍTULO 1

CARACTERIZAÇÃO, DESCRIÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL E


COLETA DE DADOS

1. INTRODUÇÃO

Para este estudo, foram utilizados dados obtidos em dez anos de


monitoramento do Ensaio de Produção Sustentável em Floresta Secundária de
Transição, implantado em 1986, nos municípios de Rio Vermelho e Serra Azul
de Minas, no Estado de Minas Gerais, pela Florestas Rio Doce, subsidiária da
Companhia Vale do Rio Doce. No município de Serra Azul de Minas, a empresa
possui cinco glebas contíguas, que juntas totalizam, aproximadamente, 2.500 ha,
e em Rio Vermelho, também em cinco propriedades, esse total é de 3.700 ha.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Caracterização da área experimental

A área de estudo, de propriedade da Companhia do Vale do Rio Doce,


está situada entre 18o 17’ 30’’ e 18o 22’ 44’’ de latitude sul e 43o 00’ 30’’e
43o 10’ 52’’ de longitude de WG, nos municípios de Rio Vermelho e Serra Azul
de Minas, distantes 395 e 367 km, respectivamente, de Belo Horizonte - MG
(ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE MINAS GERAIS, 1995).
A vegetação da área é classificada como floresta estacional semidecidual
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE, 1993)
de transição ou área de tensão ecológica (contato/encrave), conforme Decreto
no 33944 de 18 de setembro de 1992 (INSTITUTO ESTADUAL DE
FLORESTAS-IEF, 1993). Para JESUS e SOUZA (1995), é uma área de tensão
ecológica, formada por uma mata de transição em mistura, com elementos do
cerrado e da floresta estacional semidecidual.
A precipitação média anual é de aproximadamente 1.300€mm, a
temperatura média anual oscila em torno de 21oC e a altitude média é de cerca de
950 metros. O solo no qual está inserida a área de estudo é predominantemente
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, textura argilosa, fase floresta
subperenifólia, com relevo fortemente ondulado montanhoso (JESUS e SOUZA,
1995). A partir de amostragem realizada em 1996, coletando-se 16 amostras
simples de solo, a três profundidades (0-20, 20-40 e 40-60 cm), foi obtida uma

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amostra composta para cada profundidade, em cada bloco. O solo amostrado foi
analisado pelo Laboratório de Solos do Departamento de Solos da UFV, que
revelou as características químicas e físicas apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1 - Características químicas e físicas de amostras de solo tomadas às


profundidades de 0-20, 20-40 e 40-60 cm, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Características Profundidade
0 - 20 cm 20 - 40 cm 40 - 60 cm
QUÍMICAS
pH em água (1:2,5) 4,48 ± 0,18 4,63 ± 0,10 4,68 ± 0,17
Fósforo (mg/dm3) 3,74 ± 1,12 2,95 ± 0,50 2,58 ± 0,38
Potássio (mg/dm3) 24,07 ± 6,17 13,50 ± 1,29 5,75 ± 2,36
Alumínio trocável (cmolc/dm3) 2,08 ± 0,60 1,30 ± 0,50 0,90 ± 0,49
Cálcio (cmolc/dm3) 0,18 ± 0,11 0,15 ± 0,06 0,10 ± 0,00
Magnésio (cmolc/dm3) 0,11 ± 0,06 0,05 ± 0,05 0,00 ± 0,00
H + Al (cmolc/dm3) 10,91 ± 1,53 7,13 ± 1,46 5,10 ± 0,88
FÍSICAS
Areia grossa (%) 21,00 ± 4,69 21,75 ± 2,50 22,63 ± 6,00
Areia fina (%) 11,25 ± 2,75 11,00 ± 2,45 12,69 ± 3,36
Silte (%) 6,50 ± 1,73 6,00 ± 2,00 8,94 ± 3,23
Argila (%) 61,25 ± 4,57 61,25 ± 3,86 55,75 ± 6,93
Classificação textural Argila a muito Argila a muito Argila a muito
argiloso argiloso argiloso
P e K : Extrator Mehlich 1, Al, Ca e Mg : Extrator KCl 1 mol/L e H+Al : Extrator Ca(OAc)2 0,5 mol/L
pH 7,0.

2.2. Descrição dos tratamentos

Os tratamentos experimentais utilizados foram:


Tratamento 1 - Testemunha (sem intervenção);
Tratamento 2 - Corte raso;
Tratamento 3 - Corte seletivo baseado na espécie e no fenótipo dos indivíduos
remanescentes, não havendo restrições quanto às classes
diamétricas ou às freqüências dos indivíduos, por hectare; e,
Tratamento 4 - Corte de todos os indivíduos com DAP < 10 cm e, no
remanescente, deixando as 100 melhores árvores, por hectare,
conforme padrão fenotípico e valor econômico das espécies.
Os tratamentos, após intervenção, foram identificados conforme a
intensidade de corte, da seguinte forma: tratamento 1 (sem intervenção);
tratamento 2 (corte raso); tratamento 3 (redução de 79,47% em área basal), e
tratamento 4 (redução de 87,33% em área basal).

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Cada unidade experimental possui área de 0,5 ha (50 x 100 m), cada
bloco ocupou 2 ha e o ensaio, 8 ha. Os blocos foram localizados a distâncias
variáveis, em relação às estradas e aos caminhos, de modo a evitar possíveis
interferências. A disposição dos blocos e das parcelas experimentais foi realizada
de modo que estivessem situadas na fitofisionomia representativa da floresta
secundária predominante.
Anteriormente à aplicação dos tratamentos, todos os indivíduos arbóreos
com DAP ≥ 5 cm foram identificados pelo nome vulgar regional e mensurados os
DAPs, por blocos e por parcelas experimentais. Após a aplicação dos
tratamentos, foram identificados e medidos, com fita diamétrica, os DAPs de
todos os indivíduos remanescentes com DAP ≥ 5 cm, numerados, etiquetados e
representados em planta baixa, feita para cada unidade experimental.
Nas intervenções, foram empregados cortes manual, feito com machado,
e semimecanizado, efetuado com motosserra. No corte seletivo dos indivíduos
mais finos, particularmente no tratamento 3 e no desgalhamento, foi usado
machado. O abate com motosserra foi empregado em todas as classes de DAP,
nos tratamentos 2 e 3, sendo os cortes iniciados sempre pelos menores
indivíduos, de modo a abrir espaços para o abate dos maiores.
Todos os indivíduos abatidos, após desgalhados, eram transportados
manualmente para as margens das parcelas, onde foram realizados a toragem e o
empilhamento. O comprimento dos toros para lenha foi de 2 m, para os fustes e
os galhos mais finos, e de 1 m, para os mais grossos. Posteriormente, procedeu-se
à cubagem das pilhas, para estimar a produção de lenha de cada parcela
experimental.

2.3. Monitoramento das parcelas experimentais

Cada unidade experimental foi mensurada a intervalos de dois anos,


durante o período de 1986 a 1996. Em cada ocasião de monitoramento, o
material botânico fértil ou vegetativo foi coletado para identificação das espécies
arbóreas. Após a aplicação dos tratamentos, todos os indivíduos arbóreos (DAP ≥
5,0 cm) foram identificados, numerados, plaquetados e medidos os DAPs. Nas
diferentes ocasiões do monitoramento, cada novo ingresso (ingrowth) que tivesse
DAP€≥ 5 cm foi identificado, numerado e medido.
Para regeneração natural, foram estabelecidas cinco subparcelas de 45 m2
(45 x 1 m), em cada unidade experimental de 0,50 ha. Como regeneração natural,
foram considerados todos os indivíduos com DAP < 5 cm. Os indivíduos foram
classificados nas seguintes classes de regeneração:
Classe 1 - muda com até 0,30 m de altura (h ≤ 0,30 m);
Classe 2 - muda com altura de 0,30 a 1,30 m (0,30 < h ≤ 1,30 m);
Classe 3 - muda com altura maior que 1,30 m até DAP ≤ 2,5 cm; e
Classe 4 - vara com 2,5 < DAP ≤ 5 cm.
A regeneração natural foi avaliada, segundo a sua origem, em:
a) Semente - indivíduos arbóreos originados por sementes.
b) Brotação - indivíduos arbóreos originados por mecanismos de
reprodução vegetativa.

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Para as análises de dinâmicas da composição florística e da diversidade


de espécies e dinâmica da estrutura da floresta, foram utilizados dados obtidos
nas ocasiões de medições de 1986, antes e após a aplicação dos tratamentos,
1988, 1990, 1992, 1994 e 1996. As análises de ingrowth, mortalidade e taxa de
crescimento foram realizadas a partir dos períodos de monitoramento de 1986 a
1988, 1988 a 1990, 1990 a 1992, 1992 a 1994 e 1994 a 1996. Para a análise da
regeneração natural, foram utilizados os dados obtidos nas ocasiões de medições
de 1988, 1990, 1992, 1994 e 1996.

2.4. Análise estatística

Este ensaio é caracterizado por delineamento estatístico em blocos ao


acaso, com quatro repetições e quatro tratamentos.
Inicialmente, os dados obtidos para diversidade de espécies, número de
árvores (transformado em raiz quadrada), diâmetro médio, área basal, volume,
ingrowth, mortalidade e crescimento foram submetidos à análise multivariada de
medidas repetidas (análise de perfil), por meio do comando repeated do
procedimento modelos lineares generalizados (GLM), do programa computacional
SAS. Considerou-se o modelo estatístico de experimento em blocos casualizados.
A hipótese testada foi de paralelismo entre tratamentos (não há interação
tratamentos x ocasiões de monitoramento), em nível de 5% de probabilidade, por
meio do critério de Wilks.
Para todos os parâmetros estudados, a hipótese de paralelismo foi
rejeitada, indicando que ocorrem variações do efeito de tratamentos ao longo do
período de monitoramento. Desta forma, foram realizadas análises de variância
univariada, para testar a igualdade de tratamentos em cada ocasião de
monitoramento.
Na análise de variância univariada, a soma de quadrados de tratamentos
foi desdobrada em três contrastes ortogonais. O primeiro contraste comparou o
tratamento 1 ‘versus’ os tratamentos 2, 3 e 4; o segundo contraste comparou o
tratamento 2 ‘versus’ os tratamentos 3 e 4, e o terceiro contraste comparou o
tratamento 3 ‘versus’ o 4. Estes contrastes foram testados pelo teste F, em nível
de 5% de probabilidade.
A análise dos dados obtidos para número de indivíduos na regeneração
natural (transformado em raiz quadrada) também foi submetida à análise de
perfil, porém, considerou-se como um experimento fatorial, com arranjo
4 x 4 x 2, em que foram combinados quatro níveis de redução em área basal,
quatro classes de tamanho e dois processos de regeneração, totalizando
32 tratamentos. A hipótese de paralelismo também foi rejeitada pelo critério de
Wilks (P < 0,05), indicando que o comportamento da regeneração foi
diferenciado em função do tratamento, da classe de tamanho, do processo de
regeneração e da ocasião de monitoramento. Assim, foram realizadas análises de
variância univariadas para cada ocasião de monitoramento, com comparações de
médias pelos testes F e de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.

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CAPÍTULO 2

DINÂMICAS DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E DA DIVERSIDADE


DE ESPÉCIES

1. INTRODUÇÃO

A manutenção da biodiversidade dos ecossistemas naturais é um grande


desafio para a geração presente, porque provavelmente dela dependerá a
sobrevivência de gerações futuras. A biodiversidade dos ecossistemas florestais,
desde o descobrimento da agricultura, vem sendo destruída. Inicialmente,
ocorreu elevada perda da biodiversidade das florestas temperadas, e atualmente,
de forma mais rápida, está ocorrendo a redução da biodiversidade das florestas
tropicais. A utilização inadequada da floresta tropical pode trazer conseqüências
tanto local como regional e global.
Atualmente, a maioria das florestas tropicais exploradas não é
adequadamente manejada. Sendo assim, para um manejo sustentável efetivo
existe a necessidade de desenvolvimento de sistemas de manejo adequado a essas
florestas tropicais. Para tanto, são necessários conhecimentos de suas
características ecológicas, que possibilitem um bom manejo e que estejam sob
bases sustentáveis ambiental, econômica e social.
O manejo sustentável de uma floresta natural tem de ser uma gestão
permanente, visando, em geral, a produção de um fluxo contínuo de produtos e
de serviços desejáveis, sem a indevida redução de seus valores intrínsecos e de
sua futura produtividade e sem os efeitos indesejáveis sobre os meios físico e
social (INTERNATIONAL TROPICAL TIMBER ORGANIZATION, 1994).
O manejo florestal sustentável, dependente dos processos de regeneração
natural, pode ser compatível com a manutenção de grande parte da diversidade
biológica, no entanto, não necessariamente com a preservação de todas as
espécies (WHITMORE, 1990).
Na concepção atual, o manejo das florestas tropicais objetiva,
predominantemente, a produção de madeira, de serviços e de benefícios diretos e
indiretos. Entre um dos principais objetivos, destaca-se a conservação da
diversidade de espécies. Logo, o conhecimento da composição florística é
fundamental para o melhor entendimento da estrutura da floresta.
O conceito de estrutura se relaciona com o de diversidade,
principalmente quando se procura uma explicação para o grande número de
espécies existentes nas florestas tropicais (BOURGERON, 1983).
Diversidade abrange dois diferentes conceitos: riqueza e uniformidade.
Estes dois conceitos, teoricamente, podem ser aplicados por meio de uma escala

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hierárquica, desde diversidade genética até diversidade de ecossistemas


(BURTON et al., 1992). Riqueza, geralmente, refere-se ao número de espécies
presentes na flora e, ou, na fauna, em uma determinada área. Uniformidade
refere-se ao grau de dominância de cada espécie, em uma área. As medidas de
diversidade referem-se a um dado momento no tempo (MARGALEF, 1986). Em
princípio, diversidade pode ser mensurada, considerando-se qualquer
componente biológico. Existem vários índices de quantificação da diversidade de
um ecossistema, os quais possibilitam, inclusive, comparações entre os diferentes
tipos de vegetação. Entre esses índices, podem-se citar: índice de diversidade de
Shannon-Weaver (H’), índice de dominância de Simpson (C) e índice de
uniformidade de Pielou (E).
Para o conhecimento adequado de uma comunidade florestal, é essencial
a identificação das espécies que ocorrem na área; da estrutura da população em
termos das espécies dominantes, raras e endêmicas; e de seu tamanho, de sua
área basal e de sua distribuição espacial (MUELLER-DUMBOIS e
ELLENBERG, 1974).
Neste trabalho, objetivou-se analisar as dinâmicas da composição
florística e da diversidade de espécies de uma floresta secundária de transição,
submetida a quatro níveis de redução em área basal total, ou dominância total, e
monitorada durante dez anos.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os indivíduos arbóreos (DAP ≥ 5,0 cm) foram identificados,


inicialmente, por meio do nome vulgar regional. Posteriormente, foi coletado
material botânico fértil ou vegetativo, que foi enviado, para identificação, aos
Herbários da Reserva Florestal de Linhares, do Departamento de Biologia
Vegetal (VIC) e do Setor de Dendrologia, ambos da Universidade Federal de
Viçosa. Quando possível, os indivíduos foram identificados até em nível de
espécie. As espécies não-identificadas formaram o grupo das desconhecidas. As
coletas foram realizadas a cada ocasião de monitoramento, procurando, assim, a
obtenção de material botânico fértil, daqueles indivíduos que não foram
identificados em ocasiões anteriores. As espécies coletadas em cada ocasião de
monitoramento, após identificação, foram agrupadas por família, conforme o
sistema de classificação de CRONQUIST (1981).
As espécies foram classificadas segundo o estádio sucessional em que
ocorrem predominantemente, de acordo com a classificação de LEITÃO FILHO
(1993), tendo sido divididas em quatro grupos ecofisiológicos:
1. Pioneiras - espécies que se desenvolvem em clareiras, nas bordas da floresta
ou em locais abertos, sendo claramente dependentes de condições de maior
luminosidade, não ocorrendo, em geral, no sub-bosque.
2. Secundárias iniciais - espécies que se desenvolvem em clareiras pequenas ou
mais raramente no sub-bosque, em condições de algum sombreamento.
Podem, também, ocorrer em áreas de antigas clareiras, neste caso próximas às
espécies pioneiras.

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3. Secundárias tardias - espécies que se desenvolvem exclusivamente em sub-


bosque permanentemente sombreado, neste caso pequenas árvores ou espécies
arbóreas de grande porte, que se desenvolvem lentamente em ambientes
sombreados, podendo alcançar o dossel ou serem emergentes.
4. Não-determinado - espécies não-identificadas.
Para verificar a suficiência amostral da composição florística antes da
aplicação dos tratamentos, em 1986, os dados do número de espécies, em função
da área, foram ajustados pelo procedimento REGRELRP - Regressão Linear
Response Platô, do Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG) da
Universidade Federal de Viçosa, conforme adotado por FERREIRA (1988).
A diversidade de espécies, para os indivíduos adultos (DAP ≥ 5 cm), foi
analisada por meio do índice de Shannon-Weaver (H’), conforme a seguinte
expressão:
S
H ' = ( N ln N − ∑ ni ln ni ) / N
i =1

em que
N = número total de indivíduos amostrados;
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
S = número de espécies amostradas; e
ln = logaritmo de base neperiana.

Quanto maior for o valor de H', maior será a diversidade florística da


população em estudo.
A escolha do índice de Shannon-Weaver deveu-se à sua ampla utilização
em florestas secundárias tropicais (LEITÃO FILHO, 1993; MARISCAL
FLORES, 1993; ALMEIDA, 1996; ANTONIO LÓPEZ, 1996; YARED, 1996),
bem como por expressar riqueza e uniformidade. O índice de uniformidade de
Pielou foi obtido pela seguinte expressão (ODUM, 1985):
H'
E=
Hmax
em que
E = índice de uniformidade de Pielou;
Hmax = ln S = diversidade máxima; e
S = número de espécies amostradas = riqueza.

O índice de uniformidade de Pielou pertence ao intervalo [0,1], em que 1


representa a máxima diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente
abundantes.
O grupo das desconhecidas não foi considerado no cálculo do índice de
diversidade, por não ser possível considerá-lo como uma única espécie.
A análise de variância da raiz quadrada da riqueza, do índice de
diversidade de Shannon-Weaver e do índice de uniformidade de Pielou foi
realizada conforme descrito anteriormente, no Capítulo 1.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Suficiência amostral da composição florística

A curva espécie-área para floresta secundária de transição é ilustrada na


Figura 1. Verifica-se que ocorreu formação do platô a partir de área igual a
2,25 ha, a qual representa a área mínima necessária para caracterização da
composição florística da floresta estudada. Observa-se, ainda, que mais de 80%
do total das espécies amostradas foram encontradas em, aproximadamente, 28%
da área total amostrada.

Curva Área-Espécie

120

100
Número de Espécies

80
OBSERVADO
60 RETA (Y = 41 + 30,8.ÁREA) - R2 = 90,73%
PLATEAU (Y = 110,167)
40

20

0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0
Área (ha)

Figura 1- Curva área-espécie para floresta secundária de transição, municípios


de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

3.2. Dinâmica da composição florística

As espécies arbóreas encontradas na área experimental, para o conjunto


de ocasiões de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 1. Conforme pode
ser constatado, ocorreram 40 famílias, 80 gêneros, 116 espécies, 9 não-
identificadas e o grupo de desconhecidas. Assim, 58,73% dos indivíduos
encontrados foram identificados até em nível de espécies; 21,43% até em nível
de gênero; 11,90% até em nível de família; e 7,94% não-identificados.

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Quadro 1 - Espécies árboreas ocorrentes na área experimental durante dez anos


de monitoramento, 1986-1996, por tratamentos e grupo ecofisio-
lógico, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Nome Vulgar Regional Família/Espécie Tratamentos Grupo Ecofisiológico

ANACARDIACEAE
Gonçalo Astronium fraxinifolium Schott 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
ANNONACEAE
Ariticum Annona cacans Warm. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Pindaíba-preta Guatteria australis St. Hil. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Araçá-preto Guatteria nigrescens Mart. 1 Secundária inicial
Pindaíba-vermelha Xylopia brasiliensis Spreng. 1, 3 Secundária inicial
Mutamba Desconhecida 1 1, 2, 3, 4 Não-determinado
APOCYNACEAE
Pereiro * Aspidosperma olivaceum Muell. Arg. 3, 4 Secundária tardia
Leiteiro-de-lagarta Desconhecida 2 1, 2, 3, 4 Não-determinado
AQUIFOLIACEAE
Farinha-seca Ilex sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
BIGNONIACEAE
Caroba, Perobinha, Carobinha Jacaranda macrantha Cham. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cinco-chagas Sparattosperma leucanthum K. Schum. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Mulatinho, Mulatinho-bravo Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standley 1, 2, 3 Secundária tardia
Ipê Tabebuia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
BOMBACACEAE
Imbiruçu-bravo Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
BORAGINACEAE
Manemenem Cordia sericicalyx A. DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
BURSERACEAE
Marinheiro * Protium warmingianum March. 1, 3 Secundária tardia
Amescla + Protium sp. 2, 3 Secundária tardia
CAESALPINIACEAE
Unha-de-boi Bauhinia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Canafístula Cassia ferruginea Schrad. ex DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Pau-d’óleo Copaifera langsdorffii Desf. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Braúna Melanoxylon brauna Schott 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Vassourinha Peltophorum dubium Taub. 1, 4 Secundária tardia
Ingá-burro Sclerolobium sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Fedegosão Senna macranthera (Collad.) Irwin & Barn. 1, 2, 3, 4 Pioneira
CARICACEAE
Mamoneira Jacaratia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
CECROPIACEAE
Imbaúba-de-viola Cecropia glaziovi Snethlage 1, 3, 4 Pioneira
Imbaúba Cecropia sp. 1, 2, 3, 4 Pioneira
CELASTRACEAE
Laranjinha Maytenus evonymoides Reiss. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
CHRYSOBALANACEAE
Coco-de-cutia Licania sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
COMBRETACEAE
Carvalho-amarelo Terminalia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
COMPOSITAE
Maria-mole Piptocarpha macropoda Baker 1, 2, 3, 4 Pioneira
Candeia Vanillosmopsis brasiliensis Sch. Bip. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Capoeirão Vernonia diffusa Less. 1, 2, 3, 4 Pioneira

Continua...

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Quadro 1, Cont.

Nome Vulgar Regional Família/Espécie Tratamentos Grupo Ecofisiológico

ELAEOCARPACEAE
Sacupemba Sloanea guianensis Benth. 1, 3, 4 Secundária tardia
EUPHORBIACEAE
Capoeira-preta Croton floribundus Spreng 1, 2, 3, 4 Pioneira
Adrago Croton urucurana Baill. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Canudo-de-pito Mabea fistulifera Mart. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Laranjeira Pera glabrata Poepp. ex Baill. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Leiteiro-branco Sapium lanceolatum Huber 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Amoreira Desconhecida 3 3 Não-determinado
FABACEAE
Angelim-amargoso, Angelim-garrafa Andira fraxinifolia Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Grão-de-bode Andira sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Piúna Dalbergia brasiliensis Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Cabiúna Dalbergia nigra (Vell) Fr. Allem. Ex Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Tira-filho Machaerium nictitans Benth. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Uruvalheira Machaerium triste Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Jacarandá-tã Machaerium villosum Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Uruvalheira-vermelha Platypodium elegans Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
FLACOURTIACEAE
Carvalho-terra Carpotroche sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Calombo Casearia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Erva-de-tiú Casearia sylvestris Sw. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Calombo-amarelo Xylosma sp. 1, 2, 3 Secundária inicial
GUTTIFERAE
Pau-santo Kielmeyera aff. coriacea (Spr.) Mart. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Azedinha Kielmeyera rubriflora Cambess. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Ruão Vismia ferruginea H.B.K. 1, 2, 3, 4 Pioneira
LACISTEMACEAE
Calombo-preto Lacistema sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
LAURACEAE
Canela-amarela Nectandra oppositifolia Nees & Mart. ex Nees 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Canela Ocotea cf. corymbosa Mez 1, 3 Secundária tardia
Canela-prego, Sassafrás Ocotea odorifera Mez 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Carambola Persea cf. pyrifolia Nees 1, 3 Secundária tardia
Canela-por-nobi + Desconhecida 4 4 Não-determinado
LECYTHIDACEAE
Jequitibá Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
MALPIGHIACEAE
Murici-branco Byrsonima sp.1 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Murici-vermelho+ Byrsonima sp.2 2 Secundária inicial
Murici Byrsonima sp.3 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MELASTOMATACEAE
Roseira Miconia candolleana Triana 1, 2, 3, 4 Pioneira
Cabeludinha Miconia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cabelo-de-negro Mouriria sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Quaresma Tibouchina sp. 1, 2, 3, 4 Pioneira
MELIACEAE
Cangerana Cabralea canjerana (Vell.)Mart. 1, 3, 4 Secundária tardia
Cedro Cedrela fissilis Vell. 3, 4 Secundária tardia
Uva Desconhecida 6 1, 2, 3, 4 Secundária inicial

Continua...

21
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Quadro 1, Cont.

Nome Vulgar Regional Família/Espécie Tratamentos Grupo Ecofisiológico

MIMOSACEAE
Angico-branco Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Angico-vermelho Anadenanthera peregrina Speg 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Ingá-miúdo Inga alba Willd. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Ingá-bananeira Inga sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Angiquinho Mimosa pteridifolia Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Jacaré Piptadenia gonoacantha Macbride 1, 2, 3, 4 Pioneira
Vinhático Plathymenia foliolosa Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Barbatimão Stryphnodendron cf. guianense Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Angico-corno+ Desconhecida 5 2 Não determinado
MONIMIACEAE
Folha-santa Siparuna guianensis Aubl. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Canela-preta Siparuna reginae A. DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MORACEAE
Gameleira Ficus sp. 4 Secundária inicial
MYRSINACEAE
São José Rapanea ferruginea Mez 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MYRTACEAE
Carvalho-preto Campomanesia xanthocarpa Berg 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Cafezeiro Eugenia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Fruta-de -pomba Myrcia rostrata DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Goiabeira Psidium sp. 1, 4 Secundária tardia
Araçá Desconhecida 7 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Araçá-legítimo Desconhecida 8 1, 3 Secundária inicial
Araça-vermelho Desconhecida 9 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Gabiroba Desconhecida 10 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Gabirobinha Desconhecida 11 1, 2, 3 Secundária inicial
Jabuticaba Desconhecida 12 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Limão-de-paca Desconhecida 13 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Massaranduba + Desconhecida 14 3 Secundária tardia
OPILIACEAE
Limoeiro Agonandra englerii Hoehne 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
RUBIACEAE
João Henrique Ladenbergia hexandra Klotzsch 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Marmelada Psychotria carthagenensis Jacq. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cafezinho * Psychotria sessilis Muell. Arg. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Marfim Randia sp.1 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Tambu Randia sp.2 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
RUTACEAE
Paratudo, Paratudo-preto Hortia arborea Engl. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Maminha-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
SAPINDACEAE
Marmelinho Allophylus edulis Raldk. ex Warm. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Pau-magro Cupania rugosa Radlk. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cambuatã Cupania vernalis Cambess. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
SAPOTACEAE
Catuá Pouteria sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
SOLANACEAE
Bacupari Desconhecida 15 3, 4 Secundária inicial
SYMPLOCACEAE
Pindaíba * Symplocos pubescens Klotzsch ex Benth. 4 Secundária inicial

Continua...

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Quadro 1, Cont.

Nome Vulgar Regional Família/Espécie Tratamentos Grupo Ecofisiológico

TILIACEAE
Açoita-cavalo Luehea speciosa Willd. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
VERBENACEAE
Papagaio Aegiphila lhotskiana Cham. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Alfavaca Aloysia virgata Juss. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Azeitona Vitex polygama Cham. 1, 3, 4 Secundária inicial
VOCHYSIACEAE
Garapa Vochysia tucanorum Mart. 3,4 Secundária tardia
INDETERMINADA
Carne-de-vaca + Desconhecida 16 4 Não-determinado
Carvalho-branco * Desconhecida 17 2, 4 Não-determinado
Cuerama Desconhecida 18 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Desconhecida Desconhecida 19 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Goiaba-de-paca + Desconhecida 20 2, 3, 4 Não-determinado
Grão-de-galo * Desconhecida 21 2 Não-determinado
Paratudo-leiteiro * Desconhecida 22 1, 2 Não-determinado
Pau-de-sangue Desconhecida 23 2, 3 Não-determinado
Quaresma-d’água + Desconhecida 24 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Sete-casaca + Desconhecida 25 2, 3 Não-determinado
+
Presentes no levantamento inicial (I) e que desapareceram durante ou após a aplicação dos tratamentos.
* Ausentes no levantamento inicial (I) e que apareceram durante ou após a aplicação dos tratamentos.

Em termos de número de espécies identificadas, as seguintes


famílias predominaram: Myrtaceae (12), Mimosaceae (8), Fabaceae (8),
Caesalpiniaceae (7), Euphorbiaceae (5), Rubiaceae (5), Annonaceae (4),
Flacourtiaceae (4), Lauraceae (4), Melastomataceae (4), Compositae (3),
Guttiferae (3), Malpighiaceae (3), Sapindaceae (3) e Verbenaceae (3). Estas
famílias representaram aproximadamente 68,97% do número total de espécies
amostradas.
Nas famílias Annonaceae, Bignoniaceae, Burseraceae, Cecropiaceae,
Euphorbiaceae, Fabaceae, Flacourtiaceae, Guttiferae, Lauraceae, Malpighiaceae,
Melastomataceae, Mimosaceae, Monimiaceae, Rubiaceae e Sapindaceae, foram
encontradas mais de uma espécie por gênero.
Os gêneros Byrsonima e Machaerium foram amostrados com três
espécies cada um, enquanto com duas espécies foram amostrados
Anadenanthera, Andira, Casearia, Cecropia, Croton, Cupania, Dalbergia,
Guatteria, Inga, Kielmeyera, Ocotea, Miconia, Protium, Psychotria, Randia,
Siparuna e Tabebuia.
Em termos de grupo ecofisiológico, 15 espécies foram classificadas
como pioneiras, 54 como secundárias iniciais, 42 como secundárias tardias e 15
como não-determinadas. A predominância das espécies secundárias iniciais
indica que a floresta secundária estudada é jovem e está em estádio sucessional
médio (Resolução do CONAMA, No 10, de 01/10/93).

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3.2.1. Composição florística

No levantamento inicial executado em 1986, em todas as parcelas


experimentais, foram encontradas 38 famílias, 78 gêneros, 110 espécies
identificadas, 7 espécies não-identificadas e o grupo das desconhecidas
(Quadro 1). Dez anos após a aplicação dos tratamentos, encontraram-se 40
famílias, 111 espécies identificadas, 4 espécies não-identificadas e o grupo das
desconhecidas. No decorrer dos dez anos de monitoramento, foram encontradas
duas novas famílias (Apocynaceae e Symplocaceae), dois gêneros
(Aspidosperma e Symplocos) e sete novas espécies (Aspidosperma olivaceum,
Protium warmingianum, Psychotria sessilis, Symplocos pubescens, grão-de-galo,
carvalho-branco e paratudo-leiteiro). Não foram encontradas nove espécies
(Protium sp., Byrsonima sp.2, canela-por-nobi, angico-corno, carne-de-vaca,
goiaba-de-paca, massaranduba, quaresma-d’água e sete-casaca. Entre essas
espécies, Protium sp., Byrsonima sp.2, canela-por-nobi, angico-corno, carne-de-
vaca, massaranduba e sete-casaca podem ser consideradas raras, de acordo com
KAGEYAMA e GANDARA (1993), por apresentarem densidade absoluta
inferior a um indivíduo por hectare.

3.2.2. Efeitos dos tratamentos sobre a composição florística

No povoamento sem intervenção (tratamento 1), em 1986, foram


encontradas 36 famílias, 71 gêneros, 95 espécies identificadas, 2 espécies não-
identificadas e o grupo das desconhecidas (Quadro 1). Dentre essas espécies,
foram encontradas 14 pioneiras, 47 secundárias iniciais e 34 secundárias tardias e
2 não-determinadas. Em 1994, não foi encontrada a família Myrsinaceae e
surgiu a Burseraceae. Com exceção de Rapanea ferruginea, as demais espécies
encontradas em 1986 também foram observadas em 1996. No decorrer de dez
anos de monitoramento, apareceram nove novas espécies. Em 1988, surgiu
Siparuna reginae. Em 1990, surgiram Psychotria sessilis e Tabebuia sp. As
espécies Anadenanthera peregrina e Tabebuia chrysotricha surgiram em 1992.
Em 1994, não foi encontrada Rapanea ferruginea, mas surgiram Persea
pyrifolia, Psidium sp., Protium warmingianum e paratudo-leiteiro. Observa-se,
como era de se esperar, que a maioria das espécie novas é secundária tardia
(Quadro 1).
No povoamento submetido a corte raso (tratamento 2), no levantamento
inicial, foram encontradas 36 famílias, 65 gêneros, 87 espécies identificadas, 5
não-identificadas e o grupo das desconhecidas. Dentre essas espécies, foram
encontradas 12 pioneiras, 40 secundárias iniciais, 33 secundárias tardias e 7 não-
determinadas. Com a aplicação do corte raso, em 1986, foram suprimidas todas
as famílias. Em 1988, foram recuperadas as famílias Anacardiaceae,
Annonaceae, Aquifoliaceae, Bignoniaceae, Caesalpiniaceae, Euphorbiaceae,
Mimosaceae, Sapotaceae, e Verbenaceae. Em 1990, foram recuperadas
Apocynaceae, Boraginaceae, Cecropiaceae, Compositae, Fabaceae,
Flacourtiaceae, Lauraceae, Malpighiaceae, Melastomataceae, Meliaceae,

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Myrtaceae, Sapindaceae e Tiliaceae. Em 1992, recuperaram-se famílias


Caricaceae, Combretaceae, Guttiferae e Rutaceae. Em 1994, as famílias
Bombacaceae, Celastraceae, Chrysobalanaceae, Myrsinaceae e Rubiaceae. No
decorrer dos dez anos, foram recuperadas as famílias Anacardiaceae,
Annonaceae, Apocynaceae, Aquifoliaceae, Bignoniaceae, Bombacaceae,
Boraginaceae, Caesalpiniaceae, Caricaceae, Cecropiaceae, Celastraceae,
Chrysobalanaceae, Combretaceae, Compositae, Euphorbiaceae, Fabaceae,
Flacourtiaceae, Guttiferae, Lauraceae, Malpighiaceae, Melastomataceae,
Meliaceae, Mimosaceae, Myrtaceae, Myrsinaceae, Rubiaceae, Rutaceae,
Sapindaceae, Sapotaceae, Tiliaceae e Verbenaceae, porém, não foram
recuperadas as famílias Burseraceae, Lacistemaceae, Lecythidaceae e
Monimiaceae.
No decorrer de dez anos, houve recuperação de 31 famílias, 52 gêneros,
69 espécies e surgiram 4 novos gêneros e 11 novas espécies. Em 1988, foram
recuperadas as espécies Aloysia virgata, Annona cacans, Stryphnodendron cf.
guianense, Cassia ferruginea, Mabea fistulifera, Pouteria sp., Cuerama, Ilex sp.,
Astronium fraxinifolium, Tabebuia sp., Piptadenia gonoacantha e Plathymenia
foliolosa. Em 1990, surgiu Tibouchina sp. e foram recuperados o grupo das
desconhecidas, Luehea speciosa, Andira fraxinifolia, Anadenanthera colubrina,
araçá, Melanoxylon brauna, Dalbergia nigra, Casearia sp., Nectandra
oppositifolia, Ocotea odorifera, Croton floribundus, Vernonia diffusa, Jacaranda
macrantha, Senna macranthera, Myrcia rostrata, Gabiroba, Andira sp.,
Cecropia sp., Inga sp., Sclerolobium sp., Inga alba, Pera glabrata, leiteiro-de-
lagarta, Agonandra englerii, Cordia sericicalyx, Piptocarpha macropoda,
Byrsonima sp.3, Aegiphila lhotskiana, Copaifera langsdorffii, Cupania rugosa,
Guatteria australis, Machaerium triste, uva e mutamba. Em 1992, surgiram
Anadenanthera peregrina, Miconia sp., grão-de-galo e carvalho-branco e foram
recuperadas Croton urucana, araçá-vermelho, Terminalia sp., Carpotroche sp.,
Sparattosperma leucanthum, limão-de-paca, Zanthoxylum rhoifolium,
Jacaratia sp., Hortia arborea, Miconia candolleana, Vismia ferruginea,
Machaerium nictitans, Bauhinia sp. e Platypodium elegans. Em 1994, surgiram
as espécies Mimosa pteridifolia, Mouriria sp., Psychotria sessilis, Eugenia sp.,
paratudo-leiteiro e Byrsonima sp.1 e foram recuperadas Cupania vernalis,
Licania sp., Casearia sylvestris, Eriotheca macrophylla, Machaerium villosum,
Ladenbergia hexandra, Maytenus evonymoides, Allophylus edulis e Rapanea
ferruginea. Em 1996, foi recuperada Tabebuia chrysotricha. Verifica-se que as
espécies que foram recuperadas são principalmente secundárias iniciais.
No decorrer de dez anos de monitoramento, não houve recuperação das
espécies Protium sp., angico-corno, Kyelmeyera rubriflora, Vanillosmopsis
brasiliensis, Campomanesia xanthocarpa, Siparuna guianensis, goiaba-de-paca,
jabuticaba, Cariniana estrellensis, Sapium lanceolatum, Randia sp.1, Psychotria
carthagenensis, pau-sangue, Kielmeyera aff. coriacea, Dalbergia brasiliensis,
quaresma-d’água, sete-casaca, Randia sp.2, Siparuna reginae, gabirobinha,
Xylosma sp., Lacistema sp. e Byrsonima sp.2. Observa-se que a maioria das
espécies não-recuperadas é secundária tardia. Assim, confirma-se que são
espécies sensíveis à abertura do dossel da floresta, ocasionada pelos cortes.

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No povoamento submetido a corte seletivo com redução de 79,47% em


área basal (tratamento 3), no levantamento inicial, foram encontradas 39 famílias,
72 gêneros, 94 espécies identificadas, 5 espécies não-identificadas e o grupo das
desconhecidas. Dentre essas espécies, foram encontradas 13 pioneiras, 42
secundárias iniciais, 38 secundárias tardias e 6 não-determinadas. Em 1986,
depois da intervenção, foram suprimidas as famílias Boraginaceae, Burseraceae,
Caricaceae, Cecropiaceae, Lecythidaceae e Monimiaceae. Em 1988, foi
recuperada a família Cecropiaceae; em 1990, Boraginaceae; e em 1992,
Burseraceae e Monimiaceae. Em 1994, não foi encontrada a família
Myrsinaceae. Após dez anos de intervenção, não foram recuperadas as famílias
Caricaceae e Lecythidaceae.
Com a aplicação do tratamento 3, foram suprimidas as espécies
Protium sp., amoreira, Andira fraxinifolia, Cuerama, Casearia sylvestris,
Siparuna guianensis, goiaba-de-paca, Cecropia sp., Cecropia glaziovi, Inga sp.,
Cariniana estrellensis, Sapium lanceolatum, Jacaratia sp., Cordia sericicalyx,
massaranduba, Tabebuia chrysotricha, Aegiphila lhotskiana, paratudo-leiteiro,
Xylopia brasiliensis, Dalbergia brasiliensis, quaresma-d’água, sete-casaca e
Bauhinia sp. No decorrer de dez anos de monitoramento, foram recuperadas 11
espécies e surgiram 14 novas espécies. Em 1988, foi recuperada Cecropia sp. e
surgiram Tibouchina sp. e Eugenia sp. Em 1990, surgiram Plathymenia foliolosa
e mutamba e foram recuperadas Andira fraxinifolia, Inga sp., Sapium
lanceolatum, Cordia sericicalyx, Tabebuia chrysotricha, Aegiphila lhotskiana e
Bauhinia sp. Em 1992, surgiram Anadenanthera peregrina, Miconia sp.,
Byrsonima sp.1, Protium warmingianum, Siparuna reginae, Ocotea cf.
corymbosa e araçá-legítimo. Em 1994, surgiram Kielmeyera rubriflora,
Psychotria sessilis e Aspidosperma olivaceum e não foram encontradas
Zanthoxylum rhoifolium e Rapanea ferruginea. Em 1996, não foi encontrada
Vanillosmopsis brasiliensis e foram recuperadas amoreira, Siparuna guianensis e
Cecropia glaziovi. No decorrer do monitoramento, não foram recuperadas
Protium sp., cuerama, Casearia sylvestris, goiaba-de-paca, Cariniana
estrellensis, Jacaratia sp., massaranduba, pau-de-sangue, Xylopia brasiliensis,
Dalbergia brasiliensis, quaresma-d’água e sete-casaca. Verificou-se que a
aplicação do tratamento 3 causou maiores efeitos sobre as espécies secundárias
tardias.
No povoamento submetido a corte seletivo com a redução de 87,33% em
área basal (tratamento 4), antes da intervenção, foram encontradas 35 famílias,
70 gêneros, 90 espécies identificadas, 4 espécies não-identificadas e o grupo das
desconhecidas. Dentre essas espécies, foram encontradas 13 pioneiras, 39
secundárias iniciais, 36 secundárias tardias e 6 não-determinadas. Em 1986, após
intervenção, foram suprimidas as famílias Boraginaceae, Caricaceae,
Cecropiaceae, Chrysobalanaceae, Monimiaceae, Myrsinaceae, Rutaceae e
Vochysiaceae. Em 1988, foi recuperada Cecropiaceae. Em 1990, foram
recuperadas Boraginaceae, Myrsinaceae e Rutaceae. Em 1992, foram
recuperadas Chrysobalanaceae e Vochysiaceae e surgiram Lacistemaceae e
Solanaceae. Em 1994, foi recuperada Caricaceae e surgiram Celastraceae e
Symplocaceae. Em 1996, foi recuperada Monimiaceae. Verifica-se, em termos de

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família, que nesse tratamento foram recuperadas todas as famílias suprimidas e


que ocorreu o aparecimento de quatro novas famílias, no decorrer dos dez anos
de monitoramento.
Para o tratamento 4, com a intervenção em 1986, foram suprimidas 46
espécies. Em dez anos, foram recuperadas 31 espécies e surgiram 13 novas
espécies. Em 1988, surgiu Peltophorum dubium e foram recuperadas Protium sp.
e Cecropia sp. Em 1990, foram recuperadas Anadenanthera colubrina, Vitex
polygama, Croton floribundus, Senna macrantha, Ficus sp., Zanthoxylum
rhoifolium, Cordia sericicalyx e Cupania rugosa. Em 1992, surgiram
Miconia sp., Lacistema sp. e bacupari e foram recuperadas Anadenanthera
peregrina, Ocotea odorifera, Campomanesia xanthocarpa, Licania sp., gabiroba,
Vochysia tucanorum, Tabebuia sp., limão-de-paca, Aegiphila lhotskiana e Hortia
arborea. Em 1994, foram recuperadas Kielmeyera rubriflora, Sparattosperma
leucanthum, Andira sp., Ladenbergia hexandra, Jacaratia sp., Allophylus edulis,
Rapanea ferruginea e Platypodium elegans e surgiram Psychotria sessilis,
Cecropia glaziovi, Maytenus evonymoides, carvalho-branco, Byrsonima sp.1 e
Symplocos pubescens. Em 1996, foram recuperadas Andira fraxinifolia,
Psychotria carthagenensis e Bauhinia sp. e surgiram Eugenia sp., Aspidosperma
olivaceum e Siparuna reginae.
Verificou-se, de modo geral, que a aplicação dos tratamentos 2, 3 e 4
provocou alterações drásticas na composição florística da floresta estudada,
principalmente em nível de espécie. Essas alterações drásticas foram provocadas
pela acentuada redução de densidade e dominância, resultante da aplicação dos
referidos cortes seletivos.

