You are on page 1of 105

12 q

química
12.o ano
CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

Victor Gil
João Paiva
António José Ferreira
João Vale
1

Índice

1. Objectivos do Caderno de Apoio ao Professor ........................................................ 2

2. Linhas orientadoras do manual 12 Q ....................................................................... 2

3. Uma calendarização possível ................................................................................. 3

4. Respostas às Actividades do manual ................................................................... 6

5. Textos complementares ao manual ....................................................................... 19


6. Apoio complementar à componente laboratorial .................................................. 42
6.1 Directrizes e sugestões para a componente laboratorial ................................................ 42
6.2 Respostas às questões das Actividades Laboratoriais .................................................. 54
6.3 Instruções de funcionamento de equipamento laboratorial ............................................ 67

7. Guião de utilização de transparências ................................................................... 70

8. Exploração de simulações computacionais .......................................................... 76


8.1 Gases perfeitos ....................................................................................................... 77
8.2 Ligações intermoleculares ........................................................................................ 78
8.3 Tabela Periódica ...................................................................................................... 79
8.4 Modelos moleculares estereoscópicos ...................................................................... 81

9. Notas históricas e biográficas ................................................................................ 82


9.1 Notas históricas relevantes para a Química ................................................................. 82
9.2 Datas de descoberta dos elementos químicos mais importantes .................................... 88
9.3 Notas biográficas de cientistas ................................................................................. 89

10. Apoio a Trabalho de Projecto em Química 12.o Ano ................................................ 93


10.1 Algumas generalidades sobre o Trabalho de Projecto ................................................... 93
10.2 Tarefas e exemplos de situações-problema ............................................................... 96
10.3 Alguns temas e recursos para projectos em ciências .................................................. 97

11. Tabelas de consulta ................................................................................................. 99

12. Bibliografia ................................................................................................................ 101


12.1 Bibliografia sobre química e tecnologia ..................................................................... 101
12.2 Bibliografia sobre ensino da química ......................................................................... 102
12.3 Bibliografia sobre trabalho laboratorial ...................................................................... 103
12.4 Bibliografia específica para Trabalho de Projecto ......................................................... 104
2 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

1. Objectivos do Caderno de Apoio ao Professor


Este Caderno de Apoio ao Professor fornece informação e recursos complementares, concebidos como
auxiliares para os professores que se encontrem a trabalhar com o manual 12 Q.

Inicia-se com a caracterização das linhas orientadoras do manual e com uma possível calendarização das
actividades lectivas, em estreita relação com o Programa. Uma larga parte deste Caderno centra-se no traba-
lho laboratorial, considerando, por um lado, a importância central do trabalho experimental em Química
e, por outro, as múltiplas dificuldades que tradicionalmente se apresentam aos professores neste domínio.

Com o duplo intuito de melhor balizar conteúdos programáticos e de permitir aos professores um enqua-
dramento mais geral de certos tópicos, incluem-se alguns aprofundamentos complementares e extensões.

Este Caderno de Apoio termina com pistas e sugestões para exploração dos materiais que acompanham o
manual e informação adicional (notas históricas e biográficas, materiais para apoio ao Trabalho de Projecto,
tabelas e referências bibliográficas).

2. Linhas orientadoras do manual 12 Q


Embora com algumas novidades, o manual 12 Q é a continuação, no 12.o ano, dos projectos para os
10.o e 11.o anos de escolaridade (10 Q e 11 Q), publicados nos anteriores anos lectivos pela Texto Editores.
Não se encontra agora, contudo, a mesma proximidade com o livro de Física, 12 F, dada a natureza autónoma
das disciplinas de Química e de Física no 12.o ano de escolaridade.

Mantivemos em 12 Q muitas das linhas orientadoras que já tínhamos adoptado, ou seja:


– pleno cumprimento do Programa;
– rigor e grau de aprofundamento adequado;
– multiplicidade de actividades e questões;
– diversificação das opções de ensino e aprendizagem;
– valorização da componente laboratorial do Programa.

Merecem realce alguns aspectos que caracterizam este manual, como:


– interdisciplinaridade da Química com outros saberes (particularmente com as Ciências da Terra e da Vida);
– atenção permanente às relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente;
– actividades para realizar na aula ou em casa;
– conjunto de questões representativas com resolução (e não apenas solução) no final do manual;
– conjunto de questões resolvidas, cuja selecção criteriosa permitirá uma melhor orientação do ensino/
aprendizagem;
– questões e actividades gerais da unidade: questões de âmbito transversal associadas à unidade em estudo;
– questões sobre actividades laboratoriais obrigatórias;
– desenvolvimento da actividade experimental com exploração através de questões pré-laboratoriais
e pós-laboratoriais;
– ênfase na segurança no laboratório (descrição das técnicas e das regras de segurança).
3

Associados ao manual existem alguns recursos complementares:


– Caderno de Exercícios e Problemas;
– conjunto de Transparências em formato digital;
– Caderno de Apoio ao Professor;
– Programa da disciplina de Química (em CD-ROM);
– Materiais adicionais na Internet (links, banco de imagens, software educativo, webquests, apresentações
em PowerPoint, avaliação, textos adicionais, etc.);
– Avaliação Interactiva (com manual e-book integrado).
Faz-se notar que o manual, embora respeitando integralmente os objectos de ensino, os objectivos de
aprendizagem previstos no Programa e a respectiva importância relativa, introduz, em alguns casos,
pequenas modificações em títulos e na sequência de alguns conteúdos, em benefício da harmonia e da
eficácia do ensino/aprendizagem e sem prejuízo de uma directa correspondência com as três unidades
do Programa.
Por exemplo, à primeira unidade chamamos «1. Metais», com um primeiro capítulo «1.1 Metais e ligas
metálicas», em vez de «1. Metais e ligas metálicas» com «1.1 Metais e ligas metálicas», tal como se encontra
no Programa. Também ao segundo capítulo da unidade 1 chamamos «1.2 Reacções dos metais», em vez de
«1.2 Degradação dos metais», já que esta expressão tem uma conotação negativa que não se compagina com
a secção «1.2.2 Pilhas e baterias: uma oxidação útil». Introduzimos um subtítulo «1.3.5 Compostos de
metais e comportamento ácido-base» porque nos parece que, de outra forma, este importante tema ficaria
demasiado escondido no texto. Pelas mesmas razões, e sem prejuízo das relações contextuais apropriadas,
criou-se um subtítulo «2.2 Ligação química e estrutura de hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos»
para dar realce aos conteúdos de ensino que, sobre este tema central, se encontram no Programa, incluídos na
secção intitulada «2.1.1 Do crude ao GPL e aos fuéis: destilação fraccionada e cracking do petróleo».
O capítulo «3.3 Os plásticos como substitutos de vidros» passou a designar-se «Os vidros», pois na unidade
é de vidros e não de plásticos que se trata. Entretanto, procedeu-se a uma troca de 3.3 e 3.4, de modo que a
sequência passasse a reflectir melhor o título «3. Plásticos, vidros e novos materiais».

3. Uma calendarização possível


Um Programa implica um acentuado trabalho de planificação e calendarização por parte dos professores.
Sem prejuízo de um certo grau de salutar flexibilidade curricular, apresenta-se a seguir uma calendarização
que pode servir de base ao trabalho de planificação do professor.
O estudo da Química, no 12.o ano, irá desenvolver-se ao longo de 33 semanas previstas, com uma carga
semanal de três aulas, a que corresponde um total de 99 aulas de 90 minutos cada. Destas, apenas 82 aulas
estão contempladas no desenvolvimento programático proposto, ficando as restantes (17 aulas) disponíveis
para serem geridas pelo professor, tendo em conta as características da turma e/ou situações imprevistas.
Na seguinte tabela de calendarização encontram-se as 82 aulas contempladas no desenvolvimento programá-
tico proposto e 12 aulas agrupadas na categoria Actividades complementares/imprevistas (A.C./I.), onde se inse-
rem aulas destinadas à avaliação. Assinalam-se a itálico, no cabeçalho, as actividades laboratoriais opcionais.
Para que os professores possam flexibilizar a calendarização, deixamos cinco aulas, que poderão ser englobadas
na categoria A.C./I. ou na leccionação, conforme o professor entenda fazer uso delas no decorrer do ano lectivo.
Por outro lado, poder-se-ão realizar outras A.L. opcionais, que não as seleccionadas nesta tabela (A.L.). Os pro-
fessores poderão, pois, recorrendo a esta proposta, ajustar a calendarização com outras A.L. opcionais.
Semana 9
Semana 8
Semana 7
Semana 6
Semana 5
Semana 4
Semana 3
Semana 2
Semana 1

Semana 16
Semana 15
Semana 14
Semana 13
Semana 12
Semana 11
Semana 10

Semana 17





4 •

A.C. / I.





Capítulo 1.1




A.P.L.


A.L. 1.1



A.L. 1.2








Capítulo 1.2


A.L. 1.3









Capítulo 1.3
A.L. 1.4


A.L. 1.5


A.L. 1.6
Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

A.L. 1.7







Capítulo 2.1


A.L. 2.1


A.L. 2.2





Capítulo 2.2



A.P.L.
Capítulo 2.3
A.L. 2.3
A.L. 2.4
A.L. 2.5
Capítulo 3.1
A.P.L.
Capítulo 3.2
A.L. 3.5
A.L. 3.1
Capítulo 3.3
A.L. 3.4
A.L. 3.6
Capítulo 3.4
A.L. 3.3
A.L. 3.2
Capítulo 3.5
Semana 33
Semana 32
Semana 31
Semana 30
Semana 29
Semana 28
Semana 27
Semana 26
Semana 25
Semana 24
Semana 23
Semana 22
Semana 21
Semana 20
Semana 19
Semana 18








A.C. / I.
Capítulo 1.1
A.P.L.
A.L. 1.1
A.L. 1.2
Capítulo 1.2
A.L. 1.3
Capítulo 1.3
A.L. 1.4
A.L. 1.5
A.L. 1.6
A.L. 1.7
Capítulo 2.1
A.L. 2.1
A.L. 2.2


Capítulo 2.2

A.P.L.






Capítulo 2.3

A.L. 2.3

A.L. 2.4

A.L. 2.5

Capítulo 3.1


A.P.L.

Capítulo 3.2

A.L. 3.5

A.L. 3.1




Capítulo 3.3


A.L. 3.4


A.L. 3.6
5




Capítulo 3.4



A.L. 3.3
A.L. 3.2




Capítulo 3.5
6 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

4. Respostas às Actividades do manual

Unidade 1

Actividade 1: Origem e aplicações dos metais (página 17)


1. Oxigénio e enxofre.

2. Galena. Pirite. Sulfureto de chumbo e dissulfureto de ferro (II), respectivamente.

3. Al3+; Cu2+; Cr6+; Fe3+; Ag+. Para o cobre: +1 (Cu+); para o ferro: +3 (Fe3+).

4. É +1 e + 2, respectivamente. Seria necessário conhecer a carga do ferro.

5. Cuprite. Por cada mol de calcopirite, M = 183,52 g mol–1; 34,63% da massa refere-se a cobre. Por cada
mol de cuprite, M = 143,10 g mol–1; 44,41% da massa refere-se a cobre. Por cada mol de malaquite,
M = 221,13 g mol–1; 28,74% da massa refere-se a cobre.

6. Ouro e prata.

7. Resposta aberta.

Actividade 2: Supercondutores e Tabela Periódica (página 28)


1. D.

2. Num símbolo químico a primeira letra é sempre maiúscula.

3. YBa2Cu3Ox (x = 6 ou 7).

4. Lantânio. Não existe uma relação directa: uma menor energia de ionização não significa melhor supercon-
dutividade. O supercondutor contendo ítrio é melhor (é supercondutor a temperatura mais elevada), no
entanto, tem energia de ionização mais elevada.

5. «Os físicos Müller e Bednorz receberam o Prémio Nobel da Física em 1987 por esta descoberta importan-
tíssima, que anunciava a possibilidade futura de grandes economias: no transporte de electricidade, em
computadores mais rápidos, em equipamento electrónico mais pequeno e mais eficiente e em carros e com-
boios que se deslocam por levitação»;
«Paul Chu, o investigador da Universidade de Houston que, juntamente com três físicos da Universidade
de Alabama, descobriu o primeiro material supercondutor»;
«em vez de identificar correctamente o material em questão como um óxido de ítrio, cobre e bário, trocou
o símbolo do ítrio, um ‘y’, pelo símbolo de um outro elemento químico da mesma família, ‘yb’, que repre-
senta o itérbio.»;
«parece que se verificaram mesmo fugas, pois antes de o artigo surgir na revista corriam rumores de que o
itérbio seria um dos ingredientes da fórmula mágica».

Actividade 3: Percursos (página 40)


1. a) 11-15. b) 18-20; 29-31. c) 17-28. d) 29-31. e) 29-31; 34-38. f) 16. g) 32-34. h) 31-33.
2. Resposta aberta.
7

Actividade 4: A oxidação do ferro (página 47)


1. 2 Fe (s) + O2 (g) + 2 H2O (l) d 2 Fe2+ (aq) + 4 OH– (aq)
4 H+ (aq) + 4 OH– (aq) d 4 H2O (l)
2 Fe (s) + O2 (g) + 4 H+ (aq) d 2 Fe2+ (aq) + 2 H2O (l)

2. (2 Fe (s) + O2 (g) + 2 H2O (l) d 2 Fe2+ (aq) + 4 OH– (aq)) × 2


4 Fe (s) + 2 O2 (g) + 4 H2O (l) d 4 Fe2+ (aq) + 8 OH– (aq)

(2 Fe2+ (aq) + 4 OH– (aq) d 2 Fe(OH)2 (s)) × 2


4 Fe2+ (aq) + 8 OH– (aq) d 4 Fe(OH)2 (s)

4 Fe (s) + 2 O2 (g) + 4 H2O (l) d 4 Fe2+ (aq) + 8 OH– (aq)


4 Fe2+ (aq) + 8 OH– (aq) d 4 Fe(OH)2 (s)
4 Fe(OH)2 (s) + O2 (g) + 2x H2O (l) d 2 Fe2O3·xH2O (s) + 4 H2O (aq)
(4 Fe (s) + 3 O2 (g) + 2x H2O (l) d 2 Fe2O3·xH2O (s)) ÷ 2
3 O (g) + x H O (l) d Fe O ·xH O (s)
2 Fe (s) + ᎏ 2 2 2 3 2
2

3. Palha-de-aço. A superfície de contacto é maior.

4. a) A, X, III; B, Y, I; C, Z, II.
b) Resposta aberta.

5. O carbonato dissolve-se em meio ácido.

Actividade 5: Pilhas descartáveis e pilhas recarregáveis (página 63)


1. a) e c): recarregáveis. b) e d): descartáveis.

2. Resposta aberta.

3. a) Pilhas de mercúrio e pilhas de óxido de prata.


b) Para a reacção: Zn (s) + HgO (s) d ZnO (s) + Hg (l), há a transferência de 2 mol de electrões.
A massa de reagentes é: M(Zn) + M(HgO)  282 g. Então a massa é 141 g por cada mole de electrões.
Para a reacção: Zn (s) + Ag2O (s) d ZnO (s) + 2 Ag (s), há a transferência de 2 mol de electrões.
A massa de reagentes é: M(Zn) + M(Ag2O)  297 g. Então a massa é 148,5 g por cada mole de electrões.
Para a reacção: 2 Zn (s) + O2 (g) d 2 ZnO (s), há a transferência de 4 moles de electrões. A massa de
reagentes é: 2 × M(Zn)  130 g. Então a massa é 32,5 g por cada mole de electrões. Note-se que O2 não
faz parte da pilha (é proveniente do ar).
A pilha mais pesada será a de óxido de prata.
c) Devido à toxidade do mercúrio.

4. Resposta aberta.
8 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade 6: Percursos (página 69)


1. a) 43-45. b) 43; 46. c) 46. d) 46. e) 47-49. f) 47-49. g) 53-55. h) 50-51. i) 59-63.

2. Resposta aberta.

Actividade 7: Electrólise e desinfecção de piscinas (página 77)


1. Titânio e platina.

2. Nas pilhas, também chamadas células galvânicas, ocorrem reacções espontâneas que permitem obter cor-
rente eléctrica. Nas células electrolíticas aplica-se corrente eléctrica para provocar reacções químicas que
não ocorrem significativamente de modo espontâneo.

3. a) c = 0,086 mol/dm3.
b) n = 8,6 × 104 mol

4. Cl2 + H2O d HCl + HClO. O n.o. do cloro passa de 0 para –1 em HCl e para +1 em HClO. Trata-se de
uma reacção de oxidação-redução. Dismutação.

5. O sódio oxida-se com grande facilidade, ao contrário do cobre.

6. b) Significa que proporcionam uma superfície de contacto sem participar na reacção.


c) Aumentar a condutividade eléctrica da solução.
d) Devido à presença de iões Cu2+ em solução.
e) Electrólise da água:
2 H2O + 2 e– d H2 (g) + 2 OH– (aq) redução
2 H2O d O2 (g) + 4 H+ (aq) + 4 e– oxidação
Electrólise do cloreto de sódio:
2 H2O (l) + 2 e– d H2 (g) + 2 OH– (aq) redução
2 Cl– (aq) d Cl2 (g) + 2 e– oxidação
Electrólise do cloreto de sódio com eléctrodo activo de cobre:
2 H2O + 2 e– d H2 (g) + 2 OH– (aq) redução
2+
Cu (s) d Cu (aq) + 2 e – oxidação
f) Eléctrodo positivo: Cl2.
Eléctrodo negativo: H2.
g) Descoloração, devido à acção do cloro.

7. Resposta aberta.
9

Actividade 8: A cor do vinho tinto (página 93)


1. Verde e azul.
2. Absorve a banda correspondente à radiação de cor verde, pelo que será magenta.
3. Absorção da banda correspondente à radiação vermelha.
4. Azul.
5. a) Baixo e largo. Porque a absorção selectiva da radiação, que confere a cor ao vinho, é tanto maior quanto
maior for o percurso óptico: Lei de Lambert-Beer, A = ¡ ᐉ c onde A é a absorvância e ᐉ é o percurso
óptico da radiação.
b) O vinho é vermelho, pelo que absorve preferencialmente as radiações azul e verde. O copo é azul, pelo
que absorverá preferencialmente as radiações vermelha e verde. O verde é fortemente absorvido, pelo
que o vinho terá uma coloração mais próxima da magenta. Em todo o caso, terá uma coloração mais
escura, pois o conjunto (copo + vinho) tornar-se-á mais opaco (absorve uma gama maior de radiação).

Actividade 9: Os metais na alimentação (página 99)


1. B.
2. Não: como não se oxidam facilmente, não formam iões. O mecanismo referido no texto envolve a oxidação
a iões metálicos que são depois absorvidos pelo organismo, pelo que o mecanismo de absorção não deve
ser semelhante.
3. 26Fe: [Ar] 3d 6 4s2
30Zn: [Ar] 3d 10 4s2
O zinco possui a orbital d totalmente preenchida. Não tem electrões desemparelhados, ao contrário
do ferro.
5. Resposta aberta.

Actividade 10: Sais para pintura (página 110)


1. C.
2. As2S3 e Fe2O3.xH2O.
3. a) Fe2O3.xH2O ou ZnO.
b) As2S3 ou PbO ou PbCrO4 ou BaCrO4 ou SrCrO4 ou ZnCrO4.
4. Em meio alcalino ocorre a reacção:
PbCrO4 (s) + 3OH– (aq) A [Pb(OH)3]– (aq) + CrO42– (aq)
em que há formação de espécies iónicas que ficam em solução.
5. ZnO (s) + H2O (l) A Zn2+ (aq) + 2 OH– (aq) e
ZnO (s) + 5 H2O (l) A Zn[(OH)(H2O)3] (aq) + H3O+ (aq).
+

6. Resposta aberta.
10 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade 11: Ácido-base e a saúde dos dentes (página 115)


1. Cálcio, Ca.

2. CH3CHOHCOOH (aq) + NaOH (aq) d CH3CHOHCOONa (aq) + H2O (l)


O lactato de sódio tem carácter básico.

3. a) OH– (aq) + H2O (l) u H2O (l) + OH– (aq)


F– (aq) + H2O (l) u HF (aq) + OH– (aq)
b) Significa que a reacção de hidrólise é menos extensa.

4. Ca10(PO4)6F(OH) é menos solúvel em água do que a hidroxiapatite. Além disso, o equilíbrio de solubili-
dade não é tão afectado pelo meio ácido, porque F– é uma base mais fraca do que OH–.

5. A.

Actividade 12: Percursos (página 119)


1. a) 69. b) 69-70. c) 71-74. d) 77-78; 83-84. e) 79-81. f) 83. g) 85-90. h) 130-133. i) 126-129. j) 91-95.
k) 96-98. l) 97. m) 97. n) 96. o) 104-105. p) 108-109. q) 109-110. r) 111.
2. Dos minerais aos metais: E; Metais, complexos e cor: C; Metais e vida: A; Metais e catálise: D; Compostos
de metais e comportamento ácido-base: B
3. Resposta aberta.

Unidade 2

Actividade 1: Evolução do preço do petróleo (página 167)


1. Porque se trata de um combustível que resultou da compressão de matéria orgânica deteriorada no subsolo
há milhões de anos, sofrendo determinadas alterações físico-químicas.
2. a) i) Guerra israelo-árabe ou Guerra Irão-Iraque ou Guerra do Golfo ou Guerra do Iraque ou Conflito do
Líbano; ii) Revolução iraniana ou Greve na Venezuela; iii) Crise financeira asiática ou Crise financeira
internacional.
b) i) Ver i) e ii) da alínea a); ii) Crise financeira asiática ou 11 de Setembro.
3. Aproximadamente 35 dólares, nos dois casos. Terá sido muito mais caro em 1980, devido à inflação.
4. Alguns dos maiores produtores de petróleo, como por exemplo o Irão e o Iraque, foram ao longo das últi-
mas décadas palco de conflitos militares e de convulsões sociais.
5. Médio Oriente.
6. Resposta aberta.
7. OPEP: Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Usar como palavras-chave: «OPEP»; «OPEP organização»; …
11

Actividade 2: Simulação computacional de gases (página 185)


1. a) Aumenta. b) Aumenta. c) Aumenta.
2. a) Só aumenta quando há aumento da temperatura (visualiza-se um aumento da velocidade das partículas).
b) Aumenta em todas as situações.
3. i) N.º de moléculas – máximo; Volume – mínimo; Temperatura – máxima.
ii) N.º de moléculas – mínimo; Volume – máximo; Temperatura – mínima.
4. Como a pressão aumenta com a temperatura, pode suceder que o gás contido no spray, ao ser sujeito a tem-
peraturas elevadas, rebente em resultado da elevação de pressão.
5. a) V = 24,5 dm3; b) V = 22,4 dm3.
6. Usar como palavras-chave: «converter unidades pressão».

Actividade 3: Gases, combustíveis e segurança (página 190)


1. C.
2. a) O folheto refere que as garrafas nunca devem estar instaladas «abaixo do nível do pavimento ou em cir-
cunstâncias que possam facilitar a acumulação de gás em compartimentos, canais, poços, esgotos ou
outros pontos baixos nas proximidades». Isto sugere que, em caso de fuga, ocorrerá acumulação junto
ao solo. Uma eventual fuga de gás escapará pela ventilação inferior.
b) Considerando o propano e o butano como gases perfeitos nas condições PTN, então:
M(C3H8) = 44 g/mol; l = M/Vm = 44/22,4 = 1,96 g dm–3
M(C4H10) = 58 g/mol; l = M/Vm = 58/22,4 = 2,59 g dm–3
Qualquer um destes gases é mais denso do que o ar, pelo que uma sua mistura também o será. Assim,
o gás de botija tenderá a acumular-se junto ao solo e uma eventual fuga de gás escapará pela ventilação
inferior.
3. «evitar a sua exposição directa ao sol»
4. a) Butano. É o componente da mistura com maior quantidade de matéria (moles) e, portanto, maior frac-
ção molar na mistura, sendo assim o que mais contribui para a pressão total, de acordo com a Lei de
Dalton: pA = xA p.
b) ptotal = 24 MPa (para uma temperatura de 25 ºC é uma pressão muito superior à do ensaio; como o butano
e o propano não se comportam como gases ideais, a pressão que exercem é muito menor do que o valor
calculado). Repare-se que a massa de butano existente na botija é muito maior. Isto porque o butano não
tem comportamento de gás ideal na situação considerada e, antes de atingir a pressão de ensaio, ele
liquefaz-se. Na realidade, será necessária uma massa muito maior para atingir a pressão de ensaio.
5. Resposta aberta.

Actividade 4: Portugal e o Protocolo de Quioto (página 195)


1. Para o período 2008-2012, um aumento de 27% das emissões de GEE em relação a 1990. 36%, 41% e
40%, respectivamente.
2. Aumento do uso de biocombustíveis; maior utilização de energias renováveis; incremento no uso de trans-
portes colectivos, em detrimento de transportes privados; plantação de árvores.
3. Opção por electrodomésticos de elevada eficiência energética; substituição de lâmpadas de incandescência
por lâmpadas economizadoras; evitar o uso de automóvel em pequenos percursos.
12 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

4. Protocolo de Quioto:
– aprovado em 1997;
– assinado por Portugal em 1998;
– ratificado por Portugal em 2002;
– entrou em vigor em 2005;

5. Resposta aberta.

Actividade 5: Biocombustíveis ou agrocombustíveis? (página 198)


1. «Biocombustíveis» são combustíveis de origem biológica, isto é, obtidos a partir de recursos vegetais, que
são renováveis. Esta designação sugere um combustível «amigo do ambiente». «Agrocombustíveis» sugere
combustíveis obtidos a partir da prática de agricultura intensiva, tendo uma conotação negativa do ponto
de vista ambiental.
2. Os cereais destinados à alimentação passaram a ser usados na produção de biocombustíveis, gerando um
défice entre procura e oferta de cereais, o que fez aumentar os preços.
3. a) Necessidade de preservar intactas as ligações características de álcoois e de éteres, pois a presença destes
compostos valorizará o combustível.
b) p = 69,3 atm.
c) Os custos energéticos são elevados devido à necessidade de utilizar altas temperaturas e pressões.

Actividade 6: O hidrogénio como combustível alternativo (página 201)


1. a) p = 727 atm; b) E = 144 MJ.
2. Falsas: A, B e C. Verdadeira: D.
3. A energia que o combustível disponibiliza por unidade de massa (MJ por quilograma), ou por unidade de
volume (MJ por litro).
4. Resposta aberta.

