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A D O L E S C tN f£ S , JG E ADULTO S

Antigo Testamento

iw im w njn

t&U . >.v ^yy-AvAA.AAVS1a^vacava

wÃv w . e d u-e-a-c-ao c r i s t a c o m i n u a d a . co m . b r
ORDEM CRONOLOGICA DE ESTUDO DO ANTIGO TESTAMENTO
.

PERÍODO HISTÓRIA POESIA PROFECIA LIÇÃO


Génesis
1
HISTÓRIA DOS Êxodo
2
COMEÇOS Levítico
3
4.000 a 1.400 a.C. Números
4
Deuteronômio
Josué
VIVENDO
Juízes 5
EM CANAÃ ]à
Rute 7
1.400 a 1.053 a.C.
1 Samuel
1 e 2 Samue! Salinos
REINO
1 e2 Reis Provérbios 6
UNIFICADO
1 e 2 Crônicas Edesiastes 7
1.053 a 933 a.C.
Cantares
1 Reis 11-12 Obadias
2 Reis Jonas
2 Crônicas Amós
Joel
Isaías
REINO
Naum 8
DIVIDIDO
Oseias 9
953 a 586 a.C.
Miqueias
Jeremias
Lamentações
Sofonias
Habacuque
CATIVEIRO 2 Reis 17.4-18 Ezequiel
Salmo 137 10
606 a 536 a.C Ester Daniel
Ageu 11
RESTAURAÇÃO Esdras
Zacarias 12
536 a 432 a.C Neemias
Malaquias 13

ô a s tc h - a ó
DATA

__ ________ LIÇÃO 1 0 VALOR DO ANTIGO TESTAMENTO................................... 5

__ / /____ LIÇÃO 2 A ORIGEM DA HUMANIDADE................ ........ ............. - 11

__ /___ /.___ LIÇÃO 3 DOS PATRIARCAS AO ÊXODO...................................... -.......17

__ /__ /.____LIÇÃO 4 PEREGRINAÇÃO NO DESERTO...............................-...........23

__ ________ LIÇÃO 5 A CONQUISTA DE CANAÃ...................................................29

__ /__ /.____ LIÇÃO 6 O INÍCIO DO REINO DE ISRAEL........................................... 35

__ /__ /____ LIÇÃO 7 OS ESCRITOS POÉTICOS................................. .....41

LIÇAOS O REINO DIVIDIDO ■■•tata i i i i a n ■■■•■•i i v i k i i i i a i i i 47

..../.__ /.___ LIÇÃO 9 JUÍZO SOBRE ISRAEL E JUDÁ............................................... 53

_ / __ /____ LIÇÃO 10 O REINO EM CATIVEI RO........ ..............................................59

__ /_... /........ LIÇÃO 11 O RETORNO DO CATIVEIRO.............. ..................................65

......J .— /. LIÇÃO 12 PROFETAS DA RESTAURAÇÃO................................. 71

.... /_... /. LIÇÃO 13 DEUS FAZ A DIFERENÇA.................................................... 77

Rui Raiol é escritor, autor dos livros: "Cura Divina - Promessa Atual de Deus"; “A Verdadeira Dimensão da Fé", “O Rapto";
"1911 - Missão de Fogo no Brasil" e o Devocional “Meu Dia com Deus". Foi professor de Direito Penal na Universidade
Federal do Pará. Em 2006. fundou o Ministério Amigos da Oração. É pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Belém.
\ Expediente
A B íb l ia q u e Conselho Editorial
JESUS LIA Samuel Câmara, Oton Alencar, Jonatas Câmara,
Rui Raiol, Celso Brasil, Philipe Câmara,
Benjamin de Souza
Nada mais "antigo” e tão atual so­
Editor
bre a origem da humanidade e seu Samuel Câm ara
relacionamento com Deus, que o
Antigo Testamento, com seu riquís­ Editor Assistente
Benjamin de Souza
simo conteúdo. Era a Bíblia que Je­
sus lia, estudava e ensinava, C oordenador Editorial
É neste protoevangelho e primeiro Elléri Bogo

Testamento que conhecemos a ori­ Equipe Editorial


gem da civilização humana, a eleição Elléri Bogo, G eorge Fernandes, Hamilton
do povo de Israel para ser guardião da Jeremias, Ivan M agalhães. José Queiroz,
Nilce Gomes.
Palavra e prociamador da bênção de
Deus, as falhas humanas, bem como Supervisão Pedagógica
Faculdade Boas Novas (FBN) e Seminário
a providência divina corrigindo, res­
Teológico da Assembleia de Deus (SETAD)
taurando e anunciando a chegada do
Salvador, Jesus Cristo. Repertório Musicai
Rebekah Câm ara
Estudando a Bíblia que Jesus lia,
ainda que de modo introdutório e pa­ Revisores
norâmico, constataremos que o An­ Jailson Melo e Auristela Brasileiro
tigo Testamento se cumpre no Novo Distribuição e Com ercial
Testamento e por este é explicado. Jadiel Gom es
Observaremos também, o Senhor da
Editoração e Projeto G ráfico
História caminhando conosco assim Nei Neves e Tarik Ferreira
como o fez com os profetas, sacerdo­
tes e reis nas tendas, templos e palá­ Conteúdo Digital e Im agens
Jeiel Lopes
cios, seja nos desertos ou nas cidades.
Bem-vindo a esta maravilhosa jornada! Esta revista faz parte do P rogram a de Edu­
cação C ristã C ontin ua da e usa som o base
o livro “ P ano ram a do A n tig o Testam ento:
Tendas, Tem plos e P a lá c io s ” . Rick H o-
w ard - instituto C ristão Intern aciona l (ICI).
C am pinas (SP).

Versão bíblica: A im eida Revista e Atualizada,


salvo quando indicada outra versão.

LEITURA COMPLEMENTAR © 2 0 1 6 . Direitos reservados. É proibida a


km eras» reprodução parcial ou total desta obra por
\ PANORAMA DO qualquer meio, sem autorização por escrito
! A n t ig o testam ento
da A ssem bleia de Deus em Belém do Pará e
í
Neste livro, os temas da revista do autor d o s com entários e adaptações.
sâo abordados com mais am ­
plitude e profundidade. Program a de Educação Cristã Continuada.
Avenida Governador José Malcher, 1571, Nazaré.
CEP: 66060-230. Belém - Pará - Brasil. Fone: (91)
Pedidos: {? !) 3 1 1 0 -2 4 0 0 www.lclbrasil.com.br 3110-2400. E-mail: comercial@adbeiem.org.br.
Estudada e m ___ /____ /_____

r “ “\
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Lc 24.31
Desvendando os olhos

Terça -Ê x 32.16
Escritura de Deus

Quarta-SI 19.7
Perfeição da Lei

Quinta - Hb 2.1
Apego à verdade
T exto á u r eo
“Ef co m eç a n d o p o r M oisés, d is­ Sexta - G1 6.1 G
co rren d o p o r tod os os P ro feta s, Regra de vida
ex p u n h a -lh es o q u e a seu resp eito
con stav a em to d a s a s E scritu ras Sábado - Dt 17.19
Lc 2 4 .2 7 A lei de todos os dias

Verdade Prática
.
0 A ntigo T estam en to n ã o é só LEITURA BÍBLICA
h istória, é a ch a v e d a n ossa fé.
Lucas 2 4 . 2 5 - 2 7
25 Então, lhes disse Jesus: Ó nés­
cios e tardos de coração para crer
tudo o que os profetas disseram!
2 6 Porventura, não convinha que
o Cristo padecesse e entrasse na
sua glória?
2 7 E, começando por Moisés, dis­
correndo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito
constava em todas as Escrituras.

Hinos da Harpa: 306 - 210 - 259


v ____________ _________________ j

s
Lição 1 - 0 Valor do Antigo Testamento

( \ INTRODUÇÃO
0 VALOR DO
A N T IG O T E S T A M E N T O Que grande privilégio nós te­
mos da parte de Deus neste tri­
mestre! Estudaremos o Antigo Tes­
INTRODUÇÃO tamento em ordem cronológica,
sem observar a sequência de seus
L DEUS NOS DEU A BÍBLIA livros como constam na Bíblia, mas
seguindo o desenrolar da história
1. Mensagem para nós S119.4
de Israel. Assim, poderemos in­
2. Inspirada e Canônica 2Tm 3.16-17 vestigar o começo do Universo e o
nascimento do povo de Deus atra­
3. Valor èx2ü.i3-i7
vés de Abraão, além de minuciar as
profecias, principalmente sobre o
II. A BÍBLIA QUE JESUS LIA advento do Messias, e sua mensa­
1. Evidências Mi4.4,7,io gem de esperança às nações.
0 Antigo Testamento, a Bíblia
2. Confiança na Palavra Dt 17.1-19 que Jesus lia, é considerado a Bíblia
3. Mensagem atual Sí 119.89 do povo judeu.

IIL CLASSIFICAÇÃO
I. D EU S NOS DEU A B ÍB L IA

1. Classificação literária SI7.14 1. M ensagem para nós. Em­


bora Deus continue se revelando
2. Ordem Cronológica lRsl.43
através de Suas obras, a Palavra
3. Exatidão si 119.140 é a mensagem por excelência que
Ele providenciou para nós (SI 19.4;
APLICAÇÃO PESSOAL Rm 1.20). Trata-se de uma comu­
nicação pessoal que tem atraves­
sado milênios para nos falar de
Seu grande amor e propósito para
a nossa vida através da história e
na eternidade.
Como você costuma ler e me­
ditar nas Escrituras? O Antigo
Testamento é a chave para um pro­
fundo conhecimento da pessoa do
Salvador. Jesus é o Verbo Divino, a
Palavra Viva (Hb 1.2). Deus quer
revelar o Seu Filho a todos os que
o procuram (Mt 16.17). Saiba que

6
Lição 1 - 0 Valor du Antigo Testamento

as riquezas da Palavra estão reser­


vadas a quem buscar conhecer me­
lhor o Seu Autor.
Se alguém tem dificuldades O cânon das Escrituras é
para compreender o Antigo Tes­ a lista de todos os livros
tamento, procure adquirir alguma que pertencem à Bíblia.
noção de História e Geografia da (Wayne Grudem)
Terra Santa e de seus povos con­
temporâneos, e ore por orientação
do Espírito Santo. piração e autoridades divinas. A
Bíblia é, portanto, a nossa regra de
2. Inspirada e Canônica. 0 vida (G1 6.16).
nome Bíblia vem do termo gre­ A inspiração é o meio pelo qual
go biblosj que significa " coleção a Bíblia recebeu sua autoridade;
de livros". A Bíblia foi escrita por a canonização é o processo pelo
mais de quarenta escritores, em qual a Bíblia recebeu sua aceita­
diferentes lugares, durante um pe­ ção definitiva.
ríodo aproximado de 1.600 anos.
Os sessenta e seis livros da Bíblia 3. Valor. O Antigo Testamento
foram escritos ern vários idiomas foi escrito há três milênios. A Bí­
e sob as circunstâncias mais di­ blia foi o primeiro livro a ser im­
versas. No entanto, formam um presso por Gutenberg, em 1450 e
grande compêndio, com um único tem influenciado escritores, artis­
e grandioso tema. tas e músicos pelo mundo inteiro.
Em 2 Timóteo 3,16-17, lemos Tem estabelecido leis e mudado
sobre a inspiração das Escrituras. sociedades. O Direito do Ocidente
No origina] grego, esse texto fala de tem sido influenciado diretamen­
"assoprar", isto é, Deus comunicou te pelas Escrituras, cujos trata­
Sua própria vida sobre as palavras mentos sobre crimes e outros atos
que hoje lemos. É o que se chama ilícitos são reprodução do Código
"inspiração verbal". Apesar dessa Sagrado [Êx 20.13-17).
qualidade do texto sagrado, Deus Por causa desse grande valor,
levou em conta a personalidade homens têm entregue suas vidas
dos escritores sacros, que se ex­ ao trabalho de traduzir e distri­
pressaram conforme sua cultura e buir a Palavra. Guilherme Tyndale
formação intelectual. morreu para que o seu país, a In­
Cânon [gr. kanon) significa ré­ glaterra, pudesse ter a Bíblia em
gua, vara de medir, de onde advém seu próprio idioma (1 5 2 6 ). Numa
regra de fé e conduta. Cânon refe­ fogueira, em chamas, fez esta ora­
re-se aos livros que se conformam ção em alta voz: "Senhor, abre os
com as regras ou padrões da ins- olhos do rei da Inglaterra".

7
Lição 1 0 Vaiar do Antigo Testamento
-

II. A B ÍB L IA QUE JESU S LIA Depois, surgiu o aramaico. Há pe­


quenos textos nesse dialeto, como
1. Evidências. Alguns questio­ Esdras 4.6-8 e Daniel 2.4-7,28.
nam se temos razões suficientes Aclamado por homens de esta­
para aceitar que o Antigo Testa­ do e seus súditos, por homens de
mento é a Palavra de Deus. Uma letras e pessoas de escassa ou nula
maneira objetiva de responder é cultura, o Antigo Testamento se nos
observar que Jesus fez citações apresenta como um livro vivente e
diretas de vinte e dois livros dessa confiável. De forma penetrante, fala
parte das Escrituras (Mt 4.4,7,10). a todas as gerações. Mas é o fato de
Portanto, o Salvador autenticou Deus ter falado que nos permite
os registros bíblicos que lhe ante­ confiar na Palavra (Hb 1.1).
cederam. Além disso, em Marcos
temos 15 citações do Antigo Tes­ 3. Mensagem atual. Há quem
tamento; Mateus apresenta 19; leia o Antigo Testamento apenas
Lucas, 25; Hebreus, 85; e o Apo­ como mensagem ao antigo povo
calipse contém 245 passagens. Há, de Israel. Porém, a Bíblia, toda ela,
ainda, muitas citações em outros é a Palavra de Deus (SI 119.89).
livros do Novo Testamento. A mensagem do Eterno é atual,
Esses fatos mostram que Jesus e isso significa que Ele deseja se
e os escritores neotestamentários revelar a todos os povos e a cada
davam grande valor ao Antigo Tes­ pessoa de nossa geração. E certo,
tamento e reconheciam a autorida­ por exemplo, que Deus tratou di­
de do mesmo. Com frequência eles retamente com Abraão, revelan­
se referiam ao Antigo Testamento do-lhe Suas promessas.
como "as Escrituras", e, algumas Porém, não esqueçamos de que
vezes, como "a Lei". esse patriarca não é apenas o pai
A expressão "Assim diz o Se­ da nação israelita. Ele é também o
nhor", como "carimbo" de autenti­ nosso pai na fé e, portanto, somos
cidade divina, ocorre mais de 2.600 seus descendentes espirituais
vezes nos seus 39 livros; isso além (Rm 9.7-8). Esse fato reveste o An­
de outras expressões equivalentes. tigo Testamento de grande signifi­
cado para nós. Ali temos não só a
2. Confiança na Palavra. Des­ revelação dos caminhos e das pa­
de os tempos antigos, Deus fez os lavras de Deus, mas igualmente a
homens guardarem um registro história de nossos antepassados e
escrito de Suas palavras e revela­ progenitores espirituais. Humana­
ções (Dt 17.1-19). A maior parte mente, Jesus é “Filho de Abraão",
do Antigo Testamento foi escrita assim como “Filho de Davi", que
em hebraico, a língua falada pelo igualmente descende de Abraão
povo de Israel até o ano 500 a.C. (Mt 1.1; 21.9).

8
Lição 1 - 0 Valor do A ntigo Testamento

III. CLASSIFICAÇÃO mensagem dos profetas. Por outro


lado, as palavras dos profetas nos
1. Classificação literária. Os ajudam a compreender as narrati­
trinta e nove livros do Antigo Tes­ vas dos livros históricos.
tamento estão divididos em três
grupos. Classificam-se em: 2. Ordem Cronológica. Pre­
a] Históricos: Narram o de­ cisamos saber que, exceto o Pen­
senvolvimento histórico de Israel tateuco, os livros do Antigo Tes­
como nação, até cerca de quinhen­ tamento não estão organizados
tos anos antes de Cristo. Os livros em ordem cronológica. Por isso, o
históricos são dezessete, e vão de presente estudo procurará obser­
Gênesis a Ester, destacando-se os var a ordem dos acontecimentos.
cinco primeiros, conhecidos como Por exemplo, exceto jó, o mais an­
Pentateuco (ou "cinco vasos"], de tigo, os demais livros poéticos fo­
autoria de Moisés. ram escritos no período do reino
b] Poéticos: Expressam os unido de Israel.
sentimentos, os pensamentos e as Por sua vez, os proféticos tive­
emoções de vários povos que vive­ ram origem a partir da morte de
ram no tempo da história da nação Salomão e a separação entre Reino
de Israel. Os livros poéticos são cin­ do Norte e Reino do Sul (lR s 1.43].
co, de Jó a Cantares de Salomão. Ageu, Zacarias e Malaquias são do
c] Proféticos: São dezessete período da restauração pós-cativei-
os chamados livros proféticos, de ro e contemporâneos dos escritos
Isaías a Malaquias. Eles narram de Esdras e Neemias. Assim, é muito
como Deus levantava profetas para importante para a nossa compreen­
declararem a Sua Palavra: uma são estudarmos a produção dos
mensagem para sua própria gera­ livros do Antigo Testamento confor­
ção, assim como tratavam sobre me a linha do tempo, enfatizando a
eventos futuros. história do povo de Israel.
É muito importante que sua lei­
tura leve em conta a classificação li­ 3. Exatidão. A descoberta
terária do Antigo Testamento. Isso dos "manuscritos do Mar Morto"
será fundamental para uma corre­ (1 9 4 7 ], em Qumran, contendo có­
ta interpretação. Os livros poéticos, pias antigas do Antigo Testamento
por exemplo, estão cheios de figu­ (escritas cerca de 70 d.C.] mos­
ras de linguagem (SI 7.14; 40.2]. tram que a Palavra foi fielmente
O mesmo pode ocorrer nos profé­ transmitida até nós e merece a
ticos (Ez 37] e nos históricos (Gn nossa confiança, como é o caso das
41.4]. Os detalhes constantes nos profecias de Isaías e dos Salmos
livros históricos são a chave para (SI 119,140]. Em Qumran, vivia a
compreendermos devidamente a seita dos essênios, comunidade

9
Lição 1 - 0 Valor do A ntigo Testamento

zelosa pelas tradições judaicas,


CRONOLOGIA DO ANTIGO
que provavelmente guardou essas
TESTAMENTO
porções das Escrituras.
Na literatura mundial, o lugar Mundo antes do
que ocupa o Antigo Testamento é 4000 -
2400 a.C.
Dilúvio - cerca de
único. Nenhum livro teve tal atra­ 1600 anos
ção em escala mundial, nem foi
2400- Do Dilúvio a Abraão -
transmitido com tão cuidadosa
2000 a.C. cerca de 400 anos
exatidão, nem foi tão extensa men­
te distribuído. 2000- Patriarcas: Abraão,
1800 a.C. Isaque, |acó - 200 anos
( “ 7 7 Israel no Egito -
1800-
APLICAÇAO PESSOAL 1400 a.C. 400 anos
0 Antigo Testamento é a cha­ 1400- Períodos do Juízes -
1100 a.C. 300 anos
ve para compreendermos a nossa
fé. Procure estudá-lo e meditar em Monarquia Israelita
1 0 5 3 -9 3 3
seus preciosos ensinamentos, sem­ a.C.
Reino Unificado -
pre na presença e dependência de 120 anos
Seu Autor, a quem deve buscar co­ 933 - 586 Reino dividido - 300 a
nhecer acima de tudo. Rejeite toda a.C. 350 anos
discussão que não exercite seu 606 - 536
0 Cativeiro - 70 anos
aperfeiçoamento como servo e ami­ a.C.

go de Deus. 5 3 6 -4 3 2 Restauração da nação


a.C. israelita - 100 anos
v _____________________

A
RESPONDA
1) O q u e sig n ifica a in sp ira çã o verb al d a s E scritu ra s?

2) Q ual a im p o rtâ n cia do a c h a d o dos m a n u s c rito s do M a r M o rto para nós?

3 ) Q ue livro b íb lic o co n té m 2 4 5 p a ssa g e n s do A n tig o T estam e nto?

10
Estudada e m ___ /___ /

\
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Gn 1.27
Deus criou um casal
Terça -M t 13.35
Pleno conhecimento da criação
Quarta-SI 51.10
Criação de um puro coração
Quinta - Gn 8.22
Origem das estações
Sexta-Gn 4.26
Deus usará nossos filhos
T exto áureo Sábado - Mt 24.39
"Criou Deus, pois, o hom em à sua Interpretemos os dias
im agem , à im agem de Deus o criou;
hom em e m ulher os criou. " 6 0 1 2 7
LEITURA BÍBLICA
Gênesis 1 .2 6 -2 8
2 6 Também disse Deus: Façamos o
VERDADE PRATICA homem à nossa imagem, conforme
É a criação do hom em nossa semelhança; tenha ele domí­
p or Deus qu e lhe con fere nio sobre os peixes do mar, sobre
dignidade. as aves dos céus, sobre os animais
uV
domésticos, sobre toda a terra e
sobre todos os répteis que raste­
jam pela terra.
27 Criou Deus, pois, o homem à
sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou e lhes dis­
se: Sede fecundos, multiplicai-vos,
enchei a terra e sujeitai-a; dominai
^ 1 >y
sobre os peixes do mar, sobre as
aves dos céus e sobre todo animal
que rasteja pela terra.
"

Hinos da Harpa: 526 - 396 - 535


V_______ __________ J
11
Lição 2 - A Origem da Hum anidade

r ~a IN TRO D U ÇÃ O
A O R IG E M DA
H U M A N ID A D E Nossa lição de hoje é 0 ponto
de partida para a compreensão da
existência do homem sobre a face
INTRODUÇÃO da Terra. Estudaremos a criação
do homem, cujo relato bíblico se
I. NO PRINCÍPIO contrapõe à tese dos evolucionis-
tas. Estudaremos Gênesis, cujo
1. A Criação Gn 1.1,27
termo grego significa origem ou
2. Obra-prima de Deus Gn 1.29-30 começo. E, portanto, o estudo dos
inícios, o que inclui: Criação, Que­
3. O fim pelo começo is46.9,io
da, Dilúvio e Reconstrução da vida
em nosso planeta.
II. A GRANDE TRAGÉDIA

1. A Queda Gn 3.1-6 I. NO P R IN C ÍP IO

2. Descendentes e destruição Gn4.5j 1. A Criação. O relato da criação


3. O Dilúvio Gn 7.13 é um todo bem estruturado. Os pri­
meiros e os últimos versos formam
uma espécie de moldura geral, pois
III. UMA NOVA HISTÓRIA
Deus cria as estruturas e os funda­
1. Aliança com Noé Gn 3.2122 mentos do Universo. Aceitar 0 rela­
to da Criação, conforme registrado
2. Povos antigos Gn 10.1-32
no Gênesis, é questão fundamental
3. Foco nos Semitas Gnll.lO-32 à nossa fé. Uma vez que Jesus fez
referência expressa a esse fato, ne­
gá-lo implica desacreditar 0 próprio
Salvador [Mt 19.4].
A palavra criar aparece três vezes
no primeiro capítulo do livro de Gêne­
sis [1.1,27). Esse vocabulário é usado
para traduzir a palavra hebraica que
significa "fazer algo do nada". 0 fato
de Deus ter feito o mundo do nada
é uma indicação de que Ele é Oni­
potente, tem todo o poder. Quando
compreendemos a ideia ali contida,
damos o primeiro passo importante
para entender nosso relacionamento
com Deus.

