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Câmaras Frigoríficas - aplicação, tipos, cálculo da carga térmica e boas práticas de utilização visando a racionalização da energia elétrica

Câmaras Frigoríficas - aplicação, tipos, cálculo da carga térmica e boas práticas de utilização visando a
racionalização da energia elétrica

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Fonte: Alessandro da Silva


Engenheiro de aplicação BITZER Compressores Ltda
alessandro.silva@bitzer.com.br (mailto:alessandro.silva@bitzer.com.br)

1- Introdução

As câmaras frigoríficas são compartimentos refrigerados, fechados, isolados termicamente, no


interior dos quais são mantidas as condições termohigrométricas, isto é, de temperatura e de
umidade, mais adequados para a conservação dos gêneros alimentícios. A manutenção das
condições termohigrométricas requeridas é provida por uma unidade de refrigeração,
eventualmente integrada por sistemas de aquecimento e umidificação. Cada câmara frigorífica
deve ser projetada para um determinado fim, cuja carga térmica a ser retirada pelo equipamento
frigorífico e o período de tempo necessário do processo são calculados criteriosamente.

2 - Aplicação

As câmaras frigoríficas de temperatura ao redor de 0°C e umidade relativa elevada, são utilizadas para a conservação de gêneros alimentícios
frescos por breves períodos de tempo. As câmaras de baixa temperatura, caracterizadas por um elevado isolamento térmico, mantêm no seu
interior as baixas temperaturas necessárias para a conservação a longo prazo dos produtos congelados. As câmaras de atmosfera controlada, a
temperatura média - alta, são caracterizadas pela absoluta estanqueidade e têm equipamentos aptos a produzir no seu interior atmosferas
artificiais tais para prolongar a duração da conservação de alguns produtos hortifrutigranjeiros. As câmaras para o controle do amadurecimento dos
produtos hortifrutigranjeiros são câmaras de refrigeração a temperatura alta – média, de estrutura parecida àquela das câmaras de atmosfera
controlada, no interior das quais tenham as condições termohigrométricas que variam na atmosfera em função de ciclos preestabelecidos.

3 – Tipos 3.1

Câmaras em alvenaria

As câmaras em alvenaria apóiam-se em fundações perimetrais convencionais, no interior das quais se realiza uma camada de pedras com
sucessivo lançamento de concreto para a formação de um primeiro lastro. Nas câmaras de média e alta temperatura, as paredes perimetrais são
construídas diretamente sobre a fundação e o material isolante é colocado entre a primeira e a segunda laje em concreto feita para evitar as
solicitações localizadas produzidas por empilhadeiras. Nas câmaras de baixa temperatura, paredes perimetrais e camada isolante que estão por
baixo do piso apóiam sobre um lastro suspenso, construídos sobre uma camada de pedras que tem a função de uma câmara de ar. Este lastro
minimiza o risco de resfriamento do solo que está por baixo da câmara, que pode provocar deformações e rupturas do piso. As paredes em
alvenaria tradicional, após reboco, é aplicada a barreira de vapor, que consiste numa camada impermeabilizadora realizada por espalhamento de
material betuminoso, eventualmente armado com um véu de fibrade vidro. TOPONa
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barreira de vapor, que se estende no teto, são colocadas duas ou
TIPOS-CALCULO-DA-CARGA-TERMICA-E-BOAS-PRATICAS-DE-UTILIZACAO-VISANDO-A-
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três camadas de material isolante de forma que a espessura total seja adequada à temperatura interna da câmara e à temperatura externa. Para
melhorar a qualidade de isolamento é bom que as junções da camada inferior sejam recobertas com placas decamada sucessiva (construção de
placas defasadas). (/v40/index.php)

Em geral, os isolantes certos são aqueles que garantem impermeabilidade ao vapor, baixo coeficiente de dilatação térmica, ausência de odores
desagradáveis, apodrecimento, autoextinguibilidade, resistente a compressão, baixo peso específico.

