Professional Documents
Culture Documents
ì.'
ISSN 85-212-0084-5 l
^1 D 01111
788521 200840
BENEDITO INÁCIO DA SILVEIRA
Doutor em Engenharia Química e
Professor de Cinética e Cálculo de Reatores
do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Paraná
CINÉTICA QUÍMICA
DAS
REAÇÕES HOMOGÊNEAS
Dedicado a
Felipe M. N. da Silveira
e
Alexei E. N. da Silveira
Minhas fontes de estímulo e inspiração
11
tt'
Prefácio
Os estudos teóricos e experimentais da velocidade das reações começaram há
mais de um século, quando em 1850 Ludwig Wilhelmy realizou os primeiros traba-
lhos sobre a hidrólise da sacarose por ácidos.
Inicialmente as investigações foram realizadas com reações de velocidade mo-
derada, pois com os métodos de análise química disponíveis na época não era pos-
sível acompanhar as variações das concentrações de reagentes e produtos de reaçõ-
es rápidas.wlas as técnicas experimentais evoluíram, especialmente os métodos fí-
sicos de análise, e atualmente é possível acompanhar as reações rápidas em solução
e em fase gasosa, as quais podem se completar em microsegundos.
O acompanhamento das variações das concentrações dos diversos componentes
de um sistema reagente constitui um dos primeiros passos no estudo de uma rea-
ção, mas o conhecimento mais abrangente do comportamento termodinâmico e ci-
nético da mesma é essencial para compreender sua importância na ciência e na
tecnologia.
© 1996 Benedito Inácio da Silveira Este livro foi elaborado a partir de apontamentos de aulas sobre cinética quími-
ca e cálculo de reatores, ministradas já há alguns anos em curso de graduação em
engenharia química na Universidade Federal do Paraná.
Sua finalidade principal é servir como instrumento didático a cursos de gradua-
ção, com o qual procurou-se fornecer subsídios aos estudantes para atingir um bom
entendimento das principais idéias relacionadas à cinética química, bem como um
guia aos principiantes no campo para se introduzirem e compreenderem artigos re-
É proibida a reprodução tola! ou parcial lacionados à área e textos mais avançados.
por quaisquer meios
Como este livro é dirigido a principiantes e alunos a nível de graduação, assim
sem autorização escrita da editora
como outros autores de livros textos para este nivel, preocupou-se principalmente
EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA. com a clareza da apresentação dos conceitos e não se poupou espaço para apresen-
Fax: (011) 852-2707 tar as deduções e soluções das equações relacionadas à caracterização matemática
Caixa Postal 5450 das reações químicas, a fim de tornar o texto autoexplicativo.
01061-970 – S. Paulo – SP – Brasil Tendo em vista a importância do processo de contabilização dos diversos com-
ponentes que entram e saem de um sistema reagente, no capítulo 1 abordamos con-
Impresso no Brasil Printed in Brazil ceitos básicos relacionados à estequiometria.
O conhecimento da composição de equilíbrio de um sistema auxilia na identifi-
cação da reação ou reações que podem estar ocorrendo no mesmo. Por outro. lado,
a partir de estudos do equilíbrio, pode-se avaliar se a aproximação do mesmo vai
conduzir a mudanças no sistema com magnitudes suficientes para serem observa-
^1Ú ,SDR das. Estes tópicos são apresentados no capítulo 2, no qual damos ênfase aos con-
9^ ,p ceitos que reforçam os procedimentos necessários para os cálculos da composição
de equilíbrio e como as variáveis pressão, temperatura e composição da mistura
EDITORA AFILIADA reagente podem influenciar a mesma.
v
A cinética química está diretamente relacionada ao estabelecimento do mecanis-
mo químico de uma reação, à obtenção de dados cinéticos experimentais, à corre-
lgção destes dados cinéticos pelo emprego de gráficos, tabelas ou equações mate-
máticas.
No capítulo 3 são apresentados conceitos e definições de diversos termos utili- Conteúdo
zados pelos profissionais da área e são propostas equações químicas simples com
as equações cinéticas apropriadas. Estas equações são resolvidas, a fim de se che- PREFÁCIO
gar às expressões que r relacionam os parâmetros cinéticos e permitam avaliá-los
matemática ou graficamente. 1 ESTEQUIOMETRIA
1.0 INTRODUÇÃO 1
No capítulo 4 são apresentadas algumas formas de obter dados experimentais dc 1
1.1 CONCEITOS BÁSICOS DE ESTEQUIOMETRIA
reações químicas, bem como as técnicas utilizadas para tratar analítica ou gráfica- 1
1.1.1 Fórmula e Equação Químicas
mente tais dados, para se chegar à função da velocidade de reação e conseqüente- 2
1.1.2 Coeficiente e Número Estequiométricos
mente avaliar os parâmetros cinéticos, constante específica e ordem da reação. 3
1.1.3 Grau de Avanço da Reação
Nem sempre é possível trabalhar com sistemas reagentes onde ocorrem somente 1.1.4 Conversão Fracional (X) e Reagente Limitativo 5
reações simples, as quais podem ser representadas por uma única equação estequio- 7
PROBLEMAS
métrica e conseqüentemente por uma única equação cinética. 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em muitos casos, encontram-se as reações múltiplas, as quais precisam dc mais
de uma equação estequiométrica e mais de unia equação cinética para sua descri- 2 TERMODINÂMICA DAS REAÇÕES QUÍMICAS
ção. 2.0 INTRODUÇÃO 9
No capítulo 5 são abordadas as relações matemáticas que determinam o com- 2.1 SISTEMA - DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO 9
portamento de sistemas onde ocorrem reações em série, paralelo, série-paralelo e 2.2 CRITÉRIOS PARA O EQUILÍBRIO QUÍMICO 10
complexas, bem como as técnicas que podem ser utilizadas para avaliar os parâme- 2.3 EFEITOS TÉRMICOS ASSOCIADOS ÀS REAÇÕES QUÍMICAS 12
tros cinéticos para estas reações a partir de dados experimentais. 2.3.1 Calor Padrão de Reação 12
Com a finalidade de melhorar a capacidade do estudante em reproduzir o que 2.3.2 Influência da Temperatura sobre o Calor Padrão de Reação 14
aprendeu, bem como estimulá-lo à prática da cinética química, no final dc cada 2.3.3 Influência da Pressão sobre o Calor Padrão de Reação 16
2.4 CONSTANTE DE EQUILÍBRIO - 16
capítulo são apresentados problemas de diversos tipos e no final do livro estão
2.4.1 Influência da Temperatura sobre a Constante de Equilíbrio 18
apresentadas as soluções destes problemas.
2.5 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE EQULÍBRIO 19
2.5.1 Sistemas Gasosos 20
Curitiba, 05 de junho dc 1995. 2.5.2 Influência da Adição de Inertes sobre a Composição de Equilíbrio 20
Benedito Inácio da Silveira 2.5.3 Influência da Variação da Pressão Total sobre a Composição
de Equilíbrio 21
2.5.4 Sistemas Líquidos ....: 21
PROBLEMAS 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
3 CINÉTICA QUÍMICA
3.0 INTRODUÇÃO 25
3.1 TERMOS RELACIONADOS À CINÉTICA QUÍMICA 26
3.1.1 Mecanismo 26
3.1.2 Molecularidade 26
3.1.3 Ordem de Reação 27
3.1.4 Reações Simples e Múltiplas 28
e Não-Elementares
3.1._ 29
VI VII
:. 5 3 l.t h ái~,Y'tf Fs'^.$WM .* aÈ T! r!i
cSi
fs'i
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES QUÍMICAS 30 5.1.2 Caracterização Matemática de Reações em Série de Primeira Ordem
com dois Produtos Intermediários 99
3.3 VELOCIDADE DE REAÇÃO 30
5.1.3 Técnicas para Interpretar Dados Cinéticos na Presença de Reações
3.4 REPRESENTAÇÃO EMPÍRICA DA VELOCIDADE DE REAÇÃO 36
em Série 101
3.5 CONSTANTE ESPECÍFICA DE VELOCIDADE DE REAÇÃO 38
5.2 REAÇÕES PARALELAS 102
3.6 CARACTERIZAÇÃO MATEMÁTICA DE SISTEMAS COM REAÇÕES
5.2.1 Caracterização Matemática de Reações Paralelas onde um único
SIMPLES g 41 103
Reagente Produz dois Produtos
3.6.1 Sistemas a 'Volume Constante 41
5.2.2 Caracterização Matemática de Reações Paralela onde dois
3.6.1.1 Reações de Ordem Zero 41 Reagentes Produzem o mesmo Produto 104
3.6.1.2 Reações Irreversíveis de Primeira Ordem 42 5.2.3 Caracterização Matemática de Reações Paralelas Competitivas de
3.6.1.3 Reações Irreversíveis de Segunda Ordem 44 Pseudo-Primeira Ordem 104
3.6.1.4 Reações Irreversíveis de Terceira Ordem 48 5.2.4 Caracterização Matemática de Reações Paralelas Irreversíveis
3.6.1.5 Reações Irreversíveis de Ordem Genérica n 53 de Ordem Superior 106
3.6.2 Sistemas a Volume Variável 53 5.2.5 Técnicas para Interpretar dados Cinéticos de Reações Paralelas 108
3.6.2.1 Reações de Ordena Zero 54 5.2.6 Reações Paralelas de Ordens Desconhecidas 109
3.6.2.2 Reações Irreversíveis de Primeira Ordem 54 5.3 REAÇÕES MISTAS SÉRIE-PARALELAS 111
3.6.2.3 Reações Irreversíveis de Segunda Ordem 55 5.4 Reações Não-Elementares 115
3.6.2.4 Reações Irres,versíveis de Ordem Genérica n 57 5.4.1 Princípio do Estado Estacionário 116
3.6.3 Reações Reversíveis de Primeira Ordem a Volume Constante 57 5.4.2 Reação do Brometo de Hidrogênio 118
3.6.4 Reações Reversíveis de Segunda Ordem a Volume Constante 61 5.4.3 Reações Enzimáticas 120
3.6.5 Reações Reversíveis de Primeira Ordem Direta e Segunda Ordem PROBLEMAS. 125
Reversa : 63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 127
3.6.6 Reações Reversíveis de Segunda Ordem Direta e Primeira Ordem
Reversa 65 SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS 128
PROBLEMAS 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69 ÍNDICE 170
5 REAÇÕES MÚLTIPLAS
5.0 INTRODUÇÃO 95
5.1 REAÇÕES EM SÉRIE IRREVERSÍVEIS 95
5.1.1 Caracterização Matemática de Reações em Série de Primeira Ordem
com um Produto Intermediário 95
IX
VIII
1 Estequiometria
1
1.0 INTRODUÇÃO
Antes de entrar na discussão das condições que afetam as velocidades de uma
reação química e nos cálculos relacionados às mesmas, é necessário contabilizar os rf
diversos componentes que entram e saem de um sistema reagente. Este processo de
contabilização envolve o conhecimento correto da equação cstcquiométrica da rea-
ção, a partir da qual pode-se realizar balanços materiais globais sobre os compo-
nentes individuais do sistema.
A estequiometria relaciona os componentes de uma reação química e a propor-
ção entre os reagentes e produtos durante a mesma. As relações mássicas ou volu-
métricas em conjunto com as unidades básicas utilizadas para traduzir as variações
de massa e de composição são codsideradas como princípios de estequiometria.
Tais relações mássicas permitem obter a equação estequiométrica correta da reação.
Urna vez obtida a équação estequiométrica da reação, pode-se acompanhar a
velocidade de transformação de um dado componente, acompanhando-se a variação
das grandezas características com as variáveis intensivas de operação. Para.uma
reação estequiometricamente definida, acompanha-se somente a variação da gran-
deza relativa a um único componente da mistura reagente; os demais componentes
estão relacionados pela estequiometria da reação.
Neste capítulo são apresentados os assuntos fórmula e equação químicas, coefi-
ciente e número estequiométricos, grau de avanço da reação e conversão fracionai.
O entendimento destas variáveis é de fundamental importância para entender o es-
tudo da cinética química.
T,
número relativo dos átomos constituintes e o número total de átomos na molécula. são definidos como quantidades positivas para os produtos de uma reação e negati-
Por exemplo, o álcool etílico C2 H5 OH, o benzeno C6 H6, o acetileno C2 H2. vas para os reagentes. Para espécies que não são produzidas nem consumidas du-
As fórmulas químicas são obtidas a partir de análises qualitativa e quantitativa rante urna reação, os números estequiométricos são tomados como sendo zero. As-
dos elementos. sim, quando comparados com a eq. (1.1.3) resultam em:
Uma vez conhecidas as fórmulas químicas dos diversos componentes do siste-
ma reagente, realiza-se uma descrição abreviada da transformação química que vA = —a ; vB = —b ; vL = 1; vM = m
ocorre no sistema, a qual denomina-se de equação química. As substâncias do lado
esquerdo da equação são denominadas de reagentes e as do lado direito de produ- Por exemplo, na fabricação de cloro, o ácido clorídrico é oxidado com oxigênio
tos. Por exemplo, a transformação ou reação química que ocorre quando coloca-se de acordo com a seguinte equação estequiométrica:
em contato o dióxido de manganês e o ácido clorídrico para produzir cloreto man-
ganoso, água e cloro pode ser representada pela seguinte equação: 4 HCI (g) + 02 <----> 2 H2O + 2 C12 (1.1.5)
Mn02 + HC1 ----> MnCh + H20+ Cl, ou de acordo com a generalização apresentada na eq. (1.1.4), como:
(1.1.1)
0 = 2H2O + 2Clz — 4HCI(g) — 02 (1.1.6)
Entretanto, do modo como está escrita, esta equação pouco faz além de regis-
trar a reação e as fórmulas apropriadas de cada substância. Mas se ela for balancea- Como a forma mais convencional de representar uma reação química é aquela
da, como: da eq. (1.1.5), seguindo a convenção adotada para v; , tem-se:
MnO2 + 4HC1 — --> MnCh + 2H2 O + C12 (1.1.2)
vHCI =—4; vo2 = — 1 ; v fl,o = 2 ; vci, = 2
ela expressará que o número de um dado tipo dc átomo precisa ser o mesmo dos
dois lados da equação. 1.1.3 Grau de Avanço da Reação
A equação química balanceada ou equação estequiométrica é a expressão da lei
Não importa a forma de representar uma reação química, isto pode ser urna
da conservação da massa. Assim sendo, a equação química tem significado quali-
questão de conveniência ocasional. O ponto mais importante é que, quando unia
tativo e quantitativo, isto é, indica não só as substâncias que estão reagindo e sendo
reação avança, as modificações que ocorrem nos números de mols das espécies
produzidas, mas também indica a quantidade dessas substâncias.
presentes estão diretamente relacionadas aos números estequiométricos, para o
Para a eq.(1.1.2), pode-se dizer que 86,93g de MnO2 reagem com 145,84g de exemplo dado na eq. (1.1.5), tem-se:
HCI para formar 125,84g de MnCh , 36,02g de 1-1 2 O c 70,91g de Ch. Dispondo-se
destas informações, pode-se calcular a relação de peso para qualquer peso dado de A noz voe -1 1
qualquer substância envolvida na reação. ou Ano, = 4 A nHcl
A nxcl vHCI -4 .4
1.1.2 Coeficiente e Número Estequiométricos
Isto quer dizer que a variação do número de mols de oxigênio está para a va-
Uma reação química pode ser genericamente representada pela seguinte equa- riação do número de mols de ácido clorídrico, assim como o número vo, está para
ção estequiométrica: vHCI , ou seja, a cada mol de oxigênio consumido, também são consumidos 0,25
mols de ácido clorídrico.
aA+bB+... <--- IL+mM+... (1.1.3) Deve ser observado que An; significa a quantidade final menos a inicial. De
maneira análoga, pode-se escrever:
onde a, b, 1 c m são denominados coeficientes estequiométricos das espécies quími-
cas A, B, L e M, respectivamente.
A nci, V Cl 2 _ + 2 =_1 1
Pode-se definir um coeficiente estequiométrico generalizado v; , reescrevendo a = ou 4 nci, = – – nllcl
A n Hcl VH Cf — 4 2 2
reação acima da seguinte maneira:
0=vA A+vB B+... +vLL+vMM+;.. (1.1.4) Então, se em dadas condições são consumidos 2,0 mols de ácido clorídrico,
onde VA, vB , VL e vM são denominados números estequiométricos_e_cãn numeri_ ter-se-á:
camente iguais aos coeficientes estequiométrícos correspondentes. Estes números nitcl ( inicial) — nHcl ( final) = 2,0 ou A nHc, = — 2,0
2 3
conseqüentemente, Ela mede o prógresso da reação e n,ão está amarrada a nenhuma espécie química
em particular. Deve ser destacado que propriedades intensivas são aquelas proprie-
Anel, = (–1/2)(–2,0) = 1,0 dades que independem da quantidade de matéria, como pressão, temperatura, volu-
me específico, densidade, etc.. Já aquelas propriedades que dependem da extensão
Isto é o mesmo que dizer que se a cada 4 mols de ácido clorídrico consumidos, ou tamanho do sistema são denominadas de extensivas, como o volume, energia
são formados 2 mols de cloro, então para 2,0 mols consumidos será formado 1,0 interna, etc.. _
moi de cloro. t Quando duas ou mais reações independentes ocorrem simultaneamente, urna
Aplicando este raciocínio a uma quantidade infinitesimal de modificação na coordenada de reação fica associada a cada reação j. Os números estequiométri-
reação genérica (1.1.4), pode-se escrever: cos das espécies i são caracterizados para cada espécie c para cada reação como
vi,i , onde i = 1, 2, N e j = 1,2, ..., r, com N sendo o número de espécies e r o
dnB VB dnB dnA número de reações.
ou =.
dnA VA vB V:, Para este caso as equações estequiométricas genéricas, semelhantes à eq.
(1.1.4), podem ser representadas como:
d nL vL dnL dnA
ou
'dnA VA vL vA O = vl ,l AI + V2 ,1 A2 + v3 , 1 A3 +
Os valores da conversão fracionai recaem entre zero e um eneste trabalho__sem- pequenas do reagente limitativo permanece no sistema. As reações onde ocorrem
pre gue for utilizado X^sc referirá ao reagente limitativo definido_ _ a seguir. Nos estas situações, isto é, onde os valores de íx e náx se aproximara, são lassifica-
processos cm que se verificam duas ou mais reações sucessivas dos mesmos mate- das de irreversíveis. Quando o grau de avanço dc equilíbrio difere de máneira sen-
riais, a conversão de cada etapa pode ser expressa separadamente. sível do valor de máx , a reação é classificada de reversível.
Na maioria das reações químicas que ocorrem nos processos industriais as Do ponto de vista termodinâmico, todas as reações são reversíveis, mas fre-
quantidades de reagentes não estão nas proporções indicadas pelas equações este- qüentemente é conveniente desprezar pequenos graus dc reversibilidades e conside-
quiométricas da reação. Entretlanto, freqüentemente é conveniente que alguns dos rá-las como irreversíveis, nestes casos não há qualquer. prejuízo e os resultados são
reagentes estejam presentes em excesso em relação às quantidades teoricamente muito bons.
necessárias, nestas condições os produtos conterão alguns dos reagentes não com- As reações lentas, por outro lado, somente atingirão o equilíbrio em tempos
binados. As quantidades de produtos que se pretende obter são calculadas com base grandes demais para poderem ser consideradas compatíveis com a boa prática in-
na quantidade de um reagente limitativo, isto é, com base naquele reagente que não dustrial.
está em excesso em relação àquela quantidade necessária para combinar com qual-
quer dos outros. Assim, excesso de um reagente pode ser definido como sendo a
relação percentual entre o excesso e a quantidade teoricamente determinada pela
equação estequiométrica para combinar com o reagente limitativo.
Mesmo com alguns reagentes em excesso muitas reações de nível industrial não PROBLEMAS
se re-lizam até ao ponto de esgotarem totalmente -o reagente limitativo. Esta con-
versão parcial pode ser devido ao estabelecimento dc um estado dc equilíbrio quí- 1.1. Acetileno pode ser convertido a acctaldeído pela seguinte reação:
mico entre as massas reagentes, ou devido à falta de tempo para que as reações se
completem, que é o caso. de reações com velocidades muito baixas. CH = CH + H2O ----> CH3 CHO
Se o avanço da reação não for limitado por restrições de equilíbrio tem^odinã-
mico, o reagente limitativo determinará o valor máximo possível que o avanço da Se 5 kg de acetileno e 12 kg de água forem mistu rados,
reação poderá atingir, isto é, máx . a) Qual será o reagente limitativo?
É possível relacionar o grau de avanço de uma reação à conversão fracional b) Qual será a porcentagem de excesso do outro reagente?
resolvendo simultaneamente as equações (1.1.10) c (1.1.14), como segue: 1.2. Se 5 kg de metanol e 2 kg de amônia reagem para formar monometilamina,
pela reação:
nA CH3 OH + NH3 > CE13 NH2 + 1-12 O
J d nA = VA J d nA = nAo + vA
nAo 0 a) Qual é o reagente limitativo?
b) Qual é a porcentagem de excesso do outro reagente?
nA nAo + vA _ nAo (1 — XA ) e) Responda os ítens a) e b) quando dimetilamina é formada pela reação:
porção restante do universo. A fronteira ou limite de um sistema, real ou imaginá- Se este sistema não estiver em equilíbrio, enquanto a energia livre estiver dimi-
ria, separa-o da vizinhança. nuindo, urna reação estará ocorrendo espontaneamente no sistema, isto é, sem
Sistema fechado é aquele ao qual não é permitido trocas de massa com a vizi- quaisquer trocas dc energia com a vizinhança. Esta espontaneidade cessará quando
nhança, enquanto que aquele que realiza tais trocas é chamado dc sistema aberto. a energia livre atingir um valor mínimo. A partir deste ponto a reação não será
Um sistema fechado que não troca energia com a vizinhança quer na forma de mais espontânea e para continuar ocorrendo consumirá trabalho, ou no sentido in-
calor quer na forma de trabalho é chamado de sistema isolado. verso produzirá trabalho sobre a vizinhança.
A condição na qual umtdado sistema existe em qualquer tempo cm particular é As diversas situações podem ser indicadas num gráfico dc G' em função do
denominado de estado, assim em dado estado um sistema possuirá um único grupo grau de avanço da reação , como está apresentado na fig. 02.
de propriedades, tais como pressão, temperatura e densidade. Uma mudança no es- Produção de Consumo de
tado de um sistema que conduz a alguma interação com a vizinhança, sempre resul- trabalho trabalho
ta na mudança de pelo menos uma das propriedades utilizadas para descrevê-lo. Gt
Um sistema pode consistir de uma ou mais fases, sendo fase definida como o
estado completamente uniforme e homogêneo de matéria (fase em equilíbrio). Não é consumido
nem produzido
A caracterização de um sistema pode ser pensada do ponto de vista microscópi-
(Gt )P,T 0 trabalho
co e macroscópico. Urna descrição microscópica consideraria os átomos e molécu-
las que compõem o sistema e seria necessário especificar suas massas, posições,
velocidades e interações individuais. Quando o número de partículas é suficiente- Ee
mente grande, procedimentos estatísticos podem ser utilizados para este fim. Figura 02 — Energia livre total de Gibbs em função do grau de avanço da reação.
Urna descrição macroscópica consideraria as interações acumuladas do todo
A partir dos comentários apresentados e da fig. 02, pode-se concluir que quan-
com a vizinhança. Para caracterizar o sistema desta forma seriam utilizadas pro-
do G' atinge um valor mínimo, o sistema fica sujeito a uma condição de equilíbrio.
priedades como pressão, temperatura e densidade. Deve-se fazer a distinção entre
A partir da curva pode-se ver claramente que em seu ponto de mínimo, tem-se
sistema e processo, pois enquanto sistema refere-se a uma substância ou grupo de
(dG' ) P , T = 0 .
substâncias, processo constitui as modificações verificadas dentro do sistema.
Neste ponto, o critério de equilíbrio é satisfeito e o grau dc avanço assume o
valor de equilíbrio ( e ).
