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Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza

Prof Dr Marcos Valério Zschornack

Capítulo 6 Robbins & Cotran.


DOENÇAS GENÉTICAS.
Arquitetura genética humana:
•Menos de 2% genoma total codifica proteínas.
•50% genoma -blocos códigos função misteriosa.
•20 a 25mil genes codificam proteínas - mais de 100.000 proteínas podem ser geradas - splicing
alternativo RNAm.
•Dois indivíduos quaisquer compartilham 99,5% das sequencias de DNA.
•Diversidade seres humanos - 0,5%DNA - (15 milhões de pares de bases).
Genômica: estuda todos os genes e a suas interações entre os genes.
Epigenética: são as mudanças herdáveis, são subtítulos da genética. Estuda as mudanças
herdáveis na expressão gênica que não são causadas por alterações nas sequências do DNA.
Proteômica: estuda a análise de todas as proteínas expressas em uma célula.
Bioinformática: capacidade de analisar os padrões da expressão genética e proteica, que mistura
de genes e as proteínas.
Alguns genes têm funções regulatórias. Eles não codificam proteínas, mas eles têm a capacidade
de inibir a expressão gênica. Um exemplo: você tem um proto-oncogene que vai causar câncer
de mama, só que ele está lá no código genético. Mas em outro cromossomo você tem outro
gene que é supressor daquele, que é um gene que tem função regulatória. Se você tem um gene
para ter câncer e o outro gene que suprime o câncer, quando você ficar mais velho, o seu
cromossoma tem um processo de envelhecimento chamado deleção: se você deletar o gene
proto-oncogene, se você o perdes, melhor. Mas se você deletar o supressor é ruim, porque o
proto-oncogene vai se tornar ativo. Essa via pode ser explorada terapeuticamente, por exemplo,
silenciando a expressão de oncogene. Se a gente conseguir um dia criar um mecanismo, um
medicamento, que pode ativar esses supressores de oncogenes, descobriremos a cura do câncer
e a prevenção real. E de outras doenças genéticas também.
Genes e doenças humanas
A frequência de se apresentar uma doença de origem genética durante a vida é de 67% das
doenças que vão ter origem genética. Metade dos abortos espontâneos são causados por uma
anomalia cromossômica incompatível com a vida, ou seja, a própria natureza do fim àquele
concepto que não iria ter condições de sobreviver mais para frente se nascesse. Então até
metade dos abortos espontâneos são gerados por uma anomalia genética grave. Todos os
recém-natos que nascem no mundo inteiro, 1% deles vão apresentar anormalidades
cromossômicas patentes, é possível identificar apenas olhando. 5% dos indivíduos na faixa etária
dos 20 aos 30 anos tem uma doença grave com um componente genético significativo.
Classificação das causas das doenças em três grupos: as que são causadas por mutações em um
único gene, um único gene está afetado em todo o código genético. São altamente penetrante,
ou seja, penetrância. Possui alteração genética, e quase todos os indivíduos vão apresentar
fenotipicamente alteração e seguem padrões mendelianos.
Outras classes são as doenças citogenéticas ou cromossômicas que são alterações numéricas ou
estruturais dos cromossomos, também são altamente penetrantes.
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
Prof Dr Marcos Valério Zschornack