3.2 Câmaras pré-moldadas:

As câmaras pré-moldadas,
feitas em qualquer dimensão
com o uso de painéis isolante
modulares, permitem tempo
breves de construções
economia nas fundações, na
ampliação e na remoção. Os
longos tempos de construção e
o alto custo das obras em
alvenaria contribuíram para a
difusão das câmaras pré-
moldadas, construídas por
painéis isolantes pré-moldados,
com característica de rigidez
estrutural obtida com
acoplamento do isolante
propriamente dito e camadas de revestimentos. Estes painéis são conectados
entre eles por meio de junções metálicas. As vantagens desta solução
construtiva são a rapidez da colocação e a possibilidade de sucessivas
ampliações. Com estes tipos de painéis é possível também construir câmaras
frigoríficas de grande porte. As características auto-portante dos painéis
isolantes mudam segundo o tipo da construção. Ultrapassando determinadas
dimensões de painéis nascem problemas de envergadura do teto que são
solucionados com estruturas metálicas externas ou internas. A ampla
disponibilidade de materiais de revestimento do painel (existem painéis
revestidos nos dois lados com chapa de aço inox), permite a construção de
câmaras frigoríficas que resistem às intempéries com ótimas características
de isolamento e impermeabilidade.

Exemplo de câmaras pré-modulares com painéis de poliuretano (cortesia Dânica)

3.4 Isolante Térmico para a construção da câmara

Na escolha do material empregado como isolante térmico para a construção da câmara frigorífica, devem-se considerar vários fatores, além do
econômico, tais como sua resistência a insetos e microorganismos, riscos de propagar fogo, poeira ou vapores indesejáveis, partículas que
possam irritar a pele, retenção de odores, resistência à decomposição e resistência à absorção de água. Os isolamentos mais empregados são os
de fixação de placas de isolamento em alvenaria com posterior acabamento da superfície, ou a utilização de painéis construídos de uma placa
interna do isolante na espessura desejada e prensada entre placas metálicas tratadas contra corrosão, como descrito em Neves Filho (1994). A
propriedade de um material em diminuir o fluxo de calor é indicada por sua condutividade térmica ou, de forma inversa, sua resistência térmica. A
tabela abaixo relaciona algumas dessas propriedades, entre as quais está a densidade, que quanto maior, maior será a resistência mecânica à
compressão e maior resistência térmica.

Isolante Cortiça Fibra de Vidro Poliestureno expandido Poliuretano expandido


Densidade (Kg/m3) 100-150 20-80 10-30 40
Condutibilidade térmica (Kcal/mh°C) 0,032 0,030 TOPO (/V40/CAMARAS-FRIGORIFICAS/ITEM/575-CAMARAS-FRIGORIFICAS-APLICACAO-
0,030 0,020
Resistência à passagem de água Regular Nenhuma Boa Boa
TIPOS-CALCULO-DA-CARGA-TERMICA-E-BOAS-PRATICAS-DE-UTILIZACAO-VISANDO-A-
Resistência à difusão de vapor,em relação ao ar parado 20 1,5 70 100
Segurança ao fogo Pobre Boa Pobre
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Pobre
Resistência à compressão (Kgf/m2) 5.000 Nenhuma 2.000 3.000
Custo Relativamente alto Baixo Relativamente alto Alto
(/v40/index.php)

Fonte: Neves Filho (1994)

A cortiça e a fibra de vidro constam apenas como referência histórica, visto que a aplicação destes isolantes está praticamente abandonada na
refrigeração. A tecnologia moderna oferece uma ampla escolha de materiais isolantes, o mais conhecido dos quais para isolamento em obras de
alvenaria, é o poliuretano. Sua condutividade térmica está entre as mais baixas, enquanto sua resistência à compressão é elevada, mesmo com
um peso específico reduzido. Sua impermeabilidade é ótima e a resistência à propagação de chama é boa, além de ser inodor e inalterável.

3.5 Espessuras de poliuretano expandido recomendadas

Abaixo segue como sugestão a espessura de poliuretano expandido com densidade de 25 à 30 Kg/m3 aconselhado para isolamento de câmaras
frigoríficas em climas tropicais.