2.2 CRITÉRIOS PARA O EQUILÍBRIO QUÍMICO
A finalidade principal é utilizar o critério -cie equilíbrio para calcular os valores
Em um sistema não reagente, o critério de equilíbrio estabelece que não deverá de e do sistema e conseqüentemente a composição do mesmo. Assim sendo, este
haver variação na temperatura, pressão e na energia livre total de Gibbs G' (ou critério de equilíbrio será expresso de uma maneira conveniente, como segue:
equivalentemente no potencial químico ou fugacidade) de um ponto para outro no A energia livre total de Gibbs (G ' ) de um sistema monofásico e multicomposto
interior do sistema. Isto é equivalente a dizer que: pode ser escrita por:
N
(d G` )P,T =0 (2.2.1) dG' = —S ' dT + V' dP + µi dn; (2.2.2)
i=1
Nos sistemas onde ocorrem reações químicas, critérios semelhantes podem ser
desenvolvidos. Para tanto, vamos considerar o que ocorre com a energia livre total onde S, V e µ; são a entropia, volume e potencial químico, respectivamente. O
de Gibbs (G' ) de uma mistura reagente, quando a mesma passa através de um índice superior (' ) refere-se a todo o sistema, isto é, total.
reator de fluxo, operando a pressão e temperatu ra constantes, como está apresenta- Tendo em vista a relação apresentada na eq. (1.1.10) c que a equação diferen-
do na fig. 01. cial acima é exata, podemos escrever:
Produto N
Mistura
Reator da (2.2.3)
Reagente = (vigi)
Reação
i=1
Figura 01— Representação esquemática de um reator químico.
10 11
Nesta equação, a grandeza v; W representa a variação da energia livre total Para simplificar o desenvolvimento de°raciocínio, vamos considerar a seguinte
reação:
de Gibbs com o avanço da reação, a qual de acordo com o que foi apresentado
acima, no equilíbrio é igual a zero. aA > rR + sS (2.3.1)
A partir deste resultado, o critério para o equilíbrio químico fica estabelecido
como: A quantidade total de calor envolvida numa reação como esta, depende não só
N- dá- natureza química de cada substância reagente c produto, mas também de seus
1 Vigi =0 (2.2.4) estados físicos.
i=l Para se ter uma base coerente e apropriada ao tratamento dos efeitos térmicos
reacionais, pode-se dizer que o calor envolvido nesta reação a uma dada tempera-
Esta expressão refere-se a um sistema no qual ocorre uma única reação, entre- tura T, é o calor trocado pelo sistema reagente com a vizinhança quando a mols do
tanto se duas ou mais reações químicas ocorrerem simultaneamente, um critério reagente A são consumidos para formar r mols de R e s mols de S como produtos,
geral de equilíbrio deve ser utilizado. supondo que o sistema esteja na mesma pressão e temperatura antes e depois da
Para um caso assim, se r reações ocorrerem no sistema ao mesmo tempo, um reação.
equilíbrio será estabelecido com relação a cada uma destas reações c a eq. (2.2.4) O balanço de energia global no sistema onde ocorre a reação nas condições
deverá ser escrita como: apontadas se reduz a Q = AH, isto é, o calor liberado ou absorvido pelo sistema é
N igual a variação entálpica do mesmo.
=0 (j=1,2,3,...,r) (2.2.5) Para organizar os dados termoquímicos é necessário definir um calor padrão de
reação como sendo a diferença entre as entalpias dos produtos nos seus estados
padrões e as entalpias dos reagentes também nos seus estados padrões, todos na
2.3 EFEITOS TÉRMICOS ASSOCIADOS mesma temperatura. Este calor padrão pode ser considerado como uma propriedade
característica da reação, a partir do qual pode-se calcular os calores de reação em
ÀS REAÇÕES QUÍMICAS outras condições.
Antes de utilizar os critérios de equilíbrio para calcular a composição de um Dentro desta limitação, é só questão de conveniência a escolha do estado pa-
sistema reagente em equilíbrio, é necessário discutir os efeitos térmicos associados drão para um dado reagente ou produto.
às reações químicas. Felizmente, apenas alguns estados padrões têm a conveniência bastante grande
As reações químicas geralmente são acompanhadas de absorção ou liberação de para serem utilizados de maneira generalizada, são eles:
energia, as quais se devem às diferenças de estruturas moleculares entre reagentes
Para os gases, o estado padrão é o gás puro com fugacidade igual a
e produtos. Estes efeitos energéticos podem ser expressos em termos da variação
unidade, para um gás ideal a fugacidade será igual a unidade na
da energia livre de Gibbs e da entalpia do sistema.
pressão de 1 atm, o que é válido para a maioria dos gases reais.Para
As variações entálpicas observadas em uma reação química são indispensáveis
os líquidos e sólidos, os estados padrões são líquido puro e sólido
para qualquer análise do sistema reagente em termos da primeira lei da termodinâ-
puro, respectivamente, a 1 atm em suas formas mais estáveis. .
mica. Além disto, são úteispara avaliar os efeitos da temperatura sobre a constante
1 Os valores das funções termodinâmicas no estado padrão são designados pelo
de equilíbrio da reação e conseqüentemente sobre o rendimento da mesma.
A energia livre de Gibbs é útil para a avaliar se há ou não uni equilíbrio quími- índice superior ( ).
co no sistema reagente e também para determinar como as variações nas variáveis Os calores padrões de qualquer reação química podem ser calculados a partir
do processo podem influenciar o rendimento da reação. do.s_onh.e imen Ldos..calorespádrões de formaçãodos diversos componentes da
reação. O calor deformação de um composto químico representa o caso especial
2.3.1 Calor Padrão de Reação do calor padrão de reação, onde os reagentes são os elementos necessários,_e o
Existe um grande número de reações químicas possíveis e cada qual pode ser composto em questão é o único produto formado. Os valores destes calores de
efetuada de muitas maneiras diferentes. A cada reação realizada de unia forma par- formação são sempre expressos com referência a unia única temperatura, a qual por
ticular corresponde a um determinado efeito térmico. Seria unia tarefa quase im- conveniência é 25 °C ou 298 K.
possível compilar todos os efeitos térmicos possíveis resultantes das reações quími- Utilizando-se os dados compilados destes calores de formação em tabelas,
cas. Devido a isto, é conveniente recorrer a métodos para calcular o efeito térmico pode-se calcular o calor padrão de uma reação a partir da seguinte expressão:
de qualquer reação a partir de dados padronizados.
13
12
....:r^. ...«+Mdw 1.JM1V4.::....:... n. ... :.N,/.:. e..t, d6°,..;,. ` 1. 1 S V.•i 4!é 2.1:,.2d'.'
formação dos produtos menos a sorna dos calores padrões dc formação dos reagentes. AHT = AHR + AHT o + AHP (2.3.5)
Como somente poucas reações de formação podem ser realmente efetuadas, Expressando as capacidades caloríficas de produtos e reagentes (C ) em fun-
muitos calores padrões det formação têm Sido obtidos a partir dos calores padrões ção da temperatura, pela equação genérica:
de combustão, ou seja, do calor liberado quando um elemento ou um composto
químico reage com o oxigênio para formar produtos dc combustão. Na literatura C; = a + PT + y T2 (2.3.6)
indicada podem ser encontradas extensas tabelas com valores dos calores padrões onde a, (3 e y são constantes que dependem do componente considerado, pode-se
de formação ou combustão. desenvolver uma expressão analítica para o calor padrão de reação em função da
temperatura, combinando-se a eq. (2.3.6) com as eqs. (2.3.3) e (2.3.4) e combinan-
2.3.2 Influência da Temperatura sobre o Calor Padrão de Reação do-se o resultado com a eq. (2.3.5), como segue:
O calor de reação depende da temperatura na qual a reação ocorre e os calores
padrões de reação calculados de acordo com a eq. (2.3.2), onde todos os reagentes T
foram admitidos, inicialmente, a uma dada temperatura e todos os produtos, no AHT = AH298 + nJ (a+{3T+yT ' )dT
final, a esta mesma temperatura, são condições raramente satisfeitas em reações
industriais. Em processos industriais, os diversos reagentes podem ser admitidos no produtos 298
reator em diferentes temperaturas, assim como os diferentes produtos obtidos tam-
bém podem sair, cada um deles, em temperaturas diferentes.
Os efeitos térmicos de tais reações podem ser calculados a partir dos calores + ¡3T + yT 2 )dT
padrões de reação e de propriedades termofísicas. reagentes 298
Para exemplo, suponhamos que seja necessário avaliar o calor de reação numa
temperatura T, cujo valor esteja acima de uma temperatura de referência To , na
qual conhece-se o calor padrão de reação A H . A transformação realizada pela rea- = AH°98 + [naT+T
13- 2 +T 3
ção na temperatura T pode ser esquematizada através de três etapas, quais sejam:
produtos
a) Os reagentes são resfriados da temperatura T até To . A variação entálpica de
todos reagentes nos estados padrões A H ;t durante este processo de resfriamento é
calculado por: [naT+T2+T 3
/ To – 1T =
reagentes )293
AHR = n f CPdT (2.3.3)
reagentes T
A n a — 1 n a jT
onde n representa o número de mols e C; , a capacidade calorífica dos reagentes.
b) A reação ocorre isotermicamente à To para dar os produtos nos seus respec- \ produtos reagentes
tivos estados padrões. A variação entálpica nesta etapa corresponde ao calor padrão
de reação na temperatura To , o qual quando selecionamos convenientemente o va-
lor de To como sendo igual a 298K, será A H °98 calculado pela eq. (2.3.2). –
n 1T Ir
+ F I n 2
c) Os produtos formados à temperatura To são aquecidos desde esta temperatura L produtos reagentes ) j 298
até T. A variação entálpica nesta etapa é obtida por:
/ T
AH; = n J CP dT (2.3.4) + n
3
(2.3.7)
produtos To L produtos reagentes
14 15
N
chamando
= 1, v; µ; =0 (2.4.1)
Da = 1 na – na
i=1
produtos reagentes
Considerando uma reação química genérica como aquela apresentada na equa-
e fazendo o mesmo para A p e 0y, a expressão (2.3.7) passa para: ção estequiométrica (1.1.3), a eq. (2.4.1) pode ser escrita como:
Para os casos onde a pressão do estado padrão para as diversas espécies é esco-
lhida como aquela do sistema que está sendo estudado, alterações da mesma causa- N
( á L) '( an9)^» ...
rá uma variação em A H °. Entretanto, na maioria absoluta dos casos estas alteraçõ- Ka =e RT = =1 (2.4.6)
es são tão pequenas que A H; pode ser tomado como sendo aproximadamente ( áA)a )b ... i=1
(A
igual a A H ° a,. .
A partir desta equação, pode-se escrever A µ° = –R T In Ka , ou se o estado
2.4 CONSTANTE DE EQUILÍBRIO padrão adotado for a substância pura, podemos escrever;
A expressão da constante de equilíbrio assume unia forma diferente quando se Este resultado representa uma boa aproximação para determinar a constante de
considera um sistema gasoso, para o qual a atividade ái de um componente i é dada equilíbrio numa temperatura T a partir de um valor conhecido a T° , nos casos onde
por ai = f; / onde ti e f° , são as fugacidades do componente i na mistura nas há pequenas variações de temperatura ou quando, no intervalo de temperatura con-
condições de reação e da substância pura nõ estado padrão, respectivamente. siderado, a variação de entalpia se apresenta aproximadamente constante.
Em sistemas que envolvem componentes gasosos, normalmente considera-se Nos casos onde a variação da entalpia padrão de reação A H ° for apreciável
como estado padrão os gases puros, ideais e na pressão de 1 anil, para os quais com a variação da temperatura, a eq. (2.4.10) poderá ser integrada para dar como
têm-se f° = 1 atm. Então, 1para estes sistemas K. passa para K, e a eq. (2.4.6) se resultado:
transforma em:
N
lriK0 =RJT dT+C (2.4.12)
m... = r7 (f)
Kr= ( fL) I( fM)
(2.4.8) vi onde C é uma constante de integração.
( fA) a ( f>3) b i1=1i Por exemplo, se a variação da entalpia padrão for aquela apresentada pela eq.
(2.3.9), então podemos combiná-la com a eq. (2.4.12) e efetuar a integração para
Para os sólidos e líquidos a eq. (2.4.8) não é válida, pois f° provavelmente não obter o seguinte resultado:
é igual à unidade e a expréssão geral (2.4.6) deve ser utilizada.
Sabe-se que a constante dc equilíbrio desta reação é igual a 9,25 atm. A partir
destes dados, calcule a conversão fracionai em termos de reagentes nas pressões de
1 e 6 atm. Comente os resultados.
2.6. Uma mistura gasosa constituída de 1 moi do rcagentc A, 1 moi do reagente B
e 2 mols ide inertes, passa através de um reator, no qual ocorre a reação
A + B E— C , com urna constante 4e equilíbrio igual a 65.
Cinética Química
a) Para uma mistura gasosa ideal, calcule o grau dc conversão da reação.
b) Calcule o grau de conversão quando a quantidade de inertes for aumentada para
5 mols.
2.7. Na síntese da amônia a 50 ah-11 com equação cstequiométrica: 3H2 + N2 ii 2NH 3 ,
tem-se a 700K uma constante de equilíbrio K1, = 9,5 x 10-5 atai' c a 589K um 3.0 INTRODUÇÃO
valor de Kp = 2,0 x 10—' atrai' . A partir destes dados, calcule: A cinética química estuda a velocidade das reações químicas com todos os fa-
a) A composição de equilíbrio da mistura reagente nas duas temperaturas, partindo- tores que a influenciam. Entre os fatores que afetam a velocidade de uma reação
se dos reagentes inicialmente em proporções estequiométricas. Discuta os resulta- química estão a temperatura, pressão e composição do sistema, as propriedades do
dos. catalisador, se este estiver presente e os parâmet ros que controlam os vários pro-
b) Idem ao item a), mas introduzindo junto com os reagentes 25% de gases inertes. cessos de transportes fisicos, tais como as condições de fluxo, o grau de mistura e
os parâmetros envolvidos na transferência de calor e massa.
Como foi visto no capítulo anterior, a tennondinâmica está interessada apenas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS nos estados inicial e final de um processo, já a cinética química está interessada
1. J. M. Smith and H.C. Van Ness, Introduction to Chemical Engineering Thermo- nos detalhes da transformação do sistema de um estado a outro, bem como, no
dynamics, McGraw-Hill, New York, 1975. tempo necessário para essa transformação.
2. O. A. Hougen, K. M. Watson, and R. A. Ragatz, Chemical Process Principies, O estudo da cinética química pode ser dirigido de forma a atingir dois objeti-
Part II: Thermodynamics, Second Edition, Wilcy, New York, 1954. vos. Em um deles, o pesquisador envolve-se com problemas relacionados à descri-
3. K. G. Denbigh, The Principies of Chemical Equilibrium, Third Edition, Cam- ção molecular das reações químicas; para isto são utilizadas medidas da velocidade
bridge University Press, Cambridge, 1971. de reação e outras medidas observáveis. Nestes estudos, assim como em outros
4. R. E. Balzhiser, M. R. Samuels, and J. D. Eliasen, Chemical Engiüeering Ther- tipos de pesquisa científica, o objetivo é um entendimento mais detalhado do siste-
modynamics: The Study of Energy, Entropy, and Equilibrium, Printice-Hall Int. ma reagente, o qual freqüentemente conduz a descobertas novas c algumas vezes
Series, Englewood Cliffs, N. J., 1972. muito úteis. Do ponto de vista prático, tem-se o outro objetivo da cinética química,
onde profissionais como químicos e engenheiros químicos devem desenvolver pro-
cedimentos sintéticos e eficientes. Para isto, é necessário conhecer os fatores que
influenciam as velocidades das reações, bem como equacioná-los a fim dc efetua-
rem seus trabalhos de urna forma racional.
O estudo da cinética química é bastante complexo, pois envolve uma grande
quantidade de variáveis. Devido a isto, para cada caso, é necessário recorrer às
experiências laboratoriais e na maioria das vezes é necessário realizá-las para todo
intervalo possível de condições operacionais, sendo raramente possível extrapolar
dados em bases puramente teóricas
A cinética química está diretamente relacionada ao estabelecimento do mecanis-
mo químico da reação, à obtenção de dados cinéticos experimentais, à correlação
destes dados cinéticos pelo emprego de gráficos, tabelas ou equações matemáticas,
ao projeto do reator apropriado ao processamento de uma reação específica e à
especificação das condições operacionais do mesmo. tr
24 25
Si3b^F3^^3Õl^T^X?^5^"-7 [ ^,. .Ã^It^i^^ :...,r.: ..._ hi^,^^ry^'. ^_.}Y ' .... ^. ^ )^`^^,'?1^A^4^?.. '..`l✓r. .,L r.... ^.i^
.4,1. '9... ._ e
' ^U.. °.^. ^•, :'eb : Yt. Y..: dtJ,' d.a.^`^ ,^,.##.,»... -1f. Nd a?,^. '. }... r,r^,e ..•d,_-74'atr^: °Jr..Lwr:G`r<'_ w.,S;... ^,a
Neste capítulo são apresentados conceitos e definições de diversos termos utili- - Reação de decomposição gasosa do brometo de t-butila.
zados pelos profissionais da área e são desenvolvidos métodos matemáticos, bem
como são discutidos procedimentos experimentais que cm primeira instância servi- C4 Hg Br <--- Ca Hg + HBr
rão como ponto de partida c ajudarão na solução de problemas mais relacionados
ao segundo objetivo acima apontado. Uma reação bimolecular é aquela que exige duas moléculas para sua ocorrên-
cia, as quais podem ser iguais ou diferentes. Por exemplo:
3.1 TERMOS RELACIONADOS À CINÉTICA QUÍMICA - Reações de formação e decomposição do HI.
Formação: H2 + 12 -> 2 HI
3.1.1 Mecanismo í
Decomposição: 2 HI --^ H2 + 12
Mecanismo de uma reação química é a descrição dos eventos moleculares que
conduzem os fenômenos cinéticos observados nas experiéncias laboratoriais com - Reação de saponificação do acetato de ctila em solução aquosa.
um sistema reagente.
CH3 CO.002 H5 + NaOH -4 C + C2 HS OH
A determinação do mecanismo de uma reação é muito mais complexa do que a
determinação da velócidade da mesma. Basicamente há dois níveis de sofisticação
baseado nos quais procura-se explicações sobre a descrição molecular dos fenôme- As reações trimoleculares são mais raras, pois envolvem três moléculas. Porém,
nos que ocorrem durante o transcurso de uma reação química. No primeiro nível a não se pode confundir ordem de reação com molecularidade, por exemplo, a reação
2 NO + 02 - 2 NO2 é de terceira ordem, mas é bimolecular.
seqüência de eventos moleculares é descrita em termos do número c tipo dc molé-
culas e fragmentos moleculares que interagem entre si nas diversas etapas. No se- 3.1.3 Ordem de Reação
gundo nível de descrição, utiliza-se todos os elementos do primeiro nível c vai
além, a fim de tratar as configurações geométricas c eletrônicas das diversas espé- A ordem de uma reação é definida como sendo a soma dos expoentes dos ter-
A ordem de uma réação não tem que ser um número inteiró, por exemplo, a kl
aA —> B
reação em fase gasosa dc equação estequiométrica,
CO + Cl2 ----> CO Ch k,
aA >C
com equação cinética, a precisará das equações cinéticas,
(— rco) = k Cco C
(rB) = k1C
é de primeira ordem em relação ao CO, dc ordem 3/2 cm relação ao Ch c de ordem
(rc) = k,C
global 5/2.
Para algumas reações, as equações cinéticas são bastante complexas e não é para representá-la, sendo uma reação múltipla.
possível separar os termos que dependem da temperatura daqueles que dependem
da concentração, por exemplo, na decomposição do óxido-nitiosu, tem-se: 3.1.5 Reações Elementares e Não-Elementares
Urna reação química é dita elementar quando a ordem da mesma coincide com
equação estequiométrica: 2N2 O > 2N, + 02 sua molecularidade, ou tendo em vista que . freqüentemente as rcaçõcs ocorrem atra-
vés de uma série de etapas, cada uma das quais representando uma reação elemen-
kCN,o tar, pode-se definir reação elementar como aquela reação que não pode ser
equação cinética: ( rN, o) = dividi-
1 + k'Co, da em reações mais simples por meios químicos.
Nestes casos, só é possível falar em ordem dc reação mediante algumas simpli- Neste caso, a expressão da velocidade pode ser derivada diretamente da equa-
ficações, por exemplo, se a concentração de oxigênio Co, for bem baixa, o denomi- ção estequiométrica. Por exemplo, para urna reação elementar com equação este-
quiométrica do tipo,
nador da equação acima pode ser assumido como igual a unidade c a reação pode
ser dita de primeira ordem aparente em relação ao N2 O e primeira ordem aparente aA + bB ---> Produtos
global.
tem-se a seguinte equação cinética: (— rA) = k C ;; C ú
3.1.4 Reações Simples e Múltiplas
Mas a maioria das reações de interesse não ocorre a partir dc colisões simples
Uma reação química é dita simples quando cia pode ser representada por unia entre as moléculas reagentes, ao contrário apresenta mecanismos que envolvem vá-
única equação estequiométrica e uma única equação cinética. Ao contrário, quando rias etapas e, em geral, não há nenhuma relação direta entre a ordem da reação e
para a representação da reação forem necessárias mais dc uma equação estequiomé- sua equação estequiométrica, estas reações são denominadas reações não-elementa-
trica e conseqüentemente mais de urna equação cinética, a reação é denominada res. Um exemplo clássico deste tipo de reação é a reação gasosa entre o hidrogénio
múltipla. e o bromo moleculares, quando são colocados a aproximadamente 1 atm reagem
As reações múltiplas se classificam em reações paralelas ou siuuultôneas e rea- via um mecanismo por radicais livres com equação estequiométrica:
ções em série ou consecutivas.
Reações paralelas são aquelas onde os reagentes são envolvidos cm duas ou Br, + Hz <--- 2HBr
mais reações independentes e concorrentes, enquanto que as reações em série são
aquelas onde um ou mais produtos formados inicialmente sofrem unia reação sub- e equação cinética:
seqüente para dar outro produto. I/?
k1(C 2 ) (Car,)
rHBr =
kl
Por exemplo, a reação: aA ---> Produtos k2 + Cl l llr
Cor,
Outra reação que envolve mecanismo por radicais livres é a decomposição do formas de definir a velocidade de reação e principalmente pelo fato de que as pri-
acetaldeído, a qual a uma temperatura de aproximadamente 500°C apresenta ordem meiras experiências foram realizadas em sistemas fechados e rígidos. Isto quer di-
de reação de 3/2 em relação ao acetaldeído. Sua equação cstequiométrica é: zer que as reações eram realizadas em sistemas com volumes constantes, o que
constituía uma grande diferença de quando as mesmas eram realizadas em sistemas
CH3 CHO ----> CH4 + CO
de volume variável.
mas sua equação cinética é: Por conveniência, o conceito de velocidade dc reação apresentado a seguir con-
sidera um sistema fechado, isotérmico, com pressão constante, homogêneo de com-
(—rcai3 cno) = kCa,cilo posição uniforme, no qual uma única reação está ocorrendo. Para este sistema a
velocidade de reação é definida como:
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES QUÍMICAS 1 d ni
(3.3.1)
r, V dt
As reações químicas podem ser classificadas cm duas amplas categorias, honro-
gêneas e heterogêneas. onde V volume do sistema
As reações homogêneas têm uma única fase c a composição é uniforme, podem ni = número de mols do componente i
ser catalíticas ou não-catalíticas e ocorrerem cm fase gasosa c líquida. Uni exemplo t = tempo
bastante conhecido de reação homogênea catalítica em fase gasosa é a oxidação do A partir desta definição, podemos afirmar que a velocidade de formação (pro-
SO2 a SO3 , catalizada pelo óxido nítrico no processo dc produção do ácido sulfú- duto) ou de consumo (reagente) de um dado componente i do sistema reagente é
rico em câmara de chumbo. O óxido nítrico promove o processo de oxidação de igual à variação do número de mols deste componente por unidade de volume c
acordo com as seguintes equações químicas:
tempo. Desta forma, se o componente i for um reagente, este estará sendo consu-
mido e a relação dn; / dt terá um valor negativo, ao contrário se i for um produto a
2 NO + O, ----> 2NO2 relação dn; / dt terá um valor positivo, ou seja:
S02 + NO2 > S03 + NO
1 d n;
Outros exemplos se encontram nas decomposições pirolíticas de compostos or- r, (i representa um reagente) (3.3.2)
gânicos como acetaldeído, fonnaldeído, álcool mctílico, óxido de etileno c diversos
éteres alifáticos. A maior parte das reações homogéneas catalíticas se processa em 1 dn;
( r ) = V dt ( i representa um produto) ( 3.3.3 )
fase líquida, sendo a catálise ácido-base o tipo mais estudado. Como exemplos de
reações orgânicas cujas velocidades são controladas pela catálise ácido-base, têm-
se: inversão de açúcares, hidrólise de ésteres c ardidas, estcriticação de álcoois, Foi colocado o sinal negativo em (— rs) para evitar grandezas negativas.
enolização de aldeídos e cetonas. São diversas as unidades possíveis para a velocidade de reação, tendo em vista
As reações heterogêneas envolvem um sistema de reação que se passa em duas a definição acima, onde normalmente as variáveis envolvidas são expressas no sis-
ou mais fases, gasosa, líquida ou sólida. Também podem ser catalíticas como rea- tema métrico de unidades, isto é, número de mols cm mols, volume cm litros e
ções gás-sólido, líquido-sólido e não-catalíticas, como gás-sólido, líquido-sólido, tempo em segundos, a velocidade de reação pode ser expressa em (moi/1.$).
gás-líquido, líquido-líquido e sólido-sólido. Outra forma de definir a velocidade de uma reação química é em termos do
Como exemplo de reação heterogênea, tem-se a produção industrial dc benzeno grau de avanço da mesma, isto é:
a partir da desidrogenação de ciclohexano, pela utilização da platina sobre alumina
como catalisador, cuja equação química é: 1d
(3.3.4)
r V dt
Pt sobre
O Al 2 O3 x H -,0
+ 3H2
Utilizando a relação entre o número de mols c o grau dc avanço apresentada na
eq. (1.1.10), pode-se observar que a definição dc velocidade de reação em termos
3.3 VELOCIDADE DE REAÇÃO do número de mols apresentada na eq. (3.3.1), se relaciona à r definida na eq.
(3.3.4) por r; = v; r. Enquanto r, depende do sinal de v; , o qual por convenção é
A definição matemática de velocidade de reação já foi motivo deconfmv(rcinc positivo para produtos e negativo para reagentes, r é. uma grandeza intrinsicamente
na literatura relacionada ao assunto. Tais controvérsias foram devidas às diferentes positiva.