3.3. Diversidade de espécies

No levantamento inicial, ou seja, em 1986, foram encontradas 118


espécies na área total amostrada (8 ha), sem considerar o grupo das
desconhecidas. Essas espécies pertencem a 80 gêneros e 40 famílias (Quadro 1).
No decorrer dos dez anos de monitoramento, em geral, surgiram sete novas
espécies e não foram recuperadas nove espécies. A espécie Psychotria sessilis
surgiu no tratamento 1, em 1990, e nos tratamentos 2, 3 e 4, em 1994. Grão-de-
galo apareceu no tratamento 2, em 1992. Paratudo-leiteiro surgiu nos tratamentos
1 e 2, em 1994. Aspidosperma olivaceum surgiu nos tratamentos 3 e 4, em 1994 e
1996, respectivamente. Carvalho-branco surgiu em 1992 e 1994, nos tratamentos
2 e 4, respectivamente. Protium warmingianum e Symplocos pubescens surgiram
nos tratamentos 1 e 4, respectivamente, em 1994. Por causa da aplicação dos
cortes seletivos, não foram recuperadas Protium sp., angico-corno, canela-por-
nobi, carne-de-vaca, goiaba-de-paca, massaranduba, quaresma d’água, sete-
casaca e Byrsonima sp.2.
Os valores de riqueza e os índices de Shannon-Weaver e de
uniformidade de Pielou, durante os dez anos de monitoramento, para os
tratamentos, estão ilustrados na Figura 2. Em termos de riqueza (Figura 2a),
índice de Shannon-Weaver (Figura 2b) e índice de uniformidade de Pielou

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(Figura 2c), verificaram-se maiores mudanças em função da aplicação dos


tratamentos 2 e 4. Estes tratamentos reduziram todos os índices, porém estes
aumentaram com o decorrer do tempo. No levantamento inicial, verificou-se que
o índice de diversidade foi alto, variando de 3,63 a 3,84, e o de uniformidade de
0,83 a 0,84. O índice de uniformidade indicou que a diversidade foi de 83 a 84%
da diversidade máxima possível, que variou entre 4,57 e 4,59.
A riqueza (Figura 2a) e o índice de Shannon-Weaver (Figura 2b)
indicaram redução imediatamente após a aplicação dos tratamentos 2, 3 e 4 (1986
depois da intervenção). O índice de uniformidade de Pielou aumentou após a
intervenção, exceto para o tratamento 2. Verificou-se, porém, redução deste
índice ao longo do tempo, exceto para o tratamento 1, no qual permaneceu
praticamente constante.
Para o tratamento 1, apenas a riqueza mostrou aumento considerável,
sendo de 8,2%, em dez anos de monitoramento. Para os tratamentos 2 e 4, os de
maiores intensidades de corte, ocorreram reduções de 15 e 3,3%,
respectivamente. Para o tratamento 3, ocorreu praticamente a recuperação em
termos de riqueza.
A riqueza decresceu imediatamente após a intervenção, mas aumentou ao
longo do tempo (Figura 2a). Verificou-se que o índice de diversidade de
Shannon-Weaver, entre os tratamentos, apresentou tendências diferentes ao
longo dos dez anos de monitoramento (Figura 2b). Para o tratamento 1, não
houve praticamente nenhuma modificação. No tratamento 2, no qual foi aplicado
corte raso, a tendência foi de aumento até dez anos. No tratamento 3, ocorreu
pequeno aumento imediatamente após a intervenção e depois tendência de
estabilização, a partir de seis anos de monitoramento. No tratamento 4, houve
tendência de decréscimo até quatro anos e, posteriormente, aumento da
diversidade até dez anos. Na Figura 2c, observa-se que, independente do
tratamento, o índice de uniformidade de Pielou apresentou tendência de aumento
com a aplicação dos tratamentos até quatro anos e de decréscimo até seis anos,
estabilizando-se após esta ocasião.
No levantamento inicial, por meio do teste F, verificaram-se diferenças
significativas (P < 0,05) entre os tratamentos em termos de índice de Shannon-
Weaver, o que sugere uma variação natural dentro da floresta, em termos de
diversidade. Após a aplicação dos tratamentos, em 1986, diferenças estatísticas
foram observadas entre os tratamentos e os grupos de tratamentos. Após dez anos
de monitoramento, as diferenças estatísticas foram significativas entre os
tratamentos e o grupo formado pelos tratamentos 3 e 4. O contraste de médias,
formado pelo grupo de tratamentos submetidos à intervenção, não foi
significativo em nível de 5% de probabilidade, o que indica que o grupo de
tratamentos 3 e 4 foi similar ao tratamento 2, revelando que as intensidades de
intervenção foram bastante altas.

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120 (a)

Riqueza de Espécies
90

60

30

0
Inicial 0 2 4 6 8 10

(b)

4,0
Índice de Shannon-Weaver

3,0

2,0

1,0

0,0
Inicial 0 2 4 6 8 10

1,0 (c)
Índice de Uniformidade

0,8
Redução em Área Basal
0,6

0,4 0,00%
100,00%
0,2 79,47%
87,33%
0,0
Inicial 0 2 4 6 8 10 Anos

Figura 2 - Riqueza (a) e índices de Shannon-Weaver (b) e de uniformidade de


Pielou (c), correspondentes a cada ocasião de monitoramento, para os
tratamentos 1, 2, 3 e 4, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de
Minas-MG.

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Por meio do teste F, verificaram-se diferenças significativas (P < 0,05)


entre os tratamentos, em termos de índice de uniformidade de Pielou, no
levantamento inicial. Em 1986, após a intervenção, observaram-se diferenças
entre os tratamentos e entre o grupo formado pelos tratamentos submetidos a
cortes seletivos, porém, entre os tratamentos 3 e 4 não houve diferença
significativa. Em 1996, foram observadas diferenças entre os tratamentos e entre
o grupo formado pelos tratamentos 3 e 4. O tratamento 1 não foi estatisticamente
diferente do grupo formado pelos tratamentos submetidos a intervenções, em
termos de uniformidade. Da mesma forma, o grupo formado pelos tratamentos 3
e 4 (cortes seletivos) não apresentou superioridade estatística em relação ao corte
raso (tratamento 2).
Quanto à riqueza, no levantamento inicial os tratamentos foram
estatisticamente iguais (P > 0,05). Porém, em 1986, após aplicação dos cortes
seletivos, observaram-se diferenças entre os tratamentos e entre os grupos de
tratamentos. Após dez anos, apenas o grupo formado pelos tratamentos 3 e 4 foi
estatisticamente igual ao corte raso.
No estudo de índices de diversidade em florestas por longos períodos,
são encontrados diferentes resultados. Neste contexto, CROW (1980),
trabalhando em uma floresta úmida de Porto Rico, verificou rápido crescimento
da diversidade dez anos após a colheita e declínio, a partir de 20 anos. Na
Floresta Amazônica, CARVALHO (1992) verificou tendência de aumento desses
índices, até sete anos. BATISTA (1994), trabalhando em floresta atlântica,
verificou pequena variação nos índices até nove anos, exceto para aplicação do
corte raso.
A redução da riqueza e dos índices de diversidade e uniformidade
encontrados após a intervenção, para os tratamentos 2, 3 e 4, corrobora com os
resultados de JONHS (1992), que verificou, para pequenas áreas, que em geral a
diversidade por unidade de área é bastante reduzida com a exploração. O autor
acrescenta que a perda de diversidade pode ser influenciada pela redução em área
basal durante a exploração, o que aconteceu na aplicação dos cortes seletivos.
Porém, não necessariamente, esta redução deve ser extrapolada para o total do
povoamento.

4. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos neste trabalho permitiram concluir que:


- O impacto dos cortes seletivos variaram consideravelmente, principal-
mente em virtude da alta intensidade das intervenções.
- As mudanças acentuadas foram observadas para a composição
florística, porém, a riqueza e os índices de Shannon-Weaver e de uniformidade
foram rapidamente recuperados em dez anos;
- As diferenças em composição florística ocorreram em termos de
família, gêneros e espécies, entre e dentre os tratamentos aplicados. Maiores
diferenças foram observadas em nível de gêneros e espécies.

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- As mudanças em composição florística aconteceram tanto para a


unidade experimental sem intervenção, quanto para as unidades experimentais
em que as intervenções foram realizadas.
- Os efeitos das intervenções na composição florística foram maiores nas
parcelas submetidas a corte raso e à redução de 87,33% em área basal.
- As espécies secundárias foram mais sensíveis à abertura do dossel da
floresta, em razão das altas intensidades de cortes aplicadas.

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CAPÍTULO 3

DINÂMICA DA ESTRUTURA DA FLORESTA

1. INTRODUÇÃO

O conhecimento da estrutura da floresta tropical e de suas relações com a


diversidade, a estabilidade e a produtividade é essencial no planejamento de um
sistema silvicultural ecológico e economicamente ótimo (BRUNIG e
HEULVELDOP, 1976).
O termo estrutura da floresta tropical é empregado de maneira bastante
variada, dependendo do autor que o utiliza. Para SOUZA (1990), a análise da
estrutura das florestas nativas deve iniciar-se com uma abordagem da
composição florística e dos parâmetros fitossociológicos.
A maioria dos estudos da estrutura das florestas tropicais se enquadra no
estudo das estruturas horizontal, vertical e paramétrica, podendo-se adotar um
enfoque tanto qualitativo quanto quantitativo.
A estrutura horizontal quantifica a contribuição de cada espécie em
relação às demais e verifica a forma de distribuição espacial de cada espécie. Na
avaliação da estrutura horizontal são analisados, principalmente, os parâmetros
densidade, freqüência, dominância, índice de valor de cobertura e índice de valor
de importância. A densidade mede a participação das diferentes espécies dentro
da associação vegetal (LAMPRECHT, 1964) e propicia a análise do
comportamento de cada espécie na comunidade, bem como as mudanças
(distribuição espacial) que nela ocorrem (CAIN e CASTRO, 1959). A densidade
pode ser expressa como densidade total, que indica o número total de árvores por
área, sem levar em conta as espécies presentes; densidade absoluta, que indica o
número de árvores para cada espécie por unidade de área; e densidade relativa,
que indica a participação de cada espécie, em percentagem, da densidade total. A
freqüência mede a regularidade da distribuição horizontal de cada espécie no
terreno, ou seja, sua dispersão média (ROSOT et al., 1982), revelando, assim, seu
grau de homogeneidade. Têm-se utilizado a freqüência absoluta, que indica a
percentagem de ocorrência de uma espécie em uma determinada área, e a
freqüência relativa, que indica a percentagem de ocorrência de uma espécie em
relação às demais. A dominância permite medir a potencialidade produtiva da
floresta e constitui um parâmetro útil para determinação da qualidade de sítio
(FINOL URDANETA, 1971). Para uma determinada região fitogeográfica, a
dominância é um bom indicador do estádio de sucessão florestal (SOUZA,
1997). Considera-se dominância absoluta a soma das áreas transversais dos

32
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

troncos dos indivíduos pertencentes a uma determinada espécie e dominância


relativa, a participação, em percentagem, de cada espécie amostrada na expansão
horizontal total (LAMPRECHT, 1964; FINOL URDANETA, 1971). O índice de
valor de cobertura é a soma das densidades e dominâncias relativas de cada
espécie. Para BRAUN-BLANQUET (1979), o índice de valor de cobertura
revela a importância de cada espécie na comunidade, pois a densidade e a
dominância determinam a ocupação da espécie no ecossistema florestal,
independentemente se as árvores se acham isoladas ou agrupadas. O índice de
valor de importância é a soma da freqüência, da densidade e da dominância
relativas de cada espécie. Segundo COTTAM (1949), esse valor revela a
importância ecológica relativa de cada espécie, em cada amostra, melhor do que
qualquer um de seus componentes isoladamente, pois caracteriza a importância
de cada espécie no conglomerado total do povoamento.
A análise da estrutura vertical também permite inferência acerca do
estádio sucessional em que se encontram a espécie e a comunidade. No seu
estudo, são analisados, principalmente, os parâmetros posição sociológica,
regeneração natural e índice de valor de importância ampliado. A posição
sociológica informa sobre a composição florística dos distintos estratos da
floresta, em sentido vertical, e sobre o papel que representam as diferentes
espécies, em cada um deles (LAMPRECHT, 1964). No estudo da posição
sociológica, podem-se considerar as posições sociológicas absoluta e relativa. A
posição sociológica absoluta é a soma dos valores fitossociológicos por espécie,
em cada estrato. A posição sociológica relativa é o valor da posição sociológica
para cada espécie, em percentagem, do total dos valores absolutos. A regeneração
natural é considerada como sendo os descendentes das plantas arbóreas e
constitui o apoio ecológico da sobrevivência do ecossistema florestal. Para
JARDIM (1995), o termo regeneração natural pode ter duplo sentido. Um sentido
dinâmico, no qual significa o processo de regeneração da cobertura vegetal de
uma área, ou um sentido estático, no qual representa os indivíduos da fase jovem
de uma espécie ou de um grupo de espécies. Na análise da regeneração natural,
considera-se como regeneração natural relativa a média aritmética dos valores
das densidade, freqüência e categoria de tamanho relativas da regeneração
(FINOL URDANETA, 1971). O índice de valor de importância ampliado é
obtido, somando-se os valores de densidade, freqüência, dominância, posição
sociológica e regeneração natural relativas.
A análise da estrutura paramétrica permite a quantificação da floresta em
termos de distribuição dos diâmetros, área basal e volume, respectivamente, por
espécie, grupo de espécies, qualidade de fustes e classe de tamanho, vitalidade
das árvores e potencial de comercialização (HOSOKAWA, 1986).
O objetivo desta pesquisa foi estudar a evolução da estrutura de uma
floresta estacional semidecidual (IBGE, 1993), de transição ou tensão ecológica
em contato/encrave, submetida a quatro níveis de redução em área basal, por
meio de análise fitossociológica, envolvendo as estimativas dos parâmetros das
estruturas horizontal e paramétrica, durante um período de dez anos de
monitoramento.

33
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2. MATERIAL E MÉTODOS

A densidade, a freqüência, a dominância e o volume por hectare foram


estimados por tratamento e em cada ocasião de monitoramento. As densidades
absoluta (DA) e relativa (DR) das espécies foram, respectivamente, o número de
indivíduos de uma determinada espécie por hectare (DA = n/ha) e a percentagem
de uma determinada espécie em relação ao total das espécie por hectare
(DR = [DA/ ∑ DA ] x100). A dominância absoluta foi a soma das áreas
transversais dos troncos dos indivíduos pertencentes a uma determinada espécie
(DoA = g/ha) e a dominância relativa, a participação, em percentagem, de cada
espécie amostrada na expansão horizontal total (LAMPRECHT, 1964, FINOL
URDANETA, 1971). A freqüência absoluta foi a percentagem de ocorrência de
uma espécie em uma determinada área (FA = [n/N]x100) e a freqüência relativa
foi a percentagem de ocorrência de uma espécie em relação às demais (FR = [FA
/ΣFA]x100). O índice de valor de cobertura foi obtido pela soma da densidade e
dominância relativas. O índice de valor de importância foi obtido pela soma da
densidade, da freqüência e das dominâncias relativas.
O volume total dos indivíduos, por tratamento e por ocasião de
monitoramento, foi estimado por meio da equação Log (V) = -2,92101 +
1,8901.log(DAP) - 2,71807(1/D), ajustada para a região de Rio Vermelho, por
BELCHIOR (1996).
Para análise da distribuição diamétrica, os indivíduos arbóreos com
DAP ≥ 5,0 cm foram agrupados em classes de DAP com amplitude de 5 cm.
Com os dados de número de árvores observados, por hectare e por classe de
diâmetro, procedeu-se ao ajuste da função de densidade de probabilidades (f.d.p.)
Weibull, da forma:
γ
γ −1  x −α 
−
 γ   x − α  β 

f ( x) =   ⋅   ⋅e
 β  β 

em que
x = variável aleatória (centro da classe diamétrica);
α = parâmetro de localização;
β = parâmetro de escala;
γ = parâmetro de forma.

Como parâmetro de localização, assumiu-se o diâmetro mínimo


mensurado (DAP = 5 cm).
As análises de variância para diâmetro médio, raiz quadrada do número
de árvores, área basal e volume, por ocasião de monitoramento, foram realizadas
conforme descrito anteriormente, no Capítulo 1.

34
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Diâmetro médio, número de árvores, área basal e volume

Os valores de diâmetro médio, número de árvores por hectare, área basal


e volume, por tratamento e por ocasião de monitoramento, estão apresentados no
Quadro 1.
Para o povoamento sem intervenção (tratamento 1), verifica-se que a
evolução dos parâmetros estudados apresentou tendência de estabilização.
Entretanto, observa-se que para os tratamentos 2, 3 e 4, submetidos a cortes
seletivos, a floresta estudada, no decorrer de dez anos de monitoramento, ainda
não recuperou sua estrutura inicial. Tal fato é justificado pelas altas reduções em
diâmetro médio, número de árvores, área basal e volume, que os cortes seletivos
provocaram. A aplicação do tratamento 3 reduziu a área basal em 79,47%, o
número de árvores em 87,17% e o volume em 77,56%. A aplicação do
tratamento 4 reduziu a área basal em 87,33%, o número de árvores em 95,82% e
o volume em 84,89%.
No levantamento inicial, executado em 1986, os tratamentos não
apresentaram diferenças significativas (P > 0,05) em diâmetro médio, por meio
do teste F. Com a aplicação dos tratamentos em 1986, diferenças significativas
em diâmetro médio foram observadas entre os tratamentos e entre o grupo de
tratamentos submetidos a intervenções. Os tratamentos 3 e 4, submetidos a corte
seletivo, foram superiores ao corte raso (tratamento 2), em diâmetro médio. O
tratamento 3, em termos de diâmetro médio, foi inferior ao tratamento 4. Em
1996, após dez anos da intervenção, verificaram-se diferenças significativas entre
os tratamentos e entre os grupos de tratamentos. O tratamento 1 foi superior
estatisticamente ao grupo formado pelos tratamentos submetidos a cortes. O
tratamento 2 foi inferior aos tratamentos submetidos a corte seletivo. O
tratamento 3 foi superior ao tratamento 4.
O comportamento do crescimento em diâmetro médio foi diferenciado
em função do período e do tratamento avaliado, de acordo com a análise de
perfil, em nível de 5% de probabilidade (Figura 1). Portanto, os tratamentos
apresentaram diferentes padrões de crescimento em diâmetro médio. O
tratamento 1 apresentou poucas alterações em termos de diâmetro médio. O
tratamento 2 não apresentou crescimento no período de 1986 a 1988, porém, a
partir de 1988, verificou-se rápido crescimento. O tratamento 3 apresentou
declínio do diâmetro médio a partir do segundo ano após intervenção. Para o
tratamento 4, o comportamento foi similar ao do tratamento 3.
De maneira geral, verificou-se que grandes alterações em diâmetro
médio foram observadas nos povoamentos que sofreram corte seletivo,
explicadas pelo ingrowth de árvores de pequeno porte.

35
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 1 - Diâmetro médio, número de árvores, área basal e volume, conforme os tratamentos e em cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento Variáveis Ocasião de Monitoramento


1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
Diâmetro médio (cm) 9,53 9,53 9,74 9,96 10,20 10,29 10,46
Sem intervenção Número de árvores (N/ha) 1.867,50 1.867,50 2.177,00 2.241,50 2.330,50 2.380,00 2.358,00
Área basal (m2/ha) 13,33 13,33 16,23 17,48 19,04 19,78 20,27
Volume (m3/ha) 87,55 87,55 107,32 116,61 128,47 134,10 138,40

Diâmetro médio (cm) 9,45 0,00 5,67 6,13 6,64 6,88 7,49
Corte raso Número de árvores (N/ha) 1.931,50 0,00 26,00 420,00 1.013,50 1.576,00 1.774,50
Área basal (m2/ha) 13,56 0,00 0,07 1,24 3,51 5,87 7,82
36

Volume (m3/ha) 88,77 0,00 0,28 5,71 17,42 30,24 42,98

Diâmetro médio (cm) 9,39 11,88 12,30 10,77 9,80 9,45 9,54
Redução de 79,47% em área basal Número de árvores (N/ha) 2.505,50 321,50 363,50 612,00 1.023,50 1.310,00 1.519,50
Área basal (m2/ha) 17,36 3,56 4,32 5,58 7,71 9,19 10,86
Volume (m3/ha) 113,18 25,39 31,25 39,05 52,13 60,99 71,97

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Diâmetro médio (cm) 9,24 16,09 14,82 10,05 8,64 8,31 8,45
Redução de 87,33% em área basal Número de árvores (N/ha) 2.438,50 102,00 141,50 447,00 964,50 1.421,00 1.679,50
Área basal (m2/ha) 16,36 2,07 2,44 3,54 5,65 7,70 9,42
Volume (m3/ha) 105,77 15,98 18,79 24,73 36,36 47,95 58,61
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
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Sem Intervenção Corte Raso


12
Diâmetro Médio (cm) 8
10
6
8
B lo c o A
6 4
B lo c o B
4 B lo c o C
B lo c o D
2
2
Mé d ia
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10

Redução de 79,47 % em Área Basal Redução de 87,33 % em Área Basal


14 21
Diâmetro Médio (cm)

12 18
10 15
8 12
6 9
4 6
2 3
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Anos após Intervenção Anos após Intervenção
Anos intervenção

Figura 1 - Diâmetro médio por tratamento em função dos anos após a


intervenção, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-
MG.

Pela análise de variância, verificaram-se, por meio do teste F, diferenças


significativas (P < 0,05) no número de árvores por hectare, entre os tratamentos
no levantamento inicial. Com a implementação das intervenções silviculturais, as
diferenças estatísticas foram observadas entre os tratamentos e os grupos de
tratamentos. No entanto, em 1996, as diferenças foram significativas entre os
tratamentos e entre o grupo formado pelo tratamento 1 e os tratamentos 2, 3 e 4.
O tratamento 1 foi superior ao grupo dos tratamentos 2, 3 e 4. As comparações
entre os demais grupos (2, 3 e 4, e 3 e 4) indicaram que o corte raso foi
semelhante estatisticamente aos cortes seletivos e, também, que os tratamentos 3
e 4 foram estatisticamente iguais, após dez anos.
No levantamento inicial, em 1986, as áreas basais dos tratamentos foram
estatisticamente diferentes em nível de 5% de probabilidade. Com a aplicação
dos tratamentos, também em 1986, diferenças significativas foram observadas
entre os tratamentos e entre o grupo formado pelos tratamentos 1, 2, 3 e 4. Em
1996, as diferenças estatísticas foram iguais às encontradas em 1986, após a
intervenção. Logo, o tratamento 1 foi superior aos tratamentos 2, 3 e 4. O corte
raso foi similar ao grupo dos tratamentos submetidos ao corte seletivo, indicando
que as intervenções realizadas foram bastante drásticas. Os tratamentos 3 e 4
foram estatisticamente iguais.

37
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Por meio da análise de perfil, verificou-se que os tratamentos não


apresentaram paralelismo (P < 0,05) pelo critério de Wilks, ou seja, o
comportamento foi diferenciado em função do período e do tratamento avaliado
(Figura 2). Este resultado indica que os tratamentos apresentaram diferentes
padrões de crescimento em área basal. O tratamento 1 apresentou pequenos
crescimentos a partir de 1992. O tratamento 2 não apresentou crescimento no
período de 1986 a 1988, porém, a partir de 1990, verificou-se rápido
crescimento. O tratamento 3 apresentou maiores crescimentos a partir do sexto
ano após a intervenção. Para o tratamento 4, observou-se baixo crescimento após
dois anos de intervenção, com aceleração após o sexto ano.

Sem intervenção 12 Corte Raso


24
Basal (m2/ha)

20 10
(m2/ha)

16 8
ÁreaBasal

12 6
B lo c o A
8 B lo c o B 4
Área

B lo c o C
B lo c o D
4 Mé d ia
2
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10

Redução de 79,47 % em Área Basal Redução de 87,33 % em Área Basal


12 12
(m2/ha)
Basal (m2/ha)

10 10
8 8
Área Basal

6 6
4 4
Área

2 2
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Anos após Intervenção Anos após Intervenção

Figura 2 - Área basal por tratamento em função dos anos após a intervenção,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

A Figura 3 ilustra a recuperação em área basal dos povoamentos


submetidos aos tratamentos 2, 3 e 4, em relação ao povoamento sem
intervenção. Verificou-se que, em dez anos, os povoamentos submetidos a cortes
ainda não recuperaram a área basal, porém, observou-se que, a partir de 1990, a
taxa de crescimento desses povoamentos teve uma tendência linear, enquanto o
povoamento sem intervenção apresentou tendência de estabilização. A não-
recuperação da área basal pelos povoamentos submetidos a intervenções, em dez
anos, está diretamente relacionada às intensidades de corte, que foram bastante
altas.

38
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Redução em Área Basal

0,00% 100,00%
79,47% 87,33%
25

Basal(m2/ha)
(m2/ha)
20

15
ÁreaBasal
10
Área

0
0 2 4 6 8 10
Anos após Intervenção

Figura 3 - Recuperação da área basal dos povoamentos submetidos a cortes, em


relação ao povoamento sem intervenção, em função dos anos após
intervenção, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas, MG.

A análise de variância do volume e a análise de perfil produziram


resultados semelhantes aos encontrados para área basal (Figura 4).

Bloc o A
Bloc o B
Bloc o C
Bloc o D
Sem Intervenção Mé dia
Corte Raso
180 60
(m3/ha)
3/ha)

150 50
120 40
Volume (m

90 30
60 20
30 10
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10

Redução de 79,47 % em Área Basal Redução de 87,33 % em Área Basal


60 60
50
Volume (m3/ha)

50
(m3/ha)

40 40
30 30
Volume

20 20
10 10
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Anos após Intervenção Anos após Intervenção

Figura 4 - Volume por tratamento em função dos anos após a intervenção,


municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

39
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3.2. Dinâmica da densidade

3.2.1. Dinâmica da densidade total

Os valores de número de árvores por classe diamétrica, correspondentes


aos tratamentos 1 e 2 e 3 e 4, estão apresentados nas Figuras 5 e 6,
respectivamente. As mudanças no número de árvores estão relacionadas
principalmente com a intensidade dos cortes seletivos. A aplicação dos
tratamentos 2, 3 e 4 provocou maiores aumentos na densidade total, no decorrer
dos dez anos de monitoramento.

Tratamento 1

1800 1986 antes


1600 1986 após
Número de Árvores (N/ha)

1400 1988
1200 1990
1000 1992
800 1994
600 1996
400
200
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5

Tratamento 2

1800
1600
Número de Árvores/ha

1400
1200
1000
800
600
400
200
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5

Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 5 - Número de árvores por classe diamétrica, para os tratamentos 1 e 2,


correspondente a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

40
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Tratamento 3

2000

1986 antes
Número de Árvores (N/ha)

1500
1986 após
1988
1000 1990
1992
1994
500
1996

0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 67,5 72,5

Tratamento 4

2000
Número de Árvores/ha

1500

1000

500

0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 57,5 62,5

Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 6 - Número de árvores por classe diamétrica, para os tratamentos 3 e 4,


correspondente a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

Para o povoamento sem intervenção (tratamento 1), foram observados


1.867,5 índivíduos arbóreos/ha, no levantamento inicial (Figura 5), e após dois
anos, o número de árvores por hectare foi de 2.177,0, representando um
acréscimo de 16,57% em relação à ocasião anterior. Todas as classes diamétricas
apresentaram aumento em número de árvores, exceto a classe 42,5 cm. Após
quatro anos, observaram-se 2.241,5 árvores/ha, o que corresponde a aumentos de
20,03 e 2,96%, em relação ao levantamento inicial e aos dois anos de
monitoramento, respectivamente. Verificou-se que o aumento do número de
árvores, em relação à observação de 1988, foi bastante reduzido. Apenas a
classe 37,5 cm apresentou redução em número de árvores, em virtude da
passagem de 0,5 árvore/ha para a classe 42,5 cm. Após seis, oito e dez anos,

41
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foram observadas, respectivamente, 2.330,5 (24,79 e 3,97%), 2.380,0 (27,44 e


2,12%) e 2.358,0 (26,27 e -1,00%) árvores/ha. Notou-se recuperação do número
de árvores em 1992, porém, queda em 1994 e decréscimo real no número de
árvores em 1996. Em 1992, verificou-se a formação da classe de 47,5 cm. A
redução do número de árvores em 1996 é explicada pelo balanço entre o
ingrowth e a mortalidade, havendo nessa ocasião maior número de árvores
mortas do que ingresso de árvores. Tal fato pode ser verificado nas reduções
ocorridas nas classes 7,5, 17,5 e 37,5 cm.
No povoamento submetido ao tratamento 2, antes da intervenção em
1986, obtiveram-se 1.931,5 árvores/ha (Figura 5). Após dois anos, observaram-se
26 árvores/ha, na classe 7,5 cm, correspondendo a uma recuperação de 1,35% no
número de árvores do levantamento inicial. Com quatro anos, observaram-se
420 árvores/ha, o que representa recuperação de 21,74% do número de árvores
do levantamento inicial e acréscimo de 1.515,38% em relação à ocasião anterior.
As classes 7,5 e 12,5 cm correspondem a 99,64 e 0,36% do número de árvores
total, respectivamente. Na ocasião de monitoramento de 1992, obtiveram-se
1.013,5 árvores/ha, o que corresponde à recuperação de 52,37% e ao aumento de
141,31%, em relação à observação de 1990. Nesta ocasião, houve a recuperação
da classe 17,5 cm. Após oito anos, o número de árvores por hectare foi de
1.576,0, correspondendo a 81,59% de recuperação e 52,79% de acréscimo, em
relação a 1992. Nota-se que em todas as classes diamétricas foram encontrados
aumentos consideráveis em número de árvores. Após dez anos, verificaram-se
1.774,5 árvores/ha, representando recuperação de 91,87% e aumento de 12,60%,
em relação a 1994. Observa-se que, para o tratamento 2, as classes diamétricas,
ao final do período de dez anos de monitoramento, foram apenas quatro,
enquanto foram observadas oito no levantamento inicial.
Para o povoamento submetido ao tratamento 3, foi observada, no
levantamento inicial, uma média de 2.505,5 árvores/ha, distribuídas em nove
classes diamétricas (Figura 6). Com a aplicação desse tratamento, remanesceram
321,5 árvores/ha, correspondendo a 12,83% da densidade total do levantamento
inicial. As classes 67,5 e 72,5 cm foram reduzidas em 100,0%. Após dois anos,
houve recuperação de 14,50% do número de árvores/ha do levantamento inicial e
acréscimo de 13,06%, em relação à observação de 1988. Para todas as classes
diamétricas foram encontrados aumentos em número de árvores. Com quatro
anos, foram obtidas 612,0 árvores/ha, representando recuperação de 24,43% e
acréscimo de 68,36%. Apenas a classe 32,5 cm permaneceu estável. Após seis
anos, observaram-se 1.023,5 árvores/ha, correspondendo a 40,85% do número de
árvores do levantamento inicial e ao aumento de 67,24%, em relação a 1990.
Neste ano, nota-se a recuperação da classe 42,5 cm. A classe 32,5 cm foi a única
a apresentar redução em número de árvores. Após oito anos, verificaram-se
1.310,0 árvores/ha, o que corresponde à recuperação no número de árvores
inicial de 52,28% e ao aumento de 27,99%, em relação à ocasião anterior. Para as
classes 17,5, 32,5 e 42,5 cm foram observadas reduções, sendo de 1,60, 50,00 e
50,00%, respectivamente. Com dez anos, a recuperação, em relação ao
levantamento inicial, foi de 60,65% e o aumento, em relação a 1994, foi de
15,99%. Nesta ocasião, apenas a classe 37,5 cm apresentou redução em número

42
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

de árvores, sendo de 66,67%, a qual foi devida principalmente ao upgrowth para


classe diamétrica de 42,5 cm.
Para o povoamento submetido ao tratamento 4, no levantamento inicial,
foram observadas 2.438,5 árvores/ha, distribuídas em nove classes diamétricas
(Figura 6). Com a aplicação desse tratamento, ocorreu redução de 99,96% no
número de árvores por hectare, remanescendo apenas 102 árvores, distribuídas
em cinco classes. Após dois anos, houve aumento de 38,73% sobre o número de
árvores remanescentes, correspondendo à recuperação de 5,80%, em relação ao
levantamento inicial. Foram recuperadas as classes diamétricas 7,5 e 32,5 cm.
Em 1990, observaram-se 447,0 árvores/ha, correspondendo a 18,33% de
recuperação e ao aumento de 215,90%, em relação a 1988. Para a classe 17,5 cm
foi observada redução de 5,08%. Com a movimentação da classe 57,5 cm e com
o seu conseqüente desaparecimento, foi formada a classe diamétrica de 62,5 cm.
Após seis anos, foram encontradas 964,5 árvores/ha, distribuídas em sete classes
diamétricas, com a recuperação da classe 37,5 cm. Nessa ocasião, verificaram-se
recuperação de 38,50% e aumento de 115,77%, em relação a 1990. Após oito
anos, foram observadas 1.421,0 árvores/ha, significando recuperação de 56,72%
e aumento de 47,33%. As classes diamétricas observadas nesse período foram as
mesmas verificadas em 1992, apenas com redução de 14,29% na classe 32,5 cm.
Em 1996, foram encontradas 1.679,5 árvores/ha, correspondendo à recuperação
de 67,03% e ao aumento de 18,19%. Nessa ocasião, apenas para a classe 22,5 cm
foi observada redução, sendo de 4,76%, em relação ao número de árvores por
hectare.

3.2.2. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento sem intervenção

As espécies de maiores valores de densidades absoluta e relativa


(densidade relativa ≥ 3,00) no povoamento sem intervenção (tratamento 1),
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão apresentadas no
Quadro 2.
No tratamento 1, Mabea fistulifera foi a espécie de maior densidade, com
193,5 árvores/ha, sendo 10,36% da densidade total; seguida por Byrsonima sp.3,
com 103,5 árvores/ha e 5,54% da densidade total; Dalbergia nigra e Myrcia
rostrata, ambas com 96 árvores/ha e 5,14% da densidade total; grupo das
desconhecidas, com 90 árvores/ha e 4,82% da densidade total; Piptadenia
gonoacantha e Jacaranda macrantha, ambas com 64 árvores/ha e 3,43% da
densidade total; e Casearia sp., com 56 árvores/ha e representando 3,00% da
densidade total. Após dois anos, as espécies de maiores densidades foram as
mesmas verificadas no levantamento inicial. Após quatro anos, além das espécies
observadas anteriormente, destacou-se, em densidade, araçá com 71 árvores/ha,
apresentando aumento de 61,36% no número de árvores, em relação a 1986.
Após seis, oito e dez anos, as espécies de maiores densidades foram as mesmas
após quatro anos. As espécies Myrcia rostrata, Piptadenia gonoacantha,
Dalbergia nigra e Jacaranda macrantha apresentaram tendência de decréscimo
em termos relativos de densidade, enquanto as demais aumentaram suas
participações, em todas as ocasiões.

43
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 2 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa (DR) no tratamento sem intervenção, correspondentes
a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %

Mabea fistulifera 193,5 10,36 193,5 10,36 220,5 10,13 234,0 10,44 249,0 10,68 264,5 11,11 273,5 11,60
Byrsonima sp.3 103,5 5,54 103,5 5,54 119,0 5,47 128,0 5,71 141,0 6,05 144,5 6,07 147,0 6,23
Dalbergia nigra 96,0 5,14 96,0 5,14 103,5 4,75 103,5 4,62 108,0 4,63 105,5 4,43 96,0 4,07
44

Myrcia rostrata 96,0 5,14 96,0 5,14 111,0 5,10 97,0 4,33 82,0 3,52 70,0 2,94 57,5 2,44
Grupo das desconhecidas 90,0 4,82 90,0 4,82 113,5 5,21 121,5 5,42 132,0 5,66 129,0 5,42 134,5 5,70
Jacaranda macrantha 64,0 3,43 64,0 3,43 73,0 3,35 75,5 3,37 82,0 3,52 82,0 3,45 77,0 3,27
Piptadenia gonoacantha 64,0 3,43 64,0 3,43 71,5 3,28 74,0 3,30 74,0 3,18 75,0 3,15 71,0 3,01
Casearia sp. 56,0 3,00 56,0 3,00 64,5 2,96 70,0 3,12 76,5 3,28 82,0 3,45 84,5 3,58

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Araçá (Myrtaceae) 44,0 2,36 44,0 2,36 63,5 2,92 71,0 3,17 78,5 3,37 89,5 3,76 92,0 3,90
Subtotal 807,0 43,22 807,0 43,22 940,0 43,17 974,5 43,48 1.023,0 43,89 1.042,0 43,78 1.033,0 43,8
Demais espécies 1.060,5 56,78 1.060,5 56,78 1.237,0 56,83 1.267,0 56,52 1.307,5 56,11 1.338,0 56,22 1.325,0 56,20

Total 1.867,5 100,00 1.867,5 100,00 2.177,0 100,00 2.241,5 100,00 2.330,5 100,00 2.380,0 100,00 2.358,0 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
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3.2.3. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento submetido a corte


raso

As espécies de maiores valores de densidades absoluta e relativa, no


povoamento submetido a corte raso (tratamento 2), correspondentes a cada
ocasião de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 3.
No povoamento submetido a corte raso, o grupo das desconhecidas
apresentou maior densidade, com 322,0 árvores/ha, e representando 16,67%
da densidade total; seguida por Mabea fistulifera, com 158,5 árvores/ha e
8,21% da densidade total; Dalbergia nigra, com 100,0 árvores/ha e 5,18% da
densidade total; Piptadenia gonoacantha, com 96,0 árvores/ha e 4,97% da
densidade total; Myrcia rostrata, com 74,5 árvores/ha e 3,86% da densidade
total; Byrsonima sp.3, com 70,0 árvores/ha e 3,62% da densidade total; araçá,
com 63,0 árvores/ha e 3,26% da densidade total; e Vismia ferruginea, com
62,5 árvores/ha e 3,24% da densidade total. Em 1988, destacaram-se as
espécies Aloysia virgata, Cassia ferruginea, Plathymenia foliolosa,
Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera, Astronium fraxinifolium,
Pouteria sp. e Ilex sp. Em 1990, destacaram-se Mabea fistulifera, Aloysia
virgata, Plathymenia foliolosa, Stryphnodendron cf. guianense, Piptadenia
gonoacantha, Cassia ferruginea, Astronium fraxinifolium, grupo das
desconhecidas, Anadenanthera colubrina e Jacaranda macrantha. Na ocasião
de monitoramento de 1992, as espécies com maiores aumentos em densidade
foram Mabea fistulifera, com aumento de 193,14%; Piptadenia gonoacantha,
de 174,58%; grupo das desconhecidas, de 174,36%; e Byrsonima sp.3, de
712,25%. Em 1994, destacaram-se as mesmas espécies da ocasião anterior,
porém as espécies Cassia ferruginea e Stryphnodendron cf. guianense tiveram
suas densidades relativas reduzidas a valores menores que 3%. Em 1996, as
mesmas espécies de 1994 surgiram com as maiores densidades, acrescidas de
Casearia sp., Dalbergia nigra e Myrcia rostrata.

3.2.4. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento com redução de


79,47% em área basal

As espécies de maiores valores de densidades absoluta e relativa


(DR ≥ 3,00) no povoamento com redução de 79,47% em área basal
(tratamento 3), correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão
apresentadas no Quadro 4.

45
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 3 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa (DR) no tratamento de corte raso, correspondentes a
cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Grupo das desconhecidas 322,0 16,67 19,5 4,64 53,5 5,28 77,5 4,92 88,5 4,99
Mabea fistulifera 158,5 8,21 2,0 7,69 51,0 12,14 149,5 14,75 229,5 14,56 274,5 15,47
Dalbergia nigra 100,0 5,18 12,5 2,98 27,5 2,71 47,0 2,98 57,0 3,21
Piptadenia gonoacantha 96,0 4,97 3,0 11,54 29,5 7,02 81,0 7,99 104,5 6,63 107,0 6,03
Myrcia rostrata 74,5 3,86 2,0 0,48 14,5 1,43 42,5 2,70 56,0 3,16
Byrsonima sp.3 70,0 3,62 12,0 2,86 97,5 9,62 189,5 12,02 205,0 11,55
46

Araça (Myrtaceae) 63,0 3,26 0,5 0,12 1,0 0,10 2,5 0,16 3,0 0,17
Vismia ferruginea 62,5 3,24 0,0 0,00 2,5 0,25 7,0 0,44 8,5 0,48
Aloysia virgata 45,5 2,36 6,0 23,08 45,5 10,83 66,0 6,51 75,5 4,79 75,5 4,25
Casearia sp. 40,5 2,10 1,5 0,36 18,0 1,78 44,5 2,82 67,0 3,78
Jacaranda macrantha 40,5 2,10 13,5 3,21 32,0 3,16 50,0 3,17 59,5 3,35
Astronium fraxinifolium 33,5 1,73 1,5 5,77 22,0 5,24 37,5 3,70 51,5 3,27 63,0 3,55
Cassia feruginea 27,5 1,42 5,0 19,23 27,5 6,55 34,0 3,35 38,0 2,41 33,5 1,89

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Anadenanthera colubrina 24,5 1,27 16,0 3,81 16,0 1,58 16,5 1,05 16,5 0,93
Plathymenia foliolosa 24,5 1,27 4,5 17,31 34,0 8,10 42,5 4,19 52,0 3,30 51,5 2,90
Stryphnodendron cf. guianense 15,5 0,80 0,5 1,92 30,5 7,26 37,0 3,65 39,0 2,47 27,5 1,55
Pouteria sp. 8,0 0,41 1,0 3,85 1,0 0,24 1,0 0,10 1,0 0,06 1,0 0,06
Subtotal 1.206,5 62,47 23,5 90,39 318,5 75,84 711,0 70,15 1.068,0 67,75 1.194,5 67,32
Demais espécies 725,0 37,53 2,5 9,61 101,5 24,16 302,5 29,85 508,0 32,25 580,0 32,68
Total 1.931,5 100,00 26,0 100,00 420,0 100,00 1.013,5 100,00 1.576,0 100,00 1.774,5 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
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Quadro 4 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa (DR) no tratamento com redução de 79,47% em área
basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Grupo das desconhecidas 346,5 13,83 12,0 3,73 9,5 2,61 9,0 1,47 17,0 1,66 23,5 1,79 36,5 2,40
Mabea fistulifera 212,5 8,48 9,5 2,95 9,5 2,61 27,5 4,49 94,5 9,23 144,0 10,99 173,0 11,39
Jacaranda macrantha 137,5 5,49 8,0 2,49 11,0 3,03 29,0 4,74 49,5 4,84 57,5 4,39 64,0 4,21
Machaerium triste 128,0 5,11 21,0 6,53 21,5 5,91 23,5 3,84 32,5 3,18 40,5 3,09 44,5 2,93
Myrcia rostrata 106,5 4,25 7,5 2,33 5,0 1,38 4,0 0,65 10,5 1,03 20,5 1,56 18,0 1,18
Aloysia virgata 98,5 3,93 6,5 2,02 7,5 2,06 16,5 2,70 35,0 3,42 40,0 3,05 47,0 3,09
47

Piptocarpha macropoda 77,5 3,09 3,5 1,09 3,5 0,96 3,0 0,49 5,5 0,54 7,5 0,57 8,5 0,56
Cecropia sp. 67,0 2,67 7,5 2,06 27,5 4,49 34,0 3,32 36,0 2,75 39,0 2,57
Inga alba 64,5 2,57 6,0 1,87 7,5 2,06 19,0 3,10 32,5 3,18 38,5 2,94 41,0 2,70
Melanoxylon brauna 41,5 1,66 13,0 4,04 14,5 3,99 14,5 2,37 16,0 1,56 21,5 1,64 23,5 1,55
Piptadenia gonoacantha 41,5 1,66 5,5 1,71 10,5 2,89 47,5 7,76 69,0 6,74 80,5 6,15 80,5 5,30
Uva (Meliaceae) 39,5 1,58 8,0 2,49 10,5 2,89 18,5 3,02 44,0 4,30 58,0 4,43 71,0 4,67
Cassia ferruginea 38,0 1,52 5,5 1,71 9,0 2,48 23,5 3,84 32,5 3,18 34,5 2,63 34,0 2,24
Casearia sp. 36,0 1,44 7,5 2,33 8,5 2,34 10,0 1,63 40,0 3,91 62,0 4,73 87,5 5,76

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Astronium fraxinifolium 33,5 1,34 12,5 3,89 12,5 3,44 21,5 3,51 30,0 2,93 39,5 3,02 46,5 3,06
Guatteria australis 25,5 1,02 9,5 2,95 11,0 3,03 12,0 1,96 15,0 1,47 18,0 1,37 19,0 1,25
Subtotal 1.494,0 59,64 135,5 42,13 159,0 43,74 306,5 50,06 557,5 54,49 722,0 55,10 833,5 54,86
Demais espécies 1.011,5 40,36 186,0 57,87 204,5 56,26 305,5 49,94 466,0 45,51 588,0 44,90 686,0 45,14
Total 2.505,5 100,00 321,5 100,00 363,5 100,00 612,0 100,00 1.023,5 100,00 1.310,0 100,00 1.519,5 1.00,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
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No levantamento inicial, o grupo das desconhecidas apresentaram maior


densidade, seguida de Mabea fistulifera, Jacaranda macrantha, Machaerium
triste, Myrcia rostrata, Aloysia virgata e Piptocarpha macropoda (Quadro 4).
Com a aplicação do tratamento 3, passaram a predominar Machaerium triste,
Melanoxylon brauna, Astronium fraxinifolium, grupo das desconhecidas e
Vernonia diffusa. Em 1988, além das espécies anteriormente citadas,
verificaram-se ainda as espécies Jacaranda macrantha e Guatteria australis. Foi
observado que essas espécies tiveram pequeno decréscimo em densidade relativa,
exceto Jacaranda macrantha e Guatteria australis, que não apareceram em
destaque após a aplicação desse tratamento. Em 1990, ocorreu grande mudança
em termos de espécies. A espécie de maior participação em densidade passou a
ser Piptadenia gonoacantha, seguida por Jacaranda macrantha, Mabea
fistulifera, Cecropia sp., Machaerium triste, Cassia feruginea, Astronium
fraxinifolium, Inga alba e uva. Para estas espécies, exceto Machaerium triste, foi
observado aumento médio em densidade, superior a 63,36%. Em 1992, em
termos de espécies, houve algumas alterações na ordem, de acordo com a
densidade relativa. Neste caso, para Mabea fistulifera foi observada maior
densidade, seguida por Piptadenia gonoacantha, Jacaranda macrantha, uva,
Casearia sp., Myrcia rostrata, Cecropia sp., Machaerium triste e Inga alba. Em
1994, em relação a 1992, as alterações foram pequenas, reaparecendo Astronium
fraxinifolium e Aloysia virgata. Para as espécies Inga alba, Cecropia sp. e Cassia
ferruginea, foram observadas reduções nas densidades relativas, sendo de menos
de 3,00%. Em 1996, as espécies de maiores densidades foram as mesmas
espécies de 1994, excetuando-se Machaerium triste, que teve densidade
reduzida de 3,09 para 2,93%. Verificou-se, de modo geral, que apesar da
diminuição da densidade em termos relativos, as espécies apresentaram aumento
no número de árvores por hectare.