E as doenças poligênicas complexas: doença que mais mata do mundo, a doença cardiovascular
por aterosclerose, diabetes, hipertensão arterial, heranças de altura e peso. Possuem múltiplas
formas de genes associadas a fatores ambientais que vão desenvolver a doença, ou as
características que essas alterações poligênicas podem levar.
Mutação é uma alteração do DNA.
A causa úlcera gástrica e gastrite eram tratadas como se fossem devido a acidez no estômago,
mas hoje em dia, quando o médico faz uma endoscopia, ele faz uma biópsia para ver se ter uma
bactéria. Então hoje se sabe que a úlcera e a gastrite são doenças infecciosas causadas pelo
helicobacter Pylori. Foram tratadas com leite de magnésia durante muitos anos.
Pedra no rim e diabete não são hereditárias, são doenças familiares.
Doença congênita: a pessoa nasceu com aquilo. Exemplo: bebês que nasceram sem os membros
porque a mãe tomou talidomida durante a gestação.
Câncer de próstata é hereditário, se você tem um pai com câncer de próstata, a chance do
desenvolvimento desse câncer é 2x maior em relação a população em geral. Se você tem um pai
e um irmão com câncer, 3x. Se você tiver um pai, um irmão e um avô com câncer de próstata, a
chance é 5x. A chance de um homem desenvolver câncer de próstata durante a vida e em torno
de 17% -a mesma das mulheres para o câncer de mama. Se você tem cinco vezes mais chance
de uma coisa que é um para cada 6 (17%) isso quer dizer que, infelizmente, haverá o
desenvolvimento do câncer.
Doenças mendelianas
Resultado de mutações em genes únicos que apresentam grande efeito: doenças mendelianas
ou mutações de um único gene. Se acha que cada um de nós tem de 5 a 8 genes deletérios (80%
herdados dos pais, e 20% que aparece na nossa vida). A mutação pode acarretar efeitos adversos
ou não, porque existem fatores ambientais envolvidos e também aqueles genes supressores
compensatórios. Essas doenças, como o próprio nome diz, heranças mendelianas (AA, Aa, aa):
dominância, genes recessivos e genes codominantes.
Nos codominantes os dois apresentam dominância cruzada, como por exemplo, os antígenos de
histocompatibilidade que a gente faz para fazer transplante, sistema ABO, onde uma pessoa que
tem sangue AB possui os dois antígenos (A e B) e os dois são dominantes.
Penetrância: o percentual de portadores de um gene que apresentam traço fenotípico.
Expressividade variável: a expressividade é a variação do efeito, ou seja, um efeito genético pode
ter várias diferentes manifestações.
Pleitropismo: São múltiplos possíveis efeitos finais de um único gene mutante, como por
exemplo, quem tem anemia falciforme (a hemácia tem um formato de foice): um único gene
causa essa doença, mas essa doença pode causar manifestações clínicas como hemólise,
anemia, oclusão vascular, infartos em vários locais. Múltiplos possíveis efeitos para um gene.
Heterogenicidade genética: o contrário do pleitropismo. São múltiplas mutações diferentes que
podem levar ao mesmo resultado. Por exemplo: surdez pode ser causada por várias coisas,
muitas doenças genéticas podem causar surdez congênita, ou seja, as manifestações clínica ou
fenotípica é a mesma, mas as mutações são várias.

Doenças mendelianas autossômicas dominantes:


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Autossômicas porque é em cromossomos normais, não sexuais. Temos 22 pares, o cromossomo