12
Liçõü 2 - A Origem da Humanidade
__ _

A Bíblia nos ensina que é somente


pela fé que sabemos ter Deus criado o
mundo [Hb 113). Desse modo, quem Se não conseguirm os
deseja crescer no conhecimento da crer que Deus criou o
salvação, necessariamente, deverá mundo e os homens,
vencer todo questionamento sobre como acreditarem os na
o princípio de todas as coisas. Com realidade do Céu e dos
efeito, "sem fé é impossível agradar a anjos?"
Deus" (Hb 11.6).

2. Obra-prima de Deus. Finda mos dificuldades para entender o


a criação dos céus e da terra, Deus fim dos tempos. O Evangelho está
coroou Sua obra com a formação do revelado em Gênesis e convém
homem. O propósito desse ato em abrirmos o coração para entender
relação ao ser humano seria multipli­ todo o propósito de Deus através
car a espécie, povoar a terra, usufruir da História.
e administrar o que fora criado (Gn "Lembrai-vos das coisas passa­
1.26,28]. A Terra constituía um reino das da antiguidade... desde o prin­
natural perfeito (Gn 1.29-30; 2.8-14]. cípio anuncio o que há de acon­
A região da Mesopotâmia é re­ tecer e desde a antiguidade, as
conhecida na História como o berço coisas que ainda não sucederam;
da civilização. Nessa grande área no que digo: o meu conselho perma­
perímetro do jardim do Éden, temos necerá de pé, farei toda a minha
o chamado "Crescente Fértil", envol­ vontade" (ls 46.9,10].
vendo as bacias dos rios Tigre e Eu-
frates, □ título se deve ao seu bom II. A GRANDE TRA G ÉD IA
solo para a agricultura. Porém, essa
posição de destaque do homem não 1. A Queda. 0 homem não re­
lhe devia retirar a submissão e re­ sistiu à prova imputada por Deus
conhecimento eterno a Deus, o que, (Gn 2.16,17], Tinha livre-arbítrio,
infelizmente, não houve. mas escolheu a desobediência. A
Onde Deus plantou o jardim do Bíblia nos mostra todo o processo
Éden, hoje, é uma área de confli­ da Queda, que envolveu:
tos, como é o caso do Iraque. A de­ a) Isolam ento (Gn 3.1). On-
sobediência só pode trazer prejuí­ des estava Adão? Por que Eva es­
zo aos perfeitos planos do Senhor tava sozinha e exposta?
para o homem. b] Permissividade (Gn 3.2-5).
Uma serpente "possessa" falar,
3. O fim pelo com eço. Sem o como algo normal, denota que
entendimento sobre os tempos houve permissão de quem gover­
dos começos, certamente tere- nava o Éden.

13
Lição 2 -A Origem da Humanidade

c) A tração e cobiça (Gn 3 .6).


Ser atraído a ultrapassar os limi­
tes prescritos por Deus é o rompi­
mento da inocência e o nascimen­ 0 Dilúvio profetiza
to da cobiça. para nós sobre a
Trata-se da mesma genealo­ im inente Volta de
gia do pecado ensinada em Tiago Jesu s"
1.13-15, em comparação com 1
João 2.16. Isto mostra a maneira
errada de satisfazermos três de­ revolta, abandonam suas con­
sejos naturais, absolutamente fora gregações? (Convém ler Hebreus
da vontade de Deus, o que é iden­ 10.25). É importante lembrar que
tificada como: toda a descendência de Caim pere­
a) Desejo de possuir coisas ou ceu no Dilúvio.
concupiscência da carne.
b) D esejo de usujruir ou concu­ 3. O Dilúvio. Muitas gerações
piscência dos olhos. se passaram até que ocorresse o
c) Desejo de o b te r sucesso ou Dilúvio. A descendência de Caim
soberba da vida. era responsável pela violência na
terra (Gn 6.11). Porém, a partir de
2. D escendentes e d estru i­ Enos, da linhagem de Sem, come­
ção. Três filhos de Adão e Eva são çou-se a invocar o nome do Senhor
mencionados na Bíblia: Caim, Abel (Gn 4.26). Mais tarde, surge a figura
e Sete, Os dois primeiros repre­ de Enoque, que seria bisavô de Noé
sentam tipos de homens, no tocan­ (Gn 5.21-29). Segundo Hebreus 11.7,
te aos assuntos sagrados. Embora Noé resgatou a fé original da Criação.
ambos hajam ofertado a Deus, a Ele creu em coisas que ainda não se
oferta de Caim foi rejeitada (Gn viam. E foi salvo da destruição com
4.5). As razões dessa rejeição, pos­ toda a sua família (Gn 7.13).
sivelmente, têm a ver com a neces­ Jesus contextualizou a situação
sidade de sangue para purificação da sociedade antediluviana, adver­
[Hb 9.22). Tendo desagradado ao tindo-nos de que, assim como foi
Senhor, Caim não demonstrou a r­ nos dias de Noé, será no dia da Sua
rependimento, mas revolta. Não Volta (Mt 24.37-39). Será um tempo
ligou para a admoestação divina aparentemente "normal", todavia, de
(Gn 4.5,7). Ele saiu da presença de elevado descuido de muitos (v. 39).
Deus e tentou viver de forma "in­
dependente" (Gn 4.16). III.U M A NOVA H ISTÓ R IA
Não seria esse um tipo dos
crentes que, achando-se indepen­ 1. Aliança com Noé. A salva­
dentes e também confessando ção do grande Dilúvio foi celebra­

14
Lição 2 A Origem da Humanidade
-

da com um sacrifício (Gn 8.20). A ocuparam a área ao norte do golfo


figura bíblica do altar ressurge. Pérsico (Gn 10.21-31).
Agradando-se do gesto de Noé, o
Senhor celebra uma aliança com 3. Foco nos Semitas. A partir
este, ao qual revela Suas inten­ deste ponto, o Espírito Santo es­
ções para o futuro da humanida­ treita nosso foco de atenção em
de (Gn 8. 21,22). direção aos semitas (Gn 11.10-
É importante ressaltar que to­ 32). Há uma árvore genealógica
dos os crentes em Jesus ainda estão com dez gerações, da família de
inseridos nessa aliança que o Se­ Sem, terminando na família de
nhor fez com Noé. Faz-se igualmen­ Terá, que migrou da cidade de Ur
te importante referirmo-nos à nos­ para Harã. Abrão, cujo nome foi
sa atual necessidade de uma maior mais tarde mudado para Abraão,
aproximação do altar de Deus. pertencia a essa família. Abraão é
Altar fala de oração, adoração, en­ o exemplo de um homem que vi­
trega. Assim corno Noé, precisamos via conforme a revelação divina
viver sempre a Nova Aliança, que da criação, segundo nos é revelado
Jesus celebrou conosco através do em Salmos 19. Deus cumpriu Sua
Seu sangue (Lc 22.20). promessa feita a Abraão, e o guiou
"de fé em fé" (Rm 1.17).
2. Povos antigos. O trecho de Os descendentes de Abraão
Gênesis 10.1-32 descreve os luga­ - tanto os naturais quanto os es­
res onde se estabeleceram os des­ pirituais - ocupam o centro do in­
cendentes de Noé. Essa é a única teresse divino por todo o restante
explicação adequada que temos de da Bíblia. Esses são chamados de
como os povos vieram a viver nos povo de Deus.
lugares que ocuparam no mundo.
A própria ciência assim reconhece. í I a
Os filhos de Jafé estabelece­ APLICAÇÃO PESSOAL
ram-se na área dos mares Negro
e Cáspio, e daí para o Oeste até À luz da história bíblica, bus­
a Espanha (Gn 10.2-5). Três dos que viver um padrão de vida cristã
filhos de Cão foram para a Áfri­ que valorize o sacrifício do Filho
ca (Gn 10.6-14). Posteriormente, de Deus. Como seria o mundo sem
espalharam-se para o Norte, para o pecado? É nesse mundo porvir
a terra de Sinear e para a Assíria. que viveremos a plenitude da vida
Construíram cidades como Nínive, em Cristo, com Cristo e para Cris­
Babel e Acade. Canaa, o quarto filho to. O mesmo Deus que age através
de Cão, estabeleceu-se às margens da História nos incluiu nessa ben­
do Mediterrâneo (Gn 10.15-20). dita esperança (Tt 2.13).
Os descendentes de Sem (semitas) v__________ _____________J
15
Lição 2 ■A Origem da Humanidade

RESPONDA
1) O que você e n te n d e p o r C ria cio n ista s?

2) Q u e re g iã o é co n s id e ra d a o berço da h u m a n id a d e ?

3) Q ual o grau de p a re n te sco de N oé em re la çã o a E n o q u e ?

V O C A B U LÁ R IO :
• Concupiscência: desejo carnal.
• Barganha: troca de favores.

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16
Estudada e m ___ /___ /

N
' LIÇÃO 3 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda -T g 4.7
Sujeitar-se a Deus
DOS PATRIARCAS Terça - Hb 11.8
Fé e obediência
AO ÊXODO Quarta - Gn 2.7
Promessa de Deus
Quinta - Gn 32.28
Bênção transformadora
Sexta - Êx 3.6
Fé viva
T exto Aureo Sábado - Êx 12.36
' Ora, disse o S en h or a A b rã o : Sai Bênção sobre os filhos
d a tua terra (...) e vai p a r a a terra
qu e te m o s t r a r e iG n 12.1
LEITURA BÍBLICA
Génesis 12.1-4
1 Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai
da tua terra, da tua parentela e da
casa de teu pai e vai para a terra
que te mostrarei;
2 de ti farei uma grande nação, e
te abençoarei, e te engrandecerei o
nome. Sê tu uma bênção!
3 Abençoarei os que te abençoarem
e amaldiçoarei os que amaldiçoa­
rem; em ti serão benditas todas as
famílias da terra.
4 Partiu, pois, Abrão, como lho or­
denara o SENHOR, e L6 foi com eie.
Tinha Abrão setenta e cinco anos
quando saiu de Harâ.

Hinos da Harpa: 126 - 186 - 380

17
Lição 3 Dos Patriarcas ao Exodo
-

IN TRODUÇÃO
í ^
D O S P A T R IA R C A S
AO Ê X O D O Hoje, começamos a estudar o
plano divino de restauraçãoX da es-
pécie humana, caída no Eden. A
INTRODUÇÃO partir do capítulo 12 de Gênesis, a
história da humanidade ganha novo
I. A TERRA PROMETIDA rumo. Surge a figura emblemática
de Abraão e, com ele, Israel, o povo
1. Era pós-diluviana GnllA do Messias. Isto nos diz respeito. Es­
2. Era dos patriarcas Gnl2a50 tudaremos Gênesis e Êxodo.

3. Exemplo de fé Hhii.8 1. A T E R R A P R O M E T ID A

II. A CHAMADA DE ABRAÃO 1. Era pós-diluviana. O julga­


mento do Dilúvio não fez cessar a
1. A saída de Ur Gn 12 .1-3
rebeldia do homem contra Deus.
2. As provações Gn22.12 Os descendentes de Noé, que en­
tão falavam um único idioma e co­
3. Os descendentes Gn 25, 36,49
nheciam a Deus, edificaram uma
cidade e uma torre com o objetivo
III. O POVO ESCOLHIDO de serem exaltados acima de qual­
1. Escravidão Êxl.8 quer poder (Gn 11.4). Essa cidade
(Babel) é identificada na história
2. Um libertador Êx3.u como a futura Babilônia, símbolo
de todo o paganismo.
3. Libertação Êxi233
A leitura de Gênesis 11.1-6 fala
de arrogância, vaidade e autola-
APLICAÇÃO PESSOAL
tria. O que houve ali na terra de
Sinear confirma o que a Palavra
afirma sobre o caráter de Lúci-
fer, cujo padrão de autoexaltação
é similar (Is 14.12-14; Lc 10.18).
Como resultado do juízo divino
sobre Babel, foi confundida a lín­
gua comum que eles tinham e for­
maram-se novos grupos de povos,
cada um com sua própria língua.
Desse modo, foi frustrada a capa­
cidade deles de se rebelarem em
massa (Gn 11.6-7).

18
Lição 3 Dos PaM arcas ao Êxodo
-

2. Era dos p a tria rc a s . 0 pe­


ríodo de Gênesis 12 a 50 é co­
nhecido como a Era dos Patriar­
cas. Isso porque trata da vida dos Em Jesus, todos fomos
homens que foram os progenito­ chamados. Mas é pela
res físicos e espirituais do povo obediência que seremos
de Deus. Os patriarcas foram escolhidos por Ele."
Abraão e seus descendentes: Isa-
que, Jacó e José.
Tudo começou com Abraão. II. A CHAMADA DE ABRAÃO
Ele morava em Ur, uma cidade cuja
idolatria girava em torno de uma 1. A saída de Ur. Obedecendo
imensa torre, com 21 metros de a uma revelação divina, Abraão
altura, o que afetava a família de saiu de Ur e, inicialmente, fixou re­
seu próprio pai, Tera (Js 24.2). Era sidência em Harã com a família de
uma cidade importante, com palá­ seu pai (Gn 12.1-3; At 7.2). Ele via­
cios, comércio, fábricas e ativida­ jou cerca de 9 7 0 quilômetros para
des religiosas. Sua população era o Norte, ao longo do rio Eufrates.
estimada em 24 mil habitantes. Depois da morte de Tera, Abraão
partiu de Harã e viajou cerca de
3. Exem plo de fé. Há muitas 650 quilômetros para o Oeste e
admiráveis verdades que pode­ para o Sul, entrando na terra de
mos aprender através da vida Canaã (Gn 12.6).
dos patriarcas! Eles lutaram na O patriarca deixou todo o
vida contra circunstâncias ad­ conforto e a segurança que uma
versas, tal e qual nós fazemos. cidade lhe garantia naqueles
Não obstante, corresponderam tempos hostis, sem saber para
à revelação que tiveram de Deus onde ia (Hb 11.8). Buscou a obe­
e às Suas explícitas orientações diência e a adoração a Deus (Gn
(Hb 11.8). 12.7-8). Deixou os palácios de
Somos encorajados quando es­ Ur por uma esperança esp iri­
tudamos sobre a vida deles! Em­ tual, para viver como peregri­
bora portadores de fraquezas hu­ no em terra estranha, "porque
manas e tivessem suas falhas, eles aguardava a cidade" de Deus (Hb
eram sensíveis ao amor de Deus. 1 1 .9,10). Pela fé, deixou para trás
Davam crédito às promessas de sua "zona de conforto", para de­
Deus. Obedeciam a Deus e experi­ pender apenas de Deus, tal como
mentavam a Sua presença de ma­ cada crente, uma vez chamado a
neira pessoal, recebendo grande obedecer, deve igualmente pro­
esperança relativa ao futuro. ceder (Hb 13.7).

19
Lição 3 - Dos P atiiarcas ao Exodo

2. A s provações. Abraão foi


provado até a exaustão. Para tor­
nar-se o pai de muitas nações e
nosso ancestral na fé, viveu situa­ A eleição da Igreja está
ções extremas. Entre os capítulos muito acima da nossa
12 a 16 de Gênesis, podemos ano­ individualidade na fé."
tar as seguintes circunstâncias:
a) Disposição para romper la­
ços familiares. Apesar de uma vida em parte
b) Disposição para suportar atribulada, Jacó tornou-se o her­
privações e fome. deiro que confirmou a promessa
c) Enfrentamento e mediação a Abraão. Literalmente, deu nome
de conflitos. a Israel (Gn 32.28). Com José, a
d) Esterilidade e velhice. família de Jacó estabeleceu-se na
Abraão já estava há vinte e qua­ terra de Gósen, ao norte do Egi­
tro anos em Canaã, mas não tinha to, onde se multiplicou enquanto
descendentes. Porém, o pedido de povo e prosperou (Gn 47.5-12).
Isaque em holocausto foi o auge
de toda a sua provação. Abraão III. O POVO ESCOLHIDO
prevaleceu (Gn 22.12). Deus só
entregará Seus tesouros a quem 1. Escravidão. O grupo de se­
primeiro for provado e aprovado tenta pessoas que se estabeleceu
(Tg 1.12). Quanto maior o peso da no Egito multiplicou-se grande­
revelação, maior há de ser sobre o mente (Gn 46.27; 47.27). Mais tar­
crente a prova por amor a Cristo de, ascendeu ao poder no Egito um
(2Co 12.1-9). rei “que não conhecera José” (Êx
1.8). Começava a fase de persegui­
3. Os descendentes. Abraão ção e escravidão. Essa mudança de
deixou descendentes com três conduta política do governo local
mulheres. Eles geraram povos dis­ explica-se, provavelmente, pela
tintos. Com Agar, gerou os árabes, tomada de poder por um gover­
através de Ismael (Gn 25.12-18); nante de outra etnia.
com Quetura, os midianitas, através Durante o tempo em que José
de Midiã (Gn 25.1-4); com Sara, os viveu pacificamente no Egito, esta
edomitas através de Esaú (Gn 36) nação estava sob o domínio dos
e a nação de Israel através de Jacó hicsos, também chamados de reis
(Gn 49). Isaque foi um elo impor­ pastores. Daí a boa receptividade
tante para confirmar a chamada de com o escravo forasteiro. Sem lu­
Abraão. Este foi zeloso, mandando tas, talvez os israelitas nem qui­
buscar esposa para seu filho entre sessem sair do Egito. Assim, ocor­
sua própria parentela (Gn 24). re conosco. A vida requer certa

20
Lição 3 Dos Patriarcas ao Exodo
-

medida de pressão. Como estamos por um período de adoração no


sendo preparados para um grande deserto de Midiã (Êx 5.1,3). A res­
propósito divino, convém supor­ posta depreciativa do soberano
tar as provações e perseverar até desencadeou o juízo divino. A ex­
ao fim (2Tm 4.7; Lc 21.19). pressão "executarei juízo sobre to­
dos os deuses do Egito" explica-se
2. Um libertad or. Nos últimos pelo fato de a maioria das pragas
e cansativos anos de servidão no atingirem animais considerados
Egito, Deus envia um libertador. sagrados naquela terra (rãs, pio­
De um casal da tribo de Levi, nas­ lhos, moscas), símbolos dos deu­
ce Moisés (Êx 2.1,2). Sua vida é ses que os egípcios então adora­
um milagre: salvo da mortandade vam (Êx 12.12).
que atingiu aos meninos israelitas, A décima praga consistiu na
salvo das águas do Nilo (Ex 2.3-9). morte de todos os primogênitos
Durante quarenta anos esteve no na terra do Egito, inclusive o de
palácio de Faraó. Depois, igual Faraó (também considerado um
tempo, no deserto de Mídia. Aqui deus, posto que seu descendente
foi o seu laboratório de fé (Êx 3). e herdeiro), exceto os da casa de
Deus repete-lhe a mesma apre­ Israel, onde havia o sinal do san­
sentação patriarcal (Êx 3.6). Nos gue. 0 anjo da morte iria "passar
próximos quarenta anos, Moisés adiante sem fazer mal" (do he­
guiará Israel à Terra Prometida. braico P esach), isto é, Páscoa. Te­
A vida de Moisés é um exemplo mendo um juízo ainda maior, os
para todos nós, sejamos obreiros egípcios apressaram a saída dos
ou não. Nos primeiros quarenta israelitas (Êx 12.33).
anos, Moisés aprende a ser alguém
(At 7.22). Até aos oitenta anos, limi­ r : \
tado à vida dura do deserto, apren­ APLICAÇAO PESSOAL
de que não era ninguém. Após o
encontro com Deus, aprende que Quão trabalhoso tem sido o
Deus é tudo (Êx 3.14). 0 plano de plano de Deus para a nossa salva­
Deus implica aprendizagem e cres­ ção! Desde a chamada dc Abraão,
cimento pessoal. É necessário que séculos e séculos de lutas e dores
passemos pelos nossos próprios para que o Messias trouxesse ao
"desertos" e conheçamos o Deus mundo a mensagem redentora,
que nos conhece. que finalmente alcançou a sua
vida. Como você tem vivido o
3. Libertação. Israel saiu do Evangelho? Você tem feito valer a
Egito debaixo de manifestação pena em sua vida todo o esforço
majestosa do poder de Deus. Ini­ de Deus em seu benefício?
cialmente, o pedido a Faraó era ______________ j

21
Lição 3 - Dos Patriarcas ao Êxodo

RESPONDA
1 ) Q ue seção de Gênesis é conhecida como a Era dos Patriarcas?

0 h m jjj)3 C iV it c A f i J j j u i ÍP- A so

2) Em qual referência bíblica está provado que a família de Abraão era idólatra?

O j í 2N : l

3) Inicialmente, para que lugar M oisés e Arão planejavam levar os israelitas?

n í ín 1 1 ..M^ ifí/L/o
.4
-

V O C A B U L Á R IO
■ Em blem ático: algo ou alguém com valor simbólico de muita importância.
• Triunfalism o: doutrina que prega o triunfo sobre todas as coisas.

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22
Estudada em / /

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - ICo 3.16
Santuário de Deus
Terça - Êx 20.7
Temor ao Senhor
Quarta - SI 134.2
Bendizer ao Senhor
Quinta-Êx 20.3
Deus é insubstituível
Sexta - Êx 20.4
Um mandamento
Sábado - IPe 2.9
T exto Áureo Ministremos ao Senhor
N ão terá s o u tros d eu ses d ian te
d e mim." Êx 20.3

LEITURA BÍBLICA
Êxodo 2 0 .1 -4
1 Então, falou Deus todas estas pa­
lavras:
2 Eu sou o Senhor, teu Deus, que te
tirei da terra do Egito, da casa da
servidão.
3 Não terás outros deuses diante
de mim.
4 Não farás para ti imagem de es­
cultura, nem semelhança alguma
do que há em cima nos céus, nem
embaixo na terra, nem nas águas
debaixo da terra.

