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LUCAS QUIOCCA ZAMPIERI

PROCEDIMENTOS E ENSAIOS

LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

2016
SUMÁRIO

DETERMINAÇÃO DA UMIDADE NATURAL ............................................................. 3


PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS ............................................................................ 4
UMIDADE HIGROSCÓPICA ...................................................................................... 5
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA................................................................................. 6
1.1 PENEIRAMENTO ............................................................................................. 7
1.2 SEDIMENTAÇÃO ............................................................................................. 8
LIMITES DE ATTERBERG ...................................................................................... 11
LIMITE DE PLASTICIDADE .................................................................................... 11
LIMITE DE LIQUIDEZ .............................................................................................. 13
PESO ESPECÍFICO REAL DOS GRÃOS ................................................................ 16
COMPACTAÇÃO ..................................................................................................... 18
PRÓCTOR ............................................................................................................... 18
CBR ......................................................................................................................... 21
ANEXOS .................................................................................................................. 26
3

DETERMINAÇÃO DA UMIDADE NATURAL

Por definição, a umidade natural de um solo é a umidade em que o solo se encontra


na natureza.
O procedimento para a execução do ensaio da determinação do teor de umidade
natural de um solo é prescrito pela norma NBR 6457/1986.
O teor de umidade (w) de uma amostra de solo pode ser definida como a razão entre
a massa da água (Ma) contida em um certo volume de solo e a massa da parte sólida (Ms)
existente nesse mesmo volume, expressa em porcentagem.

Equipamentos Dados lidos no ensaio


 Cápsulas  Número da cápsula;
 Balanças  Massa da cápsula;
 Estufa  Massa da cápsula mais solo úmido;
 Dessecador  Massa da cápsula mais solo seco.

Cálculo
Para cada cápsula, calcula-se o teor de umidade do solo da seguinte forma:
𝑀𝑎 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
𝑤 = × 100 = × 100 → (%)
𝑀𝑠 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎

Exemplo:
TEOR DE UMIDADE NATURAL
n° da Massa da cápsula Massa cápsula mais Massa cápsula mais solo
w (%)
cápsula (g) solo úmido (g) seco (g)
3 7,95 29,85 25,15 27,33%
7 8,65 28,6 24,35 27,07%
12 8,76 30,21 25,66 26,92%
O teor de umidade natural é definido pela média dos valores:
∑ ℎ𝑖 27,33 + 27,07 + 26,92
𝑤= = = 27,11%
𝑖 3

Observações:
 Usar pelo menos 3 determinações para a amostra de solo;
 Solos orgânicos ou contendo gipsita devem ser secos em estufa com temperatura
variando de 60 °C a 65 °C. Os demais de 100 a 105 °C.
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PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS

As amostras de solo preparadas para os ensaios de compactação e caracterização


devem seguir as diretrizes da NBR 5734:1980.
A NBR 5734:1980, prescreve o método para a preparação de amostras de solos para
os ensaios de compactação e de caracterização (análise granulométrica, determinação dos
limites de liquidez e plasticidade, massa específica dos grãos que passam na peneira de 4,8
mm e massa específica, massa específica aparente e absorção de água dos grãos retidos
na peneira 4,8 mm).

Equipamentos
 Almofariz e mão de Grahl
 Pá e escova
 Espátulas
 Bandejas
 Pincel

O processo utilizado para a separação das amostras é através de secagem prévia,


deixando a amostra ao ar. Com isso, sua umidade chega próxima à umidade higroscópica.
Após o processo de secagem, desmancham-se os torrões, evitando a quebra de grãos, e
homogeneíza-se a amostra.
Usando o almofariz e a mão de gral, deve-se desmanchar os torrões existentes em
cada fração, isoladamente, com o cuidado de não triturar partículas individuais.
O solo deve ser separado em frações para facilitar esta operação de desagregação,
e garantir uma rigorosa eliminação de torrões (também chamados grumos).
Deve ser dedicada atenção especial à homogeneização da amostra total, que é feita
antes da retirada de amostras para ensaios específicos. A vibração produzida por transporte
ou movimentação dos recipientes, pode provocar segregação de partículas de tamanhos
diferentes, enquanto que a demora pode acarretar em diferenças na umidade de setores da
amostra, etc.