X e o Y. E dominantes porque se manifestam em um estado heterozigoto. Geralmente está
presente em um dos pais, pode resultar em mutação de uma célula germinativa ou de uma
célula somática de novo, e geralmente causada por uma mutação no espermatozoide de pais
mais velhos.
Os aspectos clínicos dependem de penetrância e expressividade (serve para qualquer doença) e
elas afetam produções de proteínas estruturais na maioria das vezes -enquanto as doenças
recessivas afetam enzimas-, a maioria das vezes é perda da função. Ela gera uma proteína que
não tem função, proteína defeituosa. As mutações que ganham função são bem menos comuns
e aumentam atividades.
Doenças autossômicas dominantes (AA, Aa, aa), se um dos pais tem um dos genes pode passar
para o filho, e geralmente passa. Pode ser homozigoto, e se for, ira passa com certeza, e a criança
vai apresentar alteração. Se for heterozigoto, se um dos pais tiver, vai ter 50% de chance do filho
ter. Alguns exemplos: Doença de Huntington, neurofibromatose, doença do rim policístico,
polipose colônica familiar, doença de von Willebrand, síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers-
Danlos, hipercolesterolemia familiar, porfiria intermitente aguda (fenótipo da porfiria: peludo,
irsultismo, olho vermelho e intolerância a luz).
Doenças autossômica recessiva
As recessivas necessariamente precisam se manifestar no estado homozigoto, precisa de ambos
os alelos presentes para doença se manifestar. Geralmente não afetam os pais -é transmitido
do avô para o neto. A expressão da doença é mais uniforme, porque ele precisa ter os dois genes.
Penetrância completa porque tem os dois genes, já nasce com a doença e afeta principalmente
enzimas ao invés de estruturas proteínas. Há alta probabilidade em casamentos consanguíneos,
porque é mais fácil entre pessoas da mesma família ter aquele gene.
Exemplos: fibrose cística, fenilcetonúria (a pessoa fica fazendo cálculo, causa retardo mental, a
pessoa não tem uma enzima que quebra a fenilalanina e quando ingere essa substancia, vai
depositando fenilalanina no sistema nervoso central e estraga os neurônios. Através do teste do
pezinho você descobre a doença, e é só não dar fenilalanina para ele comer que ele permanece
normal. Homocistinúria também é uma doença por erro inato do metabolismo; doença de
Wilson, envolvida no metabolismo do cobre; Anemia falciforme é mais comum em pessoas
negras por problemas genéticos; talassemia é uma doença do sangue; hiperplasia congênita da
suprarrenal, atrofia neurogênica, neurogênica muscular; Ataxia de Friedrich, que interfere no
cerebelo e a pessoa tem ataxia, dificuldade para andar e desenvolver movimento.
Doenças ligadas ao cromossomo X
São doenças ligadas ao sexo, a maioria recessivo, o homem só tem um X, são homozigotos e se
tiveram um X alterado já irão apresentar a doença. As mulheres que são heterozigotas
geralmente não expressam a doença, porque tem um alelo x normal pareado. A cromatina
sexual é um cromossomo X inativado que fica enroladinho. Geralmente as mulheres têm um X
funcionando e outro inativado, caso ocorra algum problema, geralmente o que inativa é o
doente, mas tem algumas doenças que ocorre a inativação aleatória.
As condições dominantes ligadas ao x são muito raras, um dos exemplos é o raquitismo que não
responde a vitamina D. Exemplo de doenças ligadas ao x: Distrofia muscular de Duchenne,
Hemofilias, Deficiência da G6PD, Agamaglobulinemia (a pessoa não produz gamaglobulina que
são anticorpos), Diabete insípido (urina não tem gosto; deficiência do hormônio adh anti-
diurético), Síndrome de Wiskott-Aldrich (imunodeficiência adquirida), Síndrome do X frágil.
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Bases bioquímicas e moleculares das doenças mendelianas