Actividade 7: Percursos (página 202)


1. a) 166-167. b) 164, 167. c) 172-173. d)173. e) 173-175. f) 176. g) 179-180. h) 180-186. i) 187-192. j) 192-196.
2.
Vantagens Desvantagens

Petróleo Vasto campo de aplicações. Não é renovável; encontra-se distribuído de forma não uniforme.

Gás natural É o mais limpo dos combustíveis fósseis. Não é renovável; encontra-se distribuído de forma não uniforme.

Não é renovável; encontra-se distribuído de forma não uniforme;


requer controlo (alto custo) de poluição do ar (por exemplo, mercúrio,
Carvão É barato.
dióxido de enxofre); contribuinte significativo para o aumento das chu-
vas ácidas e o aquecimento global.

Energia eólica Não emite poluição directamente. Limitada a determinadas áreas geográficas; intermitente.

Energia hídrica Não emite poluição directamente. Limitada a determinadas áreas geográficas; altera o microclima.

Limitada a determinadas áreas geográficas; requer uma vasta área de


Energia solar Não emite poluição directamente.
terreno; rendimento baixo; a tecnologia é cara.
13

Actividade 8: Toxicidade do monóxido de carbono (página 224)


1. É inodoro e invisível.

2. Orbitais atómicas Orbital molecular Orbitais atómicas

Fe + C O Fe C O
Fe + C O Fe C O

Orbitais moleculares
3.
Fe C O

4.
Concentração de CO

Sintomas ppm % (V/V )

Dor de cabeça, cansaço e náuseas. 70 > 0,007

Perda de consciência. 200 > 0,02

Perigo de vida ao fim de 3 horas. 400 > 0,04

Perigo de vida ao fim de 1 hora. 1600 > 0,16

Perigo de vida ao fim de alguns minutos. 10 000 > 1,0

Actividade 9: Criar fórmulas de estrutura no computador (página 247)


1. Resposta aberta.
2. Resposta aberta.
3. Resposta aberta.
4. Regra do octeto.

Actividade 10: Isomeria e índice de octanas (página 252)


1. I.O. = 62.
2. a) CH3 CH3

CH3 C CH2 CH CH3

CH3

b) Usa-se a designação iso-octano porque o 2,2,4-trimetilpentano é um isómero do octano.

3. B.
14 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

4. a) Isomeria funcional (ou de grupo característico).


b) H O H H H H H

H C C C C C C H

H H H H H H hexan-1-ol

c) Resposta aberta.

5. O butano possui um I.O. = 113. O isómero 2-metilpropano, mais ramificado que o butano, possui um I.O. = 121.

6. C.

7. CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH CH3 CH3

CH3 CH3 CH2 CH2 CH CH CH3

CH3
CH3 CH2 CH2 CH2 CH CH2 CH3

CH3 CH3

CH3 CH2 CH CH CH2 CH3

CH3 CH2 CH2 CH CH2 CH2 CH3 CH3

CH3
CH3

CH3 CH3 CH2 CH2 C CH2 CH3

CH3 CH2 CH2 CH2 C CH3 CH3

CH3
CH3

CH3 CH CH2 CH2 CH CH3


CH3
CH3
CH3 CH2 CH CH2 CH CH3

CH3
CH3 CH2 CH CH2 CH2 CH3

CH3 CH3 CH2

CH3 CH2 CH C CH3 CH3

CH3
CH3

CH3 CH2 CH CH CH3


CH3 CH3
CH2
CH3 CH CH2 C CH3
CH3
CH3

CH3

CH3 CH3 CH3 CH2 C CH2 CH3

CH3 C C CH3 CH2

CH3 CH3 CH3


15

Actividade 11: Simulações computacionais e ligações


intermoleculares (página 260)
1. a) A barra de plástico fica electrizada negativamente. A barra de vidro fica electrizada positivamente.
b) i) ii)
Água Água

Plástico Vidro

c) B.
3. Solventes polares dissolvem compostos polares e solventes apolares dissolvem compostos apolares.
4. O facto de a carga total das partículas ser neutra não impede que, num dado momento, se forme um dipolo,
dipolo instantâneo, que induzirá um dipolo noutra partícula vizinha, estabelecendo-se assim ligações inter-
moleculares.

Actividade 12: Percursos (página 263)


1. a) 200-210. b) 204. c) 210-213. d) 214-218. e) 219-222.
f) 223-225. g) 225-239. h) 239-243. i) 244-250.

Actividade 13: Poder energético dos combustíveis (página 270)


1. a) CH3CH2CH2CH3 (g) + 13
ᎏ O2 (g) d 4 CO2 (g) + 5 H2O (g)
2
b)
N.o de ligações

C–C C–H C=O O=O O–H

C4H8 4 10 0 0 0

O2 0 0 0 1 0

CO2 0 0 2 0 0

H2O 0 0 0 0 2

c) E = 5494 kJ mol–1, E = 497 kJ mol-1, E = 1598 kJ mol–1, E = 924 kJ mol–1, respectivamente.


d) 6cHo = –2288 kJ mol–1.
2. Resposta aberta.
16 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade 14: O lado bom das radiações ionizantes (página 282)


1. Radiações electromagnéticas: raios X, radiações a. Feixes de partículas: positrões, neutrões de baixa energia.
2. A.
Z
3. Os núcleos são estáveis quando a razão ᎏ 5 1.
A–Z
Z Z
tecnécio-99: Z = 43, A = 99; ᎏ = 0,77 iodo-123: Z = 53, A = 123; ᎏ = 0,76
A–Z A–Z
Z Z
tálio-201: Z = 81, A = 201; ᎏ = 0,68 gálio-67: Z = 31, A = 67; ᎏ = 0,86
A–Z A–Z
4. Não existe qualquer risco de os alimentos serem contaminados por substâncias radioactivas, uma vez que
são irradiados com radiação electromagnética. E quando cessa a radiação, cessam os seus efeitos.

Actividade 15: Percursos (página 285)


1. a) 254-256. b) 257. c) 257. d) 260-261. e) 262-263. f) 264.
g) 265. h) 265-266. i) 266-269. j) 270-271. k) 265. l) 271-272.
2.

Combustíveis

cuja energia se
relaciona com
conceitos e leis
para os quais da Termodinâmica, como
existem
Entalpia e variação de entalpia
Alternativas Entalpia de formação
aos Entalpia de combustão
combustíveis Lei de Hess
1.ª Lei da Termodinâmica
que pode ser o recurso à

Energia nuclear

produzida em que pode


reacções de causar

Problemas
Fusão Fissão ecológicos
nuclear nuclear
Poluição
ocorre nas ocorre nas

Estrelas Centrais nucleares


17

Unidade 3

Actividade 1: Plásticos em Portugal e no Mundo (página 323)


1. Evolução da produção mundial de plásticos
Produção mundial / (× 107 toneladas)

45
40
35

30
25
20
15
10
5

0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Ano

2. Total = (Consumo de matérias-primas) + (Importações de semi-elaborados e obras) – (Exportações de


semi-elaborados e obras) + (Importações de desperdícios) – (Exportações de desperdícios).

3. 55,9 kg/habitante. A capitação mais próxima é a do Japão.

4. Resposta aberta.

Actividade 2: Escolher o melhor saco de compras (página 326)


1. O pão.
2. O produto final continua a ser demasiado caro. Não foi ultrapassado, caso contrário já usaríamos, com cer-
teza, este tipo de embalagem (note-se que a notícia é de 1991!).
3.
Sacos de compras Vantagens Desvantagens

É um recurso não renovável;


É impermeável; é resistente;
Plástico possui um tempo de biode-
produção menos poluente.
gradabilidade muito elevado.

Não é impermeável; é menos


É biodegradável; usa maté-
Papel resistente; produção mais po-
rias-primas renováveis.
luente.

4. B, D e E.
5. Resposta aberta.
6. Resposta aberta.
18 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade 3: Borracha natural e borracha vulcanizada (página 335)


1. 2-metilbuta-1,3-dieno.
2. M(motivo) = 68,0 g mol–1.
Em 1 g de poli-isopreno temos 1 g / 68,0 g mol–1 = 0,0147 mol da unidade estrutural que se repete (motivo).
Se supusermos que cada ponte de enxofre usa um átomo de enxofre por cada unidade estrutural do polí-
mero (motivo), então para se formarem 100% de ligações com o enxofre necessitaríamos de 0,0147 mol de S,
ou seja: 0,0147 mol × (32,06 g mol–1 × 2) = 0,943 g.
Para se formarem 5% de ligações necessitámos apenas de: 0,05 × 0,943 g S = 0,0472 g de S.

Actividade 4: Análise de fibras e detecção de falsificações (página 338)


1. a) Fibras naturais: algodão, lã, linho, seda. Fibras sintéticas: poliéster, nylon, acrílico, elastano.
b) Algodão e linho.
3. Resposta aberta.

Actividade 5: A reciclagem do vidro (página 353)


1. Podem ser colocados no vidrão: garrafa, frasco, boião de vidro.
Não podem ser colocados no vidrão: vidro de janela, copo de vidro, jarra, lâmpada, vidro de automóvel,
cristal, pyrex, cerâmica, entre outros.
2. O primeiro sugere o depósito no lixo, que é um comportamento do mais elementar civismo. O segundo
sugere o depósito num contentor apropriado para reciclagem, apelando à consciência ambiental.
3. a) Poupa-se energia. b) Contribui-se, por exemplo, para uma campanha de apoio a crianças ou, mais recen-
temente, de apoio às vítimas de cancro da mama. c) Evita-se poluição.
4. Pilhas, medicamentos, óleos usados, pneus usados, consumíveis informáticos, veículos em fim de vida,
equipamentos eléctricos e electrónicos, óleos alimentares usados, radiografias, rolhas, etc.

Actividade 6: Os novos materiais (página 358)


1. Para que o supercondutor se encontre a uma temperatura suficientemente baixa para poder exibir super-
condutividade.
2. O comboio movimenta-se sem que exista atrito por contacto (linha-comboio).
3. C.
4. Aplicações actuais: óculos com lentes anti-reflexo, resistentes ao choque e repelentes ao pó, e cremes com
a capacidade de penetrar mais profundamente na pele, potenciando o efeito anti-rugas.
Aplicações futuras: máquinas inteligentes capazes de substituir os convencionais tratamentos de quimiotera-
pia e radioterapia, computadores com gigantesca capacidade de armazenamento, baixos consumos de energia
e reduzidas dimensões, e robôs com instruções precisas para destruir as células malignas no corpo humano.

Actividade 7: Percursos (página 362)


1. a) 313-315; 335-337; 341-346. b) 338-340; 320-321. c) 315, 340, 344. d) 321-337; 341-346.
e) 329. f) 327. g) 351-352. h) 328, 330-331. i) 342, 344. j) 344-345.
2. Resposta aberta.
19

5. Textos complementares ao manual


Esta secção engloba textos com clara aproximação ao Programa, mas que se considerou representarem
uma sobrecarga, caso fossem integrados no manual (destinado ao aluno). Assim, propõe-se aqui um conjunto
de textos complementares que permitirão aos professores um enquadramento geral e eventual aprofunda-
mento de determinados assuntos.

Unidade 1

Texto complementar 1

Palavras-chave: substância elementar, Tabela Periódica dos Elementos, metais, semi-metais, não-metais, gru-
pos, períodos, série dos elementos lantanóides, série dos elementos actinóides.

A descoberta dos elementos ao longo do tempo foi, de facto, a descoberta de substâncias elementares, de
que são exemplos o metal ferro, Fe (s), e o gás cloro, Cl2 (g), correspondentes aos elementos ferro, Fe, e
cloro, Cl, respectivamente. No final deste Caderno encontra-se uma tabela sobre a descoberta dos elementos.
Recorde-se, contudo, que o mesmo elemento pode estar presente em substâncias elementares diferentes. É o
caso do elemento oxigénio, O, nas substâncias elementares oxigénio, O2 (g), e ozono, O3 (g).

Em meados do século XIX eram conhecidas 59 substâncias elementares, e pouco se sabia sobre os átomos
para além das suas massas relativas (recorde-se que a descoberta de uma estrutura nuclear para os átomos
data de 1910). Assim, as primeiras tentativas de sistematização e racionalização dos conhecimentos neste
campo – que culminariam na criação da Tabela Periódica dos Elementos – basearam-se, naturalmente, nas
características de substâncias elementares. Duas grandes classes de substâncias elementares logo emergiram:
os metais e os não-metais. Depois, viria a identificar-se um pequeno conjunto de substâncias elementares que
não cabiam em qualquer destas categorias, exibindo algumas características intermédias ou, em simultâneo,
características de ambas: os semi-metais, de que o silício, Si (s), e o arsénio, As (s), são dois exemplos.

As semelhanças de propriedades reconhecidas nas famílias de substâncias elementares reflectem seme-


lhanças entre os respectivos elementos, por sua vez decorrentes de semelhanças nas estruturas dos corres-
pondentes átomos. A cada família corresponde, assim, uma coluna de átomos na Tabela Periódica. Estas
colunas estão colocadas lado a lado, de forma a respeitar-se uma ordem crescente de número atómico, dis-
pondo os metais à esquerda e os não-metais à direita (inicialmente atendeu-se à ordem crescente das massas
atómicas, que, com poucas excepções, viria a identificar-se com a ordem crescente da carga nuclear). Esta
forma de organizar os elementos traduz a maneira como as respectivas propriedades variam regularmente
com o número atómico, repetindo-se, no essencial, perante certas diferenças neste número. Por isso se fala
de período e de propriedades periódicas dos elementos. Na Tabela Periódica, as colunas designam-se por
grupos e as linhas designam-se por períodos (Fig. 1).
20 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

1 18
1 H
2 13 14 15 16 17 He
2 Li Be B C N O F Ne
3 Na Mg 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Al Si P S Cl Ar
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
6 Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
7 Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Uuu Uub Uut Uuq Uup Uuh Uuo
Ac

Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr

Fig. 1 Grupos e períodos na Tabela Periódica.

Na sua forma moderna, a Tabela Periódica tem 18 grupos, começando nos metais alcalinos e acabando nos
gases raros. O hidrogénio (Z = 1), dadas as suas características especiais, não se inclui em nenhum deles,
enquanto o hélio (Z = 2) é o único elemento do 1.o período. Os dois períodos seguintes contêm oito elemen-
tos cada um. Isto quer dizer que, de Z = 2 até Z = 20, as propriedades, no essencial, se repetem de oito em
oito no valor do número atómico (Fig. 2).

2He

3Li 4Be 5B 6C 7N 8O 9F 10Ne

11Na 12Mg 13AI 14Si 15P 16S 17Cl 18Ar

19K 20Ca

Fig. 2 Excerto da Tabela Periódica.

Com o potássio, K (Z = 19), inicia-se um período mais longo, de 18 elementos, até ao krípton, Kr (Z = 36).
Segue-se mais um período de 18 elementos até ao xénon, Xe (Z = 54), e ainda outro que, no entanto, apresenta
um salto de Z = 57 para Z = 72. Esta descontinuidade corresponde a uma sequência de 14 elementos
(do cério, 58Ce, até ao lutécio, 71Lu), que se seguem ao lantânio, La (Z = 57), todos com propriedades muito
semelhantes entre si. Constituem a chamada série dos elementos lantanóides, lantanídeos, ou terras raras.
Semelhante descontinuidade verifica-se a seguir ao actínio, Ac (Z = 89), com a série dos elementos
actinóides, ou actinídeos, onde se inclui o urânio, U (Z = 92).
21

Texto complementar 2

Palavras-chave: elementos mais abundantes na Terra.

São conhecidas as percentagens dos elementos mais abundantes na Terra. Trata-se de uma estimativa em
termos de quantidade química, que está relacionada com o número de átomos. Em termos de massa, há que
atender a que os átomos de diferentes elementos têm, em geral, massas diferentes. Um simples cálculo, utili-
zando as massas atómicas dos elementos, permite obter valores em percentagem em massa a partir de dados
de percentagem em número de átomos.

Note-se, por exemplo, que embora a percentagem de oxigénio seja 48,8% e a do ferro 14,3%, em
número de átomos (ou em quantidade de matéria, expressa em mol), quando atendemos à diferença
de massa atómica  16 para O e 56 para Fe , as percentagens em massa passam a ser, respectivamente,
30% e 35% (Fig. 3).

35%
Ferro

15%
Silício

13%
Magnésio

30% 7%
Oxigénio Outros

Fig. 3 Abundância dos diferentes elementos na Terra.

Que o ferro seja relativamente abundante não deve surpreender, se tivermos em atenção que o respectivo
núcleo atómico é o mais estável nos processos de nucleossíntese que, depois do Big Bang, há cerca de 15 mil
milhões de anos, se terão verificado nas estrelas de maior massa (centros muito compactos e quentes).

4
Acresce que, face à grande abundância de hélio-4, 2He, no início do Universo (além de hidrogénio), surgi-
ram predominantemente núcleos de número de massa e de número atómico múltiplos de 4 e 2, respectiva-
mente. Entre os elementos mais abundantes no Universo contam-se, assim, os não-metais carbono (isótopo
12 16
mais abundante, 6C) e oxigénio (isótopo mais abundante, 8O), e os metais magnésio (isótopo mais abundante,
24 56
12Mg) e ferro (isótopo mais abundante, 28Fe).

Mas a distribuição dos metais na Terra, e a do ferro em particular, não é uniforme. O ferro concentra-se no
interior do planeta, juntamente com o níquel, surgindo na forma de iões em vários minerais na litosfera.
Mesmo nos oceanos, a sua distribuição não é uniforme. Há zonas tão pobres neste elemento que o plâncton
não existe, e sem plâncton não há vida superior. A experiência mostra que «adubar» certas zonas do oceano
Pacífico com sulfato de ferro (II) aumenta drasticamente as respectivas flora e fauna.
22 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Unidade 2
Texto complementar 3
Palavras-chave: orbitais de valência, estados de energia, termos, regra de Hund, energia correspondente a uma
determinada distribuição electrónica.

Sempre que as orbitais de valência não estejam completas, há várias maneiras distintas de distribuir os elec-
trões, compatíveis com a mesma configuração. Por exemplo, para o átomo de carbono, 1s 2, 2s 2, 2p 2, os dois
electrões p podem ser considerados na mesma orbital (2pz, por exemplo) ou em orbitais diferentes. Estas duas
situações não são equivalentes e correspondem a valores de energia diferentes; com efeito, a repulsão entre os
dois electrões p não é a mesma nos dois casos. Considerados os dois electrões em orbitais p diferentes, ainda há
a possibilidade de eles terem spins opostos ou spins paralelos, e isto significa, igualmente, diferenças de energia.

Há, na verdade, 15 maneiras distintas de distribuir dois electrões por três orbitais, com spin  ou  (com-
binações de 6, 2 a 2). Estes 15 estados correspondem a cinco níveis de energia diferentes, agrupados em três
grupos chamados termos. Os termos diferem em energia porque a repulsão electrónica difere; os níveis em
cada termo diferem de energia porque a interacção spin-orbital não é a mesma.

Assim, à configuração 1s 2 2s 2 2p 2 do carbono correspondem cinco valores de energia! Naturalmente,


o átomo «prefere» existir no nível de energia mais baixo. Verifica-se que o termo de energia menor é aquele
em que os electrões 2p foram considerados com o mesmo spin. Esta verificação genérica é conhecida por
regra de Hund (1927). Por isso se representa, por vezes, a distribuição electrónica do átomo C assim:

2p

2s

1s

Note-se, no entanto, que já não é apenas a configuração electrónica que está a ser representada grafica-
mente, mas, de facto, um dos (nove) estados pertencentes ao termo de menor energia.

Esta discussão ilustra também outro ponto importante. É que a energia correspondente a uma determinada
distribuição electrónica não é simplesmente a soma das energias associadas a cada orbital multiplicadas pelo
número de electrões em cada uma. Para o caso acima:

E (electrónica)  E1s × 2 + E2s × 2 + E2p × 2

Caso se verificasse igualdade, então haveria só um valor de energia para a configuração 1s 2 2s 2 2p 2.


23

Texto complementar 4

Palavras-chave: energia das orbitais 3d e energia das orbitais 4s, regra «aufbau».

Com poucas excepções (por exemplo, potássio, com a configuração [Ar] 4s1 e não [Ar] 3d 1), as orbitais
3d têm energia inferior à orbital 4s. Por isso, na configuração electrónica do ferro, por exemplo, a orbital 4s
é indicada depois das 3d : [Ar] 3d 6 4s 2. Pela mesma razão se diz que a dupla ionização de Fe com produção
do ião Fe2+ (configuração [Ar] 3d 6) corresponde à perda dos dois electrões 4s. Mas então por que motivo a
subconfiguração electrónica de valência para Fe não excitado é 3d 6 4s 2 e não 3d 8?

Há três tipos de razões. Por um lado, como se referiu no Texto complementar 3, a uma mesma configura-
ção podem corresponder várias energias. Depois, a energia de um determinado estado não é simplesmente
a soma das energias das orbitais ocupadas multiplicadas pelo respectivo número de electrões. Finalmente,
a energia associada a um certo tipo de orbitais depende do número de electrões nelas considerados. Não sur-
preende, pois, que a regra do preenchimento sucessivo das orbitais de energia crescente – regra da «constru-
ção» (ou «aufbau») – possa não se verificar, como sucede com Fe e muitos outros elementos de transição.
(Para uma discussão mais aprofundada, ver, por exemplo, Orbitais em Átomos e Moléculas, de V. M. S. Gil,
série de manuais universitários, edição da Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.)

Texto complementar 5

Palavras-chave: raio iónico, raio covalente, raio atómico, raio de Van der Waals.

Os iões Na+ e Cl– podem ser considerados como esféricos, definindo-se os raios iónicos supondo os iões
representados por esferas que se tangenciam; a distância internuclear é igual à soma dos raios iónicos:

281 pm = rNa+ + rCl–

Na+ Cl-

281 pm

Na verdade, os valores médios para rNa+ + rCl– obtidos a partir de vários sais são, respectivamente, 95 e 181 pm,
cuja soma se aproxima de 281 pm.

Para moléculas, como por exemplo o Cl2, a união dos dois elementos (cloro) faz-se mediante uma ligação
covalente. Metade da distância que separa os dois núcleos de cloro (na molécula) é informativo do raio cova-
lente do cloro: a distância entre os núcleos de cloro na molécula Cl2 é 198 pm, logo o raio covalente do cloro
é 99 pm.
24 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

No caso mais simples de metais – onde os átomos são todos iguais –, metade da distância internuclear dá o
raio atómico. Por exemplo, para o alumínio temos:
Al Al

286 pm

pelo que o raio atómico é 143 pm.


Num metal, existe uma forte união entre os átomos (ligação metálica), o mesmo acontecendo entre os iões
de um composto iónico (ligação iónica). Embora não se tratem, literalmente, de ligações intramoleculares,
ainda menos podem ser consideradas ligações intermoleculares. Em particular, a sua intensidade é mais próxi-
ma da de ligações intramoleculares do que da de ligações intermoleculares. A mesma coisa se diz das ligações
em sólidos como o diamante, a grafite, a sílica. Trata-se de estruturas gigantes baseadas em ligações covalentes
entre átomos. Na grafite, porém, com a sua estrutura em camadas de átomos ligados covalentemente, as liga-
ções entre camadas adjacentes caem na categoria de ligações intermoleculares.

A figura 4 mostra a variação da energia de duas moléculas monoatómicas de hélio com a distância entre os
respectivos núcleos, em comparação com a curva equivalente para dois átomos H.

E
B
A

2 × raio de Van der Waals

Comprimento
de ligação He2

H2

0
100 200 300 400 d / pm

Fig. 4 Variação da energia de dois átomos He (A) e de dois átomos H (B) com a distância internuclear.

Duas diferenças são facilmente identificadas:


– o mínimo ocorre para uma distância internuclear muito maior no caso dos dois átomos He: 310 pm
contra 74 pm;
– o valor desse mínimo de energia é muito menor para o caso de dois átomos He: cerca de 100 kJ mol–1,
contra quase 500 kJ mol–1.

Assim, a associação de dois átomos H à distância internuclear de 74 pm constitui uma molécula estável,
com uma apreciável energia de ligação, ao passo que a associação de dois átomos He à distância de 310 pm
não é suficientemente estável para se poder considerar uma molécula. Outros cálculos mais recentes indicam
a ocorrência do mínimo de energia para dois átomos He para distâncias ainda maiores.
Na figura considerada, a seta indica a distância mínima a que os dois núcleos He podem chegar, num
arranjo de energia igual à dos átomos separados. Porque as forças entre moléculas como as de hélio se desig-
nam frequentemente por forças de Van der Waals, metade dessa distância – 128 pm – é o chamado raio de
Van der Waals do hélio.
25

Texto complementar 6

Palavras-chave: números quânticos, forma das orbitais, orientação espacial das orbitais.

Enquanto as orbitais s têm simetria esférica à volta do núcleo, a forma das orbitais p já apresenta dois
lóbulos, um para cada lado do núcleo, e as orbitais d quatro lóbulos. A figura 5 mostra as representações das
funções matemáticas respectivas.

+
+ -

A B C
Fig. 5 Representação de orbitais s (A), p (B) e d (C).

Trata-se de curvas em duas dimensões, relativamente exteriores, como conjuntos de pontos, onde aquelas
funções assumem os mesmos valores. Isto significa idêntica probabilidade electrónica nesses pontos. Como o
que se representa são as funções matemáticas e não as probabilidades electrónicas, há indicações dos sinais +
ou –, conforme os valores assumidos pelas funções são positivos ou negativos.
x

Fig. 6 Representação em perspectiva da orbital 3dx 2 – y 2.

De modo a caracterizar uma orbital, no que respeita, especificamente, ao nível energético, forma e orienta-
ção espacial, existe um conjunto de números quânticos: o número quântico principal, n, o número quântico
de momento angular, ᐉ, e o número quântico magnético, mᐉ. Por exemplo, a orbital 3s é caracterizada pelos
números quânticos: 3, 0, 0.

Texto complementar 7

Palavras-chave: compostos iónicos, constante de Madelung.