30 31
Cinética química
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
Muitas vezes, para a realização de cálculos, é mais convenie~ expressar a
Tendo em vista as definições acima apresentadas, pode-se fazer os seguintes velocidade de reação em termos da conversão fracionai (X; ), definida na eq.
comentários: (1.1.14). Com isto, para o sistema reagente em questão, tem-se:
- A velocidade de reação está relacionada a uma variável intensiva (volume),
sendo também uma variável intensiva. Este fato é importante para tratar sistemas dnA d[nA ° (1 – X A)] nAo dX,\ _ dXA
(– rA) (3.3.9a)
de volumes variáveis. V dt V dt V dt CA° dt
- A definição apresentada para r.independe dc quaisquer espécies, seja um pro-
dduto ou umX reagentes em particular. _ – 1 dnB d[na° ( 1–XB )] _ nu° dX,i ❑
(–rB) (3.3.9b)
- Tendo em vista que a velocidade varia muito pouco com o tempo c que na V dt V dt V dt CASO dt
análise de sistemas químicos em equilíbrio, freqüentemente, as propriedades variam
de um ponto a outro, é conveniente utilizar tanto a definição de r como de r; para d nc _ 1 d [ tico (1 + Xc) ] tico d Xc _ Cc° ddXtc
( rc) V dt (3.3.9c)
definir as velocidades de reação instantâneas ou locais. V dt Vdt
Ao se utilizar a definição de velocidade dc reação como apresentada na eq. onde CA° , CB0 e Cc° são as concentrações iniciais dos componentes A, B e C,
(3.3.1), deve-se ter a cautela de aplicá-la adequadamente de acordo com o compor- respectivamente. Nestas equações estão expressas as velocidades cm função da
tamento do sistema com o progresso da reação, isto é, se o volume do sistema varia conversão fracionai do respectivo componente, mas para efeito de cálculos cm pro-
ou não durante a reação. jeto é ainda mais interessante que as diversas velocidades estejam expressas cm
Para o caso de um sistema cujo volume não varia no transcurso da rcação, função da conversão fracionai de um único componente, por exemplo, o componen-
pode-se utilizar a concentração violar (C;) expressa por C; = n; / V c reescrever a te A. Isto pode ser obtido utilizando, as expressões de (– rA) cm termos de XA
eq. (3.3.1) como: apresentadas acima em combinação com a eq. (3.3.8), como segue:
1 dni 1 d(C;V) _ dC;
(3.3.5) b d XA
r' V d_ V dt dt (– rB) = CAo (3.3.10a)
a dt
Com a finalidade de ilustrar algumas das situações apontadas, considera-se uni
sistema reagente homogêneo, no qual ocorre a seguinte rcação a volume constante: (rc)=-CA ° d d A (3.3.10b)
Para o caso onde as reações ocorrem com variação de volume, haverá alterações
aA + bB <---- cC (3.3.6) nas expressões de velocidade de reação e a eq. (3.3.5) não será aplicável, pois,
Utilizando as definições apresentadas nas eqs. (3.3.1) c (3.3.4), para a presente 1 dn; _ 1 d(C;V) – 1 dC; dyi _ _ dC; C; dV
reação, podem ser escritas as seguintes expressões: (3.3.11)
r' _ V dt V dt V dt + C' d t JI dt + V dt
CV
77
–rA) – 1 dnA _ a d (3.3.7a) conseqüentemente, tens-se:
( V dt V dt 1 d n; d C;
V dt dt
dnB b d^
(–lb) _ V dt '(3.3.7b)
v dt Se a variação de volume do sistema com o avanço da reação altera as expressõ-
es da velocidade de reação, a questão agora é saber quais as alterações que irão
11 1 dnc _ c d (3.3.7c) sofrer as expressões obtidas para a reação (3.3.6), quando admitirmos que a mesma
(rc) _ V dt V dt ocorre com variação de volume.
Para responder esta questão, deve-se considerar que a variação dc volume nor-
ou ainda:
malmente ocorre nas reações gasosas, nas quais o número dc mols dc reagentes e
(–rA) _ (–rB ) (rc) – l d5 (3.3.8) produtos é diferente.
a b c V dt Por exemplo, na síntese da amônia,
A partir deste resultado, pode-se concluir que conhecendo-se a velocidade de
consumo de um reagente, é possível obter a velocidade de consumo ou formação N2 + 3H2 <--- 2NH3
dos demais componentes do sistema a partir das relações cstequiométricás.
33
32
45- A" W,gte~Skffir:
4 mols de reagentes produzem 2 mols de produtos, então cm um sistema dc fluxo onde E v; = c_— a — b.
contínuo, o fluxo molar de substâncias variará à medida que a reação progredir. Dividindo-se a eq. (3.3.16) pela eq. (3.3.15), tem-se:
Uma outra situação menos freqüente é aquela que ocorre em reatores descontínuos,
onde o volume varia com o tempo. vi
Como a variação de volume nem sempre é dc fácil determinação, o que vamos + a nAo XA
n, vi
fazer a seguir é relacionar o volume (V) do sistema reagente com a conversão na
= 1 + — yAo XA (3.3.17)
no a
fracional (X A ) de pm dado reagente A e com um fator (EA ) que representa a
expansão ou contração de volume durante a reação. Para isto, será utilizada a se- onde yAo é a fração molar de A no início, quando t = O.
guinte equação de estado: O fator (E A ) é definido como:
PV = Z n, R T (3.3.12)
[ Variação no número total de mols
onde: P = pressão total quando a reação se completou
Z =_fatorde compressibilidade EA =
1,
Dividindo-se a eq. (3.3.12) pela eq. (3.3.13) e rearranjando o resultado, obtém-se: Substituindo-se a eq. (3.3.19) na eq. (3.3.17) e o resultado na cq. (3.3.14), ob-
tém-se:
V Voi Po 1 ^TJZoZ j ( n,no (3.3.14)
l V
C f To^(-o)
(1 +E,,X-) (3.3.20)
Para obter a expressão do volume V em função da conversão XA , vamos reto-
Para sistemas gasosos onde a pressão (P) e a temperatura (T) são tais que o
mar a eq. (3.3.6).
fator de compressibilidade (Z) não varia de forma significativa com o curso da
reação, pode-se admitir Z = Zo .
aA + bB <— _ cC
Adicionalmente, para sistemas isotérmicos à pressão constante, a eq. (3.3.20)
Para uma quantidade nt de inertes presentes no sistema, tem-se as seguintes fica simplificada para a forma:
expressões para os números totais de mols inicial no c final n, :
V = Vo (1 + E,,X) (3.3.21)
no = nAo + nBo + nco + n, (3.3.15)
No que diz respeito à definição apresentada para o fator EA , deve ser ressaltado
Após uma conversão XA em termos do reagente A, tem-se nAo XA mols de A
que nas reações reversíveis, a conversão final não é igual à unidade, mas sim igual
convertidos, conseqüentemente no final, tem-se:
a um valor de equilíbrio X A0 . Assim sendo, em termos de volume, pode-se escre-
b c ver:
nA = nAo — nAo • XA ; nB = nBo — â nAo • XA e nc = nco + a No • XA
(VX, , — VX= o)
(para reações irreversíveis) (3.3.22)
e
c v, E i = (V xi = y, — V x ¡ = o)
XA o +n I +nAo . XA
(3.3.16)
n,=nAo +n Bo +nc — — b- - 11=n o + (para reações re-vcrsívcis) (3.3.23)
a a Vxi=o
C
34 35
onde Vxi = 1 , Vx, = o e Vxi — são os volumes calculados quando as conversões constante de proporcionalidade denominada de constante específica de velocidade
fracionais são iguais a unidade, zero ou igual a um valor de equilíbrio, respectiva- de reação, ou simplesmente constante de velocidade, constante específica ou cons-
mente. tante cinética.
Como se observa, o fator Ei relaciona a variação de volume quando a reação se A função f( Ci) muito freqüentemente indepcndc da temperatura e com alto
completou ou atingiu o equilíbrio e o volume inicial, onde se tem conversão nula. grau de aproximação pode ser escrita como:
Além disto, Ei leva em consideração agi, presença dc inertes, quantidades não este-
quiométricas de reagentes, bem como a presença de um ou mais produtos no siste- N
Para dar Mn certo sentido físico a este parâmetro k, pode-se definí-lo como
aA + bB + <-- rR + sS + (3.4.8) sendo a variação da concentração de uni reagente ou produto na unidade de tem-
po, em uma reação na qual todos os reagentes se encontram em concentração uni-
Após um certo tempo t de reação, o número total de mols n vem dado por:
(r) _ ( mols / volume tempo)
k) =
n=nA +nB +... +nR +ns+... +n;nencs (3.4.10) (C )m ( mols / volume) "'
Tendo em vista a cq. (1.1.10), para um componente i, pode-se escrever a se- Com base na eq. (3.5.2), pode-se afirmar que as unidade de k são:
guinte expressão para a concentração molar. {k} = mol/l.s —> para uma reação de ordem zero
ni n; o + v;
{k} = l/s -4 para uma reação de primeira ordem
C; = V = V (3.4.12) - {k} = l/mol.s — para uma reação de segunda ordem
{k} _ (1/mol) 2 /s -4 para uma reação de terceira ordem
esta equação quando combinada coma eq. (3.4.11) conduz a:
A co.nstante específica de velocidade de reação k é determinada em relação ao
v; (n — no) componente definido pela velocidade correspondente, em relação aos demais com-
Ci = n;o
V + v v (3.4.13)
ponentes do sistema, seu valor é determinado por relações cstequiométricas.
Para a reação: A + 2B —> 3C , tem-se:
Admitindo-se que a mistura gasosa reagente se comporte como uma mistura
ideal, para o componente i podemos escrever: (—rA ) = kA CA CB
nio RT v; (n — na) (—rB ) = kB CA Có
p; = C;RT = V + vi — P") (3.4.14)
V RT _
— pio + v(
(rc) = kc CA Cn
onde pressão parcial inicial do componente i
pio =
p; = pressão parcial do componente i em dado instante e de acordo com a eq. (3.3.8), para esta reação, pode-se escrever
P. = pressão total inicial
P = pressão total em dado instante (—rB )
Com os valores das pressões parciais assim calculados, pode-se utilizar a eq. (—rA ) = 2 = 3( rc) kii
ou kA = 2 kc
- 3
(3.4.7) para calcular a velocidade de reação. Esta forma dc calcular as pressões
parciais, às vezes recebe o nome de método das pressões totais. O que se observa a partir deste resultado é que as formas muito condensadas de
apresentar as equações químicas, como: 2A -4 2B para uma reação bimolecular,
3.5 CONSTANTE ESPECÍFICA DE VELOCIDADE irreversível e de segunda ordem, pode criar dificuldades de interpretação. Por
DE REAÇÃO isto, recomenda-se escrever a equação estequiométrica, seguida pela expressão
completa da velocidade, indicando as unidades da constante específica de velo-
O termo constante específica de velocidade de reação, apesar de muito utiliza- cidade de reação.
do pela literatura relacionada ao assunto, parece inadequado 'uma vez que depende
Para a maioria absoluta dos casos, a constante específica de velocidade de rea-
da temperatura. Mas isto se - deve ao fato de qué'este parâmetro k independe da
ção pode ser representada pela equação de Arrhenius.
concentração de reagentes e produtos do sistema em estudo.
38 39
Cinética química
CINÉTICA QUIMICA DAS REAÇOES HOMOGÉNEAS
Um gráfico de CA em função de t dará uma reta, cujo coeficiente linear é CAo e Utilizando a definição de conversão fracional apresentada na eq. (1.1.14), as
o coeficiente angular é (-k) (fig. 3a), ou ainda um gráfico de XA em função de t eqs. (3.6.6) e (3.6.7) podem ser reescritas como:
também dará uma reta, com coeficiente angular igual a k / CAo (fig. 3b).
(1 –XA)
In CA = In CAo = In( 1 – XA) =–kt (3.6.8)
CAo CA,
a) CA b) XA
k
tg a = -k tg a =
CA. e
XA = 1 – è k' (3.6.9)
dx – 1 In ax, + b
(M- 1)
J ax+b a ax,+b onde A e B representam o nitrato de metila e a água, respectivamente e
x, k' = k CB = constante. O desenvolvimento para obter XA ou CA em função de t é
Observe que ao utilizar este modelo para resolver a integra_ l a os va-urgis semelhante àquele apresentado para a eq. (3.6.5), por isto deixamos para exercício
de a e b foram 1 e 0, respectivamente. do leitor.
42 43
3.6.1.3 ReclMes Irreversíveis de Segunda Ordem Pode-se combinar a eq. (3.6.15a) com a eq. (1.1.14) para obter relações entre
Reações de segunda ordem são os tipos mais comuns, havendo várias situações a conversão fracional dos diversos componentes do sistema reagente.
possíveis, as quais serão tratadas separadamente. Para o presente caso, uma reação de segunda ordem, têm-se:
TIPO 1 CA = CAo (1 – XA) CA – CA. = – CA. XA
Neste tipo de reação os dois reagent,es interagem de tal forma que a velocidade
de reação é proporcionál à primeira potência do produto de suas respectivas con- CB = CB. + CA – CA. = CBo – XA CA. = CA. (M – XA ) (3.6.16)
centrações. sendo M = CB. /C A.
k A partir da eq. (1.1.14), para um sistema a volume constante, pode-se escrever:
Equação estequiométrica: A + B ---> C (3.6.10)
nA = nAo (1 – XA) ou CA = CAo (1 – XA) (3.6.17)
Equação cinética: (–rA ) = – da A = –
d d B= kCA Cn (3.6.11) Combinando os resultados apresentados nas eqs. (3.6.16) c (3.6.17) com a N.
(3.6.11), obtém-se:
procedimento é o seguinte: A solução desta integral é obtida pela decomposição do denominador do pri-
dni = vi de n;–n; o =v; (3.6.12) meiro membro em frações parciais.
A + B 1
dn^=vi d2; n3 –n3o =v, (3.6.13) (3.6.20)
(1 – XA) (M – XA) (1 – X A )(M – XA)
Se os componentes i e j forem reagentes, as eqs. (3.6.12) e (3.6.13) podem ser onde A e B são constantes a serem determinadas pelo princípio da identidade dos
reescritas como: polinômios, ou seja:
ni – rio = n3n3o = MA – AXA +B – BXA = l (3.6.21)
(3.6.14a)
vi V3
a -partir desta equação, iguala-se os_ coeficientes de mesma potência de XA nos dois
membros , ou seja:
ou
nn = n^o +
Vi
(ni – n; o ) (3.6.14b) MA+B=1; A=1/(M–l)
Vi (3.6.22)
–A–B=0; B=1/(1–M)
Para um sistema a volume constante, estas expressões se transformam em:
Ci – Cio – Cio – Substituindo-se este resultado na eq. (3.6.20) c combinando com a eq. (3.6.19),
(3.6.15a) tem-se:
vi vi V
XA XA t
ou dXA
` + (Ci – C
Ci = (`v;7o
Vi
io) (3.6.15b) 1 (M – 1)(1 – XA)
+ r
o
dXA
(1 –M)(M – XA)
= k CAo f d t (3.6.23)
u
44 45
xzf£Et G ,y<:4._n+,} _ i;s 26t ^'rt . rS-.È2 L^ n i,: éfi2t^nt,t
Cinética química
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
CA t
As duas integrais do primeiro membro da equação da página anterior podem ser dCA
resolvidas utilizando-se o modelo (M-1), sendo que na primeira integral o valor de =—Jkdt
a =—1 eb= l enasegundaa=—1 eb=M. J C^
CA0 o
(M1 (M M Xn) 1 1 1 XA
1)In(1 —XA )+ (M l 1) In =kCAo t =kt (3.6.28)
CA C Ao CA. l — X+,
A integral do primeiro membro desta equação foi resolvida pela utilização do
seguinte modelo:
In (1v1—XA)=k(M— 1)C Aa t (pai M ^ 1) (3.6.24)
M(1 — XA) X2
J ^^'
Xz — X
(,.'
Xn dx =
(M - 2)
Em termos das concentrações CA e CB , a eq. (3.6.24) pode ser escrita como: n+1
xr
ln CB CCn = In MCA = k (M — 1)
0
t ( para M ^ 1) (3.6.25) sendo que para o caso n = -2.
Colocando em um gráfico 1 / CA em função do tempo t, será obtido uma reta de
coeficiente angular k e coeficiente linear 1 /C A0 (fig. 6a) , ou a partir de
A representação gráfica, tanto da eq. (3.6.24) como da eq. (3.6.25) resulta em: XA / ( — XA) em função de t também será obtido uma reta que passa pela ori-
gem e tem coeficiente angular igual a k CA0 (fig. 6b).
In (M-X)
M (1-)Ç) tga = k(M-1)C Ao a) 1 /CA
ou tg a = k b) X`
1 -XA tg a = k CAo
In Ce
M CA
Tempo (t)
Figura 05 — Reação de Segunda Otdem a Volume Constante com M ^ 1. Tempo (t) _ Tempo (t)
Figura 06 — Reação de Segunda Ordem a Volume Constante com M = 1.
TIPO II
Para as formas das equações resultantes apresentadas nas eqs. (3.6.24) e No que diz respeito à forma da expressão cinética integrada, deve ser ressalta-ir)
dois aspectos, quais sejam:
(3.6.25), foi feita a restrição de M ^ 1, isto quer dizer que se for testado o valor
de M = 1, será verificado em ambas equações uma indetemtinação. O valor de M - Se a concentração inicial do componente B for muito maior do que a concen-
= 1 significa que as concentrações iniciais de ambos reagentes são iguais, isto é, tração inicial do componente A, a concentração de B poderá permanecer aproxima-
damente constante durante a reação e se isto acontecer, como já vimos anterior-
CA0 = CB0 , ou que um único reagente sofre unia reação de segunda ordem. Para mente, a reação de segunda ordem se converterá em uma reação de pseudo-primei-
ambos casos, têm-se:
ra ordem.
k - A expressão
Equações estequiométricas: A + B > C (CA . = C no) matemática da equação cinética depende tanto da estequiometria
da reação, como da cinética. Por exemplo, para uma reação não elementar, de;
k Equação estequiométrica:
2A --- --- C (3.6.26) A + 2B — C (3.6.29)
Equação cinética: (— rA) _ — dtA = k C A (3.6.27) Equação cinética: (— rA) _ — dCA = k CA Cr, (3.6.30)
Esta equação diferencial pode ser integrada entre os limites t = 0, com CAo e t, teríamos um resultado diferente daquele apresentado na eq. (3.6.18). Pois, de ma-
onde se tem uma concentração CA , para dar: neira semelhante à utilizada para obter a eq. (3.6.16), para este caso podemos
47
46
'
- ddtA = kC Ao (1 - XA) (M - 2XA ) (3.6.31)
A representação gráfica da eq. (3.6.36) dará unia reta de coeficiente angular
igual a 2k e coeficiente linear igual a 1 / C ou seja:0 ,
ou na forma integrada,
t
1ICA
tg a = 2 k
In
CB CA = In
M(1 2Xn)
= CA ,,(M - 2)kt (para M$2) (3.6.32)
3.6.1.4 Reações Irreversíveis de Terceira Ordem Equações Estequiométricas: A + B + C - produtos (C A. = Cu.) (3.6.37a)
Uma reação é chamada de terceira ordem quando sua velocidade depende dos
três termos da concentração. Em soluções, estas reações são tão raras que poucos 2 A + C -> produtos (3.6.37b)
exemplos podem ser encontrados na literatura. d CA
As reações de terceira ordem podem ser classificadas em três tipos básicos, os Equação Cinética: (-rA ) _ = dt = kC Cc (3.6.3 8)
quais serão tratados a seguir.
Para resolver esta equação diferencial, Cc deve ser colocada em função de CA ,
TIPO 1 o que é possível pela utilização da eq. (3.6.15b), como segue:
Neste tipo, a concentração inicial dos três componentes são iguais, ou seja:
Equação estequiométrica: A + B + C -4 produtos (3.6.34) CC = CC. + VA (CA - CAu) = CCo + 2 ( CA C A.) (3.6.39)
A integral do primeiro membro da eq. (3.6.4 1) pode ser resolvida colocando-se Pode-se combinar esta expressão com a eq. (3.6.39) para obter a seguinte ex-
o denominador em frações parciais, como segue: pressão, onde aparece a concentração do componente C, ou seja:
r 2 1 _ 1 l + 2 In CACc ° = kt
_ (3.6.42) (3.6.45b)
C +-+ 2 Cc. – CA. I (2 Cc. – CA° )-
C ( c,. + 2A – 2^°
`
2A
^Cc° + 2A
CA°
2
CA C^ CA° CC
O resultado obtido nas eqs. (3.6.45a e b) é diferente daquele que seria obtido
onde p, q e r são constantes, cujos valores são encontrados resolvendo-se o polinô- para uma reação de terceira ordem bimolecular, como apresentado a seguir:
mio expresso na eq. (3.6.42), isto é, igualando-se os coeficientes dos termos de Equação estequiométrica: A + B - C (3.6.46)
mesmo grau. dC
Equação cinética: – A = kC;,Ca (3.6.47)
C dt
CA CA°
P CA (Cc0 + 2 – 2 + 2 2 Basicamente a diferença está na relação entre as concentrações CA c Ca obti-
da a partir da eq. (3.6.15b), a qual para o caso é: Cn – Cn° = CÃ – CA0 e quando
2 substituída na equação diferencial (3.6.47) que relaciona CA com o tempo, dá o
g=0 P 2 Cc. – CA seguinte resultado:
dCA
_ _ 2 B. – CA. + CA) (3.6.48)
+qCc –g CAa =O q (3.6.43) d t = C (C
(2 Cc° – CA° )2
Esta equação diferencial pode ser resolvida da mesma forma que fizemos com
a eq. (3.6.40), ou seja:
pCc° –CA. = r= CA t
(2 Cc. – CA° )-
dCA
J kdt = kt
Substituindo-se os valores de p, q e r encontrados acima na cq. (3.6.42) c com C (CB °,+ CA – CAu )
CAo 0
binando-se o resultado com a eq. (3.6.41), obtém-se:
CA CA 1 r
2 dCA_ - 1
(2 Cc° – C,^,^ )2 1
CA
2 ¡ dCA – (
J
dCA
CAu =kt
- C A ( CB° + CA – CA° ) C + CA + CB° + CA – CA0
(2 Cc° – CA° ) C C ^
Ao CA° CA CA° Cc° + 4 2 CA CA ;, _– 1
50 51
Cinética química
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
com os quais pode-se realizar as integrais imediatas, para obter o seguinte resulta-
Esta expressão elaciona a concentração do componente A com o tempo, a qual do:
pode conter também a concentração do componente B, ou seja:
1 CAo 1 Cno
C130
1
CAo )
(CA 1 CAo ) +
[CB0
1 C^ 1 In
cACno
CA" Cu =kt (3.6.49b)
( CB. - CA.) ( Cc,, - CA,,) ln CA + (CAo - C uo ) ( Cco - C uo) ln CB +
Cco
C Cc") In Cc = k t (3.6.53)
+ ( CAo - Co,,) ( CBo -
TIPO III
Neste caso todos os reagentes apresentam concentrações iniciais diferentes e a 3.6.1.5 Reações Irreversíveis de Ordem Genérica n
descrição matemática deste mecanismo é muito semelhante ao caso anterior, ou
Apesar da baixa probabilidade da existência de reações de ordem mais alta do
seja:
(3.6.50) que três, é conveniente analisar reações de ordem genérica n, uma vez que reações
Equação estequiométrica: A + B + C -+ produtos
de ordem fracionária são bastante comuns.