Mecanismos envolvidos nas doenças monogênicas: Defeitos enzimáticos e consequências você
vai sintetizar uma proteína, uma enzima que não funciona, ou vai sintetizar pouca enzima e vai
ter um bloqueio metabólico, com acúmulo do substrato tóxico.
• Diminuição da quantidade do produto final para função normal: ausência da enzima que
converte a melanina, causando albinismo.
• Diminuição do metabolismo do substrato gerando substrato danoso: exemplo, uma
deficiência grave que causa destruição dos alvéolos pulmonares levando a enfisema e a morte
precoce.
Defeitos em receptores de sistema de transporte: exemplo, você não tem o que joga LDL para
dentro da célula, você não tem um receptor de LDL, se você não joga ele dentro da célula para
ele ser utilizado pelo metabolismo, ele fica circulando, causando a hipercolesterolemia familiar,
que é uma doença autossômica recessiva.
• Falta no transporte: não há transporte, por exemplo, dos íons cloreto de uma doença
chamada fibrose cística e vai ficar cloro sobrando. Onde tem cloro vai sódio também. A mãe faz
diagnóstico de fibrose cística beijando bebê, porque o suor dele vai estar salgado, pois ele sua
muito cloro e muito sódio.
Alteração na estrutura, função ou quantidade das proteínas não enzimáticas:
Hemoglobinopatias, deficiência do colágeno, da espectrina.
Reações adversas a drogas determinadas geneticamente, ou seja, se você tem uma alteração
genética, você só vai saber depois de usar alguma droga. A deficiência mais comum é a glicose-
6-fosfato desidrogenase. Essa deficiência causa anemia hemolítica grave em quem usa remédio
para malária.
Doenças associadas a defeitos em proteínas estruturais
A síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo, é dominante, altera o esqueleto, os
olhos e sistema cardiovascular. A flibrilina-1-microfibrilas que está alterada, o que vai diminuir
a elasticidade dos tecidos conjuntivos. O paciente vai ter alta estatura, dedo comprido
(aracnodactilia), ligamentos frouxos, deformidades da coluna, cristalino ruim, o globo ocular fica
comprido, colapso da válvula mitral, degeneração da túnica média da aorta e estrias na pele.
Doenças associadas a receptores
Hipercolesterolemia familiar, ocorre devido a mutações nos genes que codificam o receptor do
LDL, ou seja, ele não entra na célula porque não tem receptor. Se o paciente for heterozigoto,
ele vai ter 2 a 3x os níveis de colesterol normal. Sendo este até 200, o paciente terá 400/600 de
colesterol. Se os dois alelos forem afetados, ele vai ter 6x, colesterol de 1500, 1600, e, portanto,
ele vai morrer de infarto ou derrame.
DOENÇAS ASSOCIADAS À ENZIMAS
1) Doenças do armazenamento lisossômico.
São deficiências nas enzimas lisossômicas que vai ter prejudicado o catabolismo de alguns
substratos e vai acumular metabólitos parcialmente degradados dentro dos lisossomos.
Doença de Tay-Sachs
Mutação complexo hexosaminidases, há acúmulo gangliosídeos.
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
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Prevalentes judeus leste europeu.