3.2.5. Dinâmica da densidade de espécies no povoamento com redução de


87,33% em área basal

As espécies de maiores valores de densidades absoluta e relativa no


povoamento com redução de 87,33% em área basal (tratamento 4),
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão apresentadas no
Quadro 5.
Em 1986, no levantamento inicial, o grupo das desconhecidas apresentou
maior densidade, seguida por Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha, Myrcia
rostrata, Aloysia virgata, Jacaranda macrantha, Dalbergia nigra, Machaerium
triste e Vismia ferruginea. Com a aplicação do tratamento 4, Machaerium triste
foi a espécie de maior densidade, seguida por Piptadenia gonoacantha,
Sclerolobium sp., Aloysia virgata, Astronium fraxinifolium, Dalbergia nigra,
Machaerium nictitans e Miconia candolleana. Em 1988, ocorreu aumento de
38,73% sobre o número de árvores remanescentes, correspondendo à recuperação
de 5,80%, em relação ao levantamento inicial. Destacaram-se as espécies
Piptadenia gonoacantha, Machaerium triste, Sclerolobium sp., Aloysia virgata,

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Astronium fraxinifolium, Cassia ferruginea e Miconia candolleana. Em 1990,


observaram-se 447,0 árvores/ha, que corresponde a 18,33% de recuperação e ao
aumento de 215,90%, em relação a 1988. Em relação às espécies, houve
mudanças consideráveis. Sclerolobium sp. e Miconia candolleana tiveram suas
densidades bastante reduzidas. Mabea fistulifera apresentou aumento bastante
considerável, passando de 0,71% em 1988 para 8,84% em 1990, o que
corresponde ao aumento de 3850,0%. Inga alba apresentou aumento de
875,0%, seguido por Jacaranda macrantha, 600,0%, e Annona cacans,
357,14%. Machaerium triste apresentou decréscimo em densidade relativa de
8,13% para 3,02%, porém obteve aumento em densidade absoluta de 17,79%.
As demais espécies verificadas em 1988 apresentaram poucas modificações
em termos de densidade. Em 1992, foram observadas 964,5 árvores/ha. Nesta
ocasião, verificaram-se recuperação de 38,50% e aumento de 115,77%, em
relação a 1990. Em termos de espécies, verificou-se que Byrsonima sp.3
apresentou aumento de 1.121,67% em densidade absoluta, seguida por Mabea
fistulifera, com 237,97%. As espécies Piptadenia gonoacantha e Machaerium
triste apresentaram diminuição significativa em densidade relativa. As demais
espécies verificadas em 1990 apresentaram mudanças menores, sempre com
tendência de diminuição das densidades relativas. Em 1994, 1.421,0 árvores/ha
foram observadas, o que significa recuperação de 56,72% e aumento de 47,33%.
As espécies de maiores densidades foram as mesmas da ocasião anterior.
Verificou-se que a maioria das espécies apresentaram decréscimo em termos de
densidade relativa, excetuando-se Mabea fistulifera, Byrsonima sp.3 e Casearia
sp. Em 1996, foram obtidas 1.679,5 árvores/ha, correspondendo à recuperação de
67,03% e ao aumento de 18,19%. As espécies que apresentaram maiores
densidades em 1994 foram as mesmas de 1996. Mabea fistulifera,
Byrsonima sp.3, Casearia sp. e Astronium fraxinifolium aumentaram suas
participações, enquanto Piptadenia gonoacantha, uva, Aloysia virgata e Inga
alba apresentaram reduções.

3.3. Dinâmica da dominância ou área basal

A dominância absoluta ou área basal por hectare, para cada classe


diamétrica, por tratamentos e por ocasião de monitoramento, está ilustrada nas
Figuras 7 e 8. A área basal foi reduzida drasticamente na aplicação dos
tratamentos, exceto no tratamento 1.

49
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 5 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa (DR) no tratamento com redução de 87,33% em área
basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Grupo das desconhecidas 349,5 14,33 2,0 1,96 1,5 1,06 6,5 1,45 19,5 2,02 39,5 2,78 53,5 3,19
Mabea fistulifera 234,0 9,60 1,0 0,98 1,0 0,71 39,5 8,84 133,5 13,84 202,5 14,25 247,5 14,74
Piptadenia gonoacantha 148,0 6,07 8,5 8,33 36,0 25,44 121,5 27,18 170,0 17,63 199,5 14,04 191,5 11,40
Myrcia rostrata 139,5 5,72 3,0 2,94 1,5 1,06 5,0 1,12 24,5 2,54 32,5 2,29 39,5 2,35
Aloysia virgata 129,5 5,31 6,0 5,88 6,5 4,59 19,0 4,25 44,0 4,56 53,0 3,73 54,5 3,25
Jacaranda macrantha 108,0 4,43 1,5 1,47 3,0 2,12 21,0 4,70 43,5 4,51 60,5 4,26 71,5 4,26
51

Miconia candolleana 8,0 0,33 4,5 4,41 4,5 3,18 4,0 0,89 3,5 0,36 6,0 0,42 6,5 0,39
Dalbergia nigra 104,0 4,26 4,0 3,92 3,5 2,47 8,5 1,90 22,5 2,33 37,0 2,60 49,5 2,95
Machaerium triste 85,0 3,49 12,0 11,76 11,5 8,13 13,5 3,02 23,0 2,38 33,5 2,36 32,5 1,94
Vismia ferruginea 82,0 3,36 4,0 3,92 2,5 1,77 2,0 0,45 5,0 0,52 12,5 0,88 21,0 1,25
Machaerium nictitans 52,5 2,15 4,0 3,92 4,0 2,83 6,5 1,45 11,0 1,14 16,0 1,13 21,0 1,25
Casearia sp. 50,0 2,05 0,5 0,49 0,5 0,35 6,0 1,34 31,5 3,27 55,5 3,91 78,5 4,67
Inga alba 49,0 2,01 1,5 1,47 2,0 1,41 19,5 4,36 35,5 3,68 45,5 3,20 48,0 2,86
Astronium fraxinifolium 46,0 1,89 5,0 4,90 6,0 4,24 20,5 4,59 36,5 3,78 47,5 3,34 61,0 3,63

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Annona cacans 42,0 1,72 1,5 1,47 3,5 2,47 16,0 3,58 18,5 1,92 21,5 1,51 22,0 1,31
Byrsonima sp.3 34,0 1,39 2,0 1,96 2,0 1,41 3,0 0,67 39,5 4,10 82,0 5,77 103,0 6,13
Cassia ferruginea 31,0 1,27 1,5 1,47 6,0 4,24 23,0 5,15 33,0 3,42 35,5 2,50 33,5 1,99
Uva (Meliaceae) 23,0 0,94 2,5 2,45 6,5 4,59 19,0 4,25 35,0 3,63 45,0 3,17 51,0 3,04
Sclerolobium sp. 22,0 0,90 7,0 6,86 7,0 4,95 8,0 1,79 9,5 0,98 12,0 0,84 15,5 0,92
Subtotal 1.737,0 71,22 72,0 70,56 109,0 77,02 362,0 80,98 739,0 76,61 1037,0 72,98 1.201,0 71,52
Demais espécies 701,5 28,78 30,0 29,44 32,5 22,98 85,0 19,02 225,5 23,39 384,0 27,02 478,5 28,48
Total 2.438,5 100,00 102,0 100,00 141,5 100,00 447,0 100,00 964,5 100,00 1.421,0 100,00 1.679,5 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Tratamento 1

6 1986 antes
Basal(m2/ha)
(m2/ha)

5 1986 após
1988
4
ÁreaBasal

1990
3
1992
Área

2 1994
1 1996

0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5

Tratamento 2

7
6
(m2/ha)
2/ha)

5
Basal (m

4
Área Basal

3
Área

2
1
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5
Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 7 - Área basal por classe diamétrica, para os tratamentos 1 e 2,


correspondente a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

51
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Tratamento 3

8
1986 antes
7 1986 após
Basal(m2/ha)

6
(m2/ha)

1988
5 1990
ÁreaBasal

4 1992
3 1994
Área

2 1996

1
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 52,5 57,5 62,5 67,5 72,5

Tratamento 4

7
6
(m2/ha)
2/ha)

5
Basal (m

4
Área Basal

3
Área

2
1
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 52,5 57,5 62,5
Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 8 - Área basal por classe diamétrica, para os tratamentos 3 e 4,


correspondente a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

52
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Como o tratamento 1 não sofreu intervenção, as variações encontradas


com o tempo são devidas, principalmente, ao balanço entre a mortalidade e o
ingrowth. A área basal média observada no tratamento 1, no levantamento
inicial, foi de 13,33 m2/ha. Em 1988, a área basal aumentou para 16,23 m2/ha,
representando elevação de 21,78%. O maior aumento foi para a classe
diamétrica de 37,5 cm (68,95%) e o menor, para a classe 42,5 cm (2,91%).
Para a classe 32,5 cm houve redução de 11,53%, por causa da mudança de
classe de indivíduos para a classe posterior, não compensada pelo upgrowth
da classe anterior. Em 1990, houve aumento de 31,10% em área basal, em
relação ao levantamento inicial, e de 7,66%, em relação a 1988, atingindo
17,48 m2/ha. Em relação a 1988, a classe 42,5 cm foi a que apresentou o maior
aumento (81%), explicado pelo upgrowth da classe 37,5 cm, a qual apresentou
redução de 20%. Na ocasião de monitoramento de 1992, a área basal foi de
19,0407 m2/ha, representando aumentos de 42,85 e 8,96%, em relação ao
levantamento inicial e à ocasião anterior, respectivamente. Em relação a 1990,
houve o aparecimento da classe 47,5 cm, em virtude do upgrowth da classe
42,5 cm, para a qual foi observada redução de 53,83%. A classe 37,5 cm
apresentou, também, em função do movimento de indivíduos da classe
32,5 cm (- 9,27%), 100, 53% de aumento em área basal. Em 1994, foi
observada uma área basal de 19,7811 m2/ha, correspondendo a aumentos de
48,40% e 3,89%, respectivamente, em relação ao levantamento inicial e à
ocasião anterior. Verificou-se que ocorreu tendência de estagnação do
crescimento em área basal. Para as classes 42,5 e 47,5 cm, em relação a
1992, não foram observadas modificações, ocorrendo redução de 8,97% na
classe 27,5 cm e, conseqüentemente, aumento de 25,71% na classe 32,5 cm.
Observou-se, ainda, que o upgrowth da classe 32,5 cm foi compensado pelo
upgrowth da classe 27,5 cm, tendo em vista que para a classe 37,5 cm foi
encontrado o aumento de 27,80%. Em 1996, confirmou-se a tendência de
estagnação de crescimento em área basal. Houve aumento de apenas 2,49%,
com área basal de 20,27 m2/ha. Verificou-se que, no período de dez anos de
monitoramento (1986-1996), o aumento foi de 52,10%.
Considerando que a floresta estudada tinha, segundo JESUS e GARCIA
(1992), aproximadamente 15 anos, pode-se afirmar que o ciclo de corte está entre
25 e 30 anos, baseando-se apenas no alcance da estagnação do crescimento em
área basal. Observaram-se reduções de 0,09, 0,01 e 52,04%, respectivamente, nas
classes diamétricas 7,5, 17,5 e 37,5 cm. A redução na classe inicial indica que o
ingrowth não compensou o upgrowth. A elevada redução na classe 37,5 cm foi a
responsável pelo aumento de 412,75% na classe 42,5 cm.
A área basal média do tratamento 2, em 1986, antes do corte raso, foi de
13,56 m2/ha (Figura 7). Dois anos após a intervenção (corte raso), a área basal foi
recuperada em apenas 0,49%. Em 1990, a área basal obtida foi de 1,24 m2/ha,
correspondendo a 9,14% da área basal do levantamento inicial. Em relação a
1988, houve aumento de 1.882,28%. Em 1992, verificou-se uma área basal de
3,51 m2/ha. Houve recuperação de 25,88% da área basal do levantamento inicial
e aumento de 183,12%, em relação a 1990. Na ocasião de monitoramento de
1994, observou-se que a recuperação da área basal foi de 43,28% e o aumento foi

53
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de 67,22%. Em 1996, a área basal foi de 7,82 m2/ha, correspondendo a 57,66%


de reposição e aumento de 33,22%, em relação a 1994. Caso a tendência verifi-
cada nesses dez anos seja mantida, estima-se que a área basal será reposta em
17,5 anos. Observou-se, ainda, que as classes 27,5 e 32,5 cm não apresentaram
recuperação. Para todas as ocasiões de monitoramento e classes diamétricas,
houve aumento em área basal.
Observa-se (Figura 8) que a área basal no levantamento inicial (1986),
para o tratamento 3, foi de 17,36 m2/ha. Com a intervenção, a área basal foi
reduzida a 3,56 m2/ha, remanescendo, portanto, apenas 20,53% da área basal do
levantamento inicial. Dois anos após a intervenção, a área basal representou
24,90% da área basal de 1986, antes da intervenção, e aumento de 21,26%, em
relação à ocasião anterior. A classe 27,5 cm foi a única a apresentar déficit em
virtude do upgrowth, com redução de 35,21%. Em 1990, a área basal foi de
5,58 m2/ha, correspondendo a 32,13% da área basal do levantamento inicial e ao
aumento de 29,05%, em relação a 1988. Todas as classes apresentaram balanço
positivo em upgrowth. Após seis anos de monitoramento, o tratamento 3
apresentou 44,44% da área basal do levantamento inicial. Em relação a 1990,
houve aumento de 38,30%. Apenas para a classe 32,5 cm, foi observada redução
em área basal (60,38%). No monitoramento de 1994, a área basal atingiu
9,19 m2/ha. Em oito anos (1986-1994) alcançou-se 52,97% da área basal inicial,
e o aumento em relação a 1992 foi de 19,21%. Para as classes 17,5, 32,5 e
42,5 cm, foram observadas reduções de 3,51, 49,59 e 46,49%, respectivamente.
No período de dez anos de monitoramento (1986-1996), atingiu-se 62,55% da
área basal, com o valor de 10,86 m2/ha. Em relação a 1994, houve aumento de
18,08% em área basal. Verificou-se que ocorreu tendência decrescente de
aumento em área basal a partir de 1990, sendo o aumento de 1994 praticamente o
mesmo de 1996. Caso a tendência seja mantida, a recuperação será alcançada em
16 anos. Apenas para a classe diamétrica 37,5 cm foi observado balanço negativo
em upgrowth (66,61%). Verificou-se, ainda, que ao final de dez anos de
monitoramento (1986-1996) as classes de 67,5 e 72,5 cm não foram recuperadas.
Para o tratamento 4, no levantamento inicial, a área basal estimada foi de
16,36 m2/ha (Figura 8). Com a aplicação desse tratamento, a área basal foi
reduzida para 2,07 m2/ha, ou seja, houve redução de 87,33%. Foram suprimidas
as classes 7,5, 32,5, 37,5 e 42,5 cm. Após dois anos, atingiu-se a área basal de
2,44 m2/ha, representando 14,93% da área basal do levantamento inicial (1986) e
aumento de 17,77%, em relação à área basal remanescente em 1986. Foram
recuperadas as classes 7,5 e 32,5 cm. Houve déficit em virtude do upgrowth nas
classes 12,5 e 27,5 cm, as quais apresentaram reduções de 12,99 e 4,46%,
respectivamente. Em 1990, foi alcançada 21,66% da área basal do levantamento
inicial e houve aumento de 45,12%, em relação a 1988. Verificou-se aumento de
756,44% na classe diamétrica 7,5 cm, em razão do ingrowth. Para as classes 12,5
e 17,5 cm, foram observadas reduções de 13,38 e 4,74%, respectivamente. A
classe 57,5 cm foi substituída pela classe 62,5 cm, em função do upgrowth. Em
1992, a área basal foi de 34,55% da inicial e o aumento foi de 59,52%. O
ingrowth foi o principal responsável pelo aumento em área basal. Apenas a classe
27,5 cm apresentou déficit, em relação a 1990. A classe 37,5 cm reapareceu, em

54
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virtude do upgrowth das classes anteriores. Em 1994, a área basal do


levantamento inicial foi recuperada em 47,08% e houve, em relação a 1992,
aumento de 36,25%. Nessa ocasião, observou-se que a classe 32,5 cm apresentou
déficit de 11,63%, resultando em aumento de 31,62% na classe 37,5 cm.
Verificou-se que ocorreu tendência de diminuição no ritmo de aumento em área
basal. Após dez anos de monitoramento (1986-1996), foi encontrada uma área
basal de 9,42 m2/ha. Logo, a recuperação foi de 57,58% e o aumento, de 22,31%.
Desta forma, a tendência de diminuição no ritmo de aumento em área basal foi
confirmada. Caso a tendência seja mantida, a recuperação será alcançada em
aproximadamente 18 anos.

3.3.1. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento sem intervenção

As espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa


(DoR) no povoamento sem intervenção (tratamento 1), correspondentes a cada
ocasião de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 6.
No povoamento submetido ao tratamento 1, as espécies de maiores
valores de dominâncias foram Mabea fistulifera, Dalbergia nigra,
Byrsonima sp.3, Piptadenia gonoacantha, Inga alba, Machaerium triste, Myrcia
rostrata, grupo das desconhecidas e Sclerolobium sp. Após dois anos, em termos
de valores de DoR, as espécies Mabea fistulifera, Byrsonima sp.3, Myrcia
rostrata e o grupo das desconhecidas tiveram aumento de participação, com
aumentos absolutos de 26,08, 22,39, 25,92 e 31,58%, respectivamente. As
espécies Dalbergia nigra, Piptadenia gonoacantha, Inga alba, Machaerium
triste e Sclerolobium sp. tiveram seus valores de DoR reduzidos, porém, em
termos absolutos (DoA), obtiveram aumentos de 15,85, 16,19, 12,67, 12,64 e
9,88%, respectivamente. Em 1990, as espécies de maiores valores de DoA foram
as mesmas de 1988. Em termos de DoR, apenas Mabea fistulifera,
Byrsonima sp.3 e o grupo das desconhecidas tiveram aumento de participação.
Em termos de DoA, Mabea fistulifera obteve 12,18% de aumento, em relação à
ocasião anterior; seguida por Byrsonima sp.3, com 16,45%; grupo das espécies
desconhecidas, com 9,51%; Dalbergia nigra, com 1,20%; Piptadenia
gonoacantha, com 7,04%; e Machaerium triste, com 5,97%. Myrcia rostrata e
Inga alba tiveram redução em área basal de 7,88 e 1,59%, respectivamente. Em
1990, Myrcia rostrata e Inga alba reduziram mais ainda suas participações em
termos absolutos, apresentando, respectivamente, redução de 8,45 e 9,70%. Tal
resultado sugere que essas espécies começaram a perder competitividade, em
relação às demais. Em 1990, Mimosa pteridifolia surgiu entre as espécies
dominantes, com aumento de 16,87% em área basal, em relação à ocasião de
monitoramento anterior (1988). As demais espécies verificadas em 1990
mantiveram as tendências anteriores. Na ocasião de monitoramento de 1994,
Mabea fistulifera e Byrsonima sp.3 continuaram a mostrar tendências de
aumentar suas áreas basais, 7,24 e 8,10%, respectivamente. Mimosa pteridifolia,
Piptadenia gonoacantha e Machaerium triste apresentaram aumentos em DoA
de 12,94, 2,63 e 3,60%, respectivamente. Sclerolobium sp. passou a ser

55
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considerada espécie dominante, atingindo 3,11% de densidade relativa,


apresentando aumento de 8,79%, em relação à ocasião anterior. Dalbergia nigra,
o grupo das desconhecidas e Inga alba apresentaram decréscimo em área basal
de 8,86, 0,69 e 3,53%, respectivamente. Em 1996, Mabea fistulifera,
Byrsonima sp.3, grupo das desconhecidas, Mimosa pteridifolia e Sclerolobium sp.
apresentaram aumento em área basal. Dalbergia nigra e Piptadenia gonoacantha
tiveram redução em termos absolutos.
Considerando os Quadros 2 e 6, verifica-se que as espécies Jacaranda
macrantha, Casearia sp. e araçá, consideradas entre as de maiores densidades,
não apresentaram participações expressivas em dominância, tendo em vista que
são espécies de pequenos diâmetros. As espécies Inga alba, Machaerium triste,
Sclerolobium sp. e Mimosa pteridifolia apresentaram-se com maiores dimensões
e baixas densidade.

3.3.2. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento submetido a corte


raso

As espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa


(DoR) no povoamento submetido a corte raso (tratamento 2), correspondentes a
cada ocasião de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 7.
Antes da intervenção (1986), predominavam o grupo das desconhecidas,
Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha, Dalbergia nigra, Myrcia rostrata,
Aloysia virgata e Byrsonima sp.3. Em 1988, das 12 espécies que apareceram,
destacaram-se: Aloysia virgata, Cassia ferruginea, Plathymenia foliolosa,
Piptadenia gonoacantha e Mabea fistulifera. Estas espécies são tipicamente
secundárias iniciais. Após quatro anos, destacaram-se: Aloysia virgata, Mabea
fistulifera, Plathymenia foliolosa, Cassia ferruginea, Stryphnodendron cf.
guianense, Piptadenia gonoacantha, Astronium fraxinifolium, grupo das
desconhecidas, Anadenanthera colubrina e Jacaranda macrantha. Em 1992,
Mabea fistulifera passou a dominar em área basal, obtendo 13,54% da área basal
total, o que representou aumento de 251,04%, em relação à ocasião de
monitoramento anterior. Piptadenia gonoacantha apresentou aumento de
222,63%; Byrsonima sp.3, de 892,84%; grupo das desconhecidas, 263,91%;
Aloysia virgata, 103,75%; Plathymenia foliolosa, 64,69%; Cassia ferruginea, de
59,14%; Stryphnodendron cf. guianense, de 40,05%; Astronium fraxinifolium, de
94,25%; e Jacaranda macrantha, de 155,69%. Estes aumentos foram devidos,
principalmente, ao ingrowth. Após oito anos (1986-1994), as espécies de maiores
dominâncias foram as mesmas de 1992. A tendência de aumento em área basal
das espécies foi mantida, porém, a um ritmo menor. Mabea fistulifera aumentou
69,20%; Byrsonima sp.3, 113,40%; Jacaranda macrantha, 67,36%; Piptadenia
gonoacantha, 61,14%; grupo das desconhecidas, 61,08%; Astronium
fraxinifolium, 46,63%; Plathymenia foliolosa, 37,58%; Aloysia virgata, 28,77%;
Cassia ferruginea, 28,72%; e Stryphnodendron cf. guianense, 20,92%. Em 1996,
as espécies de maiores áreas basais foram as mesmas de 1994. As espécies
continuaram a aumentar em área basal, variando de 12,20% para Cassia
ferruginea até 46,91% para Astronium fraxinifolium.

56
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 6 - Espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa (DoR) no tratamento sem intervenção,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR
m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha %
Mabea fistulifera 0,9817 7,36 0,9817 7,36 1,2371 7,62 1,3873 7,94 1,5362 8,07 1,6472 8,33 1,7713 8,74
Dalbergia nigra 0,9579 7,19 0,9579 7,19 1,1096 6,84 1,1243 6,43 1,1642 6,11 1,0605 5,36 0,8883 4,38
3
Byrsonima sp. 0,7957 5,97 0,7957 5,97 0,9737 6,00 1,1339 6,49 1,3156 6,91 1,4216 7,19 1,5980 7,88
Piptadenia gonoacantha 0,7259 5,45 0,7259 5,45 0,8445 5,20 0,9042 5,17 0,9409 4,94 0,9655 4,88 0,9187 4,53
57

Inga alba 0,5708 4,28 0,5708 4,28 0,6427 3,96 0,6323 3,62 0,6129 3,22 0,5909 2,99 0,5073 2,50
Machaerium triste 0,5500 4,13 0,5500 4,13 0,6202 3,82 0,6573 3,76 0,6840 3,59 0,7078 3,58 0,6385 3,15
Myrcia rostrata 0,5099 3,83 0,5099 3,83 0,6405 3,95 0,5900 3,38 0,5413 2,84 0,4907 2,48 0,3977 1,96
Grupo das desconhecidas 0,4311 3,23 0,4311 3,23 0,5671 3,49 0,6203 3,55 0,6904 3,63 0,6869 3,47 0,7178 3,54
Sclerolobium sp. 0,4097 3,07 0,4097 3,07 0,4498 2,77 0,4941 2,83 0,5650 2,97 0,6153 3,11 0,6935 3,42
Mimosa pteridifolia 0,3585 2,69 0,3585 2,69 0,4316 2,66 0,5046 2,89 0,5900 3,10 0,6673 3,37 0,7830 3,86

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Subtotal 6,2912 47,20 6,2912 47,20 7,5168 46,31 8,0483 46,06 8,6405 45,38 8,8537 44,76 8,9141 43,96
Demais espécies 7,0384 52,80 7,0384 52,80 8,7156 53,69 9,4271 53,94 10,4002 54,62 10,9274 55,24 11,3603 56,04
Total 13,3296 100,00 13,3296 100,00 16,2324 100,00 17,4754 100,00 19,0407 100,00 19,7811 100,00 20,2744 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 7 - Espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa (DoR) no tratamento 2, correspondentes a cada
ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR
m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha %
Grupo das desconhecidas 1,7613 12,99 0,0526 4,24 0,1912 5,45 0,3080 5,25 0,4104 5,25
Mabea fistulifera 0,9921 7,32 0,0051 7,68 0,1353 10,92 0,4750 13,54 0,8036 13,70 1,1395 14,58
Piptadenia gonoacantha 0,9453 6,97 0,0070 10,57 0,0809 6,52 0,2608 7,43 0,4198 7,16 0,5570 7,13
Dalbergia nigra 0,6685 4,93 0,0345 2,78 0,0885 2,52 0,1546 2,64 0,2176 2,79
Aloysia virgata 0,6035 4,45 0,0167 25,32 0,1715 13,84 0,3496 9,96 0,4499 7,67 0,5488 7,03
58

Byrsonima sp.3 0,4451 3,28 0,0274 2,21 0,2719 7,75 0,5805 9,89 0,7719 9,88
Myrcia rostrata 0,4358 3,21 0,0049 0,39 0,0436 1,24 0,1308 2,23 0,2155 2,76
Ilex sp. 0,3530 2,60 0,0024 3,65 0,0050 0,40 0,0082 0,23 0,0096 0,16 0,0110 0,14
Cassia ferruginea 0,3369 2,49 0,0115 17,49 0,0948 7,65 0,1508 4,30 0,1941 3,31 0,2175 2,79
Anadenanthera colubrina 0,2777 2,05 0,0424 3,42 0,0644 1,84 0,0813 1,38 0,1029 1,32
Plathymenia foliolosa 0,2607 1,92 0,0110 16,65 0,1069 8,63 0,1762 5,02 0,2424 4,13 0,3129 4,01
Astronium fraxinifolium 0,2385 1,76 0,0038 5,70 0,0616 4,97 0,1195 3,41 0,1753 2,99 0,2580 3,30

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Jacaranda macrantha 0,2213 1,63 0,0396 3,20 0,1014 2,89 0,1697 2,89 0,2243 2,87
Stryphnodendron cf. guianense 0,0658 0,49 0,0015 2,28 0,0932 7,52 0,1304 3,72 0,1579 2,69 0,1319 1,69
Pouteria sp. 0,0653 0,48 0,0031 4,71 0,0071 0,57 0,0125 0,36 0,0137 0,23 0,0154 0,20
Subtotal 7,6708 56,57 0,0621 94,05 0,9577 77,26 2,4440 69,66 3,8912 66,32 5,1346 65,74
Demais espécies 5,8846 43,43 0,0037 5,95 0,2815 22,74 1,0644 30,34 1,9756 33,68 2,6813 34,26
Total 13,5554 100,00 0,0658 100,00 1,2392 100,00 3,5084 100,00 5,8668 100,00 7,8159 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
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Considerando os resultados apresentados nos Quadros 3 e 7, verifica-se


que, para o levantamento inicial, as espécies araçá e Vismia ferruginea,
consideradas entre as de maiores densidades, não apresentaram participações
expressivas em dominância, tendo em vista as suas pequenas dimensões. As
espécies Mabea fistulifera, Dalbergia nigra, Piptadenia gonoacantha, Myrcia
rostrata e Byrsonima sp.3 foram consideradas como de maiores densidades e
dominâncias. Aloysia virgata participou apenas entre as espécies de maiores
dominâncias. Após dez anos de monitoramento (1986-1996), verificou-se que
araçá e Vismia ferruginea passaram a ser consideradas de baixa densidade,
indicando que a aplicação do tratamento exerceu forte efeito sobre essas espécies.
As espécies Dalbergia nigra e Myrcia rostrata apresentaram áreas basais
relativas consideravelmente reduzidas. Para Aloysia virgata, verificou-se
benefício da aplicação do tratamento, já que teve a sua densidade aumentada.

3.3.3. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento com redução de


79,47% em área basal

As espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa


(DoR) no povoamento com redução de 79,47% em área basal (tratamento 3),
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão apresentadas no
Quadro 8.
Antes da intervenção (1986), dominavam: o grupo das desconhecidas,
Mabea fistulifera, Machaerium triste, Sclerolobium sp., Aloysia virgata,
Piptadenia gonoacantha, Cecropia sp., Inga alba, Piptocarpha macropoda,
Myrcia rostrata, Jacaranda macrantha e Dalbergia nigra. Na aplicação do
tratamento 3, passaram a dominar Sclerolobium sp., Machaerium triste, Vernonia
diffusa, Piptadenia gonoacantha, Mimosa pteridifolia, Melanoxylon brauna,
Dalbergia nigra e Astronium fraxinifolium. Dois anos após a intervenção (1988),
as espécies de maiores valores de DoA foram as mesmas de 1986. Em termos de
valores de DoR, aumentaram suas participações: Machaerium triste, Piptadenia
gonoacantha, Melanoxylon brauna e Mimosa pteridifolia. Por outro lado,
Sclerolobium sp., Vernonia diffusa e Astronium fraxinifolium e Dalbergia nigra
tiveram diminuídas suas participações. Entre estas espécies apenas Dalbergia
nigra teve redução de área basal, em termos absolutos, de 15,61%. Em 1990, as
espécies de maiores áreas basais foram as mesmas da ocasião de monitoramento
anterior. Apenas Vernonia diffusa teve decréscimo em área basal, na ordem de
14,05%. Dalbergia nigra obteve aumento de 30,11% em área basal, em relação a
1988. Após seis anos de monitoramento (1986-1992), além das espécies
observadas na ocasião anterior, apareceram Mabea fistulifera, com aumento de
136,4% em área basal; uva, com 77,42%; Aloysia virgata, 70,22%; e Cassia
ferruginea, 41,08%. As demais espécies tiveram diminuição relativa em área
basal, porém, com aumentos absolutos. Em 1994, as espécies de maiores áreas
basais foram as mesmas de 1992. Aumentaram suas participações relativas:
Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha, uva e Astronium fraxinifolium. As
demais espécies tiveram diminuição relativa em área basal. Sclerolobium sp. e
Dalbergia nigra tiveram perda de área basal absoluta de 1,05 e 13,88%,
respectivamente. Em 1996, as espécies de maiores valores de DoA e DoR foram
as mesmas de 1994, incluindo-se Casearia sp.

59
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 8 - Espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa (DoR) no tratamento 3, correspondentes a cada
ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR
m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/há % m2/ha % m2/ha % m2/ha %
Grupo das desconhecidas 1,8499 10,66 0,0827 2,32 0,0745 1,72 0,0731 1,31 0,1123 1,46 0,1184 1,29 0,1600 1,47
Mabea fistulifera 0,8941 5,15 0,0740 2,08 0,0883 2,04 0,1464 2,62 0,3458 4,48 0,5166 5,62 0,6791 6,26
Machaerium triste 0,8725 5,03 0,2375 6,66 0,2980 6,90 0,3739 6,70 0,4658 6,04 0,5406 5,88 0,6306 5,81
Sclerolobium sp. 0,7409 4,27 0,3531 9,91 0,3976 9,20 0,4501 8,07 0,5904 7,65 0,5838 6,35 0,5992 5,52
Aloysia virgata 0,7335 4,23 0,0798 2,24 0,1024 2,37 0,1375 2,47 0,2343 3,04 0,2758 3,00 0,3264 3,01
Piptadenia gonoacantha 0,7115 4,10 0,1561 4,38 0,1923 4,45 0,3122 5,60 0,4562 5,91 0,5764 6,27 0,6564 6,05
60

Cecropia sp. 0,5971 3,44 0,0226 0,52 0,1000 1,79 0,1643 2,13 0,2013 2,19 0,2382 2,19
Inga alba 0,5659 3,26 0,0693 1,94 0,0847 1,96 0,1139 2,04 0,1743 2,26 0,2271 2,47 0,2565 2,36
Piptocarpha macropoda 0,5629 3,24 0,0396 1,11 0,0486 1,12 0,0457 0,82 0,0445 0,58 0,0519 0,56 0,0609 0,56
Myrcia rostrata 0,5252 3,03 0,0503 1,41 0,0421 0,97 0,0302 0,54 0,0458 0,59 0,0723 0,79 0,0728 0,67
Jacaranda macrantha 0,5244 3,02 0,0417 1,17 0,0526 1,22 0,0994 1,78 0,1793 2,32 0,2194 2,39 0,2480 2,28
Dalbergia nigra 0,5201 3,00 0,1243 3,49 0,1049 2,43 0,1369 2,45 0,1843 2,39 0,1625 1,77 0,1817 1,67
Cassia ferruginea 0,4478 2,58 0,0764 2,14 0,1061 2,46 0,1665 2,98 0,2342 3,04 0,2434 2,65 0,2824 2,60

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Vernonia diffusa 0,3412 1,97 0,2139 6,00 0,2188 5,06 0,1880 3,37 0,2167 2,81 0,2477 2,69 0,2302 2,12
Astronium fraxinifolium 0,2627 1,51 0,1185 3,32 0,1351 3,13 0,1745 3,13 0,2101 2,72 0,2534 2,76 0,3156 2,91
Melanoxylon brauna 0,2566 1,48 0,1247 3,50 0,1566 3,62 0,1810 3,25 0,2191 2,84 0,2604 2,83 0,2919 2,69
Uva (Meliaceae) 0,2339 1,35 0,0666 1,87 0,0992 2,29 0,1403 2,51 0,2484 3,22 0,3268 3,55 0,4350 4,01
Casearia sp. 0,1974 1,14 0,0445 1,25 0,0555 1,28 0,0668 1,20 0,1471 1,91 0,2285 2,49 0,3342 3,08
Mimosa pteridifolia 0,1681 0,97 0,1342 3,77 0,1729 4,00 0,2230 4,00 0,2741 3,55 0,3065 3,33 0,3493 3,22
Subtotal 11,0057 63,43 2,0872 58,56 2,4528 56,74 3,1594 56,63 4,5470 58,94 5,4128 58,88 6,3484 58,48
Demais espécies 6,3513 36,57 1,4767 41,44 1,8687 43,26 2,4174 43,37 3,1657 41,06 3,7814 41,12 4,5082 41,52
Total 17,3570 100,00 3,5639 100,00 4,3215 100,00 5,5768 100,00 7,7127 100,00 9,1942 100,00 10,8566 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
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Na comparação dos resultados dos Quadros 4 e 8, quanto ao


levantamento inicial, em geral as espécies de maiores densidades também foram
as de maiores dominâncias. Após dez anos da aplicação do tratamento 3, as
espécies Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha e Aloysia virgata
continuaram a ser consideradas de maiores densidades e dominâncias. Para o
grupo das desconhecidas, Myrcia rostrata e Piptocarpha macropoda, foi
observada diminuição de suas participações, tanto em densidade como em
dominância. Para Jacaranda macrantha, houve diminuição apenas em termos de
dominância.

3.3.4. Dinâmica da dominância de espécies no povoamento com redução de


87,33% em área basal

As espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa


(DoR) no povoamento com redução de 87,33% em área basal (tratamento 4),
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão apresentadas no
Quadro 9.
No povoamento submetido ao tratamento 4, no levantamento inicial,
predominavam, em área basal, o grupo das desconhecidas, Piptadenia
gonoacantha, Mabea fistulifera, Myrcia rostrata, Aloysia virgata, Dalbergia
nigra, Machaerium triste e Sclerolobium sp. Com a aplicação desse tratamento,
passaram a predominar as seguintes espécies: Machaerium triste,
Sclerolobium sp., Piptadenia gonoacantha, Astronium fraxinifolium, Dalbergia
nigra, Vismia ferruginea, Aloysia virgata, Miconia candolleana e Plathymenia
foliolosa. Após dois anos, as espécies de maiores dominâncias foram as mesmas
observadas na aplicação do tratamento. Aumentaram suas participações
Sclerolobium sp., Piptadenia gonoacantha e Miconia candolleana. As demais
espécies tiveram suas participações relativas reduzidas, porém, apenas Dalbergia
nigra e Vismia ferruginea tiveram diminuição real em área basal de 5,38 e
70,97%, respectivamente. Em 1990, além das espécies observadas na ocasião
anterior, verificaram-se, ainda, Mabea fistulifera, com aumento de 690,38%; e
uva, com 86,89%. Apenas Piptadenia gonoacantha e Astronium fraxinifolium
aumentaram suas participações relativas, em relação à ocasião anterior.
Dalbergia nigra apresentou aumento em área basal absoluta, assim como
Machaerium triste, Sclerolobium sp., Aloysia virgata, Miconia candolleana e
Plathymenia foliolosa. Vismia ferruginea apresentou redução de 29,83%. Após
seis anos, verificou-se o aparecimento de Byrsonima sp.3 na lista das espécies de
maiores áreas basais. Mabea fistulifera, Aloysia virgata e uva apresentaram
aumentos relativos em área basal e as demais espécies, diminuição, porém
aumentaram em área basal absoluta. Em 1994, as espécies de maiores
dominâncias foram as mesmas da ocasião anterior, acrescentando-se Vernonia
diffusa. Apenas Mabea fistulifera (59,12%), Byrsonima sp.3 (85,03%), uva
(39,47%) e Vernonia diffusa (50,41%), que apresentaram aumento superior ao
verificado para todo tratamento. As demais espécies perderam em termos
relativos, porém, com aumento em área basal. Após dez anos (1986-1996),

61
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 9 - Espécies de maiores valores de dominâncias absoluta (DoA) e relativa (DoR) no tratamento 4, correspondentes a cada
ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR DoA DoR
m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha % m2/ha %
Grupo das desconhecidas 1,7635 10,78 0,0238 1,15 0,0187 0,76 0,0265 0,75 0,0747 1,32 0,1345 1,75 0,1874 1,99
Piptadenia gonoacantha 1,6550 10,12 0,1877 9,05 0,3004 12,30 0,5899 16,64 0,8522 15,07 1,0492 13,62 1,1112 11,79
Machaerium triste 0,9729 5,95 0,2509 12,10 0,2815 11,52 0,3299 9,31 0,3930 6,95 0,4619 6,00 0,4538 4,82
Mabea fistulifera 0,9539 5,83 0,0124 0,60 0,0137 0,56 0,1083 3,05 0,3824 6,76 0,6112 7,93 0,8412 8,93
Dalbergia nigra 0,9288 5,68 0,0843 4,07 0,0799 3,27 0,0843 2,38 0,1320 2,33 0,1664 2,16 0,2275 2,41
62

Aloysia virgata 0,8391 5,13 0,0841 4,05 0,0965 3,95 0,1373 3,87 0,2366 4,18 0,2987 3,88 0,3392 3,60
Myrcia rostrata 0,8116 4,96 0,0565 2,72 0,0439 1,80 0,0547 1,54 0,1110 1,96 0,1628 2,11 0,1990 2,11
Sclerolobium sp. 0,7303 4,46 0,2772 13,37 0,3467 14,20 0,3931 11,09 0,4773 8,44 0,4759 6,18 0,5112 5,43
Jacaranda macrantha 0,4832 2,95 0,0225 1,08 0,0284 1,16 0,0728 2,05 0,1588 2,81 0,2250 2,92 0,2833 3,01
Vismia ferruginea 0,4044 2,47 0,0626 3,02 0,0446 1,82 0,0313 0,88 0,0369 0,65 0,0552 0,72 0,0832 0,88
Astronium fraxinifolium 0,3221 1,97 0,0657 3,17 0,0759 3,11 0,1217 3,43 0,1777 3,14 0,2337 3,03 0,3157 3,35
Byrsonima sp.3 0,2357 1,44 0,0488 2,35 0,0622 2,54 0,0735 2,07 0,1755 3,10 0,3239 4,21 0,4582 4,86

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Uva (Meliaceae) 0,2123 1,30 0,0448 2,16 0,0661 2,71 0,1236 3,49 0,2014 3,56 0,2808 3,64 0,3656 3,88
Vernonia diffusa 0,1409 0,86 0,0556 2,68 0,0607 2,48 0,0886 2,50 0,1577 2,79 0,2376 3,08 0,3099 3,29
Plathymenia foliolosa 0,1299 0,79 0,1289 6,22 0,1407 5,76 0,1482 4,18 0,1541 2,72 0,1633 2,12 0,1666 1,77
Miconia candolleana 0,0824 0,50 0,0672 3,24 0,0863 3,53 0,0875 2,47 0,0985 1,74 0,1249 1,62 0,1411 1,50
Subtotal 10,6660 65,19 1,4730 71,03 1,7462 71,47 2,4712 69,70 3,8198 67,52 5,0050 64,97 5,9941 63,62
Demais espécies 5,6958 34,81 0,6007 28,97 0,6960 28,53 1,0729 30,30 1,8336 32,48 2,6975 35,03 3,4269 36,38
Total 16,3618 100,00 2,0737 100,00 2,4422 100,00 3,5441 100,00 5,6534 100,00 7,7025 100,00 9,4210 100,00
*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Jacaranda macrantha, além das espécies já verificadas em 1994, apareceu na


lista das espécies de maiores dominâncias. Mabea fistulifera, Byrsonima sp.3,
Jacaranda macrantha, Astronium fraxinifolium e Vernonia diffusa apresentaram
aumentos superiores à média do tratamento 4. Machaerium triste apresentou
diminuição real em área basal e as demais espécies, aumentos inferiores ao do
tratamento 4.
Em geral, observa-se que as espécies Jacaranda macrantha e Vismia
ferruginea, consideradas de alta densidade, apresentam baixa dominância. Para
Sclerolobium sp., verificaram-se alta dominância e baixa densidade. Após dez
anos de monitoramento (1986-1996), as espécies Mabea fistulifera, Piptadenia
gonoacantha e Aloysia virgata continuaram a ser consideradas de maiores
densidades e dominâncias. Para as espécies Myrcia rostrata, Piptocarpha
macropoda e Vismia ferruginea, foi observada diminuição de suas participações,
tanto em densidade como em dominância. Para o grupo das desconhecidas,
houve diminuição apenas em termos de dominância. Para Machaerium triste,
houve redução em termos de densidade.

3.4. Dinâmica da freqüência de espécies

As freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies de maiores


densidades e dominâncias por tratamento, correspondentes a cada ocasião de
monitoramento, estão apresentadas nos Quadros 10, 11, 12 e 13.
Para o tratamento sem intervenção, verificou-se que as espécies de
maiores densidades e dominâncias não apresentaram grandes alterações em
termos de freqüência, no decorrer dos dez anos de monitoramento (Quadro 10).
Apenas araçá apresentou aumento de freqüência, a partir de 1990.
Para as freqüências das espécies de maiores densidades e dominâncias no
povoamento submetido a corte raso, foram observadas grandes alterações no
decorrer dos dez anos de monitoramento, porém, ao final deste período, foram
completamente recuperadas (Quadro 11).
Verificou-se que, para o povoamento submetido ao tratamento 3, grande
parte das espécies de maiores densidades e dominâncias apresentou redução em
freqüência, após a intervenção (Quadro 12). Porém, ao final dos dez anos, essas
espécies apresentaram suas freqüências recuperadas, exceto Dalbergia nigra e
Cecropia sp.
O comportamento de freqüência para o tratamento 4 foi diferente dos
demais tratamentos (Quadro 13). Verificou-se que as espécies apresentaram
reduções em freqüência na implantação do tratamento e que, no decorrer dos dez
anos de monitoramento, algumas espécies não conseguiram recuperação,
indicando que elas foram eliminadas de alguma parcela. Estas espécies foram
Annona cacans, Dalbergia nigra, Miconia candolleana, Piptadenia gonoacantha
e Sclerolobium sp. As espécies Casearia sp., Cecropia sp. e Plathymenia
foliolosa apresentaram expansão em termo de freqüência.