Hinos da Harpa: 515 - 511 - 84

23
Lição 4 Peregrinação no Deserto
-

í I > INTRODUÇÃO
PE R E G R IN A Ç Ã O
NO D E S E R T O Esta aula trata de instruções
para a vida em sociedade e culto a
Deus. Depois de permanecer cerca
INTRODUÇÃO de quatro séculos no Egito, Israel
precisava de disciplina quanto a
I. A LEI E SEUS PROPÓSITOS esses aspectos. A Terra Prome­
tida era também um lugar hostil
1. Lei Moral Èx203-17 espiritual e socialmente. Reconhe­
cemos o caráter elevado desses
2. Lei Civil Êx 21.1-23.9
ensinamentos, sabedores que o
J3. Lei Cerimonial Lv2l Decálogo influenciou diretamente
o ordenamento jurídico vigente.
II. A PRESENÇA DO SENHOR Estudemos Êxodo, Levítico, Nú­
m eros e Deuteronôm io.
1. Tabernáculo Êx25.8
L A LEI E SEUS PROPÓSITOS
2. Sacerdócio Êx28.l-43

3. Festas e Ofertas Êx 23.14-17 Quais as diferenças e como


identificar as leis moral, civil e ce­
III. A INCREDULIDADE DO POVO rimonial no Antigo Testamento?
É importante observar o contexto
1. Israel vagueia pelo deserto Dt2.i4 em que cada lei é dada, a quem é
dirigida e qual o seu objetivo ma­
2. Lições na jornada Nm 9.1523
nifesto. Só assim poderemos saber
3. Lições atuais Cl2.17 a que estamos nos referindo quan­
do falamos de Lei.
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Lei Moral. São as regras
de certo e errado. Os Dez Manda­
mentos constituem as leis morais
(Êx 20.3-17], Seus dois primeiros
artigos tratam de sua natureza es­
pecial. Eles apregoam o culto ao
único e verdadeiro Deus, cujo mo­
noteísmo constituía um conheci­
mento novo àquele povo, egresso
de um Egito idólatra e a caminho
de uma terra igual mente pagã. Os
hebreus estavam dominados pela

24
Lição 4 - Peregrinação no Deserto

falsa religião (Êx 32.1-10]. Além 3. Lei Cerimonial. São as re­


do culto unicamente a Deus, o gras de adoração. A lei cerimonial
Decálogo apresentava instruções incluía preceitos relativos ao ta­
quanto à família e ao próximo. bernáculo, ao sacerdócio, às fes­
A lei moral compreendia regu­ tas, às ofertas e à organização do
lamentos estabelecidos para um acampamento (Lv 21). Este foi o
santo viver, refletindo a natureza método de Deus ensinar Seu povo
Santa de Deus. Essa lei nunca foi a “andar" segundo Seus ensina­
abolida, nem podia ser. A lei é san­ mentos. Portanto, a lei cerimonial
ta e eterna, plenamente cumprida tinha uma função pedagógica e
apenas na vida de Cristo, assim tratava da organização dos itens
como naquele em quem o Espíri­ supracitados.
to de Cristo habita (Rm 7.12-14; É um tratado das ordens divi­
10.4; G1 5.16). nas para o culto divino até a vinda
A lei moral fala de assuntos ab­ do Messias. Eram para Ele que os
solutos e acaba expondo o homem ritos apontavam; e foi Nele que
à sua condição parcial de observá- tudo se cumpriu. Abrangem cinco
-la. Através dela, ficam evidentes áreas fundamentais da vida es­
três pontos: piritual de Israel. Têm profundo
a) A santidade absoluta de Deus. significado para o crente e seu an­
b) A total pecaminosidade (ou dar. Teologicamente, essas áreas
depravação) do homem. são “tipos" de Cristo e Sua perfeita
c) Nossa dependência da justiça obra de expiação pela humanida­
de Cristo para efeitos da salvação de. As cinco formas serão estuda­
(Rm 3.19-31). das a seguir.

2. Lei Civil. São as regras para II. A PRESENÇA DO SENHOR


o povo. Este grupo de leis procu­
rou desvincular os hebreus de cos­ 1. Tabernáculo. O taberná­
tumes ''naturais" praticados por culo ou “local de moradia" onde
egípcios e cananeus. O Egito, por Yahweh torna conhecida Sua pre­
exemplo, permitia o casamento sença, onde Ele trata com Seu
entre irmãos. Em Canaã, reinavam povo e faz conhecida Sua vontade
as perversões sexuais, a prostitui­ (Êx 25.8). Em suma, o Tabernácu­
ção e até sacrifícios de crianças. lo foi a forma de Deus “viver" no
Portanto, havia a necessidade de, meio do Seu povo em uma habi­
além de declarar ilícitas as referi­ tação transitória (Êx 25.8). A ten­
das condutas pagãs, elevar o pa­ da foi erguida por necessidade
drão de conduta do povo de Deus espiritual do povo, que ainda não
(Êx 21.1-23.9; Lv 18). compreendia bem a onipresença
divina. Era de construção artísti­

25
Lição 4 Peregrinação no Deserto
-

ca e riquíssima, com ouro, prata ofereciam sacrifícios e lideravam


e madeiras nobres (Êx 12.35-36). o povo na expiação pelo pecado
O Tabernáculo era um retângulo (Êx 28.1-43; Lv 16.1-34). Eles aju­
cercado por 137 metros de corti­ davam o povo a discernir a vonta­
nas de linho. Estava dividido em de de Deus (Nm 27.21; Dt 33.8).
três compartimentos: Eram os encarregados do Taber­
a) O Átrio: era o pátio diante do náculo e da supervisão do mesmo,
Tabernáculo. Nele ficavam o Altar com a ajuda dos levitas.
do Holocausto (onde eram feitos Na qualidade de guardiões da
os sacrifícios - Êx 27.1-8], e a Pia lei, os sacerdotes também eram os
com água para lavagem (onde os mestres da nação. Pastores e de­
sacerdotes se purificavam para mi­ mais líderes espirituais da Igreja
nistrarem - Êx 30.17-21). equivalem hoje à figura antiga do
b) O Lugar Santo: era o primei­ sacerdote, os quais prefiguravam
ro compartimento do Tabernáculo, aqueles como sombra ou figura dos
restrito apenas aos sacerdotes (Êx mesmos (Ef 4.11; Hb 8.5; Cl 2.17).
26.33). Nele ficavam a Mesa (com Os sacerdotes deviam ser o exem­
os pães da proposição), o Candela­ plo do povo (Lv 21.1-22). Os cren­
bro e o Altar de incenso. tes, por sua vez, também são cha­
c) O Santo dos Santos: ou San­ mados a viver um "sacerdócio" de
tíssimo Lugar, no qual apenas o separação do mundo (IP e 2.5-9).
Sumo Sacerdote podia entrar uma
vez por ano, no Dia da Expiação (Lv 3. Festas e Ofertas. Sete fes­
16.34; Hb 9.7). Nele ficava a Arca tas eram observadas durante três
da Aliança 'Totalmente coberta de épocas do ano. Essas festas eram
ouro, na qual estava uma urna de tão importantes que todos os ho­
ouro contendo o maná, o bordão mens de Israel tinham de se fazer
de Arão, que floresceu, e as tábuas presentes nelas (Êx 23.14-17). A
da aliança" (Hb 9.4). Acima desta, observância fiel dessas festas fazia
como uma espécie de tampa, esta­ parte da consagração do povo de
va o Propiciatório, onde se asper­ Deus (Êxodo 20 a 24). Há profun­
gia o sangue para Expiação dos pe­ do significado espiritual nessas
cados. O Propiciatório fala de nossa festas. Vejamos:
necessidade de santificação e per­ a) Páscoa. Fala do poder do
manente comunhão com Deus. sangue de Jesus.
b) Pães asmos. Purificados do
2. Sacerdócio. Com um siste­ pecado.
ma de culto organizado, era ne­ c) Primícias. Separados para
cessária a figura do sacerdote. O Deus.
primeiro Sumo Sacerdote foi Arão, d) Pentecostes. Cheios do Es­
irmão de Moisés. Os sacerdotes pírito Santo.

26
i u>-1 I ’crcíjnnação no Deserto

e) Trombetas. Feitos testemu­ todas as ofertas é a nossa vida, que


nhas do Evangelho. o Senhor também se agrada quan­
f) Expiação. Esperança na ado­ do a oferecemos inteiramente a Ele
ção final. (Rm 12.1).
g) Tabernáculos. Andando na
presença de Deus. III. A IN CREDULIDADE DO
A prática de ofertar a Deus, por POVO
sua vez, remonta ao Éden. Porém,
é com o êxodo que será incluída no 1. Israel vagueia pelo d eser­
sistema de culto dos judeus. Exis­ to. Terminado o ano de preparação
tiam cinco tipos de ofertas: no monte Sinai, os israelitas chega­
a) Ofertas pelo pecado. Tratar ram a Cades-Barneia, no deserto
com os pecados por ignorância (Lv de Parã. Eles tinham marchado em
4.1- 35; 6,24-30]. ordem, como uma unidade bem or­
b) Ofertas pela culpa. Tratar ganizada, mas o povo mantinha-se
com a negligência aos direitos do em atitude rebelde, queixosa (Nm
próximo ou de Deus (Lv 5.14 -6.18; 11.1-35). Havia ciúmes entre os
7.1- 7). líderes, até mesmo na família de
c) Holocaustos. Expressar con­ Moisés (Nm 12.1-16).
sagração (Lv 1.3-17; 6.8-13). A incredulidade dos israelitas
d) Ofertas pacíficas. Expressar produziu sérias consequências.
gratidão, voto ou sacrifício voluntá­ Eles ficaram vagando pelo deserto
rio; simbolizava a comunhão entre por trinta e oito anos, até morrer
Deus e o homem (Lv 3.1-17; 7.11- uma geração inteira (Dt 2.14). De
34; 19.5-8; 22,21-25). certa forma, foi uma perda que
e) Oferta de m anjares. Simbo­ poderia ter sido evitada, se tão
lizava o fruto do labor humano, re­ somente o povo tivesse dado ouvi­
presentando o serviço oferecido a dos às instruções e mandamentos
Deus (Lv 2.1-16; 6.14-23). Esta era do Senhor Deus.
a única que não exigia o derrama­
mento de sangue. 2. Lições na jornada. O de­
No caso das primeiras quatro serto foi uma "escola" para todo
ofertas eram aceitáveis animais o povo de Israel, incluindo seus
limpos e mansos, como o carneiro, líderes. Murmuração, enfermida­
o bode e o boi. Aos israelitas po­ des e rebelião foram alguns dos
bres permitia-se substituí-los por testes, nos quais muitos foram
pombos. Cada uma dessas ofertas reprovados. Coré, Data e Abirão
retrata algo sobre o nosso Reden­ encabeçaram um grande levante
tor. Cada uma dessas ofertas tam­ contra Moisés (Nm 16.1-50). A fé
bém descreve algum aspecto de era item de sobrevivência nesse
nossa adoração a Deus. A maior de meio (Nm 21.6-9). Apesar de toda

27
Lição 4 Peivcjrinação no Deserto
-

a oposição, Deus continuou guian­ graça sobre graça para andarmos


do Seu povo dia e noite, por amor de fé em fé, a fim de sermos apro­
do Seu santo nome (Nm 9.15-23). vados por Deus e obtermos vitória
Poderia tê-lo destruído e come­ plena (Jo 1.16; Rm 1.17; ljo 5,4).
çado tudo de novo, mas conteve a
Sua ira e favoreceu a Israel.

3. Lições atuais. Para a Igreja, APLICAÇÃO PESSOAL "


essas coisas funcionam como som­
bras ou figuras do que havia de vir, Há três tipos de crentes: os que
como balizamento a que se man­ se mantêm apenas no Atrio, sim­
tenha fiel e obediente ao Senhor bolizando os que se contentam
em tudo (Cl 2.17; Hb 10.1). Cada apenas com os benefícios imedia­
crente, indistintamente, como pe­ tos do sacrifício de Cristo. Os que
regrino em terra estranha, precisa se mantêm no Lugar Santo, simbo­
se esforçar para entrar na Canaã lizando aqueles que avançam na fé
celestial, priorizando e vivendo os e labutam no serviço e ministra-
valores do reino de Deus e Sua jus­ ção a outros. E aqueles que, além
tiça (Mt 11.12; 6.33). disso tudo, adentram com intre­
De igual modo, esse mundo que pidez no Santo dos Santos, "pelo
"jaz no maligno'' é o próprio "de­ sangue de Jesus, pelo novo e vivo
serto" ou "escola" onde somos pre­ caminho", os quais se aproximam
parados para galgar o Céu. Se nos de Deus "com sincero coração, em
submetermos ao Espírito, seremos plena certeza de fé" (Hb 10.19-
lapidados por Deus em toda a nos­ 22). Qual é a sua posição?
sa peregrinação, recebendo Dele v_________ _ _ _________ J

RESPONDA
1) Como se classificam os Dez Mandamentos?

£ & [y t i if / jV fi Ai £ .

2) Que utensílio do Tabernáculo era considerado o lugar da presença de Deus?

■ §a ______________________________ ___

3) Quanto tempo durou o treinamento de Israel a caminho de Canaã?

U _______________________________________
V____________________________________________ J
28
Estudada e m ___ /___ /_____

( A
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Gn 12.2
Promessa Fiel
Terça - Gn 17.7
Fé com raízes
Quarta - At 2.39
Promessa renovada
Quinta - Gn 17.9
Cuidar das novas gerações
Sexta-Rm 4.11
Promessa pela fé
TEXTO ÁUREO Sábado - 2Co 1.20
"N enhum a p ro m essu fa lh o u d e Promessas de Deus
to d a s a s b o a s p a la v r a s q u e o
S en h o r f a i a r a à c a s a d e Israel;
tu do s e cu m priu/' J s 2 1 .4 5
LEITURA BÍBLICA
Josué 2 1 .4 3 -4 5
43 Desta maneira, deu o Senhor a
Israel toda a terra que jurara dar
a seus pais; e a possuíram e habi­
taram nela.
4 4 0 Senhor lhes deu repouso em
redor, segundo tudo quanto jura­
ra a seus pais; nenhum de todos
os seus inimigos resistiu diante
deles; a todos eles o Senhor lhes
entregou nas mãos.
4 5 Nenhuma promessa falhou de
todas as boas palavras que o Se­
nhor falara à casa de Israel; tudo
se cumpriu.

Hinos da Harpa: 298 - 509 - 213


V _________ )
29
Liçõo 5 -A Conquista de Ccmaâ

INTRODUÇÃO
A CO N Q U ISTA D E CANAÃ
Vamos estudar hoje sobre a con­
quista de Canaã, a Terra Prometida.
INTRODUÇÃO Embora historicamente muito longe
de nossa realidade, a nação de Israel
L A TERRA PROMETIDA merece sempre detido exame espi­
ritual. Vejamos a materialização da
1. Características Nm 13.26,27 palavra profética dirigida a Abraão.
2. Povos locais Êx34.11 Estudemos ainda o Pentateuco, Jo­
sué, Juízes, 1 Samuel e Rute.
3. Conquista e divisão da terra ) s ii2 3
I. A T E R R A PR O M ETID A
II. PERÍODO CRÍTICO
1. C aracterísticas. A terra de
1. Quem eram os juízes Jz2.í6 Canaã deriva seu nome do quar­
2. Ciclos espirituais em Juízes Jz 2.11-19 to filho de Cão, ancestral de seus
primeiros habitantes (Gn 9.18).
3. Salvação de Deus Rt 4.1-22 Posteriormente, passou a ser cha­
mada Palestina, derivado do grego
III. LUZ SOBRE O FUTURO Philistia, nome dado pelos gregos
antigos devido ao fato de os Filis­
1. Sacerdote julgado por Deus iSm 4.1-22 teus, no Século XII a.C., terem se
2. Deus ergue Samuel 1 Sm 3.19-21 fixado nessa região.
Geograficamente, é uma terra
3. 0 povo volta-se para Deus ISm 71-14 interessante. Nos dias do Antigo
Testamento, media 2 90 km de
comprimento por 105 km de lar­
gura, em média. Portanto, pouco
maior que o estado brasileiro de
Sergipe. Ficava encravada entre
desertos, mares e montanhas.
Apesar disso, era uma terra fértil
e funcionava como um importan­
te entreposto na Antiguidade (Nm
13.26,27).
Egito, Babilônia, Assíria, Gré­
cia e Roma desenvolveram-se em
torno dessa terra. Porém, suas di­
mensões limitadas fugiam da ideia
de império. Abraão certamente

30
Lição 5 - A Conquista de Canaã

não tinha essa visão de grande­


za terrena. Canaã era-lhe, essen-
cialmente, o lugar onde o Senhor
cumpriria Sua palavra de aben­ A nossa pátria é
çoar toda a terra com o seu des­ nos céus, de onde
cendente, o que se cumpriu com o aguardamos o
advento do Messias, Jesus o Cristo Salvador"
(G1 3.16). Moisés apenas viu a ter­
ra onde "mana leite e mel", não lhe
sendo permitido entrar nela (Dt lembrar que "o salário do pecado
34.1-3; Lv 20.24). é a morte" (Rm 6.23).

2. Povos locais. Ao tempo da 3. Conquista e divisão da


conquista, Canaã era habitada por terra. A guerra de conquista da
sete tribos ou povos: heteus, cana- Palestina prolongou-se cerca de
neus, heveus, fereseus, girgaseus, sete anos. Houve muitas dificul­
amorreus e jebuseus (Ex 34.11). dades. As cidades eram grandes
Cada um ocupava certa região e ti­ e cercadas de muralhas. Havia li­
nha suas próprias características. gas de reis e exércitos dotados de
Vez ou outra, emprega-se o termo carros de ferro. Contudo, a deca­
"cananeus" para o conjunto des­ dência moral das tribos cananeias
ses povos. A ordem, em Deutero- concorria contra elas. A campanha
nômio 20.16-18, era de completo militar de Josué foi bem planejada.
aniquilamento. Israel conquistou o centro da terra
Teologicamente, isto se explica, e, a partir daí, espalhou-se em mo­
principalmente, pela depravação vimento centrípeto.
moral e espiritual daquelas tribos, Pela ordem, foram conquistadas
o que incluía até mesmo sacrifício as cidades de: Jerico, Betei, Siló, Si-
de crianças (Lv 18.21-23). Expli­ quóm, Gibeom, Jerusalém, Hebrom,
ca-se, também, pela resistência ao Berseba e Dã (fs 1-11), Interessante
temor de Deus, quando despreza­ refletirmos sobre o pecado isola­
ram o testemunho de Melquisede- do de Acã e sua consequência para
que (Gn 14) e o juízo vindo sobre todo o povo (Js 7). Isso serve de
Sodoma e Gomorra (Gn 19.23-25). alerta para a Igreja, sabendo que
Em suma, aqueles povos ha­ um pouco de fermento leveda toda
viam enchido a medida da iniqui­ a massa (2Co 11.2; G1 5.9).
dade, e sua extinção funcionaria Terminada a conquista de Canaã,
como profilaxia ou medida pre­ a cada tribo foi dada uma porção de
ventiva para preservar outros terra. Isso simboliza tanto uma he­
povos de sua danosa influência rança física quanto espiritual. Aos
pecaminosa (Gn 15.16). Convém levitas não foram doadas terras, mas

31
Lição 5 A Conquista de Canaã
-

eles receberam quarenta e oito cida­ retratando um tempo de grandes


des, com seus subúrbios, dispersos trevas espirituais, com nove esta­
por todo o Israel. Apesar da supres­ dos de apostasia e cinco guerras ci­
são da tribo de Levi na contagem de vis. Em geral, Israel viveu um ciclo
Israel, foi conservado o total de doze espiritual, indo da dependência de
tribos, pois a tribo de José foi dividida Deus às profundezas do pecado
em porções de Efraim e Manassés. Foi (Jz 1.1-2.5; Jz 18-21). O trecho de
muito apropriado o desafio lançado Juízes 2.11-19 fornece um resumo
por Deus a Josué: “Ainda muitíssima desse padrão. Cada vez, havia qua­
terra ficou para possuir“ (Js 13.1). tro estágios principais:
Somente quinhentos anos mais a) Pecado. Israel caía em peca­
tarde, Israel ocupou todas as frontei­ do e idolatria. Cercada por podero­
ras descritas no capítulo 13 de Josué, sos adversários, a nação de Israel só
cujo auge da expansão territorial podia sobreviver mediante a graça
aconteceu durante os reinados de divina. Esforços de cooperação que
Davi e Salomão. rendiam resultados positivos ti­
nham de estar alicerçados sobre a
II. P E R ÍO D O CRÍTICO lealdade coletiva a Deus (Jz 5.8-18).
b) Castigo. Deus permitia que
1. Quem eram os juízes. O seus inimigos os dominassem. As
nome ju ízes vem dos heróis de Is­ opressões de povos estrangeiros
rael, cujos feitos são o tema central serviam de meios para corrigir as
do livro. Mas essas pessoas, exceto condições de decadência moral, e
em raras ocasiões, não lembram isso visava ao bem de Israel (Jz 3.1-
de modo algum o conceito moder­ 4). Cair da graça resulta em comple­
no de juiz. Os juízes aqui aborda­ to fracasso (G1 5.4).
dos eram líderes e libertadores c) Arrependimento. Eles cla­
militares, suscitados pelo Senhor mavam ao Senhor, que os ouvia. Seu
(Jz 2.16). Portanto, o título juízes é arrependimento atraía a misericór­
conferido ãs quatorze pessoas que dia divina (Jz 2.16). Misericórdia é
lideraram aos israelitas durante Deus não lhes dar o mal que mere­
um período de aproximadamente ciam. E graça é Deus lhes dar o bem
trezentos e cinquenta anos, entre que não mereciam.
o falecimento de [osué e a subida d) Livramento. O Senhor levan­
de Saul ao Irono, como primeiro tava um juiz a fim de libertá-los (Jz
rei de Israel (Jz 2.16; ISm 8.7-9; 2.11-19; 3.7-1). O livro está permea­
11.15). do pela crença, comum aos livros
históricos do Antigo Testamento,
2. Ciclos espirituais em Juí­ de que Israel caía em desgraça, de­
zes. 0 livro de Juízes narra um pe­ cadência e destruição, quando não
ríodo crítico da história de Israel, obedecia à lei de Deus, mas pros­