- dCA = kCA CBCc (3.6.51) Equação estequiométrica: n A > produtos (3.6.54)
Equação cinética:
dt
Da mesma forma que no caso anterior, para resolver a equação diferencial Equação cinética: -
d
d tA = k
c. (3.6.55)
(3.6.51) é necessário expressar as concentrações CB e Cc como funções da con- A eq. (3.6.55) pode ser integrada a partir da condição inicial t = 0, com
centração CA , assim sendo a partir da eq. (3.6.15b), tem-se: CA = CAo e um tempo t onde se tem CA para dar o seguinte resultado:
CB = CBo + CA - CAo e Cc = Cco + CA - CAo CA t
com estas relações, a eq. (3.6.51) pode ser reescrita como: dCCA = _ J dt = - kt
o
- dCA = kCA(Cu0 - CAo + CA) (CC o - CAo + CA) (3.6.52)
dt C ° - C= (n - 1 )kt (n ^ l) (3.6.56)
Para realizar a integração desta equação diferencial, faz-se a separação das va-
ou em termos de conversão fracionai, tem-se:
riáveis c coloca-se o denominador em frações parciais, como segue:
- 1] 1 = = _L + [(1 - XA ) '
C'A- ' (n - 1 )kt (3.6.57)
CA ( CBo - CAo + CA) ( Cco - CAo + CA) CA
Neste caso a variação da concentração ou da conversão com o tempo vai depen-
q r der da ordem da reação. A avaliação desta situação será apresentada mais adiante,
+ CB0 — CAo + CA + Cco - CAo + CA no capítulo relacionado à interpretação de dados cinéticos experimentais.
igualando-se os termos de mesmo grau, encontram-se os seguintes valores para -p, 3.6.2 Sistemas a Volume Variável
q e r. Nestes sistemas, têm-se as reações que ocorrem cm fase gasosa com expansão ou
-1 contração de volume. Infelizmente, aqui quando se combina o conceito de velocidade
P de reação com a função de concentração, como foi feito para diversos casos nos siste-
( Cco - CAo) (C B . - CAo )
mas a volume constante, obtêm-se resultados completamente diferentes. Para caracte-
rizar matematicamente tais sistemas, utilizaremos a eq. (3.3.21), a qual representa a
q função linear do volume com a conversão, bem como a velocidade de reação como
(CB. - CAo) ( CB. - Cco )
função da conversão. Assim como fizemos no caso de sistemas a volume constante, a
seguir apresentaremos alguns casos mais simples de como obter as expressões que'
r representam a concentração ou a conversão fracionai em função do tempo.
( C no — CCo) (CCo — CAo )
53
52
Figura 08 — Reações de Ordem Zero com Volume Variável. A integral do primeiro membro desta equação é realizada da mesma forma já
apresentada anteriormente, ou seja, separando-se o denominador do primeiro mem-
Como já foi comentado anteriormente, valores positivos para EA significam que bro em frações parciais.
está havendo uma expansão de volume durante a reação, enquanto que valores ne-
gativos indicam uma contração de volume. (1 +EAXA) p + q
3.6.2.2 Reações Irreversíveis de Primeira Ordem (1 – XA )2 1 – XA (1 –)(A ) 2
Este é o único caso que a representação matemática de um sistema a volume de onde se tem:
constante se aplica ao sistema a volume variável, assim, reescrevendo-se a eq. p= –EA ; q=1+E .,
(3.6.5) para o presente caso, obtém-se:
_ 1 dnA = CA,, d XA substituindo-se os valores de p e q na equação acima c integrando, tem-se:
= kCA (3.6.60)
–rA V dt 1+E A XA dt XA XA
mas nA = No (1 – XA) e CA = nA / V, logo combinando-se este resultado com E A dXA
$ EA dXA = k CA. t
a eq. (3.3.21), obtém-se:
0 O
nAo (1 — XA) CA°( 1 — XA)
(3.6.61) A primeira integral do primeiro membro desta equação é resolvida utilizando-se
CA _ Vo (1 + EAXA) (1 + EAXA ) o modelo (M-1) e a segunda pela utilização do seguinte modelo:
54 55
-... •4Yar£rì^t J `°rN.T.'h: ! J.:+° `á.- :,•r, ;r ,..::... „. :•y3.:cs. ^.;. s.^
_ +., u
No caso mais simples onde tanto a reação direta como a reversa são de primeira A eq. (3.6.77) também pode ser expressa em termos da constante de equilíbrio
ordem, tem-se: (K), pois no equilíbrio tem-se d CA /d t = 0, com a isto a seguinte expressão é
obtida:
kl
Equação estequiométrica: A <=— B (3.6.73) dCA —-
k2 dt = k, CA, – k2 C& = 0
k, = C°
Neste caso, as operações matemáticas diferem de acordo com as condições li- Dividindo-se o numerador e o denominador do primeiro membro da cq. (3.6.77)
por k2 e combinando com o resultado apresentado na cq. (3.6.79), obtém-se:
mites iniciais, ou seja, ,dependerá da presença ou não de ambos reagentes inicial-
mente no sistema. A seguir serão discutidos os seguintes casos:
Caso 1 : Inicialmente somente uma substância está presente no sistema. (K+1)CA–CAa–k,C1+ 1lt
– In (3.6.80)
Caso II: Ambos reagentes (A e B) estão presentes no início da reação. KCA. K
Caso III: O sistema se aproxima do equilíbrio.
Um gráfico do primeiro membro da eq. (3.6.80) em função do tempo dará uma
CASO 1 reta que passa pela origem e tem um coeficiente angular igual a k, (1 + 1/K ),
Neste caso existe somente o reagente A no início da reação, com uma concEn- como está apresentado na fig. 09.
tração C. Combinando as eqs. (3.6.74) e (3.6.15b), obtém-se:
In (K+1)CA-CA o tg a = k1 (1 + 1/K)
CB = C°, + CA = CA. – CA ( para C n,, = 0 ) K CAo
e,
dCA – k2 CA. (3.6.76)
– = k, CA – k2 (CAa – CA) = (kl + k2)CA
dt
A integração desta equação diferencial conduz a: Tempo (t)
CA Figura 09 — Reações Reversíveis de Primeira Ordem a Volume Constante.
–( dCA =t CASO II
J (k, + k2) CA – k2 CA.
CAa Este caso refere-se à situação onde o reagente B está presente inicialmente no
sistema com uma concentração inicial igual a Cno . Sendo assim, a eq. (3.6.76)
A integral do primeiro membro desta equação é resolvida utilizando-se o modelo deve ser reescrita da seguinte forma:
(M-1), com a = (k, + k2) e b = – k2 . Com isto, obtém-se o seguinte resultado:
– dCA
(k, + k2) CA – k2 CA.
= (k, + k2) t (3.6.77) = k, CA – k2(C°
a + C^ –C
A) _ (ki +k2 )CA – k,(CAa +
In dt CB.)
k, CAa
(3.6:81)
ou na forma exponencial,
k, ÷k2) ^l Esta equação diferencial é semelhante à eq. (3.6.76), diferindo-se apenas no
CA = CAa { k2 + kl e — t JI (3.6.78) segundo termo do segundo membro, onde está adicionado CB. , assim a partir de
( k, + k2 L
uma solução semelhante;-ebtérn-se o seguirrte resultado equivalente à eq. (3.6.80).
58 59
In
CA (K+ 1)–(CA0 +CB.)
K C Ao — CBo
= k, [ 1+
1
J
1
t (3.6.82)
A representação gráfica da eq. (3.6.87) dá o resultado apresentado na fig. 10.
- In (1 - XA/XAe ) tg a = k1 (M + 1)
CASO 111 (M + XAe )
Este caso refere-se a uma forma alternativa de avaliar o comportamento da con-
centração frente ao tempo, para uma meação reversível de primeira ordem. Para isto,
considera-se a conversão fracionai em termos do reagente A, isto é, XA e as con-
centrações iniciais CA, e CB0 dos reagentes A e B, respectivamente. Assim, pode-
mos reescrever a eq. (3.6.74) da seguinte forma: Tempo (t)
– ddAC
=
A° d
d A =k,CA –k2C, (3.6.83)
Figura 10 — Reação Reversível de Primeira Ordem a Volume Constante.
A integral do primeiro membro desta equação é resolvida utilizando-se o mode- CB = CB,+(nA –n A o ) A CAO =CA0( M–XA)
=C 6, –X
lo (M-1) com a = – 1 e b = XA, e o resultado é:
A – CAe \ _ " M+ 1 Cc = Cc, + (na, – nA) = C, + XA CA , = C A.( N + XA )
XA
–1n (1 – ) = ln CA0 – CAe
M + XA, k' t CD = CD, + (nAo – nA) = CD, + XA CA, = CA, (P + XA) (3.6.93)
1 i
61
60
1tbw , ;n3^.c ..,. t.:..: k i:Atiaut
Cinética química
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
Resolvendo-se esta igualdade e igualando-se os termos de mesma potência, ob-
onde tém-se:
Cno Cca CD
XA
M _ CA, ' N = CA, ' P = C,, p — 2p XA, — q = 0 P=
i! 2(1 —X A ,)
Substituindo-se estas relações na eq. (3.6.92), obtém-se:
A. _ XA. (1 — 2 XA, )
p1% XA, + gXAe = q
CA, d
d
A
= kt C Á, ( lt— XA)( M — XA) — k2C;, 0 (N + X:,)( P + XA) (3.6.94) 2(1 — )( A.)
A descrição matemática apresentada na eq. (3.6.94) da equação química Substituindo-se os valores de p e q na equação acima c o resultado na eq.
(3.6.88), a qual representa o caso geral de reações reversíveis de segunda ordem (3.6.97), obtém-se:
direta e reversa, pode ser simplificada pela utilização dc condições experimentais XA XA
adequadas. Nestas condições, admite-se que as concentrações iniciais dos compo- dXA + XA, (l — 2 X A ,)
XAe + f dXA
nentes A e B sejam iguais (CA, = CB .) e que as concentrações iniciais dos compo- 2 (1— XA,)
= ki CAo t
nentes C e D sejam nulas. Isto é o mesmo que dizer que M = 1 c N = P = 0. e XAe — XA 2 (1 — XA e ) õ XAe + (1 — 2 XA, ) XA
Com estas simplificações, as equações químicas dc (3.6.88) a (3.6.91) possuem
a mesma solução matemática. Para estes casos, a equação diferencial (3.6.94) passa As duas integrais do primeiro membro desta equação podem ser resolvidas pela
para a seguinte fonna: utilização do modelo (M-1), a partir do que obtém-se o seguinte resultado:
Cinética química
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
p + q
XA XA, + XA — XA, XA No equilíbrio sabemos que dXA / d t = 0, então:
( XAe — XA) [ XA, + XA — XA, XA ] XAe —
Resolvendo-se esta equação e igualando-se os termos dc mesmo grau, encon- XA, (1 – XAe )2
k,
ou k , _
kl CA,,
tram-se os seguintes valores para p e q: X,\
k2 CAo (1 – XAe )'—
XAe
XA, (1 – x'''' ) Substituindo-se o valor de k2 na equação acima, separando-se as variáveis c
P 2–XAe e q 2–X A..
rearranjando-se o denominador adequadamente, obtém-se:
Substituindo-se estes valores de p e q na equação acima, o resultado na eq. XÁ,dXA
(3.6.103) e integrando-a, obtém-se: = k,CA„t
(XA, + XA) (1 — XAe XA )
XA XA
d XA + XAe (1 –)(Ae ) j d XA = kt Colocando-se o primeiro membro desta equação em frações parciais, tem-se:
XA,
2 – XA, XA, – XA 2 – XAe J XA, + XA (1 – XA, )
o0 O XA, p + q
( XAe – XA ) (1 – XA, XA) XA, – XA 1 – XA, XA
Utilizando-se o mesmo padrão de integral apresentado no modelo (M-I), tem-se
o seguinte resultado.
lnf
XAe + (1 – XAe)XA1 2 – XA í XA,
e q= –
X
L XAe – XA J = k' XA
P _ 1 – X Ã,
i
65
-64
. 'Ag
o
Como se pode observar ln (CA2) não é uma função linear do tempo.
Efetivando-se as integrais pela utilização do modelo (M-l), chega-se ao seguin-
te resultado: Volume Constante:
X A.c (1 - XAe XA) - k1 CA° (l - X',. 1
In lt (3.6.108) CAZ (moi / 1) : 1,00 0,79 0,62 0,50 0,42 0,26 0,15
X,-XA Il\ X
t(min): 0 5 10 15 20 30 40
Mas neste caso, In (CA2 ) é uma função linear do tempo, revelando que a 1-ca-
ção é de primeira ordem, cujo valor de k é 0,046 min ' . Apresente uma explicação
PROBLEMAS para este fato.
3.6. Calcule a variação percentual de volume para as reações abaixo, nas quais são
3.1. Enumere e exemplifique os fatores que podem alterar a velocidade de uma mantidas a temperatura e a pressão constantes.
reação química. a) 40% de conversão de H2 em Hl, partindo-se dc unia mistura equimolar de H2 c
3.2. a) A constante específica de velocidade de reação é 2,5 x 10
_6
s'
para urna I2
b) 90% de conversão de acetaldeído para formar metano c monóxido de carbono, a
reação de primeira ordem a volume constante. Para uma concentração inicial igual
a 0,1 moi/1, quais são os valores da velocidade inicial da reação em moi/1.s, partir de uma mistura con ,tituída de 60% de acetaldeído c 40% de inertes.
moi/ em3 .s e moi/Lmin. c) 80% de conversão do reagente A em B, com equação estequiométrica
b) A velocidade inicial de consumo do reagente A em uma reação de segunda A -3 3B, a partir de 5 mols de uma mistura gasosa constituída dc 70% de A e
ordem, a volume constante do tipo A + B. -^ produtosé 5,0 x l0 -' moi/1s. Se as 30% de inertes.
concentrações iniciais dos reagentes são iguais a 0,2 moi/I, quais são os valores da 3.7. A partir dos dados experimentais abaixo de k em duas temperaturas:
constante específica k em 1/mol.s e cm3 / moi .min ?
3.3. Para uma reação de primeira ordem a volume constante, em dadas condições k(miri—' ): 0,001 0,050
de operação, a conversão atinge 40% em 50 minutos. a) Qual é o valor da constan-
s
^„\ te específica de velocidade de reação em 1 . b) Em quantos minutos a conversão T(°C): 0,00 100,00
será de 80%?
Uma reação de segunda ordem do tipo A + B -3 produtos ocorre em um a) Utilizando a eq. (3.5.6), determine a energia de ativação (E) c o fator de fre-
sistema a volume constante. Partindo-se de concentrações iniciais dos reagentes A quência (A).
e B iguais a 0,1 mol/l, calcule: b) Elabore um gráfico de k em função da temperatura T no intervalo de 100 a
a) A constante específica de velocidade de reação. 400°C em papel milimetrado e em papel semi-logarítmico.
b) O tempo necessário para se ter uma conversão igual a 20%, partindo-se de con- 3.8. Uma mistura gasosa constituída de 75% de cumeno c 25% de inertes é intro-
centrações iniciais dos reagentes A e B iguais a 0,01 mol/l. duzida em um reator, onde o reagente se decompõe dc acordo com a seguinte equa-
3.5. A decomposição em fase gasosa de uma substãncia A2 ocorre de acordo com ção estequiométrica:
a reação A2 -e 2 A e apresenta os seguintes valores para a concentração em
função do tempo de reação, quando a reação é estudada num sistema à pressão
C3 H, - C6 Hs < C6 H6 + C3 H6
atmosférica.
67
66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --
Escreva a velocidade de decomposição do cumeno (– rc) cm termos de concen-
tração inicial e constantes específica e de equilíbrio para: 1. I. Amdur and G. G. Hammes, Chemical Kinetics : Principies and Selected To-
a) O caso de um sistema a volume constante. pics, McGraw-Hill, New York, 1966.
b) O caso de uni sistema a pressão constante. 2. M. Boudart, Kinetics of Chemical Processes, Prenticc-Hall, Englewood Cliffs, N.
J.,1968.
3.9. A reação homogênea, em fase gasosa de equação estcquiométrica; 3. A. A. Frost, and R. G. Pearson, Kinetics ancrtl4echanism, Wiley, New York,
s
1961.
CH4
+2 02 — > HCOOH + 120 4. W. C. Gardiner, Jr., Rates and Mechanisms of Chemical Reactions, Benjamin,
New York, 1969.
5. K. J. Laidler, Chemical Kinetics, McGraw-Hill, Ncw York, 1965.
ocorre em um sitema a volume variável. Demonstre a relação existente entre as
6. J. M. Smith, Chemical Engineering Kinetics, Second Edition, McGraw-I-Iill,
velocidades de consumo de CH4 e 02.
New York, 1970.
3.10. Desenvolva a expressão que relaciona a velocidade de formação de 1-113r com 7. K. G. Denbigh, and J. C. R. Turner, Chemical Reactor Theory, Second Edition,
ás constantes específicas k, e k2 e com a conversão fracionai cm termos do rea- Cambridge University Press, London, 1965.
gente . A alimentação consiste de 25% de H2, 25% de Br,_ e 50% de inertes à 8. H. E. Avery, Basic Reaction Kinetics and Mechanism, \V. Glowes, 1974.
pressão de 10 atm e temperatura de 400°C. 9. N. M. Emanuels and D. G. Knorre, Chemical Kinetics, Ed. Wiley, Ncw York,
Dados: 1973.
k,Ct,C
Equação Cinética: rnn^ = k, + s1'
Citar
- C r, F'.
k(cm3 /mol.$):
522 755 1700 4020 5030
68 69
11^sí4: Et^ _ '.^ J s t{^^ ^
. ._ x.^`^-n' tB
- r h M a. ^;✓i.f ^ ^. h4.. e..
,A. tr 7x a t:á stb ,. , .. a , k,55 ;
<çh ?* !;° i k.y ;,po,.w.... ~à: ss4°:^'. rim„ > ? ^r
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos e xperimentais
'As reações rápidas, como por exemplo, a broi ação dos fenóis, podem ser VAA + VBB —> vcC (4.3)
acompanhadas pela utilização dos métodos potenciométricos, onde um eletrodo de
platina e um eletrodo de calomelano são introduzidos na mistura dc reação. Além De acordo com a eq. (1.1.10), a concentração dos diversos componentes no
de bromo e fenol, a solução contém um excesso conhecido de íons brometo, dc tempo t, pode ser expressa em função -do grau de avanço como:
modo que a força eletromotriz da pilha depende somente da concentração do bromo
que resta n&solução. Ci = Cio + (4.4)
No caso do método t da rotação ótica, mede-se o ângulo dc desvio que a mistura
de reação causa no plano de vibração da luz polarizada. O método está limitado às A variável experimental para a reação em questão pode ser escrita como:
reações que envolvem substâncias oticamente ativas, mas tem sido muito emprega-
do no estudo da hidrólise ácida da sacarose. X = í1,7„t + %.A + Á.B + (4.5)
Como pode ser observado, nos métodos físicos, as medidas geralmente são rea-
onde Xm inclui a contribuição do solvente, ou do meio no qual a reação está sendo
lizadas no próprio recipiente de reação, permitindo uma avaliação contínua do pro-
conduzida, bem como as contribuições de qualquer espécime inerte que esteja pre-
gresso da mesma, o que é muito mais interessante do que o método químico. Atra- sente.
vés deste método, normalmente é mais fácil acumular dados experimentais do que
Combinando-se as eqs. (4.2) e (4.5), tem-se:
com os métodos químicos, sendo isto uma outra importante vantagem.
Deve ser destacado também, que o grau de avanço da reação ou a conversão % = À + gA + hA CA + gB + hu CB + gc + hc Cc (4.6)
fracional não são determinados somente a partir da concentração ou do número dc
mols dos componentu da reação, mas podem também ser avaliados a partir de qual- Se o valor inicial desta propriedade for denominado de k,, então:
quer outra propriedade fisica do sistema reagente medida com os métodos físicos.
_ t + gA + hA CA. + gB + hn Cn,, +
gc + hc Cc, (4.7)
Neste sentido, antes de utilizar-se de um dado método contínuo de análise,
deve-se verificar a existência de proporcionalidade entre a propriedade física medi- A variação desta propriedade entre ,o tempo zero c o tempo t é dada por:
da e a concentração do reagente. As propriedades fisic.•as• mais úteis em estudos
cinéticos são aquelas que são uma função aditiva das contribuições dos diversos — =hA(CA—C A.) +hB( C B —C Bo)+hc(Cc—Co,,) (4.8)
componentes do sistema, sendo a contribuição de cada espécime uniafnação linear
de sua concentração. Entre estas propriedades, podem ser citadas a pressão total, ou combinando as eqs. (4.4) e (4.8), obtém-se:
ÍI
CINÉTICA QUIMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
o seu grau máximo. Isto é, se a reação for reversível, i; . pode ser determinado a Como a influência da temperatura sobre a velocidade de reação pode ser avalia-
partir da constante de equilíbrio e se for irreversível pode ser determinado a partir da pela cq. (3.5.3), então o problema para se obter unia expressão de velocidade dc
da concentração inicial do reagente limitativo, pois; reação completa, se reduz em avaliar a função que relaciona a dependência da con-
centração com o tempo e o valor da constante específica de velocidade de reação
na temperatura do experimento.
V vi Dispondo-se dos dados experimentais, pode-se recorrer a diversas técnicas para
t determinar as funções dc velocidade de reação, neste trabalho serão apresentados e
mas o reagente limitativo é inteiramente consumido em unia reação irreversível, discutidos cinco métodos, quais sejam:
logo Ci = 0, então, - Método Integral = Este método está baseado na integração da expressão da velo-
Cio cidade de reação.
(4.12) - Método Diferencial Este método está baseado na diferenciação dos dados ex-
V vi
perimentais da concentração cm função do tempo.
A eq. (4.11) é de grande utilidade para avaliar a concentração dos componentes
- Método das Velocidades Iniciais = Este método constitui uma variante do méto-
de um sistema reagente em função do tempo para muitos casos, sua aplicação po-
do diferencial, onde se avaliam as velocidacTes iniciais.
derá ser vista na resolução de problemas no final do livro.
- Método das Meias-Vidas Este método se fundamenta no tempo gasto para que
Independentemente do método utilizado para obter dados experimentais dc um
unia dada fração do reagente limitativo se converta em produtos.
sistema reagente, deve-se ter em mente os seguintes critérios:
- Método de Guggenhein Este método é bastante útil quando não sc conhece
- O sistema reagente não deve ser perturbado ao ponto de afetar o progresso da
com boa precisão a concentração inicial do reagente e pode ser aplicado diretamen-
reação.
te aos casos onde se acompanha o progresso da rcaçào através de propriedades
- A porção retirada deve ser representativa do sistema no momento que ela foi
fisicas aditivas, como apresentado na eq. (4.11).
colhida para ser analisada.
