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INFORMATIVO esquematizado

Informativo 523 – STJ


Márcio André Lopes Cavalcante
Obs: não foi incluído neste informativo esquematizado o seguinte julgado, decidido com base em
peculiaridades do caso concreto e que possui pouca importância para concursos públicos: CC 121.390-SP.

DIREITO ADMINISTRATIVO
Responsabilidade civil do Estado por fraude ocorrida em Registro de Imóveis
Deve ser extinto o processo, sem resolução do mérito, na hipótese de ação em que se pretenda
obter do Estado, antes de declarada a nulidade do registro imobiliário, indenização por dano
Concurso decorrente de alegada fraude ocorrida em Cartório de Registro de Imóveis.
Cartório Nessa situação, falta interesse de agir, pois, antes de reconhecida a nulidade do registro, não é
possível atribuir ao Estado a responsabilidade civil pela fraude alegada. Isso porque, segundo o art.
252 da Lei 6.015/73, o registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos legais, ainda que,
por outra maneira, prove-se que o título está desfeito, anulado, extinto ou rescindido.
Processo STJ. 1ª Turma. REsp 1.366.587-MS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/4/2013.

Pretensão de danos morais decorrentes de tortura no regime militar é imprescritível

As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o
Regime Militar de exceção são imprescritíveis.
Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932.
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013.

Prazo prescricional no caso de desapropriação indireta

O prazo prescricional no caso de ação de desapropriação indireta é de 10 anos.


Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.300.442-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/6/2013.
ATENÇÃO

Honorários advocatícios no caso de desapropriação indireta

No caso de ação de desapropriação indireta, os honorários advocatícios devem ser fixados


entre 0,5% e 5% do valor da diferença do preço oferecido, ou seja, nos limites percentuais
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estabelecidos no art. 27, §§ 1º e 3º, do Decreto-Lei 3.365/1941.


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Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.300.442-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/6/2013.

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Processo administrativo (independência de instâncias)

Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar apenas em função de
ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os mesmos fatos investigados
administrativamente.
As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em suspensão do
processo administrativo durante o trâmite do processo penal.
Processo STJ. 1ª Seção. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013.

Processo administrativo disciplinar (desnecessidade de intimação após o relatório final)

Conclusões expostas pelo STJ sobre processo administrativo disciplinar:


I – Não é obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o
relatório final de processo administrativo disciplinar. Isso porque não existe previsão legal
nesse sentido.
II – É possível utilizar, em processo administrativo disciplinar, na qualidade de “prova
emprestada”, a interceptação telefônica produzida em ação penal, desde que devidamente
autorizada pelo juízo criminal e com observância das diretrizes da Lei 9.296/1996.
III – É pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que o excesso de prazo para a conclusão
do processo administrativo disciplinar não gera, por si só, qualquer nulidade no feito. O
excesso de prazo só tem o condão de macular o processo administrativo se ficar comprovado
que houve fundado e evidenciado prejuízo, pois não há falar em nulidade sem prejuízo (pas de
nulité sans grief).
IV – Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver
proveito econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido (no
caso, eram apenas 40 reais). Isso porque não incide, na esfera administrativa, o princípio da
insignificância quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990.
Processo STJ. 1ª Seção. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013; MS 16.146-DF, Rel. Min. Eliana
Calmon, julgado em 22/5/2013; MS 16.031-DF, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26/6/2013; MS
16.031-DF, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26/6/2013.

Processo administrativo disciplinar e exclusão de militar estadual

É possível que, em processo administrativo disciplinar, o militar seja punido com a exclusão
(demissão) caso ele viole as regras de conduta necessárias à sua permanência na corporação.
O art. 125, § 4º da CF/88 não proíbe que o militar estadual seja punido administrativamente
com demissão no caso de ter praticado falta grave. O que esse dispositivo legal afirma é que
somente a Justiça Militar estadual poderá decretar a perda da graduação do militar como pena
acessória da sanção criminal aplicada em processo penal.
Processo STJ. 2ª Turma. RMS 40.737-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/4/2013.