32
Lição 5 A Conquista de Canoa
-

perava quando obedecia à lei, como de abusarem de sua condição de


resultado dos livramentos operados sacerdotes auxiliares. A conduta
pelo Senhor. de Hofni e Fineias mostra a bai­
xa condição moral do sacerdócio
3. Salvação de Deus. 0 livro naquele período (ISm 2.12-17).
de Rute trata de fatos que envol­ isso fez o povo evitar a adoração
vem uma humilde família israelita a Deus, seu vínculo de unidade na­
da época dos juízes (Rt 1.1]. 0 pai cional.
decidiu deixar a terra de Canaã Deus avisou sobre o castigo que
durante um período de escassez. sobreviria à casa de Eli, mas não
Os resultados pareceram terríveis houve mudanças (ISm 2.27-36).
para a família. Mas a história de Os filisteus venceram Israel na ba­
Rute demonstra que a mão pro­ talha de Afeque, quando a Arca da
videncial de Deus protegia o Seu Aliança foi capturada. Hofni e Fi­
povo. A divisão natural do livro é: neias foram mortos nessa batalha
a] Noemi e Rute voltam a Belém e, ao receber a notícia, Eli sofreu
(Rt 1,1-22). um colapso e morreu (ISm 4.1-
b] Rute encontra-se com Boaz 22). Começaram ali vinte anos de
(Rt 2). opressão (ISm 7.2-5).
c] Boaz casa-se com Rute (Rt
4.1-22). 2. Deus ergue Samuel. Deus
Em Boaz, temos o "parente remi- levantou Samuel, que se tornou
dor ou resgatador” (ou seja, parente sacerdote, profeta e juiz. A vida de
que restaura ou devolve), que vem Samuel, cujo nome significa "pedi­
para amparar Rute, devolvendo-lhe do de Deus", foi consagrada a Deus
a propriedade de Malom, casando- desde cedo. Seu chamado para
-se com ela e gerando um filho que servir ao Senhor se deu quando
levasse a linhagem da família (Rt ainda criança, mas eventualmente
4.9-15). É um tipo de Cristo. Igual­ veio a ser reconhecido por todo Is­
mente, estávamos sem esperança, rael como profeta do Senhor (ISm
mas Jesus quis nos remir Valorize­ 3.19-21). Ele tornou-se um dos
mos isto, servindo ao Senhor com mais nobres personagens da his­
alegria e amor (SI 100.2; Mc 12.30). tória bíblica, equiparando-se em
grandeza a Abraão, Moisés e Davi.
III. LUZ S O B R E O FU TU RO Era temente a Deus, um poderoso
homem de oração e fé. Foi também
1. Sacerdote julgado por reformador, estadista e escritor.
Deus. 0 sacerdote Eli ocupava os
ofícios de sumo sacerdote e juiz. 3. O povo volta-se p ara Deus.
Era homem pessoalmente virtuo­ Durante a opressão dos filisteus,
so. Porém, não impediu seus filhos Samuel convidou todo o povo de
Lição 5 ~A Conquista de CanaÕ

Israel a voltar-se para o Senhor de r : ^


todo o coração. Conclamou o povo APLICAÇAO PESSOAL
a encontrar-se com ele em Mispa, e
ali o povo arrependeu-se e voltou- A desobediência pode atrapalhar
-se para Deus. Quando os filisteus a obra do Senhor na vida de uma
atacaram, Deus ajudou os israeli­ pessoa ou de uma nação inteira. Pe­
tas a obtèrem uma grande vitória cados podem desconstruir carreiras,
(ISm 7.1-14). arruinar reputações, ruir ou atrasar
Após a vitória sobre os filisteus projetos, enfim, tomar miserável e in­
em Mispa, Samuel voltou à sua casa frutífera a vida sem o favor de Deus.
em Ramá e erigiu um altar (ISm Portanto, submeta-se a Deus, procure
7.17). Provavelmente foi nesse tem­ agradá-lo e agradar-se Dele (SI 37.4).
po que Samuel fundou escolas para Este é o segredo para a consolidação
recrutar e treinar jovens na adoração dos projetos divinos planejados para
a Deus. Talvez, em sua própria casa, sua vida.
em Ramá, Samuel ensinasse a ler e
escrever, leis e música. Davi estava
ligado a Ramá (ISm 19). Provavel­
mente foi nessas escolas que os Sal­
mos começaram a ser compostos.

r a
RESPONDA
1) Quantas tribos ou povos habitavam a Palestina à época da conquista?

2 ) Com o Israel vivia espirítualmente durante o período dos Juízes?

3) Quem fundou escolas de adoração em Israel?

VOCABULÁRIO:
• Entreposto: região geográfica central em certa área.
• Centrípeto: do centro para a periferia.

34
Estudada e m ___ /____/

LIÇÃO 6 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Dt 17.16
Rejeitemos u "Egito"
O INÍCIO I X ) Terça - ISm 8.20
Reino humano
REINO DE ISRAEL Quarta - ISm 8.7
Ouçamos os líderes
Quinta - 2Sm 7.13
Jesus, Rei eterno
Sexta - ISm 13.14
Evitemos a rejeição
T exto áureo Sábado - IRs 3.28
“N ão te rejeitou a ti, m us a mim, Busquemos sabedoria
p a r a eu n ão rein ar s o b r e ele."
ISm 8.7
LEITURA BÍBLICA
1 Samuel 8.4-7
4 Então, os anciãos todos de Israel
VERDADE PRATICA se congregaram, e vieram a Samuel,
A u n ião só é p er feita q u an d o a Rama,
Deus rein a d e m od o exclusivo 5 e lhe disseram: Vê, já estás ve­
s o b r e n ossas vidas. lho, e teus filhos não andam pelos
teus caminhos; constitui-nos, pois,
agora, um rei sobre nós, para que
nos governe, como o têm todas as
nações.
6 Porém esta palavra não agradou
a Samuel, quando disseram: Dá-nos
um rei, para que nos governe. En­
tão, Samuel orou ao SENHOR.
7 Disse o SENHOR a Samuel: Aten­
de à voz do povo em tudo quanto te
diz, pois não te rejeitou a ti, mas a
mim, para eu não reinar sobre ele.

Hinos da Harpa: 46 - 48 - 305


v ______________ _______________ J

35
Uçâo 6 - 0 Início do Reino de Israel

INTRODUÇÃO
0 IN ÍC IO DO
R E IN O D E IS R A E L Nosso estudo de hoje abrange
importante seção do Antigo Tes­
INTRODUÇÃO tamento. De uma só vez, podemos
estudar a ascensão e o início da
I. GOVERNO DE DEUS decadência do reino de Israel. Es­
tudemos 1 e 2 Samuel e 1 Reis.
1. Instruções divinas Dt 17.14-20

2. Exigência do povo iSmd.5 I. GOVERNO DE DEUS

3. Aviso de Deus lSm 8.10-22 1. Instruções divinas. Israel


nasceu sob a forma de teocracia,
II. REINADO DE SAUL isto é, "governo de Deus" Teocrá-
1. Sua escolha ism 9.15-17
tico vem de dois termos gregos:
theos, "Deus"; e krateo, "governar"
2. Vitórias e fracassos lSm 11.1-15 Embora a ideia de teocracia apa­
3. Rejeitado por Deus lSm 13.8-12 reça nas Escrituras com bastante
frequência, o próprio vocábulo
nunca figura ali. Essa palavra pro­
III. REINADOS DE DAVI
vavelmente foi cunhada pelo his­
E SALOMÃO toriador Flávio Josefo, que se uti­
1. Davi esperou 2 Sm 5.4 lizou do termo a fim de referir-se
ao caráter ímpar do governo dos
2. Salomão pede sabedoria 1Rs 3.5-14 hebreus, revelado a Moisés, em
3. 0 apogeu do período iRs42t contraste com o tipo de governo
de outras nações ao derredor. Es­
APLICAÇÃO PESSOAL creveu Josefo: "Nosso legislador...
ordenou aquilo que, forçando a
linguagem, poderia ser chamado
de teocracia, ao atribuir a autori­
dade e 0 poder a Deus"
A história de povo organizado
era recente e 0 modelo teocrático
estava dando certo. Mesmo assim
Israel exigiu um rei. Em Deutero-
nômio 17.14-20, Deus já previra
essa situação e houvera estabe­
lecido alguns princípios para 0
novo governo. Segundo essas ins­
truções, a vontade divina deveria

36
Lição 6 - 0 Início do Reino de Israel

continuar prevalecendo na forma 3. Aviso de Deus. Mediante


de governar. A desobediência ex­ a exigência do povo de Israel de
plicará as crises da futura monar­ ter um rei, Samuel ficou grande­
quia judaica. m ente perturbado, mas o Senhor
Princípios bíblicos que expres­ assegurou-lhe que perm itiria
sam a vontade de Deus também tal conduta. Todavia, Samuel
são importantes e indispensáveis deveria ressaltar as responsabi­
em nossa caminhada. Eles podem lidades e as consequências que
explicar por que muitos crentes os israelitas teriam de assumir,
são frutíferos ou infrutíferos na doravante, sob o comando dc um
vida cristã. Para nós, não existe rei (lS m 8 .1 0 -2 2 ).
modelo além da submissão irres­ Deus lembrou a Samuel: "Não
trita ao Rei Jesus, o que podemos te rejeitou a ti, mas a mim, para eu
chamar de teocracia pessoal. Obe­ não reinar sobre ele” [lSm 8.7).
decer aos mandamentos de Deus Finalmente, com a insistência do
não é opcional; é a normalidade povo, Samuel ungiu a Saul (lSm
do fruto do amor de Deus, derra­ 9.27-10.1). Depois disto, Samuel
mado em nosso coração pelo Espí­ apresentou sua última mensagem
rito [Jo 14.21; Rm 5,5). como líder de Israel (lSm 12).
Nessa palavra, ele pediu que re­
2. Exigência do povo. 0 povo conhecessem que a sua conduta
de Israel contemplava as nações havia sido sem mácula, e eles con­
ao seu redor e se sentia desunido e cordaram. Mesmo afastado do co­
impotente em contraste com elas. mando da nação, Samuel era uma
Além disso, os filhos de Samuel liderança espiritual natural de Is­
eram ímpios e os anciãos do povo rael. Por fim, prometeu orar pelo
queriam evitar que eles se tornas­ povo (lS m 12.23).
sem líderes em Israel (lS m 8.1-5). Talvez não possamos fazer
0 povo reuniu-se em Ramá e muita coisa contra sistemas cie
exigiu do profeta um rei. A impa­ governo, ou contra a vontade da
ciência, a falta de confiança e a re­ maioria, mas podemos orar e tra­
beldia deles foi um pecado grave. tar com quem pode. Sabemos que
Deus queria que Israel fosse Seu a oração de um justo pode muito
povo especial, mas eles desejavam em seus efeitos (Tg 5.16).
ser semelhantes às nações circun­
vizinhas (lS m 8.5,19-20). A exi­ II. REINADO DE SAUL
gência de um rei demonstrava não
somente incredulidade, mas tam­ 1. Sua escolha. Embora o povo
bém rejeição ao governo de Deus não tenha escolhido um rei por
sobre o povo (lS m 12.6-12). meio de eleição, é óbvio que Deus
selecionou alguém que eles dese-

37
Lição 6 0 Início do Reino de Israel
-

javam. Saul, formoso à vista, era avisar a Saul, e, incidental mente,


o ideal que o povo fazia de um rei. a todos nós: "Tem, porventura, o
Deus revelou a Samuel que Saul se­ Senhor tanto prazer em holocaus­
ria o rei, ou "príncipe sobre o meu tos e sacrifícios quanto em que se
povo de Israel" (ISm 9,15-17). De­ obedeça à sua palavra? Eis que o
pois, o profeta o ungiu em uma ce­ obedecer é melhor do que o sacri­
rimônia particular (ISm 9.27-10.1). ficar..." (ISm 15.22). Oxalá nenhum
Isso equivale a dizer que o rei pres­ crente jamais venha a ouvir as du­
taria contas a Deus pela autoridade ras palavras que Saul ouviu através
que exerceria sobre os israelitas. do profeta: “Visto que rejeitaste a
Samuel falou com Saul sobre os palavra do Senhor, ele também te
sinais que Deus lhe daria, a fim de rejeitou a ti..." (ISm 15.23).
confirmar a sua escolha. Os sinais
aconteceram conforme Samuel 3. Rejeitado p or Deus. Foi
havia predito. Samuel declarou logo após a desobediência de Saul
ao povo o direito do reino, que em Gilgal que Samuel disse-lhe,
escreveu em um livro, e o colocou pela primeira vez, que ele e sua
perante o Senhor (ISm 10.25). En­ família não continuariam a gover­
tão, em Mispa, após ter lembrado nar Israel (ISm 13.8-12; 13.14).
aos israelitas de seu pecado por Depois do segundo ato de deso­
haverem pedido um governante à bediência, Samuel repetiu sua de­
semelhança das nações pagãs, Sa­ claração, dessa vez em linguagem
muel declarou publicamente que mais vigorosa (ISm 15.22-23). No
Saul era o rei (ISm 10.1 -27). decorrer dos anos, vemos que Saul
admitia com frequência o seu pe­
2. V itórias e fracassos. Na cado, mas nunca parecia mudar.
condição de comandante dos Quando alguém falha em sua
exércitos de Israel, Saul mostrou- jornada com Deus, seria possível
-se inicialmente um líder brilhan­ retomar o caminho e ser abençoa­
te. Conquistou vitória após vitória do? Não, sem antes haver um ver­
(ISm 11.1-15) Entretanto, não dadeiro arrependimento, como diz
conseguia pôr-se sob contínua au­ o Senhor: "Lembra-te, pois, de onde
toridade de Deus (ISm 15.8-23). caíste, arrepende-te e volta à prá­
Samuel ainda intercedeu por Saul, tica das primeiras obras" (Ap 2.5).
mas este simplesmente não reagia Precisamos, portanto, do "levantar-
espiritualmente, mas antes, mos­ -me-ei" (Lc 15.17-19). Mas também
trava-se voluntarioso e atrevido. de uma postura prática de mudança
Esse lado negativo final mente o (Lc 15.20-21). É isto que nos toma
levou à rejeição divina. dignos de ser novamente aceitos na
As coisas chegaram a tal ex­ família de Deus e voltar a ser úteis
tremo, que Samuel foi usado para ao Seu reino (Lc 15.22-24).

38
Lição 6 - 0 Início do Reino de Israel

III. REINADOS DE DAVI E los homens de Judá (2Sm 2.4); c)


SALOMÃO Pelos homens de Israel (2Sm 5.3).
0 que isso significa? As duas
1. Davi esperou. Depois da re­ ultimas eram apenas o reconhe­
jeição divina a Saul, Samuel foi en­ cimento tardio da primeira unção,
viado a Belém, a fim de ungir Davi ordenada pelo próprio Deus, con­
(cujo nome significa "amado de firmando-o agora como rei. Nada
Deus"], posto que o próprio Senhor mais que isso.
o separara para ser rei sobre Israel
(ISm 16.1,13). Porém, vários anos 2. Salomão pede sabedoria.
passaram-se até que Davi realmen­ Salomão, cujo nome significa "pa­
te se tornasse rei de Israel, aos 30 cífico", filho de Davi, foi escolhido,
anos (2Sm 5.4). Desde a morte de por orientação divina, como seu
Golias até o início do seu reinado, sucessor ao trono (lC r 22.6-9).
havia-se passado um total de 10 a Destacou-se em seu tempo pelo
12 anos (ISm 2.4). pedido de sabedoria feito ao Se­
Davi esteve na corte de Saul, nhor (lR s 3.5-14). Sua grande sa­
onde sua habilidade musical bedoria aplicava-se tanto a coisas
abrandava o rei, espiritualmente espirituais como naturais. Isso o
perturbado (ISm 16.14-23). Nesse distinguiu (lR s 3.28; 4.29-34).
ínterim, prosperou em atividades Durante seu reinado, muitos
militares, ganhando a simpatia do cânticos e escritos sacros foram
povo (ISm 17.20-58). Saul o inve­ produzidos, O próprio Salomão
java (ISm 18.6-9). Davi precisou escreveu três mil provérbios, dos
fugir de Saul (ISm 19.11-17; 21). quais cerca de 375 estão preserva­
Viveu em exílio para submeter-se dos no Antigo Testamento. Ele tam­
à vontade de Deus. Recusou-se a bém escreveu mil e cinco cânticos,
tocar naquele a quem Deus ungira três dos quais se acham na Bíblia
rei (ISm 24.6; 26.9). (Salmos 7 5 e l l 7 , eo livro de Canta­
Essa postura de Davi, certa- res de Salomão). Construiu o gran­
mente baseada no respeito ao de Templo (lR s 5-8). Calcula-se que
princípio da autoridade ("só tem o valor dessa edificação, em moeda
autoridade quem está debaixo de corrente, teria chegado a cinco bi­
autoridade"), nos desafia igual­ lhões de dólares americanos.
mente a respeitar a quem Deus No início, Salomão fora um
constituiu como autoridade e a sa­ modelo de rei. Mas, infelizmente,
ber esperar o tempo que o Senhor seu legado ficou manchado pelo
reservou para cada um de nós em fracasso ern sua vida pessoal com
Sua obra (Ec 3.1; Mt 8.9). Deus, sobretudo por influência de
Davi foi ungido três vezes: a) seus relacionamentos com mulhe­
Por Samuel (ISm 16.1,13); b) Pe­ res estrangeiras (lR s 11.1-8).

39
Lição 6 0 Início do Reino de Israel
-

3 . 0 apogeu do período. A con­ ca e política sem paralelos, elevando o


quista de Canaã foi paulatina. So­ reino a esplêndidas alturas em reali­
mente a partir do reinado de Davi é zações pacíficas, além de introduzir
que Israel firmou-se enquanto terri­ várias inovações militares e dominar
tório importante. Inicialmente, Davi sobre muitos reinos (lRs 4.21).
governou apenas a tribo de ]udá,
fixando-se em Hebrom durante sete c : a
anos (2Sm 1-4). Só mais tarde seria APLICAÇAO PESSOAL
o rei de todo o Israel. Ele estendeu
as fronteiras de Israel, conquistan­ Em qualquer circunstância, é
do terras em derredor, derrotando possível servir a Deus, se de fato é
os filisteus, os moabitas e os amoni- isso que você busca. Em sua cami­
tas (2Sm 8-10). nhada diária, você precisa subme­
Salomão prosseguiu esse traba­ ter-se ao Senhor Jesus e obedecer
lho, expandindo o território de Israel à Sua palavra continuamente, pois
(o maior até os dias de hoje), experi­ este é o caminho da vitória.
mentando de prosperidade econômi- v________ __________ J
r
RESPONDA
1) O que você entende por teocracia?

2) Qual foi uma das qualidades principais de Davi antes de seu reinado?

3) Em termos territoriais, como se deu a conquista de Canaã?

v _______ _ _ __________ ____________ ________ J

> PROGRAMA

A NOSSA ESCOLA
DOMINICAL
• SEX 2 1 H 3 0 • SÁB 18H E 2 4 H • D O M 6 H 3 0 E 9H

P A R T IC IP E NAS R E D E S S O C IA IS APREStNTAÇÀO
COM A H A SH TAG tfAM OEHD PR ELLÉRI BOGO

40
Estudada e m ___ /___ /

LIÇÃO 7 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Sl 1.6
Caminho do justo
OS ESCRITOS Terça-Sl 33.11
Conselho eterno
POÉTICOS Quarta - Pv 1.7
0 homem sábio
Quinta - Jó 42.5
Importa avançar
Sexta - Ec 3.1
Tempo para orar
m Sábado - Ct 6.13
T exto áureo
"B em -aventurado o h om em qu e Deus ama a Igreja
n ão an d a no con selh o
d o s ím p ios..." Sl 1.1
LEITURA BÍBLICA
Salmo 1.1-4
1 Bem-aventurado o homem que
VERDADE PRÁTICA não anda no conselho dos ímpios,
Vivamos com sabedoria. não se detém no caminho dos pe­
cadores, nem se assenta na roda
dos escarnecedores.
2 Antes, o seu prazer está na lei
do Senhor, e na sua lei medita de
dia e de noite.
3 Ele é como árvore plantada jun­
to a corrente de águas, que, no
devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo
quanto ele faz será bem sucedido.
4 Os ímpios não são assim; são,
porém, como a palha que o vento
dispersa.

Hinos da Harpa: 505 - 499 - 258

41
Lição 7 Os Escritas Poéticos
-

( INTRODUÇÃO
OS E S C R IT O S P O É T IC O S
O estudo dos livros poéticos
tem muito a nos ensinar sobre a
INTRODUÇÃO vida com Deus. Ensinam-nos, tam ­
bém, que não obstante a grande
L POESIA E SABEDORIA distância histórica em relação à
nossa geração, a vida humana é
1. Sabedoria diária Sl 68.19
sempre suscetível de crises, o que
2. Formas Sii04.l0 não impede vitórias. Nos livros
poéticos vemos o homem dirigin­
3. Importância si 119.105
do-se a Deus, a despeito das crises
ou por causa delas, descobrindo
II. JÓ, PROVÉRBIOS E o seu coração e falando acerca de
ECLESIASTES Deus, descrevendo-o e exaltando-
-o pela manifestação de Seus glo­
1 JÓ Jól.l
riosos atributos e feitos.
2. Provérbios Pvl.2 0 Antigo Testamento inclui
cinco livros poéticos, ou literatu­
3. Eclesiastes Ec 12.13
ra de sabedoria, que estudaremos
brevemente agora: JÓ, Salmos,
III. SALMOS E CANTARES
Provérbios, Eclesiastes e Canta­
1. Salmos SI3Ü.4 res de Salomão.