A seguir trataremos cada um destes métodos separadamente, mas a discussão
- O método deve dar uma medida verdadeira do grau do progresso da reação. apresentada abaixo está praticamente direcionada às reações simples e irreversíveis,
Outro aspecto a ser evidenciado é que os experimentos podem ser conduzidos entretanto os métodos abordados têm uma aplicabilidade bem mais abrangente.
em reatores contínuos, descontínuos, ou semi-contínuos, porém devem ser conduzi-
dos sob condições bem estabelecidas para tornar possível a interpretação dos dados 4.2.1 Método Integral
através de modelos cinéticos. O procedimento geral de análise de dados cinéticos experimentais pela utiliza-
Uma vez obtidos os dados experimentais, a partir deles pode-se determinar os ção do método integral, consiste em se propor uma equação Cinética, a qual supõe-
parâmetros cinéticos, isto é, a constante específica da velocidade de reação e a se que seja aplicável aos dados que estão sendo estudados. Integra-se a equação
ordem da reação e conseqüentemente a equação cinética, esta poderá, inde- cinética proposta para obter uma equação que relaciona a composição da mistura
pendentemente do método utilizado para avaliar tais parâmetros, ser utilizada em reagente em função do tempo. A consistência desta equação resultante pode ser
qualquer tipo de reator. avaliada através de procedimentos gráficos, os quais nada mais são do que a utili-
zação do método das tentativas e erros, como pode ser observado nas_ etapas do
4.2 INTERPRETAÇÃO DE DADOS CINÉTICOS procedimento geral apresentado a seguir.
EXPERIMENTAIS 1. Propõe-se a forma matemática da função de velocidade de reação. Por exemplo,
para um reagente i em um sistema a volume constante, pode-se propor a seguinte
No capítulo 3 foi mostrado que quando se conhece a equação cinética de uma função de velocidade.
dada reação química é possível explicitar as concentrações dos diversos componen-
tes em função do tempo. Mas muitas vezes não se conhece nem a equação cinética,
(—rA) _
—ddA = kf ( C ,) (4.13)
nem a equação estequiométrica da reação, nestes casos é necessário determinar os
parâmetros cinéticos, constante específica de velocidade e ordem da reação, experi- 2. Separam-se as variáveis e realiza-se a integração.
mentalmente. Basicamente, a determinação experimental das expressões da veloci- CA
dade de reação envolve duas etapas. Na primeira, fixa-se a temperatura c avalia-se d CA =t
a concentração de um dado componente do sistema reagente em função do tempo. 1 k f(CA) (4.14)
Na segunda, varia-se. a temperatura e repete-se o pro_ceç1i _ento_da primeira etapa. CA0
74 75
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
De .acordo com o que foi apresentado no capítulo 3 (item 3.6), para realizar a Uma vez çpnhccida a equação cinética que melhor se ajusta aos dados experi-
integração da eq. (4.14) é necessário que todas as concentrações sejam colocadas mentais, no lugar de calcular o valor da constante específica de velocidade de rea-
em função de uma única variável. Como comentamos acima, os experimentos são ção pelo cálculo do coeficiente angular da reta ajustada, pode-se calculá-lo por
realizados em uma temperatura fixa, ou seja, o sistema é isotérmico, então a cons- procedimentos numéricos.
tante específica de velocidade da reação é constante durante o experimento, logo a Há inúmeros métodos numéricos simples para avaliar a constante específica de
eq. (4.14) pode ser reescrita como: velocidade de mação, alguns são de utilidade duvidosa, mas outros fundamentados
em análises estatísticas de dados experimentais, são largamente utilizados. Todos
CA
estes procedimentos numéricos estão baseados no cálculo de k a partir da forma
$( CA) =
-J dCA = kt (4.15) integrada de uma expressão da velocidade de reação, como por exemplo, as eqs.
f(CA ) (3.6.3), (3.6.6), (3.6.25), etc..
CAo
Os métodos mais simples são denominados de métodos de intervalos longos c
onde 4) ( CA) representa a integral. de intervalos curtos, os quais consistem em se calcular o parãmetro k a partir dc
3. Utilizando-se os dados experimentais, calcula-se a integral 4) (CA ) nos tempos diversos valores experimentais das concentrações e o seu valor representativo será
correspondentes àqueles medidos experimentalmente. Nos casos mais simples, a média aritmética dos n valores de k calculados.
como aqueles estudados no capítulo 3, faz-se a integração analítica da f( CA ), mas O método de intervalos longos consiste em se calcular k utilizando-se um valor
nos casos mais complexos, pode ser necessário a integração gráfica ou numérica. inicial da concentração de um dado reagente sucessivamente com cada um dos out r os
4. Representa-se graficamente os valores de 4) (C A ) em função do tempo, como valores das concentrações obtidas experimentalmente. Então, se existem (n + 1)
está apresentado na fig. 11. valores das concentraçns medidos, incluindo o valor inicial, este procedimento
5. Se os dados apresentados graficamente na fig. 11 reproduzirem uma reta que dará n valores de k. O valor de k a ser utilizado na equação cinética, será a média
passa pela origem, diz-se que a expressão da velocidade de reação proposta no item aritmética dos valores de k calculados, ou seja:
1 é consistente com os dados cinéticos analisados e pode ser utilizada para repro-
n
duzir dados dentro dos mesmos intervalos dc temperatura e concentração utilizados
nos experimentos. Caso isto não se verifique, volta-se ao item 1 c propõe-se uma k = (n— ko; (4.16)
nova expressão da velocidade de reação e repete-se o procedimento. i=l
A ordem da reação é conhecida no momento em que se propõe a equação ciné-
tica no item 1 e a constante específica de velocidade de reação é obtida a partir do onde k o, ; é o valor da constante específica de velocidade de reação, calculado pela
cálculo do coeficiente angular da reta construída na fig. 11. utilização do valor da concentração C; medido no tempo t; .
O procedimento gráfico acima apresentado é bastante vantajoso, pois o melhor Por exemplo, para uma reação de primeira ordem, irreversível e a volume cons-
ajuste da reta pode ser detectado pela simples inspeção da linha traçada c pode-se a partir da eq. (3.6.6), tem-se:
1 ver prontamente as tendências e os desvios do comportamento linear dos dados.
Os erros nas medidas de concentração normalmente são maiores do que aqueles ko,t = —t ln C— -
0
das medidas do tempo, por isto, ao traçar a linha que melhor ajusta aos pontos,
deve-se avaliar os resíduos no eixo paralelo ao eixo da concentração. 1
k o,2 = In CA
t2 CAo
$ ( C A)
tg a = k
CA3
— 1 In
t3 CAo
1 CA;
Tempo (t) ko; = — In (4.17)
ti CAa
Figura 11 — Teste de Dados Cinéticos pelo Método Integral de Análise.
77
76
f r4: k%~2~
r, trfiáC$ I ~Í' ~X!-t=1 4CYY`
CINÉTICA QUIMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
O valor médio da constante específica de velocidade de reação é: O valor de k será a média aritmética dos valores assim calculados. Por exem-
plo, para uma reação irreversível, de primeira ordem, a volume constante, tem-se:
k = n1 1, t ln CA (4.18)
A. i=n
1=1 k = – 1 CA..,
1n (4.21)
Na utilização do método de intervalos curtos, calcula-se o valor da constante (n + 1 ) A CA;
i=o
específica (ki - , , i) para pada par sucessivo de pontos. O valor representativo de k
será a média aritmética dos valores de k assim calculados. Para a reação irre- onde CAi+t e CA; são as concentrações do componente A medidas nos tempos it, e
versível, de primeira ordem, a volume constante, tem-se: A+ , respectivamente.
1 CA, Este procedimento pode ser utilizado para avaliar a constante espee ca em outras
ko,1 ln C expressões simples de velocidade de reação. Além de simples, o planejamento experi-
ti
mental no qual esta técnica está fundamentada, produz dados sobre uma variação de
conversões fracionais que podem ser adaptadas às diversas técnicas gráficas.
k1,2 In CAz
tz CA,
4.2.2 Método Diferencial
Ii 1 CA3 Este método está baseado na diferenciação dos dados experimentais de concen-
k2,3 t3 In 2
CA tração em função do tempo, onde se propõe diversas relações funcionais entre a
velocidade de reação e as concentrações dos diversos componentes do sistema rea-
gente e avalia-se as hipóteses através de gráficos apropriados.
CA, Dispondo-se de dados experimentais de concentração em função do tempo, o
ki 1 ,i = – 1 ln (4.19) procedimento geral apresentado a seguir poderá ser utilizada para avaliar os parâ-
ti u i _,
metros cinéticos n e k de reações simples.
O valor médio de k é calculado da seguinte forma: 1. Como primeiro passo, propõe-se a forma da expressão da velocidade de reação.
Por exemplo, para um sistema a volume constante, onde as condições de reação são
i=n i=n
1
1 C:', tais que a velocidade de reação é essencialmente uma função da concentração de
k=n kit.i = – n 1, In (4 20) um único reagente, pode-se utilizar a eq. (3.6.55), ou seja:
CAI-,
Estes métodos evitam a pesagem subjetiva dos vários pontos experimentais ine- ( –rA) _ – dtA = kC; (3.6.55)
{ rente em qualquer método gráfico, mas eles têm em comum a desvantagem de pe-
sar os pontos de maneira ilógica e arbitrária. 2. A partir dos dados experimentais de concentração em função do tempo, determi-
Não desejando utilizar métodos- estatísticos elaborados, pode-se fazer uma boa na-se a velocidade de reação nos diversos tempos. Isto pode ser feito através da
avaliação da constante específica a partir de um planejamento cuidadoso dos traba- diferenciação gráfica ou numérica dos dados experimentais de concentração em
lhos experimentais. Essencialmente, este método consiste no seguinte: função do tempo, corno será apresentado mais adiante.
Durante a reação, realiza-se uma série de medidas das concentrações de interes- 3. Prepara-se uma tabela constituída dos tempos, das concentrações dos diversos
se (n + 1) nos tempos 0 , ti ,2t, , 3t, , nt,. O intervalo de tempo total ( nt, ) deve ser componentes da mistura reagente e das velocidades de reação medidas nos tempos
menor do que o tempo necessário para que 50% do reagente limitativo se conver- selecionados avaliadas no item 2.
tam. Após um período de tempo conhecido A , o qual deve ser igual ou superior ao 4. Prepara-se um gráfico da velocidade de reação em função de 1( CA ). Por exem-
tempo necessário para converter 50% do reagente limitativo, realiza-se uma segun- plo, para o caso da eq. (3.6.55), toma-se o logaritmo natural de ambos lados da
da série de medidas das concentrações em tempos que diferem entre si de um in- equação, para obter:
cremento t,, como na primeira série.
Calculam-se os valores do parâmetro k para cada par de pontos, os quais estão 1n(dCAJ
lnk + nlnCA (4.22)
separados entre si por A , ou seja, entre 0 e A, ti e (A + ti) , 2t, c (A + 2t, ), etc..
78 79
e prepara-se um grá ico de [ ln (— d CA / d t ) ] em função de InCA . O resultado é (—r, ) = kf (CA) = kC Áa CBB C... (4.26)
uma reta, a partir do seu coeficiente linear tem-se a constante específica de veloci-
dade de reação k e a partir do seu coeficiente angular, tem-se a ordem n da reação. A velocidade de reação em função da concentração dos diversos componentes é
A partir do que foi exposto sobre o método diferencial, pode-se concluir que o avaliada a partir dos dados experimentais, desta forma podemos tomar o logaritmo
mesmo permite a determinação apenas da ordem global da reação, o que cm muitos natural de ambos membros da eq. (4.26), para obter o seguinte resultado:
casos constitui um inco[tveniente. Entrétanto, o procedimento geral apresentado
acima pode ser abordado de outras formas, as quais constituem pequenas modifica- In (— rA) = ln k + PA 1n CA + (3a In Cn + (3c In Cc + ... (4.27)
ções do que foi exposto. Por exemplo, se a velocidade de reação for função da
concentraçã o de mais de um reagente, pode-se utilizar o método do excesso para e através do ajuste dos dados experimentais desta equação pelo método dos míni-
obter as ordens da reação com relação à cada um dos componentes individualmente. mos quadrados, pode-se detenninar as constantes k , (3A , Ra , (3c , etc..
Este método consiste no que segue. Para urna reação irreversível cio tipo: A capacidade do ajuste da equação cinética resultante pode ser avaliada pela
A + B — produtos, pode-se escrever: utilização dos valores de p; calculados desta maneira e conferindo-se os valores da
função f( C; ). Um gráfico da velocidade de reação em função de f( Ci ) deverá
d CA = k C C 1;B (4.23) reproduzir uma reta que passa pela origem.
(—rA) = — dt
Esta variante do método diferencial, geralmente recebe o nome de Método dos
onde PA e (3n são desconhecidos. Em um primeiro passo a reação pode ser condu- Mínimos Quadrados, é útil para determinar os melhores valores dos parâmetros
zida com excesso do reagente B, de tal forma que sua concentração Cn permaneça cinéticos a partir de uma série de medidas, quando três ou mais parâmetros estão
constante durante a reação. Com isto, a eq. (4.23) passa para: envolvidos, como ordem da reação, energia de ativação, fator de frequência, etc..
(—rA ) = kCA" Ca = k'C (4.24) Não se pode esquecer que para obter a variação de ) em função de CA,
deve-se seguir o procedimento geral estabelecido pelo método diferencial de análi-
onde se de dados cinéticos.
k' = kCBe E kCBo 4.2.2.1 Diferenciação Gráf ca de Dados Experimentais
Há diferentes maneiras de realizar a diferenciação gráfica ou numérica de da-
Seguindo-se o procedimento acima estabelecido para o método diferencial de dos. Discutiremos a seguir a diferenciação pelo método das áreas iguais. As variá-
análise de dados, determina-se o valor dc PA , após o que repete-se o experimento,
veis que estamos interessados são a concentração e o tempo, assim sendo utilizare-
conduzindo a reação com excesso do reagente A, de tal forma que sua concentra-
mos as notações Ci e t. Então, no procedimento que está apresentado a seguir dese-
ção CA permaneça constante, com isto a eq. (4.24) passa para a forma:
ja-se derivar Ci com relação a t.
k"Có' (4.25)
(—rA ) = kCá" Coe = 1. Obtém-se os dados de Ci = f (t) e tabela-os como mostrado na tabela 01.
onde 2. Para cada intervalo, calcula-se A C = Cn — C„_ t e A t„ = t„ — t„- c coloca-
t
CINÉTICA QUIMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
C3 t3
C4 — C3 t4 — t3 AC3 ( dC )
13 d[ 3 Concentração Cpo Cp, C p, CA,
C5 — C4 ts — t4 A C4 rde l
Cs t5 A t4 t J+4
L A partir destes dados, pode-se utilizar a eq. (4.22), com as mesmas considera-
ções já apresentadas, para calcular os parâmetros n e k.
Com este recurso do polinômio parece que o problema relacionado ao' cálculo
das velocidades de reação necessário no método diferencial, fica inteiramente
resolvido e o entedioso trabalho gráfico anteriormente apresentado para este fim,
pode ser dispensado. Entretanto, deve ser destacado que quando forçamos uma ex-
pressão polinomial a ajustar-se a cada ponto de uma tabela de dados experimentais,
não significa necessariamente que a expressão resultante é a melhor representação
da relação entre as variáveis envolvidas. E isto é particularmente verdadeiro neste ,
caso, onde dados experimentais devem ser diferenciados, pois pequenos e inevitá-
veis erros experimentais poderão ser transformados em erros Maiores no processo
de diferenciação. Como exemplo, pode-se observar a figura abaixo cie Cp = f( t ),
onde uma reta poderia ser a melhor representação dos dados, mas quando estes são
ajustados a um polinômio e o coeficiente angular é calculado a partir da diferencial
do mesmo para um dado ponto, pode-se obter valores totalmente diferentes do coe-
t1 t2 t3 t4 t5 Tempo (t) ficiente angular da reta.
Figura 12 — Determinação gráfica d
de"(pelo método das áreas iguais.
CA
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
• A partir destas considerações, pode-se dizer que quando a difere_aciação dos pode-se determinar -ardem da reação com relação a um componente individual,
dados experimentais for necessária, a escolha do procedimento para sua realização por exemplo o componente A, realizando-se dois experimentos com concentrações
deve ser feita com bastante cautela. iniciais diferentes, mantendo-se a mesma concentração dos demais componentes.
Apesar do trabalho envolvido na sua utilização, o método diferencial apresenta Assim, se denotarmos as duas velocidades observadas por ro c r0' nas concen-
uma vantagem de permitir a determinação simultânea da ordem da rcação c da trações iniciais CAo e CA0', respectivamente, podemos escrever:
constante específica de velocidade dei reação, sem a necessidade de partir de uma
ordem de reação conhecida e realizar tentativas, como se faz no método integral. (ro) = (kCBe Ccó) Cpô (4.31)
Entretanto, o método integral é mais exato para os casos onde se pode aplicá-lo,
pois como vimos o método diferencial depende do cálculo da velocidade de rcação, ( ro i ) = (k C Bó C có) C '.',; (4.32)
o qual pode apresentar pouca exatidão e ser bastante trabalhoso. Para curvas bem Dividindo-se a eq. (4.31) pela eq. (4.32), obtém-se:
comportadas, estes cálculos apresentam resultados satisfatórios, mas nem sempre
isto é possível de ser obtido e nestes casos pode-se recorrer a outros métodos, P^
como os que estão apresentados a seguir. ro = CIA 1 (4.33)
Este método tem a vantagem de não exigir o cálculo da velocidade dc reação, A eq. (4.36) pode ser escrita de forma genérica, isto é, pode-se utilizar o tempo
mas depende da realização de vários experimentos em diferentes concentrações ini- necessário para que a concentração reduza para 1/n do seu valor inicial, ou seja:
ciais. Ele é bastante útil para se fazer uma estimativa preliminar da ordem da rea-
ção. Apesar de algumas vantagens, não é possível utilizá-lo em sistemas reagentes na-1 — 1 ( 1 )
tu,, (n ^ 1) (4.37)
onde as expressões da velocidade de reação não obedecem uma ordem n. k(n – 1) C": '
A meia-vida de uma reação química,, é definida como sendo o tempo necessário
para que a metade da' quantidade do reagente inicialmente presente no sistema, Este resultado permite dizer que o método em questão pode ser aplicado a ou-
seja consumida. Em sistemas de volume constante, pode-se dizer que meia-vida é o tras conversões convenientemente estabelecidas.
tempo necessário para que a concentração do reagente limitativo reduza à metade Colocando-se a eq. (4.36) na forma logarítmica, tem-se:
de seu valor inicial.
Determinando-se a meia-vida de uma reação química como função da concen-
2°-' – 1
tração
(n inicial é possível determinar os parâmetros cinéticos, ordem c constante es- lnty2=Ink(n–1) + (1–n)InCA° ^ 1) (4.38)
pecífica de velocidade da reação.
Por exemplo, para urna reação do tipo A -4 produtos, conduzida em um sis-
tema a volume constante, para a qual não se conhece a ordem nem a constante Um gráfico dc In ty, em função de In CA° dará unia reta, a partir da qual obtém-
específica de velocidade de reação, podemos utilizar a eq. (3.6.55), ou seja: se a ordem da reação, calculando-se seu coeficiente angular e a constante específi-
ca de velocidade de reação, calculando seu coeficiente linear, como está apresenta-
(–rA)= dan = kC¡ (3.6.55) do na fig. 15.
t =
1 ( 1 1 l f
CA„ \
–I (4.35)
k (n– 1)I – C;õ j (n– 1)kC;,L(CA 1 In [(2n - 1)/k(n - 1)]
log CA
a partir da definição de meia-vida para sistemas a volume constante, tem-se para 0
t = tu2 a concentração CA = CAO / 2 , com isto podemos escrever a cq. (4.35) Figura 15 — Determinação dos Parâmetros Cinéticos pelo Método das Meias-Vidas.
como:
Tendo em vista que este método - não é muito preciso, uma vez obtida uma esti-
a-l – 1 1 1 mativa preliminar dos parâmetros cinéticos, pode-se recorrer a outros métodos para
ti/2 = 2 (n 1) (4.36)
k(n – 1) C' JI avaliar tais parâmetros.
A partir desta equação, pode-se observar que para unia reação de primeira or-
4.2.5 Método de Guggenheim para Reações de Primeira Ordem
dem, isto é, para n = 1, ty, independe da concentração inicial, aumenta com CA°
para reações com n < 1 e diminui com CA° para reações com n > 1. Este método é bastante útil quando não se conhece com boa precisão a concen-
A seguir'estão apresentados alguns resultados úteis, obtidos a partir da cq. tração inicial do reagente e pode ser aplicado diretamente aos casos onde se acom-
(4.36), exceto para reação de primeira ordem que foi obtido a partir da cq. (3.6.6). panha o progresso da reação através de propriedades físicas aditivas, como apre-
sentado na eq. (4.11). Adicionalmente, esta técnica pode ser aplicada também às
Reações de ordem zero: = tv = CA°
reações paralelas de primeira ordem, bem como às reações reversíveis de primeira
2k ordem direta e reversa.
O procedimento do método para avaliar os parâmetros cinéticos (n c k) consis-
Reações de primeira ordem= 1/2 - In 2 te-se em realizar uma série de leituras da propriedade que está sendo utilizada para
k
acompanhar o progresso da reação nos tempos ti , t2 , t3 , etc. C nos tempos
_ 1• t^ + A , t2 + A , t3 + A , etc.. O incremento de tempo A deve ter um valor fixo e ser
Reações de segunda ordetn:=
k CA0 duas a três vezes_a meia-vida da reação.
86 87
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
Para ver como este método é utilizado, vamos aplicar a expressão de urna rea- 4.2. A reação 2 A -> B + C + D , foi conduzida isotermicamente enrum reator
ção irreversível de primeira ordem, eq. (3.6.9) aos tempos ti e ti + A, para os descontínuo de volume constante. Partindo-se do reagente puro e nas condições
quais se tem as conversões fracionais XI e XI', respectivamente, ou seja: normais de- temperatura e pressão, foram obtidos os seguintes dados:
X, = 1 - e -k' ' (4.39a) tempo(min): 0 1,2 1,95 2,90 4,14 5,70 8,10
Subtraindo-se a eq. (4.39b) da eq. (4.39a), obtém-se: Obtenha a ordem e a constante específica de velocidade de reação.
4.3. A decomposição em fase gasosa do éter dimetílico ocorre de acordo com a
X1 - Xr' = e —ktr (e ke - 1) (4.40) seguinte reação:
CH3 OCH3 - -> CH4 +CO+H2
ou na forma logarítmica;
Os dados abaixo foram obtidos em um reator isotérmico a 552°C operando com
ln(X I - X I' ) = - ktt + 1n(e -k ° - 1) (4.41) volume constante.
Se aplicarmos a eq. (3.6.9) aos tempos t, , t3 , etc., os resultados obtidos são t(s): 0 57 85 114 145 182 219 261 299
semelhantes ao obtido na eq. (4.41) e em todos casos o lado direito da eq. (4.41) é
o mesmo, ou seja, se mantém constante. Assim sendo, pode-se escrever para um P(mmHg): 420 584 662 743 815 891 954 1013 1054
certo tempo ti a seguinte expressão:
Calcule o aumento percentual de volume após 3 minutos de reação, quando a
ln (Xi - Xi' ) = - k ti + constante (4.42) mesma for conduzida em um reator isotérmico a 552°C, mas operando a pressão
constante.
Um gráfico de In( Xi - X;) em função de ti dará unia reta de coeficiente angu- 4.4. A reação elementar, em fase líquida, de equação estequiométrica
lar igual a (-k). A - B + C foi conduzida nas temperaturas de 297 e 337°C. Nestas temperaturas
foram obtidos os seguintes dados:
A 297°C ou 570,16K: A 337°C ou 610,16K:
PROBLEMAS 0 1 0 1
10 0,865 5 0,381
4.1. A reação química de equação estequiométrica
20 0,747 10 0,145
C2 Hs NH2 (g) -> C2 H4 (g) + NH3 (g)
30 0,646 15 0,055
foi acompanhada medindo-se a pressão total (P t) em função do tempo. A 500°C
40 0,559 0,021
foram obtidos os seguintes dados: 20
50 0,483
tempo(s): 0 60 360 600 1200 1500
60 0,417
P t (mmHg): 55 60 79 89 102 105
70 0,361
A partir destes dados, calcule a ordem da reação e sua constante específica de 80 0,312
velocidade.
88 89
PeZk^^
F.,
L
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
A partir destes dados obtenha: Se houver uma consistência entre os dados e a equação apresentada, calcule as
a) A equação que representa a conversão fracionai de A em função do tempo e da constantes específicas de velocidade de reação kl e k2.
temperatura.
tempo (min) Cc (moi/1)
b) O tempo necessário para atingir uma conversão de 80% a 590K.
c) A temperatura que será_atingida em uma conversão de 80% em 40 minutos. 0 0
127 3,31
tempo
20 40 60 - 65
(min) 162 3,81
212 4,45
318 5,15
tempo
10 15 20 - 25
(min) 379 5,35
CINÉTICA QUIMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS Obtenção e interpretação de dados cinéticos experimentais
4.8. Um estudo da reação entre os reagentes brometo de etileno (C2 H4 Br2 ) e iodeto foi acompanhada m-etiindo-se a variação de volume pelo mét^o dilatométrico. Du-
de potássio (Kl) em metanol a 99% foi conduzido na temperatura de 59,72°C. Partin- rante esta reação houve uma contração de volume, a qual pode ser acompanhada
do-se das concentrações iniciais iguais a 0,02864 moi/1 e 0,1531 mol/l, para o brometo pela leitura do nível de líquido de um capilar com escala calibrada, conectado a um
de etileno e iodeto de potássio, respectivamente, foram obtidos os seguintes dados: volume muito maior de mistura reagente. Partindo-se dc concentrações iniciais
iguais a 0,3974mo1/l e 0,00483 moi/1, para o ácido perclórico e o isobuteno, respec-
Fração de C2H 4 Br2 tivamente, foram realizadas leituras (h) no dilatômetro em unidades arbitrárias, as
t Tempo (h) reagida quais foram arranjadas cm pares tomados em intervalos fixos dc 2 horas, como está
apresentado na tabela abaixo.