Atenção:
Cada “parte” retirada da amostra total também é chamada amostra (ou amostra
parcial). Essa quantidade de material difere para cada tipo de ensaio.
5

UMIDADE HIGROSCÓPICA

Mesmo que um solo permaneça por longos períodos secando ao ar, sempre restará
certa quantidade de água residual incorporada a ele. Está parcela de umidade é
denominada de umidade higroscópica.
De modo geral, quanto mais fina a granulometria de um solo maior será o seu teor de
umidade higroscópica. Solos granulares, como areias, tem essa umidade praticamente
desprezível, enquanto solos argilosos apresentam teores mais elevados.
O procedimento para determinação do teor de umidade higroscópica também segue
a norma NBR 6457/1986.
Os ensaios e cálculos são similares aos da umidade natural.

Equipamentos Dados lidos


 Cápsulas  Número da cápsula;
 Balanças  Massa da cápsula;
 Estufa  Massa da cápsula mais solo úmido;
 Dessecador  Massa da cápsula mais solo seco.

Cálculo
Para cada cápsula, calcula-se o teor de umidade do solo da seguinte forma:
𝑀𝑎 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
𝑤 = × 100 = × 100 → (%)
𝑀𝑠 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎

Exemplo:
TEOR DE UMIDADE HIGROSCÓPICA
n° da Massa da cápsula Massa cápsula mais Massa cápsula mais
w (%)
cápsula (g) solo úmido (g) solo seco (g)
33 7,65 25,95 25,02 5,35%
56 8,75 28,70 27,85 4,45%
21 8,26 31,31 30,22 4,96%

O teor de umidade natural é definido pela média dos valores:


∑ ℎ𝑖 5,35 + 4,45 + 4,96
𝑤= = = 4,92%
𝑖 3

Observações:
 As colocações para umidade natural também são validas para umidade higroscópica.
6

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Tem por função a obtenção das coordenadas que permitam traçar a curva
granulométrica do solo, determinando a porcentagem das partículas com dimensões entre
limites determinados.
A execução do ensaio segue as diretrizes da norma NBR 7181/1988, que prescreve
o método para análise granulométrica de solos realizada por peneiramento ou por
combinação de sedimentação e peneiramento.

Equipamentos
 Estufa;
 Balanças;
 Dessecadores;
 Aparelho de dispersão, com hélices substituíveis e copo munido de chicanas;
 Proveta de vidro;
 Béquer de vidro;
 Densímetro de bulbo simétrico;
 Termômetro graduado;
 Relógio com indicação de segundos;
 Aparelho de dispersão;
 Dessecador;
 Agitador mecânico de peneiras;
 Escova de cerdas metálicas;
 Baqueta (bastão) de vidro;
 Peneiras de 50; 38; 25; 19; 9,5; 4,8; 2,0 mm (peneiramento grosso), 1,2; 0,6; 0,42;
0,25; 0,15 e 0,075mm (peneiramento fino), conforme a NBR 5734.
7

1.1 PENEIRAMENTO

Separam-se em torno de 500 g de solo para a realização do ensaio de granulometria.


Inicialmente, lava-se o material na peneira de 2,0 mm, a fim de eliminar o material
fino aderente. Em seguida, leva-se o material retido para a estufa a 105°C/110°C, até
constância de massa.
Com esse material, procede-se o peneiramento grosso. Primeiro, coloca-se o
material dentro de um conjunto de peneiras, listadas na Tabela 1 e então, leva-se o conjunto
ao agitador (ou por agitação manual) por 15 min. Remove-se o conjunto do aparelho e
anotam-se as massas dos materiais retidos em cada peneira, para posteriores cálculos.