2. Autores dos Salmos lCri6.7


I. PO ESIA E SA BED O R IA
3, Cantares de Salomão cti.i
1. Sabedoria diária. Em con­
traste com os livros já estudados
até aqui, os livros poéticos não
abordam primariamente eventos
históricos. Refletem as experiên­
cias de vida com que os israelitas
estavam familiarizados no seu dia
a dia (Sl 68.19). Os problemas,
crenças, filosofias de vida, atitu­
des e emoções, expressos nesse
tipo de literatura, fornecem-nos
discernimento quanto à qualidade
de vida deles. Tão larga variedade
de interesses se exprime ali, que
esses escritos têm uma atração

42
Lição 7 - Os Escritos Poéticos

praticamente universal. Seu uso fre­ da época em que foi escrita. E ve­
quente por parte do povo comum, jamos como é maravilhosa, pois,
no mundo inteiro, e a volumosa li­ decorridos milênios, ainda encan­
teratura escrita a respeito desde a ta as gerações com sua riqueza de
Antiguidade, indicam que os livros forma e conteúdo.
poéticos abordam problemas e ver­ Portanto, veremos que, apesar
dades com os quais a humanidade das diferenças de tempo, cultura
toda está familiarizada. e civilização, as ideias básicas ex­
pressas pelos escritores dos livros
2. Form as. A literatura he­ poéticos, em sua interpretação da
braica é riquíssima. Os livros de vida, continuam sendo vitalmente
sabedoria e poesia foram escritos importantes para os homens de
em um estilo poético denomina­ toda parte. Principalmente porque
do paralelismo, sua característica expressam o relacionamento da
principal. O paralelismo significa alma humana com Deus, cujo an­
que os pensamentos expressos seio é universal (SI 119.105). De­
são similares ou equilibrados de certo, elas nos trazem ricas lições
algum modo (paralelos). Esse es­ para a nossa vida diária e enrique­
tilo contrasta com a rima, na qual cimento da nossa jornada cristã.
os sons das palavras (usualmente
a última palavra de cada linha) II. JÓ, P R O V É R B IO S E
são similares. ECLESIA STES
Exemplo de paralelismo: "Tu
fazes rebentar fontes no vale, 1. Jó. É provável que Jó tenha
cujas águas correm entre os mon­ vivido durante os dias dos patriar­
tes" (SI 104,10). Diferente do em ­ cas Abraão e Moisés. Ele é referido
prego da rima, no paralelismo no livro de Ezequiel, juntamente
não se perde a tradução, tendo com Noé e Daniel (Ez 14.14,20). Jó
chegado até nós com toda a sua provavelmente é o livro mais an­
riqueza. Você vê que o paralelis­ tigo da Bíblia. É uma obra-prima
mo é também uma forma de re­ poética e seu tema é universal: o
petir a ideia, caraterística da lite­ sofrimento humano. A palavra-
ratura hebreia mesmo nos textos -chave do livro é teste ou provação
em prosa (Gn 41.1-32). (Jó 23.10). No livro de Jó podem
ser vistos quatro pontos de vista
3. Im portância. Além da his­ básicos sobre o sofrimento huma­
tória e da geografia bíblicas, é no, a saber:
muito importante olharmos o An­ a) De Satanás: As pessoas
tigo Testamento enquanto obra li­ servem a Deus somente por que
terária. É um livro. Assim, a Bíblia são "subornadas" com riquezas
contém em si gravada a cultura e as honras que elas trazem (Jó

43
Lição 7 - Os Escritos Poéticos

1.1 - 2.8). Ele usou essa filosofia na. Contudo, o maior ganho do so­
quando tentou Jesus (Mt 4.1-11). frimento não foi receber o dobro
Em suma, diz que os crentes preci­ de tudo que perdera, porque isso
sariam ser prósperos para serem "não paga", mas em ]ó conhecer a
fiéis a Deus. Deus pessoalmente (Jó 42.5).
b) Dos amigos: Na visão de Muitas das "provas" ou sofrimen­
Elifaz, Bildade e Sofar, amigos de tos, na verdade, são resultado de
Jó, os quais concordavam em qua­ incontinência moral, desobediência,
se tudo, os justos sempre seriam pecado. Outras, simplesmente por­
recompensados, e os pecadores, que vivemos em um mundo que "jaz
castigados. Para eles, havia sem ­ no maligno" (ljo 5.19). Em qualquer
pre uma relação de causa e efeito delas, porém, temos de ser fiéis "até à
entre crise/pecado e bênção/obe- morte" (Ap 2.10).
diência. Assim, concluíram que Jó
estava experimentando grande 2. Provérbios. O livro de Pro­
sofrimento por ter cometido grave vérbios é uma maravilhosa coletâ­
pecado (Jó 4.7). nea de declarações sábias visando
c) Do sofredor: Era a ideia de a "aprender a sabedoria e o ensi­
Eliú, 0 sofrimento sempre é uma no" (Pv 1.2). Os judeus o compa­
disciplina do Pai, que a usa para raram ao átrio exterior do templo.
atingir Seus propósitos (Jó 34.12). Provérbios é o "homem" piedoso
d) Do Salvador: Deus reve­ na vida prática diária. Salomão é
lou-se a Jó, ensinando-lhe que os o autor da maior parte desse livro.
piedosos sofrem a fim de se au- Ele era tão sábio que foi descrito
toavaliarem e, portanto, reconhe­ como a personificação da própria
cerem sua necessidade de um Re­ sabedoria (lR s 3.3-28; 4.29-30;
dentor (Jó 42.5) Embora fosse um 5.12). Muitos governantes estran­
homem bom, Jó era justo aos seus geiros buscavam o seu conselho
próprios olhos, e veio a reconhe­ (2Cr 9.1-24). Juntamente com Sa­
cer que também precisava de um lomão, são mencionados alguns
Redentor (|o 19.25). autores adicionais (Pv 1.1; 10.1;
O livro de Jó é um espelho 22.17; 31.1). Provérbios nos apon­
para nós. Nele encontramos um ta para Cristo (Cl 2.3). O livro nos
exemplo extremo de fidelidade ao convoca a sermos pessoas sensa­
Senhor. A provação do patriarca tas. Ele nos explica em termos prá­
não obedeceu a uma relação de ticos o que é Vigiar", segundo a re­
causa e efeito ("ninguém pecou"). comendação do Mestre (Lc 21.36).
Jó tudo padeceu porque Deus, sa­ O livro de Provérbios tem
bendo do caráter excelente de Seu como propósito ensinar a alcançar
servo, manifestou Sua vontade a sabedoria, a disciplina de uma
permissiva quanto à ação malig­ vida prudente, e a proceder de

44
Lição 7 Os Escritos Poéticos
-

modo correto, justo e digno. Em impessoal (Ec 3.16-22).


suma, ensina a aplicar e a fornecer Em resumo, as riquezas não
instrução moral para vivermos de lhe trouxeram satisfação (Ec 5.9-
maneira espiritualmente equili­ 16). Tampouco a prática do bem
brada e saudável. (Ec 7.1-12). Contudo, conclui com
Sem dúvida, uma de nossas a afirmação de que "o dever de
maiores necessidades é vivermos todo homem” encontra-se no re­
a sabedoria enquanto estilo de lacionamento efetivo deste com
vida, com repercussões em todos Deus (Ec 12.13).
os níveis de relacionamento, so­
bretudo familiar. Provérbios for­ III. SALM OS E CANTARES
nece isto.
1. Salmos. 0 livro dos Salmos
3. E clesiastes. Eclesiastes é é uma coleção de poesia hebraica,
a declaração de uma filosofia hu- inspirada, que mostra a adoração
mana de vida. E como um registro e descreve as experiências espi­
de tudo quanto a mente humana rituais do povo de Deus. Nos Sal­
pode pensar e a religião humana mos, vemos o homem falando com
pode oferecer Trata de decifrar o Deus e sobre Deus, descobrindo o
enigma da existência e de penetrar seu coração, louvando-o e adoran­
no sentido das coisas, apoiando-se do-o em todas as circunstâncias
tão somente na sua experiência da vida (SI 30.4). Deus é louvado
pessoal e nos seus próprios ra­ por causa dc Seu caráter santo e
ciocínios. Não são argumentos de imutável, cuja fidelidade no passa­
Deus, mas o registro divino dos do é uma garantia da Sua fidelida­
argumentos humanos. Algumas de no presente e no futuro.
porções do livro são diretamen­ Durante mais de dois mil anos,
te opostas ao resto da Bíblia (Ec o livro dos Salmos tem sido um
1.15; 3.19; 8.15). dos mais populares e amados do
Muitos acreditam que Salomão Antigo Testamento. Começan­
é seu autor e que o livro é uma do no tempo de Davi, os israe­
dramática narrativa de sua pró­ litas usavam esses cânticos em
pria experiência. A indagação cen­ sua adoração a Deus. Os crentes
tral é: qual é o alvo mais valioso atuais, de todas as raças e nações,
da vida? Ele duvida que se possa fazem abundante uso deles.
responder a isto.
O autor volta o seu olhar para 2. Autores dos Salmos. Cerca
algumas atitudes humanas co­ de dois terços dos Salmos trazem
muns: a) Materialista (Ec 2.12- o nome de algum autor específico
26); b) Fatalista (Ec 3.1-15); c) (lC r 16.7). Entre esses estão Davi
Manter uma religião geral, porém (73 salmos), Asafe (12), os filhos

45
Uçan 7 - Os Escritos Poéticos

de Coré (10), Salomão (2) e Moi­ mulheres de Jerusalém (Ct 6.13).


sés (1). Etã e Hemã escreveram um Segundo certa interpretação, a
salino cada. Muitos salmos sem jovem interiorana fora levada ao
autoria expressa são atribuídos a palácio real (Ct 1.1 - 2.7). Ela ane­
Davi. Ele compartilha abertamente lava por seu namorado, que era
de sua vida conosco através des­ um pastor (Ct 2.8-7.9; 7.10-8.14).
ses escritos. Suas palavras nos dão Em sentido espiritual, Cantares
a oportunidade de verificar que simboliza o relacionamento entre
Deus cuida de nós, mesmo nos mo­ Deus e o Seu povo (Jr 3.1-20).
mentos mais desencorajadores.

( I Ã
3. Cantares de Salomão. Esse
APLICAÇÃO PESSOAL
livro é um dos 1.005 cânticos es­
critos por Salomão (IR s 4.32; Ct Viver com sabedoria é muito
1.1). Cantares, ou '"Cântico dos mais do que formação acadêm i­
Cânticos”, sugere que reúne o ca ou tempo de fé. Tem a ver com
melhor deles. Muitas explicações "o tem or do Senhor”, em viver os
têm sido dadas para sua inclusão ensinam entos da Bíblia de modo
na Bíblia. Em sentido literal, ver­ efetivo e guardar-se incontami-
sa sobre as calorosas emoções do nado do mundo. Esse estilo de
amor. Os personagens principais vida produz o seu testemunho
são uma jovem interiorana de "'aprovado por Deus”.
Sulã, seu namorado e um grupo de
v_______ ___________ J

1) O q u e é pa ralelism o?

2) Q ue m é o autor da m a io ria dos salm os?

3) Q ual a principal aleg oria do livro de C a n ta re s de S a lo m ã o para nós?

v
V O C AB ULÁRIO :
• Texto em prosa: te x to sem rim a.
• F atalista: relac io n a d o à ideia d e d es tin o .

46
Estudada e m ___ /___ /

^ A
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Mt 5.22
Amor ao próximo
Terça - SI 133.1
Busquemos a união
Quarta-lRs 11.13
Fidelidade de Deus
Quinta-At 1.14
Deus opera na união
Sexta - Mt 25.34
Texto Aureo Juntos no Céu
'Vindo, p ois, R o b o ã o a Jeru sa lém , Sábado - Mt 5.24
reuniu tod a a casa d e Ju d á e a Reconcilie-se primeiro
tribo d e B en jam im ...para p e le ja r
con tra a ca sa d e Israel, a fim d e
restitu ir o rein o a R oboão, filh o LEITURA BÍBLICA
d e S a lo m ã o " lR s 1 2 2 1
1 Reis 1 2 .1 9 -2 1
19 Assim, Israel se mantém rebe­
VERDADE PRÁTICA lado contra a casa de Davi, até ao
0 m elh o r q u e p od em os fa z e r dia de hoje.
para nos m a n ter no reino é 20 Tendo ouvido todo o Israel que
serm os fiéis a Deus. Jeroboão tinha voltado, mandaram
chamá-lo para a congregação e
o fizeram rei sobre todo o Israel;
ninguém seguiu a casa de Davi, se­
não somente a tribo de Judá.
21 Vindo, pois, Roboão a Jerusa­
lém, reuniu toda a casa de Judá e a
tribo de Benjamim, cento e oiten­
ta mil escolhidos, destros para a
guerra, para pelejar contra a casa
de Israel, a fim de restituir o reino
a Roboão, filho de Salomão.

Hinos da Harpa: 20 - 175 - 211


v ______________ _ _______________J

47
Lição 8 0 Reino Dividido
-

A IN TRODUÇÃO
0 R E IN O D IV ID ID O
Estudaremos hoje a divisão do
reino de Israel, período que durou
INTRODUÇÃO mais de 300 anos. Veremos 0 pre­
juízo que ganância e desunião po­
I. CAUSAS DA DIVISÃO dem causar na obra, oportunizan-
do profundas lições para a nossa
1. Idolatria de Salomão lRsll.lo vida pessoal. Estudemos 1 e 2 Sa­
2. Ganância de Roboão íRs 12.14 muel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas.
Estudemos os profetas Obadías,
3. Inveja entre as tribos iRsU.ie Jonas, A m ós, loel, Isaías, Naum,
Miqueias, Jerem ias, Sofonias e
II. NAÇÕES ENFRAQUECIDAS Habacuque.

1. Nomes Gn 32.22-32 1. CAUSAS DA DIVISÃO


2. Contrastes i Rs 12.25-31
1. Idolatria de Salomão. A
3. Relação Sl 133.1 idolatria está na base da divisão
do reino de Israel. Deus advertiu
III. REGISTROS DETALHADOS a Salomão por duas vezes sobre a
adoração de deuses estrangeiros,
1. Escritos 2Sm 7.12-16 mas o rei não levou isso em conta
(ÍR s 11.10). Por esse motivo, 0 Se­
2. Reis 1Rs 16.7
nhor disse-lhe que o seu reino lhe
3. Profetas Ez 12.25 seria tirado, embora não durante a
sua vida. Deus disse que daria uma
APLICAÇÃO PESSOAL tribo ao filho de Salomão: "Toda­
L via, não tirarei 0 reino todo; darei
uma tribo a teu filho, por amor de
Davi, meu servo, e por amor de Je­
rusalém, que escolhi" (ÍR s 11.13).
0 pecado de Salomão incluiu
adoração a Astarote, deusa dos
sidônios; a Quemos, deus de
Moabe; e a Milcom, deus dos fi­
lhos de Amom (ÍR s 11.33). Isso
foi fruto de seus casamentos com
mulheres estrangeiras (ÍR s 11.1-
8). Com efeito, Salomão não apli­
cou à sua vida a grande sabedo­

48
Lição 8 - O Reino Dividido

ria recebida de Deus. Fie soube


começar, mas não soube como
terminar, pois na velhice deixou
seu coração se desviar do Senhor. Para abatermos a inveja
Portanto, não basta começar bem, em relação ao nosso
é preciso completar a carreira e irmão, o melhor remédio
guardar a fé (2Tm 4.7). é lembrarmos que temos
o mesmo Pai."
2. Ganância de Roboão. Com
a morte de Salomão, Israel ficou
agitado sob os pesados impostos e listeus, sírios, amonitas e moabi-
outras cargas dos últimos dias de tas - antes subjugados por Israel
seu reinado. Líderes do povo pe­ - recuperaram a sua liberdade. O
diram que o novo rei revisse essa caos econômico tornou-se muito
situação. Porém, Roboão ignorou sério, porque essas nações não
o conselho dos anciãos e consul­ continuaram pagando tributo; e
tou aos seus jovens e inexperien­ agora, era impossível que as tribos
tes amigos. Após três dias, ele deu divididas controlassem as grandes
uma dura resposta ao povo (lR s rotas comerciais.
12.14). 0 povo não aceitou essa
afronta, rompeu com o rei e esta­ II. NAÇÕES ENFRAQUECIDAS
beleceu o reino do Norte, compos­
to de dez tribos, sob o governo de 1. Nomes. Temos visto que
Jeroboão, ex-oficial de Salomão. até esse tempo o nome Israel fora
usado para aludir ao próprio Jacó
3. Inveja en tre as tribos. A e a todos os seus descendentes
história da divisão de Tsrael é (Gn 32.22-32). Todavia, depois da
também um exemplo de antigas divisão do reino, a Bíblia passa a
diferenças entre Norte c Sul dc usar o nome Israel para referir-se
algumas ■ nações, o que existe até ao reino do Norte, composto por
os dias de hoje. Judá, onde ficava dez tribos, cuja capital era Sama-
jerusalém, fazia fronteira com a ria. Algumas vezes, o reino do Nor­
grande tribo de Efraiin. Havia in­ te é também chamado de Efraim,
veja entre ambas. A unidade políti­ sua tribo mais influente. Por outro
ca apenas camuflava essa situação lado, o reino do Sul, formado pelas
(lR s 12.16). A secessão dividiu o tribos de Judá e Benjamim, passou
reino em duas nações rivais. A in­ a ser chamado simplesmente Judá,
veja, naquele tempo assim como cuja capital era Jerusalém.
agora, é obra da carne (GI 5.21). Este conhecimento é importante
Com a divisão, toda a estrutu­ quando lemos o Antigo Testamento.
ra política entrou em colapso. Fi- Um grande reino caiu da noite para

49
Lição 8 0 Reino Dividido
-

o dia e deu origem a duas fracas po­


tências de segunda classe, corrobo­
rado pelo que Jesus disse: "Todo rei­
no dividido contra si mesmo ficará Não existe felicidade
deserto..." (Mt 12.25). naquele que vive
pecando. Sorrisos de
2. Contrastes. O reino do Norte desobediência são
tinha muitas vantagens em relação máscaras que escondem
ao Sul. Contava com dez tribos for­ corações espiritualmente
tes, maior área geográfica, impor­ feridos"
tantes centros militares e as terras
mais férteis - o vale do Jordão. Sua
população era três vezes a de Judá. b) Alianças con tra inimigos
Porém, o reino do Sul contava com com uns: por meio de casamento
Jerusalém, o centro político e reli­ entre as famílias reais, caso por
gioso da nação. excelência envolvendo a ameaça
da Assíria.
Foi o temor da influência de Jeru­
salém que levou Jeroboão, o primei­ c) Novas hostilidades m útuas:
ro rei do Norte, a cair no erro fatal de
renascidas quando Jeú subiu ao
trono do reino do Norte e execu­
oferecer o serviço de culto idólatra às
suas tribos (lRs 12.25-31). Isso fez tou todos os membros restantes
com que sacerdotes, levitas e muitos da família de Acabe. Isso destruiu
outros transferissem sua lealdade a aliança que fora feita entre Aca­
para Judá (2Cr 11.13-17). be e o reino do Sul, resultando em
Outra vantagem do Sul era a maior decadência espiritual e ido­
existência de uma única família real.latria.
Todos os monarcas descendiam d) Exílio: teve início pelas tri­
de Davi. Fm contraste, o Norte teve bos do Norte, levadas cativas pela
nove dinastias diferentes, com um Assíria em 722 a.C. Judá ainda fi­
total de dezenove monarcas iníquos, cou 136 anos em sua terra, caindo
que se sucediam por meio do derra­ sob as mãos de Nabucodonosor
mamento de sangue. em 586 a.C.
A desunião que compartimen­
3. Relação. 0 relacionamento tou o reino em duas facções irre­
entre os reinos de Israel e Judá conciliáveis, desencadeou uma
pode ser classificado em quatro série de eventos catastróficos e
fases consecutivas: resultou no exílio dos dois reinos.
a) H ostilidade mútua: entre Isso mostra não somente o de­
lutas constantes, por mais de ses­ sastre da desunião, mas também
senta anos Judá tentou reconquis­ aponta para a bênção de se viver
tar as dez tribos do Norte. em união (SI 133.1; ICo 1.10].

50
Lição 8 - 0 Reino Dividido

III. REGISTROS DETALHADOS


!?
Í- v v ' '

REINODONORTE REINODOSUL
1. Escritos. A história do reino
unido e do reino dividido está re­ Jonas Obadias
gistrada nos livros de Samuel, Reis
Amós Joel
e Crônicas. Juntos, esses livros ocu­
pam cerca de um quinto [20% ) do Miqueias Isaías
Antigo Testamento. Os livros de 1 Elias Miqueias
e 2 Samuel mostram-nos os princí­ Eliseu Naum
pios pelos quais Deus queria que o
Aías Habacuque
reino fosse estabelecido. Os livros
de 1 e 2 Reis descrevem como o rei­ Jeú Sofònias
nado realmente se desenvolveu. Ve­ Micaías Jeremias
mos como teve cumprimento a pro­ Obede Semaías
fecia de Natã a Davi [2Sm 7,12-16).
Ido
Os livros de 1 e 2 Crônicas enfa­
tizam o templo: suas cerimônias de Azarias
louvor e seus oficiais. Tendo o sacer­ Hanani
dócio e o templo como seu tema cen­ Eliézer
tral, esses livros reafirmam a história
Jeoiada
do reino de Israel unido sob Saul,
Davi e Salomão. Em seguida, tratam Hulda
principalmente da história de Judá, o
reino do Sul O reino do Norte, Israel, nação. Como vimos, no reino do
só é mencionado quando seus even­ Norte, Jeroboao havia estabeleci­
tos estão relacionados aos aconteci­ do adoração a bezerros de ouro.
mentos do reino do Sul. Seu exemplo corrompeu a nação e
Geralmente, os registros nar­ terminou por destruí-la [lR s 16.7;
ram: o tempo em que o rei subiu 22.52; 2Rs 10,31).
ao trono e informam sobre seu No reino do Sul, Roboão permi­
reinado; como o rei obteve o tro­ tiu que os israelitas construíssem
no [herança, assassinato ou outro lugares onde deuses falsos eram
meio qualquer) e por quanto tempo adorados. Seguiram as práticas
governou; descrevem seu caráter malignas dos povos que Deus or­
espiritual; informam os nomes dos denara que fossem expulsos da
profetas ativos em seu reinado. terra de Canaã [lR s 14.22-24).
Porém, embora a maioria dos reis
2. Reis. O caráter de Israel e fosse ímpia, houve alguns piedo­
Judá, em certo sentido, se refletia sos. O reinado de Ezequias em
em seus reis, por ser crucial o pa­ Judá, por exemplo, foi um admirá­
pel do rei no destino espiritual da vel período de glória e fé [2 Rs 18).

51
Lição 8 - 0 Reino Dividido

3. Profetas. Durante os dias mes (destacados na tabela da pá­


dos reinos do Norte e do Sul, Deus gina anterior) como títulos de li­
levantou muitos profetas para ad­ vros do Antigo Testamento.
vertir Seu povo. Um profeta era
um homem especialmente sele­
í a
cionado; não herdava sua posição, APLICAÇAO PESSOAL
como acontecia com os reis e os
sacerdotes. A divisão da nação de Israel em
À escolha de Deus quanto aos dois reinos é uma séria advertência
profetas não era influenciada por para a Igreja. 0 Senhor não aprova
fatores como família, tribo ou trei­ contendas e divisões nas fileiras do
namento intelectual. Um profeta Seu exército. Esforcemo-nos por
era chamado a assumir duas gran­ viver pacificamente a fé em Jesus
des responsabilidades: a) Receber Cristo, sempre em comunhão uns
algo da parte de Deus, e só Dele com os outros. Procuremos reunir
(Ez 12.25); b) Transmitir fielmen­ as pessoas em torno Dele, não criar
te, em nome de Deus, a mensagem facções; com o amor que une, não
recebida. com partidarismo que afasta.
Alguns profetas tem seus no­ V __________ J

RESPONDA
1) Que pecado está na base da divisão do reino de Israel?