Aposentadoria compulsória não se aplica para servidores ocupantes de cargo em comissão

Os servidores públicos ocupantes de cargo em comissão não se submetem à aposentadoria


compulsória aos 70 anos.
Processo STJ. 2ª Turma. RMS 36.950-RO, Rel. Min. Castro Meira, DJe 26/4/2013.
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Improbidade administrativa (art. 11)

Configura ato de improbidade administrativa a conduta de professor da rede pública de ensino


que, aproveitando-se dessa condição, assedie sexualmente seus alunos.
Isso porque essa conduta atenta contra os princípios da administração pública, subsumindo-se
ao disposto no art. 11 da Lei n. 8.429/1992.
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.255.120-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2013.

Improbidade administrativa (indisponibilidade de bens)

A indisponibilidade de bens prevista no art. 7º da Lei de Improbidade pode ser decretada em


qualquer hipótese de ato de improbidade administrativa (arts. 9º, 10 e 11).
Concurso
MP Segundo o STJ, em que pese o silêncio do art. 7º, uma interpretação sistemática permite que se
decrete a indisponibilidade de bens também na hipótese em que a conduta tida como ímproba
se subsuma apenas ao disposto no art. 11 da Lei 8.429/1992.
Processo Segunda Turma. AgRg no REsp 1.229.942-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/12/2012.

DIREITO CIVIL

Pretensão de danos morais decorrentes de tortura no regime militar é imprescritível

As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o
Regime Militar de exceção são imprescritíveis.
Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932.
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013.

Aplicação do princípio da boa-fé objetiva ao contrato de representação comercial

Não é possível ao representante comercial exigir, após o término do contrato de representação


comercial, a diferença entre o valor da comissão estipulado no contrato e o efetivamente
recebido, caso não tenha havido, durante toda a vigência contratual, qualquer resistência ao
recebimento dos valores em patamar inferior ao previsto no contrato.
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.162.985-RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013.

Base de cálculo da comissão de representante comercial

O valor dos tributos incidentes sobre as mercadorias integra a base de cálculo da comissão do
representante comercial.
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.162.985-RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013.
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Regime de bens (comunhão parcial)
João e Maria eram casados sob o regime da comunhão parcial e decidiram se divorciar.
Surgiu um impasse quanto à partilha de um apartamento.
O referido apartamento foi pago, durante o casamento, com dinheiro doado pelo pai de Maria.
João alegava que o pai de Maria não afirmou expressamente que a doação era exclusivamente
para ela e que, diante desse silêncio, deveria ser interpretada como sendo para o casal.

A interpretação conferida por João está correta? Em caso de silêncio na doação, deve-se
interpretar que essa liberalidade aconteceu em favor do casal?
NÃO. As conclusões são as seguintes:
• Se o bem for doado para um dos cônjuges, em um casamento regido pela comunhão parcial
dos bens, a regra é que esse bem pertence apenas ao cônjuge que recebeu a doação. Em
outras palavras, esse bem doado não se comunica, não passa a integrar os bens do casal.
• Em um regime de comunhão parcial, o bem doado somente se comunica se, no ato de
doação, ficar expressa a afirmação de que a doção é para o casal.
• Logo, em caso de silêncio no ato de doação, deve-se interpretar que esse ato de liberalidade
ocorreu em favor apenas do donatário (um dos cônjuges).
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.318.599-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/4/2013.