Tabela 1 – Lista de peneiras para peneiramento grosso


Diâmetro (mm) Peneiras (nº)
50 2”
38 1 ½”
25 1”
Peneiramento Grosso
19 3/4 ”
9,5 3/8”
4,8 4
2 10

Para o ensaio de peneiramento fino, lava-se o material na peneira 0,075mm. Da


mesma forma que no peneiramento grosso, leva-se para estufa até constância de massa.
Esse material é colocado em um conjunto de peneiras, como mostra a Tabela 2 -
Lista de peneiras para peneiramento fino. Em seguida, coloca-se em um agitador (ou por
agitação manual) por 15 min. Retira-se o conjunto de peneiras e realizam-se as pesagens
dos materiais retidos em cada peneira.

Tabela 2 - Lista de peneiras para peneiramento fino


Diâmetro (mm) Peneiras (nº)
1,2 16
0,6 30
Peneiramento Fino 0,42 40
0,25 60
0,15 100
0,075 200
8

Anotar a massa total de solo que foi separada para o peneiramento antes de lavar o
solo. MT _______________ g

Peneiramento
Peneiras Mat. Retido % Retida %
% retida
Nº mm (g) Acumulada Passante
1" 25
3/4" 19
1/2" 12,5
3/8" 9,5
4 4,8
10 2
16 1,2
30 0,6
40 0,42
60 0,25
100 0,15
200 0,08

1.2 SEDIMENTAÇÃO

A sedimentação é feita com o material passado na peneira 2,0 mm. Deve-se utilizar
em torno de 70 a 80 g de material. O material separado deve ser colocado em um béquer de
250 cm³, adicionando-se cerca de 125 ml de defloculante. A mistura deve descansar por no
mínimo 12 horas em solução.
Depois do período emergida em solução, a mistura deve ser colocada no copo de
dispersão, retirando com água destilada o material aderido ao béquer. Posteriormente,
adiciona-se água no copo até que fique 5 cm da borda. O copo deve ser instalado no
aparelho dispersor, deixando-o agitar durante 15 min.
Após esse tempo, coloca-se a mistura em uma proveta completando com água
destilada até 1000 ml. Depois, veda-se a boca da proveta (verificar a estanqueidade) e
aplicam-se movimentos de rotação por 1 min, invertendo a proveta.
Imediatamente após a agitação, coloca-se a proveta sobre uma mesa, anotando a
hora do início da sedimentação. Coloca-se o densímetro na dispersão e realizam-se as
leituras no densímetro em: 30 s, 1 min, 2 min, 4min, 8 min, 15 min, 30 min, 1h, 2h, 4h, 8h,
24h.
9

Simultaneamente a cada leitura, deve-se, também, anotar a temperatura da


dispersão para posteriores cálculos.
Fórmulas para determinação de granulometria por sedimentação

1800 × 𝜇 𝑧
𝐷=√ ×√
𝛾𝑠 − 𝛾𝑤 𝑡

𝛾𝑠 1000(𝐿 − 𝐿𝑑)
𝑄𝑠 = 𝑁 × ×
𝛾𝑠 − 𝛾𝑤 𝑀𝑇
100 + 𝑤ℎ𝑖𝑔 × 100
Onde:
- viscosidade do meio dispersor
z – altura de queda
t – tempo em segundos

s – peso especifico dos grãos


L – leitura do densímetro  Ld – leitura corrigida
Whig – umidade higroscópica
MT – massa do material submetida a sedimentação
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Sedimentação

Massa Esp.sólidos (g/cm³): Peso úmido (g): Peso seco (g):

Tempo Temperatura Viscosidade Densidade Correção Altura Queda Diâmetro (%) Amost.

Decorrido T (ºC)  (g.s\cm2) L Ld z (cm) D (mm) Total < Diâm.

30 seg

1 min

2 min

4 min

8 min

15 min

30 min

1 hora

2 hora

4 hora

8 hora

24 hora
11

LIMITES DE ATTERBERG

LIMITE DE PLASTICIDADE

Na definição clássica de Atterberg, o Limite de Plasticidade (LP) é o teor de umidade


em que o solo, estando no estado plástico, se perder umidade, passa para o estado
semissólido. Qual seja, para umidades superiores ao limite de plasticidade, o solo deixa de
apresentar a consistência de sólido, tornando-se moldável.
Desta forma, Atterberg convencionou que a condição para que uma amostra de solo
esteja no estado plástico é a possibilidade de moldar um cilindro de 10 cm de comprimento
por 3 mm de diâmetro, por rolagem sobre uma placa de vidro (método de ensaio).
O procedimento de ensaio para determinação do limite de plasticidade (LP), segue
as normas da NBR 7180/1984.