Para compostos iónicos, ignorando a covalência residual e considerando os iões substituídos por cargas
pontuais, é possível calcular um valor teórico para a energia de rede (U ), que então se identifica aproximada-
mente com a energia potencial electrostática de um conjunto tridimensional de cargas eléctricas pontuais.
Para sais de fórmula MX com a estrutura de NaCl, temos

U = – M (q / r ) , M = 1,75

em que M é a chamada constante de Madelung, cujo valor depende da estrutura da rede cristalina, q é a grandeza
da carga dos iões M (+) ou X (–) e r é a distância interiónica. Para NaCl temos U = –866 kJ mol–1, que é sur-
preendentemente (em face das aproximações acima referidas) próximo do valor experimental, que é 766 kJ mol–1.
26 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Texto complementar 8

Palavras-chave: metais no organismo humano, ião complexo, hemoglobina, clorofila, hemocianina.

A importância dos metais no organismo humano é ilustrada por uma clássica personagem de banda dese-
nhada, o marinheiro Popeye, que ingere espinafres, ricos em ferro, em larga quantidade, para criar músculo.
Na verdade, embora esta planta contenha o elemento ferro na forma do ião ferro (II), este ião encontra-se forte-
mente sequestrado por moléculas de ácido oxálico, formando um ião complexo. Tratando-se de uma associa-
ção muito estável, muito pouco do elemento ferro fica, de facto, disponível para ser utilizado pelo organismo,
especialmente na formação de hemoglobina. Este é claramente um problema de equilíbrio químico, com
competição entre a estabilidade do complexo de Fe (II) com ácido oxálico e a estabilidade da associação à
componente hemo da proteína hemoglobina.
Se o ferro é fundamental na vida de muitos animais, designadamente no transporte de oxigénio, o magné-
sio é central na vida das plantas, já que a clorofila, responsável pela fotossíntese, é um complexo de Mg2+.
Curiosamente, estes complexos têm muitas semelhanças estruturais, mas um apresenta cor vermelha e o
outro cor verde. Em animais como a minhoca e o caracol, o papel do ferro é desempenhado pelo cobre, com
o ião Cu2+ envolvido num ião complexo transportador do oxigénio no organismo. Este complexo tem cor
azul, enquanto o complexo de ferro que é a hemoglobina é vermelho. A minhoca e o caracol têm «sangue»
azul.
Porém, os metais, fundamentais à vida, podem tornar-se um risco para o organismo a partir de certas
doses. Por exemplo, um nível excessivo de ferro no cérebro constitui uma das condições para a ocorrência
de doenças degenerativas, como a doença de Parkinson.

Texto complementar 9

Palavras-chave: ião complexo, sais de metais, orbital molecular, O.M. ligantes, O.M. não-ligantes, electrões 3d,
geometria dos complexos.

Consideremos o exemplo mais simples de um ião complexo em que há apenas um electrão 3d a considerar
por parte do metal: o ião hexaquotitânio (III), [Ti(H2O)6]3+, responsável pela cor púrpura das soluções aquo-
sas de sais de titânio (III) (Fig. 7).
Absorvância

λ = 493 nm

Fig. 7 Espectro de absorção de uma solução aquosa de nitrato de titânio (III) mostrando máximo para luz verde.
27

O electrão 3d de Ti3+ passa, no complexo, a ocupar uma orbital molecular (O.M.), podendo ser excitado
a outra, mediante absorção de luz. Estas orbitais moleculares podem ser construídas aproximadamente por
associação das orbitais de valência do átomo Ti com as orbitais de valência dos átomos O do ligando (6 molé-
culas H2O para cada átomo Ti, num arranjo octaédrico). Teremos, assim, um conjunto de O.M. ligantes e um
conjunto de O.M. antiligantes. Mas há, também, um conjunto de O.M. não-ligantes devido à forma especial
das orbitais 3d. Estas O.M. não-ligantes são, em boa aproximação, as orbitais 3dxy , 3dxz e 3dyz , cuja represen-
tação na figura 8 mostra que os respectivos lóbulos se desenvolvem entre os eixos x, y e z, definidos pela geo-
metria octaédrica do complexo (eixos das ligações m Ti – O entre metal e ligandos).

x y z

+ + +

y z x

+ + +

dxy dyz dxz

Fig. 8 Forma das orbitais 3dxy, 3dxz e 3dyz, com máximos entre os eixos x, y, z.

Ora, a atribuição dos electrões de valência pelas várias O.M. coloca 12 electrões nas orbitais ligantes (seis
ligações simples, dativas no sentido oxigénio-titânio) e um electrão nas orbitais não-ligantes (3dxy , 3dxz , 3dyz).
Este electrão 3d é excitável com luz de comprimento de onda de cerca de 510 nm (luz verde), passando para
uma das O.M. antiligantes mais acessíveis em energia.

Texto complementar 10

Palavras-chave: cores primárias, cores complementares, mistura de pigmentos, mistura de luzes, absorção
da luz, reflexão da luz.

Em termos gerais, uma primeira interpretação da cor pode fazer-se recorrendo ao jogo das cores primárias:
vermelho, verde, azul. Sobrepondo as luzes com estas cores, obtém-se luz branca. Quando é absorvida uma
delas, as outras duas originam cor.

Por exemplo, uma solução transparente que absorva radiações azuis é amarela, cor resultante de luz ver-
melha + luz verde. É o caso de uma solução aquosa de cromato de potássio, K2CrO4. Azul e amarelo são
cores complementares, pois a sobreposição de luz azul com amarelo (amarelo = luz verde + luz vermelha) dá
luz branca. Uma solução transparente que absorva radiações vermelhas é azul-celeste (ciano). É o caso de
uma solução aquosa de sulfato de cobre, CuSO4. Vermelho e azul-celeste são cores complementares, pois a
sobreposição de luz vermelha com azul-celeste (azul-celeste = luz azul + luz verde) dá luz branca.

Não deve confundir-se a mistura de luzes de várias cores considerada acima com a mistura de pigmentos
de várias cores. Por exemplo, misturar aguarela azul com aguarela amarela não dá cor branca, mas... verde.
Com efeito, a aguarela amarela absorve luz azul (reflectindo luz vermelha + luz verde) e a aguarela azul absorve
luz vermelha (reflectindo luz azul + luz verde); na mistura, é a luz verde a única a ser reflectida.
28 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Texto complementar 11

Palavras-chave: ácido Brönsted-Lowry, ácido de Lewis, base de Lewis, espécie anfotérica, basicidade dos óxidos
e hidróxidos anfotéricos, pH.

O dióxido de carbono não é um ácido no sentido de Brönsted-Lowry, correspondente à cedência de iões


H+ (não há átomos H na molécula CO2). É, sim, um ácido no conceito mais abrangente de ácidos e bases
devido a Lewis:
– ácido de Lewis: espécie aceitadora de um par de electrões de outra, numa ligação de covalência dativa;
– base de Lewis: espécie dadora de um par de electrões a outra, numa ligação de covalência dativa.


De facto, a formação do ião hidrogenocarbonato, HCO3 , pode ser interpretada em termos da associação
de um ião OH– da água a uma molécula CO2, através de um par de electrões do átomo O do ião hidróxido:

O H O H O H

O O + O H u C a C a C
C
O O O O O O

O consumo de OH– produz uma alteração no equilíbrio de auto-ionização da água


2 H2O (l) u OH– (aq) + H3O+ (aq)
obtendo-se um aumento da concentração de H3O+.
O mesmo tipo de reacção ocorre se NaOH, em soluções concentradas, for indevidamente guardado em
frascos de vidro (feito de sílica), pois SiO2 tem comportamento ácido:
SiO2 (s) + 2 NaOH (aq) u Na2SiO3 (aq) + H2O (l)
Não deve surpreender que o hidróxido de alumínio, Al(OH)3, também seja anfotérico, tal como o são
o hidróxido de zinco e o hidróxido de chumbo, Zn(OH)2 e Pb(OH)2. Trata-se de sais pouco solúveis em
água, mas solúveis em ácidos
Zn(OH)2 (s) + 2 H3O+ (aq) A Zn2+ (aq) + 4 H2O (l)
e em bases
Zn(OH)2 (s) + 2 OH– (aq) A [Zn(OH)4]2– (aq)
novamente com a formação de um ião complexo (ião tetra-hidroxozincato).
O mesmo se verifica com os hidróxidos de alguns metais de transição, designadamente Cu(OH)2 e
Cr(OH)3. Por exemplo,
Cr(OH)3 (s) + 3 H3O+ (aq) A Cr3+ (aq) + 6 H2O (l)
Cr(OH)3 (s) + 3 OH– (aq) A [Cr(OH)6]3– (aq)

Note-se que as características básicas dos óxidos e hidróxidos anfotéricos se devem directamente,
à presença dos iões O2– ou OH–. Por exemplo, a reacção
Zn(OH)2 (s) + 2 H3O+ (aq) A Zn2+ (aq) + 4 H2O (l)
pode ser interpretada através do equilíbrio
Zn(OH)2 (s) u Zn2+ (aq) + 2 OH– (aq)
29

afectado pela reacção


OH– (aq) + H3O+ (aq)  2 H2O (l)

De facto, somando estas duas equações (depois de multiplicada a 2.a por 2), membro a membro, obtém-se
a de partida.
Por outro lado, as características ácidas exigem a intervenção directa do ião metálico, não mais um ião
espectador como Na+, por exemplo:

Zn2+ (aq) + 4 OH– (aq) u [Zn(OH)4]2–

Segundo esta equação, o ião Zn2+ (aq) é um ácido fraco.

Texto complementar 12

Palavras-chave: cálculo de pH.

O Programa do 12.o ano não inclui o cálculo de pH em situações de maior complexidade química.
Por outro lado, no 11.o ano, embora de forma não muito profunda, é realizado algum cálculo de pH. Apre-
sentamos três situações que, não sendo explicitamente do Programa, podem a ele ser ligadas e satisfazer alu-
nos mais exigentes ou turmas mais interessadas.

Cálculo do pH de uma solução tampão antes e depois de pequena adição de ácido ou base
Veja-se agora o exemplo de 100,0 cm3 de uma solução tampão de ácido acético 0,300 mol dm–3 e acetato
de sódio 0,300 mol dm–3, com Ka = 1,75 × 10 –5.

1. Cálculo do pH da solução tampão


A equação química associada ao tampão ácido acético/acetato de sódio é:

CH3COOH (aq) + H2O (l) u CH3COO– (aq) + H3O+ (aq)

Pode verificar-se que o pH é dado por:


pH = pKa + log Cb/Ca
Como Cb = Ca
pH = pKa = –log (1,75 × 10–5) = 4,76

2. Adição de 1,50 cm3 de HCl (aq) 0,102 mol dm–3


A adição de H3O+ vai fazer com que se consuma acetato, deslocando a reacção no sentido da formação
de ácido acético.
ninicial(ácido acético) = 0,300 mol dm –3 × 0,100 dm3 = 3,00 × 10 –2 mol
ninicial(ião acetato) = 0,300 mol dm –3 × 0,100 dm3 = 3,00 × 10 –2 mol
nadicionado(H3O+) = 0,102 mol dm –3 × 1,50 × 10 –3 dm3 = 1,53 × 10 –4 mol
30 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

CH3COOH (aq) + H2O (l) u CH3COO– (aq) + H3O+ (aq)


3,00 × 10 –2 mol 3,00 × 10 –2 mol (1,53 × 10 –4 + 1,75 × 10 –5 mol)
(reacção à adição de ácido) +1,53 × 10 –4 mol –1,53 × 10 –4 mol –1,53 × 10 –4 mol
3,02 × 10 –2 mol 2,98 × 10 –2 mol 1,75 × 10 –5 mol

pH = pKa + log Cb/Ca = 4,76 + log (2,98/3,02) = 4,75

3. Adição de 1,50 cm3 de NaOH (aq) 0,102 mol dm–3


A adição de OH– vai fazer com que se consuma ácido acético, deslocando a reacção no sentido da for-
mação de ião acetato, pelo que, no novo equilíbrio,
Ca = 2,98 × 10 –2 mol dm–3
Cb = 3,02 × 10 –2 mol dm–3

pH = pKa + log Cb/Ca = 4,76 + log (3,02/2,98) = 4,77

O problema da contribuição da água nos cálculos de pH


Tome-se o exemplo de uma solução de HCl, 10–8 mol dm–3. Em vez de |H3O+|e = 1,0 × 10 –8 tem-se, cor-
rectamente,
|H3O+|e = 1,0 × 10 –8 + x
sendo a primeira parcela a contribuição do ácido e x a da água. Note-se que x  1,0 × 10 –7, pois a ionização
da água
2 H2O (l) u H3O+ (aq) + OH– (aq)

é alterada, mais precisamente dificultada, pela adição dos iões H 3O+ de HCl; x será, pois, inferior a
1,0 × 10–7. Como |OH–|e tem só a contribuição de H2O, é

|OH–|e= x
pelo que
|OH–|e · |H3O+|e = x × (1,0 × 10 –8 + x) = 1,0 × 10 –14
e
x2 + 1,0 × 10 –8 x – 1,0 × 10 –14 = 0

Por resolução da equação do 2.o grau, vem

x = |OH–|e = 9,52 × 10–8


e
|H3O+|e = 1,05 × 10 –7
logo,
pH = 6,98

(A outra solução, x = –1,05 × 10–7, não tem significado, pois conduziria a um número negativo de moles
de OH– em equilíbrio.)
Terá de ser efectuado idêntico tratamento com soluções muito diluídas de bases fortes e com soluções
de ácidos ou bases muito fracos.
31

«Degrau» na curva de titulação


Tome-se o exemplo da titulação de 50,0 cm3 de KOH (aq) 0,020 mol dm–3 com HCl (aq) 0,100 mol dm–3,
em que se pretende conhecer o valor de pH quando se adiciona sucessivamente: 2, 10 e 12 cm3 de ácido.

1. 0 cm3 de HCl (aq) adicionado


Kw = |H3O+| |OH–|  |H3O+| = Kw / |OH–| = 1,0 × 10 –14/0,0200 = 5,30 × 10 –13
pH = –log |H3O+| = –log (5,30 × 10 –13) = 12,3

2. 2,00 cm3 de HCl (aq) adicionado


A adição de HCl vai fazer com que se consumam iões OH–, deslocando a reacção no sentido da forma-
ção do sal, cloreto de potássio.
A equação química inerente a esta reacção é:
HCl (aq) + KOH (aq) u KCl (aq) + H2O (l)
com a reacção iónica a ser descrita por:
H3O+ (aq) + OH– (aq) u 2 H2O (l)
Importará, pois, conhecer a quantidade (em mol) de OH– presente no titulado e a quantidade de H3O+
adicionada.
n(OH–) = 0,020 mol dm–3 × 0,0500 dm3 = 1,00 × 10 –3 mol
n(H3O+) = 0,1000 mol dm–3 × 0,00200 dm3 = 2,00 × 10 –4 mol
pelo que, graças a
H3O+ (aq) + OH– (aq) u 2 H2O (l)
a concentração de OH– na solução será:
[OH–] = (1,00 × 10 –3 – 2,00 × 10–4) mol/(0,0500 + 0,00200) dm3 = 1,54 × 10 –2 mol dm–3
e
|H3O+| = 1,0 × 10 –14/ 1,54 × 10 –2 = 6,49 × 10 –13
pH = –log |H3O+| = –log (6,49 × 10 –13) = 12,2

3. 10,0 cm3 de HCl (aq) adicionado


Agora, têm-se as seguintes quantidades:
n(OH–) = 0,0200 mol dm–3 × 0,0500 dm3 = 1,00 × 10 –3 mol
n(H3O+) = 0,1000 mol dm–3 × 0,0100 dm3 = 1,00 × 10 –3 mol
o que corresponde a equivalência em
H3O+ (aq) + OH– (aq) u 2 H2O (l)
e
|OH–| = |H3O+|
Logo, pH = 7,00

4. 12,0 cm3 de HCl (aq) adicionado


À semelhança do cálculo 2:
n(OH–) = 0,0200 mol dm–3 × 0,0500 dm3 = 1,00 × 10 –3 mol
n(H3O+) = 0,1000 mol dm–3 × 0,0120 dm3 = 1,20 × 10 –3 mol
32 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

de onde se conclui que n (OH–) < n (H3O+) em

H3O+ (aq) + OH– (aq) u 2 H2O (l)


sendo
[H3O+] = (1,20 × 10 –3 – 1,00 × 10 –3) mol/(0,0500 + 0,0120) dm3 = 3,23 × 10–3 mol dm–3
e
pH = –log |H3O+| = –log(3,23 × 10 –3) = 2,50

Calculando o valor de pH para outros volumes de titulante (adicionados) podemos construir uma curva de
pH, em forma de degrau, reflectindo a brusca descida de |OH–| (e subida de |H3O+|) na passagem pelo ponto
de equivalência, contrariamente ao que sucede antes e depois (efeito tampão para soluções muito ácidas ou
muito básicas).
Notar-se-á que não só a variação de |OH–| (ou de |H3O+|) não é linear, como o pH implica a função loga-
ritmo, pelo que nunca se poderia esperar um comportamento linear.

Texto complementar 13

Palavras-chave: indicadores de pH, medidor de pH, eléctrodo de vidro.

Uma indicação aproximada do pH de uma solução pode obter-se utilizando certas substâncias cuja cor
depende da acidez do meio a que são adicionadas. Estes indicadores de pH são, eles próprios, soluções de
ácidos ou bases fracos, sujeitos a um equilíbrio que se pode representar por

1
HInd + H2O u
2
Ind– + H3O+

e em que a cor da forma ácida HInd difere da cor da respectiva base conjugada Ind–. Conforme a acidez do
meio, assim predomina a forma ácida e a respectiva cor, ou a forma básica e a sua cor. Em meio ácido (elevada
[H3O+]), o equilíbrio acima é deslocado no sentido 1, predominando então a cor de HInd; em meio alcalino
(baixa [H3O+]), o equilíbrio é deslocado no sentido 2, obtendo-se a cor característica de Ind–.

A indicação do valor de pH de uma solução pode obter-se recorrendo


ao chamado «eléctrodo de vidro». Este é, essencialmente, uma pequena
ampola de vidro, que contém uma solução de pH constante e que se
mergulha na solução de pH a conhecer; o potencial de um fio de platina
nele integrado é uma função do pH da solução. O eléctrodo de vidro e
o eléctrodo de calomelanos (ou de Ag/AgCl) de referência surgem,
modernamente, na forma de um eléctrodo combinado, como mostra a
figura 9. Existem outros eléctrodos sensíveis à concentração de espécies
em solução além de H3O+, tais como Na+, Ca2+, NH4+ , CN–. Fio de platina

KCl (aq)
Eléctrodo de referência
(Ag/AgCl)
Solução tampão
Membrana de vidro

Fig. 9 Eléctrodo combinado para deter-


minação potenciométrica de pH.
33

Texto complementar 14

Palavras-chave: equação dos gases em condições não ideais, volume excluído, intensidade das forças de atracção
entre as moléculas.

A equação p V = n R T verifica-se em condições em que o gás se comporta praticamente como um gás


ideal. Para maior número de moléculas por unidade de volume (portanto, maiores pressões) ou para tempera-
turas mais baixas (próximas da temperatura de liquefacção), o volume molecular passa a não ser desprezável
em relação ao volume ocupado pela amostra gasosa e as forças de coesão intermolecular passam a adquirir
maior importância.

Assim, por um lado, é necessário ter em conta que o volume à disposição de cada molécula não é o volume V
do vaso que contém o gás, mas inferior, isto é, V – nb, onde n é a quantidade (em mol) de gás e b o chamado
«volume excluído» por mole, característico de cada espécie gasosa. O valor de b será evidentemente tanto
maior quanto maior for o tamanho efectivo das moléculas; assim, para CO2 será maior do que para H2. Com
esta correcção, a equação dos gases ideais dá origem a

p (V – nb) = n R T

Outra correcção resulta das forças de atracção entre as moléculas, as quais diminuem a violência do res-
pectivo choque com a parede do vaso e, consequentemente, a pressão. Assim, a pressão real será inferior ao
valor teórico previsto pela equação dos gases ideais ou pela equação acima, as quais supõem nulas as interac-
ções entre moléculas. O valor teórico p na equação acima deverá então ser substituído pela pressão real acres-
cida duma correcção positiva. Tem-se, então, a seguinte equação:

(p + an 2/V 2) (V – nb) = n R T

que foi primeiro obtida por Van der Waals (1873). O parâmetro a é característico de cada gás e reflecte a
intensidade das forças de atracção entre as moléculas.
As constantes a e b podem ser determinadas experimentalmente a partir de dados de p, V e T. A tabela
seguinte inclui valores a e b para alguns gases.

a / atm dm6 mol–2 b / dm3 mol–1

H2 0,244 0,0266

N2 1,390 0,0391

O2 1,360 0,0318

CO2 3,590 0,0427

H2O 5,460 0,0305

É de notar o maior valor de a para H2O e CO2, em conformidade com forças intermoleculares mais intensas
(ligações de hidrogénio no primeiro caso, forças de London no segundo).
34 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Texto complementar 15

Palavras-chave: derivados halogenados de hidrocarbonetos, camada de ozono.

Muitos dos compostos orgânicos constituídos por outros elementos além de C e H podem considerar-se
derivados de hidrocarbonetos por substituição de átomos H por outros átomos ou grupos de átomos.
Eis alguns exemplos com átomos de halogéneos em derivados do metano, CH4, e do eteno, C2H4:

CH3Cl CH2Cl2 CHCl3 CCl4


clorometano diclorometano triclorometano tetraclorometano
(cloreto de metilo) (clorofórmio) (tetracloreto
de carbono)

CCl2F2 CCl3F CBrClF2


diclorodifluorometano triclorofluorometano bromoclorodifluorometano
(freon-12) (freon-11) (halon-1211)

Cl H Cl Cl
CH2 = CHCl CH2 = CCl2 C C C C

cloroeteno 1,1-dicloroeteno H Cl H H
(cloreto de vinilo)
trans-1,2-dicloroeteno cis-1,2-dicloroeteno

O cloroeteno ou cloreto de vinilo é importante no fabrico de plásticos. O triclorofluorometano (freon-11)


e o diclorodifluorometano (freon-12) têm sido utilizados como agentes de refrigeração em frigoríficos e em
unidades de ar condicionado e como gases propulsores em sprays. São exemplos dos chamados CFC (cloro-
fluorcarbonetos), considerados, em parte, responsáveis pela rarefacção da camada de ozono na estratosfera.
O halon-1211 é utilizado em extintores de incêndio portáteis. O clorofórmio e o tetracloreto de carbono são
solventes importantes.
35

Texto complementar 16

Palavras-chave: moléculas diatómicas, moléculas poliatómicas, energia de ligação, energia de atomização,


energia de dissociação.

No caso de moléculas diatómicas, a energia de ligação identifica-se com a energia de dissociação da molé-
cula em átomos, ou energia de atomização:

[Energia de atomização = energia de dissociação = energia de ligação XY] + XY (g) d X (g) + Y (g)

Já o mesmo não acontece no caso de moléculas poliatómicas. Por exemplo, em H2O, a energia de ligação
OH define-se como metade da energia necessária à atomização de 1 mol de moléculas H2O:
[Energia de atomização = 2 × energia de ligação OH] + H2O (g) d O (g) + 2 H (g)
e o correspondente valor experimental é 924/2 = 462 kJ mol –1.
Esta reacção pode supor-se a soma de
494 kJ + H2O (g) d HO (g) + H (g)
430 kJ + HO (g) d H (g) + O (g)
A primeira destas duas equações é a que permite definir a energia de dissociação OH, na molécula H2O,
como sendo de 494 kJ mol –1. Verifica-se, pois, que a diferença entre a energia de ligação OH e a energia
de dissociação OH em H2O decorre do facto de a ligação oxigénio-hidrogénio ser ligeiramente diferente nas
espécies OH e H2O, como os valores 494 kJ mol –1 e 430 kJ mol –1 acima indicados revelam.

Numa molécula em que haja mais do que um tipo de ligação, a energia de atomização é igual à soma das
energias de todas as ligações.

Texto complementar 17

Palavras-chave: orbitais híbridas.

Existe uma correlação entre a geometria das moléculas e as orbitais híbridas apropriadas à definição
de «orbitais» moleculares quase-localizadas. Partimos da geometria conhecida para, eventualmente, caracteri-
zar essas orbitais híbridas, acaso se veja vantagem em substituir o conjunto inicial de O.M. canónicas ␺i por
um conjunto de «orbitais» moleculares (quase) localizadas ␹i. Dado que esta substituição – meramente mate-
mática – não altera a função de onda ␺, não é legítimo pensar na hibridização de O.A. como se fosse um fenó-
meno físico. Nem existe uma relação de causa-efeito entre hibridização e geometria molecular. Pelo contrário,
é até a partir da geometria que, se necessário, se definem matematicamente (sem consequências físicas) as
orbitais híbridas.

Deste modo, são incorrectas afirmações, que ainda persistem, do género «A molécula de metano tem geo-
metria tetraédrica, porque o átomo C tem hibridização sp 3.», ou «A hibridização sp conduz a ligações linea-
res.», ou «O ião [Cr(NH3)6]3+ é octaédrico devido à hibridização d 2sp 3 do átomo de crómio.», etc. O que
se pode dizer é, por exemplo, que acaso se deseje definir «orbitais» moleculares (quase) localizadas para CH4,
então elas envolvem orbitais híbridas sp 3 do átomo C. Qualquer cálculo sobre CH4, baseado em orbitais 1s
de H e 2s e 2p de C, conduz exactamente à mesma função de onda ⌿ e , portanto, à mesma energia, aos mes-
mos parâmetros geométricos ou qualquer propriedade molecular, quer se utilizem as O.M. canónicas ␺i como
combinações lineares dessas O.A., quer se utilizem as «orbitais» ␹i como base, desde que se incluam – como
se deve, em geral – as interacções residuais entre estas.
36 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Assim, mesmo que se considerem 3 orbitais sp 2 de C e uma p, duas sp e duas p, etc., como conjunto
de orbitais atómicas de base, o resultado é o mesmo. Inclusive, a determinação das combinações lineares de
orbitais híbridas e outras, com o mesmo nível de aproximação, conduz ao mesmo conjunto de O.M. canó-
nicas, quando nas expressões destas se «desdobra» cada orbital híbrida nas suas componentes s e p.