Temperatura da Câmara (o) Espessura do poliuretano expandido (mm)


8 a 20 60
3a8 80
-5 a 3 100 - 120
-15 a -5 150
-20 a -15 180
-30 a -20 200
-40 a -30 240

4 - Cálculo de carga térmica

Quando o produto é resfriado ou congelado resultar-se-á uma carga térmica formada, basicamente, pela retirada decalor, de forma a reduzir sua
temperatura até o nível desejado. Já na estocagem do produto, a carga térmica é função do isolamento térmico, abertura de porta, iluminação,
pessoas e motores. No caso de frutas e hortaliças frescas deve-se também levar em consideração o calor de respiração. No entanto, a parcela de
calor retirada durante o resfriamento ou congelamento é bem maior quando comparada com a de estocagem, exigindo um estudo mais cuidadoso
da solução a adotar. Assim, o cálculo de sua capacidade ou carga térmica envolve basicamente quatro fontes de calor:

1. Transmissão de calor através das paredes, piso e teto;


2. Infiltração de calor do ar no interior da câmara pelas aberturas de portas;
3. Carga representada pelo produto;
4. Outras fontes de calor como motores, pessoas, iluminaço, empilhadeiras, etc.

Fig. 1 – Principais fontes de calor que se deve levar em


consideração no cálculo de carga térmica de uma câmara
frigorífica.

4.1 - Dados iniciais para o Projeto de uma câmara frigorífica

O primeiro passo para


o dimensionamento
de uma instalação
vem a ser o
desenvolvimento do
processamento com
as respectivas
implicações técnicas.
A carga potencial da
câmara determina-se
conhecendo seu volume total, expresso em m3 e as densidades emKg/m3 dos produtos. As densidades de estocagem bruta, fornecidas pelas
tabelas experimentais, são pré-calculadas de forma a deixar livres os espaços para a movimentação do produto e aqueles necessários à
distribuição e circulação do ar. Para maiores informações consultar atabela 7.

Para a câmara frigorífica ou respectivo equipamento frigorífico são apresentados os itens abaixo, que deverão ser preenchidos da forma mais
correta possível:

Dimensionamento da câmara (m)

Tubulação (distância e desnível)

Tipo de isolamento térmico

Espessura do isolamento

Temperatura interna da câmara TOPO (/V40/CAMARAS-FRIGORIFICAS/ITEM/575-CAMARAS-FRIGORIFICAS-APLICACAO-


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Temperatura ambiente do local de instalação
RACIONALIZACAO-DA-ENERGIA-ELETRICA#TOP)
Fator de utilização (abertura de portas - normal, intenso)

Número de pessoas (operação)


(/v40/index.php)
tempo de permanência (horas)

Iluminação - tempo de utilização

Motores (potência em cv)


tempo de utilização (horas)

Dados sobre o produto:


tipo de produto

temperatura de entrada

carga do produto (kg) rotatividade

tempo de processo (horas)

4.2- Calculando as fontes de calor

Transmissão de calor (Q1):

O calor atravessa as paredes, o teto e o piso dos ambientes refrigerados, ocasionando diferença entre a temperatura da câmara e o arexterno mais
quente. A quantidade de calor depende da diferença de temperatura, do tipo de isolamento, da superfície externa dasparedes e do efeito de
irradiação solar.

O cálculo sempre deverá ser feito levando-se emconsideração todas as paredes, teto e piso, conforme abaixo:

Paredes = 2x(AxB)

Paredes = 2 x ( C x B)

Piso + Teto = 2x(AxC)

Equação da Transmissão de Calor nas paredes, teto e piso:

Q= A x Fator Tabela 11

Onde:

CQ= Quantidade de calor transferido

A = Área da superfície externa da parede (m²)

Fator Tabela 1 = Coeficiente total de transmissão de calor (kcal/m²24h)

Determinando o Fator Tabela 1

D.T. = Diferença de temperatura através da parede

Tipo de isolamento (Isopor, poliuretano...)

Espessura do isolamento (mm)

Exemplo de cálculo:

parede (largura) x (altura) x fator tabela 1 (isopor 100mm/D.T. 35°C) = 8 x 3 x 251 = 6024 kcal/24h

É importante considerar a possível proteção do local onde será instalada a câmara frigorífica contra a incidência dos raios solares. Por exemplo, se
for instalada no interior de um estabelecimento, sem receber raios solares diretamente, a temperatura será a de bulbo secoda região. Caso
contrário, deverá ser adicionado um valor, indicado na tabela 6, para compensar o efeito. Tal valor depende do tipo, cor e orientação da parede.