Equipamentos Dados para cada cilindro de solo


 Estufa  Número da cápsula;
 Peneira nº 40 (0,42mm de malha)  Massa da cápsula;
 Bandeja pequena  Massa da cápsula mais solo úmido;
 Placa de vidro  Massa da cápsula mais solo seco.
 Cilindro metálico (gabarito)
 Cápsula de porcelana
 Cápsulas metálicas pequenas
 Béqueres

Para a execução do ensaio, deve-se separar 100g de solo passante na peneira


0,42mm.
A amostra deve ser colocada em uma cápsula de porcelana, adicionando água
destilada em pequenos incrementos, homogeneizando por um período de no mínimo 15
minutos.
Em seguida, retira-se cerca de 10 g da amostra preparada, formando uma pequena
bola com os dedos, que deve ser rolada sobre a placa de vidro com pressão suficiente da
palma da mão para lhe dar forma de cilindro.
Enquanto a amostra se fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3 mm, deve-se
retorná-la à bacia de porcelana, adicionar água destilada, homogeneizar durante pelo
12

menos 3 minutos, amassando e revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da


espátula e repetir o procedimento descrito no parágrafo anterior.
Caso o cilindro chegue ao diâmetro sem se fragmentar e se ficar mais fino ou mais
comprido sem se fragmentar, deve-se amassar o material e repetir o ensaio. São necessário
5 cilindros de cada amostra para a realização do ensaio.
Quando a amostra apresentar as condições descritas no ensaio, devem-se transferir
imediatamente as partes fragmentadas para uma cápsula, para determinação da umidade
pelo método da estufa.

Cálculo
Com o solo contido em cada cápsula, calcula-se o teor de umidade definido por:

𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜


𝑤 = × 100 → (%)
𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎

LIMITE DE PLASTICIDADE
n° da Massa da cápsula Massa cápsula mais Massa cápsula mais solo seco
w (%)
cápsula (g) solo úmido (g) (g)
5 6,96 10,33 9,67 24%
8 6,64 10,59 9,74 27%
17 6,87 10,15 9,39 30%
45 6,9 11,01 10,12 28%
22 6,81 9,92 9,28 26%

Os valores utilizados não devem diferir ± 5% da respectiva média. Os valores que


ultrapassarem este limite devem ser descartados.
∑ ℎ𝑖 24 + 27 + 30 + 28 + 26
𝑤= = = 27%
𝑖 5
Sendo assim, para este caso os valores podem variar entre 28,35% e 25,65%,
desprezando dois valores. E então a nova média é
∑ ℎ𝑖 27 + 28 + 26
𝑤= = = 27%
𝑖 3

Observações:
 Devem ser obtidos pelo menos três valores para o cálculo do valor final do limite de
plasticidade.
13

LIMITE DE LIQUIDEZ

O Limite de Liquidez (LL) foi concebido como o menor teor de umidade com que uma
amostra de um solo pode ser capaz de fluir. Atterberg definia o limite de liquidez como
sendo a fronteira entre o “estado plástico” e o “estado líquido” de um solo.
Arthur Casagrande padronizou o ensaio mecanizando o processo, onde se utiliza o
aparelho de Casagrande (Figura 1), com o qual se aplicam golpes deixando a concha do
aparelho cair de uma altura padrão, até que a ranhura se feche em uma extensão
convencionada.

Figura 1 – Aparelho de Casagrande

Os ensaios para a determinação do limite de plasticidade devem ser realizados de


acordo com a norma NBR 6459/1984.