É só na medida em que as interacções residuais entre ␹i e ␹j sejam ignoradas que a hibridização de O.A.
parece influenciar e, assim, parece explicar certas propriedades moleculares. E isto é assim, quer na teoria das
orbitais moleculares, quer na teoria das ligações de valência. Acontece, porém que a consideração de tais interac-
ções é mais díficil na teoria das ligações de valência, em cujo âmbito o conceito de orbital híbrida nasceu.
Um tratamento completo por esta teoria da estrutura de CH4, por exemplo, isto é, com inclusão de fórmulas
menos tradicionais na ressonância (e que reproduzam as interacções residuais entre funções quase-localizadas),
conduz aos mesmos resultados, quaisquer que sejam as orbitais atómicas de base utilizadas.

Para alguns efeitos, contudo, ignorar aquelas interacções residuais não tem consequência significativa.
Por isso, podemos comparar ligações C – H, C – C, O – H, etc., em múltiplos compostos, e interpretar, por
exemplo, momentos dipolares. No entanto, existem situações em que, pelo contrário, as interacções residuais
entre «orbitais» localizadas são decisivas. Por exemplo, ignorar tais interacções levaria a prever igual energia
para os oito electrões das ligações C – H do metano, quando, na verdade, a respectiva configuração electróni-
ca implica a existência de dois electrões com uma certa energia e seis electrões com outra, superior.

Texto complementar 18

Palavras-chave: isomeria óptica, enantiomeria, centro quiral, mistura racémica.

A diferença entre dois isómeros pode ser bastante mais subtil do que nos exemplos considerados no
manual. Por exemplo, são conhecidas duas formas de ácido láctico, CH3 – CH(OH) – CO2H, cujas estruturas
estão relacionadas como o estão um objecto e a respectiva imagem num espelho plano:

OH HO

C C

H3C CO2H HO2C CH3


H H

Dentro da estereoisomeria, este último exemplo é um caso de isomeria óptica ou enantiomeria. Pode veri-
ficar-se que as duas formas não são totalmente sobreponíveis: uma está para a outra como uma luva da mão
direita está para a luva da mão esquerda.

Propriedades físicas como o ponto de fusão, a densidade, a solubilidade e outras, são idênticas para os
dois enantiómeros. Porém, eles comportam-se de modo diferente quando são atravessados por luz polarizada:
um desvia o plano de polarização da luz para a direita – isómero D, ou forma dextrógira – e outro para a
esquerda – isómero L, ou forma levógira. Esta é uma segunda razão para se falar de isomeria óptica.

Sempre que haja um átomo C ligado a 4 átomos, ou grupos de átomos, diferentes – átomo C como centro
quiral, *C – é possível a isomeria óptica (mas não apenas nesses casos). É o que sucede, designadamente, com
os açúcares e com os aminoácidos, como por exemplo a alanina: CH3 – *CH(NH2) – CO2H. As proteínas dos
seres humanos são constituídas apenas por aminoácidos L.
37

Nas interacções ou reacções com outras moléculas quirais, os enantiómeros D e L comportam-se de forma
diferente, tal como uma luva direita se ajusta à mão direita, mas não à mão esquerda. Daqui decorrem algu-
mas propriedades diferentes. Por exemplo, os aminoácidos D são doces, ao passo que os aminoácidos L são
amargos ou insípidos. Igualmente, as formas D e L de certos compostos diferem no cheiro.

H 3C
Por exemplo, uma das formas de limoneno é responsável pelo aroma C CH3
das laranjas e a outra pelo dos limões. H2C

Limoneno

No caso de muitos medicamentos, em regra, só uma das formas D ou L H


é farmacologicamente activa. Em 1963, um exemplo trágico chamou a O N O
atenção para a necessidade de testar, separadamente, os dois enantiómeros O

de cada medicamento quiral: tratou-se da administração de talidomida a H H C


H N
mulheres grávidas, que provocou grandes malformações nos bebés. É que, H H C
enquanto um dos enantiómeros combate o enjoo, o outro é extremamente O
tóxico para o feto. Talidomida

Em alguns casos, porém, não há diferença significativa na actuação dos dois enantiómeros de um composto,
pelo que se pode utilizar a mistura dos isómeros D e L: mistura racémica.

Texto complementar 19

Palavras-chave: radiações ultravioleta, protecção solar, factor de protecção solar.

As radiações ultravioleta provocam bronzeamento, mas, em excesso, conduzem a cataratas e ao cancro


da pele (melanoma). Podem considerar-se três categorias de radiações UV emitidas pelo Sol:

UV-C UV-B UV-A


UV longínquo UV médio UV próximo

200 290 320 400 nm

As radiações UV-C, de maior energia, e, em parte, as radiações UV-B, são absorvidas pelo oxigénio e pelo
ozono da estratosfera:

h␯ h␯
O2 d 2 O O3 d O + O2
␭  242 nm ␭  320 nm

Mas à superfície da Terra ainda chegam parte das radiações UV-B e as UV-A. Estas últimas penetram até
à derme da pele e aquelas até à epiderme. As radiações UV-A oxidam a melanina da pele, convertendo-a
numa forma castanha, responsável pelo bronzeamento da pele. Este surge rapidamente, mas também desa-
parece rapidamente. Penetrando na derme, tais radiações afectam as proteínas e conduzem ao enrugamento
da pele.
38 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

As radiações UV-B produzem um bronzeamento mais duradouro, gra-


ças à formação de melanina em maior quantidade (a partir do aminoácido HO CH2 C CO2H

tirosina, que é objecto de oxidação). NH2

Tirosina

Uma exposição excessiva a radiações UV-B pode produzir queimaduras e, eventualmente, cancro. Os pro-
tectores solares destinam-se a permitir o bronzeamento duradouro pelas radiações UV-B sem queimaduras ou
outros riscos maiores. Embora haja protectores solares que actuam difundindo as radiações UV – por exem-
plo, óxido de zinco, ZnO, e óxido de titânio, TiO2 –, os cremes mais utilizados são concebidos de forma a
absorverem UV-A e UV-B. Esta absorção excita electrões e o excesso de energia é, depois, ou convertido
totalmente em energia cinética corpuscular (aumento de temperatura), ou apenas parcialmente, seguindo-se
a emissão de radiações de menor energia (fluorescência ou fosforescência), já inofensivas para a pele.

Os filtros solares não são aplicados sozinhos, mas misturados com um creme, loção ou gel. A sua acção
protectora é caracterizada pelo factor de protecção solar, que se define pela razão entre os tempos mínimos
para obter eritema ou vermelhidão, com e sem protector solar. Um factor de protecção 6, por exemplo, signi-
fica que se pode estar seis vezes mais tempo exposto ao Sol do que sem protector, para um mesmo efeito.
Permanecer na sombra de um guarda-sol, ou entrar na água, apenas parcialmente protege das radiações ultra-
violeta. Na verdade, a areia reflecte as radiações UV em mais de 50%, mesmo à sombra, e a água deixa-se
atravessar por elas até uma profundidade de 1 metro.

Texto complementar 20

Palavras-chave: descoberta da radioactividade.

Inspirado pelos trabalhos de Röntgen sobre os chamados «raios catódicos», capazes de produzir fenómenos
de fosforescência, e que em 1895 culminaram na descoberta (em larga medida acidental) dos raios X, Henri
Becquerel, professor de Física na Escola Politécnica de Paris, pensou que certas substâncias, que se tornavam
fosforescentes depois de sujeitas à luz, poderiam também emitir radiações penetrantes como os raios X.

Para testar esta hipótese, Becquerel escolheu um cristal de um composto de urânio que colocou à luz
do Sol, sobre uma chapa fotográfica devidamente embrulhada em papel preto (para não ser impressionada
pela luz). Correspondendo às suas expectativas, a revelação da chapa mostrou uma imagem do cristal.
Era, porém, preciso repetir e confirmar a experiência. Aconteceu, no entanto, que durante vários dias o
tempo esteve encoberto e Becquerel guardou a montagem numa gaveta.

Dias depois, ao revelar a chapa guardada na gaveta e esperando obter uma imagem muito fraca, verificou,
com surpresa, que a imagem obtida era tão nítida como as primeiras, obtidas com o cristal ao Sol. Nesta altura,
Becquerel reconheceu que a sua hipótese anterior estava errada. Não era a fosforescência produzida no cristal
pela luz solar que impressionava a chapa fotográfica, mas radiações, até aí desconhecidas, provenientes dos
átomos de urânio.

Estudando outros compostos e minérios de urânio, verificou que um determinado minério – pecheblenda –
produzia mais radiações do que o esperado pelo seu teor em urânio. Becquerel logo pensou que o minério de
urânio teria outros átomos responsáveis por esta diferença. Os seus colaboradores Marie e Pierre Curie viriam
a descobrir esses novos átomos, a que chamaram polónio e rádio. Entretanto, ao fenómeno descoberto por
Becquerel passou a chamar-se radioactividade.
39

Texto complementar 21
Palavras-chave: os 20 aminoácidos que intervêm na maior parte das proteínas.

Eis as fórmulas e nomes (e respectivas abreviaturas) dos 20 aminoácidos que intervêm na maior parte das
proteínas: H

H H 2N C COOH

H H H2N C COOH CH2

H2 N C COOH H2N C COOH CH CH

H CH3 H3C CH3 H3C CH3

Glicina (Gly) Alanina (Ala) Valina (Val) Leucina (Leu)

H H

H2N C COOH
H H 2N C COOH H
CH2 HN C COOH
H2N C COOH CH2
CH2 H2C CH2
CH

H3C CH2CH3 CONH2 CH2

Isoleucina (Ileu) Fenilalanina (Phe) Glutamina (Gln) Prolina (Pro)

H H2N C COOH H

H2N C COOH CH2 H2N C COOH

CH2 CH2 CH2

COOH COOH OH

Ácido aspártico (Asp) Ácido glutâmico (Glu) Serina (Ser)

H
H
H2N C COOH
H H2N C COOH H CH2

H2N C COOH CH2


H2N C COOH

H C OH CH2 CH2

CH3 S CH3 SH OH

Treonina (Thr) Metionina (Met) Cisteína (Cys) Tirosina (Tyr)

H H2N C COOH
H
H H
CH2
H2 N C COOH
H2N C COOH
H2N C COOH H2N C COOH
CH2
(CH2)3
(CH2)4 CH2
NH N
HN C HN N
NH2 NH2 H CONH2

Lisina (Lys) Arginina (Arg) Histidina (His) Triptofano (Trp) Asparagina (Asn)
40 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Texto complementar 22

Palavras-chave: função de estado, variação de entalpia.

Observe-se o exemplo seguinte, em que se calcula H para a reacção

(eq. 3) 2 C (s) + O2 (g) d 2 CO (g) H3 = ?

a partir de

(eq. 1) C (s) + O2 (g) d CO2 (g) H1 = –394 kJ


(eq. 2) 2 CO (g) + O2 (g) d 2 CO2 (g) H2 = –566 kJ

Bastará atentar nas definições de H1 , H2 e H3

H1 = H (CO2) – [H (C) + H (O2)]


H2 = 2H (CO2) – [2H (CO) + H (O2)]
H3 = 2H (CO) – [2H (C) + H (O2)]

para logo concluir que H3 = 2 H1 – H2

isto é, H3 = (– 2 × 394 + 566) kJ = –222 kJ

A explicação desta aditividade de entalpias de reacção decorre directamente da definição de H como

H = Hprodutos – Hreagentes

isto é, do reconhecimento da função entalpia como função de estado.

A relação acima é equivalente à relação entre as equações químicas respectivas:

eq. 3 = 2 × eq. 1 – eq. 2

como se vê a seguir:

2 C (s) + 2 O2 (g) d 2 CO2 (g)


– 2 CO (g) + O2 (g) d 2 CO2 (g)
2 C (s) + O2 (g) d 2 CO (g)
41

Texto complementar 23

Palavras-chave: química verde, princípios.

A «química verde» é a designação atribuída ao desenvolvimento de produtos e processos químicos que


reduzem ou eliminam o uso e a formação de substâncias perigosas. Em 2000, Daryle Busch, presidente
da Sociedade Americana de Química, afirmou que «A química verde representa os pilares que manterão o
nosso futuro sustentável. É imperativo que se ensine o valor da química verde aos químicos do amanhã.»
Existem doze princípios que auxiliam a avaliação de quão verde é um produto, uma reacção ou um pro-
cesso químico:

1. É melhor prevenir a formação de resíduos do que ter de tratá-los, depois de se terem criado, para elimi-
nar as suas propriedades tóxicas.
2. Os métodos sintéticos devem ser planificados de modo a maximizar a incorporação no produto final
de todas as substâncias usadas ao longo do processo.
3. Sempre que possível, os métodos sintéticos devem ser planificados de modo a usar e produzir substân-
cias não tóxicas (ou pouco tóxicas) para a saúde humana e a ecosfera.
4. Os produtos químicos devem ser planificados a nível molecular de modo a cumprir as funções dese-
jadas e a minimizar a sua toxicidade.
5. O uso de substâncias auxiliares (solventes, agentes para promover separações, etc.) deve ser evitado
sempre que possível; quando usados, esses agentes devem ser inócuos.
6. Devem reconhecer-se os impactos económicos e ambientais dos requisitos energéticos dos processos
químicos e minimizá-los; quando possível, os métodos sintéticos devem ser realizados à temperatura
e pressão ambientais ou próximas destas.
7. Sempre que for técnica e economicamente praticável, devem usar-se matérias-primas e recursos reno-
váveis de preferência a não renováveis.
8. Devem minimizar-se ou, se possível, evitar derivações (uso de grupos bloqueadores, de passos de pro-
tecção/desprotecção, e de modificações temporárias na molécula para permitir processos físico-químicos),
porque tais etapas requerem reagentes adicionais e podem produzir resíduos.
9. Devem preferir-se reagentes catalíticos (tão selectivos quanto possível) a reagentes estequiométricos.
10. Os produtos químicos devem ser planificados a nível molecular de modo que no fim do seu uso não
persistam no ambiente e se decomponham em produtos de degradação inócuos.
11. Devem ser usados métodos analíticos que permitam monitorização directa dos processos de fabrico em
tempo real e controlo precoce da formação de substâncias perigosas.
12. As substâncias usadas e as formas da sua utilização nos processos químicos de fabrico devem minimizar
o potencial de ocorrência de acidentes químicos tais como fugas, explosões e incêndios.

in revista Química (2004), n.° 95


42 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Unidade 3

Texto complementar 24

Palavras-chave: polímero, fabrico de objectos plásticos.

Existem vários processos de fabrico de objectos de plástico ou de borracha: extrusão, injecção, rotomolda-
gem, sopro, etc. A máquina comum que processa polímeros é a extrusora de rosca. Fundamentalmente, trata-
-se de um tubo rígido em cujo interior gira uma rosca. Numa das extremidades do tubo introduz-se
o polímero. Quando a rosca roda, esta impele o polímero, submetendo-o a forte atrito e, consequentemente,
levando ao seu aquecimento (efeito Joule), com transformação numa massa viscosa, adequada agora a ser
transformada em tubos, etc., ou injectada em moldes. Para obter peças de grandes dimensões, como cascos de
barcos, recorre-se à rotomoldagem. Trata-se de uma técnica que se assemelha à usada para fazer ovos de Pás-
coa (chocolate). Coloca-se o plástico num molde que pode ser aberto e separado em duas partes, e que se
aquece e se faz rodar. A matéria aquecida toma a forma do molde, que é depois arrefecido e aberto para reti-
rar o plástico endurecido com a forma do molde. Já o fabrico de sacos, filmes e garrafas, pode ser compreen-
dido com base no princípio que leva à formação das conhecidas «bolas» de pastilha elástica ou bolas de
sabão – o sopro. Por isso, para o fabrico destes materiais utilizam-se máquinas de sopro.

6. Apoio complementar à componente laboratorial


A componente laboratorial da disciplina de Química do 12.° ano apresenta um aprofundamento conside-
rável relativamente ao que se propôs para a componente de Química dos dois anos anteriores. Tal aprofunda-
mento diz respeito não só aos conteúdos de ensino tratados, mas, sobretudo, aos processos e técnicas
analíticas usados.
Tal como em anos anteriores, os objectivos e conteúdos de ensino articulam-se com os do Programa, ainda
que em algumas situações existam objectivos e conteúdos que são muito próprios das actividades laborato-
riais. Por outro lado, surge como novidade a possibilidade de se realizarem trabalhos opcionais.
Nesta parte do Caderno de Apoio ao Professor fornecem-se algumas orientações complementares relativas
à organização e exploração dos trabalhos laboratoriais propostos no manual.

6.1 Directrizes e sugestões para a componente laboratorial


As Actividades Laboratoriais de 12 Q foram concebidas tendo por matriz o Programa de Química 12.°
ano e a sua orientação e organização estão de acordo com o que já tínhamos proposto para 10 Q e 11 Q.
Relativamente aos trabalhos laboratoriais propriamente ditos, seguimos a mesma tipologia usada anteriormente.
Esta tipologia, desenvolvida com base nas propostas de Watson et al., 1999, propõe cinco categorias de
pesquisa laboratorial, isto é, práticas educativas de natureza investigativa realizadas no laboratório. O formato
de pesquisa permite diversificar e aprofundar o tipo de competências a desenvolver através da componente
prático-laboratorial obrigatória. Procura-se, desta forma, que os conhecimentos e competências desenvol-
vidos pelos alunos se aproximem mais das necessidades da actividade científica e tecnológica real.
43

O quadro seguinte define as cinco categorias propostas de pesquisa laboratorial. A mais conhecida será,
porventura, a de trabalho experimental, entendido aqui no sentido didáctico do termo, isto é, como trabalho
prático no qual existe a manipulação e controlo de variáveis. Na última coluna do quadro distribuímos as
actividades laboratoriais existentes no manual 12 Q, de acordo com a tipologia proposta.

Designação Natureza do trabalho Exemplos

Controlar ou manipular variáveis para verificar os efeitos


Trabalho experimental A.L. 1.3, A.L. 1.7, A.L. 3.3
sobre outras variáveis.

Identificação/classificação/ Utilizar testes, tipologias ou chaves dicotómicas para A.L. 1.1, A.L. 1.4, A.L. 1.5, A.L. 3.1,
quantificação classificar, identificar ou quantificar. A.L. 3.2

Recolher e estudar conjuntos de dados para encontrar A.L. 1.3, A.L. 2.2, A.L. 2.4, A.L. 2.5,
Pesquisa de padrões
possíveis relações entre eles. A.L. 3.3

Aprofundar conhecimentos sobre determinada realida- A.L. 1.2, A.L. 1.5, A.L. 1.6, A.L. 2.2,
Exploração
de para colocar questões científicas. A.L. 2.3, A.L. 3.1, A.L. 3.4

Modelação Criar uma simulação que permita realizar previsões. A.L. 2.1

Conceber materiais ou equipamentos com determina-


Produção de materiais/artefactos A.L. 3.3, A.L. 3.5, A.L. 3.6
das propriedades ou funções.

Nos parágrafos seguintes descrevemos de forma resumida as diferentes actividades que constam no Pro-
grama.

A.L. 1.1 Composição de uma liga metálica (opcional)

Nesta actividade laboratorial optámos por aprofundar a análise qualitativa, nomeadamente no que respeita
ao uso em conjugação com técnicas de separação. Deixámos para mais tarde a abordagem das diversas técnicas
de análise quantitativa.
Pareceu-nos interessante centrar o desenvolvimento desta actividade na análise de ligas usadas em moedas.
Esta opção tem algumas vantagens:
– as ligas metálicas usadas em moedas são fixas e bem conhecidas, o que facilita a análise e interpretação
dos resultados obtidos;
– limita a análise aos metais que são mais frequentes em moedas, o que permite diminuir a variedade dos
reagentes e técnicas analíticas necessárias.

O trabalho laboratorial proposto, «Separar para detectar», pode adquirir o formato de uma pesquisa labo-
ratorial, do tipo identificação/classificação. Para isso, é necessário fornecer aos alunos amostras desconhecidas.
Caberá aos alunos usar a marcha de análise proposta para desvendar a origem da liga que lhes foi fornecida.
Este tipo de trabalho é particularmente motivador para os alunos pelo «mistério» que comporta, pela dificul-
dade do obstáculo e pela clareza do objectivo.
A marcha geral de análise que se propõe foi especialmente concebida para moedas e permite detectar os
metais Sn, Pb, Cu, Ni, Zn, Fe e Al. O procedimento considera o uso de centrifugação na separação de preci-
pitados. Incluímos uma caixa técnica «Centrifugação», na qual se mostram as principais vantagens desta téc-
nica de separação. Os aquecimentos deverão ser feitos sempre em banho de água (70 a 90 oC). Os ensaios
realizados sobre papel de filtro podem ser plastificados (com película autocolante) e incluídos em relatórios
ou noutros trabalhos escritos.
44 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

No texto de introdução da actividade laboratorial refere-se a composição de várias moedas. Podemos aqui
acrescentar que as moedas de 1 euro têm a coroa em latão e níquel. O interior é constituído por três camadas:
cuproníquel, níquel e cuproníquel. As moedas de 2 euros têm o anel exterior em cuproníquel, sendo o interior
constituído por várias camadas que incluem latão e níquel. Nas antigas moedas de 100 escudos, o anel era em
cuproníquel e o interior em latão com 1% de níquel. As moedas de 200 escudos tinham o interior em cupro-
níquel e o anel em latão com 1% de níquel.
Nesta actividade laboratorial usa-se um conjunto vasto de substâncias, algumas das quais são perigosas por
serem corrosivas, nocivas ou mesmo tóxicas. Há, por isso, que eliminar os resíduos convenientemente.
No quadro seguinte resume-se a forma mais adequada de eliminar resíduos.

Resíduo «Separar para detectar» Perigo Eliminação

Cobrir o resíduo com enxofre em pó e aguardar alguns


Mercúrio 5. e 14. Tóxico minutos (forma-se sulfureto de mercúrio, que é insolúvel
em água). Eliminar para aterro.

Passar todo o material contaminado por uma tina com


Cobre 15. Tóxico água onde está uma folha de alumínio. O Al e Cu2+ rea-
gem, originando Al3+ e Cu. Eliminar para aterro.

Tratar com solução de metassilicato de sódio (NaSiO3)


Chumbo 9. Tóxico para que precipite silicato de chumbo. Eliminar para
aterro.

Tratar com solução de hidróxido de sódio. Eliminar para


Níquel 13. Nocivo
aterro.

Os restantes resíduos poderão ser eliminados por diluição. Note-se que é essencial que os ensaios sejam
feitos em pequena escala, de forma a minorar o impacto ambiental provocado pela eliminação de resíduos.

A.L. 1.2 Um ciclo do cobre


Nesta actividade propõe-se o trabalho «De cobre a cobre», um ciclo do cobre que constitui uma oportuni-
dade para recordar os vários tipos de reacções químicas. Pode ser explorada como uma pesquisa laboratorial
do tipo exploração, já que é muito abrangente nos conceitos e processos usados.
Recorde-se que o uso mais comum do cobre é a produção de fios condutores de electricidade, onde é fun-
damental que a pureza seja elevada, para garantir a condutividade característica deste metal. Para além
da aplicação na área da electricidade, o cobre é também utilizado no fabrico de tubos, chapas, etc. Nestes
casos, não é necessário que tenha um grau de pureza tão elevada.
A partir de sucata de cobre pode obter-se cobre de boa qualidade por simples fusão, desde que sejam
eliminados os detritos antes da fundição.
É importante valorizar a dimensão ambiental, relacionada com a reciclagem de metais. Neste sentido,
importa também alertar para a necessidade de recuperar e eliminar convenientemente os resíduos. Note-se
que a vantagem da reciclagem do cobre é também energética, já que exige cinco a sete vezes menos energia do
que o processamento do minério.
45

A.L. 1.3 Corrosão e protecção de metais (opcional)

Nesta actividade laboratorial estudar-se-ão, num primeiro trabalho, «Agressões ambientais ao ferro», os
factores ambientais que potenciam mais a corrosão e, num segundo, «Cuidar do ferro», o efeito do contacto
com outros metais, na corrosão de peças de ferro, bem como a influência de defeitos na superfície na corro-
são do ferro.
O trabalho está desenvolvido como pesquisa laboratorial do tipo trabalho experimental (isto é, com con-
trolo de variáveis). Contudo, tem também uma importante componente de pesquisa de padrões, neste caso
dizendo respeito à corrosão do ferro.
Recomenda-se o recurso ao trabalho em pequena escala, não só pela diminuição de custos que comporta,
mas também por permitir desenvolver competências técnicas mais actuais.
A utilização do indicador de ferroxil permitirá avaliar melhor a progressão da corrosão. Para isso,
prepare-se uma solução de 5 g de hexacianoferrato (III) de potássio, K3[Fe(CN)6], (também conhecido por
ferricianeto de potássio) e 0,5 g de fenolftaleína em 1,0 dm3 de água destilada, com agitação vigorosa.
O indicador de ferroxil pode ser usado num meio gelatinoso, evitando, deste modo, a difusão da cor a partir
das zonas onde surge a corrosão. Para preparar o gel indicador de ferroxil misture, a 50 cm3 de água destilada,
1,0 g de ágar-ágar, 10 cm3 de solução 0,1 mol dm–3 de hexacianoferrato (III) de potássio, K3[Fe(CN)6],
e 10 gotas de solução de fenolftaleína. Aquece-se a mistura até que todo o ágar-ágar se dissolva e distribui-se
por caixas de Petri.
Na exploração da actividade podem realçar-se os aspectos económicos, nomeadamente no que respeita a
prejuízos causados pela corrosão, bem como a importância do conhecimento científico e tecnológico na cons-
trução de soluções para este problema.

