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Universidade de Brasília

Disciplina: Analise Qualitativa no ensino de Ciências

Prof Gerson Mol

Texto:

PESQUISA QUALITATIVA – CARACTERÍSTICAS, USOS E


POSSIBILIDADES
CADERNO DE PESQUISAS EM ADMINISTRAÇÃO, SÃO PAULO,
V.1, Nº 3, 2º SEM./1996
José Luis Neves
Mestrando do curso de Pós Graduação em Administração de Empresas
FEA-USP

Resenha:

Neves considera inicialmente que a pesquisa qualitativa tem naturalmente um


direcionamento para a ciências sociais. O autor destaca em seu texto que esta
forma proposta de compreensão dos fenômenos não prevê a utilização de um
instrumental matemático, mais especificamente estatístico com método de
explicação e suporte para categorização dos fenômenos, implicitamente
considera que tal olhar seja mais propicio ao método quantitativo.

Quando Neves trata da descrição das formas de pesquisa relata que é possível
distinguir claramente os enfoques, mas relata as conclusões de Pope (POPE &
MAYS, 1995, p.42) que observa que as propostas não são contraditórias ou
opostas, mas o autor não menciona sobre o paralelismo das duas formas

A autor considera que a simples sobreposição dos métodos não é adequada,


mas que é necessário a “triangulação” na qual é estruturada o planejamento
basilar de um método pelo outro. Ou seja, a transposição metodológica conduz
a uma pesquisa mais consistente e robusta.

Para fundamentar sua proposta Neves cita DUFFY (1987, p.131), que relaciona
as vantagens:

[...] 1) possibilidade de congregar controle dos vieses (pelos métodos


quantitativos) com compreensão da perspectiva dos agentes
envolvidos no fenômeno (pelos métodos qualitativos);
2) possibilidade de congregar identificação de variáveis específicas
(pelos métodos quantitativos) com uma visão global do fenômeno
(pelos métodos qualitativos);
3) possibilidade de completar um conjunto de fatos e causas
associados ao emprego de metodologia quantitativa com uma visão da
natureza dinâmica da realidade;
4) possibilidade de enriquecer constatações obtidas sob condições
controladas com dados obtidos dentro do contexto natural de sua
ocorrência;
5) possibilidade de reafirmar validade e confiabilidade das descobertas
pelo emprego de técnicas diferenciadas.

Quando Neves relata sobre os problemas da pesquisa qualitativa lança seu texto
na direção do pesquisador, em especial da leitura deste sujeito sobre o objeto
pesquisado e destaca que toda a ação durante a coleta, organização e
categorização dos dados é permeada pela própria compressão deste sujeito,
mesmo que ainda prematura, sobre o cenário de pesquisa. Logo empreende-se
que, diferentemente da pesquisa quantitativa, existe um olhar e interferência do
pesquisador sobre surgindo então uma visão própria e única sobre o fato.

O autor conclui seu artigo considerando que a pesquisa sobre um fato procura
pelo seu significado, suas origens, suas relações e sua interferência com seu
entorno. O entendimento sobre um fato em estudo sendo de natureza qualitativa
ou quantitativa significa “conceber e lidar” com sua constituição sem que os dois
olhares sejam conflituantes. Mas complementares e não excludentes. Neves
alerta que em relação aos métodos quantitativos é necessário observar que a
proposta de Comte, o positivismo, está na essência do método.

Concluímos, através do exposto no artigo, que Neves considera a pesquisa


qualitativa e quantitativa paralelas e complementares. Afirma que a última possui
um viés positivista e que a primeira um viés subjetivo.

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