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O trato gastrintestinal
Esôfago - Normal
A sub-mucosa consiste em tecido conjuntivo fro uxo contendo vasos san guíneos, uma rica
rede de vasos linfáticos, esparsos linfócitos formando alguns folículos linfoides, fibras
nervosas (incluindo os gân glios do plexo de Meissner) e glândulas sub -mucosas. Estas
comunicam-se com a luz do esôfago através de ductos revestidos por epitélio pavimentoso
e localizam -se ao longo de todo o órgão, embora fiq uem mais concentradas nas regiões
superior es e inferiores. Suas secreções, contendo muco, ajudam a lubrificar o esôfago.
Ao longo de todo o trato alimentar, a c amada muscular consiste em mús culo liso
disposto em uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa; entre as
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
Prof Dr Marcos Valerio Zschornack
duas, encontra -se o bem desenvolvido plexo mioentérico (plexo de Auerbach). A camada
muscular dos 6 a 8cm proximais do esôfago também contém fibras mu sculares estriadas
proven ientes do músculo crico -faríngeo. Essa constituiç ão muscular do esôf ago, li sa e
estriada, é ímpar no aparelho digestivo e explica por que distúrbios musculares esqueléticos
podem causar disfunção esofágica.
Contrastando com o resto do tubo gastrintestinal, a maior parte do esôfago não tem
envoltório seroso; somen te o pequeno segmento do esôfago intra -abdominal é coberto por
serosa. O esôfago torácico fica envolto por uma fáscia que se condensa ao seu redor, de
maneira a constituir uma estrutura em form a de membrana. No m ediastino s uperior,
essa fáscia, além de sustentar o esôfago, forma uma me mbrana semelhante ao r edor
das estruturas adjacentes: grandes vasos e árvore tráqueo-brônquica.
Estômago - Norma l
Essas células podem agir de forma endócrina, liber ando seus produtos na circulação ou de
fo rma parácrina, através de secreção no tecido local.
Na mucosa ant ral, a m aioria das célu las endócrinas constitui as chamadas células G
produtoras de gastrina. Na mucosa do corpo gástrico, as células endócrinas produzem hist
amina, a qual se li ga ao receptor de histamina 2 (H -2) nas células parietais, aumentando
a produção de ácidos. Essas célu las também s ão c hamadas células entero-cromafim like
(células EC L). Outras células ECL da mu cosa gástrica são as células D (produtoras de
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somatostatina) e as células X (produtoras de endotelina). Essas células são importantes
moduladoras da produção de ácido.
Secreção ácida
A fase gástrica envolve a estimulação mec ânica dos receptores pela distensão gástrica e
é mediada por impulsos vagais; também se relaciona com a liberação de gast rina pelas
células endócrinas, as células G das glândulas antrais . A liberação de gastrina é induzida
por aminoácidos e peptídeos luminais e, provavelmente, por estímulo vagal também; A fase
intestinal, iniciada quando os alimentos contendo proteínas digeridas chegam ao intestino
delgado proximal; envolve vários poli-peptídeos além da gastrina.
Todos os estímulos convergem para as células gástricas parietais, com o objetivo de ativar
a bomba gástrica: A acetil -colina liberada pelos aferentes cefálicos -vagais ou gástrico-
vagais estimula a célula parietal via receptores colinérgicos de muscarina -3, causando
aumento do Ca2+ citosól ico e posterior ativação da bomba gástrica de próton. A gastrina
ativa o receptor de gastrina, causando aumento do Ca2+ cito sólico dentro d as células
parietais. A célula glandular oxíntica ECL tem papel essencial: a gastrina e os aferentes
vagais induzem a liberação de histamina das células EC L, estimulando o receptor H -2 n
as células parietais. Essa via é considerada a mais importante para a ativação da b omba
gástrica de prótons.
A ativação de alguns receptores na super fície das células parietais inibe a produção de
ácidos. Eles incluem os receptores de somatostatina, prostaglandinas d a série E e do
fator de crescimento epidérmico.
Proteção mucosa
Anatomia
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
Prof Dr Marcos Valerio Zschornack
O intestino delgado de um adulto mede cerca de 6 metros de comprimento e o cólon
(intestino grosso) mede aproximadamente 1,5 metros. Os primeiros 2 5cm do intestino
delgado formam o duodeno e são retro-peritoneais; o início do intestino delgado na
cavidade peritoneal corresponde ao início do jejuno, e o seu té rmino se localiza onde o
íleo encontra o cólon, ao nível da válvula íleo-cecal. O limite entre o jejuno e o íleo não
é claramente definido; arbitrariamente, considera-se que o jejuno constitui o terço prox
imal do intestino delgado intra-peritoneal e que o íleo constitui o restante. O cólon é sub
-dividido em ceco, cólon ascendente, cólon transverso e cólon descendente.
O cólon sigmoide começa na margem late ral esquerda da pelve, ainda na cavidade
peritoneal, e se dobre em direção á linha me diana da pelve, onde se transforma no reto,
ao nível da terceira vértebra sacral. O reto tem c erca de 15cm de comprimento, e na
sua região médio atravessa os músculos perineais pa ra tornar-se ex tra-peritoneal.