Equipamentos Dados lidos


 Estufa  Número de golpes
 Balança  Número da cápsula;
 Bandeja pequena  Massa da cápsula;
 Aparelho de Casagrande  Massa da cápsula mais solo úmido;
 Cinzéis  Massa da cápsula mais solo seco.
 Cápsula de porcelana
 Cápsulas metálicas pequenas
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Para iniciar o ensaio, deve-se separar 100g de cada amostra passante na peneira
0,42mm.
Homogeneízam-se as amostras em uma cápsula de porcelana, adicionando água
destilada de modo que a consistência permita 35 golpes para fechar a ranhura. Essa
homogeneização deve ser feita durante um período mínimo de 15 minutos.
Depois de homogeneizada, parte da mistura é transferida para a concha. A parte
central da concha deve ficar com espessura de 10 mm.
Com o auxílio de um cinzel, deve ser feita uma ranhura na parte central da concha,
dividindo o solo em duas partes.
Depois deste processo, aplicam-se golpes para o fechamento da ranhura (as partes
devem se unir ao longo de 13 mm de comprimento, Figura 3). Quando a ranhura fecha,
retira-se uma amostra do ponto em que ocorreu o fechamento da mesma para verificação
da umidade.
O número de golpes que foi preciso para fechar a ranhura deve ser anotado, para
posteriores cálculos.
Assim, a amostra que restou na concha deve retornar para a cápsula de porcelana,
adicionando água à mistura, de modo a obter outra quantidade de golpes para fechar a
ranhura. O ensaio é repetido por pelo menos mais quatro pontos, cobrindo o intervalo de 35
a 15 golpes.

Cálculo
Com o solo contido em cada cápsula, calcula-se o teor de umidade definido por:

𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜


𝑤 = × 100 → (%)
𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 𝑀𝑐á𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎

n° da Massa da Massa cápsula mais Massa cápsula mais solo


w (%) Golpes
cápsula cápsula (g) solo úmido (g) seco (g)
28 6,82 12,71 10,735 50% 37
80 7,18 14,32 11,859 53% 30
15 7,5 17,52 13,685 62% 25
71 7,1 14,98 11,677 72% 15

Construir um gráfico onde: no eixo das abcissas (escala linear) estão os teores de
umidade, e no eixo das ordenadas (escala logarítmica) o número de golpes. Aos pontos
inseridos é ajustada uma reta.
15

O limite de liquidez do solo será o teor correspondente a 25 golpes, obtidos


baseando-se na reta ajustada (Figura 2). O valor do limite de liquidez deve ser apresentado
como um número inteiro.

100
Número de Golpes

25

10

Teor de Umidade
LL = 59 %
Figura 2 – Gráfico para determinação do Limite de Liquidez

Observações:
 A cada determinação é necessária a limpeza da concha e a homogeneização da
mistura.

Figura 3 – Vista do aparelho de Casagrande e aspecto das ranhuras no solo


16

PESO ESPECÍFICO REAL DOS GRÃOS

O peso específico real dos grãos é a relação entre o peso e o volume de uma
partícula individual de solo, ou seja, no cálculo são desconsiderados todos os vazios
existentes no solo.

𝑃𝑆
𝛾𝑠 =
𝑉𝑆

Para que tal cálculo seja possível, toma-se por base o princípio de que certo corpo,
quando imerso em água, irá deslocar um determinado volume do líquido. Então, o volume
do corpo é obtido indiretamente pela relação do peso de água deslocada.
O procedimento de ensaio é determinado pela NBR 6508:1984, ou pela forma mais
simplificada regida pela DNER ME 093/94.

Equipamentos Dados lidos para cada picnômetro


 Estufa  Peso picnômetro vazio (P1);
 Balança  Peso do picnômetro + solo (P2);
 Picnômetro 50 ml  Peso do picnômetro + solo + água
 Termômetro (P3);
 Bico de gás  Peso do picnômetro + água (P4);
 Cápsula de porcelana  Temperatura da água

