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Avaliação de Mineração e Meio Ambiente 2018.

Luis Henrique de Souza Joazeiro 2014.1.35.093

1) A poluição pode ser definida como uma atividade que degrada o meio ambiente, afetando as
características físicas e/ou químicas de determinado ecossistema. Existem diversos tipos de
poluição, como por exemplo poluição sonora, térmica, por elementos radioativos, substâncias não
biodegradáveis, dentre outros. Cada tipo de poluição gera consequências variáveis, desde chuvas
ácidas, destruição da camada de ozônio, até problemas de saúde, como surdez.
Área degradada é toda área que por ação natural ou antrópica teve suas características originais,
tanto com relação ao solo, quanto a vegetação, alteradas além do limite de recuperação natural dos
solos, exigindo, assim, a intervenção do homem para sua recuperação.
Impacto ambiental pode ser visto como parte de uma relação de causa e efeito. Do ponto de vista
analítico, o impacto ambiental pode ser considerado como a diferença entre as condições ambientais
que existiriam com a implantação de um projeto proposto e as condições ambientais que existiriam
sem essa ação.
Tendo em vista estes conceitos, pode-se criar uma correlação entre eles explicitando, portanto, suas
diferenças. A área se torna degradada quando há algum tipo de poluição atuando sobre ela,
conjuntamente com outros fatores. Na mineração, uma atividade garimpeira de ouro, por exemplo,
polui os rios com o mercúrio utilizado, ou seja, uma substância não biodegradável que acaba
afetando o ecossistema do local. Além disso, o mercúrio pode contaminar o solo do local onde foi
utilizado, fazendo com que a área passe a ser degradada, gerando impacto ambiental para os peixes
e consequentemente população local.

2) O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) é o processo de realização de estudos ambientais prévios


sobre um empreendimento, analisando e avaliando os potenciais impactos ambientais previstos
nas suas fases de planejamento, implantação, operação e desativação, por meio de dados técnicos
detalhados, levantados por uma equipe multidisciplinar. Ele é composto de duas partes: Fase de
previsão: procura-se prever os efeitos dos impactos que poderão ocorrer; e, fase de controle:
procura-se controlar, medir, interpretar e reduzir os efeitos ambientais da construção, operação e
desativação. O EIA engloba diversos aspectos e é subdividido em tópicos, cujo conteúdo mínimo é:
descrição da empresa mineradora, área afetada pela empresa, meio social afetado (estudo sobre a
população da cidade que receberá a instalação), estudos sobre a fauna, flora e recursos hídricos
locais, plano de recuperação de áreas, método de lavra, dentre outros. Recentemente tornou-se
mais rigorosa o pedido de um estudo arqueológico no local do empreendimento.
O RIMA (Relatório de Impacto do Meio Ambiente) tem como objetivo mostrar as conclusões de um
Estudo de Impacto Ambiental (EIA). As informações técnicas devem ser apresentadas em linguagem
acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas adequadas, quadros, gráficos, de modo que
se torne claro as possíveis interferências ambientais e suas alternativas, comparando-se as vantagens
e desvantagens do empreendimento. É marcada uma audiência pública para que se torne público
essa documentação na cidade em que a mineração será instalada.

3) LP, LI e LO são as siglas das licenças que devem ser emitidas pelos órgãos de cada estado para que
um empreendimento possa entrar em operação. No estado de São Paulo, a CETESB é responsável
pela liberação dessas licenças.
A Licença Prévia (LP) pode ser obtida com os seguintes estudos ambientais:
Estudo Ambiental Simplificado- EAS: Para atividade ou empreendimento de impacto muito pequeno
e não significativo.
Relatório Ambiental Preliminar – RAP: Para Atividade ou empreendimento potencial ou efetivamente
causadores de degradação do meio ambiente.
Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA e RIMA: Para atividade ou
empreendimento potencial ou efetivamente causador de significativa
degradação do meio ambiente.
A Licença de Instalação (LI): o interessado deverá requer a Licença de Instalação (LI) na CETESB,
acompanhada de relatório ambiental comprovando o cumprimento das exigências contidas na LP, e
da seguinte documentação:

- Certidão da prefeitura municipal relativa ao uso do solo, nos termos da Resolução CONAMA 237/97,
artigo 10, §1º.

- Comprovante de pagamento da licença. exceto quando o interessado for isento do


pagamento (Decreto Est. 48.919/2004).
Além disso, deverá ser publicado sobre a licença do empreendimento em jornal local ou regional
caso ocupe área de mais de um município.

Para o requerimento da Licença de Operação (LO) deve-se estar acompanhado de relatório


ambiental comprovando o cumprimento das exigências contidas na LP e LI, juntamente com o
comprovante de pagamento da análise, exceto quando o interessado for isento do pagamento
(Decreto Est. 48.919/2004).

4) O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é solicitado pelos órgãos ambientais como
parte integrante do processo de licenciamento de atividades degradadoras ou modificadoras do
meio ambiente. Pode ser solicitado, também, após o empreendimento ser punido
administrativamente por causar degradação ambiental. Tecnicamente, o PRAD refere-se ao conjunto
de medidas que propiciarão à área degradada condições de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico,
com solo apto para uso futuro e paisagem esteticamente harmoniosa. Tal plano engloba a confecção
do cronograma físico-financeiro da recuperação ambiental proposta, assim como a indicação do uso
futuro pretendido. As principais atividades que consolidam um plano de reabilitação ou recuperação
de área degradada podem ser subdivididas da seguinte forma:
 Caracterização e avaliação da degradação ambiental;
 Definição dos objetivos e análise das alternativas de recuperação;
 Definição e implementação das medidas de recuperação: revegetação (estabilização
biológica), geotécnica (estabilização física), e remediação ou tratamento (estabilização
química).
 Proposições para monitoramento e manutenção das medidas corretivas implementadas.