DIREITO DO CONSUMIDOR
Aplicação do CDC no contrato de administração imobiliária

É possível aplicar o CDC à relação entre proprietário de imóvel e a imobiliária contratada por
ele para administrar o bem. Em outras palavras, a pessoa que contrata uma empresa
administradora de imóveis pode ser considerada consumidora.
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 509.304-PR, Rel. Min. Villas Bôas Cueva, julgado em 16/5/2013.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Sanção ao advogado pela não devolução dos autos no prazo legal
É direito do advogado retirar os autos do cartório mediante assinatura no livro de carga.
A legislação prevê que, após retirar os autos do cartório, o advogado deverá devolvê-los no
prazo legal, sob pena de perder o direito à vista fora do cartório e de receber uma multa.
Prática Para que sejam aplicadas tais sanções, é indispensável que o advogado tenha sido previamente
forense
intimado para devolver os autos e tenha se quedado inerte no prazo de 24 horas.
Essa intimação prévia deverá ser feita por mandado (Oficial de Justiça), na pessoa do advogado.
Se o causídico foi intimado por meio da Imprensa Oficial a devolver os autos e não o fez, não
poderão ser aplicadas as referidas sanções.
As sanções somente podem ser aplicadas ao advogado que retirou os autos e não aos demais
causídicos e estagiários que, apesar de representarem a mesma parte, não tenham sido
responsáveis pela retenção indevida.
Processo STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1.089.181-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/6/2013.

Degravação de depoimento de testemunha

No âmbito do processo civil, não é do juízo deprecado o encargo de providenciar a degravação


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de depoimento de testemunha por ele inquirida pelo método audiovisual.


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Processo STJ. 1ª Seção. CC 126.770-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 8/5/2013.

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Inaplicabilidade do parágrafo único do art. 298 do CPC ao procedimento sumário
Nas causas submetidas ao procedimento sumário, a desistência da ação em relação a corréu
não citado não altera o prazo para o comparecimento dos demais réus à audiência de
conciliação. Isso porque não pode ser aplicado ao procedimento sumário o parágrafo único do
art. 298 do CPC, segundo o qual, se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não
citado, o prazo para a resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.
Processo STJ. 2ª Seção. EAREsp 25.641-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/6/2013.

Procedimento sumário (ausência do réu na audiência preliminar)


Nas causas submetidas ao procedimento sumário, o não comparecimento injustificado do réu
regularmente citado à audiência de conciliação, caso não tenha oferecido sua resposta em
momento anterior, pode ensejar o reconhecimento da revelia. Isso porque o § 2º do art. 277 do
CPC — que dispõe que, deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-
se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar
da prova dos autos — aplica-se às demandas submetidas ao procedimento sumário.
Além do mais, a decretação da revelia, na hipótese, também se justifica pelo não oferecimento
de resposta em momento anterior à audiência de conciliação, fato que evitaria a revelia,
mesmo no caso em que o réu citado não tivesse comparecido à audiência de conciliação.
Obs: as conclusões expostas nesta parte amarela foram retiradas do Informativo e do voto do
Ministro, mas não constam da ementa do julgado e revelam-se polêmicas. Explico abaixo os
entendimentos majoritários.
Processo STJ. 2ª Seção. EAREsp 25.641-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/6/2013.

Defensor Público tem direito à vista pessoal dos autos antes da audiência preliminar no
procedimento sumário
No procedimento sumário, não pode ser reconhecida a revelia pelo não comparecimento à
audiência de conciliação na hipótese em que tenha sido indeferido pedido de vista da
Defensoria Defensoria Pública formulado, dias antes da data prevista para a referida audiência, no intuito
Pública de garantir a defesa do réu que somente tenha passado a ser assistido após a citação.
Processo STJ. 4ª Turma. REsp 1.096.396-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/5/2013.

Recurso cabível contra decisão que indefere justiça gratuita na sentença

O indeferimento, na prolação da sentença, do pedido de assistência judiciária gratuita, é


impugnável por meio de apelação. Isso porque, pelo princípio da unirrecorribilidade, cada ato
decisório só pode ser atacado por um único recurso.
Processo STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 9.653-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/5/2013.

Multa no caso de agravo manifestamente inadmissível


A exigência de que a parte recolha a multa antes de recorrer somente vale para o caso de
recurso interposto contra a mesma matéria já decidida no agravo e em razão da qual foi
imposta a sanção.
Não se exige o prévio recolhimento da multa se o recurso que a parte vai interpor objetive a
impugnação de matéria diferente daquela tratada no agravo que deu origem à multa.
Se fosse ser exigido o recolhimento prévio para interpor qualquer recurso, sobre qualquer
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outra matéria e em qualquer fase processual, haveria uma limitação muito grande ao exercício
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do direito de defesa.
Processo STJ. 4ª Turma. REsp 1.354.977-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/5/2013.

