You are on page 1of 2

ALUNO (A) ________________________________________

PROFESSOR (A): __________________ ANO: 8º Ano TURNO: ___


DATA ______/______/_____

GOMES, Laurentino. 1822: Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro
ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. RJ: Nova Fronteira, 2010

O PAÍS IMPROVÁVEL

Quem observasse o Brasil nessa época teria razões de sobra para duvidar de sua viabilidade como país.
Às vésperas do Grito do Ipiranga, o Brasil tinha tudo para dar errado. De cada três brasileiros, dois eram escravos,
negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo. O medo de uma rebelião
escrava pairava como um pesadelo sobre a minoria branca. Os analfabetos somavam mais de 90% dos habitantes.
Os ricos, embora muito ricos, eram poucos e, em sua maioria, ignorantes.
Havia uma pequena elite intelectual, bem-preparada na Universidade de Coimbra, mas também ela estava
dividida por divergências políticas entre monarquistas absolutos e constitucionais, conservadores e liberais,
republicanos e federalistas, entre outras correntes. O isolamento e as rivalidades entre as províncias prenunciavam
uma guerra civil, que poderia resultar na fragmentação territorial, a exemplo do que ocorria nas vizinhas colônias
espanholas.
À beira da falência, o novo país não tinha exércitos, navios, oficiais, armas ou munição para sustentar a
guerra pela sua independência, que se prenunciava longa, cara e desgastante. Em 1822, na Bahia, campo de batalha
decisivo nessa guerra, o pagamento do soldo dos oficiais e soldados estava atrasado dois meses por falta de
dinheiro nos cofres da província. Os canhões, decrépitos e sem munição, não funcionavam. Os soldados andavam
descalços e portavam espingardas de matar passarinho. Ao assumir o governo na condição de príncipe regente
nomeado pelo pai, D. Pedro encontrou os cofres vazios. As despesas públicas somavam 5.600 contos réis, cerca
de trezentos milhões de reais em valores de hoje, o que representava mais do que o dobro da arrecadação de
impostos nas províncias que reconheciam a sua autoridade.
Em setembro de 1822, apenas Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais aderiram à independência
proclamada por D. Pedro nas margens do Ipiranga. As demais províncias ou ainda estavam sob controle das tropas
portuguesas, caso da Bahia, ou discordavam da ideia de trocar a tutela até então exercida por Lisboa pelo poder
centralizado no Rio de Janeiro, caso de Pernambuco, que reivindicava maior autonomia regional. Na região Norte,
Pará e Maranhão se mantiveram fiéis aos portugueses. Por alguns meses, obedecendo às ordens das cortes de
Lisboa, ambas as províncias chegaram a se declarar separadas do restante do Brasil e ligadas diretamente a Portugal.
No Sul, as forças estavam divididas entre os interesses brasileiros e portugueses. Na província Cisplatina (atual
Uruguai), o comandante do regimento português, Álvaro da Costa, anunciou que só acataria as orientações das
cortes e encastelou suas forças em Montevidéu. Foi sitiado pelas tropas brasileiras comandadas por Frederico Lecor,
futuro barão de Laguna, numa guerra que se prolongaria por quase dois anos.

OBS: Responda no caderno.


1) Compare o texto acima com o capítulo 8 (livro de história, págs.:253- 255) e responda:

a) Copie as informações do texto (sobre a c) Quais as dificuldades políticas que o recém-


sociedade) que não tem no livro. nascido Brasil possuía?
b) Quais as informações econômicas são descritas d) Como o autor trabalha a questão das condições
no texto? de trabalho dos soldados?
2) Observe a charge e responda:
a) Que informações históricas
podemos encontrar?
b) Quem são os personagens?
c) Escreva um pequeno texto
sobre os momentos históricos
retratados nas charges.
Profª Assis Santos

You might also like