O objetivo amplo dos PRAD é a garantia da segurança e da saúde pública, através da reabilitação das
áreas perturbadas pelas ações humanas, de modo a retorná-las às condições desejáveis e necessárias
à implantação de um uso pós-degradação previamente eleito e socialmente aceitável.

Existem diversos exemplos de áreas que foram mineradas e hoje apresentam condições desejáveis e
utilizáveis pela sociedade, seja direta ou indiretamente. Por exemplo, recentemente, uma antiga
mina de carvão foi transformada em uma Usina Solar flutuante na China e irá abastecer uma cidade
próxima. Em São Paulo, o lago central do Parque do Ibirapuera era uma antiga cava de areia que foi
desativada. Estes e outros inúmeros exemplos mostram uma recuperação definitiva com a
reabilitação da área degradada.

Reabilitação: A reabilitação é o retorno da área degradada a um estado biológico apropriado. Esse


retorno pode não significar o uso produtivo da área a longo prazo, como a implantação de uma
atividade que renderá lucro, ou atividades menos tangíveis em termos monetários, visando, por
exemplo, a recreação ou a valorização estético-ecológica.

Restauração: O termo restauração refere-se à obrigatoriedade do retorno ao estado original da


área, antes da degradação.

Recuperação: retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-
estabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente
(Decreto Federal 97.632/89).
Para recuperar áreas degradas pela mineração é usual fazer a recuperação por meio de
revegetação, alguma obra de engenharia como um sistema de drenagem ou contenção de
sedimentos ou ainda fazendo represas ou lagos.

5) Ruído: NBR 10.152.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere e
considerando que os problemas dos níveis excessivos de ruído estão incluídos entre os sujeitos ao
Controle da Poluição de Meio Ambiente e considerando que a deterioração da qualidade de vida,
causada pela poluição, está sendo continuamente agravada nos grandes centros urbanos, determina
que:

I - A emissão de ruídos, em decorrência de qualquer atividade industrial, comercial, social ou


recreativa, inclusive as de propaganda política, obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público,
aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução.

II - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior aos ruídos com níveis
superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.152 - Avaliação do Ruído em Áreas
Habitadas visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

III - Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações para atividades


heterogêneas, o nível de som produzido por uma delas não poderá ultrapassar os níveis
estabelecidos pela NBR l0.152 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da
comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

IV - A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os produzidos no interior dos


ambientes de trabalho, obedecerão às normas expedidas, respectivamente, pelo Conselho Nacional
de Trânsito - CONTRAN, e pelo órgão competente do Ministério do Trabalho.

V - As entidades e órgãos públicos (federais, estaduais e municipais) competentes, no uso do


respectivo poder de política, disporão de acordo com o estabelecido nesta Resolução, sobre a
emissão ou proibição da emissão de ruídos produzidos por qualquer meio ou de qualquer espécie,
considerando sempre o local, horários e a natureza das atividades emissoras, com vistas a
compatibilizar o exercício das atividades com a preservação da saúde e do sossego público.

VI - Para os efeitos desta Resolução, as medições deverão ser efetuadas de acordo com a NBR 10.151
- Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, da ABNT.

Vibração: específica para vibrações provocadas por detonações em áreas urbanas: NBR 9653; CETESB
D7.013. Todas relacionam-se com a velocidade adquirida pela partícula.

Poluição atmosférica: Resolução CONAMA nº436/2011. Estabelece limites máximos de emissão de


poluentes atmosféricos, sendo especificadas os diferentes tipos de emissões existentes.

Qualidade de águas: Resolução CONAMA nº396/2008. Visa assegurar a preservação, melhoria e


recuperação da qualidade ambiental através da racionalização do uso dos meios, controle e
zoneamento das atividades potencialmente poluidoras e o estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental.

Lançamento de Efluentes Líquidos: NBR 9800; NBR 9897; NBR 9898; NBR 13402. Tratando-se sobre
caracterização dos efluentes, técnicas de amostragem e planejamento.

6) APP significa área de preservação permanente. Trata-se de uma área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar da população humana.
A reserva legal representa uma parcela percentual da propriedade que deve ser mantida com a
vegetação nativa, sendo restrita a utilização. A quantidade de área que deve ser destinada à reserva
legal varia de acordo com a localização geográfica do imóvel rural e o bioma nele existente. Por
exemplo: se o estabelecimento se localizar na Amazônia Legal, deve-se manter 80% da vegetação se
for em área de florestas, 35% em área de cerrado e 20% em área de campos gerais. Em demais
regiões do país, deve-se manter 20% da vegetação existente.
As mineradoras hoje em dia têm uma preocupação crescente com essa preservação, pois a
fiscalização é cada vez maior. E grande parte delas acaba interferindo direta ou indiretamente em
áreas de vegetação nativa ou até mesmo em recursos hídricos. Por isso, é importante o
monitoramento da água em locais estratégicos e um mapeamento sobre a fauna e flora do local.

7) A atividade mineradora, seja ela de pequeno ou grande porte, gera muitos empregos na cidade em
que será instalada. Quando existe a presença de uma empresa de mineração em um local não
muito desenvolvido, ela traz muitos programas de desenvolvimento para a cidade, como criação de
escolas, ou projetos dentro delas, ampliação de itens básicos como energia ou saneamento básico
etc. Pode acontecer também do impacto ser negativo e desordenado. Como por exemplo quando
há atividade garimpeira, como no caso do garimpo recente de ametistas no norte da Bahia. O
aumento populacional ocorreu de forma desordenada e a cidade não comporta todas as pessoas,
não oferecendo o mínimo necessário, impactando os antigos moradores, por exemplo.

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