A.L. 1.4 Determinação de Ca2+ e Mg2+ em alimentos por formação de iões


complexos (opcional)
A determinação de cálcio e magnésio no leite é feita com recurso a uma titulação de retorno, ao mesmo
tempo que se procura evidenciar a importância destes dois metais na saúde humana. Exploram-se alguns con-
ceitos-chave para a compreensão do trabalho laboratorial, nomeadamente os de titulação complexiométrica,
indicador de complexação e titulação de retorno. O trabalho «Cálcio e magnésio no leite» pode ser dirigido
numa perspectiva de identificação/classificação/quantificação, mas parece-nos que, face ao grau de dificuldade
do trabalho, é preferível encará-lo como uma pesquisa de exploração.
As soluções necessárias podem ser preparadas da seguinte forma:
Solução padrão de EDTA 0,040 mol dm–3 – 15,0 g de sal dissódico di-hidratado em água, até obter 1,0000 dm3
de solução. Recomenda-se o uso de ampolas pré-padronizadas.
Solução com Ca2+ 0,025 mol dm–3 – Dissolver 2,500 g de CaCO3, usando um volume mínimo de ácido clo-
rídrico diluído. Completar com água até obter 1,0000 dm3 de solução.
Solução com Mg2+ 0,025 mol dm–3 – Dissolver 2,11 g de MgCO3, usando um volume mínimo de ácido
clorídrico diluído. Completar com água até obter 1,0000 dm3 de solução.
Solução tampão pH 10 – Dissolver 16,85 g de NH4Cl em 50 cm3 de água. Adicionar 14,25 cm3 de NH3 (aq)
concentrado. Diluir com água até obter 250 cm3 de solução.
Solução de NaOH 0,5 mol dm–3 – Preparar a partir de reagente sólido para análise.
Indicador de Ca2+ – Azul de hidroxinafetol ou murexida – reagentes sólidos.
Indicador de Ca2+ + Mg2+ – Eriocromo T (negro de solocromo) – reagente sólido.
46 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

O uso de solução padrão de magnésio na titulação conjunta de cálcio e magnésio justifica-se pelo facto do
eriocromo T ser, na verdade, um indicador de magnésio, já que com o cálcio não se obtém um ponto final
nítido. De qualquer modo, caso se usasse uma solução padrão de cálcio, no ponto final este iria ligar-se ao
EDTA do complexo Mg-EDTA, libertando Mg2+ – que provocaria mudança de cor.
Convém alertar para a necessidade de utilizar quantidades mínimas de indicador – apenas as necessárias
para dar coloração à solução. As massas de indicador sugeridas são aproximadas.
O teor de cálcio e magnésio são calculados com base em fórmulas de conversão. Realça-se, assim, a dimen-
são prático-laboratorial do trabalho, evitando cálculos desnecessariamente complexos para este nível de ensino.

A.L. 1.5 A cor e a composição quantitativa de soluções

Nesta actividade laboratorial relaciona-se a cor de uma solução com a respectiva composição quantitativa.
O trabalho laboratorial proposto tem por base uma das mais importantes técnicas analíticas, a espectrofoto-
metria, que é aqui usada para determinar a concentração total de ferro numa amostra de água. Pode ser enca-
rado como uma pesquisa laboratorial do tipo identificação/classificação/quantificação.
A determinação proposta em «Ferro em água» baseia-se na formação de compostos corados entre Fe2+ e
fenantrolina, uma técnica que permite determinar teores de ferro em águas da ordem dos 0,05 a 0,2 mg dm–3.
Mesmo assim, como os teores de ferro nas águas destinadas a consumo humano são habitualmente bastante
baixos, recomenda-se o uso de uma solução de ferro previamente preparada.
Uma das partes importantes deste trabalho laboratorial envolve a construção de uma recta de calibração.
Para isso é necessário preparar soluções de ferro (II) de várias concentrações, por diluição a partir de uma
solução padrão. É frequente, neste tipo de trabalhos, os alunos trocarem, por engano, as soluções e causarem
contaminações durante as diversas medições que é necessário efectuar. Esta ocorrência deve ser aproveitada
para a discussão de erros experimentais.
A construção da recta de calibração pode ser feita em papel milimétrico ou usando uma folha de cálculo.
Recomendamos a última opção, embora, nesse caso, seja importante explorar todas as potencialidades dispo-
níveis. Com essa finalidade, desenvolvemos a caixa de técnica «Recta de calibração no computador». Além
das propostas aí apresentadas sugerimos ainda que a escala do gráfico possa ser melhorada, por exemplo pro-
cedendo da seguinte forma: clique duas vezes sobre o eixo dos XX. Na caixa Formatar eixo e na pasta
Padrões, active em Tipo de marca de escala secundária a opção Por cima do eixo. Na mesma caixa seleccione
a pasta Escala e defina novos valores que permitam uma melhor leitura do gráfico. Clique em OK. Proceda
do mesmo modo para o eixo dos YY.

A.L. 1.6 Funcionamento de um sistema tampão

A actividade laboratorial estabelece a forma como evolui o pH durante uma titulação de um ácido polipró-
tico. Esta evolução é condicionada pela existência de vários sistemas tampão. A actividade pode ser entendida
como uma oportunidade para exploração do conceito de solução tampão, que permita aprofundar conheci-
mentos e levantar questões.
São previsíveis dificuldades na montagem para realização da titulação potenciométrica no trabalho «Curva
de titulação CO32–/HCl». Não nos parece que a construção desta montagem seja uma aprendizagem impor-
tante. Por esse motivo, sugerimos que a montagem laboratorial já esteja preparada no início do trabalho: isso
permitirá poupar tempo e focar a atenção em outros aspectos mais relevantes da actividade.
Embora se sugiram incrementos constantes de 0,5 cm3 de titulante, estes incrementos podem diminuir
quando as variações de pH forem mais acentuadas.
47

Optámos também por não apresentar a capacidade dos instrumentos de medida (pipeta e proveta) na lista
de material. Poderão ser os alunos a fazer a melhor selecção a partir de um conjunto de material disponibili-
zado num lote de equipamento fornecido inicialmente.
Note-se que este trabalho é particularmente adequado à utilização de SATD – Sistemas de Aquisição e Trata-
mento de Dados por computador.

A.L. 1.7 Catálise enzimática: efeito da temperatura e de um inibidor


sobre uma reacção bioquímica (opcional)
Recorde-se que este trabalho se enquadra na secção 1.3.4 A importância biológica e industrial da catálise,
que faz parte do capítulo 1.3 Metais, Ambiente e Vida. Por isso, tivemos o cuidado de incluir uma estrutura
da enzima catalase, na qual se evidencia a centralidade de um elemento metálico: o ferro.
No primeiro trabalho, «Catálise enzimática: efeito da temperatura», propomos o estudo da influência
da temperatura numa reacção química catalisada. No segundo trabalho, «Catálise enzimática: efeito de um
inibidor», estuda-se a influência de um inibidor na reacção de decomposição do peróxido de hidrogénio por
acção da catalase. São pesquisas laboratoriais do tipo trabalho experimental, isto é, em que se procura mani-
pular e controlar variáveis.
Para economia de tempo, convém que a solução de enzima se encontre preparada algumas horas antes
da realização do trabalho laboratorial.

A.P.L. Construção de uma pilha com tensão específica

Esta actividade proporciona aos alunos a possibilidade de realizarem uma actividade prática de pesquisa
do tipo construção de artefacto. Trata-se de construir uma pilha a partir de materiais simples. Para orientar a
realização da actividade, fornecemos algumas orientações e sugestões sob o título «Pilha a partir de materiais
simples».
Antes, porém, propomos um trabalho experimental intitulado «Uma questão de concentração», na qual
se estuda o efeito produzido pela mudança de concentração do electrólito sobre a tensão, no caso particular
de uma pilha de Daniell. Pensamos que a realização deste primeiro trabalho permitirá consolidar conceitos
fundamentais para a abordagem do problema proposto.

A.L. 2.1 Destilação fraccionada de uma mistura de três componentes

Esta actividade corresponde à simulação do processo industrial de separação do petróleo bruto por desti-
lação fraccionada. Trata-se, portanto, de uma pesquisa laboratorial do tipo modelação.
Um dos aspectos a ter em conta é que a formação de misturas azeotrópicas dificulta a separação por desti-
lação. Note-se, porém, que a maioria das misturas forma azeotropos. Misturas zeotrópicas, isto é não-azeotró-
picas, com três ou mais componentes são difíceis de encontrar.
Propomos uma mistura de três componentes: etanol, 1-propanol
Temperatura

e 1-butanol. Esta mistura tem a grande vantagem de não possuir Tc


componentes tóxicos. Convém realçar que na destilação fraccionada
Tb
do petróleo o número de componentes da mistura é muito superior.
A evolução ideal da temperatura em função do volume de Ta
destilado ao longo de uma destilação fraccionada de uma mistura
de três componentes assemelha-se ao gráfico mostrado na figura
Volume de destilado
ao lado.
48 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Uma caixa técnica «Destilação fraccionada» fornece a informação mais importante sobre montagens labo-
ratoriais. A montagem pode incluir, em vez de um termómetro, uma sonda de temperatura ligada a um
SATD, o que permitirá uma monitorização mais cuidada da evolução da temperatura.
A coluna de destilação utilizada na destilação fraccionada do petróleo é muito diferente das colunas vul-
gares usadas no laboratório. No seu interior dispõe de um conjunto de «pratos», também denominados
«vasos», situados a diferentes alturas. Os vapores libertados pelo petróleo, quando aquecido à temperatura
de ebulição, sobem pela coluna através de tubos unidos aos pratos e cobertos por campânulas, de modo
que os vapores são forçados a borbulhar através do líquido existente nos pratos. A uma determinada altura,
h, da coluna, corresponde uma temperatura característica, e o líquido condensado em cada prato tem sem-
pre a mesma composição química – fracções.
O resíduo que fica na base da coluna de destilação não pode ser submetido a temperaturas ainda mais
altas para obter as fracções ainda existentes neste resíduo: procedendo desta forma, a temperatura provoca-
ria a destruição das fracções. Para obter as fracções deste resíduo, procede-se à sua transferência para outra
coluna, onde agora, sob uma pressão mais baixa, próxima do vácuo, se consegue a vaporização das fracções
a uma temperatura mais baixa e não destrutiva. A partir deste processo são obtidos: óleo diesel, fuelóleo,
óleo lubrificante, cera parafínica e asfalto.

A.L. 2.2 Efeito de um soluto no ponto de congelação


e no ponto de ebulição da água
Nesta actividade abordam-se os conceitos de elevação ebulioscópica e de depressão crioscópica, relacio-
nando-se esta com a acção dos anticongelantes. Na introdução aprofundam-se conhecimentos sobre a relação
entre a pressão e o ponto de ebulição.
São propostos dois trabalhos laboratoriais. No primeiro, «Diminuir o ponto de congelação da água», faz-
-se a determinação laboratorial do abaixamento crioscópico numa solução aquosa de etilenoglicol.
Caso seja necessário moer gelo para esta actividade, pode proceder-se da seguinte forma:
– colocar cubos de gelo dentro de um saco de plástico grosso;
– enrolar numa toalha;
– bater contra uma superfície dura.

No segundo trabalho prático, «Aumento do ponto de ebulição da água», faz-se a determinação laborato-
rial da elevação ebulioscópica numa solução aquosa de etilenoglicol.

Importante: Recorde-se que o aparelho automático de determinação do ponto de ebulição, Dosatherm 300,
não pode ser usado com soluções que se decomponham por acção da temperatura, como as soluções de saca-
rose, pois corre-se o risco de ficar irremediavelmente danificado.
Os trabalhos estão preparados para que cada grupo possa escolher uma das soluções aquosas sugeridas
no ponto 2 das questões pré-laboratoriais, de tal forma que a análise dos resultados envolva todos os grupos.
A nossa sugestão é que estas duas actividades sejam meramente de exploração, já que o tempo disponível
não permite a realização dos numerosos ensaios necessários à pesquisa de padrões na relação entre a composi-
ção quantitativa da solução e o abaixamento crioscópico/elevação ebulioscópica.
Para atingir este último objectivo, desenvolvemos uma actividade na qual se pretende que, através da aná-
lise de dados experimentais, os alunos consigam estabelecer a relação entre a composição da solução e as pro-
priedades coligativas já referidas. Note-se que os valores fornecidos na tabela não são, na realidade, dados
experimentais. Foram obtidos teoricamente, já que, para tão reduzida diferença entre as várias formas
de exprimir a composição, seria difícil obter dados experimentais suficientemente fidedignos.
Deve assinalar-se que estes trabalhos são particularmente adequados ao uso de SATD. Esta deverá ser uma
opção a considerar se existir equipamento disponível e tempo suficiente.
49

A.L. 2.3 Determinação da entalpia de neutralização


na reacção entre NaOH (aq) e HCl (aq)
Neste trabalho realiza-se uma titulação termométrica. Mas em vez se de determinar a concentração de uma
solução desconhecida, o que se pretende é determinar a entalpia de neutralização de uma reacção de ácido-base.
O trabalho pode ser orientado numa perspectiva de exploração laboratorial, dado que existe a possibili-
dade de avaliar erros experimentais e limitações laboratoriais, uma vez que se pode comparar o valor obtido
com o valor tabelado: – 57,1 kJ mol–1.

A.L. 2.4 Entalpia de combustão de diferentes líquidos (n -hexano, 1-hexanol)

A determinação da entalpia de combustão de dois líquidos faz-se na actividade «Oxigénio e a eficiência


dos combustíveis» para saber qual dos dois constitui o melhor combustível. Procura-se, desta forma, analisar
a influência da presença do grupo -OH na eficiência energética de um combustível. É, portanto, um trabalho
laboratorial de pesquisa de padrões.
Uma parte importante do trabalho consiste no estabelecimento das melhores condições para a determina-
ção da entalpia de combustão. Trata-se de construir uma montagem o mais parecida possível com um calorí-
metro, isto é, interessa diminuir as trocas de calor com o exterior, proporcionando um meio adiabático.
A escolha do material de isolamento tem um papel fundamental.
Inclui-se ainda uma caixa de segurança «Queimaduras térmicas», na qual se exploram medidas básicas
de primeiros socorros.

A.L. 2.5 Entalpia de combustão de diferentes álcoois

Nesta actividade realça-se, desde logo, a importância dos álcoois como biocombustíveis. O trabalho desen-
volvido, «Estrutura dos álcoois e eficiência energética», é semelhante ao realizado na actividade anterior, mas,
neste caso, procura-se uma relação entre o comprimento da cadeia e a posição do grupo -OH com a eficiência
energética do álcool. Trata-se, também aqui, de uma actividade laboratorial de pesquisa de padrões.

A tabela seguinte fornece valores de entalpia de combustão para diferentes álcoois, completando a infor-
mação fornecida na tabela 24 do manual (página 299):

Álcool Entalpia de combustão

metanol –726 kJ mol–1

etanol – 1367 kJ mol–1

1-propanol – 2021 kJ mol–1

2-propanol –2006 kJ mol–1

1-butanol – 2676 kJ mol–1

2-butanol –2661 kJ mol–1

1-pentanol –3331 kJ mol–1

1-hexanol – 3984 kJ mol–1


50 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

O quadro seguinte fornece informação de segurança respeitante aos vários álcoois que poderão vir a ser
utilizados nesta actividade.

Sinais
Nome Frases R Frases S Exposição
de perigo

Irrita os olhos, a pele e o tracto respiratório. Pode afectar o sis-


11-23/24/25- tema nervoso central, resultando daí perda de consciência.
metanol F, T 7-16-36/37-45
39/23/24/25 A exposição pode resultar em cegueira e morte. Os efeitos
podem manifestar-se mais tarde.

O vapor irrita os olhos. A inalação de vapor concentrado pode


etanol F 11 7-16 causar irritação dos olhos e do tracto respiratório. A substância
pode afectar o sistema nervoso central.

Irrita os olhos e pode afectar o sistema nervoso central. A expo-


sição a concentrações elevadas pode resultar na perda de
1-propanol F, Xi 11-41-67 7-16-24-26-39 consciência. O contacto prolongado ou repetitivo com a subs-
tância pode causar dermatite. Uma exposição crónica pode
causar danos no fígado.

Irrita os olhos e o aparelho respiratório e pode afectar o sistema


nervoso central, resultando em depressão. A inalação de con-
centrações elevadas pode afectar o sistema nervoso central,
2-propanol Xn 11-36-67 7-16-24/25-26
causando, progressivamente, dores de cabeça, tonturas, perda
de consciência e coma. Inalação de vapores pode causar irrita-
ção no aparelho respiratório. Pode originar efeitos narcóticos.

O vapor irrita os olhos e o aparelho respiratório. Pode afectar o


sistema nervoso central. Possibilidade de afectar a córnea.
10-22-37/38 7/9-13-26
1-butanol Xn Pode causar perturbações cardiovasculares, audição anormal,
41-67 37/39-46
depressão no sistema nervoso central, fraqueza nos músculos,
e mesmo morte. Pode ser absorvido através dos pulmões.

O vapor desta substância irrita os olhos. Pode ser prejudicial se


inalado. Os vapores podem causar tonturas ou sufocação.
7/9-13-24/ A inalação de concentrações elevadas pode afectar o sistema
2-butanol Xn 10-36/37-67
25-26-46 nervoso central, causando, progressivamente, dores de cabeça,
tonturas, perda de consciência e coma. Pode haver risco de
edema pulmonar. Pode causar alterações sanguíneas.

Irrita os olhos, a pele e o aparelho respiratório. Pode afectar o


sistema nervoso central. A exposição a concentrações extre-
1-pentanol Xn 10-20 24/25 mas pode resultar na perda de consciência. Possibilidade de
afectar a córnea. A inalação causa irritação do aparelho respira-
tório e raramente edema pulmonar.

A inalação de concentrações elevadas pode afectar o sistema


nervoso central, causando, progressivamente, dores de cabeça,
2-pentanol Xn 10-20 24/25 tonturas, perda de consciência e coma. A inalação de vapor
pode causar irritação do aparelho respiratório. Pode ocasionar
edema pulmonar e pneumonite química. Pode afectar os rins.

Irrita os olhos, pele e o aparelho respiratório. Pode haver risco


de pneumonite química. Pode afectar o sistema nervoso cen-
3-pentanol Xn 10-20 24/25 tral. A exposição pode ocasionar perda de consciência. As pro-
priedades tóxicas desta substância ainda não foram totalmente
investigadas.

Irrita o aparelho respiratório e a pele. Irrita severamente os


olhos. Pode haver risco de pneumonite química. A inalação de
1-hexanol Xn 22 24/25 concentrações elevadas afecta o sistema nervoso central, cau-
sando, progressivamente, dores de cabeça, tonturas, perda de
consciência e coma.

A substância irrita a pele e pode afectar o sistema nervoso central.


2-hexanol _ 10 16 As propriedades tóxicas desta substância ainda não foram
totalmente investigadas.
51

A.P.L. Biodiesel a partir de óleos alimentares queimados

Trata-se de um trabalho de pesquisa bibliográfica e laboratorial com o qual se pretende esboçar uma
sequência de processos físicos e químicos que permitam obter biodiesel. Pretende-se fazer a produção de um
material, neste caso um biocombustível. O esquema seguinte sintetiza a produção de biodiesel.

Metano Mistura Metanol reciclado


catalítica

Catalisador
Reciclagem
Neutralização
de metanol
Óleo vegetal
Óleo de fritar Sólida
Ácido
Gordura animal Glicerina Biodiesel

Separação Reciclagem
Esterificação Neutralização Líquida Purificação
de fases de metanol

A.L. 3.1 Identificação de plásticos por testes físico-químicos

Em primeiro lugar faz-se o trabalho de exploração «Analisar para identificar», no qual se procura familiari-
dade com a marcha geral de análise de plásticos e as técnicas nela usadas. Usam-se amostras de plásticos
conhecidos como se de uma amostra padrão se tratasse.
Segue-se a actividade «Qual é o plástico?» na qual, a partir de uma amostra desconhecida, se faz uma iden-
tificação/classificação.
O trabalho laboratorial pode ser relacionado com técnicas industriais de separação, muito úteis na triagem
de resíduos. Um dos problemas associados à reciclagem do plástico prende-se com a separação de diversos
tipos de plástico. A separação do PVC do PET é um exemplo: estes dois tipos de plásticos contaminam-se
mutuamente e a separação manual é pouco eficaz, uma vez que se confundem facilmente.
A flotação é uma técnica cuja finalidade reside na separação de materiais de uma mistura com base na
formação de uma espuma que arrasta para a superfície uns, enquanto outros se depositam no fundo do reci-
piente de água (isto pela modificação das propriedades de um deles). Recorrendo a um surfactante, é possí-
vel alterar a superfície do PET fazendo com que este apresente maior afinidade para a água do que o PVC.
O espumante é usado para ajudar a «reter» o plástico à superfície.

A.L. 3.2 Materiais transparentes e índice de refracção (opcional)

Pretende-se quantificar o índice de refracção para identificar o material em estudo, para se analisar
as suas propriedades. O trabalho proposto, «Índice de refracção», consiste numa investigação do tipo identifi-
cação/classificação/quantificação.
Caso se pretenda medir o índice de refracção do vidro de uma célula espectrofotométrica, deve ter-se um
cuidado redobrado. As células espectrofotométricas são particularmente caras e qualquer risco na superfície
óptica da célula é o suficiente para provocar um dano irreparável. Em caso de dúvida, o melhor é não as utilizar.
Existem garrafas de azeite e de vinagre com faces planas, pelo que não será difícil medir o índice de refracção
do vidro de garrafa.
52 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

As lentes usadas nos óculos são normalmente feitas com vidro do tipo crown, que possui um índice
de refracção igual a 1,523. Como a tecnologia se encontra sempre em evolução, recentemente surgiu um vidro
mais leve do que o crown, com índice de refracção 1,70. No entanto, em armações maiores muitas vezes as
lentes são de plástico acrílico. O plástico é cada vez mais utilizado, em detrimento do vidro, em lentes sim-
ples. Apesar de o primeiro não ter um período de duração superior ao do vidro, nem possuir tanta resistência
a arranhões, é mais leve, mais forte e pode absorver tintas coloridas.

A.L. 3.3 Cristais e vidro

O trabalho «Preparação de vidro» não é mais do que uma pesquisa do tipo produção de materiais, na qual
se pretende obter um produto com determinadas características. Mas para isso é necessário efectuar uma pes-
quisa de padrões, que é fundamental para obter os melhores resultados, neste caso a melhor composição para
um vidro que é feito no laboratório.
No processo industrial de preparação de vidro faz-se uma rigorosa preparação e medição das matérias-pri-
mas, que são depois misturadas e submetidas a uma fusão inicial, antes de serem submetidas a altas tempera-
turas. No passado, fazia-se uso de vasilhas de argila que permitiam realizar a fusão em fornos de lenha
ou carvão. A indústria actual funde a maior parte do vidro em caldeiras de grande capacidade (mais de mil
toneladas de vidro), aquecidas a óleo combustível, gás ou electricidade.
No trabalho «Preparação de um sal duplo» faz-se a preparação de um sal deste tipo, tendo particular aten-
ção às condições de formação dos cristais. Nesse sentido, trata-se de uma investigação do tipo trabalho experi-
mental, já que existe um controlo claro das condições de cristalização. Os resíduos sulfato de cobre (II)
podem ser eliminados por imersão numa tina que contenha folha de alumínio mergulhada em água. O resí-
duo final é eliminado para um aterro.

A.L. 3.4 Identificação e síntese de substâncias com aromas e sabores


especiais (opcional)
Propõe-se uma pesquisa bibliográfica prévia e, por isso, não são fornecidos protocolos experimentais.
As orientações foram aqui reduzidas ao mínimo essencial. Desta forma, será preferível encará-la como uma
pesquisa laboratorial de exploração.
Alerta-se para as regras de segurança básicas a usar quando se cheiram substâncias em laboratório, através
de uma caixa de Segurança.
Um dos passos fundamentais para a obtenção de muitos ésteres é o aquecimento em refluxo. Explica-se
o respectivo fundamento numa caixa Técnica.
Uma substância odorífera tem de possuir propriedades que permitam alterações sensoriais. Deve apresen-
tar pressão de vapor razoavelmente elevada e alguma solubilidade na água. A massa molar não pode ser muito
elevada (pensa-se não existir nenhuma molécula odorante com massa molar superior a 294 g/mol).
Note-se que moléculas que apresentam fórmula de estrutura muito semelhante podem apresentar odores
nitidamente distintos.
53

A.L. 3.5 Borracha natural e borracha vulcanizada (opcional)

É uma actividade do tipo produção de materiais, na qual se preparam dois elastómeros e se testam as res-
pectivas características. Realça-se a necessidade de realizar ensaios físicos e químicos para melhor caracterizar
as propriedades das amostras obtidas.
No trabalho laboratorial «Borracha natural» faz-se a síntese de borracha natural, por catálise ácida. Deve
alertar-se para o facto de o látex líquido ser particularmente caro, pelo que deve ser usado com racionalidade.
No trabalho «Borracha vulcanizada» propõe-se a vulcanização da borracha por aquecimento com enxofre.

A.L. 3.6 Sintetizar polímeros

A actividade é do tipo produção de materiais e está organizada em quatro trabalhos, nos quais se pretende
preparar quatro polímeros diferentes.
No primeiro, «Síntese do poliestireno», propõe-se a síntese de um polímero por adição. Optámos pela
síntese do poliestireno por se nos afigurar mais simples do que a síntese do poli(metacrilato de metilo), pro-
posta nas sugestões metodológicas do Programa. Pensamos que ficam igualmente contemplados os objectos
de ensino e objectivos de aprendizagem que aí se apresentam.
O segundo trabalho, «Síntese do nylon 6.6», corresponde à síntese de um polímero por condensação.
Também aqui se optou por uma solução um pouco diferente (nylon 6.6, em vez de nylon 6.10), sem que se
prevejam diferenças importantes nas aprendizagens dos alunos.
No terceiro trabalho, «Preparação do rayon», faz-se a preparação de um polímero artificial, no qual procu-
rámos simplificar ao máximo o procedimento exigido.
Por fim, no trabalho «Preparação de uma resina de poliéster a partir do glicerol», sugere-se a síntese do
gliptal. O gliptal não é biodegradável, mas a síntese de um polímero biodegradável é inviável neste contexto,
face ao preço elevado dos reagentes e ao tempo necessário à sua preparação.
Elaborámos as questões pré e pós-laboratoriais para que os quatro trabalhos propostos fossem equivalen-
tes: os polímeros são caracterizados, a segurança é discutida e todos os trabalhos terminam com uma questão
de pesquisa bibliográfica. Também o grau de dificuldade da execução laboratorial nos quatro trabalhos
é, tanto quanto possível, semelhante. Desta forma, cada grupo de trabalho poderá preparar um polímero dife-
rente, apresentando, no final, os resultados à turma (turno) e discutindo as eventuais dificuldades. A apresen-
tação e discussão pode ser feita através de uma apresentação oral, mas também por meio de um trabalho
escrito ou de multimédia, a trocar entre os grupos.