Infiltração de Calor (Q2):

Cada vez que a porta da câmara frigorífica é aberta, o ar externo mais quente se infiltra na câmara e deve ser resfriado nas condições internas,
aumentando por conseqüência a carga térmica total.

Equação da Carga de infiltração (abertura de portas)

Q2 = V x N(Fator Tabela 2) x Fator Tabela 3

Onde:

Q2 = Quantidade de calor infiltrado

V = Volume da câmara (m³)

N = número de abertura de portas (Fator Tabela 2)


TOPO (/V40/CAMARAS-FRIGORIFICAS/ITEM/575-CAMARAS-FRIGORIFICAS-APLICACAO-
Fator Tabela 3 = ganho de energia por m³ de câmara, em função de temperaturas e umidade relativa interna e externa (kcal/m³)
TIPOS-CALCULO-DA-CARGA-TERMICA-E-BOAS-PRATICAS-DE-UTILIZACAO-VISANDO-A-
Exemplo de cálculo: RACIONALIZACAO-DA-ENERGIA-ELETRICA#TOP)
volume x Fator Tabela 2 x Fator Tabela 3 120 x 8 x 25,2 = 24192 kcal/24h

(/v40/index.php) É fundamental a importância de uma anti-câmara


ou emprego de uma cortina de ar apropriada ou
de portas tipo impacto que possam reduzir a carga
de infiltração. Essa proteção seria da ordem de
80% para o tipo impacto e de 60% a 80% para
cortinas de ar verticais.(Neves Filho –
Resfriamento de frutas e Hortaliças - 2002)

Calor dos Produtos (Q3):

Produto submetido à temperatura maior do que


aquela interna (temp. do mesmo), numa câmara
frigorífica cede calor até sua temperatura baixar
ao calor de conservação. A carga térmica total, conforme o produto, é variável por uma ou mais das seguintes causas:

Equação para Carga do produto

Q3 = m x c x D.T.

Onde:

Q3 = Quantidade de calor do produto

m = massa do produto (kg)

c = calor específico

D.T. = temperatura de entrada - temperatura interna

Quando o produto tiver que ser congelado a alguma temperatura abaixo do ponto de congelamento, a carga é calculada em três partes:

calor cedido antes do congelamento (Calor Sensível)

calor cedido pelo produto em congelamento (Calor Latente)

calor cedido pelo produto após congelamento (Calor Sensível)

a)Calor sensível do produto: a carga térmica sensível é função do peso do produto ao qual
se submete o tratamento, da variação de temperatura do produto e do seu calor específico
(que é a quantidade de calor relativa ao resfriamento de 1ºC de 1Kg doproduto), equação:
Qs = m . C (T2 - T1)

b)Calor latente do produto: a carga térmica latente é a quantidade de calor relativa ao


congelamento do produto, e é função do peso do produto a congelar e do seu calor latente
de congelamento, equação: QL = m . L

c)Calor de respiração do produto: alguns produtos, como a fruta fresca e as verduras,


permanecem vivos durante a conservação na câmara, e estão sujeitos a continuarem com
reações químicas que produzem calor de respiração.

Exemplo de cálculo do calor de respiração Resfriar a verdura a partir de sua temperatura natural

Produto = alface
Quantidade (q) = 1000 kg
Temperatura inicial (t0) = 25ºC
Temperatura final (tf)= 4ºCf)=0,96 kcal/kg ºC

Calor específico da alface antes do ponto de congelamento (cAC)=0,96 kcal/kg 0C

Calor de respiração da alface (cResp.)= 0,65 kcal/kg

Cálculo:

Redução da Temperatura de 25ºC para 4ºC (Calor Sensível)


Calor Sensível= q X (totf) x cAC= 1000 x (25 – 4) x 0,96 = 20.160 k cal Calor de Respiração
Calor Respiração= q X cResp.= 1000 x 0,65= 650 kcal
Total real = 20.160 + 650 = 20.810 kcal

Outras Fontes de Calor que devem ser levadas em consideração no projeto da câmara frigorífica:

A energia dissipada no espaço refrigerado, como a proveniente das pessoas (ocupação), da iluminação, das embalagens, dos motores dos
ventiladores ou empilhadeiras deverá ser criteriosamente calculada. Tais valores exigem um cuidado especial em função da forma de utilização ou
avanços tecnológicos alcançados.