63
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 10 - Freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies de maiores densidades e dominâncias no tratamento 1,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
------------------------------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------------------------------
Astronium fraxinifolium 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Byrsonima sp.3 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Casearia sp. 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Dalbergia nigra 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Grupo das desconhecidas 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
64

Inga alba 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Jacaranda macrantha 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Mabea fistulifera 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Machaerium triste 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Myrcia rostrata 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Sclerolobium sp. 100,0 1,50 100,0 1,50 100,0 1,44 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35
Araçá (Myrtaceae) 75,0 1,13 75,0 1,13 75,0 1,08 100,0 1,40 100,0 1,37 100,0 1,35 100,0 1,35

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Mimosa pteridifolia 75,0 1,13 75,0 1,13 75,0 1,08 75,0 1,05 75,0 1,03 75,0 1,01 75,0 1,01
Subtotal 1250,0 18,76 1250,0 18,76 1250,0 18,00 1275,0 17,85 1275,0 17,47 1275,0 17,21 1275,0 17,21
Demais espécies 5400,0 81,24 5400,0 81,24 5700,0 82,00 5850,0 82,15 6000,0 82,53 6125,0 82,79 6125,0 82,79
Total 6650,0 100,00 6650,0 100,00 6950,0 100,00 7125,0 100,00 7275,0 100,00 7400,0 100,00 7400,0 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 11 - Freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies de maiores densidades e dominâncias no tratamento 2,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
------------------------------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------------------------------
Aloysia virgata 100,0 1,61 25,0 6,67 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Annona cacans 100,0 1,61 25,0 6,67 50,0 1,85 75,0 1,92 100,0 2,03 100,0 1,91
Astronium fraxinifolium 100,0 1,61 50,0 13,33 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Byrsonima sp.3 100,0 1,61 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Casearia sp. 100,0 1,61 50,0 1,85 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Cassia ferruginea 100,0 1,61 25,0 6,67 75,0 2,78 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Copaifera langsdorffii 100,0 1,61 50,0 1,85 50,0 1,28 75,0 1,52 100,0 1,91
65

Croton floribundus 100,0 1,61 50,0 1,85 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Cupania vernalis 100,0 1,61 50,0 1,02 100,0 1,91
Dalbergia nigra 100,0 1,61 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Grupo das desconhecidas 100,0 1,61 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Inga alba 100,0 1,61 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Inga sp. 100,0 1,61 50,0 1,85 75,0 1,92 100,0 2,03 100,0 1,91
Jacaranda macrantha 100,0 1,61 75,0 2,78 75,0 1,92 100,0 2,03 100,0 1,91
Mabea fistulifera 100,0 1,61 50,0 13,33 75,0 2,78 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Machaerium triste 100,0 1,61 75,0 2,78 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Melanoxylon brauna 100,0 1,61 25,0 0,93 50,0 1,28 100,0 2,03 100,0 1,91
Myrcia rostrata 100,0 1,61 75,0 2,78 75,0 1,92 100,0 2,03 100,0 1,91
Piptadenia gonoacantha 100,0 1,61 50,0 13,33 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Stryphnodendron cf. guianense 100,0 1,61 25,0 6,67 100,0 3,70 100,0 2,56 100,0 2,03 100,0 1,91
Vismia ferruginea 100,0 1,61 75,0 1,92 100,0 2,03 100,0 1,91
Subtotal 2.100,0 33,81 250,0 66,67 1.450,0 53,68 1.775,0 45,44 2.025,0 41,11 2.100,0 40,11
Demais espécies 4.100,0 66,19 125,0 33,33 1.250,0 46,32 2.125,0 54,56 2.900,0 58,89 3.125,0 59,89
Total 6.200,0 100,00 375,0 100,00 2.700,0 100,00 3.900,0 100,00 4.925,0 100,00 5.225,0 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 12 - Freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies de maiores densidades e dominâncias no tratamento 3,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
------------------------------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------------------------------
Astronium fraxinifolium 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 100,0 3,25 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Cassia ferruginea 100,0 1,62 50,0 2,30 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Grupo das desconhecidas 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Guatteria australis 100,0 1,62 50,0 2,30 50,0 2,22 50,0 1,63 50,0 1,19 100,0 1,99 100,0 1,85
Jacaranda macrantha 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Mabea fistulifera 100,0 1,62 50,0 2,30 50,0 2,22 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
66

Machaerium triste 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 100,0 3,25 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Myrcia rostrata 100,0 1,62 100,0 4,60 50,0 2,22 100,0 3,25 75,0 1,79 100,0 1,99 100,0 1,85
Uva (Meliaceae) 100,0 1,62 25,0 1,15 25,0 1,11 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Vernonia diffusa 100,0 1,62 50,0 2,30 50,0 2,22 75,0 2,44 75,0 1,79 100,0 1,99 100,0 1,85
Aloysia virgata 100,0 1,47 50,0 1,16 50,0 1,12 100,0 1,90 100,0 1,72 100,0 1,63 100,0 1,57
Casearia sp. 100,0 1,47 100,0 2,31 100,0 2,25 100,0 1,90 100,0 1,72 100,0 1,63 100,0 1,57
Dalbergia nigra 100,0 1,47 75,0 1,73 75,0 1,69 75,0 1,43 75,0 1,29 75,0 1,22 75,0 1,18
Inga alba 100,0 1,47 75,0 1,73 75,0 1,69 75,0 1,43 100,0 1,72 100,0 1,63 100,0 0,39

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Piptadenia gonoacantha 100,0 1,47 100,0 2,31 100,0 2,25 100,0 1,90 100,0 1,72 100,0 1,63 100,0 0,79
Sclerolobium sp. 100,0 1,47 100,0 2,31 100,0 2,25 100,0 1,90 100,0 1,72 100,0 1,63 100,0 0,39
Cecropia sp. 75,0 1,10 25,0 0,56 25,0 0,48 25,0 0,43 25,0 0,41 50,0 1,18
Melanoxylon brauna 75,0 1,10 75,0 1,73 75,0 1,69 75,0 1,43 75,0 1,29 75,0 1,22 75,0 1,18
Piptocarpha macropoda 75,0 1,10 25,0 0,58 25,0 0,56 25,0 0,48 50,0 0,86 75,0 1,22 75,0 1,57
Mimosa pteridifolia 50,0 0,73 50,0 1,16 50,0 1,12 50,0 0,95 50,0 0,86 50,0 0,82 50,0 0,79
Subtotal 1.875,0 29,05 1275,0 43,77 1.275,0 41,82 1.525,0 39,82 1.675,0 34,76 1.800,0 32,94 1.825,0 29,11
Demais espécies 4.950,0 70,95 3050,0 56,23 3.175,0 58,18 3.725,0 60,18 4.150,0 65,24 4.325,0 67,06 4.525,0 70,89
Total 6.825,0 100,00 4325,0 100,00 4.450,0 100,00 5.250,0 100,00 5.825,0 100,00 6.125,0 100,00 6.350,0 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 13 - Freqüências absoluta (FA) e relativa (FR) das espécies de maiores densidades e dominâncias no tratamento 4,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
------------------------------------------------------------------------------- % -------------------------------------------------------------------------------
Annona cacans 100,0 1,62 25,0 1,15 50,0 2,22 50,0 1,63 50,0 1,19 50,0 1,00 50,0 0,93
Astronium fraxinifolium 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 100,0 3,25 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Byrsonima sp.3 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Cassia ferruginea 100,0 1,62 50,0 2,30 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Dalbergia nigra 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 75,0 1,79 75,0 1,49 75,0 1,39
Grupo das desconhecidas 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Inga alba 100,0 1,62 50,0 2,30 75,0 3,33 100,0 3,25 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
67

Jacaranda macrantha 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Mabea fistulifera 100,0 1,62 50,0 2,30 50,0 2,22 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Machaerium triste 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 100,0 3,25 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Machaerium nictitans 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 75,0 1,79 100,0 1,99 100,0 1,85
Miconia candolleana 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 75,0 1,79 75,0 1,49 75,0 1,39
Myrcia rostrata 100,0 1,62 100,0 4,60 50,0 2,22 100,0 3,25 75,0 1,79 100,0 1,99 100,0 1,85
Piptadenia gonoacantha 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 75,0 1,79 75,0 1,49 75,0 1,39
Sclerolobium sp. 100,0 1,62 75,0 3,45 75,0 3,33 75,0 2,44 75,0 1,79 75,0 1,49 75,0 1,39
Uva (Meliaceae) 100,0 1,62 25,0 1,15 25,0 1,11 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Vernonia diffusa 100,0 1,62 50,0 2,30 50,0 2,22 75,0 2,44 75,0 1,79 100,0 1,99 100,0 1,85
Vismia ferruginea 100,0 1,62 50,0 2,30 50,0 2,22 50,0 1,63 75,0 1,79 100,0 1,99 100,0 1,85
Aloysia virgata 75,0 1,21 25,0 1,15 25,0 1,11 50,0 1,63 75,0 1,79 75,0 1,49 75,0 1,39
Casearia sp. 75,0 1,21 25,0 1,15 25,0 1,11 75,0 2,44 100,0 2,38 100,0 1,99 100,0 1,85
Cecropia sp. 50,0 0,81 25,0 1,11 25,0 0,81 50,0 1,19 75,0 1,49 75,0 1,39
Plathymenia foliolosa 25,0 0,40 25,0 1,15 25,0 1,11 25,0 0,81 25,0 0,60 50,0 1,00 50,0 0,93
Subtotal 2.025,0 32,79 1.225,0 56,35 1.275,0 56,61 1.575,0 51,23 1.800,0 42,89 1.950,0 38,80 1.950,0 36,10
Demais espécies 4.150,0 67,21 950,0 43,65 975,0 43,39 1.500,0 48,77 2.400,0 57,11 3.075,0 61,20 3.450,0 63,90
Total 6.175,0 100,00 2.175,0 100,00 2.250,0 100,00 3.075,0 100,00 4.200,0 100,00 5.025,0 100,00 5.400,0 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

3.5. Dinâmica em índice de valor de cobertura de espécies

As espécies de maiores valores de índice valor de cobertura


(IVC% ≥ 3,00%), correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão
apresentadas nos Quadros 14, 15, 16 e 17, para os tratamentos 1, 2, 3 e 4,
respectivamente.
Para o povoamento sem intervenção (tratamento 1), no levantamento
inicial, as espécies Mabea fistulifera, Dalbergia nigra, Byrsonima sp.3, Myrcia
rostrata, Piptadenia gonoacantha, grupo das desconhecidas, Inga alba e
Machaerium triste foram as de maiores valores de IVC (Quadro 14). No decorrer
dos dez anos de monitoramento, apenas Mabea fistulifera e Byrsonima sp.3
apresentaram aumento em IVC, principalmente em virtude das altas densidades
dessas espécies, e Casearia sp. passou a ter maior participação em 1996.
Antes da intervenção (1986), para o povoamento submetido ao corte
raso, observou-se que predominavam em IVC as espécies: grupo das
desconhecidas, Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha, Dalbergia nigra,
Myrcia rostrata, Byrsonima sp.3 e Aloysia virgata (Quadro 15). Em 1988,
passaram a predominar as espécies Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha,
Aloysia virgata, Ilex sp., Cassia ferruginea, Astronium fraxinifolium,
Plathymenia foliolosa e Pouteria sp. No entanto, no decorrer dos dez anos de
monitoramento, observaram-se grandes modificações em IVC, e ao final do
período, verificou-se que houve recuperação das espécies grupo das
desconhecidas, Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha, Dalbergia nigra,
Byrsonima sp.3 e Aloysia virgata, bem como passaram a ter maiores
participações Jacaranda macrantha, Astronium fraxinifolium, Casearia sp. e
Plathymenia foliolosa.
As espécies de maiores valores de IVC para o povoamento submetido ao
tratamento 3, no levantamento inicial, foram: grupo da desconhecidas, Mabea
fistulifera, Machaerium triste, Jacaranda macrantha, Aloysia virgata, Myrcia
rostrata, Piptocarpha macropoda e Cecropia sp. (Quadro 16). Com a aplicação
do tratamento, em 1986, passaram a ter maiores participações as espécies
Machaerium triste, Sclerolobium sp., Vernonia diffusa, Melanoxylon brauna,
Astronium fraxinifolium, Dalbergia nigra, Piptadenia gonoacantha e grupo das
desconhecidas. No decorrer dos dez anos, verificaram-se recuperação de Mabea
fistulifera e diminuição das participações de Machaerium triste, Jacaranda
macrantha, Aloysia virgata, Myrcia rostrata, Piptocarpha macropoda,
Cecropia sp., Sclerolobium sp. e Vernonia diffusa e destaque de Piptadenia
gonoacantha e uva, entre as espécies de maiores IVC. Observou-se que houve
modificação considerável entre o levantamento inicial e o final do período, em
virtude, principalmente, da aplicação do tratamento.

68
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 14 - Espécies de maiores valores de índices de valor de cobertura absoluto (IVC) e relativo (IVC%) no tratamento 1,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC%
Mabea fistulifera 17,73 8,86 17,73 8,86 17,75 8,87 18,38 9,19 18,75 9,38 19,44 9,72 20,34 10,17
Dalbergia nigra 12,33 6,16 12,33 6,16 11,59 5,79 11,05 5,53 10,75 5,37 9,79 4,90 8,45 4,23
3
Byrsonima sp. 11,51 5,76 11,51 5,76 11,46 5,73 12,20 6,10 12,96 6,48 13,26 6,63 14,12 7,06
Myrcia rostrata 8,97 4,48 8,97 4,48 9,04 4,52 7,70 3,85 6,36 3,18 5,42 2,71 4,40 2,20
Piptadenia gonoacantha 8,87 4,44 8,87 4,44 8,49 4,24 8,48 4,24 8,12 4,06 8,03 4,02 7,54 3,77
69

Grupo das desconhecidas 8,05 4,03 8,05 4,03 8,71 4,35 8,97 4,49 9,29 4,64 8,89 4,45 9,24 4,62
Inga alba 6,72 3,36 6,72 3,36 6,16 3,08 5,56 2,78 4,89 2,45 4,58 2,29 3,92 1,96
Machaerium triste 6,43 3,21 6,43 3,21 5,93 2,97 5,77 2,88 5,52 2,76 5,51 2,76 4,97 2,49
Casearia sp. 5,03 2,51 5,03 2,51 5,02 2,51 5,33 2,66 5,52 2,76 5,77 2,89 6,09 3,04
Subtotal 85,64 42,81 85,64 42,81 84,15 42,06 83,44 41,72 82,16 41,08 80,69 40,37 79,07 39,54
Demais espécies 114,36 57,19 114,36 57,19 115,85 57,94 116,56 58,28 117,84 58,92 119,31 59,63 120,93 60,46

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Total 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00
*- Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 15 - Espécies de maiores valores de índices de valor de cobertura absoluto (IVC) e relativo (IVC%) no tratamento 2,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC%
Grupo das desconhecidas 29,66 14,83 8,89 4,44 10,73 5,36 10,17 5,08 10,24 5,12
Mabea fistulifera 15,52 7,76 15,37 7,69 23,06 11,53 28,29 14,14 28,26 14,13 30,05 15,03
Piptadenia gonoacantha 11,94 5,97 22,11 11,05 13,55 6,77 15,42 7,71 13,79 6,89 13,16 6,58
Dalbergia nigra 10,11 5,05 5,76 2,88 5,23 2,62 5,62 2,81 6,00 3,00
Myrcia rostrata 7,07 3,54 0,87 0,43 2,67 1,34 4,93 2,46 5,91 2,96
Byrsonima sp.3 6,91 3,45 5,07 2,53 17,37 8,69 21,92 10,96 21,43 10,72
70

Aloysia virgata 6,81 3,40 48,40 24,20 24,67 12,34 16,48 8,24 12,46 6,23 11,28 5,64
Ilex sp. 4,34 2,17 7,50 3,75 0,64 0,32 0,33 0,17 0,23 0,11 0,20 0,10
Cassia ferruginea 3,91 1,95 36,72 18,36 14,20 7,10 7,65 3,83 5,72 2,86 4,67 2,34
Jacaranda macrantha 3,73 1,86 6,41 3,21 6,05 3,02 6,06 3,03 6,22 3,11
Astronium fraxinifolium 3,49 1,75 11,47 5,74 10,21 5,10 7,11 3,55 6,26 3,13 6,85 3,43
Casearia sp. 3,42 1,71 0,69 0,35 3,05 1,53 4,85 2,43 6,40 3,20
Anadenanthera colubrina 3,32 1,66 7,23 3,62 3,41 1,71 2,43 1,22 2,25 1,12

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Plathymenia foliolosa 3,19 1,60 33,96 16,98 16,72 8,36 9,22 4,61 7,43 3,72 6,91 3,45
Stryphnodendron cf. guianense 1,29 0,64 4,20 2,10 14,78 7,39 7,37 3,68 5,17 2,58 3,24 1,62
Pouteria sp. 0,90 0,45 8,56 4,28 0,81 0,41 0,45 0,23 0,30 0,15 0,25 0,13
Subtotal 115,61 57,79 188,29 94,15 153,56 76,78 140,83 70,43 135,60 67,79 135,06 67,55
Demais espécies 84,39 42,21 11,71 5,85 46,44 23,22 59,17 29,57 64,40 32,21 64,94 32,45
Total 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00
*- Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 16 - Espécies de maiores valores de índices de valor de cobertura absoluto (IVC) e relativo (IVC%) no tratamento 3,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC%
Grupo das desconhecidas 24,49 12,24 6,05 3,03 4,34 2,17 2,78 1,39 3,12 1,56 3,08 1,54 3,88 1,94
Mabea fistulifera 13,63 6,82 5,03 2,52 4,66 2,33 7,12 3,56 13,72 6,86 16,61 8,31 17,64 8,82
Machaerium triste 10,14 5,07 13,20 6,60 12,81 6,41 10,54 5,27 9,21 4,61 8,97 4,49 8,74 4,37
Jacaranda macrantha 8,51 4,25 3,66 1,83 4,24 2,12 6,52 3,26 7,16 3,58 6,78 3,39 6,50 3,25
Aloysia virgata 8,16 4,08 4,26 2,13 4,43 2,22 5,16 2,58 6,46 3,23 6,05 3,03 6,10 3,05
Myrcia rostrata 7,28 3,64 3,74 1,87 2,35 1,17 1,19 0,60 1,62 0,81 2,35 1,18 1,86 0,93
71

Piptocarpha macropoda 6,34 3,17 2,20 1,10 2,09 1,04 1,31 0,65 1,11 0,56 1,14 0,57 1,12 0,56
Cecropia sp. 6,11 3,06 2,59 1,29 6,29 3,14 5,45 2,73 4,94 2,47 4,76 2,38
Piptadenia gonoacantha 5,76 2,88 6,09 3,04 7,34 3,67 13,36 6,68 12,66 6,33 12,41 6,21 11,34 5,67
Sclerolobium sp. 5,45 2,72 12,24 6,12 11,26 5,63 10,03 5,02 10,05 5,02 8,45 4,22 7,49 3,75
Dalbergia nigra 4,39 2,20 6,13 3,07 4,35 2,18 4,50 2,25 4,29 2,15 3,26 1,63 3,06 1,53
Cassia ferruginea 4,10 2,05 3,85 1,93 4,93 2,47 6,82 3,41 6,21 3,11 5,28 2,64 4,84 2,42
Melanoxylon brauna 3,13 1,57 7,54 3,77 7,61 3,81 5,61 2,81 4,40 2,20 4,47 2,24 4,23 2,12

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Uva 2,92 1,46 4,36 2,18 5,18 2,59 5,54 2,77 7,52 3,76 7,98 3,99 8,68 4,34
Astronium fraxinifolium 2,85 1,43 7,21 3,61 6,56 3,28 6,64 3,32 5,65 2,83 5,77 2,89 5,97 2,98
Vernonia diffusa 2,68 1,34 9,42 4,71 7,81 3,91 5,25 2,63 4,62 2,31 4,56 2,28 3,77 1,88
Casearia sp. 2,57 1,29 3,58 1,79 3,62 1,81 2,83 1,42 5,81 2,91 7,22 3,61 8,84 4,42
Subtotal 118,51 59,27 98,56 49,3 96,17 48,10 101,49 50,76 109,06 54,56 109,32 54,69 108,82 54,41
Demais espécies 81,49 40,73 101,44 50,7 103,83 51,90 98,51 49,24 90,94 45,44 90,68 45,31 91,18 45,59
Total 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00
*- Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 17 - Espécies de maiores valores de índices de valor de cobertura absoluto (IVC) e relativo (IVC%) no tratamento 4,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC% IVC IVC%
Grupo das desconhecidas 25,11 12,56 3,11 1,55 1,82 0,91 2,20 1,10 3,34 1,67 4,53 2,26 5,17 2,59
Piptadenia gonoacantha 16,18 8,09 17,38 8,69 37,74 18,87 43,82 21,91 32,70 16,35 27,66 13,83 23,20 11,60
Mabea fistulifera 15,43 7,71 1,58 0,79 1,27 0,63 11,89 5,95 20,61 10,30 22,19 11,09 23,67 11,83
Myrcia rostrata 10,68 5,34 5,67 2,83 2,86 1,43 2,66 1,33 4,50 2,25 4,40 2,20 4,46 2,23
Aloysia virgata 10,44 5,22 9,94 4,97 8,55 4,27 8,12 4,06 8,75 4,37 7,61 3,80 6,85 3,42
Dalbergia nigra 9,94 4,97 7,99 3,99 5,74 2,87 4,28 2,14 4,67 2,33 4,76 2,38 5,36 2,68
Machaerium triste 9,43 4,72 23,86 11,93 19,65 9,83 12,33 6,16 9,34 4,67 8,35 4,18 6,75 3,38
72

Jacaranda macrantha 7,38 3,69 2,55 1,28 3,28 1,64 6,75 3,38 7,32 3,66 7,18 3,59 7,26 3,63
Vismia ferruginea 5,83 2,92 6,94 3,47 3,59 1,80 1,33 0,66 1,17 0,59 1,60 0,80 2,13 1,07
Sclerolobium sp. 5,37 2,68 20,23 10,11 19,14 9,57 12,88 6,44 9,43 4,71 7,02 3,51 6,35 3,17
Inga alba 4,71 2,36 2,70 1,35 2,67 1,34 6,62 3,31 6,33 3,16 5,90 2,95 5,51 2,76
Machaerium nyctitans 4,15 2,07 6,16 3,08 5,06 2,53 3,33 1,67 2,68 1,34 2,49 1,25 2,60 1,30
Astronium fraxinifolium 3,86 1,93 8,07 4,03 7,35 3,67 8,02 4,01 6,93 3,46 6,38 3,19 6,98 3,49
Casearia sp. 3,47 1,73 0,70 0,35 0,59 0,30 1,93 0,97 4,84 2,42 6,15 3,08 7,47 3,74

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Cassia ferruginea 3,02 1,51 2,55 1,27 5,85 2,93 7,87 3,93 6,24 3,12 5,08 2,54 4,38 2,19
Byrsonima sp.3 2,83 1,42 4,31 2,16 3,96 1,98 2,74 1,37 7,20 3,60 9,98 4,99 11,00 5,50
Uva 2,24 1,12 4,61 2,31 7,30 3,65 7,74 3,87 7,19 3,60 6,81 3,41 6,92 3,46
Plathymenia foliolosa 0,83 0,42 6,71 3,35 6,11 3,06 4,29 2,15 2,88 1,44 2,26 1,13 1,92 0,96
Miconia candolleana 0,83 0,42 7,65 3,83 6,71 3,36 3,36 1,68 2,10 1,05 2,04 1,02 1,88 0,94
Subtotal 141,73 70,88 142,71 71,34 149,24 74,64 152,16 76,09 148,22 74,09 142,39 71,2 139,86 69,94
Demais espécies 58,27 29,12 57,29 28,66 50,76 25,36 47,84 23,91 51,78 25,91 57,61 28,8 60,14 30,06
Total 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00 200,00 100,00
*- Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Para o povoamento submetido ao tratamento 4, no levantamento inicial,


as espécies de maiores valores de IVC foram: grupo das desconhecidas,
Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera, Myrcia rostrata, Aloysia virgata,
Dalbergia nigra, Machaerium triste e Jacaranda macrantha (Quadro 17). Com
a aplicação deste tratamento, as mesmas espécies, excetuando grupo das
desconhecidas, Mabea fistulifera, Myrcia rostrata e Jacaranda macrantha,
somadas a Vismia ferruginea, Sclerolobium sp., Machaerium nictitans,
Astronium fraxinifolium, Plathymenia foliolosa e Miconia candolleana, passaram
a predominar em termos de IVC. No decorrer dos dez anos de monitoramento,
verificaram-se modificações consideráveis nas espécies de maiores valores de
IVC, porém, ao final desse período, predominaram Piptadenia gonoacantha,
Mabea fistulifera, Aloysia virgata, Machaerium triste, Jacaranda macrantha,
Sclerolobium sp., Astronium faxinifolium, Casearia sp., Byrsonima sp.3 e uva.

3.6. Dinâmica em índice de valor de importância de espécies

As espécies de maiores valores de índice de valor de importância


(IVI% ≥ 3,00%), correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão
apresentadas nos Quadros 18, 19, 20 e 21, para os tratamentos 1, 2, 3 e 4,
respectivamente.
Para o povoamento sem intervenção (tratamento 1), verificou-se que as
espécies de maiores IVI foram as mesmas em todas as ocasiões de
monitoramento (Quadro 18). Houve modificações apenas na ordem das espécies.
No decorrer dos dez anos, observaram-se ampliação das espécies Mabea
fistulifera, Byrsonima sp.3 e grupo das desconhecidas e redução do IVI de
Dalbergia nigra, Myrcia rostrata e Piptadenia gonoacantha.
Observou-se que, para o povoamento submetido ao tratamento 2, apenas
grupo das desconhecidas, Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha e
Dalbergia nigra obtiveram IVI relativo superior a 3,00% (Quadro 19). Após dois
anos da aplicação desse tratamento, 12 espécies passaram a responder pelo IVI
total, característica marcante de sucessão secundária inicial. No decorrer dos dez
anos de monitoramento, verificaram-se grandes modificações em termos de IVI
das espécies, porém, no final desse período, observou-se que apenas o grupo das
desconhecidas, Mabea fistulifera, Piptadenia gonoacantha, Byrsonima sp.3 e
Aloysia virgata obtiveram participação expressiva.
Para o povoamento submetido ao tratamento 3, no levantamento inicial,
as espécies grupo da desconhecidas, Mabea fistulifera, Machaerium triste,
Jacaranda macrantha e Aloysia virgata foram as que apresentaram maiores IVI
(Quadro 20). Com a aplicação desse tratamento, em 1986, passaram a ter maiores
participações as espécies Machaerium triste, Sclerolobium sp., Astronium
fraxinifolium, Melanoxylon brauna e Vernonia diffusa. No decorrer dos dez anos,
verificaram-se recuperação de Mabea fistulifera e Machaerium triste, a
permanência Sclerolobium sp. e Vernonia diffusa e o destaque de Piptadenia
gonoacantha e uva, entre as espécies de maiores IVI. Observou-se que houve
modificação considerável entre o levantamento inicial e o final do período, em
virtude, principalmente, da aplicação do tratamento.

73
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 18 - Espécies de maiores valores de índices de valor de importância absoluto (IVI) e relativo (IVI%) no tratamento 1,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI%
Mabea fistulifera 19,23 6,41 19,23 6,41 19,19 6,40 19,78 6,59 20,13 6,71 20,79 6,93 21,69 7,23
Dalbergia nigra 13,83 4,61 13,83 4,61 13,03 4,34 12,45 4,15 12,12 4,04 11,15 3,72 9,80 3,27
3
Byrsonima sp. 13,02 4,34 13,02 4,34 12,90 4,30 13,60 4,53 14,33 4,78 14,61 4,87 15,47 5,16
Myrcia rostrata 10,47 3,49 10,47 3,49 10,48 3,49 9,11 3,04 7,74 2,58 6,77 2,26 5,75 1,92
Piptadenia gonoacantha 10,00 3,33 10,00 3,33 9,57 3,19 9,53 3,18 9,15 3,05 9,05 3,02 8,56 2,85
74

Grupo das desconhecidas 9,56 3,19 9,56 3,19 10,15 3,38 10,37 3,46 10,66 3,55 10,24 3,41 10,60 3,53
Subtotal 76,11 25,37 76,11 25,37 75,32 25,10 74,84 24,95 74,13 24,71 72,61 24,21 71,87 23,96
Demais espécies 223,89 74,63 223,89 74,63 224,68 74,9 225,16 75,05 225,87 75,29 227,39 75,79 228,13 76,04
Total 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.

Prof. Agostinho Lopes de Souza


MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 19 - Espécies de maiores valores de índices de valor de importância absoluto (IVI) e relativa (IVI%) no tratamento 2,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI%
Grupo das desconhecidas 31,28 10,43 12,59 4,20 13,29 4,43 12,20 4,07 12,16 4,05
Mabea fistulifera 17,14 5,71 28,71 9,57 25,84 8,61 30,85 10,28 30,29 10,10 31,97 10,66
Piptadenia gonoacantha 13,56 4,52 35,44 11,81 17,25 5,75 17,99 6,00 15,82 5,27 15,08 5,03
Dalbergia nigra 11,72 3,91 9,46 3,15 7,80 2,60 7,65 2,55 7,91 2,64
Byrsonima sp.3 8,52 2,84 8,77 2,92 19,93 6,64 23,95 7,98 23,35 7,78
Aloysia virgata 8,42 2,81 55,07 18,36 28,38 9,46 19,04 6,35 14,49 4,83 13,20 4,40
75

Annona cacans 5,92 1,97 11,25 3,75 3,40 1,13 2,72 0,91 2,83 0,94 2,68 0,89
Ilex sp. 5,55 1,85 14,16 4,72 2,49 0,83 0,97 0,32 0,73 0,24 0,68 0,23
Cassia ferruginea 5,52 1,84 43,39 14,46 16,98 5,66 10,22 3,41 7,75 2,58 6,59 2,20
Jacaranda macrantha 5,34 1,78 9,19 3,06 7,97 2,66 8,09 2,70 8,14 2,71
Astronium fraxinifolium 5,11 1,70 24,81 8,27 13,91 4,64 9,67 3,22 8,29 2,76 8,77 2,92
Anadenanthera colubrina 4,53 1,51 9,08 3,03 4,70 1,57 3,45 1,15 3,20 1,07
Plathymenia foliolosa 4,00 1,33 40,63 13,54 17,65 5,88 10,50 3,50 8,95 2,98 8,82 2,94

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Stryphnodendron cf. guianense 2,90 0,97 10,87 3,62 18,48 6,16 9,93 3,31 7,20 2,40 5,15 1,72
Cuerama 1,80 0,60 10,11 3,37 2,15 0,72 0,78 0,26 0,60 0,20 0,56 0,19
Pouteria sp. 1,70 0,57 15,23 5,08 2,66 0,89 1,10 0,37 0,80 0,27 0,73 0,24
Tabebuia sp. 0,91 0,30 10,34 3,45 2,33 0,78 1,49 0,50 1,71 0,57 1,64 0,55
Subtotal 133,92 44,64 300,00 100,00 200,61 66,87 168,95 56,33 154,80 51,59 150,63 50,22
Demais espécies 166,08 55,36 0,00 0,00 99,39 33,13 131,05 43,67 145,20 48,41 149,37 49,78
Total 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 20 - Espécies de maiores valores de índices de valor de importância absoluto (IVI) e relativo (IVI%) no tratamento 3,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996
IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI%
Grupo das desconhecidas 25,95 8,65 8,36 2,79 6,58 2,19 4,69 1,56 4,83 1,61 4,71 1,57 5,45 1,82
Mabea fistulifera 15,10 5,03 7,34 2,45 6,90 2,30 9,02 3,01 15,43 5,14 18,24 6,08 19,22 6,41
Machaerium triste 11,23 3,74 14,35 4,78 13,93 4,64 11,97 3,99 10,50 3,50 10,60 3,53 10,31 3,44
Jacaranda macrantha 9,97 3,32 4,81 1,60 5,37 1,79 8,43 2,81 8,88 2,96 8,41 2,80 8,07 2,69
Aloysia virgata 9,62 3,21 5,42 1,81 5,56 1,85 7,07 2,36 8,17 2,72 7,69 2,56 7,67 2,56
76

Piptadenia gonoacantha 7,22 2,41 8,40 2,80 9,59 3,20 15,26 5,09 14,37 4,79 14,05 4,68 12,92 4,31
Sclerolobium sp. 6,91 2,30 14,55 4,85 13,51 4,50 11,94 3,98 11,77 3,92 10,08 3,36 9,07 3,02
Uva 4,39 1,46 6,67 2,22 7,43 2,48 7,44 2,48 9,24 3,08 9,61 3,20 10,25 3,42
Astronium fraxinifolium 4,32 1,44 9,52 3,17 8,81 2,94 8,55 2,85 7,37 2,46 7,40 2,47 7,54 2,51
Melanoxylon brauna 4,23 1,41 9,28 3,09 9,30 3,10 7,04 2,35 5,69 1,90 5,70 1,90 5,42 1,81
Vernonia diffusa 4,15 1,38 11,73 3,91 9,50 3,17 6,68 2,23 5,90 1,97 5,79 1,93 5,34 1,78
Casearia sp. 4,04 1,35 5,89 1,96 5,87 1,96 4,74 1,58 7,53 2,51 8,85 2,95 10,41 3,47

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Subtotal 107,13 35,70 106,32 35,43 102,35 34,12 102,83 34,29 109,68 36,56 111,13 37,03 111,67 37,24
Demais espécies 192,87 64,30 193,68 64,57 197,65 65,88 197,17 65,71 190,32 63,44 188,87 62,97 188,33 62,76
Total 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00
* - Antes da intervenção e **- após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 21 - Espécies de maiores valores de índices de valor de importância absoluto (IVI) e relativo (IVI%) no tratamento 4,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI% IVI IVI%
Grupo das desconhecidas 26,73 8,91 6,56 2,19 5,16 1,72 4,64 1,55 5,72 1,91 6,52 2,17 7,03 2,34
Piptadenia gonoacantha 17,80 5,93 20,83 6,94 41,08 13,69 46,26 15,42 34,48 11,49 29,15 9,72 24,59 8,20
Mabea fistulifera 17,05 5,68 3,88 1,29 3,49 1,16 14,33 4,78 22,99 7,66 24,18 8,06 25,52 8,51
Myrcia rostrata 12,30 4,10 0 0 5,08 1,69 5,91 1,97 6,29 2,10 6,39 2,13 6,32 2,11
Aloysia virgata 11,65 3,88 11,09 3,70 9,66 3,22 9,75 3,25 10,53 3,51 9,10 3,03 8,23 2,74
Dalbergia nigra 11,56 3,85 11,44 3,81 9,08 3,03 6,72 2,24 6,45 2,15 6,26 2,09 6,75 2,25
77

Machaerium triste 11,05 3,68 27,31 9,10 22,99 7,66 15,58 5,19 11,72 3,91 10,34 3,45 8,60 2,87
Jacaranda macrantha 9,00 3,00 6,00 2,00 6,62 2,21 9,19 3,06 9,70 3,23 9,17 3,06 9,12 3,04
Vismia ferruginea 7,45 2,48 9,24 3,08 5,81 1,94 2,96 0,99 2,96 0,99 3,59 1,20 3,98 1,33
Sclerolobium sp. 6,99 2,33 23,68 7,89 22,48 7,49 15,32 5,11 11,21 3,74 8,51 2,84 7,74 2,58
Inga alba 6,33 2,11 4,99 1,66 6,01 2,00 9,87 3,29 8,71 2,90 7,89 2,63 7,37 2,46
Machaerium nictitans 5,77 1,92 9,61 3,20 8,40 2,80 5,77 1,92 4,46 1,49 4,48 1,49 4,46 1,49
Astronium fraxinifolium 5,47 1,82 11,52 3,84 10,68 3,56 11,27 3,76 9,31 3,10 8,37 2,79 8,83 2,94
Casearia sp. 4,68 1,56 1,85 0,62 1,71 0,57 4,37 1,46 7,22 2,41 8,14 2,71 9,32 3,11

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Cassia ferruginea 4,64 1,55 4,84 1,61 9,18 3,06 10,31 3,44 8,62 2,87 7,07 2,36 6,23 2,08
Byrsonima sp.3 4,45 1,48 7,76 2,59 7,29 2,43 5,18 1,73 9,58 3,19 11,97 3,99 12,85 4,28
Uva (Meliaceae) 3,86 1,29 5,76 1,92 8,41 2,80 10,18 3,39 9,57 3,19 8,80 2,93 8,77 2,92
Miconia candolleana 2,45 0,82 11,10 3,70 10,05 3,35 5,80 1,93 3,89 1,30 3,54 1,18 3,27 1,09
Siparuna guianensis 0,49 0,16 10,26 3,42
Subtotal 169,72 56,55 187,72 62,56 193,18 64,38 193,41 64,48 183,41 61,14 173,47 57,83 168,98 56,34
Demais espécies 130,28 43,45 112,28 37,44 106,82 35,62 106,59 35,52 116,59 38,86 126,53 42,17 131,02 43,66
Total 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00 300,00 100,00
* - Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

As espécies de maiores valores de IVI para o povoamento submetido ao


tratamento 4, no levantamento inicial, foram: grupo das desconhecidas,
Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera, Myrcia rostrata, Aloysia virgata,
Dalbergia nigra, Machaerium triste e Jacaranda macrantha (Quadro 21). Com
a aplicação desse tratamento, as mesmas espécies, excetuando grupo das
desconhecidas, Myrcia rostrata e Jacaranda macrantha, somadas a Vismia
ferruginea, Sclerolobium sp., Machaerium nictitans, Astronium fraxinifolium,
Miconia candolleana e Siparuna guianensis, passaram a predominar em termos
de IVI. No decorrer dos dez anos de monitoramento, verificaram-se modificações
na lista de espécies de IVI% ≥ 3,00%, porém, ao final desse período,
predominaram apenas Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera, Jacaranda
macrantha, Casearia sp. e Byrsonima sp.3.+ Observou-se, ainda, que as duas
últimas espécies não eram consideradas de alto IVI no levantamento inicial.

3.7. Dinâmica em volume

A dinâmica em volume foi semelhante à dinâmica em área basal, tendo


em vista que este parâmetro é altamente correlacionado à área basal. Desta
forma, optou-se por não detalhar a discussão sobre o volume. Mudanças em
volume para cada classe diamétrica e por tratamento silvicultural,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão ilustradas nas Figuras 9
e 10.

3.7.1. Dinâmica em volume de espécies no povoamento sem intervenção

As espécies de maiores volumes absoluto e relativo no tratamento sem


intervenção (tratamento 1), correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
estão apresentadas no Quadro 22. Predominaram no levantamento inicial:
Dalbergia nigra, Mabea fistulifera, Byrsonima sp.3, Piptadenia gonoacantha,
Inga alba, Machaerium triste, Sclerolobium sp., Myrcia rostrata, Mimosa
pteridifolia e o grupo das desconhecidas. Após dois anos, verificou-se o
aparecimento na lista das espécies de maiores volumes apenas do grupo das
desconhecidas. Com quatro anos, apareceu Mimosa pteridifolia. Em 1992,
verificou-se diminuição relativa, para Myrcia rostrata, cuja tendência é
confirmada para as demais ocasiões de monitoramento. Em termos de
povoamento, verificaram-se, em relação ao levantamento inicial, aumentos de
22,59, 33,19, 46,74, 53,17 e 58,08%, respectivamente, em relação a 1988, 1990,
1992, 1994 e 1996. Os aumentos de ocasião para ocasião de monitoramento
foram 22,59, 8,65, 10,17, 4,38 e 3,20%, respectivamente, para os períodos de
1986-1988, 1988-1990, 1990-1992, 1992-1994 e 1994-1996. Observou-se que, a
partir de 1992, houve tendência de diminuição do aumento em volume.

78
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Tratamento 1 1986 antes


1986 após
45 1988
40 1990
35 1992
Volume (m3/ha)
(m3/ha)

30
1994
25
1996
Volume

20
15
10
5
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5

Tratamento 2

35
30
Volume(m3/ha)
(m3/ha)

25
20
Volume

15
10
5
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5
Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 9 - Volume por classe diamétrica e para os tratamentos 1 e 2,


correspondente a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

79
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Tratamento 3 1986 antes


1986 após
40 1988
35 1990
30 1992
(m3/ha)
(m3/ha)

25 1994
Volume

20 1996
Volume

15
10
5
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 52,5 57,5 62,5 67,5 72,5

Tratamento 4

40
35
30
Volume(m3/ha)
(m /ha)

25
3

20
Volume

15
10
5
0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 52,5 57,5 62,5
Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 10 - Volume por classe diamétrica e para os tratamentos 3 e 4,


correspondente a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

80
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

3.7.2. Dinâmica em volume de espécies no povoamento submetido a corte raso

As espécies de maiores volumes absoluto e relativo no povoamento


submetido a corte raso (tratamento 2), correspondentes a cada ocasião de
monitoramento, estão apresentadas no Quadro 23.
No levantamento inicial, o volume médio estimado foi de 88,7747 m3/ha,
predominando o grupo das desconhecidas, Piptadenia gonoacantha, Mabea
fistulifera, Aloysia virgata, Dalbergia nigra, Byrsonima sp.3 e Myrcia rostrata.
Dois anos após aplicação de corte raso, o volume foi de 0,2789 m3/ha,
representando recuperação de apenas 0,31%. Nessa ocasião, passaram a
predominar: Aloysia virgata, Cassia ferruginea, Uva, Piptadenia gonoacantha,
Mabea fistulifera, Astronium fraxinifolium, Pouteria sp., Ilex sp. e Annona
cacans. Em 1990, verificaram-se recuperação de 6,43% e aumento de
1.948,52%. Para uva, Pouteria sp., Ilex sp. e Annona cacans, foi observada
queda acentuada em volume relativo, em virtude do aumento considerável de
espécies que reapareceram nessa ocasião. Passaram a predominar: Aloysia
virgata, Cassia ferruginea, Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera,
Astronium fraxinifolium, grupo das desconhecidas, Anadenanthera colubrina,
Plathymenia foliolosa, Jacaranda macrantha e Stryphnodendron cf. guianense.
Em 1992, foi observado um volume de 17,4244 m3/ha. A recuperação foi de
19,63% e houve aumento de 204,99%. As espécies de maiores volumes foram as
mesmas de 1990, exceto Jacaranda macrantha, mas incluindo Byrsonima sp.3.
As espécies Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera e Byrsonima sp.3
apresentaram aumentos em volume superiores à média verificada,
respectivamente, 248,30, 283,77 e 997,85%. Em 1994, verificaram-se
recuperação de 34,07% e aumento de 73,56%, em relação a 1992. Nesta ocasião,
notou-se diminuição acentuada nos aumento em volume, tanto em nível de todo
tratamento, como em de espécies. As espécies de maiores volumes foram as
mesmas da ocasião anterior, exceto Astronium fraxinifolium e Stryphnodendron
cf. guianense. Após dez anos de monitoramento (1986-1996), obteve-se um
volume médio de 42,9310 m3/ha, o que corresponde à recuperação de 48,36%.
Em relação à ocasião anterior, verificou-se aumento de 41,96%, confirmando-se
a tendência de diminuição do crescimento em todos os níveis. Para a espécie
Astronium fraxinifolium, foi observada recuperação em termos de volume,
voltando a mesma a ser relacionada na lista das espécies de maiores volumes. A
maioria das espécies teve seus volumes relativos diminuídos, exceto Piptadenia
gonoacantha, Mabea fistulifera e Byrsonima sp.3, porém, com aumentos em
volume absoluto.