Utilizam-se 5 picnômetros para cada ensaio. Inicialmente, pesam-se os picnômetros


vazios, secos e limpos.
Depois, coloca-se 10g da amostra dentro de cada picnômetro, pesando-os.
Posteriormente, coloca-se água destilada dentro do picnômetro até que esta cubra a
amostra com excesso.
Em seguida, os picnômetros são levados ao fogo até a fervura, por cerca 15 min, a
fim de expulsar todo o ar existente entre as partículas de solo.
Depois de ferver, os picnômetros são deixados esfriar ao ambiente.
Quando já estiverem frios, deve-se encher os picnômetros completamente com água
destilada e colocá-los em banho maria à temperatura ambiente durante 15 min. A
temperatura da água deve ser anotada.
Devem-se colocar as rolhas dos picnômetros, de modo que a água aflore na parte
superior.
17

Após o tempo estipulado de 15 min, retiraram-se os picnômetros do banho maria,


enxugando-os com um pano e pesando as amostras.

Cálculo
O peso específico real dos grãos é calculado pela equação:

(𝑃2 − 𝑃1)
𝛾𝑠 = × 𝛾Á𝑔𝑢𝑎
(𝑃2 − 𝑃1) + (𝑃4 − 𝑃3)

água – peso específico da água destilada na temperatura do ensaio – verificar tabela.

Massa específica real dos grãos


Massa do Massa do Massa do Tem Massa Massa
Massa do
Picnô picnômetr picnômetro picnômetro + p. específica Específica
picnômetro +
metro o vazio + solo (P2) solo + água água da água (t) real dos
água (P4) (g)
(P1) (g) (g) (P3) (g) (°C) (g/cm³) grãos (g/cm³)
A 17,74 26,99 73,63 68,04 21 0,9980 2,522
B 24,66 44,26 86,17 74,37 21 0,9980 2,508
C 21,14 36,37 81,29 72,37 21 0,9980 2,409
D 20,45 32,56 79,63 73,25 21 0,9980 2,109
E 22,67 35,65 84,25 76,46 21 0,9980 2,496

A tabela a seguir representa a massa específica da água em “g/cm³” a uma dada


temperatura em “°C”.

TEMP MASSA ESPECÍFICA TEMP MASSA ESPECÍFICA TEMP MASSA ESPECÍFICA


°C (g/cm³) °C (g/cm³) °C (g/cm³)
18 0,9986 27 0,9965
10 0,9997 19 0,9984 28 0,9963
11 0,9996 20 0,9982 29 0,996
12 0,9995 21 0,998 30 0,9957
13 0,9994 22 0,9978 31 0,9954
14 0,9993 23 0,9976 32 0,995
15 0,9991 24 0,9973 33 0,9947
16 0,999 25 0,9971 34 0,9944
17 0,9988 26 0,9968 35 0,9941
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COMPACTAÇÃO

PRÓCTOR

Experimentalmente, é possível constatar que a adição de água a um solo seco


facilita a sua compactação. Em outras palavras, cada vez que se adiciona água a esse solo
pouco úmido, a densidade final do material compactado aumenta.
Entretanto, isso não ocorre indefinidamente. Na verdade, o acréscimo de água tem
um efeito benéfico enquanto não se alcança um certo teor de umidade, que é chamado de
umidade ótima. Quando a adição de água conduz a umidades superiores a wot, passa-se a
verificar o processo inverso. Ou seja, a densidade do material compactado tende a se
reduzir com o acréscimo de umidade.
A execução do ensaio de compactação é normalizada pela NBR 7182/1986, da
ABNT.

Equipamentos Adicionalmente, são necessários os


 Pincel seguintes dados do cilindro:
 Concha  Volume (este valor é normalizado);
 Soquete pequeno  Peso do cilindro sem solo em seu
 Cilindro pequeno interior.
 Papel filtro pequeno Dados lidos para cada corpo de prova
 Régua biselada moldado

 Extrator de amostras  Quantidade de água acrescentada

 Béqueres ao solo (este valor não entrará no

 Cápsulas metálicas grandes cálculo);

 Fôrma  Peso do cilindro + solo compactado;

 Colarinho e base  Número da cápsula;

 Espátula  Peso da cápsula;

 Pisets  Peso da cápsula + solo úmido;


 Peso da cápsula + solo seco.