Carga de ocupação (Q4) TOPO (/V40/CAMARAS-FRIGORIFICAS/ITEM/575-CAMARAS-FRIGORIFICAS-APLICACAO-


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As pessoas, em especial os camaristas, também dissipam calor para o ambiente, dependendo do tipo de movimentação, temperatura, roupa, etc. A
tabela 5 apresenta alguns valores do calor equivalente por pessoa em função da temperatura da câmara.
(/v40/index.php)
Equação da carga de ocupação

Q4 = N° de pessoas x Fator Tabela 5 x Tempo de permanência

Exemplo de cálculo:

N° de pessoas x Fator Tabela 5 x Tempo de permanência


3 x 233 x 2 = 1398 kcal/24h

Carga de iluminação (Q5):

O tipo de lâmpada e o tipo de luz podem resultar em cargas térmicas


apreciáveis. De acordo com o tipo a ser empregada, a cargatérmica no
interior da câmara será menor para os de sódio, pouco menor quando se
trata de vapor de mercúrio ou fluorescente, sendopraticamente o dobro no
caso de incandescente.

Equação para a carga de Iluminação:

Q5 = P x 860 (kcal/h) x Tempo de utilização


Onde:
Q5 = Quantidade de calor devido a iluminação
P = Potência (KW)
860 kcal/h = Fator de conversão KW/kcal

Exemplo de cálculo:

P x 860 x Tempo de utilização


0,1 x 860 x 2 = 172 kcal/24h

Carga devido aos Motores (Q6)

Esta é a carga produzida pelos ventiladores dos evaporadores com convecção forçada, somente não é levada em consideração quando setrata de
um evaporador estático.

Equação para a carga devido aos motores:

Q6 = N x 632,41 (kcal/h) x Tempo de utilização


Onde:
N = potência dos motores (CV)632,41 kcal/h = Fator de conversão CV/kcal

Carga de embalagem (Q7)

Pela experiência, esta carga é aplicada apenas quando a quantidade de material utilizado na embalagem representar um valor maior que 10% do
peso bruto que entra na câmara. Abaixo temos os calores específicos de alguns materiais de embalagens:

Tipo de Embalagem Calor Específico (Kcal / kg ºC)


Alumínio 0,2
Vidro 0,2
Ferro ou Aço 0,1
Madeira 0,6
Papel Cartão 0,35
Caixa de Plástico 0,4 (peoxe ou cerveja

Equação para a carga de embalagem:

Q7 = m x c x D.T.
Onde:
m = massa do produto
c = calor específico da embalagem
D.T. = Temperatura de entrada - interna

Carga Térmica Total

Somando-se o calor calculado em cada item, será obtida a carga total requerida, ou seja, o calor que deverá ser removido diariamente da câmara
frigorífica para manter nela a temperatura de projeto.

Qt= Q1+ Q2+ Q3+ Q4+ Q5+ Q6+Q7 TOPO (/V40/CAMARAS-FRIGORIFICAS/ITEM/575-CAMARAS-FRIGORIFICAS-APLICACAO-


Exemplo: TIPOS-CALCULO-DA-CARGA-TERMICA-E-BOAS-PRATICAS-DE-UTILIZACAO-VISANDO-A-
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Qt= 150.000 kcal/24ht
Fator de Segurança (10%)
(/v40/index.php)
Qt= 150.000 kcal/24h x 1,10
Qt= 165.000 kcal/24ht

Cálculo da carga térmica horária:

Tendo em vista o tempo usado pelas indispensáveis operações de degelo e para consentir ao compressor as oportunas pausas de funcionamento,
a unidade de refrigeração deverá ter condições de absorver o Qt num número de horas não superior às 20h.

Capacidade de equipamento requerido


(supondo 20 horas de funcionamento do sistema em função de paradas para degelo por exemplo...)