81
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 22 - Espécies de maiores volumes absoluto (VA) e relativo (VR) no tratamento 1, correspondentes a cada ocasião de
monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR
3 3 3 3 3 3 3
m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha %
Dalbergia nigra 6,7351 7,69 6,7351 7,69 7,8782 7,34 7,9912 6,85 8,2857 6,45 7,4602 5,56 6,1419 4,44
Mabea fistulifera 5,6875 6,50 5,6875 6,50 7,3831 6,88 8,4065 7,21 9,4215 7,33 10,1453 7,57 11,0279 7,97
Byrsonima sp.3 5,2930 6,05 5,2930 6,05 6,5481 6,10 7,7456 6,64 9,0743 7,06 9,9090 7,39 11,3334 8,19
Piptadenia gonoacantha 5,2595 6,01 5,2595 6,01 6,1422 5,72 6,6099 5,67 6,9183 5,39 7,1191 5,31 6,7548 4,88
Inga alba 4,1784 4,77 4,1784 4,77 4,7418 4,42 4,7216 4,05 4,6186 3,60 4,4430 3,31 3,7906 2,74
82

Machaerium triste 4,0328 4,61 4,0328 4,61 4,5820 4,27 4,9111 4,21 5,1408 4,00 5,3423 3,98 4,8020 3,47
Sclerolobium sp. 3,3779 3,86 3,3779 3,86 3,7244 3,47 4,1138 3,53 4,7272 3,68 5,1588 3,85 5,8418 4,22
Myrcia rostrata 3,0224 3,45 3,0224 3,45 3,8825 3,62 3,6320 3,11 3,40390 2,65 3,1334 2,34 2,5364 1,83
Mimosa pteridifolia 2,5889 2,96 2,5889 2,96 3,1415 2,93 3,7572 3,22 4,4842 3,49 5,1462 3,84 6,1368 4,43
Grupo das desconhecidas 2,4982 2,85 2,4982 2,85 3,3153 3,09 3,6506 3,13 4,0986 3,19 4,1076 3,06 4,3048 3,11
Subtotal 42,6737 48,75 42,6737 48,75 51,3391 47,84 55,5396 47,62 60,1732 46,84 61,9649 46,21 62,6704 45,28

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Demais espécies 44,8772 51,25 44,8772 51,25 55,9855 52,16 61,0701 52,38 68,298870 53,16 72,1354 53,79 75,7267 54,72
Total 87,5509 100,00 87,5509 100,00 107,3246 100,00 116,6097 100,00 128,472092 100,00 134,1003 100,00 138,3971 100,00
*- Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 23 - Espécies de maiores volumes absoluto (VA) e relativo (VR) no tratamento 2, correspondentes a cada ocasião de
monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Espécie Ocasião de Monitoramento

1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR
3 3 3 3 3 3 3
m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha %
Grupo das desconhecidas 10,6523 12,00 0,2316 4,05 0,9715 5,58 1,6472 5,45 2,3165 5,40
Piptadenia gonoacantha 6,6454 7,49 0,0283 10,15 0,3575 6,26 1,2451 7,15 2,2178 7,33 3,2470 7,56
Mabea fistulifera 6,2292 7,02 0,0212 7,60 0,5899 10,33 2,2638 12,99 3,9999 13,23 6,0778 14,14
Aloysia virgata 4,4695 5,03 0,0745 26,70 0,8820 15,44 2,0407 11,71 2,7356 9,05 3,5178 8,19
Dalbergia nigra 4,3449 4,89 0,1532 2,68 0,4232 2,43 0,7588 2,51 1,1350 2,64
Byrsonima sp.3 2,8031 3,16 0,1101 1,93 1,2089 6,94 2,7089 8,96 3,9374 9,17
83

Myrcia rostrata 2,7157 3,06 0,0201 0,35 0,2000 1,15 0,6140 2,03 1,1087 2,58
Ilex sp. 2,5325 2,85 0,0100 3,59 0,0281 0,49 0,0526 0,30 0,0644 0,21 0,0755 0,18
Cassia ferruginea 2,4367 2,74 0,0460 16,50 0,4651 8,14 0,8120 4,66 1,1020 3,64 1,3316 3,10
Annona cacans 2,2463 2,53 0,0085 3,06 0,0516 0,90 0,0705 0,40 0,1123 0,37 0,1531 0,36
Anadenanthera colubrina 2,0185 2,27 0,1828 3,20 0,3314 1,90 0,4525 1,50 0,6178 1,44
Plathymenia foliolosa 1,8354 2,07 0,5061 8,86 0,9377 5,38 1,3582 4,49 1,9171 4,47
Astronium fraxinifolium 1,5314 1,73 0,0157 5,61 0,2757 4,83 0,5663 3,25 0,8622 2,85 1,3665 3,18

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Jacanda macrantha 1,3424 1,51 0,1804 3,16 0,4799 2,75 0,8386 2,77 1,1550 2,69
Pouteria sp. 0,4464 0,50 0,0143 5,13 0,0441 0,77 0,0887 0,51 0,0987 0,33 0,1141 0,27
Uva (Meliaceae) 0,3592 0,40 0,0451 16,18 0,0354 0,62 0,1428 0,82 0,2848 0,94 0,4806 1,12
Stryphnodendron cf. guianense 0,3531 0,40 0,0069 2,47 0,4393 7,69 0,6450 3,70 0,8280 2,74 0,7361 1,71
Subtotal 52,9620 59,65 0,2705 96,99 4,5529 79,70 12,4800 71,62 20,6840 68,40 29,2879 68,20
Demais espécies 35,8127 40,35 0,0084 3,01 1,1602 20,30 4,9444 28,38 9,5579 31,60 13,6961 31,80
Total 88,7747 100,00 0,2789 100,00 5,713081 100,00 17,4244 100,00 30,2419 100,00 42,9840 100,00
* - Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

3.7.3. Dinâmica em volume de espécies no povoamento com redução de


79,47% em área basal

As espécies de maiores volumes absoluto e relativo no povoamento com


redução de 79,47% em área basal (tratamento 3), correspondentes a cada ocasião
de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 24.
Antes da aplicação do tratamento 3, verificou-se, em 1986, um volume
médio de 113,1677 m3/ha. As espécies de maiores volumes foram: grupo das
desconhecidas, Sclerolobium sp., Machaerium triste, Piptadenia gonoacantha,
Mabea fistulifera, Aloysia virgata, Cecropia sp., Dalbergia nigra, Inga alba e
Piptocarpha macropoda. Depois da aplicação do tratamento, obteve-se um
volume médio de 25,3946 m3/ha, correspondente a 22,44% do volume
encontrado no levantamento inicial. Passaram a predominar: Sclerolobium sp.,
Machaerium triste, Vernonia diffusa, Piptadenia gonoacantha, Mimosa
pteridifolia, Dalbergia nigra, Astronium fraxinifolium e Melanoxylon brauna.
Após dois anos, observaram-se recuperação de 27,61% e aumento de 23,04%. As
espécies de maiores volumes foram as mesmas de 1986, exceto Dalbergia nigra,
que apresentou perda real em volume. Em 1990, o volume foi recuperado em
34,50%. Em relação a 1988, o aumento em volume foi de 25,60%. As espécies
de maiores volumes foram as mesmas da ocasião anterior. Verificou-se que
apenas Vernonia diffusa apresentou diminuição do volume absoluto, o que
representa queda acentuada em seu volume relativo. Machaerium triste,
Piptadenia gonoacantha e Mimosa pteridifolia apresentaram aumentos
superiores ao aumento médio encontrado, ampliando, assim, seus volumes
relativos. Em 1992, foi observado volume médio de 52,1288 m3/ha. A
recuperação foi de 46,06% e o aumento foi de 33,50%. Em relação a 1990,
apenas Mabea fistulifera não se destacou entre as de maiores volumes.
Vernonia diffusa apresentou recuperação em volume absoluto, porém, com
diminuição do volume relativo. Astronium fraxinifolium passou a não ser
considerada na lista das espécies de maiores volumes. As demais espécies
apresentaram perdas em volumes relativos, exceto Piptadenia gonoacantha.
Em 1994, a recuperação foi de 53,89% e o aumento foi de 16,99%. Piptadenia
gonoacantha e Mabea fistulifera ampliaram seus volumes absoluto e relativo. A
espécie uva apareceu na lista das de maiores volumes. Vernonia diffusa passou a
não ser considerada na lista das espécies de maiores volumes. As demais espécies
apresentaram perdas em volume relativo. Após dez anos de monitoramento, o
volume atingido foi de 71,9666 m3/ha, tendo sido recuperado 63,59% do volume
médio do levantamento inicial. Em relação à ocasião anterior, obteve-se aumento
de 18,00%. A lista das espécies de maiores volumes ficou restrita às espécies:
Sclerolobium sp., Machaerium triste, Piptadenia gonoacantha, Mabea fistulifera,
uva, Mimosa pteridifolia e Vochysia tucanorum. Dentre estas espécies, apenas
Mabea fistulifera, uva e Vochysia tucanorum apresentaram aumentos em termos
de volume relativo, em relação à ocasião de monitoramento de 1994.

84
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 24 - Espécies de maiores volumes absoluto (VA) e relativo (VR) no tratamento 3, correspondentes a cada ocasião de
monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR
3 3 3 3 3 3 3
m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha %
Grupo das desconhecidas 11,1647 9,87 0,5173 2,04 0,4837 1,55 0,4800 1,23 0,7218 1,38 0,6994 1,15 0,9087 1,26
Sclerolobium sp. 5,9359 5,25 2,9501 11,62 3,3443 10,70 3,7592 9,63 4,8253 9,26 4,6963 7,70 4,7620 6,62
Machaerium triste 5,5556 4,91 1,6739 6,59 2,1750 6,96 2,8007 7,17 3,4873 6,69 4,0347 6,62 4,7429 6,59
Piptadenia gonoacantha 5,4723 4,84 1,2524 4,93 1,5165 4,85 2,1019 5,38 3,0052 5,77 3,8274 6,28 4,4426 6,17
Mabea fistulifera 4,8890 4,32 0,4807 1,89 0,5952 1,90 0,8891 2,28 1,8290 3,51 2,6713 4,38 3,6043 5,01
Aloysia virgata 4,8105 4,25 0,5623 2,21 0,7448 2,38 0,9436 2,42 1,5259 2,93 1,8073 2,96 2,1370 2,97
85

Cecropia sp. 4,0438 3,57 0,0000 0,00 0,1039 0,33 0,5079 1,30 0,9243 1,77 1,1900 1,95 1,4476 2,01
Dalbergia nigra 3,9687 3,51 0,9168 3,61 0,7755 2,48 0,9889 2,53 1,3064 2,51 1,1195 1,84 1,2552 1,74
Inga alba 3,8739 3,42 0,4852 1,91 0,5988 1,92 0,7188 1,84 1,0543 2,02 1,4060 2,31 1,5988 2,22
Piptocarpha macropoda 3,6570 3,23 0,2741 1,08 0,3504 1,12 0,3353 0,86 0,3037 0,58 0,3436 0,56 0,4032 0,56
Vernonia diffusa 2,6133 2,31 1,6441 6,47 1,7052 5,46 1,4274 3,66 1,5800 3,03 1,7654 2,89 1,5909 2,21
Astronium fraxinifolium 1,7404 1,54 0,8135 3,20 0,9505 3,04 1,1826 3,03 1,3856 2,66 1,6291 2,67 2,0431 2,84
Melanoxylon brauna 1,6182 1,43 0,8655 3,41 1,1045 3,53 1,3066 3,35 1,6109 3,09 1,9072 3,13 2,1428 2,98

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Uva (Meliacae) 1,4400 1,27 0,4454 1,75 0,6807 2,18 0,9379 2,40 1,5510 2,98 2,0269 3,32 2,7403 3,81
Mimosa pteridifolia 1,2742 1,13 1,0552 4,16 1,3825 4,42 1,8212 4,66 2,2738 4,36 2,5265 4,14 2,8891 4,01
Vochysia tucanorum 1,0497 0,93 0,4091 1,61 0,6779 2,17 1,0747 2,75 1,5138 2,90 1,7244 2,83 2,3071 3,21
Subtotal 63,1072 55,78 14,3458 56,48 17,1892 54,99 21,2757 54,49 28,8983 55,44 33,3747 54,73 39,0154 54,21
Demais espécies 50,0605 44,22 11,0488 43,52 14,0572 45,01 17,7725 45,51 23,2305 44,56 27,6124 45,27 32,9512 45,79
Total 113,1676 100,00 25,3946 100,00 31,2464 100,00 39,0482 100,00 52,1288 100,00 60,987301 100,00 71,9666 100,00
* - Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

3.7.4. Dinâmica em volume de espécies no povoamento com redução de


87,33% em área basal

As espécies de maiores volumes absoluto e relativo no povoamento com


redução de 87,33% em área basal (tratamento 4), correspondentes a cada ocasião
de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 25.
Verificou-se que, antes da aplicação do tratamento 4, o volume médio foi
de 105,7678 m3/ha, com a predominância das espécies: Piptadenia gonoacantha,
grupo das desconhecidas, Machaerium triste, Dalbergia nigra, Sclerolobium sp.,
Aloysia virgata, Mabea fistulifera e Myrcia rostrata. Com a aplicação do
tratamento, o volume foi reduzido para 15,9827 m3/ha, o que representou 15,11%
do volume médio encontrado no levantamento inicial. Nessa ocasião, passaram a
predominar: Piptadenia gonoacantha, Machaerium triste, Dalbergia nigra,
Sclerolobium sp., Aloysia virgata, Plathymenia foliolosa e Miconia candolleana.
Em 1988, o volume médio encontrado correspondeu a 17,77% do volume do
levantamento inicial. Em relação à ocasião anterior, ocorreu aumento em volume
de 17,58%. As espécies de maiores volumes foram as mesmas de 1986.
Piptadenia gonoacantha, Sclerolobium sp. e Miconia candolleana apresentaram
aumento em volume relativo, enquanto as demais obtiveram diminuição. Após
quatro anos, obtiveram-se 23,38% do volume inicial e um aumento de 31,59%,
em relação a 1988. Astronium fraxinifolium e uva foram incorporadas à lista de
espécies de maiores volume, e Miconia candolleana foi retirada. Das
anteriormente relacionadas, apenas Piptadenia gonoacantha obteve aumento em
volume relativo. Em 1992, o volume médio foi de 36,3595 m3/ha, representando
34,38% do volume obtido para o levantamento inicial. Em relação à ocasião
anterior, houve aumento de 47,04%. As espécies de maiores volumes foram as
mesmas de 1990, com Mabea fistulifera substituindo Astronium fraxinifolium. As
únicas espécies a apresentarem aumentos superiores à média encontrada foram:
Mabea fistulifera, Aloysia virgata e uva. Após oito anos de monitoramento,
atingiu-se 45,33% do volume obtido no levantamento inicial. O aumento em
volume foi de 31,87%, em relação a 1990. Na lista de espécies de maiores
volumes foram acrescentadas Byrsonima sp.3 e Vernonia diffusa, e retirada
Plathymenia foliolosa. Além das duas espécies acrescentadas, também
apresentaram aumentos em volume relativo Mabea fistulifera e uva. Com dez
anos de monitoramento (1986-1996), verificou-se um volume médio de
58,6106 m3/ha, o que representou 55,41% do volume encontrado no
levantamento inicial. Em relação a 1994, o aumento em volume foi de 22,22%. A
relação das espécies de maiores volumes foi a mesma da ocasião anterior,
incluindo Astronium fraxinifolium. Mabea fistulifera foi a espécie que apresentou
maior aumento em volume.

86
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 25 - Espécies de maiores volumes absoluto (VA) e relativo (VR) no tratamento 4, correspondentes a cada ocasião de
monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento

Espécie 1986* 1986** 1988 1990 1992 1994 1996

VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR VA VR
3 3 3 3 3 3 3
m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha % m /ha %
Piptadenia gonoacantha 11,8946 11,25 1,4577 9,12 2,1297 11,33 3,5587 14,39 5,0840 13,98 6,3225 13,19 6,8115 11,62
Grupo das desconhecidas 10,3185 9,76 0,1666 1,04 0,1313 0,70 0,1464 0,59 0,3941 1,08 0,6717 1,40 0,9437 1,61
Machaerium triste 6,9369 6,56 1,9306 12,08 2,2077 11,75 2,6127 10,57 3,0529 8,40 3,5226 7,35 3,4581 5,90
Dalbergia nigra 6,5162 6,16 0,6514 4,08 0,6212 3,31 0,6098 2,47 0,8577 2,36 0,9729 2,03 1,3264 2,26
Sclerolobium sp. 5,9477 5,62 2,2808 14,27 2,9004 15,43 3,3083 13,38 4,0371 11,10 3,9959 8,33 4,2652 7,28
87

Aloysia virgata 5,3295 5,04 0,6086 3,81 0,7075 3,77 0,9125 3,69 1,4408 3,96 1,8289 3,81 2,1249 3,63
Mabea fistulifera 5,1024 4,82 0,0873 0,55 0,0981 0,52 0,4955 2,00 1,7426 4,79 2,8468 5,94 4,1255 7,04
Myrcia rostrata 4,9769 4,71 0,4336 2,71 0,3536 1,88 0,4093 1,66 0,6578 1,81 0,9643 2,01 1,1799 2,01
Astronium fraxinifolium 2,0475 1,94 0,4682 2,93 0,5433 2,89 0,7701 3,11 1,0540 2,90 1,3843 2,89 1,8844 3,22
Byrsonima sp.3 1,5101 1,43 0,3860 2,41 0,5028 2,68 0,5913 2,39 1,0635 2,93 1,8105 3,78 2,6139 4,46
Uva (Meliaceae) 1,4740 1,39 0,3368 2,11 0,4763 2,53 0,8116 3,28 1,2721 3,50 1,7919 3,74 2,3990 4,09

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Plathymenia foliolosa 1,1350 1,07 1,1312 7,08 1,2339 6,57 1,3001 5,26 1,3389 3,68 1,4143 2,95 1,4330 2,44
Vernonia diffusa 1,0529 1,00 0,4547 2,84 0,4992 2,66 0,6434 2,60 1,0692 2,94 1,6085 3,35 2,1642 3,69
Miconia candolleana 0,5721 0,54 0,4911 3,07 0,6551 3,49 0,6770 2,74 0,7845 2,16 0,9824 2,05 1,1108 1,90
Subtotal 64,8143 61,29 10,8846 68,10 13,0597 69,51 16,8467 68,13 23,8493 65,59 30,1172 62,82 35,8403 61,15
Demais espécies 40,9535 38,71 5,0981 31,90 5,7323 30,49 7,8814 31,87 12,5102 34,41 17,8311 37,18 22,7703 38,85
Total 105,7678 100,00 15,9827 100,00 18,7920 100,00 24,7281 100,00 36,3595 100,00 47,9483 100,00 58,6106 100,00
* - Antes da intervenção e ** - após a intervenção.
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3.8. Distribuição diamétrica

As estimativas dos parâmetros da função de distribuição de Weibull,


correspondentes às diferentes ocasiões, estão apresentadas no Quadro 26.
As distribuições diamétricas ajustadas, por meio da função Weibull, para
todos os tratamentos antes da intervenção foram relativamente similares (Figuras
11a e 11c e 12a e 12d). As distribuições seguiram padrões de uma curva na
forma de J-invertido, típica de florestas naturais ineqüiâneas.

Quadro 26 - Estimativas dos parâmetros da função de distribuição de Weibull e


suas estatísticas, conforme os tratamentos e a ocasião de
monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de
Minas-MG

Estimativas Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3 Tratamento 4

Ocasião de Monitoramento

1986 * 1996 1986 * 1996 1986 * 1986 ** 1996 1986 * 1986 ** 1996

α assumido 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0

β$ 4,7798 5,3797 4,7836 3,3526 4,6137 6,8084 4,6652 4,6186 6,1672 3,8473

γ$ 1,3947 1,3548 1,4143 2,0450 1,4000 1,4357 1,3188 1,4329 1,2879 1,3916

*- Antes da intervenção e **- após a intervenção.

As distribuições diamétricas no tratamento 1, antes da intervenção


(Figura 11a) e após dez anos (Figura 11b), foram muito semelhantes. Verificou-
se (Quadro 26) que apenas a estimativa do parâmetro de escala ( β$ ) mostrou
maior modificação.
Para os tratamentos 2, 3 e 4, que aplicaram intervenções, os
comportamentos da distribuição foram variados.
O tratamento 2 (corte raso) apresentou modificações, após dez anos,
tanto para a estimativa do parâmetro de escala ( β$ ) quanto para o de forma ( γ$ ). A
estimativa do parâmetro de forma maior que 1, para antes e dez anos depois da
intervenção, indica recuperação parcial da estrutura diamétrica do povoamento
no período de monitoramento. Antes da intervenção, os DAPs variaram de 5 a
31,19 cm, distribuídos em seis classes. Com dez anos, o DAP máximo foi de
21,01 cm, valor bastante inferior ao obtido no levantamento inicial. Verificou-se
que a estrutura, após dez anos, foi formada em sua maioria por árvores menores
que 12,5 cm de DAP.

88
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

1800 (a ) 1800 (b)


1600 1600
Número de Árvores/ha

1400 1400

1200 1200

1000 1000

800 Obs e rv a do 800

600 Es tim a do 600

400 400

200 200

0 0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5

1800 (c ) 1800 (d)


1600 1600
Número de Árvores/ha

1400 1400
1200 1200
1000 1000

800 800

600 600

400 400

200 200

0 0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 7,5 12,5 17,5 22,5
Ce ntro de Cla s s e Dia m é tric a (c m ) Ce ntro de Cla s s e Dia m é tric a (c m )

Figura 11 - Distribuição diamétrica para os tratamentos 1 e 2, antes da


intervenção (a) e (c) e dez anos após a intervenção (b) e (d),
respectivamente, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-
MG.

89
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
2000 (a ) 200 (b) 2000 (c )
1800 180 1800
Número de Árvores/ha

1600 160 1600


Obs e rv a do
1400 Es tim a do 140 1400
1200 120 1200
1000 100 1000
800 80 800
600 60 600
400 40 400
200 20 200
0 0 0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5
90

2000 (d) 90 (e ) 2000 (f)


1800 80 1800
1600
Número de Árvores/ha

1600 70
1400 60 1400
1200 1200
50
1000 1000
40
800 800

Prof. Agostinho Lopes de Souza


30
600 600
20
400 400
200 10 200
0 0 0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 12,5 17,5 22,5 27,5 7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5
Ce ntro de Cla s s e Dia m é tric a (c m ) Ce ntro de Cla s s e Dia m é tric a (c m ) Ce ntro de Cla s s e Dia m é tric a (c m )

Figura 12 - Distribuição diamétrica para os tratamentos 3 e 4, antes e depois da intervenção (a) e (b) e (d) e (e) e dez anos após
intervenção (c) e (f), respectivamente, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.
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As curvas das distribuições diamétricas, no tratamento 3 (Figura


a
12 e c), seguiram os padrões típicos de florestas naturais ineqüiâneas, isto é,
tiveram a forma de J-invertido. Notou-se que, após dez anos, a estrutura da
floresta mostrou um padrão de distribuição diamétrica mais próximo de uma
curva tipo exponencial, indicando recuperação parcial da estrutura.
Para o tratamento 4, a estrutura diamétrica, com a intervenção
silvicultural, apresentou modificações acentuadas. No levantamento inicial, a
curva de distribuição diamétrica (Figura 12d) mostrou tendência de forma em
J-invertido. Com dez anos, a curva mostrou recuperação da tendência de
J-invertido, porém, menos pronunciada que antes da aplicação do tratamento.

4. CONCLUSÕES

Pelos resultados obtidos neste trabalho, pôde-se concluir que:


- Os impactos das intervenções variaram conforme os tratamentos,
quanto ao número de árvores, à área basal e ao volume.
- As mudanças na estrutura do povoamento ocorreram em todos os
tratamentos, no decorrer de dez anos de monitoramento.
- As espécies secundárias iniciais foram as mais favorecidas com a
aplicação dos tratamentos 2, 3 e 4.
- As modificações em termos de densidade foram observadas para a
maioria das espécies, em todos os tratamentos, durante dez anos.
- As espécies secundárias iniciais foram, em geral, responsáveis pelo alto
ingrowth.
- O grande aumento da área basal verificado no período de monitor-
amento, no povoamento sem intervenção, confirma que a floresta estudada
encontra-se em processo de sucessão.
- A área basal apresentou altas reduções com a aplicação dos tratamentos
2, 3 e 4, cujas recuperações não foram compensadas pelo alto ingrowth de
árvores jovens.
- Com base no índice de valor de importância, verificou-se que a grande
maioria das espécies ecologicamente importantes foi secundária inicial.
- As modificações foram mais pronunciadas na forma da distribuição, em
termos de estrutura diamétrica.
- As altas intensidades de intervenção dos tratamentos 2, 3, e 4, de modo
geral, estimularam mais a regeneração e o ingrowth do que o crescimento das
árvores remanescentes.

91
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CAPÍTULO 4

INGROWTH, MORTALIDADE E TAXA DE CRESCIMENTO

1. INTRODUÇÃO

A predição do crescimento e da produção de povoamentos manejados e


não-manejados é essencial para a credibilidade de um plano de manejo
sustentável, tendo em vista que as decisões de manejo são tomadas com base na
taxa de crescimento e na produção que esses povoamentos podem alcançar de
acordo com essa taxa.
O crescimento é a mudança em um atributo do povoamento, dentro de
um período estabelecido. Logo, crescimento é o conceito biológico da taxa de
produção, e produção é a colheita ou coleta com base nessa taxa, em um
determinado período. Assim, a produção máxima que uma floresta pode atingir é
o crescimento acumulado em um determinado período, e é a máxima produção
que pode ser removida perpetuamente por períodos semelhantes (DAVIS e
JOHNSON, 1986).
A definição dos componentes do crescimento florestal está relacionada a
um tamanho comercial especificado e entre dois inventários sucessivos do
povoamento. No estudo de crescimento, os termos mais aceitos são ingrowth,
mortalidade e corte (BEERS, 1962; HUSCH et al., 1993; VANCLAY, 1994).
Ingrowth refere-se ao número, à área basal ou ao volume de novas árvores que
atingiram e, ou, ultrapassaram o tamanho mínimo mensurável ou o nível de
inclusão preestabelecido no inventário. Mortalidade é o número, a área basal ou o
volume de árvores que morreram por causa da senescência, da competição, das
doenças, das pragas etc. Corte é o número, a área basal ou o volume removidos
do povoamento durante o intervalo entre o primeiro e o segundo inventário. A
combinação do ingrowth, da mortalidade e do corte com o número, a área basal
ou o volume de árvores remanescentes no final do período de mensuração
fornece os componentes normalmente utilizados na estimativa do crescimento
florestal. Segundo BEERS (1962), considerando-se o número, a área basal ou o
volume de árvores vivas no início do período de mensuração (V1), o número, a
área basal ou o volume de árvores vivas no final do período de mensuração (V2),
o número ou volume de árvores mortas durante o período (M), o número, a área
basal ou o volume de árvores removidas durante o período (C) e o número, a área
basal ou o volume de ingrowth no período (I), cinco diferentes medidas de
crescimento no período podem ser definidas pelas seguintes equações:
1. Crescimento bruto, incluindo-se ingrowth = V2 + M + C - V1.

92
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2. Crescimento bruto, excluindo-se ingrowth = V2 + M + C - I - V1.


3. Crescimento líquido, incluindo-se ingrowth = V2 + C - V1.
4. Crescimento líquido, excluindo-se ingrowth = V2 + C - I - V1.
5. Mudança líquida no estoque de crescimento = V2 - V1.
O ingrowth, a mortalidade e o incremento em diâmetro estão entre os
poucos parâmetros que podem ser utilizados na predição do desenvolvimento de
uma floresta natural ineqüiânea. As estimativas desses parâmetros são obtidas,
principalmente, por meio de inventário florestal contínuo em parcelas
permanentes, por períodos curtos ou longos. Assim, o estudo do crescimento
poderá permitir o entendimento dos processos por meio dos quais ocorrem as
mudanças, em níveis de espécies e povoamentos.
Neste trabalho foram analisados os resultados de ingrowth, mortalidade e
taxa de crescimento de indivíduos com DAP ≥ 5 cm, por tratamento (cortes
seletivos), durante um período de dez anos de monitoramento (1986-1996).
Procurou-se verificar o comportamento da floresta após intervenção, comparado
ao da testemunha (tratamento 1), principalmente quanto ao efeito dos tratamentos
sobre o crescimento e a dinâmica das espécies.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Com os dados de monitoramentos efetuados em nível de árvore individual,


foram obtidas, por espécie e por classe de diâmetro, estimativas de ingrowth e
mortalidade; do incremento periódico médio anual em diâmetro (IPA); do
crescimento; e do incremento periódico bruto e líquido, em área basal e volume.
Para as estimativas de ingrowth, em número de árvores, em área basal e
volume, por hectare e por classe de DAP, por tratamento e por período de
monitoramento, considerou-se como ingrowth a árvore viva que apresentava
DAP menor que 5,0 cm na ocasião de monitoramento Ri e que na ocasião de
monitoramento Ri+1 apresentava DAP maior ou igual a 5,0 cm. A partir das
estimativas do número de árvores ingrowth, por hectare e por classe de DAP,
estimou-se a taxa de ingrowth, da seguinte forma:

n 
I i =  i .100
 Ni 

em que
ni = número de árvores ingrowth na i-ésima classe de DAP, no final do
período de monitoramento; e
Ni = número de árvores vivas na i-ésima classe de DAP, no final do
período de monitoramento.
Contabilizou-se a mortalidade em número de árvores, em área basal e em
volume, por hectare e por classe de DAP, por tratamento e por período de
monitoramento. Considerou-se como morta a árvore viva na ocasião de

93
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monitoramento Ri e que estava morta na ocasião de monitoramento Ri+1. A


partir das estimativas do número de árvores mortas, por hectare e por classe
de DAP, estimou-se a taxa de mortalidade, da seguinte forma:

n 
M (%) =  i  .100
 Ni 

em que
ni = número de árvores mortas na i-ésima classe de DAP, no final do
período de monitoramento; e
Ni = número de árvores vivas na i-ésima classe de DAP, no início
do período de monitoramento.

Para dez anos de monitoramento, a taxa de mortalidade foi estimada da


seguinte forma:

 na i 
M (%) =   .100
 N i + na i − I in 

em que
nai = número acumulado de árvores mortas na i-ésima classe de DAP,
em dez anos;
Ni = número de árvores na i-ésima classe de DAP no final de dez anos; e
Iin = número de árvores classificadas como ingrowth na i-ésima classe de
DAP, no n-ésimo período de monitoramento.

As estimativas de incremento periódico médio anual (IPA), em diâmetro,


por tratamento, por classe de DAP e por ocasião de monitoramento, foram
obtidas da seguinte forma:
 K 
( )
IPA i =  ∑ D k , i, j +1 − D k ,i, j / K / 10T
 
 k +1 
e
 I  I
IPA = ∑ IPA i . K i  / ∑ K i

 
 i =1  i =1
em que
IPA = taxa média de incremento periódico médio anual, em diâmetro, em
mm/ano;
D = diâmetro de tronco à altura de 1,30 m do solo (DAP);
i = classe de DAP, i = 1,2,...,I;
k = número de árvores na classe de DAP, k = 1,2,...,K;
j = ocasião de monitoramento, j = 1,2,...,J; e
T = intervalo de tempo, em anos, entre duas ocasiões.

94
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Para o cálculo do incremento periódico anual, em dez anos de


monitoramento, foram considerados os crescimentos das árvores remanescentes e
das novas árvores estabelecidas pelo ingrowth, da seguinte forma:

 I, K 
 
 ∑ IPik 
 i, k = 1 
IPA =
 J,K J ,I, K 
 
 N Jk + ∑ M jk − M11k − I Jk − ∑ MI j +1, i +1, k 
 j, k =1 j, i, k =1, 

em que
IPik= incremento periódico em diâmetro no i-ésimo período de
monitoramento, na k-ésima classe diamétrica;
NJk = número de árvores na ocasião de monitoramento J, na k-ésima
classe diamétrica;
Mjk = número de árvores mortas na j-ésima ocasião de monitoramento,
na k-ésima classe diamétrica;
M11k = número de árvores da primeira ocasião mortas no primeiro
período de monitoramento, na k-ésima classe diamétrica;
IJk = número de árvores classificadas como ingrowth na ocasião de
monitoramento J, na k-ésima classe diamétrica; e
MIj+1,i+1,k = número de árvores classificadas como ingrowth na (j+1)-
ésima ocasião, mortas no (i+1)-ésimo período de monitoramento, na k-ésima
classe diamétrica.
i = período de monitoramento, i = 1,2,...,I;
j = ocasião de monitoramento, j = 1,2,..., J; e
k = classe diamétrica, k = 1,2,...,K;

A partir dos dados das áreas basais e dos volumes, por hectare, obtidos
de monitoramentos, foram calculados, por ocasião e por tratamento, os
crescimentos e os incrementos bruto e líquido, considerando-se, em ambos, a
inclusão e a exclusão do ingrowth, utilizando as seguintes expressões (HUSCH
et al., 1993):
Cb = Gf - Gi
Cbi = Gf - Gi + I
Cl = Gf - Gi - M
Cli = Gf - Gi + I - M
em que
Cb = crescimento bruto, excluindo o ingrowth;
Cbi = crescimento bruto, incluindo o ingrowth;
Cl = crescimento líquido, excluindo o ingrowth;
Cli = crescimento líquido, incluindo o ingrowth;
Gf = área basal (m2/ha) da árvores remanescentes (árvores vivas nos dois
inventários);

95
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Gi = área basal (m2/ha) inicial das árvores remanescentes (árvores vivas


nos dois inventários), no início do período;
M = mortalidade (m2/ha), no período; e
I = ingrowth (m2/ha), no período.

Para obtenção das estimativas de crescimento em área basal para o


período de dez anos (1986-1996), foram utilizadas as mesmas expressões,
entretanto com as seguintes alterações:
M = mortalidade acumulada (m2/ha), em dez anos; e
I = árvores classificadas como ingrowth (m2/ha), remanescentes no final
do período.

Utilizando-se do mesmo procedimento para área basal e a partir dos


dados de volume, por hectare, obtidos de monitoramentos, foram calculados,
por ocasião e por tratamento, os crescimentos e os incrementos bruto e
líquido, considerando-se, em ambos, a inclusão e a exclusão do ingrowth.
As análises de variância do ingrowth e da mortalidade, em termos de raiz
do número de árvores, área basal e volume, bem como de crescimentos em
diâmetro, em área basal e em volume, foram realizadas conforme descrito
anteriormente, no Capítulo 1.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Ingrowth

O número de árvores/ha, a área basal/ha e o volume/ha, por classe de


diâmetro, das árvores classificadas como ingrowth, correspondentes a cada
período de monitoramento, estão apresentados nos Quadros 1, 2 e 3,
respectivamente. A taxa de ingrowth por tratamento, correspondente a cada
período de monitoramento, está apresentada no Quadro 4.
Em termos de número de árvores por hectare, diferenças significativas,
por meio do teste F ( P < 0,05), foram encontradas entre os tratamentos e entre os
grupos 1, 2, 3 e 4. O grupo formado pelos tratamentos 2, 3 e 4 (submetidos a
cortes) foi superior ao tratamento 1 (sem intervenção). Os grupos 2, 3 e 4 e 3 e 4
foram estatisticamente semelhantes.
Para área basal e volume de ingrowth, a análise de variância revelou o
mesmo comportamento verificado para o número de árvores por hectare.
Os maiores valores de número de árvores, área basal e volume de
ingrowth para os povoamentos submetidos a corte, apesar das altas intensidades,
comprovam que os cortes seletivos estimularam os processos de crescimento da
floresta secundária.

96
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 1 - Número de árvores (N/ha) por classe diamétrica e tratamento,


classificados como ingrowth, correspondente a cada período de
monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de
Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento

86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96

1. Sem intervenção
7,5 312,5 126,0 151,0 125,0 92,0 745,5
12,5 4,0
Total 312,5 126,0 151,0 125,0 92,0 749,5
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 26,0 393,5 605,5 587,5 299,5 1.619,0
12,5 0,5 0,5 0,5 147,5
17,5 7,5
22,5 0,5
Total 26,0 394,0 606,0 588,0 299,5 1.774,5
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 53,5 257,5 418,0 304,5 253,0 1.147,5
12,5 91,5
17,5 4,5
Total 53,5 257,5 418,0 304,5 253,0 1.243,5
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 46,5 310,5 522,0 471,0 324,5 1.493,5
12,5 0,5 0,5 98,5
17,5 7,0

Total 46,5 310,5 522,5 471,5 324,5 1.599,0

97
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 2 - Área basal (m2/ha) por classe diamétrica e tratamento, classificada


como ingrowth, correspondente a cada período de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento

86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96

1. Sem intervenção
7,5 0,7143 0,2815 0,3471 0,2741 0,2017 2,2731
12,5 0,0421
17,5
22,5
Total 0,7143 0,2815 0,3471 0,2741 0,2017 2,3152
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 0,0658 1,0966 1,6525 1,4421 0,7316 6,0920
12,5 0,0044 0,0046 0,0041 1,5299
17,5 0,1766
22,5 0,0174
Total 0,0658 1,1010 1,6571 1,4462 0,7316 7,8159
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 0,1477 0,6886 1,0836 0,7197 0,6052 4,1410
12,5 0,9568
17,5 0,0895
Total 0,1477 0,6886 1,0836 0,7197 0,6052 5,1872
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 0,1196 0,8291 1,3720 1,1458 0,7689 5,3155
12,5 0,0045 0,0044 1,0489
17,5 0,1456

Total 0,1196 0,8291 1,3765 1,1502 0,7689 6,5100

98
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 3 - Volume total (m3/ha) por classe diamétrica e tratamento, classificado


como ingrowth, correspondente a cada período de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento

86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96

1. Sem intervenção
7,5 2,8524 1,1155 1,3949 1,0753 0,7930 10,5710
12,5 0,2866
17,5
22,5
Total 2,8524 1,1155 1,3949 1,0753 0,7927 10,8577
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 0,2789 4,8937 7,2694 6,0223 3,0417 31,0682
12,5 0,0282 0,0303 0,0261 10,4017
17,5 1,3735
22,5 0,1407
Total 0,2789 4,9219 7,2997 6,0483 3,0417 42,9840
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 0,6575 3,0036 4,6521 2,9445 2,4936 20,7997
12,5 6,5200
17,5 0,6805
Total 0,6575 3,0036 4,6521 2,9445 2,4936 28,0002
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 0,5092 3,6074 5,9372 4,7637 3,1472 26,5262
12,5 0,0292 0,0282 7,1712
17,5 1,1149

Total 0,5092 3,6074 5,9664 4,7919 3,1472 34,8123

99
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 4 - Taxa de ingrowth (%) por classe diamétrica e tratamento,


correspondente a cada período de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento

86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96

1. Sem intervenção
7,5 19,75 7,91 9,32 7,62 5,76 46,64
12,5 0,76
17,5
22,5
Total 14,35 5,62 6,48 5,25 3,90 31,79
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 94,03 60,98 39,23 18,49 100,00
12,5 33,33 2,50 0,67 100,00
17,5 100,00
22,5 100,00
Total 93,81 59,79 37,31 16,88 100,00
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 29,32 63,66 53,32 29,18 21,17 96,03
12,5 45,52
17,5 6,52
Total 14,72 42,08 40,84 23,24 16,65 81,84
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 100,00 87,46 60,87 36,84 21,73 100,00
12,5 1,06 0,66 85,65
17,5 19,18

Total 32,86 69,46 54,17 33,18 19,32 95,21

100
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Observa-se, nos Quadros 1, 2 e 3, que no período de monitoramento de


dez anos (1986-1996), no povoamento sem intervenção (tratamento 1),
ingressaram, em média, 749,5 árvores/ha, 2,3152 m2/ha e 10,8577 m3/ha, cuja
taxa de ingrowth (Quadro 4) foi de 31,79%, ou seja, 3,18% ao ano. No
povoamento submetido a corte raso (tratamento 2), ingressaram, em média,
1.774,5 árvores/ha, 7,8159 m2/ha de área basal e 42,9840 m3/ha de volume, cuja
taxa de ingrowth foi de 100,00%, ou seja, 10,00% ao ano. No povoamento com
redução de 79,47% em área basal (tratamento 3), o ingrowth médio foi de
1.243,5 árvores/ha, 5,1872 m2/ha de área basal e 28,0002 m3/ha de volume, cuja
taxa de ingrowth foi de 81,84%, o que representa 8,18% ao ano. No povoamento
com redução de 87,33% em área basal (tratamento 4), as estimativas médias de
ingrowth foram de 1.599,0 árvores/ha, área basal de 6,5100 m2/ha e volume de
34,8123 m3/ha, e a taxa periódica anual média de ingrowth foi de 9,52% ao ano.
Em comparação ao monitoramento de oito anos, realizado na mesma área por
JESUS e SOUZA (1995), verificaram-se aumentos em todos os parâmetros
analisados.
Para o tratamento 1, a taxa de ingrowth foi maior nos dois primeiros anos
de monitoramento (Quadro 4), reduzindo-se bastante para os demais períodos.
No período de 1990 a 1992, foi observada tendência de diminuição dessa taxa ao
longo do tempo. Para os tratamentos 3 e 4, verificaram-se aumento da taxa de
ingrowth, no período de 1988 a 1990, e, posteriormente, tendência de
decréscimo. Esta tendência também foi observada para o tratamento 2, no
período de 1988 a 1990. Observou-se, de modo geral, que as taxas de ingrowth,
principalmente nos tratamentos que foram submetidos a corte, apresentaram
grandes decréscimos, entre os períodos de monitoramento. Porém, nos
tratamentos 3 e 4, nota-se que a taxa média de ingrowth, para o período de 1988
a 1990, foi superior à observada para o tratamento 1. Este comportamento
confirma que, apesar das altas intensidades de intervenção, os tratamentos
estimularam a regeneração natural.
A taxa de ingrowth anual por tratamento, correspondente a cada período
de monitoramento, está ilustrada na Figura 1. O comportamento da taxa de
ingrowth, em função dos períodos de monitoramento, foi semelhante entre os
povoamentos submetidos a intervenções. Esses tratamentos apresentaram altas
taxas anuais de ingrowth até 1990, em virtude, principalmente, das colonizações
por espécies pioneiras e secundárias, tendo em vista as altas intensidades dos
cortes seletivos. A partir de 1990, a tendência geral da curva foi exponencial
negativa, por causa do aumento de concorrência e da diminuição de
luminosidade. Para o tratamento sem intervenção, o comportamento da curva foi
exponencial negativo, explicado pelo maior número de árvores ingrowth de
espécies secundárias tardias e pela diminuição da luminosidade, com o aumento
do fechamento do dossel.
No povoamento submetido ao tratamento 1, em dez anos de
monitoramento, as espécies com maiores recrutamento foram: Mabea fistulifera,
com 8,37% do número total de árvores ingrowth, araçá (5,64%), Byrsonima sp.3
(5,08%), Psychotria cartagenensis (3,60%), Mouriria sp. (3,35%), Vernonia
diffusa (3,22%) e Dalbergia nigra (3,10%). No tratamento 2 (corte raso),

101
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

apresentaram as maiores percentagens de ingrowth: Mabea fistulifera (14,45),


Byrsonima sp3. (12,86), Piptadenia gonoacantha (5,85), Aloysia virgata (4,26),
Casearia sp. (3,50), Astronium fraxinifolium (3,34), Dalbergia nigra (3,16),
Myrcia rostrata (3,14) e Jacaranda macrantha (3,11). No tratamento 3, as
espécies de maiores taxas de ingrowth foram: Mabea fistulifera (12,79%),
Casearia sp. (6,37%), Piptadenia gonoacantha (6,30%), uva (4,90), Jacaranda
macrantha (4,55%), Aloysia virgata (3,19%), Cecropia sp. (3,19%), Inga alba
(3,19%) e Byrsonima sp.3 (3,11%). No tratamento 4 foram: Mabea fistulifera
(14,80%), Piptadenia gonoacantha (11,82%), Byrsonima sp.3 (6,65%),
Casearia sp. (4,83%), Jacaranda macrantha (4,42%) e Astronium fraxinifolium
(3,34%).

Redução em Área Basal


0,00% 100,00%
50
Taxa de Ingrowth (%/ano)

79,47% 87,33%
40

30

20

10

0
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96
Período de Monitoramento

Figura 1 - Taxa de ingrowth anual por tratamento, correspondente a cada


período de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul
de Minas-MG.

Para todos os tratamentos, observou-se que as espécies de maiores


ingrowth foram classificadas como pioneiras e secundárias iniciais. No caso do
tratamento 1, em que não ocorreu intervenção, tal fato comprova que a floresta
secundária estudada pode ser considerada como jovem e em estádio sucessional
médio.

3.2. Mortalidade

A mortalidade foi analisada em termos de número de árvores/ha


(Quadro 5), área basal/ha (Quadro 6), volume/ha (Quadro 7) e taxa de
mortalidade (Quadro 8), por tratamento, classe diamétrica e período de
monitoramento.