2) Qual o último rei do período unido de Israel?

3) Em que reino viveu o profeta Isaías?

v _____________________________________________________________________

V O C A B U LÁ R IO :
• Secessão: separação, divisão.
• Dinastia: reis com origem de uma mesma família.

52
Estudada e m ___ /___ /_____

r \
LIÇÃO 9 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - 2Rs 17.15
Nada de mundo
JUÍZO SOBRE Terça - 2Rs 17.24
Herança de Deus
ISRAEL E JUDÁ Quarta - 2 Rs 25.9
0 produto do pecado
Quinta - Rm 11.33
Conhecimento de Deus
Sexta - 2Pe 2.5
Juízo de Deus
Texto Áureo Sábado - Js 24.15
"Peio qu e o S en h or rejeitou a Escolha sábia
tod a a d escen d ên cia d e Israel, e
os afligiu, e os en treg ou n as m ã o s
d os d es p o ja d o r e s ..."2Rs 17.20
LEITURA BÍBLICA
2Reis 17.17-20
17 Também queimaram a seus filhos e
a suas filhas como sacrifício, deram-se
à prática de adivinhações e criam em
agouras; e venderam-se para fazer o
que era mau perante oSenhor, para o
provocarem à ira.
18 Pelo que o Senhor muito se indig­
nou contra Israel e o afastou da sua
presença; e nada mais ficou, senão a
tribo de Judá.
19 Também Judá não guardou os man­
damentos do Senhor, seu Deus; antes,
andaram nos costumes que Israel in­
troduziu.
20 Pelo que oSenhor rejeitou a toda a
descendência de Israel, e os afligiu, e os
entregou nas mãos dos despojadores,
até que os expulsou da sua presença.

Hinos da Harpa: 169 - 15 - 422


v______________J
53
Lição 9 ‘ Juízo sobre Israel eJudá

X INTRODUÇÃO
JUÍZO SOBRE
ISRAEL E JUDÁ Nesta lição, estudaremos a
queda de Israel, primeiro com as
dez tribos do Norte. Depois, com
INTRODUÇÃO o resistente reino do Sul, ou Judá.
Nos dois episódios, encontraremos
L QUEDA DO REINO DO NORTE a desobediência do povo de Deus.
E uma excelente aula de história e
1. Contexto político 2 Rs17.15
boa oportunidade de reflexão. Es­
2. Invasão da Assíria 2 Rs 17.23 tudemos ainda 1 e 2 Reis, 2 Crô­
nicas e os profetas Amós, Isaías,
3. Causas e repatriamento 2Rsi7.i-i8
Oseias, e os escritos de Jeremias.

II. QUEDA DO REINO DO SUL I. QUEDA DO REINO DO


1. Contexto político Nu3.1,19 NORTE

2. Babilônia 2 Cr36.5-6 1. Contexto político. A nação


3. Causas 2 Rs 19.32-36 de Israel estava cercada por três
grandes potências: Egito, Babilônia
e Assíria. Cada uma delas lutava
III. LIÇÕES A APRENDER
para tornar-se a nação mais po­
1. Deus disciplina filhos Hhi2.8 derosa do mundo. Quando obser­
vamos a localização desses povos
2. Líderes são exemplo Js24.15
no mapa, vemos que Israel e Judá
3. Provação gera restauração Jr9.7 estavam localizadas no meio do
triângulo formado por essas três
nações.
Apesar do perigo, à medida que
o povo de Deus andava em obe­
diência, Deus o protegia dessas
pressões militares estrangeiras.
Contudo, quando se esqueciam da
aliança firmada com Abraão, o Se­
nhor usava essas mesmas nações
para disciplinar o Seu povo (2Rs
17.15). Primeiramente, para ad­
verti-lo e, finalmente, para julgá-lo.

2. Invasão da Assíria. No déci­


mo sexto ano do reinado de Acabe,
jtr
54
Lição 9 -ju ízo sobre ism el ejudá

subiu ao trono da Assíria um grande


rei, chamado Salmaneser III. Com
frequência, suas tropas entravam em
contato com as fronteiras de Israel, Horrível coisa
pois ele estava edificando um grande é cair nas mãos do Deus
império. Porém, antes de sua morte, vivo."
suas conquistas se perderam devido
a conflitos internos.
Os reis que o sucederam - Ti- caram conhecidos como samarita-
glate-Pileser III, Salmaneser V e nos, um povo misto, inclusive na
Sargão II - fizeram da Assíria a religião (Mt 10.5; Jo 4.4).
potência militar e econômica mais
importante de toda aquela região II. QUEDA DO REINO DO SUL
nos quarenta anos seguintes. Is­
rael tornou-se um estado vassalo, 1. Contexto político. Com o
passando a pagar tributo ao país passar dos anos, a Assíria sucum­
dominador para poder continuar biu diante da Babilônia, que tomou
existindo. Finalmente, em 722 a. conta de toda aquela região. O pro­
C, sob o governo de Sargão II, a feta Naum havia predito isso. Níni-
Assíria invadiu o reino de Israel e ve, capital da Assíria, e cidade onde
levou seu povo para o cativeiro, de Jonas havia pregado, foi destruída
onde jamais retornou nem foi res­ pelos babilônios em 612 a.C. (Na
taurado (2Rs 17.23). 3.1,19).
Em seguida, o Egito desafiou a
3. Causas e repatriam ento. 0 Babilônia acerca da possessão da
reino do Norte não quis ouvir as área ocidental do derrotado im­
advertências dos profetas Amós, pério assírio; esta região incluía o
Oseias e Isaías, que predisseram a território onde estava a minúscula
ruína, mas insistiu na vida de pe­ nação de Judá. Mas a Babilônia ven­
cados, sobretudo, idolatria (2Rs ceu no seu conflito com o Egito. E
17.1-18). Agora, pesavam-lhe es­ Judá caiu sob o jugo dos babilônios,
tas duas culpas, suficientes para o como veremos a seguir.
juízo. Sem buscar um genuíno ar­
rependimento, e em face do orgu­ 2. Babilônia. A luta do reino do
lho dos líderes de Israel, Deus per­ Sul contra Babilônia arrastou-se
mitiu que o inimigo os derrotasse. por cerca de vinte anos, o que ob­
Como estratégia militar de do­ servou três fases:
minação, a Assíria estabeleceu ou­ 1) 605 a.C. - Nabucodonosor
tros povos estrangeiros cativos na capturou o rei Joaquim, os prín­
terra vazia de Israel (2 Rs 17.24). cipes (Daniel e seus companhei­
Os descendentes desses povos fi- ros) e os homens valorosos (2Cr

55
Lição 9 - Juízo sobre Israel e Judá

36.5,6; Dn 1.1-6). Algumas vezes um remanescente retornou, e eles


essa fase é chamada de primeiro puderam reconstruir Jerusalém.
cativeiro ou início do cativeiro. Porém, nunca mais a nação des­
2) 597 a.C. - Nabucodonosor frutaria da prosperidade que tive­
tomou o rei jeoaquim e dez mil ci­ ra nos dias de Davi e Salomão.
dadãos proeminentes para a Babi­
lônia (2Rs 24.14-16). III. LIÇÕES A APRENDER
O profeta Ezequiel e o bisavô •

de Mordecai, primo de Ester, tam ­ 1. Deus disciplina filhos. Ape­


bém foram levados cativos nessa sar da eleição de Israel, e toda a
época. sua brilhante história iniciada em
3) 586 a.C. - Jerusalém e seu Abraão, o Senhor disciplinou o Seu
templo foram incendiados e des­ povo. Isto nos fala de duas coisas.
truídos. A maior parte do povo Primeira: Deus trata as pessoas
restante foi levado para a Babilô­ sem acepção. Ele é justo em si
nia (2Rs 25.7-9]. mesmo. Mesmo os anjos, criadas
O tempo do exílio compreen­ em grau superior aos homens, não
deu um total de 70 anos (jr 29.10; ficaram isentos de juízo quando
Dn 9.2). pecaram (2Pe 2.4-9.). Segunda: é a
disciplina que prova a nossa filia­
3. Causas. A queda das tribos ção divina (Hb 12.8).
do Norte foi uma tremenda adver­ Guardar a Palavra no coração para
tência divina para Judá. Por várias evitar o pecado é condição indispen­
razões - incluindo a intervenção de sável e essencial para agradar a Deus.
Deus - Judá e Benjamim não caíram É isso que prova que, de fato, amamos
diante da Assíria naquela mesma a Jesus (SI 119.11; Jo 14.21). É isto que
ocasião (2Rs 19.32-36). O reino do faz a diferença no mundo. Se porven­
Sul falhou, não se arrependendo to­ tura alguém se acha "livre” dessa cor­
talmente, embora houvesse alguns reção durante sua convivência na Igre­
pontos brilhantes de reavivamento ja, é de se indagar se faz mesmo parte
espiritual (2Cr 34.31). do rebanho do Senhor. Para o filho de
Finalmente, o Senhor usou os Deus, o pecado é a exceção; a regra é o
babilônios contra Judá, da mesma andar em santidade (ljo 2.1).
forma que usara a Assíria contra
Israel. As profecias de Isaías e Je­ 2. Líderes são exemplo. A
remias dizem-nos as razões para história de Israel prova quanto a
esse juízo divino (Is 36 - 37). O liderança é importante no desti­
reino do Sul teve um tratamento no de um povo (Js 24.15). Líderes
melhor que aquele dado ao reino são exemplo, para o bem ou para o
do Norte. Foi castigado com tribu­ mal. As tribos do Norte caíram ca­
lação e exílio; mais tarde, porém, tivas bem cedo por causa dos reis

56
Lição 9 Juízo sobre Istvel e Jitdá
-

ímpios que as governaram. Tendo parece apenas castigo, mas não.


autoridade para ensinar as leis Ela não é um ato-fim (Jr 9.7; Hb
divinas, preferiram levar o povo 12.11). A graça se reparte mais
ao culto pagão. Sendo carnais, fal­ generosa com aquele que busca c
tava-lhes visão da verdadeira fé recebe mais perdão. Em havendo
(lR s 12.25-33). E foram punidos sido muito perdoado, um servo
com exílio e morte. desejoso de crescimento receberá
Os líderes em geral devem ser abundante graça para amar mais e,
o exemplo como "padrão dos fiéis" por isto, muito mais se apegará ao
[ITm 4.12; Tt 1.7-9). Em havendo seu Senhor (Lc 7.42,43).
líder de vida exemplar e vivendo em Mesmo vivendo em "cativeiro"
santidade, haverá uma igreja "con­ pessoal por causa da desobediência,
firmada em santidade" (lT s 3.13). depois de algum tempo - havendo já
Existindo líderes que orem e vivam se arrependido e convertido - o filho
o que pregam, existirá um rebanho ou filha de Deus experimentará um
atuante como "sal da terra e luz do tempo de refrigério e restauração.
mundo" do lado de fora do templo
(Mt 5.13,14). Cada líder, não impor­ - “ \
ta sua posição ou nível de responsa­ APLICAÇÃO PESSOAL
bilidade, haverá de prestar contas a
Deus [Hb 4:13). Pode chegar um tempo em que
você se sinta refém dos problemas.
3. Provação gera restauração. Antes de qualquer coisa, é neces­
Apesar dos graves juízos sobre Is­ sária uma análise do modo como
rael, Deus não destruiu o Seu povo. está vivendo na presença de Deus.
Os exílios tinham objetivo peda­ Não havendo pecados, procure in­
gógico e visavam à restauração vestigar causas naturais. Se você se
do povo, como veremos na lição encontrar em falta com o Senhor,
seguinte. A provação da nossa fé peça-lhe perdão, levante-se e volte a
produzirá servos mais amadure­ seguir o Mestre.
cidos. Em princípio, a disciplina V _ ___________________________ J

BENEFÍCIOS DO CATIVEIRO
» Purificação da idolatria.
» Uma nova forma de adoração.
» Uma ideia superior de Deus.
» Uma miraculosa preservação de um povo.
» Um esforço para preservar as Escrituras.

57
Lição 9 Juízo sobre Israel eJuclá
-

RESPONDA
1) Q ual o primeiro Reino d e Israel a ser subjugado?

2) Q u e nação invadiu o Reino do Norte?

3) Q u e nação invadiu o Reino do Sul?

y ______________________ _______________________________ y

VOCABULÁRIO:
• Proeminente: elevado acima do comum.

ASSÍRIA

NINIVE

SIRIA

Mar Mediterrâneo
BABILÔNIA

ISRAEL

EGITO Golfo
Pérsico

Livro: “ Panoram a do A n tig o T es tam e n to ” (IC I, S ã o Paulo, 2 0 0 8 , pags. 2 0 5 ).

58
Estudada e m ___ /___ /

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - SI 137.1
Vivamos em comunhão
T erça-Is 49.15
Temos um Pai
Quarta - Jr 29.7
Oração pela cidade
Quinta - Dn 2.48
Reconhecimento
Sexta-SI 103.9
Cessará toda prova
TEXTO ÁUREO Sábado-Jr 33.3
"P rocu rai a p a z da c id a d e p a r a Deus responderá
o n d e vos d esterrei e o r a i p o r ela
a o SENHOR; p o rq u e na su a p a z
vós tereis paz." Jr 2 9 .7
LEITURA BÍBLICA
Jerem ias 2 9 .4 -7
4 Assim diz o SENHOR dos Exér­
V e r d a d e Prática citos, o Deus de Israel, a todos os
A lib e r d a d e q u e vem d e D eus exilados que eu deportei de Jeru­
n ão se su b m ete a o salém para a Babilônia;
cativ eiro físico. 5 Edificai casas e habitai nelas;
'■Ti/'T,'; plantai pomares e comei o seu
fruto.
6 Tomai esposas e gerai filhos e fi­
lhas, tomai esposas para vossos fi­
lhos e dai vossas filhas a maridos,
para que tenham filhos e filhas;
multiplicai-vos aí e não vos dimi­
nuais.
7 Procurai a paz da cidade para
onde vos desterrei e orai por ela
ao SENHOR; porque na sua paz vós
tereis paz.

Hinos da Harpa: 36 - 02 - 204


v __________ _______________

59
Lição 1 0 - 0 Reino em Cativeiro

— ■ “ — \ INTRODUÇÃO
O REINO EM CATIVEIRO
Na lição de hoje, estudaremos
alguns aspectos do cativeiro ba­
INTRODUÇÃO bilónico. Veremos que, por amor
ao Seu povo, mesmo em tempos
I. O CATIVEIRO de crise, Deus enviou Seus profe­
tas com uma mensagem à nação e
1. Propósitos divinos is 49.15 ainda preservou um remanescen­
2. Características }r29.4-7 te fiel. Estudaremos Daniel, Eze-
quiel, Jerem ias e Ester.
3. Liberdade no cativeiro Et 103
I. O CATIVEIRO
II. LÍDERES
O cativeiro foi uma ação de
1. Daniel e amigos Dn2.48,49 Deus na história de Seu povo, para
2. Ezequiele Jeremias Ez3.i0-U corrigi-lo e libertá-lo das mazelas
do pecado e da idolatria, a fim de
3. Ester eMordecai Et2.7,17 restaurá-lo a uma superior espe­
rança.
III. RESULTADOS DO CATIVEIRO
1. Propósitos divinos. A des­
1. Cura da idolatria êx203-5 truição de Jerusalém e do Templo
2. Maior liberdade para adorar Mt423 devem ter parecido o fim do mun­
do para os judeus devotos. Era a
3. Remanescente fiel 2Rsl93l ruína de todas as suas esperanças
e o aparente triunfo dos ímpios.
•>

APLICAÇÃO PESSOAL A primeira vista, todo o processo


divino, iniciado com a chamada
de Abraão e com o seu apogeu no
êxodo do Egito, estava destruído
(Gn 12; Êx 12). Porém, Deus não
se esquece de Seu povo (Is 49.15).
Os escritos contemporâneos do
cativeiro e da sequência históri­
ca de Israel mostram-nos que o
Senhor estava velando pelas Suas
promessas.

2. C aracterísticas. Através
dos livros de Ester, Jeremias,

60
Lição 1 0 - 0 Reino em Cativeiro

Ezequiel e Daniel - intimamente durante o cativeiro deles. Levan­


associados aos anos de exílio - tou entre eles alguns líderes pode­
conhecemos as principais caracte­ rosos no Espírito.
rísticas dos cativeiros babilónico e
medo-persa. Os cativos judeus fo­ 1. Daniel e amigos. Provenien­
ram estabelecidos em colônias em te do reino de Judá, Daniel era um
diversas localidades do império jovem príncipe que não demorou a
babilónico. Um desses grupos, no ser favorecido por Nabucodonosor,
qual estava Ezequiel, ficava perto rei da Babilônia, juntamente com
do rio Quebar (Ez 1.1). Outros gru­ seus três amigos: Hananias, Misael
pos formaram núcleos especiais e Azarias (Dn 2.48,49). O livro que
em cidades maiores, incluindo a leva seu nome é repleto de profe­
própria Babilônia e a cidadela de cias e informações históricas. Deus
Susã. Jeremias registrou expres­ permitiu que Daniel predissesse
sas recomendações de Deus sobre a respeito dos futuros reinos da
como Seu povo deveria proceder Terra, contemplando o vindouro
no exílio (Jr 29.4-7). Messias, tanto em Seu sofrimento
quanto em Seu triunfo final.
3. Liberdade no cativeiro. Do Em Daniel e seus três amigos,
ponto de vista social, os judeus temos os exemplos atuais para
casavam-se, cultivavam o solo e jovens cristãos que desejam con­
tornavam-se negociantes e comer­ quistar um padrão de excelência
ciantes. Chegaram a possuir resi­ na fé e de respeito perante a so­
dências e aparentemente desfru­ ciedade. Jovens cultos, convictos
tavam de tanta liberdade quanto de sua fé, determinados a rejeitar
qualquer outro habitante natural. os favores do mundo para agra­
Alguns foram elevados a posições dar a Deus (Dn 1.17,21). Em todos
de grande autoridade dentro des­ os tempos, o Senhor está sempre
ses impérios (Dn 2.48; Et 10.3). recrutando fiéis para lhes dar as­
Naturalmente, porém, não esta­ sento entre os príncipes da Terra
vam felizes, pois eram cativos em (lSm 2.8). Para isso, o requisito
uma nação estrangeira. Sua nação, número um é a integridade do ca­
a capital e seu templo jaziam de­ ráter (SI 37.18; lTm 4.12).
solados. 0 Salmo 137 é uma como­
vente descrição de seus sentimen­ 2. Ezequiel e Jerem ias. Eze­
tos naquele período. quiel e Jeremias são dois profe­
tas proeminentes e servem como
II. LÍDERES referência de liderança espiritual
em tempo de crise. Ezequiel era
Deus não deixou Seu povo dis­ um jovem sacerdote. Deus o levan­
perso sem uma mensagem divina, tou para testemunhar aos cativos

61
Lição 1 0 - 0 Reino em Cativeiro

(Ez 3.10-11). Quando ele começou medo-persas, sob o reinado de


a ministrar, Jerusalém e o Templo Assuero (título real que signifi­
ainda não haviam sido totalmente ca "venerável"). Esse Assuero é o
destruídos. Durante quatro anos e mesmo Dario, esposo de Ester (Dn
meio, Ezequiel anunciou a m ensa­ 6.1; Et 1.1). Seu filho Ciro, coman­
gem de um julgamento vindouro. dante do exército, derrotou Babi­
Então se retirou por dois anos, até lônia no final dos 70 anos de exílio
que a capital de Judá fosse destruí­ (Dn 5.31). Dois anos depois, Ciro
da. 0 cumprimento dessa predição reinou em seu lugar e libertou o
mostrou que ele era um homem povo.
de Deus. Posteriormente, o Senhor Foi seguindo orientação de Mor­
permitiu a Ezequiel receber mara­ decai que Ester habilitou-se a tor­
vilhosas visões do futuro reino do nar-se rainha de Assuero (Et 2.17).
Messias e do glorioso futuro reser­ Quando o mau Hamã planejou o
vado para todo o verdadeiro povo genocídio do povo judeu, Mordecai
de Deus (Ez 3 -7 ;3 7 ;4 7 ). entra outra vez em cena e orienta
Jeremias continuou escrevendo Ester que, em submissão a Deus e
e profetizando durante esse tempo demonstrando coragem incomum,
(Jr 5.23). Tinha elevado prestígio teve atuação decisiva para que os ju­
perante o povo. Por alguma razão, deus fossem poupados da destrui­
foi-lhe permitido permanecer em ção (Et 8). A história de Mordecai e
Judá. Depois, foi levado pelos israe­ Ester mostra a providência divina
litas que fugiram para o Egito. Sua em favor de Seu povo.
mensagem também continha enco­ Servos colocados pelo Senhor
rajamento e esperança de restau­ em postos importantes da socie­
ração. Predisse a volta dos exilados dade não devem ser condescen­
a Jerusalém (Jr 29-31). É conheci­ dentes com "a amizade do mundo"
do como o "profeta das lágrimas'1. na hora decisiva da fé (Tg 4.4).
Marcou tanto o psiquismo coletivo
da nação que, seis séculos depois, o III. RESULTADOS DO
próprio Jesus foi identificado como CATIVEIRO
'"Jeremias" (Mt 16.14).
Embora os anos de cativeiro
3. E ster e M ordecai. Ester, fossem amargos e difíceis, houve
outra importante personagem do muitos resultados bons daqueles
período do cativeiro, foi grande­ sofrimentos, dentre os quais des­
mente influenciada pelo benja- tacamos os três benefícios abaixo:
mita Mordecai, seu primo e "pai
adotivo" (Et 2.7). Ester e Mordecai 1. Cura da idolatria. Este foi
viveram na época em que o impé­ um dos grandes ganhos espirituais
rio babilónico foi derrotado pelos de Israel durante o cativeiro, quan-

62
Lição 1 0 - 0 Reino em Cativeim

do os judeus atentaram definitiva- de governar o mundo tornou-se


mente para essa parte do Decálogo mais real para eles.
(Êx 20.3-5). Em terra estranha, os
judeus tomaram consciência da 3. Rem anescente fiel. O cati­
presença de Deus de uma nova ma­ veiro revelou um remanescente
neira. Diferente dos deuses pagãos fiel, preservado de modo sobre­
- como os da Assíria, Babilônia e natural por Deus, para que retor­
Egito - que deixavam de existir nasse a Jerusalém. Esses judeus
quando suas nações sucumbiam, o não foram absorvidos no meio da
Deus de Israel continuava tão pode­ população da terra do seu cativei­
roso como sempre. O povo de Deus ro, como havia sucedido a outros
viu que as predições divinas foram povos conquistados. Cumpriu-se a
cumpridas e experimentaram Suas promessa (2Rs 19.31). Junto com
bênçãos. O castigo transformou-se esse resultado, tivemos também
em grande vitória espiritual. Nunca um esforço para reunir e preser­
mais demonstraram nenhuma ten­ var os escritos sagrados que ha­
dência para a idolatria. viam sido inspirados por Deus.
Esse resultado, sem dúvida, trouxe
2. Maior liberdade para ad o ­ grandes benefícios para todos nós.
rar. Visto não haver templo ou Com o passar dos anos, o povo
tabernáculo na terra de seu cati­ tomou consciência dos grandes
veiro, os israelitas começaram a propósitos de Deus ao permitir que
reunir-se para ler e discutir suas eles sofressem o juízo e o cativeiro.
próprias Escrituras. Esse foi o Haviam aprendido uma maravilho­
começo da Sinagoga, lugar de re­ sa lição, embora a um alto preço.
união e adoração, onde o povo
era ensinado de um modo que fo­
mentava um relacionamento mais
f I ~ A
APLICAÇÃO PESSOAL
próximo entre si (Mt 4.23). Essa
nova forma de adoração foi manti­ Há ocasiões em que a deso­
da mesmo depois da reconstrução bediência ao Senhor produz cir­
do templo. Isso fortaleceu grande­ cunstâncias muito desagradáveis.
mente a fé do povo dc Deus. Contudo, devemos saber que a
O conceito da onipresença di­ provação é para o aperfeiçoamen­
vina foi ampliado, pois agora, ex­ to da fé. A disciplina de Deus per­
pulsos da Palestina, os israelitas tence a Seus filhos e filhas. Assim,
não concebiam mais a sua terra e perseverando em oração e ape­
seu templo como único lugar onde gando-se à Palavra, mantenhamos
Deus habitava. As profecias mes­ firme a confissão, pois quem fez a
siânicas ganharam mais receptivi­ promessa é Fiel.
dade. A ideia de que Deus haverá V_____ ________ J
63
Lição 10 - 0 Reino em Cativeim

_
• Medo-Persa
• Babilónico

IMPÉRIOS DO TEMPO
DO CATIVEIRO AO PERÍODO
INTERTESTAMENTÁRIO

RESPONDA
1) Q ue im p o rta n te esp aço de culto n a sce u d u ra n te o c a tive iro de Israel?