Cálculo:
Alguns dados devem ser observados inicialmente no ensaio de compactação.
 Volume do cilindro
 Massa do cilindro.
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Os dados do ensaio podem ser tomados da seguinte forma:


Volume do cilindro = 1000 cm³
Massa do cilindro = 2410 g

Água M cilindro + solo N° M cap+solo úmido M cap+solo seco


Ensaio
Adicionada (ml) compactado (g) Cap. (g) (g)
1 100 4370 30 112,08 106,08
2 50 4450 28 103,42 97,13
3 50 4520 12 110,86 102,83
4 50 4560 15 111,36 102,05
5 50 4540 16 128,93 116,12
6 50 4530 55 112,85 102,29

Inicialmente, deve-se calcular para cada corpo de prova o “peso do solo


compactado”. Esse valor é obtido subtraindo-se o “peso do cilindro” do “peso do cilindro +
solo compactado”. O próximo passo consiste em calcular o peso específico aparente do solo
úmido :
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜
𝛾=
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜

Com os dados das cápsulas, pode-se calcular o teor de umidade associado a cada
moldagem dos corpos de prova:

𝑀𝑐𝑎𝑝+𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝑀𝑐𝑎𝑝+𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜


𝑤=
𝑀𝑐𝑎𝑝+𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 𝑀𝑐𝑎𝑝

Com os valores de  e w, pode-se calcular o peso especifico aparente seco d.


100
𝛾𝑑 = 𝛾 ×
100 + 𝑤

A etapa seguinte consiste no traçado da “curva de compactação”.


Para tanto, cria-se um gráfico em que o teor de umidade “w” é colocado no eixo das

abcissas, e o peso específico aparente seco d no eixo das ordenadas. Plota-se, então, os
dados de cada ensaio e ajusta-se uma curva aos mesmos, desprezando-se os pontos mais
afastados.
O ponto de máximo da curva ajustada corresponderá ao peso específico aparente

seco máximo do solo (d máx.). O teor de umidade associado a esse valor é denominado
“umidade ótima”. Uma curva de compactação para o exemplo em questão está
representada a seguir.
20

Tomando os valores do exemplo anterior temos:


Peso
Água Peso do Peso Especifico
M cilindro + solo M cap+solo M cap+solo Especifico
Ensaio Adicionada N° Cap. M. cap Solo w (%) Aparente Seco d
compactado (g) úmido (g) seco (g) Aparente 
(ml) Compactado (g/cm³)
(g/cm³)
1 100 4370 30 38,78 112,08 106,08 1960 1,96 8,92% 1,80
2 50 4450 28 37,22 103,42 97,13 2040 2,04 10,50% 1,85
3 50 4520 12 37,88 110,86 102,83 2110 2,11 12,36% 1,88
4 50 4560 15 37,86 111,36 102,05 2150 2,15 14,50% 1,88
5 50 4540 16 39,08 128,93 116,12 2130 2,13 16,63% 1,83
6 50 4530 55 38,54 113,21 102,29 2120 2,12 17,13% 1,81

1,90
1,88
Do gráfico retiram-se:
Peso Especifico Aparente Seco (g/cm³)

d máx – 1,88 g/cm³


w ótima – 13,5%
1,85

1,80

1,75
13,5
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Teor de Umidade (%)
21

CBR

Determina-se por esse método o Índice de Suporte Califórnia (ISC) e da expansão


do solo, fazendo uso de amostras deformadas e não reutilizáveis.
Os ensaios devem ser executados de acordo com a NBR 9895/1987 - Solo – Índice
de Suporte Califórnia.
Os resultados de CBR são traduzidos como sendo a relação entre uma carga unitária
necessária para a penetração de um pistão e uma carga unitária padronizada necessária
para obter a mesma penetração em um corpo de prova também padronizado.
Os índices CBR são determinados pelas penetrações de 2,54 e 5,08 mm, em que o
maior valor encontrado em porcentagem é utilizado e definido como California Bearing Ratio
ou CBR.