102
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 5 - Número de árvores mortas (N/ha) por classe diamétrica e tratamento,


correspondente a cada período de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento


86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
1. Sem intervenção
7,5 3,0 46,5 47,5 55,5 75,5 228,0
12,5 11,0 11,0 10,5 21,5 54,0
17,5 2,5 1,5 8,0 11,0 23,0
22,5 1,5 2,0 1,5 4,5 9,5
27,5 0,5 0,5
32,5 0,0 0,0
37,5 1,0 1,0
Total 3,0 61,5 62,0 75,5 114,0 316,0
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 12,5 25,5 98,0 136,0
12,5 3,0 3,0
Total 12,5 25,5 101,0 139,0
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 3,5 2,5 2,0 9,5 35,5 53,0
12,5 5,5 4,0 3,0 3,0 4,0 19,5
17,5 2,5 1,0 1,0 4,5 1,5 10,5
22,5 1,5 0,5 0,5 1,5 4,0
27,5 0,5 0,5
32,5
37,5 0,5 0,5
42,5 0,5 0,5
Total 11,5 9,0 6,5 18,0 43,5 88,5
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 0,5 2,5 12,5 59,5 75,0
12,5 4,0 2,5 2,0 1,5 2,0 12,0
17,5 2,0 1,0 0,0 0,0 2,0 5,0
22,5 1,0 1,0 0,5 0,5 1,5 4,5
27,5 0,0 0,5 0,5
32,5 0,0 0,5 0,5
37,5 0,5 0,0 0,5
Total 7,0 5,0 5,0 15,0 66,0 98,0

103
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Quadro 6 - Área basal de árvores mortas (m2/ha) por classe diamétrica e


tratamento, correspondente a cada período de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento


86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
1. Sem intervenção
7,5 0,0085 0,1854 0,1840 0,2130 0,3096 0,9003
12,5 0,1310 0,1181 0,1140 0,2620 0,6250
17,5 0,0522 0,0388 0,1803 0,2642 0,5354
22,5 0,0530 0,0807 0,0603 0,1664 0,3604
27,5 0,0258 0,0258
32,5
37,5 0,1222 0,1222
Total 0,0085 0,4216 0,4215 0,5676 1,1501 2,5691
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 0,0446 0,0791 0,3395 0,4631
12,5 0,0247 0,0247
Total 0,0446 0,0791 0,3642 0,4878
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 0,0167 0,0127 0,0057 0,0374 0,1105 0,1828
12,5 0,0659 0,0522 0,0418 0,0428 0,0400 0,2426
17,5 0,0643 0,0223 0,0249 0,1201 0,0440 0,2754
22,5 0,0594 0,0190 0,0198 0,0566 0,1547
27,5 0,0000 0,0295 0,0295
32,5 0,0000 0,0000 0,0000
37,5 0,0000 0,0545 0,0545
42,5 0,0683 0,0683
Total 0,1468 0,1464 0,0913 0,2883 0,3348 1,0076
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 0,0015 0,0065 0,0321 0,1876 0,2276
12,5 0,0526 0,0327 0,0270 0,0186 0,0228 0,1536
17,5 0,0483 0,0222 0,0000 0,0000 0,0511 0,1215
22,5 0,0339 0,0326 0,0190 0,0218 0,0591 0,1663
27,5 0,0000 0,0274 0,0274
32,5 0,0000 0,0422 0,0422
37,5 0,0536 0,0536
Total 0,1347 0,0889 0,0524 0,1260 0,3901 0,7921

104
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Quadro 7 - Volume de árvores mortas (m3/ha) por classe diamétrica e


tratamento, correspondente a cada período de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento


86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
1. Sem intervenção
7,5 0,0375 0,9745 0,9535 1,0948 1,6275 4,6876
12,5 0,9119 0,8058 0,7808 1,8353 4,3338
17,5 0,3990 0,3042 1,3929 2,0588 4,1537
22,5 0,4303 0,6632 0,4951 1,3565 2,9451
27,5 0,2153 0,2153
32,5
37,5 1,0617 1,0617
Total 0,0375 2,7157 2,7267 3,7628 8,1546 17,3973
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 0,2246 0,3705 1,6775 2,2726
12,5 0,1586 0,1586
Total 0,2246 0,3705 1,8361 2,4312
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 0,0924 0,0714 0,0255 0,1933 0,5238 0,9064
12,5 0,4605 0,3708 0,3005 0,3094 0,2688 1,7100
17,5 0,5054 0,1719 0,1948 0,9479 0,3507 2,1707
22,5 0,4874 0,1549 0,1623 0,4624 1,2670
27,5 0,2485 0,2485
32,5
37,5 0,4725 0,4725
42,5 0,5956 0,5956
Total 1,0584 1,1015 0,6758 2,2085 2,3266 7,3708
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 0,0064 0,0277 0,1364 0,8854 1,0559
12,5 0,3739 0,2320 0,1926 0,1314 0,1586 1,0885
17,5 0,3776 0,1709 0,4012 0,9497
22,5 0,2743 0,2629 0,1549 0,1802 0,4843 1,3567
27,5 0,2305 0,2305
32,5 0,3630 0,3630
37,5 0,4642 0,4642
Total 1,0258 0,6722 0,3753 0,9122 2,5230 5,5085

105
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 8 - Taxa de mortalidade (%) por classe diamétrica e tratamento,


correspondente a cada período de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento/Classe Diamétrica Período de Monitoramento


86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
1. Sem intervenção
7,5 0,21 2,94 2,98 3,43 4,60 13,14
12,5 2,52 2,38 2,13 4,20 9,28
17,5 2,33 1,15 5,13 6,79 12,53
22,5 4,76 6,15 4,23 1,17 18,63
27,5 3,45 3,03
32,5
37,5 20,00 28,57
Total 0,16 2,82 2,77 3,24 4,79 12,24
2. Corte raso (redução de 100%)
7,5 2,99 2,57 6,54 9,34
12,5 4,03 1,99
Total 2,98 2,52 6,41 8,61
3. Redução de 79,47% em área basal
7,5 2,12 1,37 0,49 1,21 3,40 5,33
12,5 5,42 3,72 2,51 2,14 2,48 8,72
17,5 5,95 1,77 1,60 7,20 2,44 13,21
22,5 13,64 2,86 1,96 4,76 10,81
27,5 5,88 3,45
32,5
37,5 16,67 33,33
42,5 50,00 20,00
Total 3,58 2,48 1,06 1,76 3,32 6,53
4. Redução de 87,33% em área basal
7,5 1,08 0,70 1,46 4,65 6,03
12,5 6,50 5,26 5,06 3,19 2,63 9,45
17,5 7,84 3,39 6,15 12,05
22,5 10,00 9,52 3,45 2,63 7,14 18,37
27,5 6,67 5,56
32,5 16,67 14,29
37,5 33,33 16,67
Total 6,86 3,53 1,12 1,56 4,64 6,75

106
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No final do período de dez anos de monitoramento, em termos de


número de árvores mortas por hectare, por meio do teste F, foram encontradas
diferenças significativas ( P < 0,05) entre os tratamentos e entre os grupos 1, 2, 3
e 4. O tratamento 1 (sem intervenção) foi estatisticamente inferior ao grupo
formado pelos tratamentos 2, 3 e 4 (submetidos a cortes). Os tratamentos
submetidos a corte foram estatisticamente semelhantes.
Para área basal e volume de árvores mortas, a análise de variância
revelou diferenças semelhantes às verificadas para o número de árvores mortas.
As diferenças significativas (P < 0,05) verificadas em número, área basal
e volume de árvores mortas indicam que os tratamentos submetidos a corte
apresentaram menores perdas quanto a esses parâmetros, em relação ao
tratamento 1, revelando a necessidade de aplicação de tratamentos, visando
diminuir tais perdas.
A taxa de mortalidade anual, considerando-se o número de árvores
mortas acumulado, para o período de dez anos, foi de 1,22, 0,86, 0,65 e 0,68%,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Para o tratamento 1, que não sofreu
intervenção, a taxa de mortalidade anual foi compatível com a encontrada por
SWAINE et al. (1987), que, revisando trabalhos realizados em 18 locais
tropicais, em três continentes, verificaram que essa taxa, para povoamentos que
não sofreram tratamentos, estava entre 1 e 2%, variando de acordo com o local e
entre os períodos sucessivos, independentemente da classe diamétrica.
Considerando-se a taxa de mortalidade com base apenas nas árvores
remanescentes de 1986, no período de dez anos, os tratamentos 1, 3 e 4
apresentaram 1,39, 1,42 e 2,11% ao ano, respectivamente. Maiores taxas de
mortalidade, para os tratamentos que sofreram intervenções, também foram
observadas por JONKERS (1987).
O comportamento da taxa de mortalidade por tratamentos, em função das
ocasiões de monitoramento, está ilustrado na Figura 2. Para o tratamento sem
intervenção, a taxa de mortalidade aumentou no decorrer dos dez anos de
monitoramento. No caso do corte raso, a taxa apresentou comportamento
variado, observando-se aumento após decorridos seis anos da intervenção,
porém, aos oito anos, apresentou pequena redução e no período de 1994 a 1996
apresentou taxa maior que a dos demais tratamentos. Essas oscilações podem ser
explicadas, principalmente, em função do aumento de concorrência das espécies.
Nos tratamentos 3 e 4 (cortes seletivos), as tendências foram semelhantes.
Inicialmente, ocorreu grande redução de 1988 até 1992, com aumentos
posteriores. Essa redução pode ser explicada, principalmente, pelo fato de
ocorrerem maiores resistências de algumas espécies no momento da intervenção,
as quais morrem mais tarde.

107
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Redução em Área Basal


0,00% 100,00%
4 79,47% 87,33%

Taxa de Mortalidade (%/ano)


3

0
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96
Ocasião de Medição

Figura 2 - Taxa de mortalidade anual por tratamento e período de


monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-
MG.

No tratamento 1, em dez anos de monitoramento, as espécies com


maiores participações em mortalidade foram: Myrcia rostrata (19,15%),
Dalbergia nigra (7,12%), Piptocarpha macropoda (6,49%), Vismia ferruginea
(5,54%), Jacaranda macrantha (4,91%), Vernonia diffusa (4,75%), Inga alba
(4,75%) e Piptadenia gonoacantha (3,01%). No tratamento 2 (corte raso), foram:
Byrsonima sp.3 (29,50%), Stryphnodendron cf. guianense com (17,27%), Senna
macranthera (11,87%), Cassia ferruginea (4,68%), Aloysia virgata (4,32%),
Aegiphila lhostkiana (4,32) e Piptadenia gonoacantha (3,60%). No tratamento 3
(redução de 79,33% em área basal), as espécies que apresentaram maior
mortalidade total foram: Myrcia rostrata (11,86%), Vernonia diffusa (7,34%),
Inga alba (6,78%), Piptadenia gonoacantha (6,78%), Stryphnodendron cf.
guianense (6,21%), Cassia ferruginea (5,65%), Dalbergia nigra (4,52%) e
Tibouchina sp. (3,95%). No tratamento 4 (redução de 87,33% em área basal), as
espécies de maior participação em mortalidade foram: Piptadenia gonoacantha
(15,31%), Myrcia rostrata (12,24%), Byrsonima sp.3 (10,71%), Piptocarpha
macropoda (7,14%), Cassia ferruginea (6,63%), Dalbergia nigra (4,59%),
Jacaranda macrantha (4,08%), Croton floribundus (3,57%) e Casearia sp.,
Senna macranthera, Vismia ferruginea e Machaerium triste, todas com 3,06%.
Verifica-se, para todos os tratamentos, que as espécies de maiores taxas de
mortalidade pertencem aos grupos ecofisiológicos das pioneiras e das
secundárias iniciais. Tal resultado é explicado pelo estádio de sucessão da
floresta, que pode ser considerado médio.

3.3. Dinâmica entre ingrowth e mortalidade

As taxas de ingrowth e mortalidade, por tratamentos e ocasiões de


monitoramento, estão ilustradas na Figura 3. As taxas de ingrowth para os
tratamentos submetidos a intervenções foram superiores às taxas de mortalidade.

108
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

As altas taxas de ingrowth, nos períodos iniciais, são explicadas pela


recomposição florestal das clareiras. O declínio dessa taxa e a conseqüente
aproximação da taxa de mortalidade estão relacionados à forte competição entre
indivíduos e à morte de espécies pioneiras e secundárias iniciais.
Para o tratamento sem intervenção, verificou-se que a taxa de ingrowth
foi superior à de mortalidade, até 1994, e, ao contrário, apenas em 1996. Este
comportamento foi devido, principalmente, ao estádio de sucessão médio que se
encontra a floresta. Estima-se que, a partir de 1996, o comportamento seja de
taxas de mortalidade e de ingrowth mais balanceadas. A diferença entre taxas
para todo período de monitoramento foi de 1,96% em favor do ingrowth.
Comparando os tratamentos submetidos a intervenções e o tratamento
sem intervenção, é nítida a diferença entre taxas de mortalidade e de ingrowth.
Tal resultado, apesar das altas intensidades de cortes, revela que tratamentos
silviculturais são necessários para estimular os processos de crescimento e
dinâmica da floresta.
Em termos de espécies, independentemente do tratamento, verificou-se
que a maioria das espécies teve taxa de ingrowth superior à taxa de mortalidade.

3.4. Incremento e crescimento

3.4.1. Incremento em diâmetro em nível de povoamento

As taxas de incremento periódico médio anual em diâmetro (IPA), em


mm/ano, por tratamentos e classes diamétricas, correspondentes a cada período
de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 9.
Para o tratamento 1, a média do IPA, considerando todas as espécies e
todos os indivíduos acima de 5 cm de DAP, em dez anos de monitoramento
(1986-1996), foi de 1,85 mm/ano. Este valor é próximo ao encontrado para
cerrado, por FELFILI (1993), e para Floresta Amazônica, obtido por
CARVALHO (1992), em seis e oito anos de monitoramento, respectivamente,
para povoamentos que não tiveram intervenções, e semelhante ao encontrado por
JESUS e SOUZA (1995), na mesma área experimental, aos oito anos de
monitoramento (1986-1994).
Para as médias dos períodos 1986 a 1988, 1988 a 1990, 1990 a 1992,
1992 a 1994, e 1994 a 1996, foi observada (Figura 4) tendência de decréscimo de
IPA, indicando estabilização de crescimento. Este comportamento sinaliza a
necessidade de assistências silviculturais para estimular os processos de dinâmica
de sucessão, de crescimento e produção florestal. O decréscimo entre os períodos
de monitoramento, possivelmente, é devido às variações ambientais e,
principalmente, ao aumento de competição entre as espécies. Tendências
semelhantes foram relatadas por WEAVER (1986), SWAINE et al. (1987) e
FELFILI (1993).

109
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Sem Intervenção Corte Raso
10 50
Mortas
8 40
Ingrowth
%/ano

6 30

4 20

2 10

0 0
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-88 88-90 90-92 92-94 94-96
110

Redução de 79,33 % em Área Basal Redução de 87,33 % em Área Basal


25 35
30
20
25
15
%/ano

20

Prof. Agostinho Lopes de Souza


10 15
10
5
5
0 0
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-88 88-90 90-92 92-94 94-96
Período de Monitoramento Período de Monitoramento

Figura 3 - Taxas anuais de ingrowth e mortalidade por tratamento, correspondentes a cada período de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.
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Quadro 9 - Incremento periódico médio anual em diâmetro (IPA), em


(mm/ano), por tratamentos e classes diamétricas, correspondente a
cada período de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e
Serra Azul de Minas-MG

Centro de Tratamento
Classe de Sem Intervenção Corte Raso
Diâmetro Período de Monitoramento Período de Monitoramento
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96 86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
7,5 3,99 * 1,90 1,82 1,09 1,46 1,76 12,32 7,10 4,22 4,24 1,88
2.789** 3.072 3.092 3.128 3.129 3.475 52 812 1.935 2.799 2.811
12,5 4,27 2,56 2,76 1,66 2,20 1,98 11,93 6,53 6,43 0,84
673 850 904 966 982 1144 3 40 143 297
17,5 3,80 2,48 3,15 2,06 2,79 1,96 0,00 9,55 1,02
184 210 259 296 302 356 1 8 15
22,5 4,09 3,02 4,81 1,86 3,88 2,29
52 60 61 68 68 94
27,5 4,20 3,69 5,44 3,33 3,89 3,28
18 25 26 32 28 32
32,5 4,77 3,48 9,40 5,48 6,23 3,87
9 8 11 10 13 16
37,5 5,83 2,39 3,59 4,67 7,66 4,07
3 5 4 8 8 7
42,5 3,15 0,00 5,58 0,00 4,75 0,76
1 1 2 1 1 5
47,5 0,00 7,95 1,59
1 1 1
57,5

62,5

Média 4,04 2,09 2,18 1,32 1,79 1,85 12,32 7,12 4,27 4,36 1,78
Árvores 3.729 4.231 4.359 4.510 4.532 5.130 52 815 1.976 2.950 3.123
Continua...

111
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Quadro 9, Cont.

Centro de Tratamento
Classe de Redução de 79,47% em área basal Redução de 87,33% em área basal
Diâmetro Períodos de Monitoramento Períodos de Monitoramento
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96 86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
7,5 5,93 4,95 5,83 3,53 3,56 2,13 9,14 6,23 3,81 3,51 1,66
323 360 805 1549 2016 1975 92 705 1690 2438 2442
12,5 7,10 4,92 4,29 3,09 4,07 2,54 6,86 3,83 3,80 5,12 5,74 2,18
192 207 233 274 314 434 115 90 75 91 148 251
17,5 7,00 5,98 5,40 3,50 3,53 3,67 7,72 6,02 5,68 4,30 3,77 3,89
79 111 123 116 120 148 47 57 56 61 61 78
22,5 5,12 5,35 8,29 4,56 4,92 2,72 8,80 5,65 6,03 5,27 4,69 3,61
14 19 34 50 60 72 18 19 28 37 39 45
27,5 9,65 7,64 7,65 5,24 4,38 2,21 11,95 7,33 9,74 3,82 5,00 4,54
8 5 8 14 16 29 9 9 13 10 14 18
32,5 4,23 9,54 23,25 5,95 3,20 9,59 9,23 8,08 7,61 8,59 6,36
3 5 5 2 1 4 5 6 7 5 6
37,5 5,55 10,35 8,52 4,60 9,08 8,01 5,55 7,36 1,62
1 2 3 5 5 3 2 4 5
42,5 0,00 0,00 0,00
1 1 4
47,5

57,5 12,70 7,95 3,20 4,77


1 1 1 1
62,5 7,95 0,00 1,59
1 1 1
Média 6,45 5,18 5,65 3,51 3,66 2,31 7,52 6,43 6,04 3,93 3,68 1,82
Árvores 620 709 1.211 2.011 2.533 2.669 190 273 884 1.899 2.710 2.847
* Incremento periódico médio anual (IPA) e ** número de árvores (n).

112
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Redução em Área Basal


14
0,00%
12 100,00%
79,47%
10

IPA (mm/ano)
87,33%
8
6

2
0
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96
Período de Monitoramento

Figura 4 - Incremento periódico médio anual, em mm/ano, por tratamento,


correspondente a cada período de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

Para o tratamento 1, o IPA em nível de povoamento, em geral, foi maior


com o aumento do diâmetro das árvores, nos diversos períodos analisados
(Figura 5). Essa tendência do aumento das taxas de incrementos também foi
constatada por LIEBERMAN e LIEBERMAN (1987), SILVA (1989) e FELFILI
(1993). Porém, verificou-se que as estimativas dos incrementos das maiores
classes são obtidas de poucos indivíduos (Quadro 9), podendo não representar,
adequadamente, a tendência de crescimento. Todavia, essa é uma situação real,
considerando que biologicamente ocorrem decréscimos exponenciais em
números de árvores, à medida que aumentam as suas dimensões.
Para o tratamento de corte raso, verificou-se que, no período 1986 a
1996, o incremento periódico anual em diâmetro foi inferior ao do tratamento 1.
Observou-se que ocorreu tendência de decréscimo do IPA entre os períodos de
monitoramento (Figura 5).
O tratamento com redução de 79,47% em área basal apresentou
comportamento em termos de IPA superior ao tratamento sem intervenção, para
dez anos de monitoramento (Quadro 9). Tal fato indica que as intervenções,
apesar da alta intensidade, influenciaram positivamente as taxas de incremento.
A tendência de aumento de IPA, com o aumento da classes de diâmetros (Figura
6), foi semelhante à encontrada para o tratamento sem intervenção.
Após dez anos de intervenção, o tratamento com redução de 87,33% em
área basal apresentou IPA semelhante ao tratamento 1, revelando mais uma vez
que cortes seletivos estimulam o crescimento do povoamento.
Em geral, constata-se (Figuras 5 e 6) que à medida que aumenta o DAP
das árvores aumenta a taxa de crescimento periódico médio anual em diâmetro.
Esta tendência prevalece até que as árvores atinjam a senilidade ou o DAP
assintótico.

113
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T ra t a m e n t o 1 8 6 -8 8
10 8 8 -9 0
9 9 0 -9 2
8 9 2 -9 4
7 9 4 -9 6
IPA (mm/ano)

6
5
4
3
2
1
0
7 ,5 1 2 ,5 1 7 ,5 2 2 ,5 2 7 ,5 3 2 ,5 3 7 ,5 4 2 ,5 4 7 ,5

T ra t a m e n t o 2

14
12
10
IPA (mm/ano)

8
6
4
2
0
7 ,5 1 2 ,5 1 7 ,5 2 2 ,5 2 7 ,5 3 2 ,5 3 7 ,5 4 2 ,5 4 7 ,5
C e n t r o d e C la s s e D ia m é t ric a (c m )

Figura 5 - Incremento periódico anual (IPA) nos tratamentos 1 e 2, por classes


diamétricas e períodos de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

114
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T ra t a m e n t o 3 8 6 -8 8

25 8 8 -9 0
9 0 -9 2
20 9 2 -9 4
IPA (mm/ano)

9 4 -9 6
15

10

0
7 ,5 1 2 ,5 1 7 ,5 2 2 ,5 2 7 ,5 3 2 ,5 3 7 ,5 5 7 ,5 6 2 ,5

T ra t a m e n t o 4
14
12
10
IPA (mm/ano)

8
6
4
2
0
7 ,5 1 2 ,5 1 7 ,5 2 2 ,5 2 7 ,5 3 2 ,5 3 7 ,5 5 7 ,5 6 2 ,5
C e n t r o d e C la s s e D ia m é t ric a (c m )

Figura 6 - Incremento periódico anual (IPA) nos tratamentos 3 e 4, por classes


diamétricas e períodos de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG.

115
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As taxas de crescimento em diâmetro dos tratamentos que tiveram


cortes, ou seja, tratamentos 2, 3 e 4, foram superiores às do tratamento 1, em
todos os períodos de monitoramento, exceto de 1988 a 1990 (Figura 4). Essa
tendência geral e invariante comprova que os cortes seletivos estimulam o
crescimento das árvores de um povoamento florestal.
A análise da variância do incremento médio anual, para dez anos de
monitoramento (1986-1996), pelo teste F, revelou diferenças significativas entre
os tratamentos e entre os grupos 2, 3 e 4 e 3 e 4. A diferença significativa
(P < 0,05) entre os grupos 2, 3 e 4 indica que os tratamentos 3 e 4 são superiores
ao tratamento 2, em termos de IPA. A redução de 79,47% em área basal
(tratamento 3) apresentou IPA superior ao tratamento 4 (redução de 87,33% em
área basal). O tratamento 1 (sem intervenção) foi estatisticamente igual ao grupo
de tratamentos que teve intervenção (tratamentos 2, 3 e 4). Tal fato comprova,
apesar das altas reduções em área basal, que cortes seletivos possibilitaram
aumento da taxa de crescimento da floresta.

3.4.2. Incremento em diâmetro em nível de espécies

O incremento periódico anual em diâmetro, em nível de espécies


(Quadro 10), variou, em geral, com a espécie e com o tratamento aplicado. Para o
tratamento 1, ou seja, na floresta secundária sem intervenções, considerando os
dez anos de monitoramento (1986 a 1996), o IPA variou de 7,72 mm/ano, para
Plathymenia foliolosa, a 0,00 mm/ano, para as espécies Psychotria sessilis,
Psidium sp. e Tabebuia crhysotricha. Verificou-se que muitas das estimativas de
IPA provavelmente não representam adequadamente a tendência média de
crescimento da espécie, já que foram obtidas do monitoramento de um número
insuficiente de árvores. No tratamento 1, as 26 espécies com número suficiente
de árvores monitoradas (N ≥ 15) apresentaram IPA superiores à média geral do
referido tratamento, que foi de 1,85 mm/ano. Dentre essas espécies, três foram
classificadas como pioneiras: Miconia candolleana (3,79), Piptadenia
gonoacantha (2,13) e Piptocarpha macropoda (1,97); 14 foram do grupo
ecofisiológico das secundárias iniciais: Mimosa pteridifolia (4,34),
Anadenanthera colubrina (3,76), uva (3,43), Byrsonima sp.3 (2,90),
Sparattosperma leucanthum (2,82), Cassia ferruginea (2,81), Stryphnodendron
cf. guianense (2,64), Licania sp. (2,50), Astronium fraxinifolium (2,41), Cupania
vernalis (2,25), Machaerium triste (2,19), gabirobinha (2,14), araçá-vermelho
(2,10) e Eriotheca macrophylla (1,96); e nove pertencem ao grupo
ecofisiológicos das secundárias tardias: Sclerolobium sp. (5,12), Copaifera
langsdorffii (3,20), Cabralea canjerana (2,43), Pouteria sp. (2,30), Nectandra
oppositifolia (2,17), Hortia arborea (2,11), Luehea speciosa (1,98), Terminalia
sp. (1,90) e Melanoxylon brauna (1,89).

116
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Quadro 10 - Incremento periódico médio anual em diâmetro, em mm/ano, por


espécie e tratamento, correspondente ao período de monitoramento
de dez anos, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-
MG

Nome Científico Tratamentos


1 2 3 4
Plathymenia foliolosa 7,72 * 2,54 5,10 2,78
7 ** 105 2 4
Vanillosmopsis brasiliensis 6,99 3,98 1,43
1 1 1
Sclerolobium sp. 5,12 4,25 4,53 5,10
31 12 55 26
Xylopia brasiliensis 4,45
1
Mimosa pteridifolia 4,34 1,38 6,57 2,03
77 3 19 13
Miconia candolleana 3,79 3,74 5,33 4,09
58 4 19 14
Anadenanthera colubrina 3,76 3,03 2,39 5,57
23 33 36 2
Uva 3,43 1,86 2,38 2,65
59 35 116 90
Kielmeyera rubriflora 3,26 0,64 0,95
2 1 1
Copaifera langsdorffii 3,20 1,59 3,83 2,49
42 24 17 14
Kielmeyera aff. coriaceae 3,00 6,76 10,58
7 4 2
Dalbergia brasiliensis 2,94
10
Byrsonima sp.3 2,90 1,43 1,88 1,51
295 358 50 160
Sparattosperma leucanthum 2,82 0,00 1,70 1,28
15 1 16 2
Cassia ferruginea 2,81 2,63 2,78 2,37
73 75 73 75
Stryphnodendron cf. guianense 2,64 1,76 1,98 1,98
26 84 56 41
Licania sp. 2,50 1,59 2,63 0,88
88 1 23 4
Carpotroche sp. 2,47 0,80 4,77
2 2 1
Cabralea canjerana 2,43 2,28
15 3
Astronium fraxinifolium 2,41 1,78 2,02 1,78
77 104 79 95
Pouteria sp. 2,30 7,33 3,92 6,20
39 2 11 5
Cupania vernalis 2,25 0,74 3,36 6,69
81 3 22 4
Continua...

117
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Quadro 10, Cont.

Nome Científico Tratamentos


1 2 3 4
Machaerium triste 2,19 1,53 3,98 2,83
98 22 82 67
Nectandra oppositifolia 2,17 1,45 1,86 1,81
67 52 45 41
Gabirobinha 2,14 4,52
29 5
Piptadenia gonoacantha 2,13 2,03 2,75 1,65
159 208 161 398
Pera glabrata 2,11 1,59 3,27
7 1 2
Hortia arborea 2,11 1,99 2,96 1,24
16 4 18
Araçá-vermelho 2,10 1,27 2,58 1,41
55 8 22 6
Luehea speciosa 1,98 0,80 1,91 1,50
28 30 60 32
Piptocarpha macropoda 1,97 1,98 1,42 3,21
76 33 18 46
Eriotheca macrophylla 1,96 1,11 3,08 2,36
23 1 11 6
Terminalia sp. 1,90 1,28 3,47 2,63
20 4 20 16
Melanoxylon brauna 1,89 1,33 3,42 1,55
80 31 43 31
Cecropia sp. 1,84 3,06 2,71 3,73
22 26 74 26
Mouriria sp. 1,83 1,27 3,19 2,31
55 1 2 4
Randia sp.1 1,81 4,14
15 2
Araça-legítimo 1,79 0,48
4 1
Psychotria carthagenensis 1,76 2,22
87 19
Leiteiro-de-lagarta 1,75 1,98 2,56 2,83
25 22 12 4
Xylosma sp. 1,75 2,13
48 5
Croton floribundus 1,71 0,85 0,68 0,68
4 24 19 10
Ilex sp. 1,70 6,05 3,01 2,09
46 2 9 7
Guatteria australis 1,70 2,18 3,87 2,88
64 25 35 22
Mabea fistulifera 1,69 1,77 1,33 1,14
532 457 287 406
Allophylus edulis 1,68 1,28 3,98 0,48
16 1 3 1
Continua...

118
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Quadro 10, Cont.

Nome Científico Tratamentos


1 2 3 4
Tibouchina sp. 1,67 2,58 3,38 4,62
4 41 36 5
Machaerium nictitans 1,66 1,12 1,91 2,23
76 6 49 32
Guatteria nigrescens 1,65
7
Casearia sp. 1,63 1,07 1,45 1,32
166 89 124 110
Cupania rugosa 1,63 1,03 1,74 1,29
34 67 43 58
Vernonia diffusa 1,61 3,05 2,76 3,49
122 37 54 59
Ocotea cf. corymbosa 1,53 1,91
5 2
Ocotea odorifera 1,52 2,24 2,12 0,96
66 10 30 3
Inga alba 1,52 1,79 2,18 1,87
93 49 80 90
Gabiroba 1,51 0,72 2,26 0,71
114 12 24 19
Croton urucana 1,48 7,40 3,59 3,00
3 2 15 15
Sapium lanceolatum 1,48 3,02
6 1
Siparuna reginae 1,46 1,04
5 2
Araça 1,44 1,24 2,32 1,83
179 5 12 12
Dalbergia nigra 1,44 1,44 2,49 1,65
234 96 43 76
Cuerama 1,43 5,41
3 1
Aegiphila lhotskiana 1,43 1,58 4,88 0,00
1 25 3 1
Paratudo-leiteiro 1,43 2,23
1 1
Andira sp. 1,42 1,12 1,62 1,11
26 4 15 1
Lacistema sp. 1,42 2,87 1,11
31 1 4
Bauhinia sp. 1,40 0,76 1,12
5 8 4
Byrsonima sp.1 1,40 1,16 1,33 0,85
5 7 3 6
Desconhecidas 1,34 1,89 1,74 1,30
296 155 58 80
Platypodium elegans 1,34 1,57 8,60 1,28
11 8 1 1
Continua....

119
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Quadro 10, Cont.

Nome Científico Tratamentos


1 2 3 4
Vismia ferruginea 1,32 0,94 1,86 1,13
94 14 13 28
Siparuna guianensis 1,31
41
Agonandra englerii 1,27 1,6 1,09 1,21
51 28 56 11
Slonea cf. guianensis 1,27 2,71 3,83
5 1 1
Aloysia virgata 1,24 2,97 2,25 1,75
75 154 80 106
Maytenus evonymoides 1,24 0,64 0,96 0,00
41 2 5 2
Annona cacans 1,21 1,59 1,92 1,78
36 13 15 44
Myrcia rostrata 1,19 1,55 1,26 1,93
226 82 45 61
Ladenbergia hexandra 1,19 0,64 2,55 0,24
19 2 1 2
Peltophorum dubium 1,18 2,00
7 7
Jacaranda macrantha 1,15 1,37 1,31 1,26
182 100 115 124
Jabuticaba 1,15 3,02
10 1
Senna macranthera 1,13 1,22 0,78 0,83
13 77 20 26
Campomanesia xanthocarpa 1,09 1,91 1,43
6 9 2
Inga sp. 1,09 1,45 1,23 2,07
54 63 17 31
Cordia sericicalyx 1,02 1,81 1,11 2,23
30 12 3 9
Limão-de-paca 1,01 0,98 1,59 1,28
16 7 3 2
Machaerium villosum 0,97 0,77 3,04 28,81
8 5 8 4
Vitex polygama 0,95 1,81 1,49
8 3 3
Cariniana estrellensis 0,95 4,70
1 2
Casearia sylvestris 0,94 0,80
12 2
Miconia sp. 0,93 0,87 0,55 0,65
16 56 16 57
Andira fraxinifolia 0,90 3,18 1,46
13 1 7
Eugenia sp. 0,87 0,64 1,75
2 1 1
Continua...

120
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Quadro 10, Cont.

Nome Científico Tratamentos


1 2 3 4
Jacaratia sp. 0,86 2,06 0,16
11 1 1
Randia sp.2 0,85 2,32 3,83
6 5 2
Zanthoxylum rhoifolium 0,81 0,48 0,48 1,52
26 2 1 2
Tabebuia sp. 0,79 1,7 4,62 0,96
1 3 1 3
Cecropia glaziovi 0,74 0,64
3 1
Anadenanthera peregrina 0,60 1,73 1,23 1,80
4 50 24 37
Mutamba 0,59 1,27 1,54 2,09
3 18 6 17
Rapanea ferruginea 0,56 0,96 0,16 0,63
2 1 1 1
Persea cf. pyrifolia 0,47 4,94
1 1
Quaresma-d’água 0,16
1
Protium warmingianum 0,16 1,20
1 2
Psychotria sessilis 0,00 0,4 0,00 0,64
2 2 1 1
Psidium sp. 0,00
1
Tabebuia chrysotricha 0,00 1,12
1 1
Cedrela fissilis 1,75
1
Ficus sp. 6,68
1
Vochysia tucanorum 5,10 1,59
45 3
Grão-de-galo 1,11
1
Aspidosperma olivaceum 0,64
1
Carvalho-branco 1,94 0,80
5 1
Bacupari 2,71 1,91
1 1
Symplocos pubescens 0,80
1
Média geral 1,85 1,78 2,31 1,82
Número de árvores total 5.130 3.123 2.669 2.847
* Incremento periódico anual (IPA) e ** número de árvores (n).

121
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No tratamento 2 (corte raso), a estimativa média de IPA, para os dez


anos de monitoramento, foi de 1,78 mm/ano. Observa-se que 14 espécies
apresentaram IPA superior à média do povoamento, as quais se encontram
distribuídas, por grupos ecofisiológicos, da seguinte forma: Cecropia sp. (3,06),
Vernonia diffusa (3,05), Tibouchina sp. (2,58), Piptadenia gonoacantha (2,03) e
Piptocarpha macropoda (1,98) são pioneiras; Anadenanthera colubrina (3,03),
Aloysia virgata (2,97), Cassia ferruginea (2,63), Plathymenia foliolosa (2,54),
Guatteria australis (2,18), uva (1,86) e Inga alba (1,79) são secundárias iniciais;
e leiteiro-de-largata (1,98) e grupo das desconhecidas (1,89) são indeterminadas.
As altas taxas de IPA podem ser explicadas, principalmente, pelo grupo
ecofisiológico das espécies, bem como pelo processo de regeneração por
brotação, permitindo o maior aproveitamento dos recursos disponíveis. Nota-se
ainda que o povoamento foi dominado por espécies pioneiras e secundárias. Esse
mesmo comportamento foi observado por OKALI e OLA-ADAMS (1987), em
florestas secundárias que receberam corte raso e queima, no sudeste da Nigéria.
Para o tratamento 3 (redução de 79,47% em área basal), em dez anos de
monitoramento, as espécies com número de árvores igual ou superior a 15 e que
apresentaram IPA superior à média do povoamento, de acordo com grupo
ecofisiológico, foram: Miconia candolleana (5,33), Croton urucana (3,59),
Tibouchina sp. (3,38), Vernonia diffusa (2,76), Piptadenia gonoacantha (2,75) e
Cecropia sp. (2,71), que são espécies pioneiras; Mimosa pteridifolia (6,57),
Machaerium triste (3,98), Guatteria australis (3,87), Cupania vernalis (3,36),
Cassia ferruginea (2,78), Licania sp. (2,63), araçá-vermelho (2,58), Dalbergia
nigra (2,49), Anadenanthera colubrina (2,39) e uva (2,38), que são espécies
secundárias iniciais; e Vochysia tucanorum (5,10), Sclerolobium sp. (4,53),
Copaifera langsdorffii (3,83), Terminalia sp. (3,47), Melanoxylum brauna (3,42),
e Hortia arborea (2,96), que são espécies secundárias tardias.
No tratamento 4 (redução de 87,33% em área basal), as espécies que
apresentaram estimativas de IPA maiores que a média de 1,82 mm/ano para o
povoamento foram: Cecropia sp. (3,73), Vernonia diffusa (3,49), Piptocarpha
macropoda (3,21), Croton urucana (3,00) e Machaerium nictitans (2,23), que
são espécies pioneiras; Guatteria australis (2,88), Machaerium triste (2,83), uva
(2,65), Cassia ferruginea (2,37), mutamba (2,09), Inga sp. (2,07),
Stryphnodendron guianense (1,98), Myrcia rostrata (1,93) e Inga alba (1,87),
que são secundárias iniciais; e Sclerolobium sp. (5,10) e Terminalia sp. (2,63),
que são secundárias tardias.
Considerando-se as espécies que ocorreram simultaneamente nos
tratamentos 1, 2, 3 e 4, constata-se, no Quadro 10, com raras exceções, que a
aplicação dos tratamentos (cortes) estimulou o crescimento em diâmetro das
espécies. Verifica-se que as espécies secundárias iniciais responderam melhor em
termos de IPA em diâmetro.
Os resultados confirmam a afirmação de JESUS e SOUZA (1995), em
oito anos de monitoramento na mesma área, que relataram que dentre as espécies
que apresentaram respostas positivas ao corte, destacaram-se, não só pela
magnitude das médias de IPA, mas também pelo seu valor comercial:
Mimosa pteridifolia, Miconia candolleana, Sclerolobium sp., Copaifera
langsdorffii, uva, Mouriria sp., Byrsonima sp.3, Cassia ferruginea, Kielmeyera
aff. coriaceae, Pouteria sp., Piptadenia gonoacantha, Cupania vernalis,

122
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Machaerium triste, Luehea speciosa, Guatteria australis, Eriotheca macrophylla,


Melanoxylon brauna, Terminalia sp. e Dalbergia nigra. Por outro lado, as
espécies Mabea fistulifera, Astronium fraxinifolium, Inga alba, Myrcia rostrata,
Jacaranda macrantha, Agonandra englerii, dentre outras, foram pouco sensíveis
à aplicação de cortes. É provável que Cariniana estrellensis responda
favoravelmente à abertura do povoamento.

3.4.3. Crescimento periódico em área basal

O tratamento 1 (sem intervenção), de acordo com o Quadro 11,


apresentou maiores crescimentos brutos (Cb) até o período de monitoramento de
1990 a 1992, seguido pelos tratamentos 3 e 4 (reduções de 79,47 e 87,33% em
área basal, respectivamente). Nos períodos de 1992-94 e 1994-96, essa tendência
inverteu. No período de 1992 a 1994, os tratamentos 3 e 4 apresentaram
crescimentos brutos próximos. No período de 1994 a 1996, o crescimento bruto
em área basal do tratamento 2 (corte raso) superou os demais tratamentos.
Com a inclusão da área basal das árvores classificadas como ingrowth, o
tratamento 1 foi superior aos demais, apenas no período de 1988 a 1990. Os
povoamentos submetidos aos tratamentos 1 e 3 foram próximos em crescimento
bruto líquido, no período de 1990 a 1992, e superiores aos povoamentos
submetidos aos tratamentos 2 e 4. A partir do período de 1990 a 1992, o
tratamento 2 superou os demais.
Em termos de crescimento líquido, excluindo-se o ingrowth, a tendência
foi semelhante à observada para o crescimento bruto (Cb). No entanto, verificou-
se que a partir do período de 1992 a 1994, para o tratamento, 1 foi observado
crescimento líquido bruto negativo, comprovando a necessidade de tratamentos
silviculturais para estimular o crescimento. Com a inclusão do ingrowth, o
tratamento 1 apresentou crescimento líquido (Cli) superior aos demais
tratamentos, apenas no período de 1986 a 1988. No período de 1988 a 1990, o
tratamento 2 superou os demais tratamentos, enquanto o tratamento 1 passou a
apresentar os menores crescimentos líquidos, chegando a -0,6568 m2/ha no
período de 1994 a 1996, reforçando a necessidade de aplicação de assistências
silviculturais, visando estimular o crescimento. Considerando-se o período de dez
anos de monitoramento, de 1986 a 1996, verifica-se que o maior crescimento
líquido (Cli) foi obtido pelo tratamento 2, explicado pela sua alta taxa de
ingrowth, enquanto os tratamentos 3 e 4 foram similares.
As médias do incremento periódico anual em área basal, por tratamento e
período de monitoramento, incluindo ingrowth, são ilustradas na Figura 7.
Observa-se que, para o período de 1986 a 1988, o incremento em área basal, dos
tratamentos 2, 3 e 4, foi reduzido, 0,0329, 0,3054 e 0,1169 m2/ha/ano,
respectivamente. O tratamento 1, no período de 1990 a 1992, apresentou
tendência de redução do IPA, em virtude do declínio do crescimento em diâmetro
e do aumento da mortalidade, evidenciando a necessidade de intervenções
silviculturais para estimular o crescimento. No período de 1986 a 1996, ou seja,
durante os dez anos de monitoramento, notou-se que os tratamentos 3 e 4 foram
próximos em IPA, 0,6285 e 0,6555 m2/ha/ano, respectivamente. Verificou-se
que, em geral, os tratamentos que sofreram cortes mostraram maiores estímulos
em termos de incremento periódico anual em área basal. O tratamento 2

123
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apresentou, ao final de dez anos, o maior IPA em área basal (0,7328 m2/ha/ano),
em virtude do grande número de ingrowth de espécies pioneiras e secundárias
iniciais, que têm rápido crescimento. O tratamento 1 apresentou IPA de
0,4757 m2/ha/ano, portanto, inferior 67,47, 43,64 e 49,81%, respectivamente, aos
tratamentos 2, 3 e 4.

Quadro 11 - Crescimento periódico em área basal (m2/ha), por tratamento,


observado nos períodos de monitoramento, 1986-1996, municípios
de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento Período de Monitoramento - 1986 a 1988


Gf M Gi I Cb Cbi Cl Cli
1 15,5182 0,0085 13,3296 0,7143 2,1886 2,9029 2,1801 2,8944
2 0,0000 0,0000 0,0000 0,0658 0,0000 0,0658 0,0000 0,0658
3 4,1738 0,1468 3,5639 0,1477 0,6099 0,7576 0,4631 0,6108
4 2,3226 0,1347 2,0737 0,1196 0,2489 0,3685 0,1142 0,2338

1988 a 1990
1 17,1939 0,4216 16,2324 0,2815 0,9615 1,2430 0,5399 0,8214
2 0,1382 0,0000 0,0658 1,1010 0,0724 1,1734 0,0724 1,1734
3 4,8882 0,1464 4,3215 0,6886 0,5667 1,2553 0,4203 1,1089
4 2,7150 0,0889 2,4422 0,8291 0,2728 1,1019 0,1839 1,0130

1990 a 1992
1 18,6936 0,4215 17,4754 0,3471 1,2182 1,5653 0,7967 1,1438
2 1,8513 0,0446 1,2392 1,6571 0,6121 2,2692 0,5675 2,2246
3 6,6291 0,0913 5,5768 1,0836 1,0523 2,1359 0,9610 2,0446
4 4,2770 0,0524 3,5441 1,3765 0,7329 2,1094 0,6805 2,0570

1992 a 1994
1 19,5070 0,5676 19,0407 0,2741 0,4663 0,7404 -0,1013 0,1728
2 4,4207 0,0791 3,5084 1,4462 0,9123 2,3585 0,8332 2,2794
3 8,4746 0,2883 7,7127 0,7197 0,7619 1,4816 0,4736 1,1933
4 6,5523 0,1260 5,6534 1,1502 0,8989 2,0491 0,7729 1,9231

1994 a 1996
1 20,0727 1,1501 19,7811 0,2017 0,2916 0,4933 -0,8585 -0,6568
2 7,8159 0,3642 5,8668 0,7316 1,9491 2,6807 1,5849 2,3165
3 10,2514 0,3348 9,1942 0,6052 1,0572 1,6624 0,7224 1,3276
4 8,6521 0,3901 7,7025 0,7689 0,9496 1,7185 0,5595 1,3284

1986 a 1996
1 17,9592 2,5691 13,3296 2,3152 4,6296 6,9448 2,0605 4,3757
2 0,0000 0,4879 0,0000 7,8159 0,0000 7,8159 -0,4879 7,3280
3 5,6693 1,0076 3,5639 5,1873 2,1054 7,2927 1,0978 6,2851
4 2,9110 0,7921 2,0737 6,5100 0,8373 7,3473 0,0452 6,5552
Gf e Gi = áreas basais das árvores remanescentes no final e inicial, respectivamente; M = mortalidade
(m2/ha); I = ingrowth; Cb e Cbi = crescimentos brutos, excluindo e incluindo ingrowth, respectivamente;
e Cl e Cli = crescimentos líquidos, excluindo e incluindo ingrowth, respectivamente.