Qr= Qt (Kcal/24) / 20 (h/24h) = (Kcal/h)

Então do exemplo acima teremos:

Qr= 165.000 kcal/20hr


Qr= 8.250 kcal/hr

Lembrando sempre que a carga térmica para resfriamento e congelamento dos gêneros alimentícios é muito elevada quando comparada à carga
térmica para conservação de produtos “pré- resfriados ou pré-congelados”. Lamentavelmente em muitas instalações frigoríficas de supermercados,
muitos produtos são colocados ainda “quentes” em câmaras de conservação de produtos resfriados ou congelados, neste caso o produto quente
aumentará a temperatura da câmara, resultando-se em dois efeitos indesejáveis: o produto já estocado será afetado pela maior temperatura, sendo
que o resfriamento ou congelamento do produto que entra será muito lento.

4.3 - Exemplo de cálculo de carga térmica para uma câmara de conservação de produtos resfriados:

Dados Preliminares

Temperatura externa: 35ºC


Temperatura interna: -1ºC
Umidade relativa: 60%
Dimensões internas: larg. 3m; comp. 2m; alt. 2m
Tensão disponível: 220V, 1 fase
Material da câmara: painel pré-fabricado,
Isolamento: poliuretano painel 100mmou seja:
Produto: carne bovina magra fresca
Embalagem: sim (papelão, plástico, etc)
Movimentação diária: 600 kg/24h
Ocupação Total: 3.000 kg
Presença de motor ou fonte de calor: sim (motor do evaporador)
Temperatura de entrada do produto: 10ºC
Número de pessoas: 1 permanecendo 3 horas

Transmissão de Calor
DeltaT = 360C
Piso: (larg.) x (comp.) x (fator tabela 1)3x2x150 = 900 kcal/24h
Parede: (larg.) x (alt.) x (fator tabela 1) x 23x2x150x2 = 1.800 kcal/24h
Parede: (comp.) x (alt.) x (fator tabela 1) x 22x2x150x2 = 1.200 kcal/24h
Teto: (larg.) x (comp.) x (fator tabela 1)3x2x150 = 900 kcal/24h

Infiltração de Calor
Volume: (larg.) x (comp.) x (alt.) x (fator tabela 2b) x (fator tabela 3)3x2x2x22x25,6 = 6758,4 kcal/24h

Carga térmica do produto(temperatura conservação = -1ºC)


(Moviment. Diária) x (Redução de temp.) x (calor esp. AC–tab.4, col.3)600 kg/24h x 4ºC x 0,77 kcal/kgºC = 1.848 kcal/24h

Pessoas (Calor de ocupação)


(nº de pessoas) x (fator tabela 5) x (horas reais)1 x 233 kcal x 3 = 699 kcal/24h

Iluminação ( 10 Wa tts por m²)


(larg.) x (comp.) x (10) x (horas reais) x (fator de conversão)3 x 2 x 10 x 3 x 0,86 = 154,8 kcal/24h

Dimensionamento
Total diário=carga térmica diária + carga térmica do produto + pessoas + iluminação
Total diário = 1 4.260 kcal/24h
Total diário : 20h = 713 kcal/hFator de segurança (10%) = 71 kcal/h
Total Final = 784 kcal/h

4.4- Exemplo de cálculo de carga térmica para uma câmara de conservação de produtos congelados:
TOPO (/V40/CAMARAS-FRIGORIFICAS/ITEM/575-CAMARAS-FRIGORIFICAS-APLICACAO-
Dados Preliminares
TIPOS-CALCULO-DA-CARGA-TERMICA-E-BOAS-PRATICAS-DE-UTILIZACAO-VISANDO-A-
RACIONALIZACAO-DA-ENERGIA-ELETRICA#TOP)
Temperatura externa: 35ºC
Temperatura interna: -18ºC
Umidade relativa: 60% (/v40/index.php)
Dimensões internas: larg. 3m; comp. 4m; alt. 2,5m
Tensão disponível: 220V, 3 fases
Material da câmara: painel pré-fabricado
Isolamento: painéis de EPS (isopor) 200mm
Produto: peixe já congelado
Embalagem: sim
Movimentação Diária: 3.000 kg/24h
Ocupação Total: 7.500 kg
Presença de motor ou fonte de calor: sim
Temperatura de entrada do produto: -8ºC
Número de pessoas: 2 permanecendo 3 horas