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Recurso especial interposto no dia da publicação dos embargos e Súmula 418 do STJ

Não é extemporâneo o recurso especial interposto na mesma data em que disponibilizado, no


Diário da Justiça eletrônico, o acórdão referente ao julgamento dos embargos de declaração
opostos no tribunal de origem.
Processo STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1.063.575-SP, Rel. Min. Isabel Gallotti, julgado em 16/4/2013.

Embargos de divergência e dissídio sobre a interpretação de regra de direito processual

É possível o conhecimento de embargos de divergência na hipótese em que exista dissídio


entre órgãos do STJ acerca da interpretação de regra de direito processual, ainda que não haja
semelhança entre os fatos da causa tratada no acórdão embargado e os analisados no acórdão
tido como paradigma.
Processo STJ. 2ª Seção. EAREsp 25.641-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/6/2013.

Multa fixada contra o réu em ação cautelar não persiste se a ação principal for improcedente

No caso de improcedência do pedido formulado na ação principal, será inexigível a multa


cominatória fixada na ação cautelar.
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.370.707-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2013.

Execução de verbas reconhecidas a anistiado político


(Julgado que interessa apenas para concursos federais difíceis)

O procedimento de execução contra a Fazenda Pública (art. 730 do CPC) não é adequado ao
cumprimento de portaria ministerial que tenha reconhecido condição de anistiado político.
Portaria concessiva de anistia e indenização não constitui título executivo extrajudicial, não
estando abrangida pelo art. 585, II, do CPC.
Processo STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.362.644-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/4/2013.

Revisão de contrato em embargos do devedor (embargos à execução)

No âmbito de embargos do devedor, é possível proceder à revisão do contrato de que se origine o


título executado, ainda que, em relação ao referido contrato, tenha havido confissão de dívida.
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.330.567-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/5/2013.

Excesso de execução deve ser alegado nos embargos à execução


Não é possível ao juiz conhecer de suposto excesso de execução alegado pelo executado
somente após a oposição dos embargos à execução. Isso porque eventual excesso de execução é
típica matéria de defesa, e não de ordem pública, devendo ser arguida pelo executado por meio
de embargos à execução, sob pena de preclusão.
Processo STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 150.035-DF, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 28/5/2013.
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Bens impenhoráveis
As quantias previstas no inciso IV do art. 649 do CPC somente manterão a condição de
impenhoráveis enquanto estiverem “destinadas ao sustento do devedor e sua família”. Se tais
ATENÇÃO valores forem aplicados em alguma aplicação financeira, perderão o caráter de
impenhorabilidade.
Assim, é possível a penhora de valores que, apesar de recebidos pelo devedor em decorrência
de rescisão de contrato de trabalho, tenham sido posteriormente transferidos para fundo de
investimento.
Precedente Registre-se que há um precedente antigo da 4ª Turma do STJ em sentido contrário ao que
em sentido foi exposto acima, mas que acredito que esteja superado: REsp 978.689//SP, Rel. Min. Luis
contrário Felipe Salomão, DJe de 24/08/2009.
Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.330.567-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/5/2013.

Arrematação (Legitimidade para arrematar)


O depositário fiel do bem penhorado, mesmo atuando como representante de outra pessoa
jurídica do mesmo grupo empresarial da executada, deve ser enquadrado nas hipóteses
impeditivas de arrematação do art. 690-A do CPC.
Nenhum dos incisos do art. 690-A do CPC menciona expressamente a situação do depositário
fiel. No entanto, o STJ entendeu que esse rol de impedimentos “permite interpretação e
adequação pelo aplicador do direito em homenagem à intenção do legislador, o que afasta a
sua taxatividade”.
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.368.249-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/4/2013.