124
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Redução em Área Basal

1,6 0,00% 100,00%

1,4 79,47% 87,33%


1,2
1
(m2/ha/ano)
2/ha/ano)

0,8
0,6
IPA(m

0,4
IPA

0,2
0
-0,2 86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
-0,4
Período de Monitoramento

Figura 7 - Incremento periódico anual em área basal, incluindo ingrowth, por


tratamento e período de monitoramento, municípios de Rio Vermelho
e Serra Azul de Minas-MG.

Redução em Área Basal


1
0,00% 100,00%

79,47% 87,33%
(m2/ha/ano)
IPA (m2/ha/ano)

0,5
IPA

0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 52,5 57,5

-0,5
Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 8 - Incremento periódico anual em área basal por tratamento e classe


diamétrica, dez anos após intervenção, municípios de Rio Vermelho e
Serra Azul de Minas-MG.

125
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

O incremento periódico anual em área basal, por tratamento e classe


diamétrica, apresentou curva de tendência exponencial negativa (Figura 8). Este
comportamento também foi verificado por SILVA (1989) e CARVALHO
(1992), para Floresta Amazônica. Verificou-se que as menores árvores têm
maiores incrementos em área basal, independentemente do tratamento, o que se
deve, possivelmente, ao aumento no número de árvores classificadas como
ingrowth de espécies pertencentes aos grupos ecofisiológicos das pioneiras e
secundárias iniciais, que apresentam rápido crescimento. Os valores negativos de
IPA, em algumas classes, aconteceram porque os ganhos em crescimento e
ingrowth foram menores do que as perdas por mortalidade e os movimentos de
árvores para classes diamétricas superiores (upgrowth). Os tratamentos 2, 3 e 4,
que foram submetidos a intervenções, apresentaram maiores taxas de
crescimento do que o tratamento 1 (sem intervenção), apesar das altas
intensidades de corte aplicadas, demonstrando que cortes seletivos estimulam o
crescimento.
Ao final de dez anos, o crescimento líquido em área basal, incluindo
ingrowth, não apresentou diferenças significativas (P > 0,05) entre tratamentos.
Logo, o tratamento 1 (sem intervenções) foi estatisticamente semelhante aos
tratamentos submetidos a corte, apesar das altas intensidades de intervenção.
Esse resultado reforça a necessidade de assistências silviculturais, visando
estimular a dinâmica de crescimento da floresta.

3.4.4. Crescimento periódico em volume

O crescimento periódico em volume, por tratamento e período de


monitoramento, está apresentado no Quadro 12. O comportamento do
crescimento periódico em volume foi similar ao observado para área basal
(Quadro 11).
As médias do incremento periódico anual em volume, por tratamento e
períodos de monitoramento, incluindo ingrowth, estão ilustradas na Figura 9.
Observa-se que o comportamento é similar ao encontrado para o incremento
periódico anual em área basal. O tratamento 1, a partir do período de 1990 a
1992, apresentou tendência de redução do IPA, em virtude do declínio do
crescimento em diâmetro e aumento da mortalidade, evidenciando a necessidade
de intervenções silviculturais para estimular o crescimento. No período de 1986 a
1996, ou seja, dez anos de monitoramento, notou-se que os tratamentos submetidos a
cortes seletivos (3 e 4) foram próximos em IPA, 3,9201 e 3,7119 m3/ha/ano,
respectivamente. Verifica-se que, em geral, os tratamentos que receberam cortes,
mostraram maiores estímulos em termos de incremento periódico anual em
volume. O tratamento 2 (corte raso) apresentou, ao final de dez anos, o maior
IPA em volume (4,0553 m3/ha/ano), em virtude do grande número de ingrowth
de espécies pioneiras e secundárias iniciais, que têm rápido crescimento. O
tratamento 1 apresentou IPA de 3,3450 m3/ha/ano, portanto, inferior 21,23, 17,19
e 10,97%, respectivamente, aos tratamentos 2, 3 e 4.

126
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 12 - Crescimento periódico em volume (m3/ha) por tratamento,


observado nos período de monitoramento, municípios de Rio
Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento Período de Monitoramento - 1986 a 1988


Vf M Vi I Cb Cbi Cl Cli
1 104,4722 0,0375 87,5503 2,8524 16,9219 19,7743 16,8844 19,7368
2 0,0000 0,0000 0,0000 0,2789 0,0000 0,2789 0,0000 0,2789
3 30,5889 1,0584 25,3946 0,6575 5,1943 5,8518 4,1359 4,7934
4 18,2829 1,0258 15,9827 0,5092 2,3002 2,8094 1,2744 1,7836
1988 a 1990
1 115,4942 2,7157 107,3246 1,1155 8,1696 9,2851 5,4539 6,5694
2 0,7912 0,0000 0,2789 4,9219 0,5123 5,4342 0,5123 5,4342
3 36,0446 1,1015 31,2464 3,0034 4,7982 7,8016 3,6967 6,7001
4 21,1208 0,6722 18,7920 3,6074 2,3288 5,9362 1,6566 5,2640
1990 a 1992
1 127,0772 2,7267 116,6097 1,3949 10,4675 11,8624 7,7408 9,1357
2 10,1248 0,2246 5,7131 7,2997 4,4117 11,7114 4,1871 11,4868
3 47,4767 0,6758 39,0482 4,6521 8,4285 13,0806 7,7527 12,4048
4 30,3931 0,3753 24,7282 5,9665 5,6649 11,6314 5,2896 11,2561
1992 a 1994
1 133,0250 3,7628 128,4721 1,0753 4,5529 5,6282 0,7901 1,8654
2 24,1936 0,3705 17,4244 6,0483 6,7692 12,8175 6,3987 12,4470
3 60,9873 2,2085 52,1288 2,9445 8,8585 11,8030 6,6500 9,5945
4 43,1565 0,9122 36,3595 4,7919 6,7970 11,5889 5,8848 10,6767
1994 a 1996
1 137,6044 8,1546 134,1003 0,7927 3,5041 4,2968 -4,6505 -3,8578
2 39,9423 1,8361 30,2419 3,0417 9,7004 12,7421 7,8643 10,9060
3 69,4731 2,3266 60,9873 2,4936 8,4858 10,9794 6,1592 8,6528
4 55,4634 2,5230 47,9483 3,1472 7,5151 10,6623 4,9921 8,1393
1986 a 1996
1 127,5394 17,3973 87,5503 10,8577 39,9891 50,8468 22,5918 33,4495
2 0,0000 2,4312 0,0000 42,9840 0,0000 42,9840 -2,4312 40,5528
3 43,9665 7,3708 25,3946 28,0002 18,5719 46,5721 11,2011 39,2013
4 23,7983 5,5085 15,9827 34,8123 7,8156 42,6279 2,3071 37,1194
Vf e Vi = volumes das árvores remanescentes no final e inicial, respectivamente; M = mortalidade; I =
ingrowth; Cb e Cbi = crescimentos brutos, excluindo e incluindo ingrowth, respectivamente; e Cl e Cli =
crescimentos líquidos, excluindo e incluindo ingrowth, respectivamente;

Ao final de dez anos, o crescimento líquido em volume incluindo


ingrowth, por meio do teste F, não apresentou diferenças significativas
(P > 0,05) entre tratamentos, ou seja, os tratamentos submetidos a intervenções
silviculturais, apesar das altas intensidades de corte, foram semelhantes ao
tratamento sem intervenção. Esse resultado indica, mais uma vez, que apesar das
altas intensidades de intervenções os tratamentos submetidos a corte estimularam
o processo de crescimento.

127
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

10 Redução em Área Basal

0,00% 100,00%
8
79,47% 87,33%

(m3/ha/ano)
IPA(m3/ha/ano) 6

4
IPA

0
86-88 88-90 90-92 92-94 94-96 86-96
-2

Período de Monitoramento

Figura 9 - Incremento periódico anual em volume, incluindo ingrowth, por


tratamento e período de monitoramento, municípios de Rio Vermelho
e Serra Azul de Minas-MG.

O incremento periódico anual em volume, por tratamento e classe


diamétrica, após dez anos de intervenção, está ilustrado na Figura 10. O incremento
periódico anual em volume apresentou curva de tendência semelhante à
verificada para área basal (Figura 8).

Redução em Área Basal


3
0,00% 100,00%

79,47% 87,33%
2
IPA(m3/ha/ano)
(m3/ha/ano)

1
IPA

0
7,5 12,5 17,5 22,5 27,5 32,5 37,5 42,5 47,5 52,5 57,5

-1

Centro de Classe Diamétrica (cm)

Figura 10 - Incremento periódico anual em volume por tratamento e classe


diamétrica, dez anos após intervenção, municípios de Rio Vermelho
e Serra Azul de Minas, MG.

128
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

4. CONCLUSÕES

Pelos resultados obtidos neste trabalho, pôde-se concluir que:


- Os cortes seletivos possibilitaram aumentos nas taxas de crescimento
das árvores remanescentes e, principalmente, aumento em ingrowth.
- As intensidades de cortes aplicadas foram bastante altas e,
conseqüentemente, favoreceram mais o ingrowth do que o crescimento de
árvores remanescentes.
- O povoamento com redução de 79,47% em área basal, apesar da alta
intensidade de corte aplicada, foi superior em incremento periódico, em relação
ao tratamento sem intervenção.
- O povoamento sem intervenção apresentou maiores taxas de
mortalidade em dez anos de monitoramento. Ao final do período de dez anos,
neste povoamento, a taxa de mortalidade foi superior à taxa de ingrowth.
- O povoamento sem intervenção, entre todos os tratamentos, foi o único
que apresentou sinais de diminuição no ritmo de crescimento em área basal e
volume, ao final de dez anos de monitoramento.
- As taxas de crescimento aumentaram com o aumento da classe
diamétrica, no decorrer do período de estudo, principalmente no povoamento
sem intervenção.
- As altas variações em taxa de incremento foram observadas, em dez
anos de monitoramento.
- A taxa de crescimento, em nível de espécies, variou entre e dentre os
tratamentos, bem como entre as árvores da mesma espécie, dependendo
principalmente do tratamento aplicado.
- As espécies secundárias iniciais apresentaram maiores taxas de
crescimento e ingrowth, independentemente do tratamento aplicado.

129
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CAPÍTULO 5

DINÂMICA DA REGENERAÇÃO NATURAL

1. INTRODUÇÃO

A regeneração natural é considerada como sendo os descendentes das


plantas arbóreas e constitui o apoio ecológico da sobrevivência do ecossistema
florestal. Na sua análise, considera-se como regeneração natural relativa a média
aritmética dos valores das densidade, freqüência e categoria de tamanho relativas
da regeneração (FINOL URDANETA, 1971).
Enquanto as condições ótimas de crescimento em florestas tropicais
podem ser alteradas por meio de tratamentos silviculturais, o sucesso da
regeneração está relacionado com a abundância ou escassez de sementes de
árvores, desejáveis para o progresso do estádio seral para a adaptação das
espécies (FOX, 1976).
Sistemas silviculturais com base na regeneração natural dependem da
presença de uma adequada quantidade de indivíduos de espécies desejáveis para
coleta e, ou, recrutamento após abertura das copas.
Assim, este estudo objetivou analisar a composição florística e a estru-
tura fitossociológica da regeneração natural, em oito anos de monitoramento, nos
tratamentos com cortes e sem intervenção, correlacionando os resultados com
aqueles obtidos no levantamento dos indivíduos adultos (DAP ≥ 5 cm).

2. MATERIAL E MÉTODOS

Para análise da regeneração natural, foram utilizadas parcelas de 90 m2


por tratamento (duas faixas de 45 x 1 m), em cada unidade experimental de
0,50 ha. Como regeneração natural, foram considerados todos os indivíduos com
DAP < 5 cm. Os indivíduos foram analisados de acordo com as seguintes classes
de regeneração:
Classe 1 - muda com altura (h) até 0,30 m (h ≤ 0,30 m);
Classe 2 - muda com altura (h) de 0,30 a 1,30 m (0,30 < h ≤ 1,30 m);
Classe 3 - muda com altura maior (h) que 1,30€m até DAP ≤ 2,5 cm; e
Classe 4 - vara com 2,5 < DAP < 5 cm.
A regeneração natural foi avaliada, segundo a sua origem, em:
a) Semente - indivíduos arbóreos originados por sementes; e
b) Brotação - indivíduos arbóreos originados por mecanismos de
reprodução vegetativa.

130
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Os dados analisados foram obtidos das medições realizadas após a


aplicação dos tratamentos em 1988, 1990, 1992, 1994 e 1996.
O estudo da estrutura da regeneração natural foi realizado por tratamento
e ocasião de monitoramento, abrangendo as estimativas de densidade, freqüência,
classes de tamanho e regeneração natural relativa.
As estimativas dos parâmetros densidade (DRRNi) e freqüência (FRRNi)
relativas de regeneração natural foram obtidas mediante a utilização das
respectivas expressões, conforme apresentado no Capítulo 3, porém,
considerando, a área das subparcelas de 90 m2.
A estimativas das classes absoluta e relativa de tamanho da regeneração
natural foram obtidas, para a i-ésima espécie, pelas expressões:

q
N CA i
CA i = ∑ n ij. ( Ni ) e CR i =
q
X 100
i =1
∑ CA i
i =1

CAi = classe absoluta de tamanho da regeneração da i-ésima espécie;


CRi = classe relativa de tamanho da regeneração da i-ésima espécie;
nij = número de indivíduos da i-ésima espécie, na j-ésima classe de
tamanho;
Nj = número total de indivíduos na j-ésima classe de tamanho; e
N = número total de indivíduos da regeneração natural, em todas as
classes de tamanho.

A regeneração natural relativa da i-ésima espécie foi estimada conforme


FINOL URDANETA (1971), ou seja:

FR i + DR i + CR i
RNR i =
3

em que
RNRi = regeneração natural relativa da i-ésima espécie;
FRi = freqüência relativa da regeneração natural da i-ésima espécie;
DRi = densidade relativa da regeneração natural da i-ésima espécie.
A análise de variância para a raiz quadrada do número de indivíduos por
parcelas foi realizada conforme anteriormente discutido, no Capítulo 1.

131
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1.Composição florística

As espécies arbóreas encontradas na área experimental, para o conjunto


de ocasiões de monitoramento, estão apresentadas no Quadro 1. Conforme pode
ser constatado, ocorreram 36 famílias, 74 gêneros, 104 espécies, 7 não-
identificadas e o grupo de desconhecidas. Em relação ao levantamento de
indivíduos adultos (DAP ≥ 5 cm), não foram observados na regeneração natural
indivíduos das espécies Aspidosperma olivaceum, Cecropia glaziovi,
Cecropia sp., Lacistema sp., Ocotea cf. corymbosa, Byrsonima sp.2, Cedrela
fissilis, araçá-legítimo, massaranduba, bacupari, Symplocos pubescens, carvalho-
branco, paratudo-leiteiro e pau-sangue. A espécie goiaba-azeda foi observada
apenas na regeneração natural. Em termos de família, não foram encontradas
Cecropiaceae, Lacistemaceae, Solanaceae e Symplocaceae.
No povoamento sem intervenção (tratamento 1), as espécies observadas
no levantamento de indivíduos adultos, Tabebuia chrysotrichia, Tabebuia sp.,
Peltophorum dubium, Cecropia glaziovi, Cecropia sp, Slonea guianensis, Croton
urucana, Machaerium villosum, Xylosma sp., Lacistema sp., Ocotea corymbosa,
Cariniana estrellensis, Kielmeyera aff. coriaceae, Cabralea canjerana,
araçá-legítimo, Aegiphila lhostkiana, Vitex polygama, cuerama, paratudo-leiteiro
e quaresma-d’água, não apresentaram indivíduos na regeneração natural, no
decorrer de dez anos de monitoramento. Por outro lado, as espécies amoreira,
canela-por-nobi, angico-corno, Ficus sp., Vochysia tucanorum, carne-de-vaca,
goiaba-de-paca, grão-de-galo e sete-casaca apresentaram indivíduos apenas na
regeneração natural, em pelo menos uma ocasião de monitoramento.
No povoamento submetido a corte raso (tratamento 2), as espécies
encontradas no levantamento de adultos e não encontradas na regeneração natural
foram: Ilex sp., Tabebuia chrysotrichia, Tabebuia sp., Protium sp.,
Sclerolobium sp., Jacaratia sp., Machaerium villosum, Xylosma sp.,
Lacistema sp., Cariniana estrellensis, Byrsonima sp.2, angico-corno, carvalho-
branco, paratudo-leiteiro e pau-sangue. No entanto, observaram-se apenas na
regeneração natural, em pelo menos uma ocasião de monitoramento, as espécies:
Guatteria nigrescens, Protium warmingianum, Psidium sp., Vitex polygama,
Vochysia tucanorum, carne-de-vaca e goiaba-azeda.
No povoamento com redução de 79,47% em área basal (tratamento 3),
não foram observadas as seguintes espécies na regeneração natural: Ilex sp.,
Aspidosperma olivaceum, Xylopia brasiliensis, Tabebuia chrysotrichia,
Tabebuia sp., Protium warmingianum, Cecropia glaziovi, Cecropia sp., Sapium
lanceolatum, amoreira, Carpotroche sp., Lacistema sp., Ocotea corymbosa,
Cariniana estrellensis, Cedrela fissilis, araçá-legítimo, massaranduba, Hortia
arborea, bacupari, pau-sangue e quaresma-d’água. Ocorreram apenas na
regeneração, em pelo menos uma ocasião, as seguintes espécies: Guatteria
nigrescens, canela-por-nobi, Ficus sp., Psidium sp., carne-de-vaca, grão-de-galo
e goiaba-azeda.

132
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Quadro 1 - Espécies arbóreas ocorrentes na regeneração natural por tratamentos


e grupo ecofisiológico, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de
Minas-MG

Nome Vulgar Regional Família/Espécie Tratamentos Grupo Ecofisiológico

ANACARDIACEAE
Gonçalo Astronium fraxinifolium Schott. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
ANNONACEAE
Ariticum Annona cacans Warm. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Pindaíba-preta Guatteria australis St. Hil. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Araçá-preto Guatteria nigrescens Mart. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Pindaíba-vermelha Xylopia brasiliensis Spreng 1 Secundária inicial
Mutamba Desconhecida 1 1, 2, 3, 4 Não-determinado
AQUIFOLIACEAE
Farinha-seca Ilex sp. 1 Secundária tardia
APOCYNACEAE
Leiteiro-de-lagarta Desconhecida 2 1, 2, 3, 4 Não-determinado
BIGNONIACEAE
Caroba, Perobinha, Carobinha Jacaranda macrantha Cham. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cinco-chagas Sparattosperma leucanthum K. Schum. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Mulatinho, Mulatinho-bravo Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standley 4 Secundária tardia
Ipê Tabebuia sp. 4 Secundária tardia
BOMBACACEAE
Imbiruçu-bravo Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
BORAGINACEAE
Manemenem Cordia sericicalyx A. DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
BURSERACEAE
Marinheiro Protium warmingianum March. 1, 2 Secundária tardia
Amescla Protium sp. 3, 4 Secundária tardia
CAESALPINIACEAE
Unha-de-boi Bauhinia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Canafístula Cassia ferruginea Schrad. ex DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Pau-d’óleo Copaifera langsdorffii Desf. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Braúna Melanoxylon brauna Schott 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Vassourinha Peltophorum dubium Taub. 4 Secundária tardia
Ingá-burro Sclerolobium sp. 1, 3, 4 Secundária tardia
Fedegosão Senna macranthera (Collad.) Irwin & Barn. 1, 2, 3, 4 Pioneira
CARICACEAE
Mamoneira Jacaratia sp. 1, 3, 4 Secundária tardia
CELASTRACEAE
Laranjinha Maytenus evonymoides Reiss. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
CHRYSOBALANACEAE
Coco-de-cutia Licania sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
COMBRETACEAE
Carvalho-amarelo Terminalia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
COMPOSITAE
Maria-mole Piptocarpha macropoda Baker 1, 2, 3, 4 Pioneira
Candeia Vanillosmopsis brasiliensis Sch. Bip. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Capoeirão Vernonia diffusa Less. 1, 2, 3, 4 Pioneira
ELAEOCARPACEAE
Sacupemba Sloanea guianensis Benth. 3 Secundária tardia
EUPHORBIACEAE
Capoeira-preta Croton floribundus Spreng 1, 2, 3, 4 Pioneira
Adrago Croton urucurana Baill. 2, 3, 4 Pioneira
Canudo-de-pito Mabea fistulifera Mart. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Laranjeira Pera glabrata Poepp. ex Baill. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Leiteiro-branco Sapium lanceolatum Huber 1, 2 Secundária inicial
Amoreira Desconhecida 3 1, 4 Não-determinado
Continua...

133
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Quadro 1, Cont.

Nome Vulgar Regional Família/Nome Científico Tratamentos Grupo Ecofisiológico

FABACEAE
Angelim-amargoso, Angelim -garrafa Andira fraxinifolia Benth. 1, 2, 3 Secundária inicial
Grão-de-bode Andira sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Piúna Dalbergia brasiliensis Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Cabiúna Dalbergia nigra (Vell) Fr. Allem. ex Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Tira-filho Machaerium nictitans Benth. 1, 2, 3, 4 Pioneira
Uruvalheira Machaerium triste Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Jacaranda-tã Machaerium villosum Vog. 3, 4 Secundária tardia
Uruvalheira-vermelha Platypodium elegans Vog. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
FLACOURTIACEAE
Carvalho-terra Carpotroche sp. 1, 2 Secundária tardia
Calombo Casearia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Erva-de-tiú Casearia sylvestris Sw. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Calombo-amarelo Xylosma sp. 3 Secundária inicial
GUTTIFERAE
Pau-santo Kielmeyera aff. coriaceae (Spr.) Mart. 2, 3 Secundária tardia
Azedinha Kielmeyera rubriflora Cambess. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Ruão Vismia ferruginea H.B.K. 1, 2, 3, 4 Pioneira
LAURACEAE
Canela-amarela Nectandra oppositifolia Nees & Mart. ex Nees 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Canela-prego, Sassafrás Ocotea odorifera Mez 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Carambola Persea cf. pyrifolia Nees 1, 3 Secundária tardia
Canela-por-nobi Desconhecida 4 1, 3 Não-determinado
LECYTHIDACEAE
Jequitibá Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze 4 Secundária tardia
MALPIGHIACEAE
Murici-branco Byrsonima sp.1 1, 2, 3 Secundária inicial
Murici Byrsonima sp.3 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MELASTOMATACEAE
Roseira Miconia candolleana Triana 1, 2, 3, 4 Pioneira
Cabeludinha Miconia sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cabelo-de-negro Mouriria sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Quaresma Tibouchina sp. 1, 2, 3, 4 Pioneira
MELIACEAE
Cangerana Cabralea canjerana (Vell.)Mart. 3 Secundária tardia
Uva Desconhecida 6 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MIMOSACEAE
Angico-branco Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Angico-vermelho Anadenanthera peregrina Speg 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Ingá Miúdo Inga alba Willd. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Ingá-bananeira Inga sp. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Angiquinho Mimosa pteridifolia Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Jacaré Piptadenia gonoacantha Macbride 1, 2, 3, 4 Pioneira
Vinhático Plathymenia foliolosa Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Barbatimão Stryphnodendron cf. guianense Benth. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Angico Corno Desconhecida 5 1, 4 Não-determinado
MONIMIACEAE
Folha-santa Siparuna guianensis Aubl. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Canela-preta Siparuna reginae A. DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MORACEAE
Gameleira Ficus sp. 1, 3, 4 Secundária inicial
MYRSINACEAE
São José Rapanea ferruginea Mez 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
MYRTACEAE
Carvalho-preto Campomanesia xanthocarpa Berg 1, 2, 3 Secundária tardia
Cafezeiro Eugenia sp. 1, 2, 3 Secundária inicial
Fruta-de-pomba Myrcia rostrata DC. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Goiabeira Psidium sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Araçá Desconhecida 7 1, 2, 3, 4 Secundária inicial

Continua...

134
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Quadro 1, Cont.

Nome Vulgar Regional Família/Nome Científico Tratamentos Grupo Ecofisiológico


Araçá-vermelho Desconhecida 9 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Gabiroba Desconhecida 10 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Gabirobinha Desconhecida 11 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Jabuticaba Desconhecida 12 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Limão-de-paca Desconhecida 13 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
OPILIACEAE
Limoeiro Agonandra englerii Hoehne 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
RUBIACEAE
João Henrique Ladenbergia hexandra Klotzsch 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Marmelada Psychotria carthagenensis Jacq. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cafezinho Psychotria sessilis Muell. Arg. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Marfim Randia sp.1 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
Tambu Randia sp.2 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
RUTACEAE
Paratudo, Paratudo-preto Hortia arborea Engl. 1, 2 Secundária tardia
Maminha-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
SAPINDACEAE
Marmelinho Allophylus edulis Raldk. ex Warm. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Pau-magro Cupania rugosa Radlk. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Cambuatã Cupania vernalis Cambess. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
SAPOTACEAE
Catuá Pouteria sp. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
TILIACEAE
Açoita-cavalo Luehea speciosa Willd. 1, 2, 3, 4 Secundária tardia
VERBENACEAE
Papagaio Aegiphila lhotskiana Cham. 2, 3, 4 Pioneira
Alfavaca Aloysia virgata Juss. 1, 2, 3, 4 Secundária inicial
Azeitona Vitex polygama Cham. 2, 3, 4 Secundária inicial
VOCHYSIACEAE
Garapa Vochysia tucanorum Mart. 1, 2, 3,4 Secundária tardia
INDETERMINADA
Carne-de-vaca Desconhecida 16 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Cuerama Desconhecida 18 2, 3, 4 Não-determinado
Desconhecida Desconhecida 19 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Goiaba-de-paca Desconhecida 20 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Grão-de-galo Desconhecida 21 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Quaresma-d’água Desconhecida 24 2 Não-determinado
Sete-casaca Desconhecida 25 1, 2, 3, 4 Não-determinado
Goiaba-azeda Desconhecida 26 1, 2, 3, 4 Não-determinado

No povoamento com redução de 87,33% em área basal (tratamento 4),


as espécies Ilex sp., Aspidosperma olivaceum, Slonea guianensis,
Sapium lanceolatum, Andira fraxinifolia, Carpotroche sp., Lacistema sp.,
Byrsonima sp.1, Cabralea canjerana, Cedrela fissilis, Campomanesia
xanthocarpa, Eugenia sp., Hortia arborea, bacupari, Symplocos pubescens,
carvalho-branco e quaresma-d’água não apresentaram indivíduos na regeneração.
Em pelo menos uma ocasião, apresentaram indivíduos apenas na regeneração:
Guatteria nigrescens, Tabebuia chrysotrichia, Protium sp., Peltophorum dubium,
amoreira, Cariniana estrellensis, angico-corno, gabirobinha, grão-de-galo,
sete-casaca e goiaba-azeda.

135
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Verificou-se que a maioria das espécies não encontradas na regeneração


natural, de acordo com o tratamento aplicado, como era de se esperar, é
secundária tardia. As espécies que apareceram apenas na regeneração natural, em
sua maioria, não apresentaram indivíduos em todas as ocasiões de
monitoramento, ou seja, estavam presentes em uma ou mais ocasiões, no entanto,
não necessariamente estavam presentes no final do período estudado, ou
passaram a ser consideradas como ingrowth.

3.2. Densidade

O número de indivíduos por hectare, correspondente a cada tratamento e


ocasião de monitoramento, está ilustrado na Figura 1. Nas Figuras 2 e 3, estão
ilustrados os valores do número de indivíduos por classes de tamanhos e os
processos de regeneração, em cada tratamento e ocasião de monitoramento.
Para o número de indivíduos por hectare, independente do tratamento
silvicultural, incluindo todas as classes e os processos de regeneração,
observaram-se nítidas reduções, no final de oito anos de monitoramento
(Figura 1).
No tratamento sem intervenção, o número de indivíduos variou entre as
ocasiões de monitoramento, atingindo o máximo em 1990, com 28.034/ha, e
ocorrendo decréscimo acentuado em 1996, com 16.458/ha. No povoamento
submetido a corte raso, observaram-se 13.881 plantas/ha em 1988, enquanto na
ocasião de 1996, o número de plantas foi de 7.784/ha. No tratamento com
redução de 79,47% em área basal, o número de indivíduos atingiu, em 1990,
13.902/ha, ocorrendo decréscimo, em 1996, de 9.145/ha. No tratamento com
redução de 87,33% em área basal, observaram-se 13.965 plantas/ha em 1988,
enquanto na ocasião de 1996, o número de plantas foi de 6.937/ha.
O povoamento sem intervenção foi bastante superior em número de
indivíduos aos tratamentos submetidos a cortes. Esse resultado indica que a
regeneração foi influenciada negativamente pelas altas intensidades de cortes.
Quanto às classes de tamanho da regeneração natural, como era de se
esperar, o número de indivíduos foi superior na classe inicial, em relação à maior
classe, em todos os tratamentos e em todas as ocasiões de monitoramento
(Figura 2). Os povoamentos submetidos a cortes apresentaram diferenças
relativas entre as classes de tamanho proporcionalmente menores do que as
observadas no povoamento sem intervenção. Esse resultado, possivelmente, está
relacionado à maior disponibilidade de luz e nutrientes, favorecendo o
estabelecimento da regeneração natural nas diversas classes de tamanho.
Considerando o processo de regeneração, foi observado maior número de
indivíduos originários por sementes, em relação aos por brotação, exceto no
tratamento com corte raso (Figura 3). O povoamento sem intervenção apresentou
maior regeneração por sementes, em relação aos demais tratamentos. Por outro
lado, os povoamentos submetidos a cortes apresentaram maior regeneração por
brotação.

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Sem Intervenção Corte Raso


30000 14000
Número de Indivíduos/ha 25000 12000
10000
20000
8000
15000
6000
10000
4000
5000 2000
0 0

Redução de 79,47 % em Área Basal Redução de 87,33 % em Área Basal


14000 14000
Número de Indivíduos/ha

12000 12000
10000 10000
8000 8000
6000 6000
4000 4000
2000 2000
0 0
1988 1990 1992 1994 1996 1988 1990 1992 1994 1996
Ocasião de Monitoramento Ocasião de Monitoramento

Figura 1 - Densidade total da regeneração por tratamento e ocasião de


monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-
MG.

Para as ocasiões de monitoramento em 1988, 1990 e 1996, observaram-


se, por meio do teste F, interações significativas entre os tratamentos, as classes
de tamanho e os processos de regeneração (P < 0,05). Para 1992, as interações
foram significativas entre os tratamentos e as classes de tamanho e entre as
classes de tamanho e os processos de regeneração. E para 1994, observaram-se
interações significativas entre os tratamentos e as classes de tamanhos e entre os
tratamentos e os processos de regeneração.
Com base na análise estatística, foram realizadas comparações de médias
(P < 0,05) dos efeitos do processo de regeneração dentro das classes de tamanho,
por tratamento, em todas as ocasiões de monitoramento (Quadro 2), dos
tratamentos sobre as classes de tamanho; dos tratamentos sobre os processos de
regeneração; e do processo de regeneração sobre as classes de tamanho, nas
ocasiões de 1992 e 1994 (Quadro 3).

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Sem Intervenção Corte Raso


8000
Número de Indivíduos/ha 16000 1988 7000
14000 1990 6000
12000 1992 5000
10000 1994 4000
8000
1996 3000
6000
4000 2000
2000 1000
0 0
1 2 3 4 1 2 3 4

Redução de 79,47 % em Área Basal Redução de 87,33 % em Área Basal

7000 7000
Número de Indivíduos/ha

6000 6000
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
1 2 3 4 1 2 3 4
Classe de Tamanho Classe de Tamanho

Figura 2 - Densidade da regeneração natural por tratamento, classe de tamanho e


ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul
de Minas-MG.

No tratamento 1 foram observadas, por meio do teste F, algumas


diferenças estatísticas (P < 0,05) entre os processos de regeneração (Quadro 2).
Na classe de tamanho 1, a regeneração por sementes foi superior à por brotação,
em todas as ocasiões de monitoramento, e na classe 2, em 1988; e inferior na
classe 3, em 1996. No tratamento 2, a regeneração por sementes foi superior à
por brotação na classe 1, em 1992 e 1994; na classe 2, em 1988 e 1994; e na
classe 4, em 1994. No tratamento 3, a regeneração por sementes foi superior à
por brotação nas classes 1 e 2, de 1990 a 1996, e nas classes 3 e 4, em 1994. No
tratamento 4, a regeneração por sementes foi superior à por brotação nas classes
1, 2 e 3, em 1992 e 1994; na classe 2, em 1994; na classe 3, em 1988, 1992 e
1994; e na classe 4, de 1990 a 1994.
De modo geral, verificou-se que a regeneração por sementes foi
estatisticamente superior (P < 0,05) ou igual à por brotação (P > 0,05). Este
resultado indica que apesar das altas intensidades de cortes, possivelmente, o
banco de sementes e a produção de sementes pelas árvores remanescentes
possibilitaram maior regeneração por este processo.

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Sem Intervenção Corte Raso


25000 10000
1988 9000
Número de Indivíduos/ha
20000 1990 8000
1992 7000
15000 6000
1994
5000
1996
10000 4000
3000
5000 2000
1000
0 0
Semente Brotação Semente Brotação

Redução de 87,33 % em Área Basal


Redução de 79,47 % em Área Basal
9000 9000
Número de Indivíduos/ha

8000 8000
7000 7000
6000 6000
5000 5000
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
Semente Brotação Semente Brotação
Processo de Regeneração Processo de Regeneração

Figura 3 - Densidade da regeneração natural por tratamento, processo de regene-


ração e ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e
Serra Azul de Minas-MG.

Quanto ao efeito dos tratamentos dentro das classes de tamanho,


observaram-se diferenças significativas, por meio do teste Tukey (P < 0,05), nas
ocasiões de 1992 e 1994 (Quadro 3). Nas classes 1 e 2, o tratamento 1 foi
superior aos tratamentos submetidos a cortes (tratamentos 2, 3 e 4). Na classe 3,
o tratamento 1 foi estatisticamente igual aos tratamentos 2, 3 e 4. Na classe 4, os
tratamentos 2, 3 e 4 foram superiores ao tratamento 1.
A superioridade do tratamento 1, em relação aos tratamentos 2, 3 e 4,
nas classes 1 e 2, é devida ao potencial de produção de sementes do povoamento
que não teve intervenções, bem como, possivelmente, pelas condições do habitat.
No caso da classe 4, a superioridade dos tratamentos 2, 3 e 4 pode ser explicada
pela regeneração por brotação de cepas remanescentes do corte.
Para o processo de regeneração por sementes, foi observada, por meio do
teste F (P < 0,05), superioridade em número de indivíduos, em relação ao
processo por brotação (Quadro 3), em todas as classes de tamanho. Esses
resultados indicam que a regeneração dos povoamentos, com ou sem
intervenção, é dependente, principalmente, do banco e da produção de sementes
das árvores adultas.

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Quadro 2 - Médias do número de indivíduos, por tratamento, classe de tamanho


e processo de regeneração, nas ocasiões de monitoramento, municí-
pios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Tratamento Classe de Processo de Ocasião de Monitoramento


Tamanho Regeneração 1988 1990 1992 1994 1996
1 Semente 389,50 A 538,00 A 416,75 A 397,75 A 296,25 A
Brotação 2,75 B 33,75 B 77,75 B 172,25 B 34,00 B
2 Semente 267,75 A 220,25 A 121,25 A 186,75 A 148,25 A
Sem intervenção Brotação 18,75 B 137,75 A 84,00 A 132,25 A 56,25 A
3 Semente 49,50 A 35,75 A 24,00 A 34,25 A 2,25 B
Brotação 11,00 A 21,25 A 14,00 A 44,00 A 38,25 A
4 Semente 16,25 A 12,00 A 13,50 A 14,50 A 0,00 A
Brotação 20,50 A 9,25 A 3,75 A 20,75 A 19,50 A
1 Semente 64,25 A 80,00 A 118,50 A 127,75 A 68,25 A
Brotação 52,25 A 66,50 A 40,75 B 47,25 B 29,00 A
2 Semente 161,75 A 107,75 A 86,00 A 116,25 A 43,50 A
Corte raso Brotação 50,25 B 44,75 A 37,50 A 42,00 B 23,25 A
3 Semente 110,25 A 93,25 A 48,00 A 74,25 A 26,25 A
Brotação 34,00 A 37,75 A 24,25 A 35,25 A 19,75 A
4 Semente 56,00 A 45,00 A 64,50 A 73,00 A 56,75 A
Brotação 11,25 A 21,50 A 33,75 A 25,75 B 14,25 A
1 Semente 71,75 A 106,25 A 103,50 A 79,50 A 64,25 A
Brotação 26,25 A 24,75 B 18,25 B 21,00 B 15,25 B
2 Semente 220,25 A 170,00 A 110,25 A 136,00 A 126,00 A
Redução de 79,47% Brotação 41,00 B 40,25 B 32,25 B 23,25 B 14,75 B
em área basal 3 Semente 51,50 A 69,00 A 56,50 A 79,25 A 30,75 A
Brotação 22,75 A 19,25 A 22,75 A 30,75 B 17,00 A
4 Semente 21,00 A 55,00 A 81,00 A 81,00 A 44,25 A
Brotação 25,00 A 16,00 A 28,25 A 24,50 B 17,25 A
1 Semente 46,25 A 76,50 A 122,75 A 119,25 A 53,75 A
Brotação 56,00 A 29,50 A 22,55 B 23,75 B 16,75 A
2 Semente 62,50 A 54,25 A 122,75 A 56,25 A 21,25 A
Redução de 87,33% Brotação 39,00 A 35,50 A 22,75 A 23,00 B 20,00 A
em área basal 3 Semente 145,00 A 96,25 A 95,00 A 118,75 A 49,00 A
Brotação 29,75 B 31,75 A 30,25 B 36,25 B 23,50 A
4 Semente 83,00 A 114,25 A 98,25 A 124,25 A 48,50 A
Brotação 41,25 A 31,75 B 28,50 B 26,25 B 18,00 A

Classe 1 - muda com até 0,30 m de altura (h ≤ 0,30 m); Classe 2 - muda com altura de 0,30 a 1,30 m (0,30
< h ≤ 1,30 m); Classe 3 - muda com altura maior que 1,30m até DAP ≤ 2,5 cm); e Classe 4 - vara com 2,5
< DAP < 5 cm. Médias de processos de regeneração no mesmo tratamento, classe de tamanho e ocasião
de monitoramento, com igual letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,05).

140
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Quadro 3 - Médias do número de indivíduos, por classe de tamanho, processo


de regeneração e tratamentos, nas ocasiões de monitoramento de
1992 e 1994, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-
MG

Classe de Tamanho Processo de Regeneração Tratamento Ocasião de Monitoramento


1992 1994
Sem intervenção 247,25 A 285,00 A
Altura ≤ 0,30 m Corte raso 79,63 B 87,50 B
Redução de 79,47% em área basal 60,88 B 50,25 B
Redução de 87,33% em área basal 72,75 B 71,50 B
Sem intervenção 102,63 A 159,50 A
0,30 < Altura ≤ 1,30 m Corte raso 61,75 A 79,13 B
Redução de 79,47% em área basal 71,25 A 79,63 B
Redução de 87,33% em área basal 72,75 A 39,63 B
Sem intervenção 19,00 A 39,13 A
Altura > 1,30m até DAP ≤ 2,5 cm Corte raso 36,13 A 54,75 A
Redução de 79,47% em área basal 39,63 A 55,00 A
Redução de 87,33% em área basal 62,63 A 77,50 A
Sem intervenção 8,63 B 17,63 B
2,5 < DAP < 5 cm Corte raso 49,13 A 49,38 A
Redução de 79,47% em área basal 54,63 A 52,75 A
Redução de 87,33% em área basal 63,38 A 75,25 A

Altura ≤ 0,30 m Semente 190,38 A 181,06 A


Brotação 39,88 B 66,06 B
0,30 < Altura ≤ 1,30 m Semente 110,06 A 123,81 A
Brotação 44,13 B 53,13 B
Altura > 1,30m até DAP ≤ 2,5 cm Semente 55,88 A 76,63 A
Brotação 22,81 B 36,56 B
2,5 < DAP < 5 cm Semente 64,31 A 73,19 A
Brotação 23,56 B 24,31 B
Sem intervenção 143,88 A 158,31 A
Semente Corte raso 79,25 A 97,81 A
Redução de 79,47% em área basal 87,81 A 93,94 A
Redução de 87,33% em área basal 109,69 A 104,63 A
Sem intervenção 44,88 A 92,31 A
Brotação Corte raso 34,06 A 35,56 B
Redução de 79,47% em área basal 25,38 A 24,88 B
Redução de 87,33% em área basal 26,06 A 27,31 B

Médias de tratamentos dentro da mesma classe e ocasião de monitoramento, seguidas de mesma letra, na
coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). Médias de processo de regeneração dentro da
mesma classe e ocasião de monitoramento, seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo
teste F (P > 0,05). Médias de tratamentos dentro do mesmo processo de regeneração e ocasião de
monitoramento, seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).

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MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Na comparação de médias dos efeitos do tratamento por processo de


regeneração, por meio do teste Tukey (P < 0,05), observou-se que a regeneração
por brotação, no tratamento 1, foi superior, em 1994, aos tratamentos 2, 3 e 4.
No caso da regeneração por sementes, os resultados indicam que apesar
das altas intervenções os povoamentos submetidos a cortes, possivelmente,
recuperaram o potencial de produção de sementes. Na regeneração por brotação,
a superioridade do tratamento sem intervenção, possivelmente, é devida à maior
mortalidade de indivíduos adultos, que causam danos ao povoamento e,
conseqüentemente, estimulam este processo de regeneração.

3.3. Análise fitossociológica da regeneração natural

3.3.1. Freqüência

Nos Quadros 4, 5, 6 e 7 são apresentadas as espécies de maiores valores


de freqüências absoluta (FA) e relativa (FR), por tratamentos e ocasião de
monitoramento. Verificaram-se diferenças de pequena magnitude entre os
tratamento, quanto às espécies de maiores freqüências absoluta e relativa.
Para o povoamento sem intervenção (Quadro 4) e para os povoamentos
submetidos a cortes (Quadros 5, 6 e 7), verificou-se que as espécies de maiores
freqüências absolutas e relativas foram do grupo ecofisiológico das secundárias
iniciais. Tal comportamento se deve, principalmente, ao estádio de sucessão
médio da floresta estudada. Observou-se, ainda, que algumas espécies, no
decorrer do tempo, não se mantiveram estável quanto à freqüência,
possivelmente, pelo fato de as plantas pertencerem à categoria de tamanho 1
(altura ≤ 30 cm), as quais não se estabeleceram. É também conseqüência da
periodicidade da produção de sementes de algumas espécies e das condições do
habitat no período de monitoramento.

3.3.2. Densidade

As espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa


(DR) por ocasião de monitoramento, para o tratamento sem intervenção, corte
raso, reduções de 79,47 e 87,33% em área basal, estão relacionadas nos Quadros
8, 9, 10 e 11, respectivamente.
Para o tratamento sem intervenção, as espécies de maiores valores de
densidades absoluta e relativa (Quadro 8) não necessariamente foram as de
maiores valores de freqüências (Quadro 4). Este resultado também é observado
para corte raso (Quadros 9 e 5), para redução de 79,47% em área basal
(Quadros 10 e 6) e para redução de 87,33% em área basal (Quadros 11 e 7).
De modo geral, observou-se que as espécies, ao longo do tempo, tiveram
tendência de diminuição do número de indivíduos na regeneração natural. Tal
resultado está relacionado ao aumento de concorrência e fechamento do dossel.