Transmissão de Calor
Delta T = 53ºC
Piso: (larg.) x (comp.) x (fator tabela 1)4x3x190 = 2.280 kcal/24h
Parede: (larg.) x (alt.) x (fator tabela 1) x 24x2,5x190x2 = 3.800 kcal/24h
Parede: (comp.) x (alt.) x (fator tabela 1) x 23x2,5x190x2 = 2.850 kcal/24h
Teto: (larg.) x (comp.) x (fator tabela 1)4x3x190 = 2.280 kcal/24h Infiltração de Calor
Volume: (larg.) x (comp.) x (alt.) x (fator tabela 2b) x (fator tabela 3)4x3x2,5x13x35,3 = 13.767 kcal/24h

Carga térmica do produto (temperatura conservação = -1ºC)


(Moviment. Diária) x (Redução de temp.) x (calor esp. AB –tab.4, col.4)3.000 kg/24h x 8ºC x 0,45 kcal/kgºC = 10.800 kcal/24h

Pessoas (Calor de ocupação)


(nº de pessoas) x (fator tabela 5) x (horas reais)2 x 338 kcal x 3 = 2.028 kcal/24h

Iluminação (10 Watts por m²)


(larg.) x (comp.) x (10) x (horas reais) x (fator de conversão)3 x 4 x 10 x 3 x 0,86 = 309,6 kcal/24h

Dimensionamento
Total diário = 3 8.114,6 kcal/24h
Total diário : 20h = 1.905 kcal/h
Fator de segurança (10%) = 190 kcal/h
Total Final = 2.095 kcal/h

5 - Boas práticas para utilização das câmaras frigoríficas visando a racionalização de energia elétrica

1. Assim como nos balcões frigoríficos, deve-se evitar a entrada de


produtos “quentes” nas câmaras frigoríficas, a grande maioria dos
projetos de câmaras frigoríficas para supermercados é para produtos
“pré –resfriados” e “pré – congelados”, sendo assim, as câmaras terão
apenas que conservar os produtos que necessariamente terão que
entrar com a temperatura próxima àquela que deve ser mantida;
2. Evitar ultrapassar a capacidade máxima de armazenagem dos
produtos ao qual a câmara foi dimensionada;
3. Evitar misturar os produtos a serem conservados no interior das
câmaras; cada produto possui uma temperatura de conservação
diferente do outro;
4. Luzes internas deverão ser apagadas quando as câmaras não
estivarem sendo utilizadas;
5. As portas das câmaras devem estar fechadas o máximo possível, uma
prática errada é a de deixar a porta de uma câmara frigorífica aberta
por períodos longos. Esta prática não só cria problemas para o
conteúdo da câmara pela entrada de ar quente e úmido, mas também
provoca o acúmulo de gelo no evaporador. Por outro lado, esse gelo
excessivo impede o sistema de refrigeração de funcionar com 100%
de eficiência até o próximo período de degelo. Em situações onde as portas das câmaras não podem ficar fechadas, uma boa saída é a
instalação de cortinas de PVC que excluirá a necessidade constante da reposição do frio, reduzindo o consumo de energia já que a perda é
mínima;
6. Evitar obstruir a circulação do ar na saída dos evaporadores, além de não garantir a uniformidade da temperatura no interior da câmara,
provocará também um maior acúmulo de gelo no evaporador;
7. Ajustar corretamente a duração e os intervalos de degelo;
8. Sempre observar se não há acúmulo de gelo no evaporador, havendo resistência elétrica queimada, a mesma deverá ser substituída com
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urgência, caso contrário poderá haver retorno de líquido na sucção do compressor;
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9. Evitar que a água do degelo fique no interior da câmara, pois além de ocupar área útil no interior da câmara com o acúmulo do gelo no piso, o
mesmo fica escorregadio podendo provocar acidentes e também o sucessivo bloqueio de gelo no evaporador ocorrerá facilmente, etc.
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5.1 Abaixo aparecem algumas situações de pouco caso na utilização das câmaras frigoríficas, situações adversas que vão desde afalta
de arrumação dos produtos, a falta de limpeza dos evaporadores, resistência de degelo queimada, dreno de bandeja entupido, borracha
da porta danificada, falta de ventilador no evaporador:

Tabela 7

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Última modificação em Sexta, 28 Agosto 2015 16:33

Publicado em: Câmaras Frigoríficas (/v40/camaras-frigorificas)

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