O peritônio faz uma reflexão a partir do reto sobre o assoalho da pelve, criando um
fundo d e saco chamado fundo -de-saco de Douglas.
Vascularização
A característica mais típica do intestino delgado é seu revestimento mucoso, que exibe
inúmeras vilosidades. Essas se estendem em direção á luz sob forma de revestimento. A
lâmina própria contêm vasos sanguíneos, vasos linfáticos, uma pequena população de
linfócitos, eosinófilos e mastócitos, além de esparsos fibroblas tos e células musculares
lisas posicionadas verticalmente. Entre as bases das vilosidad es encontramos as depressões
das glândulas (criptas) d e Lieberkühn, com células-tronco que permitem a regeneração do
epitélio. As criptas se estendem profundamente em direção á muscular da mucosa. Essa
é uma camada lisa e contínua que dá sustentação ao formato das vilosidades e das
criptas. Em indivíduos normais, a proporção entre o comprimento das vil osidades e das
criptas é de 4 a 5:1. No duodeno exitem abundantes glând ulas sub-mucosas produtor as
de muco, as glândulas de Brüner. Essas secretam íons bicarbonato, glicoproteínas e
pepsinogênio II e são praticamente iguais ás glândulas mucosas do piloro. O epitélio superficial
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da s vilosidades contém três tipos de células. As células absortivas colunares são
reconhecíveis pelo seu denso conjunto de mi cro-vilosidades (borda estriada ou borda em
escova) na superfície luminal e pela rede subjacente de micro -filamentos (a membrana
terminal). Regularmente localizadas entre as cél ulas absortivas estão as células caliciformes
secretoras de mucina e algumas células endócrinas. Dentro das criptas existem células -
tronco, células caliciformes, um número maior de células endócrinas e esparsas células de
P aneth. Essas têm grânulos eosinofílic os claros, orientados de forma apical e contendo
várias proteínas anti -microbianas (como as defensinas), que têm im portante papel na
imunidade inata da mucosa contra infecções bacterianas. As vilosidades da mucosa do
intestino delgado são o sítio da digestão final e da absorção das substâncias alimentares,
através da ação das células absortivas colunares. As criptas secretam íons e água, liberam
imunoglobulina A (IgA) e peptíd ios anti -microbianos em direção á luz, além de
funcionarem como local de divisão e renovação celular.
As células mucosas das criptas e da s vilosidades formam uma cobertura de muco aderente
que prote ge o epitélio superficial e fornece um meio adequado para a absorção dos
nutrientes. Receptores esp ecíficos p ara a absorção de macro -moléculas também existem
na superfície das células epiteliais, tais como as do íleo, para os complexos vitamina B12-
fator intrínseco.
Mucosa colônica
O intestino delgado realiza sua função abso rtiva com a uma corrente altamente líquida
na luz. A função do cólon e recuperar da luz a água e os eletrólitos. Ao contrário da
mucosa do intestino delgado, a muc osa colônica não tem vilosidades e é aplanada. Essa
mucosa é pontilhada por numeros as criptas tu bulares retas que se este ndem
profundamente e m direçã o á muscular d a mucosa. O epitélio superficial é composto de
células absortivas colunares, as quais têm micro -vilosidades mais curtas e em menor
número do que as do intestino delgado, e por células caliciformes mucosas. As criptas
contêm abun dantes células caliciformes, células endócrinas e células-tronco. Células de
Paneth ocasionalmente são encontradas na base das c riptas do ceco e do cólon acendente.
A mucosa intestinal, particul armente a do íl eo, é colonizada por bactérias endógenas,
especialmente cepas não-pato gênicas de E. coli e por organismos como Proteus,
Enterobacter, Serratia e Klebsiella . Os componentes da flora endógena p odem ser
deslocados por bactérias exógenas, como as cepas patogênicas da E. coli que causam lesão á
mucosa.
Células endócrinas
Uma população diferente de células endócrinas fica dispersa entre as células epiteliais
de revestimento das glândulas gástricas, nas vilosidades dos intestinos delgado e nas
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criptas dos intestinos delgado e grosso. Células semelhantes estão presentes no epitélio
de revestimento do pâncreas, n as vias bil iares, pulmões, tireoid e e uretra. As células
endócrinas do intestino exibem características morfológicas típicas. Na maioria das células,
o citoplasma contém abundante s grânulos eosinofílicos delicados que contêm materiais
secretáveis. A re gião principal da célula está na base do epitélio e o núcleo se localiza no lado
luminal dos grânulos citoplasmáticos.
Essas células exibem uma grande variedade e sub -tipos e de grânulos secretores. Esses
s ão liberados na superfície basal das células endócrinas ao longo da parte basal da sua
superfície lateral; não tem sido observada secreção apical (em direção á luz). Os vários
produtos secretores, alguns dos quais também estão pres entes no plex o nervoso
autônomo mural, agem como mensa geiros químicos e modul am as funções digestivas
normais, através de uma combi nação de mecanismo s endócrinos, parácrinos e neurócrinos.
Cada tipo celular endócrino, portanto, tem uma distribuição adequada para atender ás
necessidades fisiológicas de cada segmento intestinal.