2 ) Q u a l urrTdos g ra n d e s g a n h o s e s p iritu a is de Israel d u ra n te o cative iro ?

3) Q u e p ro feta d e sse p e río d o ta m b é m e ra sa ce rd o te ?

V______________________
V O C A B U L Á R IO
* Remanescente: que resta.
* Condescendente: aquele que consente, anui.

64
Estudada e m ___ /___ /

LIÇÃO 11 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Ne 2.3
O RETORNO DO Atitude patriota
Terça - Sl 30.5
Um novo dia
CATIVEIRO Quarta - Gn 12.3
Promessas fiéis
Quinta - Hb 12.11
Depois da prova
Sexta - Tg 1.3
0 fruto da tribulação
TEXTO AUREO Sábado - Is 40.31
'‘Toda a c o n g r e g a ç ã o d o s q u e Deus nos renova
tin ham voitudo do ca tiv eiro f e z
c a b a n a s e n elas habitou ...e hou ve
mui g r a n d e a l e g r i a N e 8.17
LEITURA BÍBLICA
Neemias 8 .1 6 -1 8
16 Saiu, pois, o povo, trouxeram os
ramos e fizeram para si cabanas,
cada um no seu terraço, e nos seus
pátios, e nos átrios da Casa de Deus,
e na praça da Porta das Águas, e na
praça da Porta de Efraim.
17 Toda a congregação dos que ti­
nham voltado do cativeiro fez caba­
nas e nelas habitou; porque nunca
fizeram assim os filhos de Israel,
desde os dias de Josué, filho de
Num, até àquele dia; e houve mui
grande alegria.
18 Dia apos dia, leu Esdras no Li­
vro da Lei de Deus, desde o primei­
ro dia até ao último; e celebraram
a festa por sete dias; no oitavo dia,
houve uma assembleia solene, se­
gundo o prescrito.

Hinos da Harp3-107 - 61 -459


v______ ET_____ _T
65
Uçüo 1 1 - 0 Retom o do C ativeiro

( \ INTRODUÇÃO
O RETORNO
DO CATIVEIRO Chegamos a um momento im­
portante no estudo do Antigo Tes­
tamento, segundo a ordem cro­
INTRODUÇÃO nológica dos fatos. 0 retorno do
cativeiro inaugurou um novo tem­
L PROPÓSITOS DA RESTAURAÇÃO po para Israel. Estudemos Esdras
e Neemias.
1. Aliança abraâmica Gn 12.1-2

2. Israel em evidência Gnl2.3 I, PROPÓSITOS DA


RESTAURAÇÃO
3. Preparação para o Messias D tw w

1. Aliança ab raâm ica. Deus


II. O FATOR CIRO fizera uma aliança perpétua com
1. 0 Império Persa Ed 1.1-2 Abraão, acerca de sua família e
seus descendentes (Gn 12.1-2).
2. Ciro, ungido de Deus Is4428 Posteriormente, Deus repetiria
3. Predições impressionantes Is45.i a promessa a Davi, reforçando-a
ainda mais. Deus jamais permiti­
ria que Seu povo se perdesse em
III. EXPEDIÇÕES
meio à queda e à derrota de reinos
1. Primeira expedição Edl-6 terrestres. De fato, o tempo duran­
te o qual o mundo foi controlado
2. Segunda expedição Ed 7.11-26
pelos impérios do Oriente chegara
3. Terceira expedição Ne2 ao fim.
A Pérsia foi o último grande
APLICAÇÃO PESSOAL império oriental. Terminou sen­
do dominado pelo império ma-
cedônio, o primeiro grande reino
do Ocidente. Se a nação judaica
tivesse continuado no cativeiro,
no Oriente, certamente não teria
sobrevivido ante o declínio dos
poderes orientais.

2. Israel em evidência. Deus


pôs os judeus no centro dos acon­
tecimentos mundiais - bem no
meio do Mundo Antigo e do Novo
Mundo. Assíria, Babilônia e Pérsia,

66
Lição 1 1 - 0 Retomo do C ativeiro

ra na efervescência da mudança
histórica rumo ao Ocidente. Mais
É som ente olhando para tarde, Grécia e Roma estariam no
Deus que conseguimos domínio do mundo. Então, o pla­
avistar um dia claro no divino para a manifestação do
e tranquilo adiante, Messias ou Ungido vai se tornando
quando estam os no meio mais claro (Dt 18.18; SI 2.2). Jesus
da escuridão de uma nasce na “plenitude do tempo" (G1
torrente" 4.4). Agora, em tendo vindo o Mes­
sias, a marcha da Igreja aponta
para a derradeira hora do relógio
grandes potências do passado, ti­ de Deus (Mt 25).
nham cessado de existir. A preser­
vação do povo de Deus em meio a II. O FATOR CIRO
guerras, que destruíram totalmen­
te os grandes impérios orientais, é 1. O Im p ério Persa. Em 538
um grande milagre! Isso nos mos­ a.C., a Babilônia - o poderoso im­
tra que até mesmo os mais podero­ pério de Belsazar e sua fortificada
sos impérios podem declinar e su­ cidade - caiu diante de Ciro, filho
cumbir. Porém, Deus e Sua Palavra, de Dano (título que significa “man­
Sua causa e aqueles que Ele salva, tenedor"), rei da Pérsia, no mesmo
jamais perecerão! Israel tinha a dia em que uma mão escreveu
missão de abençoar todas as famí­ mensagem de juízo na parede do
lias da Terra (Gn 12.3). palácio babilónico (Dn 5.25,31).
Conforme os profetas haviam Dario é o mesmo Assuero, que go­
predito, o reino de Deus estava vernou sobre 127 províncias (Et
destinado a espalhar-se por toda a 1.1; Dn 6.1). Alguns historiadores
Terra. Hoje, somos “povo de Deus" afirmam que foi Xerxes (4 8 5 -4 6 4
e o cumprimento vivo dessa profe­ a.C.) quem tomou Babilônia, mas
cia, podendo testificar a todos que ele era neto de Ciro e reinou cerca
o plano divino quanto ao advento de 50 anos depois deste.
do Messias é uma verdade consu­ O próprio Ciro assume o título
mada da qual fazemos parte. de seu pai “Dario", quando come­
ça a reinar, e reverte a política dos
3. P rep aração para o Mes- assírios e dos babilônios em geral,
*

sias. E impressionante quanto Is­ liberando os judeus cativos para


rael tem permanecido em evidên­ retornarem à sua terra (Dn 9.1; Ed
cia durante os séculos. Foi Deus 1.1). Biblicamente, porém, o que
quem fez isto, e é maravilhoso aos Ciro fez em relação à restauração
nossos olhos! Passada a fase do dos judeus foi muito além de mera
cativeiro, os judeus estavam ago­ deliberação política (Ed 1.1-2). Ele

67
Lição 1 1 - 0 Retomo do C ativeiro

fora levantado por Deus para cum­ • O exército babilónico não lu­
prir a Sua palavra em benefício do taria (Jr 51.30; ís 13.1,7).
Seu povo! Ocorreu que, fora de Babilônia,
os homens de Ciro desviaram o
2. Ciro, ungido de Deus. Deus curso do rio Eufrates, baixando o
usou Ciro para dar início ao pro­ nível das águas. Então, com água
cesso de retorno e restauração de pela coxa, os soldados caminharam
Israel. Ele expediu um importante pelo rio até os portões, que haviam
decreto a respeito da reconstrução sido deixados abertos, e encontra­
do Templo. 0 profeta Isaías chama­ ram pouca resistência ao capturar
ra Ciro pelo nome 150 anos antes Babilônia. Segundo os historiado­
de seu nascimento, provando que res gregos Heródoto e Xenofonte,
Deus é o Spnhor absoluto do tem­ os babilônios confiavam tanto nas
po [Is 44.28; 45.1). Esse importan­ "inexpugnáveis" defesas da cidade
te profeta messiânico intitula Ciro que, na noite do ataque, os "gran­
de "ungido", ou seja, separado por des do reino" se banqueteavam
Deus para uma missão especial. numa grande festa, incluindo o rei
ü historiador Flávio Josefo Belsazar (Dn 5.1-25).
afirma que Ciro libertou os judeus
quando lhe mostraram essa pro­ III. EXPEDIÇÕES
fecia de Isaías 45, o que o levou a
exaltar grandemente o Todo-Po- 1. P rim eira expedição. O
deroso [Ed 1.1-4). Este conheci­ processo do retorno de Israel e
mento de Deus foi dado a Ciro por da reedificação cobriu cerca de
sua mãe, a judia rainha Ester, além 100 anos, no total. Além de Ciro,
de Mordecai e Neemias. outros reis persas também foram
envolvidos. Durante aqueles cem
3. Predições im p ressio n an ­ anos houve três grandes expedi­
tes. As profecias de Isaías concer­ ções de judeus a Israel. Os livros
nentes ao levantamento de Ciro de Esdras e Neemias descrevem
foram registradas cerca de 200 esses eventos. Durante a primei­
anos antes de este expedir a or­ ra expedição, o número daqueles
dem para reedificação de Jerusa­ que foram contados entre os que
lém. Observe os detalhes abaixo: retornaram em companhia de Zo-
• Ciro conquistaria Babilônia e robabel talvez incluísse apenas
libertaria os judeus [ís 44.28; 45.1). os chefes das famílias (Ed 1 - 6).
• 0 rio Eufrates secaria, abrin­ A viagem foi difícil e ocupou pelo
do caminho para o exército de Ciro menos quatro meses (Ed 7.9). Co­
(Is 44.27). meçou a reconstrução do Templo
• Os portões da cidade seriam (Ed 3). Houve grande oposição por
deixados abertos (Is 45.1).

6 8
Uçõo 11 - 0 Retorno do Cat iveiro

parte dos adversários e, durante ao rei para liderar a reconstrução


16 anos, a reconstrução esteve da cidade. Artaxerxes atendeu ao
paralisada (Ed 4). O Templo foi seu pedido. Assim Neemias viajou
terminado e dedicado em cerca de para Jerusalém, acompanhado por
516 a.C. (Ed 6.16). uma escolta de soldados enviada
pelo rei (Ne 2). Sua posição, jun­
2. Segunda expedição. Esdras, tamente com seu caráter piedoso,
escriba e sacerdote, foi o líder da possibilitou-lhe fortalecer muito
segunda expedição que partiu de os judeus.
Babilônia para [erusalém cerca de As muralhas de Jerusalém fo­
sessenta anos depois que o Tem­ ram reconstruídas no espaço de
plo fora reconstruído (Ed 7). Ele apenas cinquenta e dois dias, a
chegou munido de cartas da parte despeito da oposição dos adversá­
do rei Artaxerxes, ordenando que rios dos judeus (Ne 6.15). Depois
os oficiais locais oferecessem pro­ que as muralhas foram reergui­
teção e ajuda material ao povo de das, Neemias tomou medidas para
Deus, e dando-lhe plenos poderes estabilizar e aumentar o número
para cumprir o mandado do rei e de residentes de Jerusalém (Ne
de Deus (Ed 7.11-26]. 7.4,5; 11.1-2). Providenciou para
Esdras era descendente da que os judeus ricos cessassem de
casa de Arão, e vinha com uma oprimir os pobres, além de ter
missão acima de tudo espiritual. feito outras reformas (Ne 5.10).
Trouxe em sua companhia um Porém, sua maior obra foi o resta­
certo número de sacerdotes. Ao belecimento da vida nacional dos
chegar, encontrou lamentáveis judeus sobre o fundamento da Lei
abusos na adoração e na prática (Ne 10.28-39).
do povo que já havia se estabe­
lecido em Jerusalém [Ed 9-10). r .............. ..........._ a
Fez cessar esses abusos e iniciou APLICAÇAO PESSOAL
muitas reformas.
Se você passar por uma grande
3. Terceira expedição. Nee- provação por causa de indisciplina
mias é um dos maiores perso­ espiritual ou pecado, não esmoreça:
nagens da Bíblia. Na condição Deus é amor! Ele ama e corrige! A seu
de copeiro do rei Artaxerxes, ele tempo, o Senhor restaurará Suas pro­
ocupava elevada posição na cor­ messas para você. Arrependa-se, re­
te persa. Por causa de seu ofício, construa seus "muros” de santificação.
exercia grande influência política. Conserte o altar. Volte-se para a Pala­
Ele fora informado que não eram vra, crendo que "a glória da segunda
boas as condições vigentes em Je­ casa será maior do que a da primeira”.
rusalém. Então, pediu permissão

6 9
Lição 1 1 - 0 Retorno do C ativeiro

RESPONDA
1 ) Em quantas expedições ocorreu o retorno de Israel?

2 ) Q u e líder foi importante na reconstrução dos muros de Jerusalém ?

3 ) Por que Deus chamou Ciro de “ungido"?

V O C A B U LÁ R IO :
• Intempestivo: fora do tempo.
• Plenitude: estado do que é completo.

CRONOLOGIA DO RETORNO DO CATIVEIRO

Xa RETORNO 2D RETORNO 3o RETORNO


Retorno dos Esdtas chega Neemias ree­
exilados com OBRA CONCLUÍDA a Jerusalém difica os
ZorobabeL O Templo é com um total muros, acom­
No 7 o mès construído. de 1758 panhado por
edificam o homens mais uma escolta
OBRA os seus bens militar e
altar e ofere­
RETOMADA arquitetos.
cem sacrifi-
cos. Total de Reinicio das
49-967 obras por
homens. repreensões
feilas pelos
profetas RAINHA
Ageu e
ESTER
Zacarias.
Ester e NEEMIAS
w OBRA coroada Neemias
rainha do regressa á
PARALISADA
império. Babilônia
Iniciam-se as
obras do
Templo,
mas são
interrompidas
pouco tempo
depois.

f ■ - ' 59 ANOS
1
| ÔO ANOS H ANOS j

94 ANOS

70
Estudada e m ___ /___ /

LIÇÃO 12 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Ag 1.9
Valorizemos o templo
PROFETAS DA Terça - Zc 4.6
É Deus quem opera
RESTAURAÇÃO Quarta - Ag 2.9
Deus nos surpreende
Quinta - Zc 1.15
Deus julgará os ímpios
Sexta -SI 80.18
Restauração
T exto á u reo Sábado-M t 6.33
"N ão p o r fo r ç a nem p o r p od er, Deus honra os fiéis
m a s p e lo m eu E spírito, diz o
S en h o r d os E x é r c i t o s Zc 4.6
LEITURA BÍBLICA
Zacarias 4 .4 -7
4 Então, perguntei ao anjo que
falava comigo: meu senhor, que é
isto?
5 Respondeu-me o anjo que falava
comigo: Não sabes tu que é isto?
Respondi: não, meu senhor.
6 Prosseguiu ele e me disse: Esta
é a palavra do Senhor a Zorobabel:
Não por força nem por poder, mas
pelo meu Espírito, diz o Senhor
dos Exércitos.
7 Quem és tu, ó grande monte?
Diante de Zorobabel serás uma
campina; porque ele colocará a pe­
dra de remate, em meio a aclama­
ções: Haja graça e graça para ela!

Hinos da Harpa: 151 - 227 - 65

71
Lição 1 2 Projetas du Restauração
-

\ INTRODUÇÃO
PROFETAS DA
RESTAURAÇÃO Estudaremos hoje sobre a im­
portância do ministério profético
INTRODUÇÃO durante a reconstrução de Jerusa­
lém, com algumas aplicações à nossa
I. A MENSAGEM DE AGEU vida. Estudaremos Ageu e Zacarias.

1. Contexto Ag 1.8 I. A MENSAGEM DE AGEU


2. Repreensão Agi.io-u
Ageu aborda a tarefa de re­
3. A segunda casa Ag 2.9 construção e o renascimento espi­
ritual de Israel e das enormes re­
II. A MENSAGEM DE ZACARIAS sistências que havia no caminho.

1. Contexto Zci.16 1. Contexto. Havia interesses


2. Zelo por Jerusalém Zct7-17 externos que não queriam ver a
obra de Deus restaurada. E havia
3. No poder do Espírito Zc4.6 pessoas da própria comunidade
judaica que facilmente se deixa­
III. LIÇÕES A APRENDER vam desencorajar. Porém, nesse
tempo de reedificação, Deus en­
1. Primeiro o Reino Mt6.33 viou um "recado" ao Seu povo.
2. A graça supera a culpa Zc3.5-9 Tanto Ageu quanto Zacarias pro­
fetizaram durante os anos em que
3. A vitória vem de Deus Zc4.6 o Templo estava sendo recons­
truído (Ag 1.8). As mensagens
APLICAÇÃO PESSOAL deles foram muito significativas
para seus contemporâneos e tam­
bém encerravam admiráveis dis­
cernimentos acerca do futuro e
preciosas lições para todo o povo
de Deus através dos tempos.

2. Repreensão. 0 trabalho de
reconstrução do Templo havia ces­
sado fazia quase dez anos quando
Ageu entregou sua primeira men­
sagem. Ele repreendeu o povo por
sua falta de interesse pela casa do
Senhor (Ag 1). Há uma clara ordem

72
Lição 12 Profetas do Restauwção
-

de Deus para que o povo trabalhe


em prol do Templo (Ag 1.8), A de­
sobediência explica uma série de
provações, sobretudo a seca (Ag Em tempos de crise,
I . 10-11). Como resultado, Zoro- Deus erguerá vozes
babel - descendente de Davi e go­ proféticas para anunciar
vernador de Jerusalém na época do e apressar a nossa
fim do exílio babilónico - entusias­ restauração."
mou-se juntamente com Josué, fi­
lho do Sumo-Sacerdote Jozadaque.
1. Contexto. A reconstrução,
3. A segunda casa. O Senhor que fora iniciada após os judeus
encorajou o Seu povo a prosseguir, terem correspondido à mensagem
pois passado o entusiasmo inicial, de Ageu, havia cessado novamente
Israel desanimou-se novamente. (Zc 1.16). Foi durante esse tempo
A nação, fragilizada pelos setenta que Zacarias teceu uma série de
anos de cativeiro, não podia esque­ oito visões acerca das razões peias
cer o magnífico Templo construído quais havia cessado a reconstrução
por Salomão. Agora, sem os fartos (Zc 1 - 8 ) . Também lhe foram reve­
recursos daquela época, as pessoas ladas algumas gloriosas promessas
viviam comparando-o às ruínas acerca do futuro (Zc 9 - 1 4 ) .
que precisavam reerguer. Foi nes­ Além dessas visões, Zacarias
se contexto que, trabalhando uma ainda recebeu outras, como a do
mensagem profética visual, Ageu homem com um prumo na mão
mostrou ao povo que a glória da se­ (2.1-5). Nessa visão, foi predito
gunda casa (ou templo) superaria a que chegaria o tempo em que Je­
glória da primeira (Ag 2.9). rusalém seria plenamente habita­
Eles não precisavam se am ar­ da. Nessa primeira porção do livro
gurar nem desanimar, pois do de Zacarias também é importan­
Senhor era a prata e o ouro, e Ele tíssima a profecia sobre o "Reno­
também lhes daria a paz (Ag 2.7- vo" justo, do qual Josué era uma
9). Isto é muito interessante, pois figura simbólica (Zc 6.12-13).
mostra quanto Deus cuida de cada
geração do Seu povo. 2. Zelo por Jerusalém. A men
sagem de Zacarias na "visão dos
II. A MENSAGEM DE cavalos" fala de um amor especial
ZACARIAS que o Senhor tem por Jerusalém (Zc
1.7-17). Assim como um Pai amoro­
O livro de Zacarias contém al­ so, que disciplina seus filhos para o
gumas das mais importantes pro­ crescimento, Deus se dirige à capital
fecias de todo o Antigo Testamento. de Seu povo. O Senhor se mostra ira-

73
Lição 12 Profetas da Restauração
-

do contra as "nações em descanso"


(Zc 1.15). Esses são os reinos que ha­
viam prevalecido contra Jerusalém
(Is 10.5; 47.6; Jr 25.9). O Senhor fala Restauremos o altar de
palavras consoladoras e boas sobre Deus em nossa vida,
a restauração de Jerusalém e revela então vejamos o Senhor
grande amor por essa cidade, aqui descer e abençoar nosso
representativa de todos os filhos de caminho."
Israel (Zc 1.13,17). Esse amor espe­
cial por Jerusalém é um tipo perfeito
do grande amor do Pai pela humani­ tura de Cristo e refletirmos a Sua
dade (Jo 3.16; Lc 15.11-32). imagem (2Co 3.18).