A.P. Planificação, realização e avaliação de uma visita de estudo


a uma instalação industrial
Dão-se algumas orientações relativas à organização e condução de uma visita de estudo a uma instalação
laboratorial. Estas notas podem ser complementadas com outras que já tínhamos apresentado na Actividade
Prática «Visita a uma instalação industrial», em 11 Q.
54 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

6.2 Respostas às questões das Actividades Laboratoriais


Os trabalhos designados por «Laboratório» contêm as actividades laboratoriais propriamente ditas. Orga-
nizámo-las com Questões pré-laboratoriais e Questões pós-laboratorais. Nesta secção fornecemos algumas res-
postas a essas questões.

Actividade Laboratorial 1.1

Separar para detectar


Questões pré-laboratoriais
1. Zn (s) + 2 HCl (aq) d ZnCl (aq) + H2 (g)
Fe (s) + 2 HCl (aq) d FeCl (aq) + H2 (g)
2. [Cu(NH3)4]2+ ; [Zn(NH3)4]2+ ; [Ni(NH3)6]2+
+
3. Note-se que NH3 (aq) + H2O (l) d NH4 (aq) + OH– (aq). Então:
Fe2+ (aq) + 2 OH< (aq) d Fe(OH)2 (s)
Al3+ (aq) + 3 OH< (aq) d Al(OH)3 (s)
Pb2+ (aq) + 2 OH< (aq) d Pb(OH)2 (s)

Questões pós-laboratoriais
2. Sn4+ (aq) + Fe (s) d Sn2+ (aq) + Fe2+ (aq)
3. Pb2+ (aq) + KI (aq) d PbI (s) + K+ (aq)
4. O ião complexo presente é [Fe(CN)6]4–, hexacianoferrato (II). O ião central é Fe2+, ferro (II) e os ligandos
são iões CN–, cianeto.
5. Os sais pouco solúveis retêm os iões tóxicos na sua estrutura, pois não se dissolvem facilmente. Desta
forma impede-se a disseminação no meio ambiente, diminuindo a toxicidade dos resíduos.

Actividade Laboratorial 1.2


De cobre a cobre
Questões pré-laboratoriais
1. O uso de reagentes em pequena escala permite diminuir custos e atenuar os eventuais riscos associados
à manipulação de substâncias perigosas. Por outro lado, facilita a eliminação dos resíduos produzidos.
2. Solução concentrada de ácido sulfúrico: Provoca queimaduras graves. Nunca adicionar água. Em caso
de contacto com os olhos, lavar imediatamente com água abundante e chamar um médico. Em caso de
acidente ou indisposição, consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo).
Solução concentrada de ácido clorídrico: Nocivo por inalação. Provoca queimaduras graves. Manter
o recipiente num lugar bem ventilado. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente com
água abundante e chamar um médico. Usar protecção adequada. Em caso de acidente ou indisposição,
consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo).
Solução concentrada de hidróxido de sódio: Provoca queimaduras. Em caso de contacto com os olhos,
lavar imediatamente com água abundante e chamar um médico. Usar protecção adequada para mãos
e olhos/cara. Em caso de acidente ou indisposição, consultar imediatamente um médico (se possível
mostrar-lhe o rótulo).
55

Acetona: Facilmente inflamável. Manter o recipiente num lugar bem ventilado. Conservar longe de fon-
tes de ignição – não fumar. Não respirar os vapores. Evitar a acumulação de cargas electrostáticas.
Dióxido de azoto: Muito tóxico por inalação. Provoca queimaduras. Em caso de contacto com os olhos,
lavar imediatamente com água abundante e chamar um médico. Em caso de contacto com a pele, lavar
imediatamente com água abundante. Usar protecção adequada (bata, máscara e luvas...). Em caso
de acidente ou indisposição, consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo do
produto).

Questões pós-laboratoriais
2. Algumas alterações a introduzir poderão estar relacionadas com a eficiência dos processos de separação.
Assim, onde se sugerem decantações poder-se-iam fazer filtrações, por gravidade ou a pressão reduzida.
Também o transvase de recipientes pode implicar perdas consideráveis, que devem ser evitadas.
3. Em 1 mede-se a massa do reagente limitante, com base na qual se calculará o rendimento da reacção.
Em 14 mede-se a massa de produto obtida, também para se calcular o rendimento da reacção. O ren-
dimento só será calculado com rigor se estas massas também o forem. As outras medições feitas
durante todo o trabalho envolvem reagentes em excesso, pelo que não têm influência no rendimento
da reacção.
4. O produto secundário obtido em 7 é uma solução aquosa de nitrato de sódio, NaNO3, e o produto
obtido em 10 é uma solução aquosa de sulfato de zinco, ZnSO4. Ambos os sais podem ser obtidos por
cristalização.

Actividade Laboratorial 1.3

Agressões ambientais ao ferro


Questões pré-laboratoriais
2. Maior corrosão: solução alcalina, solução ácida e água do mar. Menor corrosão: óleo alimentar, água
destilada e água fervida.
3. Variável de controlo: peça a corroer, tamanho e forma da peça, temperatura ambiente. Variável indepen-
dente: meio que provoca corrosão. Variável dependente: corrosão observada.

Questões pós-laboratoriais
2. Devido à presença de iões em solução. A presença de iões aumenta a condutividade eléctrica da solução,
facilitando a migração de iões que ocorre durante a corrosão do ferro.
3. Para evitar a presença de humidade, condição essencial para que ocorra corrosão do ferro.

Cuidar do ferro
Questões pré-laboratoriais
1. Boa protecção: zinco, alumínio, magnésio. Fraca protecção: cobre, estanho, chumbo.
2. Os pregos dobrados e os riscados estão mais sujeitos a corrosão do que os intactos.

Questões pós-laboratoriais
1. Boa protecção: zinco, alumínio, magnésio.
2. Prego com superfície riscada.
56 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade Laboratorial 1.4

Cálcio e magnésio no leite


Questões pré-laboratoriais
1. Os teores de cálcio no leite rondam os 120 mg em 100 cm3 de leite. Os teores de magnésio são menores,
e não é comum serem indicados no rótulo das embalagens de leite.
2. Se cada grupo fizer vários ensaios de uma mesma marca de leite, a comparação dos valores obtidos per-
mitirá avaliar o efeito de eventuais erros experimentais, em particular a influência dos erros acidentais.
Se cada grupo fizer um ensaio para cada marca de leite disponível, a proximidade ou o afastamento
entre os resultados obtidos e os valores fornecidos nos rótulos dará indicação sobre a maior ou menor
influência de erros experimentais, em particular de erros sistemáticos.
3. B, A, C, E, D.

Questões pós-laboratoriais
cEDTA × VEDTA 0,040 × 0,010 cEDTA × VEDTA 0,040 × 0,010
1. cMg = ᎏᎏ = ᎏᎏ cCa = ᎏᎏ = ᎏᎏ
V1 V1 V1 V1

4. 3 Ca2+ (aq) + 2 PO43– (aq) d Ca3(PO4)2 (s) 3 Mg2+ (aq) + 2 PO43– (aq) d Mg3(PO4)2 (s)
Ca2+ (aq) + 2 OH– (aq) d Ca(OH)2 (s) Mg2+ (aq) + 2 OH– (aq) d Mg(OH)2 (s)

Actividade Laboratorial 1.5

Ferro em água
Questões pré-laboratoriais
1. Fazendo uso de papel indicador de pH.
2. O valor 510 nm, correspondente ao máximo de absorção.

Questões pós-laboratoriais
1. Solução A, cFe2+ = 0 mg dm–3

10,00 mg dm–3 × 0,0050 dm3


Solução B, cFe2+ = ᎏᎏᎏ = 1,00 mg dm–3
0,0500 dm3

10,00 mg dm–3 × 0,0100 dm3


Solução C, cFe2+ = ᎏᎏᎏ = 2,00 mg dm–3
0,0500 dm3

10,00 mg dm–3 × 0,0200 dm3


Solução D, cFe2+ = ᎏᎏᎏ = 4,00 mg dm–3
0,0500 dm3

10,00 mg dm–3 × 0,0250 dm3


Solução E, cFe2+ = ᎏᎏᎏ = 5,00 mg dm–3
0,0500 dm3

10,00 mg dm–3 × 0,0300 dm3


Solução F, cFe2+ = ᎏᎏᎏ = 6,00 mg dm–3
0,0500 dm3
57

2. Ver caixa Técnica «Recta de calibração no com-


putador».

3. Factor de diluição para a solução:


– X é 50/1 = 50;
– Y é 50/5 = 10;
– Z é 50/10 = 5.

Se, por exemplo, a concentração da amostra de água


diluída Y for 0,357 mg dm–3, então a concentração de
ferro na água será 10 × 0,357 mg dm–3 = 3,57 mg dm–3.

Actividade Laboratorial 1.6

Curva de titulação CO2-


3 / HCl

Questões pré-laboratoriais
1. C.
2. B, E, C, A, D.
3. Trata-se de uma tabela do género:

VHCI/cm3 pH

0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5

Questões pós-laboratoriais
1. Espera-se um gráfico do género do apresentado ao lado. pH
14
2. Podem identificar-se duas zonas tampão. Os pares de espé- 13
12
cies responsáveis pela zona tampão são CO32–/HCO3– e 11
10
HCO3–/H2CO3. 9
8
3. H2CO3 (aq) d H2O (l) + CO2 (g) 7
6
4. Porque no sangue existem vários sistemas tampão, sendo o 5
4
mais importante o sistema CO2/ HCO3–. 3
2
1
0
Volume de HCl / cm3
58 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade Laboratorial 1.7

Catálise enzimática: efeito da temperatura


Questões pré-laboratoriais
1. O substrato é o peróxido de hidrogénio e a enzima é a catalase.
2. Com o aumento da temperatura a velocidade da reacção aumentará.
3. Durante a execução do trabalho laboratorial é necessário manter o tipo e a quantidade das subtâncias
envolvidas na reacção.
V V
Questões pós-laboratoriais
1. Esperam-se gráficos do género dos apresentados ao lado.
2. Espera-se que a velocidade inicial da reacção
aumente com o aumento da temperatura.
t t

Catálise enzimática: efeito de um inibidor


Questões pré-laboratoriais
1. A presença de um inibidor diminuirá a velocidade inicial da reacção.
2. Durante a execução do trabalho laboratorial é necessário manter o tipo e a quantidade das espécies
envolvidas na reacção, bem como a temperatura.

Questões pós-laboratoriais
1. Ver resposta a 1 das questões pós-laboratoriais em «Catálise enzimática: efeito da temperatura».
2. A presença de um inibidor diminui a velocidade inicial da reacção. Quando aumenta a quantidade
de inibidor, diminui a velocidade da reacção.

Actividade de Projecto Laboratorial

Uma questão de concentração


Questões pré-laboratoriais
1. Por exemplo, conjugar volumes iguais de:
a) ZnSO4 (aq), 0,01 mol dm–3, e CuSO4 (aq), 0,30 mol dm–3. b) ZnSO4 (aq), 0,01 mol dm–3, e
–3
CuSO4 (aq), 0,01 mol dm . c) ZnSO4 (aq), 0,30 mol dm , e CuSO4 (aq), 0,01 mol dm–3.
–3

0,059
2. E – E o = – ᎏ log Q
n
Zn2+ (aq) + 2e– d Zn (s) Eo (Zn2+| Zn) = – 0,76 V
Cu2+ (aq) + 2e– d Cu (s) Eo (Cu2+| Cu) |= 0,34 V

Como Eo = 0,34 – (–0,76) = 1,10 V e n = 2, vem:


0,059 0,059
a) E – 1,10 = – ᎏ log 1/30 = 1,14 V b) E – 1,10 = – ᎏ log 1 = 1,10 V
2 2
0,059
c) E – 1,10 = – ᎏ log 30 = 1,06 V
2
59

Questões pós-laboratoriais
1. a) A tensão da pilha diminui com o aumento da razão |Zn2+|/|Cu2+|.
b) Por exemplo, caso os resultados obtidos coincidam com os previstos, podemos dizer que o aumento
da razão |Zn2+|/|Cu2+| por um factor 30 se traduz numa diminuição da tensão por um factor 0,965.
3. Os erros experimentais deverão resultar, por exemplo, de limitações do multímetro.

Actividade Laboratorial 2.1


Da mistura às suas fracções
Questões pré-laboratoriais
1. Tendo em conta os pontos de ebulição dos três componentes da mistura, prevê-se que a sequência seja:
etanol, 1-propanol e 1-butanol.
3. São reguladores de ebulição. Evitam uma ebulição tumultuosa.
4. Tapar com algodão e colocar o recipiente que contém o destilado numa tina com gelo.

Questões pós-laboratoriais

Temperatura
1. O gráfico obtido será do género do apresentado ao lado. Tc

2. Ver resposta a 1 das questões pré-laboratoriais.


Tb
4. Dado que a mistura (petróleo) é composta por fracções com pon-
Ta
tos de ebulição próximos, a forma mais eficiente de proceder à sua
separação é usando a técnica de destilação fraccionada.
Volume de destilado

Actividade Laboratorial 2.2

Diminuir o ponto de congelação da água


Questões pré-laboratoriais
1. A. Note-se o sobrearrefecimento antes da congelação.

Questões pós-laboratoriais
1. 6Tc = Tc(água) – Tc(solução de etilenoglicol).
2. Eventuais diferenças poderão dever-se à presença de impurezas nas amostras.
3. A que provoca maior abaixamento no ponto de fusão é 1 mol de NaCl, já que é a amostra que mais
aumenta a quantidade de espécies em solução (2 moles de iões). O etilenoglicol origina apenas uma
mole de espécies em solução. Recorde-se que o carbonato de cálcio é um sal pouco solúvel.

Aumento do ponto de ebulição da água


Questões pré-laboratoriais
1. A. Note-se que, para poder ser o gráfico C, seria necessário aquecer o vapor, mantendo a pressão. Ora,
na prática o vapor liberta-se, pelo que não é possível aquecê-lo.
60 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Questões pós-laboratoriais
1. Te = Te(solução de etilenoglicol) – Te(água).
2. Eventuais diferenças poderão dever-se a: presença de impurezas nas amostras, diferença do valor da
pressão atmosférica, etc.
3. Não. Só no caso de termos uma substância pura é que durante a ebulição a temperatura se mantém pra-
ticamente constante. Numa solução, a evaporação do solvente provoca um aumento da concentração
da solução, com o consequente aumento de Te.

Actividade 16
1. É igual a zero nos dois casos.
3. São os gráficos nos quais existe uma relação com a composição da solução expressa em termos de massa
de solvente. Ou seja, tanto %(msoluto/msolvente) como %(nsoluto/msolvente) têm variações lineares com Tc .
4. Tanto %(msoluto/msolvente) como %(nsoluto/msolvente) têm variações lineares com Te .

Actividade Laboratorial 2.3

Ácido com base


Questões pré-laboratoriais
1. cHCl × VHCl = cNaOH × VNaOH  2,0 mol dm–3 × VHCl = 0,10 mol dm–3 × 0,100 dm3 
 VHCl = 0,10 mol dm–3 × 0,100 dm3 / 2,0 mol dm–3 
 VHCl = 0,005 dm3 = 5 cm3

2. Assegurar que toda a energia libertada durante a reacção é utilizada para fazer variar a temperatura
do sistema.

Questões pós-laboratoriais
2. Q = ms × 3,9 × (Tmáxima  Tmínima).

3. A partir do gráfico (temperatura em função do volume de solução titulante adicionada) extraímos o


valor do volume de ácido correspondente à temperatura máxima verificada. Fazendo uso da relação:
cHCl = nHCl/VHCl determinamos a quantidade, em moles, de ácido aquando do ponto de equivalência.
cHCl = nHCl / VHCl  2,0 mol dm–3 = nHCl / VHCl  nHCl = 2,0 mol dm–3 / VHCl
Com base na estequiometria da reacção de neutralização
H3O+ (aq) + OH– (aq) d 2H2O (l)
podemos determinar a quantidade de água, n, formada.
A entalpia de neutralização calcula-se por: H o = Q/n.

4. Eventuais diferenças poderão dever-se a erros experimentais ou, por exemplo, ao facto de a temperatura
para a qual se calculou H o não ser 298 K.

5. Porque a agitação constitui uma forma de fornecer energia ao sistema, sob a forma de trabalho. Sendo
assim, o sistema não será tão isolado quanto se pretende.
61

Actividade Laboratorial 2.4

Oxigénio e a eficiência dos combustíveis


Questões pré-laboratoriais
1.

Material Vantagens Desvantagens

Corticite Tem baixa condutividade térmica. Difícil de obter e de trabalhar.

É fácil de obter e de trabalhar.


Folha de alumínio Bom reflector (impede as transferências Tem uma condutividade térmica muito elevada.
de energia por radiação).

Cartão Fácil de obter e de trabalhar. A condutividade térmica é relativamente elevada.

É difícil obter um pedaço grande que possa ser


Esferovite Tem baixa condutividade térmica. perfurado para se adaptar ao recipiente. Difícil de
trabalhar.

Feltro Tem baixa condutividade térmica. Mais difícil de obter.

19
2. Combustão do n-hexano: C6H14 (l) + ᎏ O2 (g)  7 H2O (g) + 6 CO2 (g)
2
Combustão do 1-hexanol: C6H13OH (l) + 9 O2 (g)  7 H2O (g) + 6 CO2 (g)

Ho =  fHo(produtos)   fHo(reagentes)

cH o(n-hexano) = 7 × (– 241,8 kJ mol–1) + 6 × (– 393,5 kJ mol–1) – [(–199 kJ mol–1) + 19/2 × (0)] 
 cH o(n-hexano) = – 3854,6 kJ mol–1

cH o(1-hexanol) = 7 × (– 241,8 kJ mol–1) + 6 × (– 393,5 kJ mol–1) – [(– 378 kJ mol–1) + 19/2 × (0)] 
 cH o(1-hexanol) = – 3675,6 kJ mol–1

O n-hexano é o que tem maior poder energético.

Questões pós-laboratoriais
2. cH o(n-hexano) = Q/(mn-hexano /Mn-hexano) em kJ mol–1
cH o(1-hexanol) = Q/(m1-hexanol /M1-hexanol) em kJ mol–1

3. A energia libertada aquando da queima do combustível não foi toda aproveitada para elevar a tempera-
tura da água. Existe sempre dissipação de energia.

4. A energia obtida a partir de uma reacção de combustão resulta em parte da formação de ligações O – H
existentes nos produtos da reacção (H2O). Ora, no 1-hexanol já existe uma ligação O – H; por isso, a
sua combustão dá menos energia.
De facto, a reacção de combustão é uma oxidação e o 1-hexanol já está parcialmente oxidado.
Isto não quer dizer que os álcoois sejam piores combustíveis: muitas vezes têm maior índice de octanas.
Além disso, são menos poluentes.
62 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Actividade Laboratorial 2.5

Estrutura dos álcoois e eficiência energética


Questões pré-laboratoriais
1. CH3 — CH2 — OH CH2 — CH2 — CH3 CH3 — CH — CH3
| |
OH OH

CH2 — CH2 — CH2 — CH3 CH2 — CH2 — CH2 — CH2 — CH3


| |
OH OH

2. Quanto maior for o comprimento, maior será a entalpia de combustão (em valor absoluto).

Questões pós-laboratoriais
1. Ver resposta a 1 das questões pós-laboratoriais de Actividade Laboratorial 2.4.
2. Ver resposta a 2 das questões pós-laboratoriais de Actividade Laboratorial 2.4.
3. Espera-se um gráfico do tipo:
Álcool 6cH/kJ mol–1
ΔeH / kJ mol–1

etanol
-1000
1-propanol
-1500

2-propanol -2000

1-butanol -2500

-3000
1-pentanol
-3500

- 4000
2 3 4 5 6
N.o de átomos de carbono

4. a) Quanto maior for o tamanho da cadeia carbonada, maior será a entalpia de combustão.
b) Quanto mais próximo estiver o grupo -OH da periferia da cadeia, maior será a entalpia de combustão.

5. A entalpia de combustão para o metanol será cerca de metade em relação à entalpia de combustão
do etanol. A entalpia de combustão para o 1-hexanol será aproximadamente igual à soma da ental-
pia de combustão do 1-pentanol e do metanol.

7. A energia libertada aquando da queima do combustível não ter sido aproveitada na totalidade para elevar
a temperatura da água.

Actividade Laboratorial 3.1

Analisar para identificar


Questões pré-laboratoriais
3. Usar uma pinça adequada para manipular as amostras. Usar equipamento de protecção individual (óculos
de protecção e bata). Se necessário, usar luvas termorresistentes.
63

Manter as substâncias afastadas de qualquer fonte de ignição e evitar choques e fricções.

Questões pós-laboratoriais
1. Podem confrontar-se os resultados obtidos com a informação fornecida pela simbologia apresentada
na figura inicial.
3. Se derreter e fundir, será um termoplástico; se carbonizar e se desfizer, será um termofixo.

Actividade Laboratorial 3.2


Índice de refracção
Questões pré-laboratoriais
1. As vantagens de um aquário de acrílico em relação a um aquário de vidro são: o menor índice de refrac-
ção (distorce menos a imagem quando observado angularmente), o menor peso e a maior dificuldade
em partir. A maior facilidade de ser riscado é um inconveniente.
2. Tem maior índice de refracção; logo, provoca maior dispersão da luz que o atravessa e, por isso, é mais
brilhante.

Actividade Laboratorial 3.3

Preparação de vidro
Questões pré-laboratoriais
1. Como fonte de sílica pode usar-se a areia. O fundente baixa o ponto de fusão da sílica para valores infe-
riores a 1600 OC.
2. Usando um almofariz ou um triturador.
3. Um contentor de metal ou de porcelana, pois resistem a temperaturas muito elevadas.

Questões pós-laboratoriais
2.
Amostra Solubilidade em água Dureza Acção de ácidos e de bases

3. Para um jarro de água serviria qualquer amostra, desde que insolúvel em água. Para um espremedor
de citrinos, as características mais importantes da amostra teriam de ser a sua resistência à acção de ácidos
e bases.
64 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Preparação de um sal duplo


Questões pré-laboratoriais
1. CuCl2 e ZnCl2.
2. CuSO4 (s) + (NH4)2SO4 (s) + H2O (l)  Cu(NH4)2(SO4)2.H2O (s)
3. Arrefecimento lento. Pode deixar-se arrefecer a solução à temperatura ambiente, mas é preferível tapar
e envolver num pano. Pode também deixar-se arrefecer em cima da placa de aquecimento (devido
à grande inércia térmica, o arrefecimento será mais lento).
4. Etanol R: 11 S: 7-16 Sulfato de cobre (II) R: 22-36/38 S: 22

Questões pós-laboratoriais
1. Assegurar-se da dissolução completa dos sais.
2. O álcool etílico evapora-se facilmente, o que facilita a secagem dos cristais. Note-se que os cristais são
pouco solúveis em álcool etílico.

Actividade Laboratorial 3.5

Borracha natural
Questão pré-laboratorial
1. Por diluição de um volume V da solução de ácido mais concentrada até perfazer o volume de 100 cm3,
usando um balão de diluição. O volume, V, será determinado a partir de:
csolução-mãe × V = csolução × Vsolução  5 mol dm–3 × V = 2 mol dm–3 × 100 cm3  V = 40 cm3

Questão pós-laboratorial
1. Caso se trate de testar a elasticidade de dois materiais por ressalto, depois de terem sido largados
de uma altura h, as variáveis de controlo são: massa de material, forma do objecto, altura h e a superfície
onde se dá o ressalto.

Borracha vulcanizada
Questões pré-laboratoriais
1. É um líquido que contém carbono na sua composição. Acetona, hexano, etanol, benzeno, etc.
2. Maior, pois na vulcanização ocorre incorporação de átomos de enxofre.

Questões pós-laboratoriais
1. Borracha não vulcanizada.
2. Borracha não vulcanizada.
3. O estabelecimento de pontes de enxofre entre cadeias paralelas, na borracha natural, faz com que a bor-
racha vulcanizada, em comparação com a borracha natural, não seja tão pegajosa em ambientes mais
quentes, e dura e quebradiça em ambientes mais frios. O aumento de coesão estrutural provocada pelas
pontes de enxofre explica também que a borracha vulcanizada não se dissolva tão facilmente como
a borracha natural.
65

Actividade Laboratorial 3.6

Síntese do poliestireno
Questões pré-laboratoriais

1. n CH CH2 CH2 CH

2. É um homopolímero, pois é obtido a partir do mesmo tipo de monómero.


3. Estireno: Inflamável. Nocivo por inalação. Irritante para os olhos e pele. Não respirar os vapores.
Peróxido de benzoílo: Risco de explosão por choque, fricção ou outras fontes de ignição. Pode provo-
car incêndios. Irritante para os olhos. Possibilidade de sensibilização em contacto com a pele. Manter o
recipiente bem fechado e num lugar fresco. Manter afastado de ácidos e bases fortes. Usar protecção
adequada.

Questões pós-laboratoriais
1. Trata-se de um composto aromático.
2. Sintético.
3. Brinquedos, caixas, copos descartáveis, isolamento térmico.
4. É o iniciador da reacção. Actua como um catalisador.

Síntese do nylon 6.6


Questões pré-laboratoriais
O O

1. n CIOC (CH2)4 COCI + n H2N (CH2)6 NH2 C (CH2)4 C NH (CH2)6 NH


n
+ (2n - 1) HCI

2. Copolímero.
3. Hexano: Facilmente inflamável. Risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada
ou inalado. Conservar longe de fontes de ignição. Não fumar. Evitar o contacto com a pele e olhos.
Não atirar os resíduos para os esgotos. Usar unicamente em locais bem ventilados.
Cloreto de hexanodioílo: Provoca queimaduras. Evitar o contacto com a pele e olhos.
Hexanodiamina: Nocivo em contacto com a pele e por ingestão. Provoca queimaduras. Irritante para as
vias respiratórias. Não respirar o pó. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente com água
abundante e chamar um médico. Usar protecção adequada. Em caso de acidente ou indisposição, con-
sultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo).

Questões pós-laboratoriais
1. Poliamidas.
2. Sintético.
3. Em têxteis, fios e cordas, etc.
66 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Preparação do rayon
Questões pré-laboratoriais
1. Cu(OH)2 (aq) + 4 NH3 (s) A [Cu(NH3)4](OH)2 (aq)
2. CH2OH
O
HO O

OH

3. Sulfato de cobre: Nocivo por ingestão. Irritante para os olhos e vias respiratórias. Não respirar o pó.
Amoníaco: Provoca queimaduras. Irritante para os olhos e vias respiratórias. Muito tóxico para os orga-
nismos aquáticos. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente com água abundante e chamar
um médico. Usar protecção adequada. Em caso de acidente ou indisposição, consultar imediatamente
um médico (se possível, mostrar-lhe o rótulo do produto). Evitar a sua libertação para o meio ambiente.
Ter em atenção as instruções específicas das fichas de dados de segurança.
Ácido sulfúrico: Provoca queimaduras graves. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente
com água abundante e chamar um médico. Nunca adicionar água ao produto. Em caso de acidente
ou indisposição, consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo).