Equipamentos
 Cilindros grandes
 Base
 Colarinho
 Disco espaçador
 Soquete grande
 Papel filtro grande
 Régua biselada
 Béquer
 Capsulas metálicas grandes
 Concha
 Espátula
 Tripé para extensômetro
 Extensômetro
 Pisets
 Pratos perfurados
 Pesos
 Extrator de amostras
 Fôrma
 Prensa
 Cronômetro
22

São separadas cerca de 25 kg de cada amostra, já destorroadas e secas até a


umidade higroscópica.
Inicialmente, coloca-se o molde cilíndrico grande na sua base, com um disco
espaçador e uma folha de papel filtro, para evitar a aderência do solo no fundo.
Deve-se colocar o solo em uma bandeja metálica, adicionar água e revolver
continuamente até chegar um teor de umidade correspondente ao ponto desejado, de
acordo com o ensaio de compactação.
Depois de homogeneizado o material, inicia-se a compactação. São cinco camadas
com 12 golpes em cada uma, correspondente a energia normal de compactação. Após os
golpes, cada camada deve ser escarificada com uma espátula, para uma melhor aderência
entre as camadas.
Determina-se a umidade de compactação, coletando duas amostras do material em
cápsulas, que devem ser pesadas e colocadas na estufa. Essa coleta ocorre quando é
terminada a compactação da segunda camada.
Após a compactação da última camada, retira-se o cilindro complementar (colarinho),
removendo o solo que há em excesso com o auxílio de uma régua biselada.
Remove-se o cilindro da sua base, pesando o conjunto, cilindro+solo.
Terminadas as moldagens necessárias para a construção da curva de compactação,
retira-se o disco espaçador de cada corpo-de-prova, inverte-se o cilindro e fixa-o no prato-
base perfurado.
Coloca em cada corpo-de-prova um prato perfurado com a haste de expansão e
sobre os discos, com um peso total em torno de 4540 g, coloca-se o extensômetro na borda
superior do cilindro, anotando a leitura inicial e imergindo-o no tanque com água.
Os corpos de prova ficam imersos no mínimo 4 dias, efetuando-se leituras a cada 24
horas.
Por meio da prensa do CBR, faz-se pressão sobre o corpo de prova com a punção
de um pistão de 5,0 cm de diâmetro, e velocidade da prensa de 1,27 mm/min. Anotam-se as
cargas necessárias correspondentes às penetrações de 0,63, 1,27, 1,90, 2,54, 3,81, 5,08,
6,35, 7,62, 8,89, 10,16 e 12,70 mm; no tempo respectivo de 0,5, 1,0, 1,5, 2,0, 3,0, 4,0, 5,0,
6,0, 8,0 e 10,0 minutos. Um relógio comparador do anel dinamômetro ou da célula de carga
fornece a carga aplicada necessária, e um relógio comparador mede as deformações, com
as quais se traça o gráfico pressão x deformação, representando nas abscissas as
penetrações ou deformações, e nas ordenadas as pressões ou cargas. No caso de se
apresentar ponto de inflexão, a curva deverá ser corrigida e, para isso, traça-se uma
tangente a este ponto, sendo sua interseção com o eixo das abscissas a nova origem que
se deverá tomar para as penetrações.
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Exemplo: CBR
24

Exemplo planilha resumo resultados CBR


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26

ANEXOS

TEOR DE UMIDADE NATURAL

N° da cápsula

Massa da cápsula (g)


Massa cápsula mais
solo úmido (g)
Massa cápsula mais
solo seco (g)
w (%)

w médio (%)

TEOR DE UMIDADE HIGROSCOPICA

N° da cápsula

Massa da cápsula (g)


Massa cápsula mais
solo úmido (g)
Massa cápsula mais
solo seco (g)
w (%)

w médio (%)
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TEOR DE UMIDADE “LP”

N° da cápsula
Massa da
cápsula (g)
Massa cápsula
mais solo
úmido (g)
Massa cápsula
mais solo seco
(g)
w (%)

w médio (%)

TEOR DE UMIDADE “LL”

N° da cápsula
Massa da
cápsula (g)
Massa cápsula
mais solo
úmido (g)
Massa cápsula
mais solo seco
(g)
w (%)

Golpes

w médio (%)
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Ensaio de Proctor
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