Afeta neurônios.
Deterioração motora e mental.
Início aos 6 meses acarretando morte até 2 ou 3 anos de idade.
Doença de Niemann-Pick (tipo A, B e C)
Deficiência de esfingomielinase, há acúmulo esfingomielina.
Afetam fagócitos e neurônios.
Tipo A - grave com morte ao redor dos 3 anos com envolvimento neuronal difuso, morte celular
e atrofia do SNC.
Tipo B - organomegalia sem comprometimento do SNC, sobrevivem à vida adulta.
Tipo C - acúmulo de colesterol e gangliosídeos, hidropsia fetal e natimortos, hepatite neonatal,
lesão neurológica progressiva (ataxia, paralisia, disartria e regressão psicomotora)
Doença de Gaucher
Afeta a glicocerebrosidase.
Acúmulo glicocerebrosídeos fagócitos e no SNC.
Tipo I - adultos, esplenomegalias e linfadenomegalias levando a pancitopenia.
Tipo II - neuropática aguda com deterioração progressiva SNC e morte idade precoce.
Tipo III - intermediário, com ação no SNC a partir da adolescência.
2) Doenças do armazenamento do glicogênio (glicogenoses)
Bem mais comum que as doenças do armazenamento lisossômico.
Deficiência síntese ou catabolismo do glicogênio.
Essas doenças podem ser sistêmicas ou restritas a tecidos específicos e são divididas em três
grandes grupos: no fígado, no músculo e em qualquer lugar.
Na forma hepática ocorre acúmulo de glicogênio no fígado devido à deficiência da glicose-6-
fosfatase e isso leva a um quadro de hipoglicemia.
Na forma miopática você não tem acesso ao glicogênio quando o músculo precisa (deficiência
da fosforilase muscular) e leva ao quadro de fraqueza muscular e câimbras.
E pode dar em qualquer órgão (formas diversas). Por exemplo, se você não tiver glicogênio ou
não puder usar esse glicogênio pelo miócioto cardíaco vai levar a uma insuficiência cardíaca e à
morte.
DOENÇAS POLIGÊNICAS COMPLEXAS
Elas resultam da interação de muitas formas de genes, vários genes alterados, associados a
fatores ambientais.
É um polimorfismo muito grande. Variante genética que tem pelo menos dois alelos e ocorre
em pelo menos 1% população.
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A doença genética complexa ocorre quando vários polimorfismos (efeitos fracos e baixa
penetrância individual) são herdados em conjunto. Não é um ou dois pares de genes, são vários
que vai herdar.
As doenças poligênicas complexas resultam de herança coletiva de muitos polimorfismos, que
variam em importância. Por exemplo na diabetes tipo 1 são mais de 30 genes implicados, se
herdar 2, 3 ou 4 não vai desenvolver a doença.
1. Doenças cromossômicas estruturais
Nas doenças cromossômicas, basicamente, há duas alterações: os distúrbios numéricos e os
distúrbios estruturais. Vamos estudar 3 tipos de distúrbios numéricos: monossomia, trissomia e
mosaicismo.
Monossomia
Um cromossomo normal a menos. Em vez de ter 23 pares de cromossomos, teremos 22.
Quando envolve um autossomo geralmente não nasce. No caso do cromossomo sexual não há
a morte.
Geralmente ocorre pela não disjunção durante a gametogênese. Normalmente na meiose vai
um cromossomo para cada lado. Nesse caso pegou o gameta que ficou com nenhum par.
Trissomia
Um cromossomo extra.
Se for no autossomo geralmente morre antes de chegar no primeiro ano de vida com exceção
para a síndrome de Down. (Trissomia do 21).
Geralmente ocorre pela não disjunção durante a gametogênese. Normalmente na meiose vai
um cromossomo para cada lado. Nesse caso pegou de um gameta que ficou com os dois pares
sem separar.
Mosaicismo
Quando se tem duas ou mais populações celulares diferentes. Algumas células têm um genótipo
normal e outras têm um cromossomo a mais ou a menos. Por exemplo, na síndrome de Turner,
a maioria das mulheres tem só um cromossomo X em todas as células, mas tem algumas
populações celulares que podem ter dois. São mais comuns relacionados aos cromossomos
sexuais.
O erro ocorre depois da fecundação, no zigoto.
Quimera não está aqui, mas só para saberem, é quando uma pessoa tem dois códigos genéticos
diferentes. Há dois tipos de populações celulares distintos, cada uma com um código genético.
2) Doenças cromossômicas estruturais
São 5 tipos de distúrbios estruturais: deleção, translocação, isocromossomo, inversão e
cromossomo em anel.
Deleção
Ocorre a perda de uma porção, que pode ser terminal ou não, do cromossomo (maioria é no
meio, intersticial).
Translocação
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É quando um pedaço de um cromossomo é transferido para outro. Um cromossomo perde um


pedaço e um outro recebe. Essa translocação pode ser recíproca balanceada ou Robertsoniana.
Isocromossomo
É quando um dos braços (curto ou longo) é perdido e o braço remanescente é duplicado. Então
o cromossomo vai ter dois braços curtos ou dois braços longos, os dois braços serão iguais.
Inversão
É quando há duas quebras em um cromossomo e há troca de lado.
Cromossomo em anel
Há uma deleção que afeta ambas as pontas de um cromossomo com fusão das pontas
danificadas.
DOENÇAS CITOGENÉTICAS ENVOLVENDO AUTOSSOMOS
Trissomia do 21 (síndrome de Down)
Mais comum doença cromossômica - 1 em 700 indivíduos.
95% possuem cromossomo 21 extras completo (quase sempre de origem materna).
4% material extra de um dos pais – translocação braço longo do 21 para o 22 ou 14.
1% variantes mosaico - mistura de células com número normal de cromossomos com células
com cromossomo 21 extra.
Idade materna é fator de grande influência: 1 em 1550 nascimentos em mães com menos de 20
anos e 1 em 25 nascimentos com mães acima de 45 anos.
Aspectos clínicos: perfil facial achatado, fissuras palpebrais oblíquas e pregas epicânticas, dobras
palmares simiescas (parece mão de chimpanzé), retardo mental grave. 40% apresentam doença
cardíaca congênita. Risco de 10 a 20 vezes de leucemia aguda. Resposta imune anormal e doença
Alzheimer prematura.
Antigamente os portadores de Down não viviam mais que 30 ou 40 anos. Hoje tem pessoas com
síndrome de Down com 50, 60 anos vivendo normalmente.