0 0
8,25 0,2863
tempo (min) leitura em t t(h) leitura em t+2h(h')
11,25 0,363
O 18,84 13,50
13,25 0,4099
10 17,91 13,35
15,5 0,4572
20,25 0,5396
30 16,56 13,05
23,25 0,5795
40 16,00 12,94
5
7 45000
28 11620
Reações Múltiplas
53 9200
68 7490
84 6310
k1 k2
A eq. (5.7) pode ser resolvida a partir da seguinte condição inicial: t = 0, ou
Equação estequiométrica: A —> B —> C (5.1) T = k1 x 0 = 0 CA = CAo , ou OA = CA.„/CA . = 1 com isto podemos realizar
uma integração, para obter:
Equações cinéticas: (- rA) = - d CA = k1 CA (5.2) eA
dt T
J.
d C' A=jdl
de
= k1 CA - k2 CB (5.3) 1 O
dt
ou
(rc) = dCc = k 2 CB
CA= (5.4) COA =e -t A.e -k " (5.10)
dt
Para conhecer o comportamento da concentração dos diversos componentes Substituindo-se a eq. (5.10) na eq. (5.8) e rearranjando-se o resultado, obtém-se:
deste sistema reagente em função do tempo e determinar os valores de kl e k2, é d OB + k2
OB = e-t (5.11)
necessário resolver as equações diferenciais (5.2), (5.3) e (5.4), como faremos a dt k1
seguir. Esta equação é uma equação diferencial linear, de primeira ordem, do tipo:
Para simplificar a solução destas equações diferenciais, vamos definir as con-
centrações adimensionais OA, OB , 0c e o tempo adimensional t, pelas seguintes
equações: dx + P(x)y = Q(x) (M-5)
CA
OA = OB = CB 0C = c = k, t (5.5)
CAo CAo CAo cuja solução geral é:
derivando-se estas relações, obtém-se:
Il ye í"x)dx = fQ(x) eJP(x)dx
d OA = CIA d OB = d 0c = dCom ; d 't = k1 dt (5.6) dx + C (M-6)
CDB ;
Utilizando-se estas relações e a regra da cadeia, tem-se: onde C é uma constante de integração a ser determinada a partir das condições de
contorno do sistema considerado.
dCA - dCA dz - dCA dOA dt - kl CA. d0A Aplicando-se esta solução geral à eq. (5.11), obtém-se:
dt dti dt dOA d'r dt d't k2 k2
OB
eJ k1 dT= jCT
e dT d2+C
k,
Fazendo-se o mesmo para os componentes B e C, substituindo-se os resultados
nas eqs.(5.2), (5.3) e . (5.4), obtém-se as seguintes equações diferenciais em termos —
t de variáveis adimensionais. k1 1 t( kZ
k1
-1)
OB +C (5.12)
d OA e = k2 /k1 - 1 e
= OA (5.7)
dT O valor da constante de integração C é determinado a partir da condição inicial
T = 0, para a qual se tem CB =CBo , com CB. ^ 0 , ou com CB. = 0 , isto é, o
d8B =OA- componente B está ou não presente inicialmente na mistura reagente. Para cada
kZ OB (5.8) situação, obtém-se um resultado diferente, considerando o caso mais simples, com
dT k1
CB. = 0, ou o que é equivalente a dizer OB = 0 , pela utilização da eq. (5.12),
d0ckz
=
tem-se: -
9B (5.9) C - 1
di k1 k2 /kl - 1
96 97
Reações múltiplas
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
Assim como no caso anterior, definiremos as seguintes variáveis adimensionais: A expressão matemática que dá a variação da concentração do componente D
com o tempo, pode ser obtida a partir do seguinte balanço material:
CA CPI Cp, CA. +C PI0 +Cp 2o + CD. = CA + Cp, + Cp 2 +CD
OA = - ; OPI = , OP2 =
CA0 CAo CA,, ou
0D = 1 — 0A — 0p, — 0p2 ( C D. = Cp lo = Cp2o = 0) (5.32)
0D = c ; 0
T =fica t (5.22)
Como pode ser observado, a partir da técnica apresentada acima é possível in-
cluir tantas reações em série quantas forem necessárias e a concentração do último
Diferenciando-se estas relações, utilizando-se a regra da cadeia e substituindo- componente pode ser determinada a partir de um balanço material.
se os resultados nas eqs. (5.18) a (5.21), obtém-se as seguintes equações diferen- Mas deve ser destacado que para reações em série que não sejam de primeira
ciais em termos de variáveis adimensionais: ordem, não há uma solução analítica direta como foi aprsentado para os casos aci-
ma. O que se obtém é um grupo de equações diferenciais não lineares envolvendo
— d0A =0A (5.23) o tempo e a concentração dos diversos componentes. Para resolver tais sistemas
dT normanlemnte recorre-se a métodos numéricos.
d 01,1 5.1.3 Técnicas para interpretar dados Cinéticos na Presença de Reações
= 0A — xI 0P I (5.24) em Série
d2
Uma das técnicas utilizadas para avaliar os parâmetros cinéticos de uma reação
d Op2 em série a partir de dados experimentais, consiste-se em acompanhar a velocidade
= xi Op I - x2 8p 2 (5.25) de consumo do reagente original e utilizar-se dos métodos diferencial ou integral
dT apresentados na item 4.2 para determinar a expressão da velocidade para a primeira
reação. Conhecendo-se esta expressão, pode-se determinar os valores relativos ou
d 0D 0p 2 absolutos das constantes específicas de velocidade de reação das reações subse-
= x2 (5.26)
dT qüentes, utilizando-se de qualquer um dos métodos de análise de dados cinéticos
abordados.
onde Considerando, por exemplo, a reação em série de primeira ordem apresentada
no item 5.1.1, pode-se utilizar do fato de que no momento que a concentração do
k2 k3
x, _ kl e x2 _ (5.27) produto intermediário B atinge seu valor máximo, ela se torna função apenas da
kI
concentração inicial de A e das constantes específicas k, e k2 , ou seja,
Do problema anterior já conhecemos a solução das éqs. (5.23) e (5.24), ou seja: d 00 / d T = O e a partir da eq. (5.13), tem-se:
dOB=0= 1 (—cT"'áx+xex[m )
0A = e -r (5.28) ¡onde x= k,
dT x— 1 I
t ) ou
Op 1 (e t— ex' (5.29)
' xI — 1 ln x
Tmáx =
x—1
Substituindo-se a eq.(5.29) na eq.(5.25) e integrando o resultado com a condição
inicial de T = 0 , para a qual se tem Cp Io = Cp 2,, = 0 , obtém-se o seguinte resultado: onde Tmáx representa o tempo necessário para que a concentração de B atinja seu
valor máximo OB,máx.
éT Substituindo-se o resultado da eq. (5.33) na eq. (5.13), obtém-se o valor de
0P2= x, OB,máx, ou seja:
(XI - 1 )( X2 - 1) (XI - 1)(X2 - XI) + - (x2 - 1)(X2 - XI)
1 ( e —j méx — e — xtmác)
OB,máx =
(5.30) x—1 /
100- --
MD' v:r i,~,_~cë.,.11i &.1ir .;1M22M n tin' re i ` E.y`;`.°{
^.^r Y f ~_
Da eq. (5.33), pode-se escrever: — Tmáx = inx — x Tmáx , então multiplicando-se pode produzir diferentes produtos. Neste trabalho consideraremos as implicações
este resultado por In e, obtém-se: cinéticas dos casos mais simples de volume constante, quais sejam:
- Um único reagente produz dois produtos.
'rmáx ln e = ln e 1n x - X Tmáx ln e
- Dois reagentes produzem um único produto.
1ne toras = 1n(xé x') = e toro.. = xe xtma., - Reações paralelas competitivas de pseúdo-primeira ordem.
Com estas considerações, podemos reescrever a eq. (5.34) como: - Reações paralelas irreversíveis de ordem superior.
- Reações Paralelas de Ordens Desconhecidas
1
OB,máx = x— 1 ( x e-xtm – e-xtmáx) = 5.2.1 Caracterização Matemática de Reações Paralelas onde um Único
Reagente Produz Dois Produtos
X
e -x tmáx = e- x -1
x Este mecanismo descreve um sistema onde um único reagente (A) se decompõe
e Inx )1
Inx -x
= = ( = x (5.35)
seguindo uma cinética de primeira ordem, para dar dois produtos diferentes P e S_
A partir dos dados experimentais, tem-se CB, máx e o correspondente tmáx , como simultaneamente, ou seja:
se conhece CA. , então tem-se OB,máx . A partir da eq. (5.35), avalia-se x, a partir k,
deste valor calcula-se t,,,á x pela eq. (5.33), como k, = Tmáx / tmáx, então tem-se o Equações Estequiométricas: A ---> P
valor de k, e a partir da relação k2 = x k, , calcula-se o valor de k2
Para a reação apresentada no item 5.1.2, determina-se os valores de k, e k2 da k2
A— >S (5.37)
mesma maneira descrita acima. O valor de k3 será avaliado pela utilização da mesma
condição anterior, ou seja, que a concentração do componente P2 aumenta durante o
transcurso da reação, passa por um valor máximo, onde se tem d Op 2 / d T = 0 e então Equações Cinéticas: – d CA = k, CA + k2 CA (5.38)
decresce até atingir o valor zero, num tempo infinito, ou seja:
x,
ln — d Cp
d 0p2 = kl CA (5.39)
=O Tmáx = XI (5.36) dt
dT x2 – x,
onde Tmáx corresponde ao tempo necessário pára se ter Op 2.máx , logo substituindo- d t
se a eq. (5.36) na eq. (5.30), tem-se as incógnitas Op2,máx , XI e mas a primeira = k2 CA (5.40)
x2 ,
d
(Op2,máx) é obtida experimentalmente e a segunda (x,), pode ser determinada pela
condição de d 0p 2 / d T = 0, logo pode-se assim determinar o valor de a partir x2 ,
Com base na solução de diversas equações diferenciais já apresentadas neste
do qual obtém-se k3 . trabalho, pode-se ver que a solução das eqs. (5.38) a (5.40) pode ser obtida pela
Deve-se destacar que foi abordado somente reações em série, irreversíveis, e de integração imediata, utilizando-se a condição inicial t = O com
primeira ordem, isto se deve ao fato de que a solução exata para reações de ordens CA = CAo e Cp. = Cso = O. Dispensando maiores comentários, os resultados são
superiores é muito mais complicada. Isto é, não só apresenta o incoveniente de não os seguintes:
ser possível calcular as constantes específicas diretamente a partir dos dados expe-
rimentais em conjunto com relações matemáticas obtidas para a concentração em
função do tempo, como também fica fora dos objetivos propostos neste livro. CA = CA.e -( k2+kl)i (5.41)
Reações múltiplas
CINÉTICA QUÍMICA DAS REAÇÕES HOMOGÉNEAS
CP Cs (5.80)
= kz onde os subíndices (') e (2) referem-se às reações (5.81) e (5.82), respecti-
vamente.
Representa-se graficamente Cp em função de Cs , para obter uma reta de Os símbolos m, , m2 e n, , n2 são as ordens das reações com relação aos rea-
coeficiente angular k, / k2 , o qual em conjunto com o valor de (k, + k2) obtido gentes A e B, respectivamente, nas duas reações.
anteriormente, resulta nos valores de k, c k2 e conseqüentemente nas expressões Para avaliar as ordens de reação (m, , m2 e n, , n2) e as constantes específi-
que representam as variações das concentrações dos diversos componentes com cas (k, , k2 ),vamos começar dividindo as eqs. (5.83) e (5.84) afim de obter a re-
o tempo. lação k, 1k2 , ou seja:
No que diz respeito às reações do item 5.2.2, os valores de k, e k2 podem ser
obtidos diretamente dos coeficientes angulares das retas representadas pelas eqs.
(5.48) e (5.49), respectivamente.
Esta mesma afirmativa se aplica ao item 5.2.3, obtendo-se os valores de Uma vez conhecida a relação k, /k2 , pode-se determinar os valores de k, , k2 a
k¡ e k2' a partir dos coeficientes angulares das retas obtidas a partir dos gráficos partir da velocidade total de consumo de A, a qual vem dada por:
representados pelas eqs.(5.59) e (5.60), respectivamente.
Já a avaliação das constantes específicas de velocidade k, e k2 para o caso (— rA) _ —dã A = kl Cw'CB ' + k2 Cá 2 CB 2
representado no item 5.:2.4 não é tão simples.
108
srcL'av_.^e ^., ^t.. ~ _. r_:,r df3 sd t4^.
A partir desta equação, pode-se utilizar os métodos de análise de dados cinéti- Aplicando-se o mesmo raciocínio para o reagente B, tem-se:
cos apresentados no capítulo 4, para avaliar os parâmetros desejados.
A solução do problema será mais simples ou mais complexa, isto vai depender nB = nBa – nAa XA , – nAa XA 2 = nA,, (M – XA , – XA 2 ) (5.94)
dos valores relativos das ordens m, , m2 e n, , n2.
Por exemplo, vamos considerar o caso onde as ordens de reação dos reagentes onde M = nB°
A e B são iguais entre si nas duas reaçlies, ou seja: m, = m2 e n, = n2. nA,„
Então, a partir da eq. (5.85) podemos escrever: Como as reações se processam a volume constante, os números de mols das
eqs. (5.93) e (5.94) podem ser substituídos pelas respectivas concentrações. Adicio-
d XA, k, nalmente, se CA0 = CB., ou M = 1, então podemos escrever:
k2 (5.87)
d XAZ
CA = CB = CA. (1 — XA , — XAZ ) (5.95)
Mas quando a conversão da primeira reação varia de 0 a XA, , a da segunda
varia de 0 a XAZ então podemos integrar a eq. (5.87), para obter: A partir deste resultado, podemos reescrever a eq. (5.89) na seguinte forma:
XA, XA2 dCA1 (kr + k2) ,
dt I (5.96)
1 dXA , J dXA, XA,
o
=k o
k2 XA,
(5.88)
E então, utilizar os métodos do capítulo 4 para avaliar as ordens das reações
Para este caso simplificado, a eq. (5.86) pode ser reescrita como: ( m, e n, ) e a soma das constantes específicas (k, e k 2 ), este valor em conjunto
com o valor de k, / k2 obtido na eq.(5.88) permite determinar os valores de k, e k2
(—rA) d1A = (kr + k2)C , CB 1 (5.89) e conseqüentemente as equações cinéticas.
Para aplicar um dos métodos do capítulo 4 à eq. (5.89), é necessário conhecer 5.3 REAÇÕES MISTAS SERIE — PARALELAS
a relação entre CA e CB , a qual pode ser obtida a partir das relações estequiomé-
tricas semelhantes àquelas desenvolvidas no capítulo 3. Esteánismo pode ser representado pelas seguintes equações estequiométricas:
Para obter as relações entre as conversões fracionais das duas reações e as con- A+B —> P, (5.97)
centrações CA e Cn , pode-se aplicar a definição dada na eq. (1.1.14) para cada
reação independentemente, como segue: P, + B > P2 (5.98)
XAZ — mols de A consumidos na 1? reação Supondo-se que estas reações sejam irreversíveis, elementares e se processam a
(5.90) volume constante, em quanlquer instante tem-se as seguintes equações cinéticas:
mols de A iniciais
mols de A consumidos na 2? reação dCA
(5.91) Consumo de A: k, CA CB (5.99)
XAZ _ mols de A iniciais dt
diversos componentes do sistema reagente em função do tempo. Para atingir este O resultado obtido na eq. (5.106) não se aplica à situação onde k2 = kl , pois
como se pode ver,' para esta condição tem-se uma indeterminação.
.objetivo, vamos resolver as equações diferenciais (5.99) a (5.102), começando pela
divisão da eq. (5.101) pela eq. (5.99), como segue: A solução do problema para o caso de k2 = k, é obtida partindo-se da eq. (.103)
com esta condição, isto é, k2 = k, . Assim, no lugar da eq. (5.103), obtém-se:
d Cp, _ _ k2 Cp, dCp, Cp,
dCA $ + k, Cp dCA CA
(5.10'7)
A solução desta equação diferencial é semelhante à solução da eq. (5.103), pois
dC P, k2 CPI =- (5.103)
1 esta equação também é uma equação linear de primeira ordem. Aplicando-se a so-
dCA k, CA
lução geral apresentada no modelo (M-6), obtém-se:
Esta é uma equação diferencial, linear de primeira ordem do mesmo tipo apre- d CA dCA
sentado no modelo (M-5), cuja solução geral é aquela apresentada no modelo (M- Cp, e J cA =J eJ cA d CA + C
6), ou seja:
k2 ¡ k2CA dCA
Cp, e - k, CA dCA = J (—1 ) eJ kl
j
dCA + C Cp, C -A' = - ln CA + C (5.108)
2 A constante de integração C é obtida a partir da condição inicial que estabelece
Cp, e- 2, In CA = (-
1) J e— k, In CA dCA + C que em t = 0, tem-se: CA = CA0 e Cp, = Cp,0 . Assim, a partir da eq. (5.108), tem-se:
k, C = J— + ln CAo
k2 k2 kl 0
k2 _ k2
2 cp1
k2 1 —kl k, CAo
CA - CAo + Cp lo CAo
k'
(5.105) o.,
Cp , CA k' =
k2
k'1- -1
k, k, 0.1
k2
k, 1 k2 o
0.1 o., o.o CA o./
CPI 1 CA CA Cp 1. Cp ,
+ (k2 kI) (5.106) CAo
CAo 1 _k2L CAo CAo CA0 CAo
C i Figura 17 — Variação de CP 1 / Cno em função CA /CA. para as reações (5.97) e (5.98).
kt .
113
112
A finalidade principal deste item é desenvolver a equação cinética completa c,,, CA . (5.117)
para as reações (5.97) e (5.98), para isto, tendo em vista que já conhecemos as Substituindo-se a eq. (5.117) na eq. (5.99), tem-se:
ordens de reação, é necessário avaliar as constantes específicas de velocidade de
reação k2 e kl . Para determinar os valores destes parâmetros, calcula-se a concen- — dCA [Cp, + 2•
tração máxima do produto intermediário P, e segue-se um procedimento semelhante dt = kl . CA CBo + (CA — CAo)] (5.118 )
àquele apresentado para as reações em s érie. Pode-se substituir Cpi dado na eq. (5.106) na eq. (5.118) e integrá-la desde
De acordo com as curvas apresentadas na fig. 17, a função de CA apresenta t = 0, para o qual se tem CA, , até t = t má,, para o qual sc tem CAmáx , ambos já
conhecidos, ou seja:
pontos de máximos, onde tem-se d Cp 1 /d CA = 0. Fazendo-se x = k2 / kl , deri-
vando-se a eq. (5.106) e igualando o resultado a zero, tem-se: CA máx
d CA
x—1 1 [Cp, +CBo +2 • (CA CA.)]
_ —k1 tmáx (5.119)
d Cp, _ 1 x CAmãx CA0
1=0
d CA 1— x ( CAo , Resolvendo-se esta equação, obtém-se o valor de kl e a partir da relação k2 / k,
obtida anteriormente, calcula-se o valor de k2 .
1
1—x
Um procedimento semelhante pode ser utilizado para avaliar kl que por sua vez
CA., = CA. X
(5.110) é igual a k2 , no caso da eq. (5.109).
As variações das concentrações do reagente B e do produto P2 , podem ser
Substituindo-se este resultado na eq. (5.106) com Cp i0 = 0, obtém-se: obtidas a partir dos seguintes balanços materiais globais:
x 1
1
rI x
1— x X
1 i
1— x
x
x
CA + Cp, + Cpz = CA. + Cp 10 + C1' (5.120)
CP 1máx 1 1— x 1 x
xl —
C [x —x e 2(Cp 2 — Cp ,o)
Ao 1—X =1—x CBo — CB = (Cp1 — Cp 10) + (5.121)
Substituindo-se a expressão de Cp, representada pela eq. (5.106) na eq. (5.120),
(5.111) obtém-se a variação de C P_2 em função de CA , enquanto que a substituição das
Conhecendo-se experimentalmente a variação de Cp, , tem-se o valor de expressões de Cp, e Cp2 na eq. (5.121) dará a variação de CB em função de CA .
Cp 1 máx e o correspondente valor de t,,,áx , então a partir da eq. (5.111) calcula-se o Deve ser destacado que há algumas simplificações possíveis para o problema aci-
valor de x = k2•/ k1 . Mas estamos procurando os valores individuais de . k2 e k, , os ma resolvido. Por exemplo, se for utilizado um excesso do reagente B de tal forma
quais podem ser obtidos a partir da solução da eq. (5.99). Para resolver esta equa- que sua concentração permaneça constante durante a reação, as equações diferenciais
ção é necessário obter urna relação entre Cp 1 e CB , a qual pode ser determinada (5.99) e (5.100) podem ser simplificadas para o caso já apresentado no item 5.1.1, ou
utilizando-se relações semelhantes àquelas das eqs. (5.90) a (5.94), ou seja: seja, as reações podem ser consideradas como de pseudo-primeiras ordens.
Por outro lado, se a reação (5.97) for muito rápida em relação à reação (5.98),
_ mols de B consumidos na reação 1 (5.112) ou seja, se k, >> k2 , de tal forma que a primeira reação termine antes que a
mols de B iniciais segunda se inicie, então o problema pode ser tratado como uma reação irreversível
_ mols de B consumidos na reação 2 simples de segunda ordem, sendo a segunda etapa aquela que controlará a veloci-
(5.113) dade da reação. No caso da primeira etapa ser a etapa controladora da velocidade
XB 2 mols de B iniciais
da reação, isto é, k2 >> k1 , o problema também poderá ser tratado como sendo
A partir destas definições, para um sistema a volume constante, pode-se escrever: constituído de uma reação simples de segunda ordem irreversível. Neste caso, deve
ser levado em conta o fato de que a cada mol de A consumido, são consumidos
CB = CB. — CB. XB1 — C B.. XB2
dois mols de B.
CA = CA0 — CB. . XB1
5.4 Reações Não-Elementares
Cp , = Cp 10 + CB0 . )(B I — CB. XB Z
Até o momento temos discutido as reações cujas expressões da velocidade dc
Isolando-se X132 da eq. (5.114), substituindo-se o resultad9 na eq. (5.116) e com- reação podem ser derivadas diretamente das equações estequiométricas, estas são
binando-se o resultado, com a eq. (5.115), para Cp to = 0 , obtém-se: as reações elementares.
114 115
Mas muitas-reações de importância industrial não ocorr.cm a partir de colisões em série (5.1), se mantém constante. Isto é o mesmo que dizer que a velocidade de
simples entre as moléculas reagentes, ao contrário, apresentam mecanismos que formação deste produto é igual a sua velocidade de consumo. Como resultado, tem-
envolvem várias etapas intermediárias e, em geral, não há nenhuma relação entre a se que a velocidade resultante de formação do produto intermediário é igual a zero,
ordem e a equação estequiométrica da reação, estas reações são denominadas de ou seja d CB /d t = 0 .
reações não-elementares. O princípio do estado estacionário é de grande importância para tratar matema-
Por exemploá reação gasosa já apresentada no capítulo 3 entre o hidrogênio e ticamente sistemas reagentes de alta complexidade, onde ocorrem diversas reações
o bromo moleculares, pode ser representada pela seguinte equação estequiométrica: em série e em paralelo de diferentes ordens. Mesmo para estes casos onde a solu-
ção matemática exata é praticamente impossível, esta aproximação de estado esta-
> cionário só é razoavelmente boa quando os produtos intermediários são altamente
Br2 +H 2 <- 2HBr (5.122) reativos, ou estão em baixíssimas concentrações.