Questões pós-laboratoriais
1. É usado como fibra têxtil (seda artificial).
2. Artificial.

Preparação de uma resina de poliéster a partir do glicerol


Questões pré-laboratoriais
1. Copolímero.
2. Nocivo por ingestão. Irritante para as vias respiratórias e pele. Possibilidade de sensibilização por inala-
ção e em contacto com a pele.
Não fechar o recipiente hermeticamente. Evitar o contacto com a pele e os olhos. Em caso de contacto
com os olhos, lavar imediatamente com água abundante e chamar um médico. Usar protecção adequada
para as mãos e olhos/cara. Em caso de ingestão, consultar imediatamente um médico e mostrar-lhe o
rótulo ou a embalagem.

Questões pós-laboratoriais
1. Duroplástico (é um polímero reticulado).
2. O anidrido ftálico é uma matéria-prima não renovável, pois é obtido a partir do petróleo.
3. Sintético.
67

6.3 Instruções de funcionamento de equipamento laboratorial


Espectrofotómetro Jenway 6100
Características técnicas:
Gama de comprimentos de onda: 320 a 920 nm Precisão do comprimento de onda: ± 1 nm

Largura de banda: Transmitância 0 a 100,0% Resolução: Transmitância 0,1 %


Absorvância 0 a 1,9999 Absorvância 0,001
Concentração 0,1 a 1000 Concentração 0,1 a 1

Legenda:
A – Mostrador.
B – Teclado de funções – Selecciona o modo operativo.
C – Tecla CAL – é utilizada para calibrar o aparelho para 100 %T e zero de Abs.
D – Teclas 䉱 e 䉲 – operam somente nas funções CONS 1 e 2. Permitem que o valor da concentração seja aumentado ou diminuído,
de forma a ajustar aos valores de concentração da solução que serve de padrão.
E – Tampa da câmara de leitura – deverá estar fechada sempre que se proceda a determinações, de forma a eliminar resultados
incorrectos por desvios de luz.
F – Selector de comprimentos de onda – comando rotativo para selecção do comprimento de onda adequado ao ensaio a realizar.

Cuidados de manuseamento:
– Fazer as leituras sempre com a tampa fechada.
– As células espectrofotométricas de plástico devem ser usadas uma única vez.
– Limpar o exterior da célula espectrofotométrica antes de fazer as determinações.
– Pegar na célula espectrofotométrica pelas faces foscas.
– Colocar a célula espectrofotométrica com a marca «V» para o lado esquerdo.
– Não usar células espectrofotométricas de plástico com solventes orgânicos.
– Encher a célula espectrofotométrica de forma a não deixar bolhas de ar no líquido.
– Não colocar o equipamento em frente a uma janela, junto a uma zona de lavagens ou junto a um banho
termostático.

Calibração, arranque e leitura:


A – Leituras em absorvância
1. Ligar o equipamento 15 a 30 minutos antes do início do trabalho.
2. Seleccionar o comprimento de onda, .
3. Seleccionar o modo de operação ABS.
4. Introduzir no espectrofotómetro a célula com a solução em branco (água destilada).
5. Pressionar a tecla CAL. O mostrador apresentará 0,000.
6. Introduzir no espectrofotómetro a célula com a solução em estudo e efectuar a leitura.
68 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Abs (absorvância ou densidade óptica) – existe uma relação de proporcionalidade entre a absorvância
e a concentração da solução colorida a ser analisada.
Na prática, a intensidade da luz não é directamente medida, e a relação é mais correctamente estabelecida
conforme abaixo se indica:
intensidade da luz transmitida pela solução de referência I
Absorvância = log ᎏᎏᎏᎏᎏᎏ = log ᎏo
intensidade da luz transmitida pela amostra I
B – Leituras em transmitância
1. Ligar o equipamento 15 a 30 minutos antes do início do trabalho.
2. Seleccionar o comprimento de onda, .
3. Seleccionar o modo de operação %T.
4. Introduzir no espectrofotómetro a célula com a solução em branco (água destilada).
5. Fechar a janela. Pressionar a tecla CAL. O mostrador apresentará 0,000.
6. Abrir a janela. Pressionar a tecla CAL. O mostrador apresentará 100,0.
7. Introduzir no espectrofotómetro a célula com a solução em estudo e efectuar a leitura.

%T (% de transmitância) – é a relação entre a luz que atravessa a amostra, It, e a luz absorvida pela mesma:
I
% de transmitância = ᎏt × 100%
Io
A transmitância expressa como percentagem não é conclusiva sobre a concentração da amostra que é ilu-
minada.

C – Leituras em concentração
1. Fazer o procedimento de calibração descrito em «A – Leituras em absorvância».
2. Seleccionar o modo de operação CONC.
3. Introduzir a célula espectrofotométrica com a solução de concentração conhecida.
4. Com as teclas 䉱 e 䉲 seleccionar a concentração exacta da solução introduzida.
5. Pressionar a tecla CAL.
6. Iniciar o trabalho com as soluções desconhecidas.

Refractómetro CETI – Prisma


A
Características técnicas:
Escala de índice de refracção: 1300 a 1700 B
Menor divisão da escala: 0,0005
Escala internacional de açúcar: 0 a 95%
Menor divisão da escala: 0,5%
Precisão: 0,0003
D
Temperatura de trabalho: 0 a 50 oC
C
Legenda: E
A – Ocular para visionar a fronteira claro/escuro.
B – Escala. G
C – Botão de compensação de cor. F
D – Fecho do prisma.
H I
E – Prisma superior.
F – Botão da fronteira claro/escuro.
G – Janela de captação de luz natural. J
H – Ligações a banho termostático.
I – Espelho reflector.
J – Termómetro.
69

Calibração:
1. Ligue o aparelho à corrente; ligue o interruptor.
2. Abra a janela de captação de luz natural (G).
3. Feche o espelho reflector (I).
4. Observe através da ocular (A). Rode o botão de compensação de cor (C) até deixar de haver cor na
fronteira claro/escuro.
5. Quando a fronteira claro/escuro coincidir com a intercepção das linhas de mira, observadas através da
ocular (A), a escala (B) mostrará o valor do índice de refracção.

Neste método, usa-se o bloco de vidro próprio para a calibração que é fornecido com o refractómetro.
1. Abra o prisma superior (E) usando o fecho (D).
2. Aplique uma pequena gota de bromonaftaleno na superfície do bloco de vidro.
3. Pressione o bloco de vidro sobre o prisma inferior, de modo que o bromonaftaleno forme uma película
uniforme entre as duas superfícies.
4. Olhe através da ocular (A) e rode o botão (F), levando a escala (B) até ao valor indicado na peça de teste.
5. Retire a tampa de protecção do parafuso de calibração (que está logo acima do botão C) e, com uma
chave de parafusos, rode o parafuso até que a fronteira claro/escuro esteja alinhada com a intercepção
das linhas de mira.

Medição de sólidos:
1. Abra o prisma superior (E) usando o fecho (D).
2. Aplique uma pequena gota de bromonaftaleno na superfície plana da peça em estudo, da qual se pre-
tende medir o índice de refracção.
3. Pressione a peça em estudo sobre o prisma inferior de forma que o bromonaftaleno forme uma película
uniforme entre as duas superfícies.
4. Olhe através da ocular (A) e rode o botão (F), levando a escala (B) até ver a fronteira claro/escuro.
5. Rode o botão de compensação de cor (C) até deixar de haver cor na fronteira claro/escuro.
6. Rode novamente o botão (F), levando a escala (B) até que a fronteira claro/escuro esteja alinhada com a
intercepção das linhas de mira.
7. Leia na escala (B) o valor do índice de refracção do material em estudo.

Correcção de temperatura
Se efectuar medições a uma temperatura inferior a 20 oC, deverá acrescentar à medida efectuada um factor
de correcção. Para compensar a diferença existente entre a temperatura de calibração (20 oC) e a tempera-
tura de trabalho, a correcção por grau será de 0,000 078, constante ao longo de toda a escala.

Exemplo:
No refractómetro, lê-se 1,4636 à temperatura de 55 oC. A correcção a aplicar é:

(T – 20) × 0,0000078 = 35 × 0,0000078 = 0,00027

O resultado será:
1,4636 + 0,00027 = 1,46387  1,4639

O índice de refracção correcto a 55 oC será 1,4639.


70 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

7. Guião de utilização de transparências


Do projecto 12Q faz parte um conjunto de 10 transparências. Estas são fornecidas ao professor apenas em
formato digital.

Transparência n.° 1 – Metais e ligas metálicas


A presença dos metais faz-se sentir em diversas situações do quotidiano. QUÍMICA • 12.o ANO
1
12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Quer na forma de metal, quer na forma de ião, os metais estão frequentemente • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

dfsfdfshd METAIS E LIGAS METÁLICAS

presentes. Em alguns casos, como na formação da ferrugem, não são muito Nome do
elemento

Alumínio

Cobre
Símbolo
químico

Al

Cu
Exemplo de aplicação
enquanto metal

Portas e janelas, trens de cozinha,


aviões.

Tubagens, fios eléctricos.


Exemplo da relevância
na forma de ião

Sulfato de alumínio, Al2(SO4)3; tratamento de águas.

Sulfato de cobre, CuSO4; fungicida.

desejáveis. Mas em muitas outras situações, os metais são de extrema utilidade:


Crómio Cr Revestimentos cromados, ferramentas. Óxido de crómio (VI), CrO3; tratamento de madeira.

Ferro Fe Edifícios, automóveis, navios, pontes. Óxido de ferro (III) hidratado, Fe2O3.xH2O; ferrugem.

Joalharia, reserva monetária, Complexos de ouro (I) com ácido tiomálico,


Ouro Au
revestimento de satélites. tratamento da artrite reumatóide.

Prata Ag Joalharia, soldadura. Brometo de prata, AgBr; fotografia.

máquinas agrícolas, linhas de caminho-de-ferro, fios eléctricos, joalharia e gló- Titânio Ti Ferramentas, aviões. Óxido de titânio (IV), TiO2; pigmento.

bulos vermelhos do sangue são só alguns exemplos.


Tipo de liga Composição Aplicações

Aços Ferro + carbono (0,2% - 2%) Construção civil, indústria metalomecânica, ferramentas.

Aço inox Ferro + crómio (+ níquel) Peças de máquinas, tubagens, utensílios, ferramentas.

Amálgamas Mercúrio + outro metal Deposição de metais em camada delgada, medicina.

Bronze Cobre + estanho Peças para navios, parafusos, esculturas, objectos decorativos.

Constantan Cobre + níquel Termopares metálicos, resistências eléctricas.

Cuproníquel Cobre + níquel Tubagens, moedas.

Latão Cobre + zinco Construções metálicas, utensílios.

Ouro amarelo Ouro + prata + cobre Joalharia, cunhagem de moedas.


Ouro + zinco + cobre ou ouro +
Ouro branco + níquel + paládio Joalharia.

Solda Chumbo + estanho Soldadura.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

Transparência n.° 2 – Reacções dos metais


Quando uma gota de água entra em contacto com um pedaço de ferro, várias reacções ocorrem.

Onde? O que se passa? Designação do fenómeno

O ferro é oxidado a ferro (II)


Na superfície do metal Fe(s) A Fe2+ (aq) + 2 e– Semi-reacção de oxidação
e passa para a solução (gota de água)

O oxigénio é reduzido
Sobretudo à superfície 1
da gota e junto ao metal 2 e– + ᎏ
O2 (aq) + H2O (l) A 2 OH– (aq) Semi-reacção de redução
2
e passa para a solução (gota de água)

Forma-se Fe(OH)2: Fe2+ + 2 OH– d Fe(OH)2


No interior da gota com subsequente formação de Fe2O3.xH2O:
O2 (aq)
Fe(OH)2 d Fe2O3.xH2O (ferrugem)

Numa pilha eléctrica, há que assegurar que a semi-reacção de oxidação e a semi-reacção de redução ocor-
ram separadamente.

Na pilha esquematizada podemos visualizar dois eléctrodos, um de zinco e um de cobre, mergulhados


numa solução aquosa de sulfato de zinco e numa solução aquosa de sulfato de cobre, respectivamente. A unir
as duas soluções aquosas existe um tubo constituído por uma solução salina de KCl e a unir os dois eléctro-
dos um fio condutor onde está intercalado um voltímetro.
71

Do lado esquerdo está a formar-se Zn2+ à custa de Zn, ou seja, está a ocorrer QUÍMICA • 12.o ANO
2
12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

a reacção de oxidação do Zn. Diz-se, pois, que o eléctrodo de zinco é o eléctrodo • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

REACÇÕES DOS METAIS

negativo, também denominado ânodo. Os electrões libertados aquando da oxi-


Oxidação do ferro Ponte salina

Atmos fera
O2
e-
O2 Água
O2 –
2 OH- + F e 2+ K+

dação do zinco são em igual número aos que no eléctrodo de cobre em contac-
F e (OH) 2 F e 2O3.xH2O
Ferrugem Cl -
4 e - + O2 + 2 H2O 4 OH- F e 2+

e- Fe e-
Ferro

to com CuSO4 (aq) promovem a formação de (mais) Cu à custa de Cu2+ com Série electroquímica

deposição de Cu no eléctrodo de cobre. Neste eléctrodo ocorre, portanto, a


redução do Cu2+. O eléctrodo de cobre é o eléctrodo positivo, também deno-
minado cátodo. Os catiões K+ que se encontram na ponte salina deslocam-se
para a semi-pilha onde ocorre a redução por forma a suprir o desaparecimento
de iões Cu2+ que aí ocorre, ao passo que os iões Cl– se deslocam para a semi- • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

-pilha onde ocorre a oxidação, de modo a compensar a carga positiva dos iões
Zn2+ aí formados. Faz-se notar que, havendo transformação de Zn em Zn2+,
não é indispensável ter uma solução de um sal de zinco: bastará que seja uma solução condutora (por exem-
plo, NaCl (aq)). De igual modo, como é Cu2+ que se transforma em Cu, não é indispensável ter um eléctrodo
de cobre: poderá ser de grafite, por exemplo.

A equação de Nernst permite determinar a tensão de uma pilha para concentrações de reagentes e produ-
tos tal que Q & 1. Na equação, E o corresponde à tensão padrão (concentrações unitárias, Q = 1), n ao número
de electrões transferidos de acordo com a equação química em causa e Q ao quociente da reacção.

A existência de uma tabela em que se dispõem por ordem os valores das tensões padrão de redução de
várias espécies é muito útil quando se pretende comparar o seu poder oxidante (ou o poder redutor). É esta
comparação que, no caso de uma reacção de oxidação-redução em condições padrão, permite prever em
que sentido é que a reacção ocorre espontaneamente.

Transparência n.° 3 – Metais, ambiente e vida


Os metais, além da importância que assumem no dia-a-dia pelos diversos
QUÍMICA • 12.o ANO
objectos, utensílios, etc., que contribuem para a melhoria da qualidade de vida, 12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
3
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

desempenham um papel importante a nível das actividades vitais dos organis- H2C HC H CH3 CH
METAIS, AMBIENTE E VIDA

mos vivos. A hemoglobina e a clorofila são dois exemplos do importante papel


H3C
N N
H Fe H
N N
H3C CH3
H
H H H H

que os complexos de metais assumem na manutenção da vida. A hemoglobina é


H H H
CO2H H CO2H

H2C HC H R
CH3

uma proteína que contém por molécula 4 grupos hemo, cada um formado por H 3C

H
H
N

N
Mg
N

N
H
H
H

CH3

um ião Fe2+ coordenado por 4 átomos N de uma porfina, num arranjo geomé-
H3C
H2C H
H O
H2C CO2CH3
CO2 Fitilo

Fitilo = C29H39

trico planar. Revela especial importância no transporte de oxigénio. À clorofila


deve-se a cor verde das plantas. A sua molécula é constituída por um ião Mg2+ Plâncton fixa compostos Baía com 2 ppb
Pescadores comem o peixe
com elevados teores de mercúrio.

de mercúrio, mas não excreta.

associado a uma molécula orgânica (porfirina). A clorofila assume especial


de compostos
de mercúrio.

Pequenos peixes alimentam-se de plâncton. Peixes maiores alimentam-se de peixes menores.


Compostos de mercúrio acumulam-se: Compostos de mercúrio acumulam-se:
200 ppb. 4000 a 20 000 ppb.

importância na fotossíntese. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

Muitos metais são essenciais à vida humana, em maior ou menor quantidade. O cálcio é, em massa, o mais
determinante. Está presente, em particular, na constituição dos ossos. Outros metais, como o estanho ou o
cobalto, são mais vestigiais no corpo humano, mas nem por isso menos importantes.
72 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

A chamada doença de Minamata, que afectou cerca de 10 000 pessoas na cidade japonesa com o mesmo
nome, deveu-se a intoxicação por mercúrio, como resultado de uma continuada descarga (por parte de
uma unidade fabril da região) de desperdícios com elevados teores de mercúrio na baía ali existente, ao
longo de décadas. Este metal era associado ao plâncton e depois entrava na cadeia alimentar através de pei-
xes de pequeno e grande porte, que ingeriam o plâncton tóxico. Os pescadores e habitantes da região, ao
comerem o peixe contaminado com mercúrio, prejudicaram gravemente a sua saúde, desenvolvendo doen-
ças do foro neurológico e lesões em diversos órgãos.

Transparência n.° 4 – Combustíveis fósseis e a crise energética


O facto de a taxa de consumo de combustíveis fósseis ser superior à taxa QUÍMICA • 12.o ANO
4
de formação destes mesmos combustíveis torna-os não renováveis. O tempo 12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E A CRISE ENERGÉTICA

de duração para as reservas de petróleo, gás natural e carvão é cerca de 50, 60 Fontes de energia / consumo

Solar e outras
Quando se acabam as reservas?

130 N.º

e 200 anos, respectivamente. Daí a importância da procura e do desenvolvi-


0,4%
Hidroeléctrica de anos
Nuclear
2,3%
6,7%

Biomassa
e resíduos
11,1% 60
Petróleo 40

mento de fontes de energia renováveis, que actualmente ainda tem pouca


35,3% Gás
20,2%
Gás
Carvão Petróleo Carvão
natural
24,0%

expressão na produção de energia. Turfa


< 60% carbono
Lenhite
60 - 70% carbono
Hulha
75 - 80% carbono
Antracite
> 90% carbono

O carvão é um material combustível de origem orgânica. É essencialmente América do Norte


5%
6%
Europa e Ásia
34%
12%
Médio Ásia e Pacífico
Oriente 8%

formado por carbono, associado em geral a outros elementos de origem animal, 41% 3%

África 61%
8%
9%
América Central
e do Sul
4%

vegetal ou mineral. Da incarbonização de matéria vegetal das florestas (ao ficar


9%

Petróleo
Gás natural

soterrada e privada do ar) resulta primeiramente a turfa, com um teor de carbono


• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

inferior a 60%. O afundamento dos depósitos e consequente cobertura por


sedimentos leva à formação da lenhite (transformação com algumas dezenas de milhões de anos), com um
teor de carbono compreendido entre 60 e 70%. O aumento de pressão e temperatura ocasionará novos car-
vões. Primeiro a hulha, com cerca de 75-80% de carbono, e depois a antracite, com um teor de carbono supe-
rior a 90% (após transformações com duração da ordem de duas centenas de milhões de anos).

As reservas de petróleo e gás natural não se distribuem uniformemente pelo planeta. No caso do petróleo,
o Médio Oriente é a região do planeta que detém maiores reservas. No caso do gás natural, apesar de a região
do Médio Oriente também possuir reservas apreciáveis, é na Europa e ex-União Soviética que se concentram
as maiores reservas deste combustível, o que influencia de forma crucial a economia dos povos.

Transparência n.° 5 – Ligação química – moléculas H2, N2, O2 e F2


Representa-se, a duas dimensões, a densidade electrónica correspondente QUÍMICA • 12.o ANO
5
12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

à primeira orbital molecular ligante da molécula H2, e a correspondente à pri- • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

LIGAÇÃO QUÍMICA

meira orbital molecular antiligante, ambas baseadas nas orbitais atómicas 1s Molécula H2

s 2B
2
s A2 σ

dos átomos H. P A M

Primeira orbital molecular ligante de H2


B

Apresenta-se também o diagrama de energia para as orbitais moleculares s A2 σ*2 s B2

de valência de moléculas X2 (X = N, O, F) e a respectiva ocupação por elec-


A M B

Primeira orbital molecular antiligante de H2

trões, com consequente apuramento da ordem de ligação: ordem 3 para N2,


Moléculas N2, O2 e F2

σ*x σ*x σ*x σ*x

π*y π*z π*y π*z π*y π*z

ordem 2 para O2, ordem 1 para F2. 2p


π*y

πy
π*z

πz
2p
πy

σx
πz πy

σx
πz πy

σx
πz

σx
σ*s σ*s σ*s

σ*s
2s 2s σs σs σs
σs N2 O2 F2

Átomo X Molécula X2 Átomo X Ordem de ligação: 3 (N D N) 2 (O F O) 1 (F GF)

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009
73

Transparência n.° 6 – Ligação química – orbitais híbridas


Nesta transparência podem observar-se as orbitais híbridas sp3 do átomo C,
QUÍMICA • 12.o ANO
6
construídas a partir de uma orbital 2s e três orbitais 2p. Trata-se de quatro orbi- 12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

tais híbridas em que cada uma possui dois lóbulos como a orbital p, mas em
LIGAÇÃO QUÍMICA
Orbitais híbridas ajustadas à geometria de CH4, C2H4, C2H2 e C6H6

CH4 – orbitais híbridas sp3

que um é muito maior do que o outro, quase parecendo uma orbital s. Ao lado, H
C

109,5˚ H
H
H

podemos ver a sua participação na descrição das ligações no metano, pela C2H4 – orbitais híbridas sp2 C2H2 – orbitais híbridas sp

y y

T.L.V. na versão original, que ignora efeitos de não-localização. Segundo esta H


z z

H
x

teoria, o átomo de hidrogénio estabelece ligação com o átomo de carbono


H H

z z

mediante a sobreposição da sua orbital 1s (simetria esférica) com uma orbital


C6H6 – orbitais híbridas sp2

z z

sp 3 do carbono (região assinalada com preenchimento de fundo), coerente com


a geometria tetraédrica do metano.
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

A molécula de eteno possui cinco ligações m, correspondendo quatro delas à


sobreposição de cada orbital 1s do hidrogénio com uma orbital híbrida do car-
bono. Cada orbital híbrida é construída a partir de uma orbital 2s e duas orbitais 2p (2px e 2py) – três orbitais
híbridas sp 2. A outra ligação m corresponde à sobreposição de duas destas orbitais híbridas sp 2 (uma de cada
carbono). A sobreposição de orbitais híbridas e a sobreposição com orbitais 1s de H encontram-se assinaladas
na figura com preenchimento de fundo. A cada átomo de carbono associam-se três orbitais híbridas, cujos
eixos fazem ângulos de 120 o, em conformidade com a geometria da molécula. Na linguagem T.O.M., além de
possuir cinco O.M. m ligantes, a molécula de eteno possui uma O.M. / ligante, duplamente ocupada, formada
a partir de orbitais 2p de eixos paralelos (eixo z, por exemplo), uma por cada átomo C. Estas O.A. têm eixos
perpendiculares ao plano definido pelos núcleos desta molécula planar.

A molécula de etino possui três ligações m, correspondendo duas delas à sobreposição de cada orbital 1s
do hidrogénio com uma orbital híbrida do carbono. Cada orbital híbrida é construída a partir de uma orbi-
tal 2s e uma orbital 2p – orbital híbrida sp. A outra ligação m é resultante da sobreposição de duas destas
orbitais híbridas sp (uma de cada carbono). Cada átomo de carbono possui duas orbitais híbridas de eixos
colineares, em conformidade com a geometria linear da molécula. Além de possuir O.M. m ligantes, a molé-
cula de eteno possui duas O.M. / ligantes, formadas a partir de orbitais 2py e 2pz de eixos paralelos, duas
por cada átomo C.

A estrutura da molécula de benzeno pode ser representada com base no exemplo do eteno. Considerando
três orbitais híbridas sp 2 para cada átomo de carbono, estabelece-se um total de 12 ligações m em que seis cor-
respondem a sobreposição de orbitais híbridas, e o resto à sobreposição de cada orbital 1s de H com uma
orbital híbrida de C. Um conjunto de seis O.A. 2p de eixos paralelos (perpendiculares ao plano nuclear desta
molécula planar) definem três O.M. / ligantes e três O.M. / antiligantes.

Nota: Quer no manual quer neste caderno colocou-se algum cuidado na linguagem utilizada neste domí-
nio delicado da ligação química, para que não se criem ou alimentem concepções incorrectas. É o caso espe-
cial do conceito de orbital híbrida. Há que evitar, por exemplo, que se considerem estas orbitais como o
resultado de um fenómeno real (hibridização de O.A.) a que os átomos estariam sujeitos. Em particular, não
são as orbitais híbridas que justificam a geometria molecular, mas esta que determina aquelas, e isso somente
caso se pretenda associar cada ligação a apenas uma orbital de cada átomo (o que é sempre uma aproximação,
importante para certas propriedades, não importante para outras).
74 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Transparência n.° 7 – De onde vem a energia dos combustíveis?


Os combustíveis não são, só por si, fontes de energia: exigem a presença
de oxigénio, definindo-se o par combustível/oxigénio como a real fonte de QUÍMICA • 12.o ANO
12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
7

energia. O oxigénio designa-se por comburente, mas tem uma parte tão activa
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

DE ONDE VEM A ENERGIA DOS COMBUSTÍVEIS?

quanto o combustível.