Outras trissomias menos comuns


Trissomia do 18 (síndrome de Edwards) e do 13 (síndrome de Patau) bem menos comuns.
Associadas a idade materna avançada.
Apresentam várias malformações.
Em geral, se nascem, morrem no primeiro ano de vida.

Síndrome da deleção cromossomo 22q11.2


Deleção pequena da banda 11.2 braços longo do 22.
1 em cada 4000 nascimentos
Síndrome de DiGeorge e síndrome velocardiofacial.
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Defeitos cardíacos, anormalidades do palato, dimorfismo facial, retardo desenvolvimento físico


e mental, aumento incidência distúrbios psiquiátricos, deficiência de células T.
DOENÇAS CITOGENÉTICAS ENVOLVENDO CROMOSSOMOS SEXUAIS
Síndrome de Klinefelter
Hipogonadismo masculino na ocorrência de dois ou mais cromossomos X e um ou mais
cromossomos Y.
Quase todos os casos (95%) apresentam cariótipo 47XXY. 5 % restantes vão ter mosaicos.
Aspectos clínicos: infertilidade, corpo eunucóide, retardo mental mínimo (ou nenhum),
testículos atrofiados, ausência características sexuais secundárias (pouca barba, voz fina),
ginecomastia com aumento risco câncer de mama masculino em 20 vezes.