Para dar uma idéia da aplicabilidade deste princípio, vamos utilizá-lo na reação
e se fosse uma reação elementar seria de segunda ordem, mas experimentalmente
em série (5.1), para a qual dispomos da solução exata apresentada nas cqs. (5.10),
verifica-se a seguinte equação cinética: (5.14) e (5.16) e comparar os resultados.
k1(CH 2 )( CBr,) 1'2 Ao aproximar do estado estacionário, a velocidade de formação de B iguala-se
(5.123)
rHBr = à sua velocidade de consumo, ou seja, sua concentração se torna constante, então a
CHBr
k2 + partir da eq. (5.3), tem-se:
CB r,
d CB
Tendo em vista que as reações não-elementares apresentam um mecanismo que dt =k
i CA -k2 CB =0 CB (5.125)
A k,_
envolve várias etapas e qué cada uma destas etapas ocorre de acordo com um processo
elementar, o estudo da cinética das mesmas deve basear-se no princípio da inde- Substituindo-se a expressão de CA da eq. (5.10) na eq. (5.125), obtém-se:
pendência, o qual estabelece que: "se várias reações ocorrem em uni sistema reagen-
te, então cada unia delas ocorre de forma independente e obedece unia lei cinética CB =kZ CAo ek" (5.126)
básica". Assim sendo, a transformação global do sistema será representada pela soma
das transformações independentes. Por exemplo, a velocidade de formação de um
componente j que é formado através de n reações diferentes, vem dada por. A variação da concentração do componente C em função do tempo pode ser
n
obtida a partir de um balanço material, como o que segue:
r=^ (5.124) CC = CA. - CA - CB ( para C B .=Cc.=O) -
i= 1
Substituindo-se nesta relação, as expressões de CA e CB dadas nas cqs. (5.10) c
Este princípio não é geral, pois é sabido que as reações sofrem influências (5.126), respectivamente, obtém-se:
umas das outras, como acontece com as reações induzidas, mas em muitos casos
pode-se comprová-lo experimentalmente e suas aplicações são de grande utilidade.
Cc = CAo [1 - e -k'' — kz e k" 1= CAa [1 - e k' ' (1 + (5.127)
Apesar da importância do princípio da independência das etapas de um sistema
reagente, este não é suficiente para suportar a dedução da eq. (5.123), tornando-se
k_ )J
necessário a apresentação do princípio do estado estacionário, que vem a seguir. As eqs. (5.126) e (5.127) podem ser comparadas com as eqs. (5.14) e (5.16),
obtidas a partir de urna solução matemática exata. Estas equações só são equivalen-
5.4.1 Princípio do Estado Estacionário tes se k2 »kl et» 1/k2 .
Muitas reações múltiplas, incluindo as reações não-elementares, apresentam A primeira condição estabelece que o produto intermediário B é muito reativo
um nível de complexidade bastante superior ao daquelas reações já apresentadas. em relação ao reagente original A, ou também que sua concentração é muito baixa
Tais reações só podem ser tratadas matematicamente mediante algumas simplifica- durante a reação. A segund _condição assegura que o períodode indução já foi .
ções. Uma das hipóteses simplificadoras de interesse especial no tratamento mate- ultrapassado.
mático de reações complexas, está estabelecida pela hipótese ou princípio do esta- Normalmente, aplica-se o princípio do estado estacionário às situações onde o
do estacionário. Nesta hipótese admite-se que durante a maior parte do tempo de período de indução é bastante curto, ou seja, o intermediário ativo tem uma vida
uma reação, a concentração de um produto intermediário, por exemplo B na reação muito curta, o que melhora consideravelmente a precisão do método.
116 117
.: ïr ..ly: R l:! b
k2 + k3 kl k3
Km = e Vmáx = k3 CE, (5.151)
k1
E+S <--- ES <--- E + P (5.156)
sendo Km a constante de Michaelis-Menten e Vmáx , a velocidade máxima de con- k2 k4
sumo do substrato. Com isto podemos escrever a cq. (5.150) como:
Entretanto, o princípio do estado estacionário utilizado para deduzir a eq.
VmáxCS (5.150) permanece válido e aplicável, como se pode ver na dedução da equação
(—rs) (5.152)
Cs + km cinética que se ajusta à equação estequiométrica (5.156), a qual está apresentada a
t
seguir.
Esta equação é conhecida como equação de Michaelis-Menten, apesar disto es- A equação da velocidade resultante de consumo de substrato (— rs) vem dada por:
tes pesquisadores utilizaram um caminho diferente do que apresentamos para obtê-
la. Normalmente se faz algumas simplificações a partir da eq. (5.152), ou seja: (— rs) = kl CE Cs — k2 CE s (5.157)
VmáxCS
Em baixos valores de Cs : (—rs ) = (5.153) No estado estacionário a velocidade de formação do complexo enzima-substra-
Km
to (rE s) pode ser escrita como:
Em altos valores de Cs : (—rs) = Vmáx (5.154) Cs — k,
( rE s) = kl CE CE s -k3 CES + k4 CE Cl' = O (5.158)
Uma das formas utilizadas para avaliar os parâmetros V m á x e Km e, conseqüen- Assim como no caso anterior, aqui também a concentração total de enzima se
temente, obter a expressão cinética a partir dos dados experimentais, é colocar a conserva durante a reação, ou seja, pode-se aplicar a eq. (5.147), a qual quando
eq. (5.152) na seguinte forma: substituída na eq. (5.158) dá o seguinte resultado:
1 1 Km
k1 (C E , — CES)CS —
=4 (5.155) k2 CES — k3 CES + k4 (CE , — CES)CP = O (5.159)
(— rs) Vmáx Vmáx CS
ou isolando-se CES , tem-se:
Se os dados experimentais se ajustarem à este modelo, então um gráfico de
1 / (—rs) em função de 1 / Cs irá reproduzir uma reta, cujo coeficiente linear é igual klCE, CS+ k4 CE, CP
a 1 /Vmáx e o coeficiente angular é igual a Km / Vm á x , ou seja: CES = (5.160)
k1 Cs+k2+k3 + k4 CP
1
1
(- rs)- Combinando-se as eqs. (5.147), (5.157) e (5.160), obtém-se:
tg a = K m /Vmáx
2 k1 k3CE,Cs — k2 k4 CE, Cp
(5.161)
(— rS) = k, Cs + k2 + k3 + k4 CP
V máx
Assim como foi feito com a cq. (5.150), podemos definir para esta reação enzi-
1/V máx mática os seguintes . parâmetros:
I
}
I I
1 0 1 2 1 /Cs V1 máx = k3 CE, ; V4 máx = k2 CE,
Km Km Km
t(min): 0 10 20 50 100
• Ì
y CH2o: (mol/1): 0,02 - 0.0178 0,0158 0,0106 0,005
126 127
Com isto, após uma conversão de 25% em termos do reagente A (soda cáusti-
ca), 1 litro de solução apresenta a seguinte composição: 7,5 mols de A, 1,17 mols
de B, 2,5 mols de D e 0,83 mols de E.
Solução dos Problemas b) Para resolver este item, segue-se o mesmo procedimento do item a), mas neste
caso reagem 0,8x2 = 1,6 mols de B (estearato). Com isto, a composição final é: 5,2
mols de A, 0,4 mols de B, 4,8 mols de D e 1,6 mols de E.
CAPITULO 1 c) Para 1 litro de solução reagirão: 0,9 x 10 = 9 mols de A. Pela estequiometria da
1.1. a) Calcula-se inicialmente o número de mols de cada substância: reação, a cada 3 mols de A é necessário 1 mol de B, então para reagir com 9 mols
Número de mols de acetilino = 5000/26 = 192,31 mols de A são necessários 3 mols de B. Mas existem apenas 2 mols do reagente B, então
Número de mols de água = 12000/18 = 666,67 mols a conversão de 90% em termos do reagente A é impossível, pois B é o reagente
Tendo em vista que a proporção estequiométrica entre os reagentes é de 1:1, limitativo.
então para 192,31 mols de acetileno serão necessários 192,31 mols de água, como
há 666,67 mols de água disponíveis, concluí-se que o acetileno é o reagente limita- 1.4. Inicialmente, tem-se: nA = nB = 1 moi, ne = 0 e = 0. Então, a partir da
tivo e a água encontra-se em excesso. eq. (1.1.10) pode-se escrever:
b) Excesso de água (%) [(666,67 - 192,31)/192,31] x 100 = 246,66%
dnA dnB dnc
1.2. a) Da mesma maneira realizada no problema 1.1, tem-se: –1 -1 1 d
Número de mols de metanol = 5000/32 = 156,25 mols
Número de mols de amônia = 2000/17 = 117,65 mols Integrando-se cada uma destas equações independentemente, tem-se:
A proporção estequiométrica entre os reagentes é de 1:1, logo para reagir com
117,65 mols de amônia serão necessários 117,65 mols de metanol, como há 156,25 nA Se
mols de metanol, então a amônia é o reagente limitativo. J dnA = – J0 d nA = 1
b)/Excesso de metanol(%) = [(156,25 - 117,65)/117,65] x 100 = 32,81%.
c) Neste caso a proporção estequiométrica é de 2:1, ou seja, a cada mol de amônia
são necessários 2 mols de metanol. Assim sendo, para reagir com 156,25 mols de nB ye
metanol são necessários 117,65/2 = 78,125 mols de amônia. Como inicialmente
estão presentes 117,65 mols deste reagente, então o metanol é o reagente limitativo
dnB= – J d nB=1 –
0
e o excesso de amônia é:
Excesso = [(117,65 - 78,125)/78,125] x 100 = 50,59 %. ne Se
J dnc=+J d ile = Ee
1.3. Para resolver os três itens deste problema tomaremos como base de cálculo 1 0 0
litro de solução.
a) Para um 1 litro de solução há 10 mols de A, mas apenas 25% são convertidos, A soma dos mols de todõs componentes, incluindo os 2 mols de inertes é:
ou seja, 0,25 x 10 = 2,5 mols. Assim, pode-se propor o seguinte esquema: n,=4-
A partir destes resultados, as frações molares dos diversos componentes podem
3A + B 3D + E ser escritas como:
Proporção: 3 1 3 1 1– 1–e
YA-4 — YB=4— e YC -
Início: 10 2 0 0 e 4—e
2,5 (2,5)/3 2,5 (2,5)/3 1.5. Este problema refere-se à situação apresentada na eq. (1.1.11), onde se tem um
Reagem:
sistema reagente com mais de uma reação. Aplicando ao mesmo a eq. (1.1.13) para
Final: 7,5 1,17 2,5 0,83 todos os componentes, tem-se:
128 129
°^á'sr r< i a.., .:..'tz441cúhí?^E í,'"».ri:4' "fF^r.??' _n ai yti v ,..,, r:..s.. . Y. e .a ,
dnB = v B,1 d 1 + vB,2dR2 = – 1 dR1 – 3 d 2 2Na(c) + 0 2 (g) + H2 (g) – –> 2NaOH(c) A Hf = 2x (–102) kcal/moi
dnD = VD, d 1 1+ V D.2 d2=2d 1+ 3 cR2 CA (OH )2 (c) —> Ca (c) + 02 (g) + H2 (g) O Hf = – 235,8 kcal/mol
nA 5 – 2 e, A H 25
YA =
n, = 7+2 e ,+ CO + H2O ---> CO2 + H2
Z
(a 25°C) (a 25°C)
Da mesma maneira, obtém-se as expressões para as frações molares em função
dos graus de avanço lx, e e2 , para os demais componentes. De acordo com a ref. (2), tem-se os seguintes valores para a capacidades calo-
ríficas molares médias :
-
Cpe° = 7,07 cal/mol°C ; CH2 = 6,97cal/ mol °C ; Cp.200) = 1 cal/ g°C
CAPÍTULO 2
2.1. A equação química deste problema pode ser considerado como a soma das C- PH2Oev)=8,32cal/ mol°C
seguintes equações: ; Cpeo 2 = 10,11cal/mol°C ; 0H condens.da
1 água a 700°C
1= 539 cal/g
J
130
131
Cóm estes valores, os termos da eq. (2.3.5) podem ser avaliados da maneira que a) Cálculo de A H°
segue: A partir das funções dos diversos Cp's dadas na pg. anterior, tem-se:
A H = A Hco + A HH Zo (de 316 a 25°C) A a = 1 x 5,920 - 1 /2 x 6,457 - 3/2 x 6,946 = - 7,728
A Fico = 7,07 x (25 - 316) = - 2057,37 cal/mol AP = (1 x 8,963 - 1 /2 x 1,389 - 3/2 x 0,196) x 10 -3 = 8,563 x 10 -3
s
O vapor d'água se resfriará de 316 até 100°C, se condensará a 100°C e então no A y = (-1 x 17,64 + 1/2 x 0,69 - 3/2 x 4,757) x 10 -' = - 24,431 x 10 -'
estado líquido se resfriará de 100 até 25°C, logo:
Substituindo-se estes valores, o valor de A H 298 = - 11040 e a temperatura
T= 298K na eq. (2.3.9), obtém-se A H. = - 9095,85
A HH Zo = 8,32 x (100 - 316) + (- 539 cal / mol x 18g/moi) +
b) Cálculo de C
+ leal/ g°C x 18 g / mol x (25 - 100) = - 12849,12cal / mol Substituindo-se os valores de A a , AP , A y , de A G z98 = - 3976 cal/mol, de
T = 298K e R = 1,987 cal/molK na eq. (2.4.14), obtém-se C = 12,904.
Com isto, a variação entálpica dos reagentes será: Finalmente, substituindo-se os valores de A H° , C e R na cq. (2.4.13), obtém-se:
A H R = - 2057,3 - 12849,12 = - 14906,49ca1 / mol 1n1Ç = 4577,68/T-3,889x lnT+2,155x 10 -3 xT-2,049x 10 -7 T2+ 12,904
No que diz respeito à variação entálpica dos produtos, tem-se:
OBS.: Este resultado seria diferente se a equação estequiométrica fosse:
3H2 + N, - 2NH3 , pois o calor de reação refere-se à reação com seus respecti-
AH; = A Hco 2 + A HH Z (de 25 até 316°C) vos coeficientes estequiométricos.
Utilizando-se as temperaturas de 350 e 500°C na equação acima obtida, tem-se:
AH; = 10,11 x (316 - 25) + 6,97 x (31 - 25) = 4970,28 cal/mol
O calor padrão de reação a 298K é obtido a partir da eq. (2.3.2), ou seja: a 350°C ou 623,16K Ka = 2,985 x 10
= - 94,05 + O - (-68,32 - 26,42) = 690 cal/mol. 2.4. Para uma solução líquida com comportamento ideal, pode-se utilizar a eq.
(2.5.12), a qual para o caso passa a ser escrita como:
Cóm isto o valor de A H 3,6 pode ser calculado da seguinte forma:
(Xc)2
K=
A H 316 = - 14906,49 + 4970,28 + 690 = - 9246,21 cal/mol (XA)(XB )
Estamos admitindo que as capacidades caloríficas dos diversos componentes se-
2.3. Consideraremos a seguinte equação estequiométrica: jam aproximadamente iguais ao da água, ou seja, 1 cal/molK. Considerando a este-
quiometria-da reação, tem-se: A C; =2 x 1- (1 x l+ 1 x 1) = 0. A partir
3/2H 2 (g) + 1/2N2 (g) — _NH3 (g)
deste resultado, pode-se concluir que o calor de reação não varia com a temperatu-
e as seguintes funções para os diversos Cp's de acordo com a ref.1 do cap. l : ra. Assim sendo, pode-se utilizar a eq. (2.4.11) para expressar Kx em função da
temperatura, pois a partir da eq. (2.4.7), tem-se:
CpH Z = 6,946 - 0,196 x 10 -3 x T + 4,757 x 10 -7 x T'
1
CpN2 = 6,457 + 1,389 x 10 -3 x T - 0,69 x 10 -' x T'
A partir da eq. (1.1.10), tem-se: No que diz-respeito ao intervalo no qual o grau de conversão se mantém acima
de 60%, isto pode ser mais claramente observado elaborando-se um gráfico de
dnA _ dnB dnc – d XB = f( T) como está apresentado na fig. (2.4.a), a partir do qual obtém-se uma
conseqüentemente;
2 2 60
e
421,84
,84 1,965 0,983
278 integrando-se estas equações desde as condições iniciais neum = 1 , nbenz = nprop = O ,
0,959
até que a reação avance até o equilíbrio , obtém-se:
288 164,31 1,917
1,832 0,916
1— e tx
298 68,18 Ycum = Ybenz = Ypro p
1 + e ; =1+
308 29,95 1,702 0,851
Admitindo-se que a mistura reagente se comporte como uma mistura ideal, en-
318 13,86 1,535 0,768 tão a partir da eq. (2.5.3), tem-se:
6,72 1,347 0,674
328 = (Ybenz) (Yprop) Se
KP p KK P= eK P
338 3,40 1,153 0,577 ( }P..) (1 — 4.)( 1 + e) 1— e
2.6. A partir da eq. (1.1.10), pode-se escrever: impossível, pois produz número de mols no equilíbrio negativo. Utilizando-se o
primeiro valor Ee = 0,217, obtém-se as seguintes quantidades violares no equilí-
dnA_ dnB dnc brio: N2 = 0,783 mols; H2 = 2,349 mols e N H3 = 0,434 mols.
d
-1 -1 1 Para P = 50 atm e Kp = 2,0 x 10 -3 atm -2 , tem-se ïx = 0,494 c a seguinte
composição molar no equilíbrio: N2 = 0,506 mols; H2 = 1,518 mols e N H3 = 0,988
Resolvendo-se estas equações, da mesma maneira seguida no problema anterior, mols.
obtém-se: De acordo com a eq. (1.1.15), pode-se calcular as conversões fracionais nas
nA =nB = 1 -;ne=;n^ = 2(inertes) duas temperaturas, ou seja:
A 700K -4 XN2 = (1 x 0,217)/1 = 0,217
yA =yB =4- ; Yc = 4e e YI - 4 ?e A 589 K -> XN 2 = (1 x 0,494)/1 = 0,494
A partir destes ! resultados, pode-se concluir que abaixando-se a temperatura,
Considerando que a mistura gasosa se comporte como uma mistura ideal, então aumenta-se o valor de Kp e conseqüentemente a conversão fracional.
a partir da eq. (2.5.3), tem-se: b) A adição de inertes altera o número total de mols para n, = 5 - 2E, . Com isto,
as frações molares são alteradas e a expressão de Kp passa para:
(Yc) _i - e( 4 - )
Kp = 65 =
(YA)(YB) (1 - Se )2 - 2 Ee) 2 P-2
Kp = ( 2E,) 2 (5
Resolvendo-se esta equação para P = 1 atm, obtém-som e, = 0,801 c Ee2 = 1,229 . (3 - 3 e) 3 ( — e)
O segundo valor de E, não tem significado físico, pois utilizando-o obtém-se Com isto, para P = 50 atm e Kp = 9,5 x 10 -5 atm -2 , obtém-se e = 0,183 e a
yA = yB = - 0,083. A partir da eq. (1.1.15), para E,e = 0,801, tem-se XA = 0,801.
partir deste valor a seguinte composição molar de equilíbrio: N2 = 0,817 mols; H2
b) Repetindo o mesmo procedimento, mas com ni = 5 mols, obtém-se XA = 0,73. = 2,451 mols e N H3 = 0,366 mols. Da eq. (1.1.15), para este caso obtém-se XN2 =
Isto mostra que um aumento na quantidade de inertes causa unia redução' na con- 0,183.
versão fracionai. A partir destes resultadós, pode-se concluir que a adição de inertes à mistura
reagente reduz a conversão fracional.
2.7. a) A partir da eq. (1.1.10), tem-se:
dnH, dnN2 = dnNH3 = d
-3 -1 2 CAPÍTULO 3
3.1. Entre os fatores que alteram a velocidade de uma reação química, podem ser
Integrando-se estas equações para a condição inicial de 3 mols de H2 e 1 moi
citados: Luz, temperatura, natureza e concentração dos reagentes, catalisadores,
de N2 , obtém-se: meio onde a reação ocorre.
nH2 =3-3 e;nN 2 = 1 - e;nNH 3 =2 Se; n, = 4-2Ee a) Luz: O efeito da luz nas reações químicas é bem conhecido na fotossíntese e na
fotografia. A fotossíntese é um processo químico pelo qual as plantas verdes arma-
3 - 3e 2e zenam a energia solar através da síntese de açúcares a partir de CO2 e da água. Esta
YH2 = 'YNZ YNH3= 4-2
4-2 e 4-2 e síntese é catalisada pela clorofila e exige a presença da luz. A fotografia pode ser
o resultado do escurecimento de saís de prata pela ação da luz, que reduz os íons
Até a pressão 50 atm é razoável admitir um comportamento ideal para esta Ag+ a Ag metálico.
mistura gasosa, então a partir da eq. (2.5.3), tem-se: b) Temperatura: A temperatura tem uma grande influência na velocidade das
reações químicas, e isto foi bem discutido no texto. Mas aqui podemos citar uni
(YNH3) 2 P 2-3-1 = (2Ee)2(4 - 2í_, e ) 2 P-2
Kp = exemplo que caracteriza bem esta influência, que é a decomposição do ácido-3
(YH2)3(YN2) (3 — 3 E,e) 2 ( 1 — ) oxo-pentanodióico:
Para P = 50° atm e Kp = 9,5 x 10 -5 atm-2 , a partir da equação acima obtém-se
H02 C.CH 2.CO.CH 2.CO 2H — > CH3 CO CH3 + 2 CO2
os seguintes valores para E. : 0,217 e 1,783, sendo o segundo valor fisicamente
r36 137
a qual apresenta um tempo de reação de cerca de 8 horas a 0°C e de urna dezena (3.3a) A partir da eq. (3.6.8), tem-se:
de segundos a 60°C.
c) Natureza dos reagentes: Para ilustrar a influência da natureza dos reagentes so- -ln(1 -XA )=kt = k= 50 x 60s4) = 1,703 - 10 4 s -'
-1
bre a velocidade de uma reação, vamos comparar duas reações muito semelhantes:
b) Utilizando-se o valor de k item a) na mesma equação, tem-se:
> 6Ce +3 + Cr, O, -' + 14H +
Zttr
6Ce +4 + 2Cr+3 + 7H2 O
+' + t = - In (1 - 0,8)
6Co +3 + 2Cr+3 + 7H2 O --> 6Co Cr2 07 -2 + 14H 4 -In( = 1,703 • 10 -4 • t
60 = 157,53 min
1 - XA)
1,703 • 10 -4
Estas duas reações diferem apenas em um reagente, entretanto a primeira é rá-
pida, enquanto que a segunda é uma reação lenta. 3.4. a) A partir da eq. (3.6.28), tem-se:
d) Concentração dos reagentes: A influência da concentração dos reagentes na ve-
locidade das reações é bem ilustrada pela rapidez com que muitas combustões se XA = k 0,2
CA t = k= = 0,0625 1
dão quando em meio ao oxigênio, quando comparadas com a velocidade das mes- 1 - XA 40 • 0,1 • (1 - 0,2) mol-rni
mas em meio de ar. Um aumento de 5 vezes na concentração de 02 , provoca um
grande aumento na velocidade de reação, chegando em alguns casos até provocar b) Utilizando-se o valor de k do item a) na mesma equação, tem-se:
explosões. t = 0,2
e) Catalisadores: Pelo próprio conceito de catalisador, já se sabe sua influência = 400 min
sobre a velocidade das reações, pois: "Catalisador é toda substância que altera a (1 - 0,2) 0,0625 • 0,01
velocidade de uma reação sem nela se consumir". 3.5. Para uma reação que ocorre em um sistema a volume constante, pode-se utili-
f) Meio onde a reação ocorre: Para ilustrar a influência do meio sobre a velocidade zar a eq. (3.6.6) na seguinte forma: -
de uma reação, pode-se considerar a reação química de combustão de um pedaço
de madeira em contato com o ar e esta madeira na forma de serragem. A velocida- InCB = In CB ° - kt (3.5.a)
de de combustão do pedaço de madeira e muito inferior à da serragem e isto se onde B representa o componente A2 . A partir desta equação não há dúvidas que
deve ao aumento da superfície de contato. In CB é uma função linear dé t. Mas a reação ocorre com variação do número total
de mols, então à pressão constante, o volume do sistema reagente aumenta com o
3.2. a) A partir da eq. (3.6.5), tem-se - tempo e não se pode aplicar a eq. (3.6.6), mas sim a eq. (3.6.60), a qual para o
mol caso deve ser utilizada na seguinte forma:
( - rA) = k CA,, = 2,5 x 10 -6 x 0,1 = 2,5 x 10 -7 I s
V dt = kCB = k nB
mo13 = 2,5 x 10-10 moi (-rB)
= 2,5 x 10-7
103 cros cm3
- d nB = k d t - In nB = kt (3.5.b)
mol moi nB nB.
= 2,5 x 10-7 = 1,5 x 10 -5
1min Mas a variação de nB com o tempo não foi dada no problema, mas sim a varia-
1 60 min
ção de CB , então deve-se obtê-la a partir da eq. (3.6.61), corno segue:
Substituindo-se a eq. (3.5.d) na eq. (3.5.b), obtém-se: ou E = 7923,40 cal/moi. Utilizando-se este valor e qualquer um dos dois valores de
k com seu correspondente valor de T na eq. (3.5.3), tem-se A = 2187,15 min -I
In (1
CB
2+B
kt (3.5.c) b) Colocando-se os valores de E e A calculados no item a) na eq. (3.5.4), obtém-se:
A partir desta equação, pode-se ver que realmente, quando a reação é conduzida In k = 7,69 - 3987,62
eT
num sistema a pressão constante, InCB não é uma função linear de t, mas o primei-
ro membro da eq. (3.5.e5 em função de t dará urna reta, cujo coeficiente angular A partir desta equação, pode-se construir uma tabela de dados de k em função
permite calcular o valor de k = 0,043 min -' , que é aproximadamente igual ao va- de T, com T variando entre 273K e 673K, a partir da qual pode-se elaborar os
lor obtido no sistema a volume constante. gráficos solicitados, como apresentados nas figs. 3.7a e 3.7b.