142
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 4 - Espécies de maiores valores de freqüências absoluta (FA) e relativa


(FR) na regeneração natural, no tratamento sem intervenção,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
-------------------------------------------- % --------------------------------------------
Miconia sp. 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Mabea fistulifera 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Jacaranda macrantha 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Siparuna guianensis 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Myrcia rostrata 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Machaerium triste 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Astronium fraxinifolium 100,00 3,42 75,00 1,83 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Rapanea ferruginea 100,00 3,42 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 75,00 1,65
Guatteria australis 100,00 3,42 75,00 1,83 50,00 1,16 75,00 1,51 75,00 1,65
Psychotria carthagenensis 100,00 3,42 50,00 1,22 75,00 1,73 75,00 1,51 50,00 1,10
Machaerium nictitans 75,00 2,56 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Nectandra oppositifolia 75,00 2,56 50,00 1,22 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
3
Byrsonima sp. 75,00 2,56 100,00 2,44 100,00 2,31 50,00 1,01 75,00 1,65
Aloysia virgata 75,00 2,56 100,00 2,44 100,00 2,31 50,00 1,01 25,00 0,55
Dalbergia nigra 50,00 1,71 75,00 1,83 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Araçá-vermelho 50,00 1,71 100,00 2,44 75,00 1,73 100,00 2,01 100,00 2,20
Copaifera langsdorffii 50,00 1,71 75,00 1,83 75,00 1,73 100,00 2,01 75,00 1,65
Inga alba 50,00 1,71 100,00 2,44 100,00 2,31 75,00 1,51 50,00 1,10
Casearia sp. 25,00 0,85 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Cupania rugosa 25,00 0,85 75,00 1,83 75,00 1,73 75,00 1,51 100,00 2,20
Ocotea odorifera 25,00 0,85 100,00 2,44 75,00 1,73 75,00 1,51 50,00 1,10
Mimosa pteridifolia 25,00 0,85 100,00 2,44 25,00 0,50
Psychotria sessilis 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Gabiroba 100,00 2,44 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Araçá 100,00 2,31 100,00 2,01 100,00 2,20
Siparuna reginae 100,00 2,01 100,00 2,20
Kielmeyera rubriflora 75,00 1,83 75,00 1,73 100,00 2,01 75,00 1,65
Platypodium elegans 25,00 0,61 75,00 1,73 100,00 2,01 50,00 1,10
Miconia candolleana 25,00 0,61 50,00 1,16 100,00 2,01 50,00 1,10
Guatteria nigrescens 100,00 2,01 25,00 0,55

143
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 5 - Espécies de maiores valores de freqüências absoluta (FA) e relativa


(FR) na regeneração natural, no tratamento com corte raso,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
-------------------------------------------- % --------------------------------------------
Miconia sp. 100,00 3,36 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Mabea fistulifera 100,00 3,36 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Myrcia rostrata 100,00 3,36 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Astronium fraxinifolium 100,00 3,36 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Piptadenia gonoacantha 100,00 3,36 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Croton floribundus 100,00 3,36 100,00 2,56 75,00 1,84 100,00 2,31 100,00 2,67
Zanthoxylum rhoifolium 100,00 3,36 100,00 2,56 75,00 1,84 100,00 2,31 100,00 2,67
Machaerium nictitans 100,00 3,36 100,00 2,56 75,00 1,84 100,00 2,31 100,00 2,67
Dalbergia nigra 100,00 3,36 100,00 2,56 50,00 1,23 100,00 2,31 75,00 2,00
Cupania vernalis 100,00 3,36 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 50,00 1,33
Inga alba 100,00 3,36 50,00 1,28 75,00 1,84 75,00 1,73
Gabiroba 75,00 2,52 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Siparuna guianensis 75,00 2,52 100,00 2,56 100,00 2,45 75,00 1,73 75,00 2,00
Araçá 50,00 1,68 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Casearia sp. 50,00 1,68 100,00 2,56 100,00 2,45 100,00 2,31 100,00 2,67
Jacaranda macrantha 50,00 1,68 75,00 1,92 100,00 2,45 75,00 1,73 100,00 2,67
Nectandra oppositifolia 50,00 1,68 50,00 1,28 100,00 2,45 75,00 1,73 75,00 2,00
Machaerium triste 50,00 1,68 50,00 1,28 75,00 1,84 100,00 2,31 50,00 1,33
Araçá-vermelho 25,00 0,84 50,00 1,28 75,00 1,84 100,00 2,31 75,00 2,00
Platypodium elegans 25,00 0,84 75,00 1,92 50,00 1,23 100,00 2,31 50,00 1,33
Melanoxylon brauna 25,00 0,84 25,00 0,64 100,00 2,45 25,00 0,58
Psychotria sessilis 50,00 1,28 100,00 2,45 75,00 1,73 100,00 2,67
Cupania rugosa 100,00 2,56 75,00 1,84 100,00 2,31 75,00 2,00
Miconia candolleana 50,00 1,28 100,00 2,45 75,00 1,73 75,00 2,00
Maytenus evonymoides 25,00 0,64 100,00 2,45 100,00 2,31 50,00 1,33

144
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 6 - Espécies de maiores valores de freqüências absoluta (FA) e relativa


(FR) na regeneração natural, no tratamento com redução de 79,47%
em área basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
-------------------------------------------- % --------------------------------------------
Miconia sp. 100,00 3,15 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Mabea fistulifera 100,00 3,15 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Myrcia rostrata 100,00 3,15 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Astronium fraxinifolium 100,00 3,15 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Piptadenia gonoacantha 100,00 3,15 100,00 2,44 75,00 1,56 100,00 2,21 100,00 2,31
Zanthoxylum rhoifolium 100,00 3,15 100,00 2,44 75,00 1,56 100,00 2,21 100,00 2,31
Cupania vernalis 100,00 3,15 50,00 1,22 75,00 1,56 100,00 2,21 75,00 1,73
Jacaranda macrantha 75,00 2,36 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Siparuna guianensis 75,00 2,36 75,00 1,83 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Machaerium nictitans 75,00 2,36 100,00 2,44 75,00 1,56 100,00 2,21 100,00 2,31
Machaerium triste 75,00 2,36 100,00 2,44 75,00 1,56 100,00 2,21 100,00 2,31
3
Byrsonima sp. 75,00 2,36 75,00 1,83 100,00 2,08 50,00 1,10 100,00 2,31
Andira sp. 75,00 2,36 75,00 1,83 100,00 2,08 100,00 2,21 75,00 1,73
Dalbergia nigra 75,00 2,36 100,00 2,44 100,00 2,08 75,00 1,66 75,00 1,73
Luehea speciosa 75,00 2,36 75,00 1,83 100,00 2,08 50,00 1,10 50,00 1,16
Inga alba 50,00 1,57 100,00 2,44 75,00 1,56 50,00 1,10 50,00 1,16
Rapanea ferruginea 50,00 1,57 75,00 1,83 100,00 2,08 75,00 1,66 25,00 0,58
Araçá 25,00 0,79 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Casearia sp. 25,00 0,79 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Gabiroba 25,00 0,79 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Ocotea odorifera 25,00 0,79 75,00 1,83 100,00 2,08 75,00 1,66 100,00 2,31
Nectandra oppositifolia 25,00 0,79 50,00 1,22 100,00 2,08 100,00 2,21 75,00 1,73
Platypodium elegans 25,00 0,79 50,00 1,22 100,00 2,08 75,00 1,66 50,00 1,16
Croton floribundus 25,00 0,79 25,00 0,61 75,00 1,56 100,00 2,21 25,00 0,58
Araçá-vermelho 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Psychotria sessilis 100,00 2,44 100,00 2,08 100,00 2,21 100,00 2,31
Siparuna reginae 75,00 1,66 100,00 2,31
Maytenus evonymoides 100,00 2,08 100,00 2,21 75,00 1,73
Cupania rugosa 100,00 2,44 75,00 1,56 50,00 1,10 75,00 1,73
Guatteria nigrescens 100,00 2,21 50,00 1,16
Pera glabrata 100,00 2,44 50,00 1,04 50,00 1,16
Mutamba 50,00 1,22 100,00 2,08 25,00 0,58

145
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 7 - Espécies de maiores valores de freqüências absoluta (FA) e relativa


(FR) na regeneração natural, no tratamento com redução de 87,33%
em área basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FA FR FA FR FA FR FA FR FA FR
-------------------------------------------- % --------------------------------------------
Dalbergia nigra 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Cupania vernalis 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Mabea fistulifera 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Jacaranda macrantha 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Myrcia rostrata 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Astronium fraxinifolium 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Machaerium nictitans 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Machaerium triste 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Piptadenia gonoacantha 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 75,00 2,03
Vismia ferruginea 100,00 3,31 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 75,00 2,03
Zanthoxylum rhoifolium 100,00 3,31 100,00 2,42 75,00 1,71 100,00 2,44 75,00 2,03
Casearia sp. 75,00 2,48 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Gabiroba 75,00 2,48 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Miconia sp. 50,00 1,65 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
3
Byrsonima sp. 50,00 1,65 100,00 2,42 75,00 1,71 100,00 2,44 50,00 1,35
Bauhinia sp. 50,00 1,65 100,00 2,42 75,00 1,71 50,00 1,22 25,00 0,68
Limão-de-paca 25,00 0,83 50,00 1,21 100,00 2,29 50,00 1,22 75,00 2,03
Nectandra oppositifolia 25,00 0,83 50,00 1,21 100,00 2,29 75,00 1,83 50,00 1,35
Ocotea odorifera 25,00 0,83 100,00 2,42 100,00 2,29 50,00 1,22 50,00 1,35
Rapanea ferruginea 25,00 0,83 50,00 1,21 100,00 2,29 50,00 1,22 50,00 1,35
Inga alba 25,00 0,83 75,00 1,82 100,00 2,29 25,00 0,61 50,00 1,35
Pera glabrata 25,00 0,83 100,00 2,42 75,00 1,83 25,00 0,68
Araçá 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Araçá-vermelho 100,00 2,42 100,00 2,29 100,00 2,44 100,00 2,70
Psychotria sessilis 75,00 1,82 75,00 1,71 100,00 2,44 75,00 2,03
Maytenus evonymoides 25,00 0,61 100,00 2,29 75,00 1,83 75,00 2,03
Guatteria nigrescens 100,00 2,44 50,00 1,35
Cupania rugosa 75,00 1,82 100,00 2,29 75,00 1,83 50,00 1,35

146
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 8 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa


(DR) na regeneração natural, no tratamento sem intervenção,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Myrcia rostrata 3.194,4 14,82 4.305,6 15,36 3.562,5 17,00 2.770,8 12,63 2.166,7 13,16
Mabea fistulifera 1.812,5 8,41 3.756,9 13,40 2.694,4 12,86 2.527,8 11,52 1.638,9 9,96
Astronium fraxinifolium 1.722,2 7,99 2.666,7 9,51 1.069,4 5,10 1.006,9 4,59 812,5 4,94
Piptadenia gonoacantha 1.520,8 7,06 1.694,4 6,04 708,3 3,38 1.000,0 4,56 722,2 4,39
Mimosa pteridifolia 1.347,2 6,25 451,4 1,61 6,9 0,03
Machaerium nictitans 937,5 4,35 986,1 3,52 555,6 2,65 569,4 2,60 763,9 4,64
Machaerium triste 902,8 4,19 1.152,8 4,11 784,7 3,74 638,9 2,91 486,1 2,95
Miconia sp. 729,2 3,38 1.187,5 4,24 506,9 2,42 1.000,0 4,56 486,1 2,95
Jacaranda macrantha 548,6 2,55 708,3 2,53 1.013,9 4,84 819,4 3,74 756,9 4,60
Psychotria sessilis 2.666,7 9,51 2.402,8 11,46 3.263,9 14,88 2.722,22 16,54
Gabiroba 631,9 2,25 569,4 2,72 1.388,9 6,33 666,7 4,05
Anadenanthera colubrina 1.652,8 5,90 909,7 4,34 118,1 0,72

Quadro 9 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa


(DR) na regeneração natural, no tratamento com corte raso,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Mabea fistulifera 1.458,3 10,51 1.784,7 13,28 1.555,6 12,38 1.180,6 10,24 736,1 9,46
Myrcia rostrata 1.208,3 8,70 1.277,8 9,51 777,8 6,19 645,8 5,60 416,7 5,35
Miconia sp. 1.020,8 7,35 555,6 4,13 923,6 7,35 812,5 7,05 368,1 4,73
Dalbergia nigra 729,2 5,25 590,3 4,39 409,7 3,26 680,6 5,90 361,1 4,64
Byrsonima sp.3 645,8 4,65 597,2 4,44 333,3 2,65 347,2 3,01 201,4 2,59
Astronium fraxinifolium 520,8 3,75 506,6 3,77 194,4 1,55 361,1 3,13 243,1 3,12
Croton floribundus 458,3 3,30 395,8 2,95 159,7 1,27 194,4 1,69 90,3 1,16
Jacaranda macrantha 298,6 2,15 312,5 2,33 395,8 3,15 465,3 4,04 312,5 4,01
Piptadenia gonoacantha 298,6 2,15 472,2 3,51 451,4 3,59 361,1 3,13 298,6 3,84
Machaerium nictitans 250,0 1,80 270,8 2,02 694,4 5,52 368,1 3,19 319,4 4,10
Araçá-vermelho 208,3 1,50 715,3 5,32 5063,9 4,03 791,7 6,87 166,7 2,14
Araçá 90,3 0,65 527,8 3,93 340,3 2,71 437,5 3,80 437,5 5,62
Gabiroba 48,6 0,35 590,3 4,39 659,7 5,25 409,7 3,55 166,7 2,14
Psychotria sessilis 131,9 0,98 652,8 5,19 1013,9 8,80 868,1 11,15
Gabirobinha 361,1 4,64
Maytenus evonymoides 6,9 0,05 486,1 3,87 118,1 1,02 173,6 2,23
Randia sp.1 6,9 0,05 500,0 3,98 409,7 3,55 97,2 1,25

147
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 10 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa


(DR) na regeneração natural, no tratamento com redução de 79,47%
em área basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Myrcia rostrata 3881,9 29,14 4048,6 29,12 2951,4 24,94 2618,1 25,08 1506,9 16,48
Miconia sp. 1326,4 9,96 715,3 5,14 506,9 4,28 409,7 3,93 291,7 3,19
Mabea fistulifera 750,0 5,63 923,6 6,64 756,9 6,40 340,3 3,26 388,9 4,25
Jacaranda macrantha 416,7 3,13 500,0 3,60 493,1 4,17 326,4 3,13 208,3 2,28
Piptadenia gonoacantha 263,9 1,98 562,5 4,05 312,5 2,64 763,9 7,32 416,7 4,56
Machaerium triste 243,1 1,82 208,3 1,50 166,7 1,41 152,8 1,46 2062,5 22,55
Gabiroba 104,2 0,78 312,5 2,25 611,1 5,16 520,8 4,99 368,1 4,02
Croton floribundus 27,8 0,21 34,7 0,25 125,0 1,06 361,1 3,46 6,9 0,08
Casearia sp. 6,9 0,05 548,6 3,95 451,4 3,81 479,2 4,59 416,7 4,56
Araçá 6,9 0,05 222,2 1,60 437,5 3,70 368,1 3,53 312,5 3,42
Araçá-vermelho 743,1 5,34 104,2 0,88 430,6 4,13 201,4 2,20

Quadro 11 - Espécies de maiores valores de densidades absoluta (DA) e relativa


(DR) na regeneração natural, no tratamento com redução de 87,33%
em área basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
DA DR DA DR DA DR DA DR DA DR
N/ha % N/ha % N/ha % N/ha % N/ha %
Myrcia rostrata 1562,5 11,19 2090,3 16,02 1722,2 13,48 1687,5 14,73 951,4 13,71
Mabea fistulifera 1340,3 9,60 972,2 7,45 1208,3 9,46 770,8 6,73 513,9 7,41
Machaerium nictitans 819,4 5,87 576,4 4,42 965,3 7,55 611,1 5,33 305,6 4,40
Astronium fraxinifolium 687,5 4,92 937,5 7,18 701,4 5,49 743,1 6,48 583,3 8,41
Jacaranda macrantha 388,9 2,78 312,5 2,39 486,1 3,80 354,2 3,09 277,8 4,00
Miconia sp. 388,9 2,78 395,8 3,03 298,6 2,34 479,2 4,18 194,4 2,80
Dalbergia nigra 388,9 2,78 1166,7 8,94 729,2 5,71 645,8 5,64 187,5 2,70
Piptadenia gonoacantha 347,2 2,49 729,2 5,59 715,3 5,60 604,2 5,27 284,72 4,10
Machaerium triste 340,3 2,44 409,7 3,14 305,6 2,39 305,6 2,67 256,9 3,70
Casearia sp. 152,8 1,09 541,7 4,15 361,1 2,83 368,1 3,21 298,6 4,30
Vismia ferruginea 138,9 0,99 131,9 1,01 444,4 3,48 395,8 3,45 208,3 3,00
Gabiroba 118,1 0,85 395,8 3,03 548,6 4,29 256,9 2,24 145,8 2,10
Araçá 333,3 2,55 465,3 3,64 472,2 4,12 465,3 6,71
Araçá-vermelho 479,2 3,67 118,1 0,92 465,3 4,06 250,0 3,60
Psychotria sessilis 201,4 1,54 395,8 3,10 319,4 2,79 90,3 1,30

148
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Para todos os tratamentos, observou-se que as espécies de maiores


densidades foram pioneiras e secundárias iniciais, o que pode ser explicado pelo
estádio médio de sucessão florestal.

3.3.3. Categoria de tamanho

As espécies de maiores valores de categorias de tamanho absoluta e


relativa por ocasião de monitoramento, para os tratamentos sem intervenção,
corte raso, reduções de 79,47 e 87,33% em área basal, estão apresentadas nos
Quadros 12, 13, 14 e 15, respectivamente.
Para o tratamento sem intervenção, as espécies de maiores categorias de
tamanho absoluta e relativa (Quadro 12) são semelhantes às que apresentaram
maiores densidades (Quadro 8). Este resultado também foi observado para os
tratamento de corte raso (Quadros 13 e 9), redução de 79,47% em área basal
(Quadros 14 e 10) e redução de 87,33% em área basal (Quadros 15 e 11).

Quadro 12 - Espécies de maiores valores de categorias absoluta (CA) e relativa


(CR) na regeneração natural, no tratamento sem intervenção,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
CA CR CA CR CA CR CA CR CA CR
Myrcia rostrata 211,50 17,03 315,62 17,32 295,15 19,32 200,91 14,12 149,55 14,63
Piptadenia gonoacantha 100,23 8,07 122,89 6,75 57,05 3,73 72,44 5,09 51,77 5,06
Astronium fraxinifolium 99,76 8,03 175,29 9,62 71,85 4,70 64,10 4,50 49,64 4,86
Mabea fistulifera 91,02 7,33 245,62 13,48 203,94 13,35 156,65 11,01 93,47 9,14
Mimosa pteridifolia 86,48 6,96 19,45 1,07 0,57 0,04
Machaerium nictitans 63,52 5,11 72,14 3,96 42,17 2,76 42,44 2,98 56,80 5,56
Machaerium triste 62,01 4,99 83,76 4,60 70,13 4,59 43,60 3,06 32,92 3,22
Miconia sp. 39,42 3,17 65,87 3,62 29,52 1,93 62,15 4,37 31,70 3,10
Jacaranda macrantha 27,63 2,22 43,00 2,36 72,74 4,76 48,59 3,41 46,73 4,57
Psychotria sessilis 187,37 10,29 194,84 12,75 221,14 15,54 165,56 16,20
Gabiroba 40,68 2,23 45,20 2,96 100,30 7,05 47,31 4,63
Anadenanthera colubrina 116,21 6,38 71,04 4,65 8,26 0,81

149
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 13 - Espécies de maiores valores de categorias absoluta (CA) e relativa


(CR) na regeneração natural, no tratamento com corte raso,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de
Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
CA CR CA CR CA CR CA CR CA CR
Mabea fistulifera 78,93 10,72 80,08 12,33 65,55 12,14 50,57 9,97 28,57 8,71
Miconia sp. 56,22 7,64 26,97 4,15 42,88 7,94 35,82 7,06 17,43 5,31
Myrcia rostrata 56,02 7,61 60,46 9,31 36,64 6,79 31,57 6,22 19,46 5,93
Dalbergia nigra 41,67 5,66 29,61 4,56 16,59 3,07 28,27 5,57 10,78 3,29
Byrsonima sp.3 35,90 4,88 26,64 4,10 12,06 2,23 10,07 1,98 5,28 1,61
Croton floribundus 25,90 3,52 18,73 2,88 5,28 0,98 7,63 1,50 3,17 0,97
Astronium fraxinifolium 20,62 2,80 24,67 3,80 8,15 1,51 16,27 3,21 10,02 3,06
Piptadenia gonoacantha 18,88 2,57 22,41 3,45 18,21 3,37 16,00 3,15 13,29 4,05
Jacaranda macrantha 16,60 2,25 14,09 2,17 16,63 3,08 19,27 3,80 12,58 3,84
Araçá-vermelho 13,76 1,87 37,91 5,84 24,72 4,58 39,72 7,83 7,06 2,15
Machaerium nictitans 12,65 1,72 14,16 2,18 35,73 6,62 17,26 3,40 14,73 4,49
Araçá 6,71 0,91 31,47 4,84 14,24 2,64 16,90 3,33 18,82 5,74
Gabiroba 3,12 0,42 32,26 4,97 27,61 5,11 19,16 3,78 6,50 1,98
Psychotria sessilis 6,58 1,01 35,59 6,59 54,05 10,65 45,27 13,80
Gabirobina 19,49 5,94
Maytenus evonymoides 0,46 0,07 25,42 4,71 5,60 1,10 9,24 2,82
Randia sp.1 0,22 0,03 24,18 4,48 18,13 3,57 5,00 1,53

Quadro 14 - Espécies de maiores valores categorias absoluta (CA) e relativa (CR)


na regeneração natural, no tratamento com redução de 79,47% em
área basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
CA CR CA CR CA CR CA CR CA CR
Myrcia rostrata 190,87 29,70 237,42 33,77 181,97 31,47 168,55 32,38 107,52 19,64
Miconia sp. 70,30 10,94 33,92 4,83 22,32 3,86 18,70 3,59 14,88 2,72
Mabea fistulifera 36,82 5,73 44,25 6,29 34,78 6,02 11,56 2,22 16,07 2,93
Jacaranda macrantha 20,58 3,20 24,10 3,43 24,23 4,19 15,73 3,02 11,02 2,01
Piptadenia gonoacantha 11,58 1,80 32,09 4,56 17,33 3,00 41,75 8,02 24,74 4,52
Machaerium triste 11,54 1,80 7,59 1,08 6,98 1,21 6,64 1,28 169,37 30,93
Astronium fraxinifolium 8,54 1,33 11,32 1,61 17,50 3,03 9,30 1,79 6,88 1,26
Gabiroba 6,30 0,98 14,71 2,09 27,02 4,67 21,98 4,22 13,34 2,44
Croton floribundus 1,15 0,18 1,26 0,18 4,67 0,81 24,23 4,66 0,12 0,02
Casearia sp. 0,44 0,07 24,36 3,47 17,64 3,05 19,20 3,69 22,19 4,05
Araçá 0,44 0,07 11,18 1,59 21,36 3,70 14,85 2,85 17,87 3,26
Araçá-vermelho 39,05 5,55 3,98 0,69 19,85 3,81 9,14 1,67

150
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

Quadro 15 - Espécies de maiores valores de categorias absoluta (CA) e relativa


(CR) na regeneração natural, no tratamento com redução de 87,33%
em área basal, correspondentes a cada ocasião de monitoramento,
municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
CA CR CA CR CA CR CA CR CA CR
Myrcia rostrata 70,14 11,33 106,21 17,84 101,66 16,55 95,61 17,06 46,62 16,13
Mabea fistulifera 40,22 6,49 36,62 6,15 55,54 9,04 31,51 5,62 17,80 6,16
Machaerium nictitans 39,92 6,45 29,50 4,95 49,67 8,08 32,70 5,83 15,02 5,20
Astronium fraxinifolium 33,12 5,35 46,42 7,80 37,42 6,09 40,42 7,21 26,50 9,17
Miconia sp. 19,51 3,15 18,40 3,09 11,86 1,93 24,26 4,33 8,72 3,02
Jacaranda macrantha 19,34 3,12 12,94 2,17 20,48 3,33 14,54 2,59 9,97 3,45
Dalbergia nigra 18,49 2,99 57,89 9,72 44,06 7,17 35,90 6,40 6,49 2,24
Machaerium triste 16,99 2,74 19,30 3,24 14,96 2,44 13,95 2,49 11,46 3,97
Piptadenia gonoacantha 15,84 2,56 34,82 5,85 35,29 5,74 32,76 5,85 12,70 4,39
Casearia sp. 6,78 1,10 20,38 3,42 13,98 2,28 13,75 2,45 11,47 3,97
Vismia ferruginea 6,59 1,06 5,39 0,91 18,59 3,03 17,87 3,19 7,05 2,44
Gabiroba 4,04 0,65 18,12 3,04 26,55 4,32 13,11 2,34 6,71 2,32
Araçá 16,65 2,80 21,22 3,45 18,01 3,21 17,98 6,22
Araçá-vermelho 23,73 3,98 5,61 0,91 24,23 4,32 11,24 3,89
Psychotria sessilis 10,52 1,77 23,31 3,79 18,97 3,38 4,43 1,53

De modo geral, observou-se que, quanto às classes de tamanho, o


comportamento das espécies foi bastante variado. Algumas espécies apresen-
taram aumentos de participação no decorrer do monitoramento; algumas
apresentaram reduções; e, ainda, outras apresentaram reduções em determinadas
ocasiões e posteriormente recuperações.

3.3.4. Regeneração natural relativa

As espécies de maiores valores de regeneração relativa nos tratamentos


sem intervenção, corte raso, reduções de 79,47 e 87,33% em área basal,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, estão apresentadas nos
Quadros 16, 17, 18 e 19, respectivamente.
No tratamento sem intervenção, as espécies de maior regeneração natural
relativa representam mais de 49% da regeneração total (Quadro 16). A menor
participação foi verificada em 1988, com 49,49%, e a maior, em 1992, com
62,37%. No corte raso, as espécies de maior regeneração natural relativa
alcançaram a menor participação em 1988, com 46,94%, e a maior em 1996, com
62,26% da regeneração total (Quadro 17). No tratamento com redução de
79,47% em área basal, as participações das espécies de maiores regenerações
variaram de 42,57 a 55,17%, respectivamente, em 1988 e 1996 (Quadro 18).

151
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 16 - Espécies de maiores valores de regeneração relativa (RNR) no tratamento sem intervenção, correspondentes a cada
ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR
-------------------------------------------------------------------------------- % -----------------------------------------------------------------------------------
Myrcia rostrata 3,42 14,82 17,03 11,76 2,44 15,36 17,32 11,71 2,31 17,00 19,32 12,88 2,01 12,63 14,12 9,59 2,20 13,16 14,63 10,00
Astronium fraxinifolium 3,42 7,99 8,03 6,48 1,83 9,51 9,62 6,99 2,31 5,10 4,70 4,04 2,01 4,59 4,50 3,70 2,20 4,94 4,86 4,00
Mabea fistulifera 3,42 8,41 7,33 6,39 2,44 13,40 13,48 9,77 2,31 12,86 13,35 9,51 2,01 11,52 11,01 8,18 2,20 9,96 9,14 7,10
152

Piptadenia gonoacantha 2,56 7,06 8,07 5,90 1,83 6,04 6,75 4,87 1,73 3,38 3,73 2,95 1,51 4,56 5,09 3,72 1,65 4,39 5,06 3,70
Mimosa pteridifolia 0,85 6,25 6,96 4,69 2,44 1,61 1,07 1,71 0,50 0,03 0,04 0,19
Machaerium triste 3,42 4,19 4,99 4,20 2,44 4,11 4,60 3,72 2,31 3,74 4,59 3,55 2,01 2,91 3,06 2,66 2,20 2,95 3,22 2,79
Machaerium nictitans 2,56 4,35 5,11 4,01 2,44 3,52 3,96 3,31 2,31 2,65 2,76 2,57 2,01 2,60 2,98 2,53 2,20 4,64 5,56 4,13
Miconia sp. 3,42 3,38 3,17 3,33 2,44 4,24 3,62 3,43 2,31 2,42 1,93 2,22 2,01 4,56 4,37 3,65 2,20 2,95 3,10 2,75

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Jacaranda macrantha 3,42 2,55 2,22 2,73 2,44 2,53 2,36 2,44 2,31 4,84 4,76 3,97 2,01 3,74 3,41 3,05 2,20 4,60 4,57 3,79
Psychotria sessilis 2,44 9,51 10,29 7,41 2,31 11,46 12,75 8,84 2,01 14,88 15,54 10,81 2,20 16,54 16,20 11,64
Anadenanthera colubrina 1,83 5,90 6,38 4,70 1,73 4,34 4,65 3,57 1,65 0,72 0,81 1,06
Gabiroba 2,44 2,25 2,23 2,31 2,31 2,72 2,96 2,66 2,01 6,33 7,05 5,13 2,20 4,05 4,63 3,63
FR - Freqüência relativa, DR - densidade relativa e CR - categoria relativa de tamanho.
MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 17 - Espécies de maiores valores de regeneração relativa (RNR) no tratamento de corte raso, correspondentes a cada ocasião
de monitoramento, municípios Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR
-------------------------------------------------------------------------------- % -----------------------------------------------------------------------------------
Mabea fistulifera 3,36 10,51 10,72 8,20 2,56 13,28 12,33 9,39 2,45 12,38 12,14 8,99 2,31 10,24 9,97 7,51 2,67 9,46 8,71 6,94
Myrcia rostrata 3,36 8,70 7,61 6,56 2,56 9,51 9,31 7,13 2,45 6,19 6,79 5,14 2,31 5,60 6,22 4,71 2,67 5,35 5,93 4,65
Miconia sp. 3,36 7,35 7,64 6,12 2,56 4,13 4,15 3,62 2,45 7,35 7,94 5,91 2,31 7,05 7,06 5,47 2,67 4,73 5,31 4,24
Dalbergia nigra 3,36 5,25 5,66 4,76 2,56 4,39 4,56 3,84 1,23 3,26 3,07 2,52 2,31 5,90 5,57 4,60 2,00 4,64 3,29 3,31
Byrsonima sp.3 2,52 4,65 4,88 4,02 1,92 4,44 4,10 3,49 1,84 2,65 2,23 2,24 1,73 3,01 1,98 2,24 2,00 2,59 1,61 2,07
153

Croton floribundus 3,36 3,30 3,52 3,39 2,56 2,95 2,88 2,80 1,84 1,27 0,98 1,36 2,31 1,69 1,50 1,83 2,67 1,16 0,97 1,60
Astronium fraxinifolium 3,36 3,75 2,80 3,30 2,56 3,77 3,80 3,38 2,45 1,55 1,51 1,84 2,31 3,13 3,21 2,88 2,67 3,12 3,06 2,95
Piptadenia gonoacantha 3,36 2,15 2,57 2,69 2,56 3,51 3,45 3,18 2,45 3,59 3,37 3,14 2,31 3,13 3,15 2,87 2,67 3,84 4,05 3,52
Machaerium nictitans 3,36 1,80 1,72 2,29 2,56 2,02 2,18 2,25 1,84 5,52 6,62 4,66 2,31 3,19 3,40 2,97 2,67 4,10 4,49 3,75
Jacaranda macrantha 1,68 2,15 2,25 2,03 1,92 2,33 2,17 2,14 2,45 3,15 3,08 2,89 1,73 4,04 3,80 3,19 2,67 4,01 3,84 3,51
Araçá-vermelho 0,84 1,50 1,87 1,40 1,28 5,32 5,84 4,15 1,84 4,03 4,58 3,48 2,31 6,87 7,83 5,67 2,00 2,14 2,15 2,10
Gabiroba 2,52 0,35 0,42 1,10 2,56 4,39 4,97 3,97 2,45 5,25 5,11 4,27 2,31 3,55 3,78 3,21 2,67 2,14 1,98 2,26

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Araçá 1,68 0,65 0,91 1,08 2,56 3,93 4,84 3,78 2,45 2,71 2,64 2,60 2,31 3,80 3,33 3,15 2,67 5,62 5,74 4,68
Psychotria sessilis 1,28 0,98 1,01 1,09 2,45 5,19 6,59 4,75 1,73 8,80 10,65 7,06 2,67 11,15 13,80 9,21
Gabirobinha 0,67 4,64 5,94 3,75
Maytenus evonymoides 0,64 0,05 0,07 0,25 2,45 3,87 4,71 3,68 2,31 1,02 1,10 1,48 1,33 2,23 2,82 2,13
Randia sp.1 0,64 0,05 0,03 0,24 0,61 3,98 4,48 3,02 1,73 3,55 3,57 2,95 2,00 1,25 1,53 1,59

FR - Freqüência relativa, DR - densidade relativa e CR - categoria relativa de tamanho.


MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 18 - Espécies de maiores valores de regeneração relativa (RNR) no tratamento com redução de 79,47% em área basal,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR
-------------------------------------------------------------------------------- % -----------------------------------------------------------------------------------
Myrcia rostrata 3,15 29,14 29,70 20,67 2,44 29,12 33,77 21,78 2,08 24,94 31,47 19,50 2,21 25,08 32,38 19,89 2,31 16,48 19,64 12,81
Miconia sp. 3,15 9,96 10,94 8,02 2,44 5,14 4,83 4,14 2,08 4,28 3,86 3,41 2,21 3,93 3,59 3,24 2,31 3,19 2,72 2,74
Mabea fistulifera 3,15 5,63 5,73 4,84 2,44 6,64 6,29 5,13 2,08 6,40 6,02 4,83 2,21 3,26 2,22 2,56 2,31 4,25 2,93 3,17
154

Jacaranda macrantha 2,36 3,13 3,20 2,90 2,44 3,60 3,43 3,15 2,08 4,17 4,19 3,48 2,21 3,13 3,02 2,79 2,31 2,28 2,01 2,20
Piptadenia gonoacantha 3,15 1,98 1,80 2,31 2,44 4,05 4,56 3,68 1,56 2,64 3,00 2,40 2,21 7,32 8,02 5,85 2,31 4,56 4,52 3,80
Machaerium triste 2,36 1,82 1,80 1,99 2,44 1,50 1,08 1,67 1,56 1,41 1,21 1,39 2,21 1,46 1,28 1,65 2,31 22,55 30,93 18,60
Gabiroba 0,79 0,78 0,98 0,85 2,44 2,25 2,09 2,26 2,08 5,16 4,67 3,97 2,21 4,99 4,22 3,81 2,31 4,02 2,44 2,92
Croton floribundus 0,79 0,21 0,18 0,39 0,61 0,25 0,18 0,35 1,56 1,06 0,81 1,14 2,21 3,46 4,66 3,44 0,58 0,08 0,02 0,23

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Casearia sp. 0,79 0,05 0,07 0,30 2,44 3,95 3,47 3,28 2,08 3,81 3,05 2,98 2,21 4,59 3,69 3,50 2,31 4,56 4,05 3,64
Araçá 0,79 0,05 0,07 0,30 2,44 1,60 1,59 1,88 2,08 3,70 3,70 3,16 2,21 3,53 2,85 2,86 2,31 3,42 3,26 3,00
Araçá-vermelho 2,44 5,34 5,55 4,45 2,08 0,88 0,69 1,22 2,21 4,13 3,81 3,38 2,31 2,20 1,67 2,06

FR - Freqüência relativa, DR - densidade relativa e CR - categoria relativa de tamanho.


MANEJO FLORESTAL – DEF/FUV
Quadro 19 - Espécies de maiores valores de regeneração relativa (RNR) no tratamento com redução de 87,33% em área basal,
correspondentes a cada ocasião de monitoramento, municípios de Rio Vermelho e Serra Azul de Minas-MG

Ocasião de Monitoramento
Espécie 1988 1990 1992 1994 1996
FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR FR DR CR RNR
-------------------------------------------------------------------------------- % -----------------------------------------------------------------------------------
Myrcia rostrata 3,31 11,19 11,33 8,61 2,42 16,02 17,84 12,09 2,29 13,48 16,55 10,77 2,44 14,73 17,06 11,41 2,70 13,71 16,13 10,85
Mabea fistulifera 3,31 9,60 6,49 6,47 2,42 7,45 6,15 5,34 2,29 9,46 9,04 6,93 2,44 6,73 5,62 4,93 2,70 7,41 6,16 5,42
Machaerium nictitans 3,31 5,87 6,45 5,21 2,42 4,42 4,95 3,93 2,29 7,55 8,08 5,97 2,44 5,33 5,83 4,54 2,70 4,40 5,20 4,10
Astronium fraxinifolium 3,31 4,92 5,35 4,53 2,42 7,18 7,80 5,80 2,29 5,49 6,09 4,62 2,44 6,48 7,21 5,38 2,70 8,41 9,17 6,76
155

Jacaranda macrantha 3,31 2,78 3,12 3,07 2,42 2,39 2,17 2,33 2,29 3,80 3,33 3,14 2,44 3,09 2,59 2,71 2,70 4,00 3,45 3,39
Dalbergia nigra 3,31 2,78 2,99 3,03 2,42 8,94 9,72 7,03 2,29 5,71 7,17 5,05 2,44 5,64 6,40 4,83 2,70 2,70 2,24 2,55
Machaerium triste 3,31 2,44 2,74 2,83 2,42 3,14 3,24 2,94 2,29 2,39 2,44 2,37 2,44 2,67 2,49 2,53 2,70 3,70 3,97 3,46
Pitadenia gonoacantha 3,31 2,49 2,56 2,78 2,42 5,59 5,85 4,62 2,29 5,60 5,74 4,54 2,44 5,27 5,85 4,52 2,03 4,10 4,39 3,51
Miconia sp. 1,65 2,78 3,15 2,53 2,42 3,03 3,09 2,85 2,29 2,34 1,93 2,18 2,44 4,18 4,33 3,65 2,70 2,80 3,02 2,84

Prof. Agostinho Lopes de Souza


Casearia sp. 2,48 1,09 1,10 1,56 2,42 4,15 3,42 3,33 2,29 2,83 2,28 2,46 2,44 3,21 2,45 2,70 2,70 4,30 3,97 3,66
Gabiroba 2,48 0,85 0,65 1,33 2,42 3,03 3,04 2,83 2,29 4,29 4,32 3,63 2,44 2,24 2,34 2,34 2,70 2,10 2,32 2,38
Araçá 2,42 2,55 2,80 2,59 2,29 3,64 3,45 3,13 2,44 4,12 3,21 3,26 2,70 6,71 6,22 5,21
Araçá-vermelho 2,42 3,67 3,98 3,36 2,29 0,92 0,91 1,37 2,44 4,06 4,32 3,61 2,70 3,60 3,89 3,40

FR - Freqüência relativa, DR - densidade relativa e CR - categoria relativa de tamanho.


MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

No tratamento com redução de 87,33% em área basal, a regeneração total


foi representada em mais de 41% pelas espécies de maior regeneração natural
relativa (Quadro 19). A participação destas espécies variou de 41,95 a 59,04%,
em 1988 e 1990, respectivamente.
A maioria das espécies de maiores valores de regeneração natural
relativa, independentemente do tratamento aplicado, foi classificada como
secundária inicial. Este resultado é devido à idade e ao estádio sucessional em
que se encontra a floresta secundária, como também às características das
espécies secundárias, como mecanismos de dispersão de sementes muito
eficientes, alta produção de sementes, dormência e viabilidade prolongadas, que
as permitem colonizar áreas abertas por algum tipo de distúrbio.
Comparando os tratamentos, observa-se que a base florística da
regeneração natural foi semelhante entre os povoamentos submetidos a cortes e o
sem intervenção. Da mesma forma, comparando os resultados das análises
fitossociológicas de indivíduos adultos (capítulo 4) e da regeneração natural,
observa-se que a base florística é semelhante. Estes resultados indicam que a
regeneração possibilitará a conservação das espécies fitossociologicamente mais
importantes da floresta estudada.

4. CONCLUSÕES

Pelos resultados obtidos neste trabalho, pôde-se concluir que:


- Observou-se que as espécies não representadas na regeneração natural
compreenderam apenas 11,86% do número total de espécies na área estudada.
Por outro lado, 94% de todas as espécies encontradas na regeneração natural
estavam presentes na população adulta.
- Foi observada apenas goiaba-azeda na regeneração natural, que não
estava representada na população adulta.
- Observou-se que, em termos de densidade total, a regeneração foi
bastante afetada pelas intensidades de cortes realizadas. O tratamento sem
intervenção foi bastante superior aos tratamentos submetidos a cortes.
- Verificou-se que os tratamentos submetidos a cortes foram
relativamente superiores ao tratamento sem intervenção, nas classes de tamanhos
maiores.
- Observou-se que, independentemente do tratamento aplicado, o
processo de regeneração por sementes foi superior ou igual ao processo por
brotação.
- Verificou-se, pelos resultados da análise fitossociológica da
regeneração natural, que a base florística desta é semelhante à da população
adulta, com predominância de espécies secundárias iniciais e pioneiras.
- Observou-se que a regeneração natural já estabelecida garante a
conservação da florística original dos tratamentos (cortes) aplicados.

156
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

3. RESUMO E CONCLUSÕES

Nesta pesquisa objetivou-se avaliar os efeitos da aplicação de


tratamentos silviculturais na estrutura e dinâmica de uma floresta secundária de
transição, durante dez anos de monitoramento. Os dados foram provenientes do
Ensaio de Produção Sustentável em Floresta Secundária de Transição,
implantado em 1986, nos municípios de Rio Vermellho e Serra Azul de Minas,
no Estado de Minas Gerais, pela Florestas Rio Doce, subsidiária da Companhia
Vale do Rio Doce.
Os tratamentos silviculturais foram identificados conforme a intensidade
de corte, sendo tratamento 1 - sem intervenção; tratamento 2 - corte raso;
tratamento 3 - redução de 79,47% em área basal; e tratamento 4 - redução de
87,33% em área basal. O delineamento experimental foi em blocos casualizados,
com quatro repetições. Cada unidade experimental foi mensurada a intervalos de
dois anos, durante o período de 1986 a 1996. Foram considerados como
indivíduos adultos as árvores com DAP ≥ 5,00 cm e como regeneração natural,
os indivíduos arbóreos com DAP < 5 cm. Foram avaliados os efeitos da
aplicação de tratamentos silviculturais sobre a composição florística, a
diversidade de espécies, a estrutura, a distribuição diamétrica, o crescimento, o
ingrowth, a mortalidade e a regeneração natural, em cada ocasião de
monitoramento.

Com base nos resultados obtidos, pôde-se concluir que:


- As mudanças acentuadas foram observadas para a composição
florística, porém, a riqueza e os índices de Shannon-Weaver e de uniformidade
foram rapidamente recuperados em dez anos de monitoramento.
- As diferenças em composição florística ocorreram em termos de
família, gêneros e espécies, entre e dentre os tratamentos silviculturais aplicados.
- Os impactos das intervenções variaram conforme os tratamentos
silviculturais, quanto ao número de árvores, área basal e volume.
- As mudanças na estrutura do povoamento ocorreram em todos os
tratamentos, no decorrer de dez anos de monitoramento.
- As espécies secundárias iniciais, em geral, foram responsáveis pelo alto
ingrowth.
- A área basal apresentou altas reduções, com a aplicação do corte raso, e
reduções de 79,47 e 87,33 % em área basal, cujas recuperações ainda não foram
compensadas pelo alto ingrowth de árvores jovens.
- A grande maioria das espécies ecologicamente importantes foi
secundária inicial.
- As modificações foram mais pronunciadas na forma da distribuição,
para a estrutura diamétrica.
- As altas intensidades de intervenção nos povoamentos submetidos a
cortes, de modo geral, estimularam mais o ingrowth do que as árvores
remanescentes.
- As intervenções silviculturais possibilitaram aumentos nas taxas de
crescimento das árvores remanescentes.

157
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

- As intensidades de cortes aplicadas favoreceram mais o ingrowth do


que o crescimento de árvores remanescentes.
- O povoamento com redução de 79,47 % em área basal, apesar da alta
intensidade de corte aplicada, foi superior em incremento periódico, em relação
ao tratamento sem intervenção.
- O povoamento sem intervenção apresentou maiores taxas de
mortalidade em dez anos de monitoramento, em relação aos povoamentos
submetidos a cortes, e apresentou taxa de mortalidade superior a taxa de
ingrowth.
- Apenas o povoamento sem intervenção, entre todos os tratamentos
silviculturais, apresentou sinais de diminuição no ritmo de crescimento em área
basal e volume, ao final de dez anos de monitoramento.
- Altas variações em taxa de incremento foram observadas durante o
período de estudo.
- As espécies secundárias iniciais apresentaram maiores taxas de
crescimento e ingrowth, independentemente do tratamento.
- A regeneração natural, em termos de densidade total, foi bastante
afetada pelas intensidades de cortes realizadas, sendo o povoamento sem
intervenção superior aos povoamentos submetidos a cortes.
- Os povoamentos submetidos a cortes, nas classes de tamanhos maiores,
foram relativamente superiores ao povoamento sem intervenção.
- O processo de regeneração por sementes foi superior ou igual ao
processo por brotação, independentemente do tratamento.
- A base florística da regeneração natural foi semelhante à da população
adulta.
- A regeneração natural já estabelecida garante a conservação da
florística original dos tratamentos (cortes) aplicados.
- A floresta estudada pode ser considerada em estádio de sucessão médio.

158
MANEJO FLORESTAL – DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, D.S. Florística e estrutura de um fragmento de floresta atlântica,


no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Viçosa: UFV, 1996. 91p.
Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de
Viçosa, 1996.

ANTONIO LÓPEZ, J. Caracterização fitossociológica e avaliação econômica


de um fragmento de mata atlântica secundária, no município de
Linhares - ES. Viçosa: UFV, 1996. 71p. Dissertação (Mestrado em Ciência
Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, 1996.

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