3. No poder do Espírito. 0 ca­ III. LIÇÕES A APRENDER


pítulo 4 de Zacarias encerra um dos
textos mais conhecidos da Bíblia (Zc Jesus disse: "Ninguém que, ten­
4.6). De uma beleza e profundidade do posto a mão no arado, olha para
ímpar, essa palavra foi dirigida a Zo- trás é apto para o reino de Deus"
robabel, o restaurador do templo. (Lc 9.62). As mensagens de Ageu
0 desafio era imenso. "Montanhas" e Zacarias nos dão conta de que os
desafiavam a coragem e a fé daque­ líderes haviam "olhado para trás",
les que ousavam pôr de pé a antiga desanimados diante das circuns­
glória de Israel (Zc 4.7). Mas essas tâncias e cessado a reconstrução
montanhas (que podem significar do Templo. Nisso, encontramos
também grandes montes de escom­ importantes lições:
bros que ficaram ao redor do antigo
templo, por ocasião da destruição 1. Prim eiro o Reino. Por oca­
587 a. C.) haveriam de ser transpos­ sião do retorno, alguns judeus se
tas pelo poder de Deus. À semelhan­ tornaram prósperos na Palestina.
ça de Jerico, não haveria emprego Logo magníficas mansões despon­
de força humana ou qualquer tipo taram sob o céu de Jerusalém, ao
de violência, mas apenas o poder do passo que a Casa de Deus perma­
Espírito. necia em ruínas. Deus os adverte
É somente pelo Espírito que severamente, mostrando que essa
o povo de Deus, especialmente a atitude mesquinha, ao fim e ao
Igreja, em qualquer tempo e cir­ cabo, estava pavimentando a sua
cunstância, pode avançar em suas própria ruína (Ag 1.6). Isso nos re­
verdadeiras conquistas espiri­ mete à gloriosa missão que a Igre­
tuais. É pelo mesmo Espírito que ja tem a cumprir, para a qual, em
somos "transformados de glória certa medida, precisa de recursos
em glória" até alcançarmos a esta- financeiros. Portanto, a mensagem

74
Lição 12 Profetas da Restauração
-

de Deus continua clara: "Buscai um destrutivo senso de impotência


primeiro o Reino de Deus, e a sua e futilidade. Sentiam que estavam
justiça, e todas as demais coisas vos fazendo algo que, na realidade, não
serão acrescentadas" (Mt 6.33). tinha importância. Porém, Deus não
somente reivindica Jerusalém como
2. A graça supera a culpa. Como Sua cidade, mas também envia
resultado da desobediência e do pe­ uma mensagem de encorajamento
cado, o povo sofrera um severo casti­ a Zorobabel e aos demais, indican­
go. Com efeito, a percepção da culpa e do que a vitória não contemplaria
condenação estava latente no coração meios humanos, mas seria "pelo
do povo, que facilmente desanimava meu Espírito" (Zc 1.17; 4.6).
diante dos enormes desafios da re­ No início da campanha para
construção. Nesse meio tempo, Deus a conquista de Canaã, os líderes
demonstrou, numa visão, a Sua graça de Israel também se viram impo­
para dissipar tamanha culpa. tentes e fúteis "como gafanhotos”
Zacarias tem a visão do Sumo- (Nin 13.33). Do mesmo modo, a
-Sacerdote Josué vestido em trajes vitória não poderia ser à parte do
imundos, acusado por Satanás. Senhor e confiando no braço do
Mas as vestimentas sujas de Josué homem, mas na força que Deus
foram mudadas e ele vestiu rou­ supre (Js 2.24; Jr 17.5; IPe 4.11).
pas novas e limpas. Ou seja, Deus É assim também com a Igreja,
promete remover a culpa da terra que só tem sido vitoriosa através
(Zc 3.5-9). Pura graça! Graça que dos séculos porque é edificada pelo
restaura e levanta, que confere próprio Senhor Jesus (Mt 16.18).
senso de valor e utilidade. Muitos se esforçam por "fazer uma
Isso nos ensina que o cair é do obra para Deus", esquecendo-se
homem, mas o levantar é de Deus que o mais importante é Deus fazer
(SI 37.24). Ministérios que ruíram, a Sua obra "em nós" e "através de
"casas" que desmoronaram, car­ nós" em Cristo Jesus (Jo 6.29).
reiras que pereceram, todos preci­
sam ouvir Jesus dizer: "Lembra-te, c : \
pois, de onde caíste, e arrepende- APLICAÇÃO PESSOAL
-te, e pratica as primeiras obras"
(Ap 2.5). Isto porque a graça su­ Se desafios externos ou fraque­
pera a culpa e Deus pode restau­ zas pessoais têm lhe abatido a alma,
rá-los para uma glória ainda maior fazendo com que se sinta insignifi­
(Rm 5.20; Ag 2.9; Jo 21.15-17). cante e impotente, levante a cabeça,
não desanime, busque a Deus "que
3. A vitória vem de Deus. Re­ nos dá a vitória por intermédio de
tornando do exílio, os judeus viam- nosso Senhor Jesus Cristo".
-se a si mesmos na perspectiva de v________ ___________ J
75
Lição 12 - Pm fetos da Restauração

RESPONDA
1) Q ua l d o s pro fe ta s d e sta lição a p re s e n ta um a m e n sa g e m m u ito s im b ó lic a ?

2) Q ual dos p ro fe ta s m e n c io n a d o s n e sta lição exe rce u p rim e iro o seu m in is té rio ?

3) Q u a l a e xo rta çã o de D e u s para nós, so b re o q u e d e v e m o s se r no to c a n te ao m un d o ?

v ____:__________________________________________________________________j

V O C A B U L Á R IO :
• R elevância: G rande valor, conveniência ou interesse; im portância, relevo.
• Coerência: Ausência de contradição; acordo do pensam ento consigo m esm o (dos princípios
com as consequências, do s axiom as com os teorem as etc.); compatibilidade, consistência.

UM ENIGMA DE DEUS
A H istória de Um Legado de Fe e Edu cação

Essa obra é o divisor de águas da história da educação ^


teológica da Assembléia de Deus no Brasil.
Uma Academia comprometida
com o Reino de Deus.

rHwUu/HVi.
U U H J IlU lIM Ò
CNOf 0 ÍWflulOMÍ M ii r w UftlWWrT

Onde o conhecimento traz liberdade!

Av. General Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 1655 - Japiim ■CEP:69077-000


fone: 3613-6275/ 3237-22141Manaus-AM | www.fbnovas.edu.br • institucional@fbnovas.edu.br

76
Estudada e m ___ /___ /

( " — A
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Ml 1.6
Honrar a Deus
Terça-M l 1.12
Honremos ao Senhor
Quarta - Ml 1.13
Amemos ao Senhor
Quinta-Ml 1.14
Evitemos maldição
Sexta - Ml 3.8
0 dízimo é do Senhor
TEXTO ÁUREO Sábado-Ml 3.11
"Então, vereis ou tro vez a Deus garante bênçãos
d iferen ça en tre o ju sto e o
p erv erso, en tre o qu e serv e a Deus
e o qu e n ão o serv e " MI 3.18
LEITURA BÍBLICA
Malaquias 3 . 1 6 - 1 8
16 Então, os que temiam ao SE­
VERDADE PRATICA NHOR falavam uns aos outros; o
Deus é o S en h o r n osso e d e tudo SENHOR atentava e ouvia; havia
um memorial escrito diante dele
para os que temem ao SENHOR
e para os que se lembram do seu
nome.
17 Eles serão para mim particular
tesouro, naquele dia que prepara­
rei, diz o SENHOR dos Exércitos;
poupá-los-ei como um homem
poupa a seu filho que o serve.
18 Então, vereis outra vez a dife­
rença entre o justo e o perverso,
entre o que serve a Deus e o que
não o serve.

Hinos da Harpa: 75 - 147 - 410


v ______________ ___ _______________ J

77
Lição 13 Deus Faz a D ifètm ça
-

INTRODUÇÃO
DEUS FAZ A DIFERENÇA
Terminaremos este trimestre es­
tudando o profeta Malaquias, cuja
INTRODUÇÃO mensagem é contundente e pro­
funda. Vai à base das questões que
L REPREENSÃO AOS SACERDOTES regiam a vida de ]udá e Jerusalém
naqueles dias. A palavra profética
1. Contexto Ml 1.7-14 foi transmitida primeiramente aos
2. Desprezo por Deus Ml2.17-3.5 judeus que viviam no período do
segundo templo e, depois destes, a
3. Cansados do altar Ml1.13 todos os servos de Deus em todos os
tempos. Sua mensagem mostra que
II. CONTRIBUIÇÕES PARA DEUS Deus é quem faz a diferença que faz
diferença.
1. Contexto Ml3.6-12

2. Importância dos dízimos Ml3.10


I. REPREENSÃO AOS
SACERDOTES
3. Um ato de fé Mi3.io: Mt520
Malaquias trabalhou procuran­
III. DEUS FAZ A DIFERENÇA do despertar especialmente os líde­
res e sacerdotes judeus, valorizan­
1. A murmuração Ml 3,13 do temas práticos ligados ao culto
e ao cotidiano do povo de Deus, e
2. 0 memorial de Deus Ml3.16
admoestando-os a se voltarem de
3. A diferença que Deus fàz Ml3.17 coração ao Senhor.

APLICAÇÃO PESSOAL 1. Contexto. 0 livro de Malaquias,


cujo nome significa "meu mensagei­
ro" algumas vezes tem sido chamado
de “o pequeno Antigo Testamento",
porquanto contém de forma abre­
viada diversos dos seus temas prin­
cipais: a escolha divina de Israel, seus
pecados, a importância da obediência
à Lei e o vindouro Dia do Senhor.
As condições descritas implicam
que o retorno do exílio não havia ini­
ciado nada parecido com a era mes­
siânica. 0 povo tinha perdido o âni­
mo, questionando o amor e a justiça

78
Lição 13 - Dem Faz a Diferença

de Deus (Ml 1.2; 2.17). 0 desrespeito Precisamos fazer alguns questio­


pelos mandamentos e a opressão namentos. Essa realidade vivida pelo
dos menos favorecidos predomina­ povo de Judá e Jerusalém poderia ser
vam (Ml 3.5). A religião organizada encontrada hoje em algum lugar ou
era desprezada e reinava o ceticis­ ministério? Certamente, se em al­
mo (Ml 1.7-14; 3.7-15). Portanto, o gum ministério, ou em algum líder,
povo e seus líderes haviam perdido falta zelo em apresentar ao Senhor
o entusiasmo do "primeiro amor" e um verdadeiro culto, então em que
voltado à frieza religiosa e ao rela­ as situações seriam diferentes? Se há
xamento moral, tal como ocorreu púlpitos que servem apenas como
com o líder da igreja de Éfeso e ainda palco de exibição para cantores,
ocorre hoje em dia (Ap 2.4). pregadores e líderes personalistas e
Nesse estado lastimável, grande vaidosos, que diferença há daquele
culpa pesava sobre os sacerdotes da tempo? Se quem está em evidência
casa de Deus (Ml 1.6-14; 2.1-9). Para no culto são os próprios ministrado-
o Senhor, aqueles que lideram a Sua res, e não o Senhor, que bênção have­
obra têm maior responsabilidade, ria nesse desprezo?
pelo que certamente hão de prestar Se os dízimos e as ofertas leva­
contas (Ilb 4.13; Tg3.1). das ao altar nem sempre significam
o melhor da vida do ofertante, mas,
2. Desprezo por Deus. Esse era antes, um modo de barganha; se
o pecado que conduziria a todos os nem mesmo são oferecidos com
outros pecados. 0 Senhor bradou con­ alegria, mas por necessidade de au­
tra sacerdotes que negligenciavam a to justificação, então, que culto é esse
exigência de oferecer o "melhor do re­ que não santifica primeiro o bolso
banho", para oferecer em seu lugar ani­ do ofertante? Ou isso só acontece
mais defeituosos para serem sacrifi­ porque Deus não é de forma alguma
cados, juntamente com "pão imundo" o maior tesouro do "adorador", como
(Lv 1.10; Ml 1.7-8). Tinham-se tornado também não era aos judeus daquele
arrogantes, crendo que os malfeitores tempo? Pense nisto!
que colocavam Deus em prova pros­ Desse modo, se há falhas a cor­
perariam e escapariam da punição, rigir, se há caminhos a consertar, se
enquanto os que temiam a Deus não há de haver um retorno ao Senhor e
desfrutariam benefício nenhum (Ml ao "primeiro amor", que então haja
2.17-3.5,14). Além disso, eles rouba­ arrependimento e conversão... "por­
vam a Deus descaradamente (Ml 3.8). que eu, o Senhor, não mudo" (Ml 3.6;
Deus considerou que essas ati­ Hb 13.8).
tudes significavam três coisas: a)
Profanação (Ml 1.12); b) Desprezo 3. Cansados do altar. Deus bra­
pessoal (Ml 1.13); c) Dolo digno de dou contra a "canseira" de alguns
maldição (Ml 1.14). sacerdotes (Ml 1.13). Em Israel, eles

79
Lição 13 - Deus Faz a Diferença

ainda consideravam "cansativo”


apresentar o tipo de culto que Deus
repugnava (Ml 1.13). Fazia parte
do sacerdócio oferecer holocaustos Em todas as gerações da
"saudáveis” ao Senhor. Mas eles ofe­ Igreja, o Senhor continua
reciam animais doentes, coxos e di­ buscando a diferença entre
lacerados como sacrifício ao Senhor, aqueles que o servem e os
ao passo que possuíam rebanhos que servem o mundo de
saudáveis (Ml 1.14). Sua adoração pecados."
estava comprometida.
Cada um de nós deve "vigiar
e orar” para não cair na tentação oferta a quem não precisa, isso se cha­
do ativismo e ser contado com os ma honra. 0 melhor que nós pode­
"sacerdotes” que dirigiam o culto a mos fazer, portanto, é honrar a Deus
Deus enquanto mera e enfadonha com as primícias da nossa renda.
rotina (Mt 26.41). Devemos estar
atentos para buscarmos sempre 1. Contexto. A questão do dí­
oferecer a nós mesmos como "sa­ zimo, como tratada em Malaquias,
crifício vivo, santo e agradável a tem correlação com o exposto nos
Deus" (Km 12.1), Jamais devemos tópicos acima. Assim corno o ato de
nos permitir "sacrificar" ao Senhor oferecer sacrifícios, o ato de entregar
o pior culto, e ainda ficar a reclamar os dízimos ao Senhor também esta­
de cansaço e enfado, que só se expli­ va adulterado em Israel (Ml 3.6-12).
caria pela falta da renovação espiri­ Isto porque se alguém não reconhe­
tual em nossas vidas (EF4.23). ce a Deus como o Senhor de sua vida,
Devemos estar vigilantes para como lhe entregará as primícias da
que o nosso culto não se torne o sua renda?
fardo de uma mera encenação. Tam­ Não há fidelidade ao dízimo que
pouco devemos permitir que o culto não passe pelo conhecimento de que
se transforme em uma "coreografia "do Senhor é a terra e a sua plenitu­
dos aflitos” de fingir comunhão e de” (lCo 10.26). Aqui, apenas trans­
pantominar a adoração, enquanto portamos materiais de uma parte
busca apenas despojar Deus de algu­ para outra e os transformamos,
ma "bênção” 'iodas as coisas que o Senhor deixa
passar pelas nossas mãos devem ser
II. CONTRIBUIÇÕES PARA usadas como ferramentas "para o de­
DEUS sempenho do Seu serviço” enquanto
amamos a Deus e ao próximo.
Quando alguém oferta a quem
precisa, isso se chama ajuda, socor­ 2. Importância dos dízimos. 0
ro, exercício de misericórdia. Quando ensino dos dízimos é importante e

80
Lição 13 - Deus Faz a Diferença

muitíssimo claro nas Escrituras, e os delidade a Deus. Sua consequência


judeus não podiam se esquivar disso* imediata é bênção financeira e se­
A prática do dízimo existiu antes da gurança contra os devoradores (Ml
Lei, foi depois legitimada pela Lei, e o 3.10,11). Decerto, o dízimo e um
próprio Jesus a validou (Gn 14.20; Dt padrão de investimento financeiro
14.22; Mt 23.23]. Assim, de que fala no Reino, mas não o maior. Os dizi-
o dízimo? mistas que são só dizimistas de certa
a] Soberania de Deus sobre as forma estão apenas igualados aos
nossas vidas. Sempre que Deus se­ fariseus, que davam fielmente seus
para alguma coisa para si, o que está dízimos como parte do cumprimen­
em evidência é a Sua soberania so­ to da justiça divina (Mt 5.20).
bre aquela área. Deusy separou urna Para Deus, não basta apenas ser
árvore no Jardim do Eden (Gn 2.16). fiel nos dízimos. É necessário que a
Ali estava o sinal visível da soberania nossa fidelidade extravase em ge­
de Deus sobre a vida na Terra. Quan­ nerosidade com todos os recursos
do Deus separa os despojos de Jeri­ que Ele coloca em nossas mãos para
co, isso serve para indicar que Ele era abençoar a Sua obra (2Co 8.2; 9.5).
soberano sobre a terra prometida (Js É isso que nos coloca vários passos
6.19). Quando honramos a Deus com à frente dos fariseus. Porque ser di-
os nossos dízimos, estamos afirman­ zimista não é uma questão de posse
do que Ele é soberano sobre nossas ou de lei, é um ato de fé e gratidão ao
vidas e finanças. Deus que nos salvou.
b) Sustento da obra do Senhor,
O dízimo deve ser entregue na "casa HL DEUS FAZ A DIFERENÇA
do Senhor" para sustento da obra
que Deus nos entregou a realizar 1. A m u rm uração, O pecado
(Ml 3.10; lTm 3.15). Muitas pessoas da murmuração dominou Israel
pensam que o dízimo lhes pertence desde o deserto. Agora, o povo
e que pode ser objeto de sua admi­ murmurava contra a fidelidade
nistração pessoal. Em vez de leva­ do Senhor, achando inútil servi­
rem o dízimo à casa do Senhor, como do à vista da prosperidade dos
orienta a Bíblia, eles próprios ad­ ímpios. Deus considerou isto
ministram o dízimo como bem lhes 'palavras duras" [Ml 3.13). Ain­
parece, dando um pouco aqui, outro da hoje, o mundo e suas riquezas
pouco acolá. Todavia, está claro que parecem tornar-se o padrão para
o dízimo deve ser administrado pe­ muitos crentes imaturos. Mas Je­
tos "sacerdotes" responsáveis pela sus persiste em nos falar que a
casa de Deus, a Igreja. vida de um homem não é medida
pela quantidade de seus bens (Lc
3. Um ato de fé. O dízimo é um 12.15). "Primeiro o reino" é a re­
ato dc fé, Tem a ver com a nossa íi- gra áurea para quem quer suas

8 1
Lição 13 - Deus Faz a Diferença

necessidades supridas. E cada um dera os fiéis como um tesouro parti­


de nós deve se esforçar para viver cular (Ml 3.17). Seremos poupados
de modo sóbrio [lT s 5.6). Ao con­ e ajudados por Deus na hora da pro­
trário do que pensava a maioria vação. A diferença entre o justo e o
dos judeus, nem sempre riqueza é perverso, entre o que serve a Deus e
sinal de bênção (Tg 5.2). o que não o serve, se mostrará ainda
nesta vida e se confirmará na eter­
2. O m em orial de Deus. 0 Se­ nidade (MI 3.18). Ser fiel a Deus re­
nhor falou ao Seu povo que tem um sulta em grande galardão (Ap 2.10).
memorial, escrito para os que o
temem e lembram-se de Seu nome -\
(MI 3.16). Importante é sabermos APLICAÇÃO PESSOAL
que toda a nossa vida, em suas mi­
núcias, está sendo contemplada Considere esta lição como um
pelo Senhor (SI 34.15; Pv 5.21; Lc despertam ento profético para a
12.7). Nada lhe escapa. Deus sabe sua vida. Como você está lidando
perfeitamente como vivemos e com as coisas sagradas? Como
quais são os nossos anelos. Se nos você está vivendo o verdadeiro
esfõrçarmos em obedecê-lo, Ele Evangelho nestes dias áridos?
virá a nós e nos cobrirá de amor e Embora os tem pos mudem, para
bondade (Jr 31.14). Deus sem pre haverá uma dife­
rença entre o justo e o perverso,
3. A diferença que Deus faz. A entre o que serve a Ele e o que
verdadeira diferença é Deus quem não o serve. E essa diferença está
deve fazer entre nós e o mundo. em seu testem unho como "bom
Não nos importemos muito com os cheiro de Cristo".
depoimentos humanos. Deus consi­ Ç ________ __________ J

RESPONDA
1) Qual o texto bíblico mais importante em Malaquias acerca do dízimo?

2) Sobre que grupo de judeus pesava grande responsabilidade pela decadência espiritual de Israel?

3) Sabendo que Deus tem um memorial, que registros importantes Ele deve ter sobre você?

82
REVISTA DA ESCOLA DOMINICAL
MATRIZ CURRICULAR
A rada ano estudamos um tema de cada área de estudo, ■Temas opcionais estarão disponíveis.

Áreas de Estudo Primeiro ano Segundo ano Terceiro ano

V TRIMESTRE

ACONSELHAM ENTO LIDERANÇA HERM ENÊUTICA


Prática M inisterial E ÉTICA INSPIRADORA C om o interpretar
Vencendo as crises Pessoas, Tarefas e A lvos a Bíblia
da Vida

ld
NOVO TESTAMENTO ANTIGO TESTAM ENTO DOUTRINAS BÍBLICAS
Estudos Bíblicos
Reino, Poder e G lória A Bíblia gue Jesus Lia Fundam entos
da Verdade

Lü ESPÍRITO SANTO MATURIDADE ORAÇÃO


Desenvolvim ento
Espiritual
1 Ação, Fruto, Batismo e Dons E MORDOMIA Ensina-nos a Orar
P
o Crescendo e Servindo
W

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A MISSÃO MISSÕES NACIONAIS HOM ILÉTICA
Evangelização
Evangelização e discipulado E ESTRANGEIRAS PARA TO D O S
e Missões
Chegou a sua vez
de pregar

Central de A tendim entos: (91) 3 1 1 0 -2 4 0 0 . w w w .ed u cacao cn staco n tin u ad a.co m .br

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SETAD IB A D A M B ELÉM * P ÍR A .H EU .S1L

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