Pedido de suspensão de segurança


O pedido de suspensão é um instrumento processual (incidente processual) por meio do qual
as pessoas jurídicas de direito público ou o Ministério Público requerem ao Presidente do
Tribunal que for competente para o julgamento do recurso que suspenda a execução de uma
Advocacia
Pública decisão, sentença ou acórdão proferidos sob o argumento de que esse provimento
jurisdicional prolatado causa grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.
Da decisão do Presidente do Tribunal que conceder ou negar a suspensão cabe algum recurso?
SIM. Caberá agravo interno para o Plenário ou Corte Especial do Tribunal. Nesse sentido, veja o
§ 3º do art. 4º da Lei n. 8.437/92:
§ 3º Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que
será levado a julgamento na sessão seguinte a sua interposição.
Obs: segundo entende o STJ e o STF, o prazo para esse agravo é de 5 dias mesmo que tenha sido
interposto pela Fazenda Pública ou pelo MP. Em outras palavras, NÃO incide o art. 188 do CPC (que
confere prazo em dobro para recorrer à Fazenda Pública ou ao MP) na hipótese de o recurso
interposto ser o incidente de suspensão de liminar previsto no art. 4º, § 3º, da Lei n. 8.437/92.
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.331.730-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 7/5/2013.

Ações possessórias

Não gera nulidade absoluta a ausência de citação do réu, na hipótese do art. 928 do CPC, para
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comparecer à audiência de justificação prévia em ação de reintegração de posse.


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Processo STJ. 3ª Turma. REsp 1.232.904-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/5/2013.

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Arrolamento sumário
NÃO é cabível, em arrolamento sumário, a discussão acerca da eventual configuração da
decadência do direito da Fazenda Pública de efetuar lançamento tributário referente ao
imposto sobre transmissão causa mortis e doação.
Processo STJ. 2ª Turma. REsp 1.223.265-PR, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 18/4/2013.

Legitimidade do MP para ACP em benefício de uma só pessoa em questões de saúde


O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ACP contra a concessionária de energia
elétrica com a finalidade de evitar a interrupção do fornecimento do serviço à pessoa carente
de recursos financeiros diagnosticada com enfermidade grave e que dependa, para sobreviver,
da utilização doméstica de equipamento médico com alto consumo de energia.

Conforme entendimento do STJ, o MP detém legitimidade para propor ACP que objetive a
proteção do direito à saúde de pessoa hipossuficiente, porquanto se trata de direito
fundamental e indisponível, cuja relevância interessa à sociedade.
Processo STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.162.946-MG, Rel. Ministro Sérgio Kukina, julgado em 4/6/2013.

DIREITO PENAL
Falsidade ideológica é absorvida pelo descaminho
Responderá apenas pelo crime de descaminho, e não por este em concurso com o de falsidade
ideológica, o agente que, com o fim exclusivo de iludir o pagamento de tributo devido pela
entrada de mercadoria no território nacional, alterar a verdade sobre o preço desta.
O pagamento do tributo devido extingue a punibilidade do descaminho.
No caso em que a falsidade ideológica tenha sido praticada com o fim exclusivo de proporcionar a
realização do crime de descaminho, a extinção da punibilidade quanto a este — diante do
pagamento do tributo devido — impede que o agente seja punido apenas pelo crime-meio.
Exaurindo-se o crime-meio na prática do crime-fim, cuja punibilidade não mais persista, falta
justa causa para a persecução pelo crime de falso, porquanto carente de autonomia.
Processo STJ. 5ª Turma. RHC 31.321-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2013.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


Prisão preventiva
É ilegal a manutenção da prisão provisória na hipótese em que seja plausível antever que o
início do cumprimento da pena, em caso de eventual condenação, será feita em regime menos
Defensoria
Pública rigoroso que o fechado.
Processo STJ. 5ª Turma. HC 182.750-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/5/2013.

DIREITO TRIBUTÁRIO
Prescrição para pretensão de reconhecimento de créditos presumidos de IPI
(obs: este julgado somente será exigido no caso de concursos federais que exijam
Direito Tributário de forma mais intensa)

Prescreve em 5 anos a pretensão de reconhecimento de créditos presumidos de IPI a título de


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benefício fiscal a ser utilizado na escrita fiscal ou mediante ressarcimento.


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Processo STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 292.142-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 21/5/2013.

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