Síndrome de Turner
Fenótipo feminino com hipogonadismo. Tem vulva, vagina, ovários.
Monossomia parcial ou completa cromossomo X.
Em 57% dos casos com cariótipo 45, X em 57%. Restante dos casos há deleções parciais do X e
mosaicos.
Aspectos clínicos: linfedema de pescoço, mãos e pés; pescoço alado; baixa estatura (geralmente
não tem mais que 150 cm); amenorreia primária (nunca menstruou), ovários atrofiados e
fibróticos (em fita); doenças cardíacas (coarctação aorta). Menopausa antes da menarca
(entram na menopausa antes de menstruarem).
Hermafroditismo
Hermafroditas verdadeiros extremamente raros. Eles apresentam ovários e testículos. Podem
ser ovotestis (metade da gônada tem característica testicular e a outra metade tem
característica ovariana) ou podem ter uma gônada de cada lado.
Cariótipos em 50% dos casos é 46XX, onde há quimerismo do gene SRY que faz diferenciação
testicular ou translocação Y-autossomo. Outro 50% é devido a mosaicos 46XX/46XY.
É homem e mulher, por isso há a problematização em como irá se criar.
Pseudo-hermafroditismo
É bem mais comum. São dois casos.
Quando nasce genotipicamente, o cariótipo é de mulher (46, XX), nasceu geneticamente uma
mulher, tem ovários, útero, genitália interna normal. Mas quando se observa a região do
aparelho genital externo há clitóris hipertrófico ou um pênis atrófico, também não se sabe se
há escroto fendido ou grandes lábios com hipertrofia. A causa mais comum é exposição a
esteroides androgênicos (principalmente de testosterona porque ela que dá as características
masculinas) durante a gestação. Como uma mulher grávida pode se expor a esteroides?
Geralmente por uso de bomba de academia, por hiperplasia congênita da suprarrenal (do bebê)
ou da mãe, tumores secretores androgênios, tumor de hipófise que gera Acth e produz
hiperplasia).
Já os homens, que possuem cromossomos Y, podem nascer com a genitália externa ambígua ou
completamente feminilizada por deficiência de testosterona ou resistência periférica a sua ação.
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Forma mais comum é feminização testicular completa (testículo feminilizante) que é o indivíduo
que é homem geneticamente (46, XY), tem testículo que produz testosterona normalmente só
que o problema é que não tem receptores periféricos para a testosterona, ela não consegue
agir. Dessa maneira, nasce com características femininas, tem vulva, clitóris, mas tem testículos
intra-abdominais.
DOENÇAS MONOGÊNICAS COM HERANÇA NÃO CLÁSSICA
Doenças causadas por mutações de repetição de tri nucleotídeos
A mais comum é a síndrome do X frágil. Chama assim porque quando você faz o cariótipo e
observa no microscópio, você vê que o X está cheio de espaços, parece estar todo fragmentado.
Há a repetição dos nucleotídeos de guanina e citosina que fazem um dobramento aberrante.
Essas regiões desse cromossomo não codificam e não há a síntese da proteína que aquela região
codifica.
Não é só uma doença, é uma síndrome: uma série de doenças que tem sintomas parecidos. Mais
de vinte doenças juntas.
É a segunda causa mais comum de retardo mental (primeira é Down).
Alteração braço longo do X afeta proteína FMR
Afeta mais os homens que apresentam QI entre 20 e 60, face longa e macro-orquidismo.
(Graduações de QI: imbecíl tem QI de 60, o idiota tem QI de 40, o cretino tem QI de 20).
Padrões de transmissão não são tipicamente relacionados a outras doenças ligadas ao X. Os
padrões são: homens portadores de mutação (20% dos portadores são normais), mulheres
afetadas tem retardo mental e o risco efeitos fenotípicos que depende da posição do indivíduo
na família. O irmão de homens transmissores tem risco de 9% e os netos tem risco de 40%.
Porque vai pulando de geração em geração, e as características clínicas pioram a cada geração.
Então, nas pessoas que não têm a doença do X frágil, ou doença de Huntington, ou outras, são
mais de 20 doenças, o número de repetições de citosina e guanina é pequeno (até 30). Nos
homens transmissores e mulheres portadoras essas repetições são entre 55 e 200. Nos afetados
vai ter de 200 a 4000 mutações completas.
As pré-mutações convertem-se em mutações na ovogênese, por isso que pula uma geração.

Mutações em genes mitocondriais


Mitocôndrias também possuem código genético. De onde vem as mitocôndrias? Da mãe.
Os óvulos têm muitas mitocôndrias e nos espermatozoides contém poucas. Por isso o DNA
mitocondrial é transmitido da mãe para a prole.
As mulheres que têm doenças relacionadas aos genes mitocondriais transmitem a doença para
os filhos e para as filhas.
A expressão é imprevisível, vai depender da proporção do DNA mitocondrial mutado.
A Neuropatia óptica Leber é uma das doenças mais comuns. Causa cegueira, disfunção
neurológica e defeitos condução cardíaca progressivos.
Impressão genômica - inativação seletiva do alelo materno ou paterno de certos genes
(imprinting). Ocorre no óvulo ou no espermatozoide antes da fertilização e é transmitida para
todas as células somáticas.
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Síndromes de Prader-Willi e de Angelman. Muito raras.


Deleção cromossomo 15, na de Prader-Willi, imprinting paterno e na de Angelman imprinting
materno.
Síndrome Prader-Willi - retardo mental, baixa estatura, hipotonia, obesidade e hipogonadismo.
Síndrome de Angelman - retardo mental, ataxia, convulsões.
Mosaicismo gonadal - Muito raro também.
Mutação seletiva das células destinadas a formar gônadas sem envolvimento de células
somáticas, um ou mais membros da prole podem ser afetados. Indivíduo afetado é
fenotipicamente normal.

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