10
3.6. Para sistemas gasosos isotérmicos, à pressão constante, pode-se utilizar a eq. k(miri r )
10
Logo, de acordo com eq. (3.3.21), tem-se V = V. , ou seja, urna variação dc 0%. Figura (3.7a) — k em função de T em Figura (3.7b) —k em função de T em
b) Eq. estequiométrica: CH3 COH - CH4 + CO. Neste caso, 1 mol da mistura escala semi-logarítmica. escala milimetrada.
gasosa contém 0,6 mols de A (sendo A = CH 3COH) e 0,4 mols de inertes.
3.8. a) Para uma reação reversível e elementar de equação estequiométrica como
(1,6- 1) = aquela proposta no problema, a partir da eq. (3.6.100), podemos escrever a seguinte
VxA = 1 e VxA = = 0,6 + 0,6 + 0,4 = 1,6 E A = 1 0,6 equação cinética:
Este resultado se deve à proporção estequiométrica'da reação, onde 0,6 mols dc (— rA) = CA o d tA = kl CA - k2 CB Cc
CH3 COH produzem 0,6 mols de CH4 e 0,6 mols de CO, deve-se incluir 0,4 mols dc
inertes, os quais permanecem no sistema. Então a partir da eq. (3.3.21), tem-se: onde A, B e C representam os componentes cumeno, benzeno e propileno, respec-
V = V0( 1 + 0,6 x 0,9) = V. + 0,54 x V. , ou seja, há uma variação dc volume tivamente. Como inicialmente há somente o reagente cumeno, então podemos utili-
igual a 54%. zar a eq. (3.6.101) na seguinte forma:
c) Em 5 mols da mistura inicial, tem-se: 3,5 mols de A e 1,5 mols de inertes,
então: (- rA) = CA 0 d d n
= kl CA o ( 1 '-- X Á ) - - k2 C A, XA
12 - 5) = 1,4
VXA= o = 5 e VxA =1 = 3 . 3,5 + 1,5 = 12 EA = (
5 mas K = k1 /k2 e CA = CA0 (1 - XA ), logo podemos escrever:
2
Com isto, a partir da eq. (3.3.21), tem-se: [ CÁ 0 -CA
(- rA) = k2 CA. K CA — CA. = k2[KCA - (C A0 - CA) 2 ]
V = V.( 1 + 1,4 x 0,8) = V. + V. x 1,12 L CA )
(3.8.a)
ou seja, há uma variação de volume igual a 112%.
b) Neste caso, o sistema encontra-se à pressão constante, então o primeiro membro
3.7. a) Substituindo-se os valores de k com os correspondentes valores de T na eq. da eq. (3.6.100) deve ser expresso em termos do número de mols, ou seja:
(3.5.6), obtém-se:
1 d nA nA nB l nc
(-rA)=-V°dt =kICA-k2CBCc=k1(VJ-k2 (—v I (' —
v l (3.8.b)
ln ( 0,001 I 1,987 ( 273 373
J
140 141
:ter T^Yti l' :^Á^i^n
A partir da eq. (1.1.14), tem-se nA = nAo (1 — XA) e a partir da eq. (3.6.14a), 3 nA,
d 2 XA1
tem-se: nB. J 3 nA° d X,,
nB = nB. — (nA — nAo) = nB = nA. XA (3.9.c)
(— rB) _ °(1 + E A XA ) dt 2 V° (1 +E A XA ) dt
nc = nc° — (nA — nA .) nc = nA. XA Combinando-se as eqs. (3.9.a) e (3.9.c), obtém-se a relação solicitada:
kI C A° (1 — XA) k2CP o Xn
(3.8.d) CA
= nA _ nAo(1 — XA) = (1 — XA) (3.10.a)
(— rA) __
(1 + 0,5 XA) (1 + 0,5 XA) 2 V Vo(1 +E A XA ) CA, (1 +EAX,)
3.9. Como foi discutido no texto, conhecendo-se a equação estequiométrica da rea- A concentração inicial de A pode ser avaliada multiplicando-se a fração molar
ção, pode-se obter as relações entre as velocidades de reação dos diversos compo- de A pela concentração total inicial de A e esta por sua vez pode ser obtida a partir
nentes do sistema reagente. Poderíamos utilizar diretamente as relações (3.3.26), da equação dos gases ideais, como segue:
entretanto para fins de exercício faremos algumas considerações adicionais. A par-
tir da definição de velocidade de reação apresentada na eq. (3.3.2), para o CH4 (A) Po _ 0,25 x 10 x 10' = 0,0453 moi
e 02 (B) , tem-se: CA° = yA° =
° R To 82,06 x 673,16 1
nAo dXA
(3.9.a) Avaliação de EA : EA = YAO • A v = 0,25 - - (2 — 1 — 1) = 0 . Substituindo-se es-
(— rA) V dt V°(1 + EA X A ) dt tes valores calculados na eq. (3.10.a), obtém-se: CA = 0,0453 • (1 — XA ).
Dispondo-se da relação entre CA e XA, podemos expressar as concentrações CB
1 d nB _ nB. d XB e Cc em função de CA a partir da eq. (3.6.15b), como segue:
rB) = — V dt (3.9.b)
(— Vo(1 + E A XA ) dt
CB = CB° — CA. XA = 0,0453 • (1 — XA) ( C110 = C,,° )
A partir das eqs. (3.6.14b) e (1.1.14), podemos escrever:
Cc = Cc. + 2 • CA ° XA = 0,0906 • XA (Cc ° = 0 )
nB = n6° + 2 (nA — n Ao)
Substituindo-se as expressões de CA, CB e Cc na equação cinética dada, ob-
tém-se:
nB— nn° = — nB ° XB e nA — nA. = nA o XA
0,00964 • kl (1 — XA )
conseqüentemente, tem-se: rHBr = (3.10.))
k2 + 2XA 1(1 — XA)
XB=-XA nB ° 3.11. A solução deste problema consiste em realizar um ajuste dos dados experi-
mentais apresentados no problema à eq. (3.5.4), como está apresentado na fig.
Combinando-se este resultado com a eq. (3.9.b), tem-se: (3.11.a).
142 143
g-
CAPÍTULO 4
4.1. Tendo em vista que a ordem da reação é desconhecida e que a pressão aumenta
com o avanço da mesma, indicando que o volume do sistema reagente se mantém
constante durante a reação, utilizaremos a eq. (3.6.55) na seguinte forma:
s
(1/T).10 5 A concentração do reagente A pode ser calculada a partir da equação dos gases
Figura -3.11 a ideais, ou seja: CA = pA / RT. Enquanto que pA é obtida a partir da eq. (3.4.14),
pela utilização dos seguintes valores:
A reta apresentada nesta figura foi ajustada através de uma regressão linear, a vA -1; E v = 1 + 1 – 1 = 1; pAo = yA,, • Po = Pa (pois A está inicialmente
qual não apresentamos aqui por entender que os cálculos relacionados à mesma é puro, isto é, y„o = 1 ), então:
bastante rotineiro às pessoas que estão relacionadas ao estudo da cinética química.
A partir dos coeficientes linear e angular da reta apresentada na fig. (3.11.a), ob- 2Po–P,
pA = pA o vA (Pt —Po) = 2Po–Pt = CA =
+ — (4.1.b)
tém-se a equação solicitada, ou seja: Ev RT
Pt =Pa +kRTt
que é a expressão solicitada.
Este resultado estabelece que a pressão total (P t) varia linearmente com o tem-
po, o que não se verifica ao tentar ajustá-la aos dados experimentais, o que pode
ser comprovado pela inspeção do gráfico de Pt = f(t) apresentado na fig. (4.1.a).
145
144
hv*u3vvY
a d}.^+[t ..511i..r^_.ti1ÀJ 'vxn a .I.,.^^,,!J ^.y^„u+^-Vt r. F `Ple¢Yárlud^ilivNallYdr 4,i ._ I :v:.eia^,Yl. ri^^ — '. .v_^^^ ..,u. nt Ln
O 1 9,6 10
Figura (4.1.b)
1,2 1,1 8,33 7,4 0,8
4.2. a) A solução deste item do problema é semelhante à solução do problema 4.1,
mas como a equação estequiométrica é diferente, então tem-se uma relação entre a 1,95 1,15 6,67 5,9 0,7
concentração CA e a pressão total Pt dada por:
2,9 1,2 5,26 4,7 0,6
_ PA — 3 P° — 2 P, 4,14
CA 1,25 4,03 3,7 0,5
RT RT
5,7 1,30 3,21 2,7 04
Com isto, a equação diferencial de Pt em função do tempo t, passa para:
dP, k(RT)t ° A partir dos dados (AP/At) = f (t) apresentados na tabela acima, obtém-se a
(3P — 2P,) (4.2.a) fig. (4.2.b).
dt 2
146 147
148
AYytir t ,,;l•^^,
Para calcular a variação de volume com a conversão fracionai para um sistema 4.5. a) A solução deste problema, basicamente consiste em realizar uma regressão
isotérmico e à pressão constante, pode-se utilizar a eq. (3.3.21), ou seja: linear pela utilização dos dados apresentados e da eq. (3.6.24), entretanto para tor-
nar isto possível precisamos relacionar XA com a concentração CD dada no proble-
V = V° (1 + EAXA), onde EA = (3 — 1 )/ 1 = 2, ou V = V. + 1,1583V. ma, o que pode ser feito a partir das eqs. (3.6.15b) e (3.6.17), ou seja:
Assim sendo, pode-se dizer que no sistema a pressão constante, após 3 minutos CD =C Do+ vD ( CA —CAo) =CAo —CA =CA ° X A
de reação há um aumento[ de volume de 115,83%. . VA
Como CA. = 0,5 moi/l, então XA = 2CD .
4.4 a) Como a reação dada no problema é elementar, pode-se concluir a partir de
De acordo com os dados, M = 10, com isto a eq. (3.6.24) pode ser escrita
sua equação estequiométrica que a mesma é de primeira ordem. Assim sendo, po- como:
demos utilizar a eq. (3.6.7) na forma logarítmica e realizar uma regressão linear a
partir dos dados apresentados, para obter os valores da constante específica de ve- In (10 — 2CD)= 4,5 k t (4.5.a)
locidade de reação nas duas temperaturas dadas, como segue: 10(1 — 2CD)
Realizando-se urna regressão linear do primeiro membro desta equação com os
In CA = InCA. — kt (4.4.a) dados apresentados, obtém-se:
a 22°C ou 295,16K: k = 3,55x 10-4 1/mol min
a 570,16K = k = 0,01456min ' e a 610,16K k = 0,1932min '
a 60°C ou 333,16K: k = 8,09x 10 -2 1/mol min
Dispondo-se destes valores de k em duas temperaturas, podemos utilizar a eq. Dispondo-se de dois valores de k em duas temperaturas diferentes, pode-se uti-
(3.5.4) para calcular os parâmetros A e E, pois temos duas equações e duas incóg- lizar a eq. (3.5.4) para avaliar os parâmetros A e E e obter a expressão de k = f(T),
nitas. Fazendo-se isto, obtém-se a seguinte equação de k em função de T: fazendo-se estes cálculos, obtém-se:
De acordo com os dados do problemas, CA. = 1 moi/1, então podemos combinar Substituindo-se a expressão de k a partir da eq.(4.5b) na eq.(4.5a), obtém-se a
a relação XA = 1 — CA da eq. (1.1.14) e a eq. (4.4.b) com a eq. (4.4.a) para obter equação de XA = f(T,t), como segue:
o seguinte resultado: '08 j t
' 21 1 t In 10 (1 —XX ) ) = 4,5 x exp (19,466 — 8090 (4.5.c)
ln ( 1 2
XA } = exp 35,21 — 22486
T
(4.4.c) T
b) A conversão fracional XA após 60 minutos de reação na temperatura de 22°C ou
C
Esta equação representa a variação de XA em função do tempo t e da tempera- 295,16K pode ser calculada diretamente da eq. (4.5.c), ou seja: XA = 0,101 ou CD
= 0,0505 moi/l.
tura T. -
c) Para obter XA após 50 minutos de reação a 30°C ou 303,16K, procede-se da
b) Para calcular o tempo t para XA = 0,8 e T = 590K, substitui-se estes valores na
eq. (4.4.c) e obtém-se o correspondente valor de t, ou seja: mesma maneira do item b), ou seja: XA = 0,1659. A partir das eqs. (3.6.15b) e
(3.6.17), obtém-se as relações necessárias entre as concentrações CA , CB , Cc e
-10 CD , ou seja:
ln(1
In[ 8 1 = exp(35,21 — 2259021 It = t = 29,32m1n.
o/) /// CA = CA. (1 — XA) = 0,5 x (1 — 0,1659) = 0,4171mo1/ l
c) De maneira análoga ao item b), tem-se: CB = CD. — CA° • XA = CA.( M — XA) = 0,5 x (10 — 0,1659) = 4,9171•mol / l
A partir destes dados, pode-se tomar como base de cálculo um litro de solução, Substituindo-se a eq. (4.6.d) na eq. (4.6.b) e separando-se as variáveis, obtém-se:
para o qual, tem-se: XA t
nA = 0,4171; nB = 4,9171; nc = 0,1659; nD = 0,083 e n, = 5,5831, e; d XA
J6 = CA. k2 J d t = CA. k, t
xA = 0,4171/5,5831 = 0,0747 ou 7,47% de A 0,98X , – 9,96XA + 4,98 6
x81= 4,9171/5,5831 = 0,8807 ou 88,07% de B A integral do primeiro membro desta equação pode ser resolvida a partir do
seguinte modelo:
xc = 0,1659/5,5831 = 0,0297 ou 2,97% de C
dx – L 1 ln ax+b–<bz–4ac +C
xD = 0,083/5,5831 = 0,0149 ou 1,49% de D
4.6. A equação cinética dada no problema pode ser reescrita na seguinte forma:
J 2
fax +bx+c \lb -4ac ax+b+^lb -4acJ
Substituindo-se os valores: a = 0,98, b = -9,96 e c = 4,98 e utilizando-se os
ddXtA extremos 0 e XA, obtém-se:
=k,CA C B –k2 C 2é (4.6.a)
in 0,96XA – 18,8864
Para resolver esta equação diferencial é necessário expressar CA , CB e Cc em 49 ' lOk2 t
0,96XA – 1,0336
função de XA , o que é feito pelo uso da eq. (3.6.15b), ou seja:
mas de acordo com a eq. (3.6.15b), XA = Cc /( 2CA.), então esta equação passa
C A =C A.(1 –XA ) para a seguinte forma:
CB= CB0 +CAo XA =CA .(1 – XA) (para CA. = CB.)
Fc = ln 0,1782Cc – 18,8864
49,lOk2 t (4.6.e)
0,1782Cc – 1,0336 J
Cc=Cc.–2(CA –CA.)=2CAO XA (para Cc.=0)
Nesta equação, tem-se a função Fc variando com t, assim sendo, se utilizarmos
Substituindo-se estas relações na eq.(4.6.a), obtém-se: os dados experimentais nesta equação para confeccionar um gráfico e o resultado
for uma reta, podemos afirmar que a equação cinética dada se ajusta aos dados
ddA = k, CA,, (1 – XA )2 – 4 k2 CAa X 2A (4.6.b) experimentais.
6
Fc
Antes de resolver esta equação, podemos obter a relação entre k, e k, , utili- s
zando-se a condição de equilíbrio, na qual tem-se: dXA/dt = 0, ou seja:
s
k, _ XÁ, _ CC.
(4.6.c)
k2 (1 – X,4 )2 Cai C&
A concentração do componente C, obtida após 11 dias de reação pode ser toma- 0 125 250 375 500
tempo(tuia)
da como a concentração de equilíbrio, a partir da qual pode-se avaliar as concen-
trações de equilíbrio dos demais componentes, como segue: Figura (4.6a)
4.7. Este problema ilustra a aplicação do método das meias-vidas para análise De acordo com o procedimento estabelecido pelo método integral de análise de
de dados cinéticos experimentais. Para calcular os parâmetros n e k, pode-se utili- dados, o primeiro passo é a proposição de uma equação cinética.
zar a eq. (4.36), ou seja: Como o problema sugere uma reação de segunda ordem global, assumiremos a
seguinte equação cinética:
2"-I
-1 +(1—n)InCA° (n ^ 1)
1nty2 =In
k(n — 1 )
(4.36)
In (t,,)
Com isto, a equação diferencial obtida a partir da eq. (4.8.a) e correspondente
2
à eq. (3.6.18) é:
d
CA° d A=kC ;,( 1 —XA )(M—3XA ) (4.8.b)
Figura 4.7a
Deve ser destacado que tanto a eq. (4.36), como outras utilizadas com a mesma
J
o
d XA
(1 — XA ) ( M — 3XA )
_ kCA.t
finalidade, devem ser aplicadas ao 's dados obtidos em uma única temperatura, pois
k é uma função da temperatura. Assim sendo, utilizou-se somente os dados dos Esta integral pode ser resolvida da mesma forma seguida para resolver a eq.
ensaios de 1 a 5 realizados a 100°C para elaborar a fig. (4.7a), cujo coeficiente (3.6.18), isto é, simplificando-a para integrais mais simples, ou aplicando-se direta-
angular é: mente o seguinte modelo:
In
2n-1 — 1
= -2,3529 = k = 10,569
1 1,013
1013
V
dx
_(ax + b)(px + q) bp 1 p x + q j
ag ln a x + b +C
(n — 1)k mol' mm
para o qual tem-se: a=—1,b= 1, p =—3 e q = M . Substituindo-se estes da-
Dispondo-se da ordem da reação (n = 2,013), pode-se utilizar a cq. (4.36) e os dos e considerando os limites, obtém-se:
dados do ensaio número 6 para calcular k na temperatura de 110°C, ou seja:
M—3XA
11.013 ln = kCA 0 (M — 3)t (para M ^ 3 ) (4.8.c)
M(1 — XA)
a 110°C ou 383,16K, tem—se : k = 21,088 1 013
moi' min
Onde
Tendo-se dois valores para k em duas temperaturas diferentes, pode-se utilizar CB. 1531
,
a eq. (3.5.6) para calcular o valor do parâmetro E, isto é: M CA° 0,02864 = 5 3457
88 E = 19.625,12cal / mol A fração de A convertida em função do tempo, dada no problema é a conversão
ln ( 12
0,0569 J 1,987 ( 373,16 383,16 ) fracional (XA ) , logo se o resultado do primeiro membro da eq. (4.8.$) em função
4.8. a) Para simplificar a Solução do problema representaremos a equação estequio- de t em um gráfico for uma reta, comprova-se a consistência da equação cinética
métrica da reação por A + 3B —^ produtos, onde A representa o C2H4Br2 e B de segunda ordem em ajustar os dados do problema, para confeccionar o gráfico,
representa o Kl calcula-se o valor do primeiro membro da equação acima, ou seja:
154 155
Este resultado está de acordo com o valor de 0,300 1/moi h relatado por R.T. 0 0,1823 0
Dillon, J. Am. Checo. Soc. 54:952 (1932).
b) Para obter a expressão de XA = f(t) é só substituir os valores numéricos na cq. 36 0,1453 0,3263
(4.8.c) e o resultado é: 65 0,1216 0,6102
5,3457 - 3 XA 0,0205t (4.8.d) 0,1025 0,9174
ln 100
5,3457( 1 - XA )
160 0,0795 1,4851
4.9. a) Para resolver este problema seguiremos o procedimento proposto pelo méto-
0,0494 -
do integral de análise de dados. Porém, antes de propor unia equação cinética,
156
,^i5`^trst.
Mf^^..'?d2lã^'rv°.xz,.^
'✓.^.,r ^^...^.3°.suamx
I 1 1 I R
o.s tempo (min) (R— = 801 )
o 20 to so eo R — R.,
tempo(m in)
Figura (4.10a) 7 1,0180
admitiremos reação irreversível e de segunda ordem global, para a qual a partir da 99 1,1691
eq. (3.6.57) com n = 2, pode-se escrever a seguinte equação:
110 1,1863
1 1+kCt
=A (4.11.a)
1 — XA 127. 1,2131
Para avaliar a consistência desta equação em ajustar os dados experimentais, é 153 1,2537
necessário obter uma relação entre XA e R dado no problema.
203 1,3311
Sabe-se que a resistência é inversamente proporcional à condutância, que por
sua vez é uma propriedade que é uma função aditiva das contribuições dos diversos 368 1,5800
componentes da solução. Assim sendo, pode-se utilizar a eq. (4.11) para obter a
seguinte relação:
1 _ 1
—2■, a R, R — Re Rw A partir desta tabela pode-se elaborar a figura abaixo, a partir da qual pode-se
(4.11.b) verificar que o resultado é uma reta, evidenciando que a reação é realmente unia
a m — ^o 1 1 R_ R
— reação de segunda ordem global como foi proposto. Os coeficientes linear e angu-
R— Ra
lar desta reta são:
Combinando a eq. (4.10.c) do problema 4.10 com a eq. (4.11.6), obtém-se:
x `R—Ro R=
(4.11.c)
I
X^, — p — Ro R
Ra- = 1,0174 e k CAo A constante C pode ser avaliada pela utilização da condição limite que estabe-
R° = 0,001534
lece que em t = 0, tem-se CB = CB. = 0, para a qual obtém-se a seguinte relação
para C = - k, / k2. Substituindo-se C na equação acima, obtém-se:
respectivamente. A partir destes valores, tem-se: k = 0,0392 1/moi min.
= —(
_k 2t)
Pode-se utilizar estes valores numéricos para expressar XA = f(t), pois kC Ao
0,001508, o qual quando substituído na egy (4.I1.a) conduz ao seguinte resultado:
= CB
k 1- e (5.1.d)
Jk2dt Jk2dt 5.2. a) Utilizando-se o mesmo raciocínio que foi utilizado para obter .a eq. (5.35)
CBe = Jkt e dt+C na eq. (5.29), obtém-se:
. = 2
1/2
C C113 cot-1 (5.3.10)
aec
+0c=Te -`
k1 CCH3 COH =2 k4 C CH3. = CCH3
Ic4
Substituindo-se a eq. (5.3.9) na eq. (5.3.7), obtém-se: /I cuja solução é semelhante à solução da eq. (5.4.d), ou seja:
z ]112 ,t2 e-
kl kZ 3/2
( —rCH3COH) = k1 CCH3 COH + 2 CCH3 COH (5.3.11) Oc = ( para Oco = 0 )
k4 2
.. =b..fr yra rdc._.
0D=l-e-=(1++ 2) (5.4.h)
1 Cs Vmáx 1 (Cs. — Cs
Figura (5.4a) —In Cso (5.7b)
t Km K t
In
CS x loa —3 11,94 11 ,79 12 ,70 13 ,86
tempo adimensional (t ) -t
1
nC°
s
Figura (5.5a)
0-Ou
5.6. A solução deste problema consiste-se em utilizar diretamente a eq. (5.13) para
elaborar o gráfico de OB = f(T) para os casos onde os valores de k2/k 1 são 0,5 e 1 1
0.011
2, mas quando k2 / k1 = 1 , ter-se-á uma indeterminação na eq.(5.13), sendo neces- 1.4 1.9 2.4
sário resolver a equação diferencial (5.11) com este valor, cujo resultado é o mes- Cso– Cr x104
t
mo já obtido no problema 5.4, na eq. (5.4.e). Desta forma podemos elaborar a
figura a seguir: Figura (5.7a)
166 167
ou
0,02 — Cs — In Cs = 4,9934
0,03545
1 _ I +(k 1 +k 2 )t (5.8b)
CA CAo
Utilizando-se esta equação e os dados do problema, pode-se elaborar um gráfi-
co 1/CA = f(t), se o resultado for uma reta, a tentativa de m, = n1 = 1 está correta,
caso contrário deverá ser testada outra possibilidade.
168
Lf ' ..3^^ï
r^ .+do'MP
;'Zvcr ' . ^ Ft . ,._!_ 4%.:,,ì4V i.,l.: 5}. .. /i l.!.V..0 ^.b.ie.e Ya .,.%5....1.;, t.. dd..fev .ee ,,h,%:& _RS..--364fx.' ^..
172