A energia libertada numa combustão leva muitas vezes à ideia (errada) de gasolina vaporizada gasolina vaporizada + oxigénio

que a energia se liberta pela ruptura de ligações. Com efeito, romper ligações C C

é sempre um processo endoenergético; é a formação de novas ligações que é Vulgar visão errada de energia química
(romper ligações nunca liberta energia!)
Combustão: mais energia libertada
na formação de novas moléculas
do que energia investida na quebra
de ligações.

um processo exoenergético. Quando há uma combustão (tipicamente exotér- A B C D E

mica), acontece que a energia libertada na formação de novas ligações (em


1.º Tempo 2.º Tempo Instante em que 3.º Tempo 4.º Tempo

moléculas de água e dióxido de carbono) é superior à energia gasta na ruptura


Compressão a faísca salta da vela
Admissão Explosão Escape

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

das ligações dos reagentes (gasolina e oxigénio, por exemplo).

Num motor de um automóvel acontece Química! Os vários tempos associados ao êmbolo resultam das
admissões controladas de combustível e oxigénio.

Transparência n.° 8 – Os plásticos como polímeros não naturais


Apesar de, vulgarmente, os plásticos serem identificados com um símbolo
QUÍMICA • 12.o ANO
de reciclagem que informa sobre a natureza do polímero, isto não significa que 12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
8
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

o plástico em si seja uma substância apenas. De facto, o plástico é uma mistura OS PLÁSTICOS COMO POLÍMEROS NÃO NATURAIS
Plástico / Fibra = Polímero + Aditivos

• Plastificantes – para facilitarem a moldagem.

de substâncias, não sendo de estranhar que o polímero seja aquele que se Aditivos
• Pigmentos/corantes – conferem cor.
• Cargas – dão consistência e tornam o produto mais
barato.
• Antioxidantes – evitam oxidações por agentes exteriores.
• Filtros solares – evitam a fotodegradação.

encontra em maior quantidade no plástico. Em menor quantidade, encontram-


• Ignífugos – retardam a chama em caso de incêndio.
• Lubrificantes – facilitam a injecção nos moldes durante
o fabrico.
• Estabilizantes – evitam reacções de degradação.

-se aditivos, usados com o objectivo de conferirem propriedades particulares. Símbolo

1
Material
TIPOS DE PLÁSTICOS

Poli(tereftalato) de etileno
Produtos resultantes
da reciclagem

Fibras para a indústria têxtil, peluches e carpetes.


PET

2 Polietileno Canalizações para água e gás, bidões, contentores


de alta densidade e estantes.
PEAD

Indústria de construção civil (canalizações, painéis


3 de isolamento térmico e acústico, pavimentos,
Poli(cloreto de vinilo)
cabos eléctricos, portas, janelas e caixilhos),
PVC sinalização rodoviária e solas de sapato.

Polietileno Sacos de supermercado, tubos


4
de baixa densidade e películas estanques a água.
PEBD

Mobiliário, películas para a indústria, contentores,


5 indústria automóvel (pára-choques, baterias,
Polipropileno
conduta para o sistema de aquecimento
PP e revestimentos para o fundo dos chassis).

6 Poliestireno Vasos e cabides.

PS

7 Vários Variados.

OUTROS
Adaptado de revista Proteste , n.o 228 – Setembro de 2002.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009
75

Transparência n.° 9 – Famílias de compostos orgânicos


no fabrico de polímeros; os vidros
Identificam-se as principais famílias de compostos orgânicos que intervêm QUÍMICA • 12.o ANO
9
na síntese de polímeros. 12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

FAMÍLIAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS NO FABRICO DE POLÍMEROS

Grupo funcional Designação Família química Exemplos

H2C = CH2 eteno

- -

- -
Os vidros podem adquirir as mais variadas formas, cores e propriedades,
C C Ligação dupla Alcenos (olefinas)
H3C – CH = CH2 propeno

H3C – CH2OH etanol


-OH Grupo hidroxilo Álcoois
HO – CH2 – CH2 – OH etano-1,2-diol

H3C – CO2H ácido etanóico


(ácido acético)
-CO2H Grupo carboxílico Ácidos carboxílicos

dependendo das formas de fabrico e dos aditivos inseridos. Assim, dependendo


HO2C CO2H ácido benzo-
-1,4-dióico

-CO2Cl Grupo cloreto


Cloretos de ácido H3C – CO2Cl cloreto de acetilo
de acilo

H3C – CH2NH2 etanamina


-NH2 Grupo amina Aminas primárias
H2N – CH2 – CH2 – NH2 etano-1,2-diamina

especialmente dos aditivos, obtém-se um vidro adequado a uma determinada - C - O-

-C N -
Grupo éster

Grupo amida
Ésteres

Amidas
H3C – C – O – CH2 – CH3

H3C – C – NH2
O
acetato de etilo

etanamida
O O

aplicação. OS VIDROS
Vidro de quartzo Vidro sódico

Num cristal de quartzo, cada átomo Si está ligado por ligações covalentes a O

quatro átomos O, num arranjo tetraédrico, encontrando-se cada átomo O ligado


Si
O
Na+
Si

a dois átomos Si.


• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

Transparência n.° 10 – Os novos materiais


Os nanotubos possuem múltiplas aplicações. O futuro reserva muito à nano-
tecnologia, uma vez que a possibilidade de ter processos dinâmicos em nano- QUÍMICA • 12.o ANO
10
12 Q
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

-escala pode revolucionar o funcionamento das sociedades, com aplicações que • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

OS NOVOS MATERIAIS

vão desde a medicina à comunicação. Para a nanotecnologia são necessários


nanomateriais. Usam-se em particular os fulerenos, de que o C60 é o mais
conhecido. Nanotubo de átomos
de carbono

Jante de liga leve


Fibras de carbono
C60 – futeboleno

Nota: Sugere-se a visualização da molécula de C60 com óculos de celofane Lã de vidro


Roofmate

azul-vermelho, que permitem uma percepção molecular a três dimensões.

Os novos materiais estão cada vez mais presentes no nosso quotidiano: veja- Cermet: compósito usado em ferramentas de corte

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

©2009

-se, por exemplo, a presença de fibras de carbono em raquetas de ténis ou


cermet em ferramentas de corte.

Outros materiais assumem papel de destaque em situações bem conhecidas, como por exemplo as jantes
de ligas leves nos automóveis, o MDF nos móveis, etc.
76 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

8. Exploração de simulações computacionais


Disponibilizamos aqui roteiros de exploração de quatro simulações de acesso livre na Internet.

As simulações Gases perfeitos, Ligações intermoleculares e Modelos moleculares estereoscópicos fazem parte de
muitas outras disponíveis no espaço de simulação molecular para o ensino da Física e da Química Molecularium.
Podem ser exploradas em www.molecularium.net ou em http://www.12q.te.pt.

Para aceder à Tabela Periódica deverá utilizar o endereço: http://www.12q.te.pt.

Os roteiros de exploração seguintes foram feitos a pensar nos alunos, podendo ser fotocopiados pelo pro-
fessor e distribuídos para exploração na aula ou em casa, individualmente ou em grupo. Algumas aplicações
carecem de Java V.M. ou de Flash Player.
77

8.1 Gases perfeitos


1. Requisitos mínimos
Java V. M. ou Flash Player 6/7.

2. Objectivos do programa de computador


A simulação Gases perfeitos consiste basicamente numa ilustração, no computador, da influência da mani-
pulação de variáveis [n (de forma indirecta), V e T] na pressão de um gás.
Pretende-se que os alunos reconheçam o interesse histórico dos contributos do trabalho experimental
de Boyle e Mariotte e de Charles e Gay-Lussac e associem o conceito de gás ideal ao gás que obedece estrita-
mente à relação pV = n RT.
A simulação pode ser usada com alunos do 12.o ano de escolaridade. Para que a simulação seja explorada
convenientemente e com aprendizagem significativa é conveniente usar um Roteiro de Exploração, indivi-
dualmente ou em grupos de dois alunos, com a colaboração do professor. Podem igualmente ser editados e
personalizados novos roteiros pelos professores, tendo em vista diferentes formas de abordagem à simulação.

3. Roteiro de exploração
1. Certifique-se de que a grandeza das variáveis, N, V e T é a menor
(o sinal deve preceder a indicação (N ) –, (V ) – e (T ) – respec-
tivamente). Caso não seja, faça clique nos quadros «em branco»
posicionados à frente das respectivas grandezas (o que deverá ser
feito após conclusão de cada um dos passos seguintes).
2. Verifique a influência do aumento da temperatura, clicando no qua-
drado que procede a indicação (T ) +, na pressão do gás, observando
o manómetro. De que forma variou a pressão do gás com o aumento
de temperatura? Que variáveis foram tidas como constantes? Que
lei se encontra inerente ao que acabou de constatar?
3. Manipule a grandeza das variáveis N e V em situações distintas da anterior, verificando a sua influência
na variação de pressão observada no manómetro (compare com a situação do passo 1 em termos de
grandeza de variação da pressão e justifique a diferença com base na lei dos gases ideais).
4. Verifique a influência do aumento do volume, clicando no quadrado que procede a indicação (V ) +, na
pressão do gás, observando o manómetro. De que forma variou a pressão do gás com o aumento de
volume? Que variáveis foram tidas como constantes? Que lei se encontra inerente ao que acabou de
constatar?
5. Manipule a grandeza das variáveis T e N em situações distintas da anterior, verificando a sua influência
na variação de pressão observada no manómetro (compare com a situação do passo 4 em termos de
grandeza de variação da pressão e justifique a diferença com base na lei dos gases ideais).
6. Verifique a influência do aumento da quantidade (em mol), n (de forma indirecta), clicando no quadrado
que procede a indicação (N) +, na pressão do gás, observando o manómetro. De que forma variou a
pressão do gás com o aumento de número de moles? Que variáveis foram tidas como constantes?
7. Manipule a grandeza das variáveis T e V em situações distintas da anterior, verificando a sua influência
na variação de pressão observada no manómetro (compare com a situação do passo 6 em termos de
grandeza de variação da pressão e justifique a diferença com base na lei dos gases ideais).
78 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

8.2 Ligações intermoleculares


1. Requisitos mínimos
Java V. M. ou Flash Player 6/7.

2. Objectivos do programa de computador

No espaço de simulação Ligações intermoleculares pretende-se que os alunos explorem situações resultan-
tes da aproximação a uma substância apolar ou polar de um corpo electrizado ou não, com inferência sobre
as interacções estabelecidas. Para algumas situações, poder-se-á visualizar a parte final da respectiva actividade
experimental em vídeo. Também existem vários vídeos de actividades experimentais com o objectivo
de mostrar a miscibilidade ou não de algumas substâncias com a água e sua inferência no tipo de ligações
características das substâncias envolvidas (iguais ou diferentes?).

É reservado um espaço de simulação para o tipo de ligações intermoleculares: dipolo instantâneo – dipolo
induzido. Neste espaço pretende-se que os alunos acompanhem a formação de interacções dipolo instantâneo –
dipolo induzido a partir de moléculas apolares.

3. Roteiro de exploração

11. Clique no botão «Simulação».


12. Seleccione o conjunto: «Água» + «Barra de plástico».
13. Clique no botão «Vídeo».
14. Clique na seta cor-de-rosa que aparece no rodapé da imagem
e observe.
15. Clique no botão .
16. Observe a distribuição de cargas eléctricas no plástico.
17. Pressione Play (1).
18. O que acontece às cargas eléctricas do plástico e do pano de lã quando se friccionam? Que movimento
de cargas existe? Note: Poderá utilizar os botões com dupla função: Pausa e avançar lentamente (2), e
Pausa e retroceder lentamente (3), para melhor responder a esta questão.
19. Seleccione outros «corpos de aproximação», para a substância água: «Água» + «Vara de vidro»
e depois «Água» + «Barra de ferro» e explore cada um deles, observando, entre outros aspectos, o que
acontece às cargas eléctricas da vara de vidro e, depois, da barra de ferro, quando friccionadas por um
determinado pano, bem como, a existir, o movimento de cargas.
10. Seleccione e explore, de forma semelhante à anterior, outras situações, seleccionando outras substân-
cias disponíveis.
11. Clique no botão de navegação da Internet «Retroceder».
12. Clique no botão «Água com etanol», para visualizar em vídeo o resultado da mistura de etanol com
água.
13. As duas substâncias são miscíveis? Que tipo de interacções intermoleculares predominam nesta mistura?
14. Clique novamente no botão de navegação na Internet «Retroceder».
79

15. Observe os restantes vídeos com a indicação: «Água com (...)», verifique se as substâncias são miscíveis
e mencione o tipo de ligações intermoleculares predominantes.
16. No espaço de simulação Ligações intermoleculares clique no botão «Ligações dipolo instantâneo –
dipolo induzido» e depois em «Simulação».
17. Preste atenção ao que é dito (poderá acompanhar o que é dito, lendo um texto em rodapé) e observe
na sucessão de imagens a diferença entre elas.
18. A que se referirão os sinais (+)? (seleccione a opção correcta)
A. Núcleos de átomos que constituem a molécula.
B. Representações de densidade de carga positiva.
C. Iões.
D. Poli-iões.

8.3 Tabela Periódica


1. Requisitos mínimos

Netscape Navigator 4.0 ou Internet Explorer 4.0.

2. Objectivos do programa de computador

O programa Tabela Periódica consiste na exploração da Tabela Periódica de diferentes modos. A partir
desta aplicação, os alunos podem reconhecer a predominância de elementos metálicos na Tabela Periódica em
relação aos elementos não-metálicos, comparar os elementos metálicos e não-metálicos pelo tipo de iões que
predominantemente formam, verificar que aos elementos metálicos está associada baixa energia de ionização
e aos não-metálicos alta energia de ionização, etc.

3. Roteiro de exploração

1. Seleccione uma opção com que deseja visualizar a Tabela Periódica.

2. Clique em (1) para visualizar a apresentação da Tabela Periódica, segundo o que seleccionara anterior-
mente.

13. Seleccione as restantes opções e visualize a Tabela Periódica com base na opção que indicou.
80 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

14. Com a Tabela Periódica na tela do seu computador, que elemento(s) vizinho(s) fazem parte do mesmo
período que o ferro? E do mesmo grupo?
15. Clique no elemento ferro e visualize um pequeno texto sobre a origem da palavra «ferro», o apareci-
mento do ferro e uma série de informação agrupada por links.
16. Clique na indicação «História» para ler o texto anterior na íntegra.
17. Clique na seta que permite retroceder, situada no rodapé.
18. Clique na indicação «Ocorrência» para informação sobre os principais minérios de ferro, entre outras.
As palavras a verde indicam possibilidade de visualizar fotografia(s) sobre o conteúdo a que se referem.
19. Manipulando as setas que se situam no rodapé, poderá recordar o texto anterior , regressar à pá-
gina Home do elemento ferro ou, então, dar seguimento contínuo a uma vasta série de infor-
mação agrupada segundo a ordem com que é apresentada na página Home deste elemento.
10. Com as propriedades do elemento ferro no computador, indique o número de orbitais d preenchidas
e preveja a configuração electrónica do manganésio, do cobalto e do ruténio.
11. Confirme a respectiva configuração, clicando por exemplo na indicação «Elemento» que consta
na página Home de cada elemento.
12. Atendendo a que atrás tomou conhecimento do(s) vizinhos(s) do elemento ferro no que respeita
ao grupo e período, preveja uma ordenação qualitativa do raio atómico destes elementos em relação ao
ferro. Proceda de igual forma para a energia de ionização.
13. Consultando a indicação «Atómicas» que consta na página Home dos elementos Fe, Mn, Co e Ru,
registe os valores do raio atómico, da primeira energia de ionização e da electronegatividade de Pauling
para cada um. Como variam? Compare os valores do raio atómico e da energia de ionização com o que
tinha previsto.
14. Consulte as indicações «Elemento» e «Atómicas» para um elemento metálico e um elemento não-
-metálico, por exemplo Na e S.
15. Compare os elementos pelo tipo de iões que predominantemente formam.
16. Qual dos elementos apresenta maior energia de ionização? E maior afinidade electrónica?
17. Na página Home da Tabela Periódica, seleccione o elemento Cério.

18. Recolha informação sobre a configuração electrónica deste elemento.


19. Indique o número total de orbitais d e o número total de orbitais f, bem como o número de orbitais d e
o número de orbitais f preenchidas.
20. Na página Home da Tabela Periódica procure descobrir se existe informação sobre cientistas ligados a:
– síntese do amoníaco (processo de Haber);
– síntese do ácido nítrico (processo de Ostwald);
– relação p1/p2= V2/V1;
– relação V1/V2= T1/T2.
Refira o nome e consulte essa informação.
81

8.4 Modelos moleculares estereoscópicos


1. Requisitos mínimos
Computador PC-IBM compatível com Windows 95.
8 Mb de memória RAM.
Placa gráfica de 256 cores ou superior.
Óculos para visão estereoscópica.

2. Objectivos do programa

O programa Modelos moleculares estereoscópicos consiste numa série de modelos moleculares para serem
visualizados em 3D. Para isso é necessário usar óculos para visão estereoscópica. Estes óculos podem ser
adquiridos, via Internet, por exemplo, em http://stereoscopy.com/reel3d/anaglyph-glasses.html, mas também
podem ser facilmente improvisados pelos alunos com cartão (ou armação de óculos antiga) e papel colorido
translúcido – celofane, por exemplo – azul e vermelho).

3. Roteiro de exploração

1. Passe o cursor do rato sobre a indicação «Acetato de etilo»; ao ver que existe uma hiperligação, faça
clique.

2. Coloque os óculos para visão estereoscópica.


3. Observe o modelo.
4. Visualize mais modelos moleculares entre eles: a molécula de água, a molécula de colesterol, a molécula
de futeboleno, a molécula de penicilina, a molécula de TNT e a molécula do Viagra.
5. Observe o modelo da molécula de metano e justifique a geometria que se verifica na molécula.
6. Investigue na Internet os fundamentos da estereoscopia e procure imagens, animações e filmes disponí-
veis a três dimensões usando esta técnica.
Poderá ser colocada uma questão final e/ou inicial sobre os fundamentos da estereoscopia (ver
http://www.jcpaiva.net/?d=curriculum/12/1209).
82 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

9. Notas históricas e biográficas

9.1 Notas históricas relevantes para a Química


Nota histórica sobre a constituição atómica da matéria

Que a matéria não seria contínua, mas constituída por unidades ou átomos, começou por ser uma hipótese
que remonta, pelo menos, ao tempo da Grécia Antiga, especialmente com os filósofos Leucipo (século V a.C.)
e seu discípulo Demócrito (ca. 460-370 a.C.), contra a opinião de Aristóteles (384-322 a.C.) e de Platão (427-
-347 a.C.).

Esta visão atómica da matéria foi adoptada filosófica e poeticamente pelo romano Lucrécio (95-53 a.C.),
mas só 17 séculos depois seria retomada por R. Boyle (1627-1691) e I. Newton (1642-1727), sendo apenas em
1803, com J. Dalton (1766-1844), que a teoria atómica se ligou fortemente à observação experimental. Dalton
elaborou a primeira lista de massas atómicas, numa escala em que tomava o hidrogénio para padrão. Postu-
lando que, durante uma reacção química, não se destroem nem se criam átomos, justificou a lei da con-
servação da massa durante as reacções, devida a A. Lavoisier (1743-1794).

A lei das proporções definidas, previamente estabelecida por um outro químico francês, J. L. Proust (1754-
-1826), ficou também racionalizada, já que cada composto seria formado sempre pelos mesmos átomos numa
relação constante. Igualmente concordante com a teoria, estava a lei das proporções múltiplas, devida ao pró-
prio Dalton. Um outro problema se colocava, entretanto, ao verificar-se que os «átomos» podiam combinar-se
e, no entanto, produzir o mesmo número de partículas. Presentemente temos dificuldade em compreender
a confusão que uma reacção simples como

H2 (g) + Cl2 (g) A 2 HCl (g)

pudesse ter causado; certo é que o conceito de molécula ainda não havia sido criado. O problema foi resolvi-
do pelo químico italiano A. Avogadro (1776-1850) em 1811, mas os benefícios só começaram a ser sentidos
50 anos mais tarde, com o trabalho de S. Cannizzaro (1826-1910).

Dalton e os seus contemporâneos consideravam o átomo como um objecto indivisível, tal como os filóso-
fos gregos Leucipo e Demócrito. Os trabalhos sobre descargas eléctricas através de gases a pressão reduzida,
iniciados por W. Crookes (1832-1919) em 1879, e finalizados com a determinação da relação carga/massa do
electrão por J. J. Thomson (1856-1940) em 1897, na Inglaterra, viriam a demonstrar que o átomo pode ser
dividido em partes de carga negativa e de carga positiva; a partícula de carga negativa, o electrão, apresentava-
-se comum a todos os átomos, mas a parte de carga positiva era diferente. Entretanto, em 1896, H. Becquerel
(1852-1908), em França, descobriu que os sais de urânio emitem radiações, assim se reforçando a ideia de que
os átomos não eram indivisíveis; a este fenómeno chamou radioactividade.

Em 1902, E. Rutherford (1871-1937) mostrou que um tipo de radioactividade – «radiações _» – era devida
a átomos de hélio carregados positivamente. Em 1910, H. Geiger e E. Marsden, discípulos de Rutherford,
estudaram os desvios experimentados pelas partículas _ ao bombardearem folhas de metal (ouro). Com base
nestas experiências, Rutherford concluiu que o átomo é constituído por um núcleo de carga positiva, o qual
concentra quase toda a massa do átomo num pequeno volume, rodeado por electrões. Por seu lado, o núcleo
seria constituído por partículas de carga positiva – depois chamados protões – conjuntamente com um certo
número de electrões, pensava-se então, de modo que a carga nuclear total fosse equilibrada pela dos electrões
extranucleares; o átomo de hidrogénio seria o único que não teria electrões no núcleo, mas apenas um protão.
83

Entretanto, em 1909, o americano R. Millikan (1868-1954) havia determinado a carga do electrão, permi-
tindo assim, também, conhecer-se a sua massa, uma vez que a relação entre carga e massa havia já sido deter-
minada por Thomson. Na continuação dos trabalhos de Thomson, F. Aston (1877-1946), determinando
massas atómicas com elevada precisão (pela técnica do espectrómetro de massa), descobriu, em 1919, que os
átomos de um mesmo elemento podem ter massas diferentes. Em 1920, Rutherford sugeriu que os núcleos
seriam constituídos por protões e partículas neutras, os neutrões, de massa aproximadamente igual à dos
protões; conforme o número de neutrões, assim átomos do mesmo elemento teriam diferentes massas.
Na verdade, em 1932, J. Chadwick (1891-1974), em Inglaterra, descobria o neutrão.

As experiências realizadas a partir de 1930 viriam a revelar a existência de muitas outras «partículas funda-
mentais» no Universo, além do electrão, protão e neutrão. A maior parte delas tem uma vida muito curta,
transformando-se rapidamente noutras entidades mais estáveis. Em muitos casos, a sua existência foi prevista
teoricamente, antes de serem detectadas experimentalmente. Assim, os mesões /, partículas de massa inter-
média entre as do protão e do electrão, constituíram objecto de uma hipótese em 1935, confirmada experi-
mentalmente em 1947. Entretanto, já em 1932 se havia descoberto o positrão, partícula com massa igual
à do electrão mas de carga positiva. O positrão e o antiprotão, descoberto em 1955 (este último, com a mesma
massa do protão e carga oposta) são exemplos de partículas de «antimatéria». São extremamente instáveis;
assim, duas antipartículas, como o electrão e o positrão ou o protão e o antiprotão, podem aniquilar-se
mutuamente, produzindo energia. Mas o facto de serem instáveis na parte do Universo que conhecemos não
significa que noutra parte não sejam porventura as formas dominantes.

Note-se, a finalizar esta breve perspectiva histórica, que a divisibilidade do átomo permite dar afinal alguma
razão aos filósofos gregos que, como Aristóteles e Platão, se opunham à ideia de partículas de matéria indivisí-
veis (átomos). Na verdade, existem provas de que os próprios protões e neutrões não são partículas simples,
mas constituídos por 3 quarks cada um. O protão é formado por 2 quarks de carga +2/3 e 1 quark de carga
–1/3; o neutrão é formado por 1 quark de carga + 2/3 e 2 quarks de carga –1/3.

Nota histórica sobre a Tabela Periódica

Em meados do século XIX, com 59 elementos conhecidos, a pesquisa de semelhanças entre esse elementos
era intensa entre os químicos – reacções em que intervêm e propriedades físicas como o ponto de fusão, o
ponto de ebulição, a densidade – com vista à sua organização em grupos. Já antes, porém, no livro de Lavoisier
sobre os elementos (onde, no entanto, ele incluía a luz e o calor!), organizavam-se alguns elementos segundo
as suas propriedades. A ideia de elemento, em todos estes estudos, correspondia à que hoje temos para subs-
tância elementar.

Na Alemanha, Johann Döbereiner identificou conjuntos de três elementos com propriedades semelhantes
– tríadas – como, por exemplo, Cl, Br, I; Li, Na, K; Ca, Sr, Ba. O seu compatriota Lothar Meyer reconheceu
que o volume molar dos elementos era, aproximadamente, uma propriedade periódica da massa atómica.
Em Inglaterra, John Rowlands verificou que, organizados os elementos segundo a ordem crescente das suas
massas atómicas, para os primeiros 16 elementos conhecidos, as propriedades repetiam-se de 8 em 8: o número
2 (então, Li) semelhante ao número 10 (então, Na), o número 3 (então, Be) semelhante ao número 11 (então,
Mg), etc., tal como as oitavas em música. Na Rússia, Dmitri Mendeleev (1869) deu um importante passo
adiante em relação a estes estudos: deixou espaço em branco em alguns grupos de elementos, prevendo que
novos elementos seriam descobertos e antecipando, até, algumas das suas propriedades. Por exemplo, um
espaço por baixo de Si, no grupo de C, viria a ser preenchido com a descoberta do germânio, em 1884.
84 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Nota histórica sobre as massas atómicas

1808 – J. Dalton elaborou a primeira tabela de massas atómicas, atribuindo o valor 1 ao hidrogénio, com
base na hipótese de que os compostos são formados por elementos na proporção de um átomo de
cada um. Esta hipótese implicaria a fórmula HO para a água (em vez de H2O) e a fórmula NH
para o amoníaco (em vez de NH3). Como resultado, a massa atómica do oxigénio vinha próxima
de 8 (em vez de 16) e a do azoto próxima de 6 (em vez de 14).
1813 – O químico sueco J. J. Berzelius, baseando-se no pressuposto de que volumes iguais de diferentes
elementos gasosos tinham o mesmo número de átomos, determinou valores para as massas atómicas,
designadamente do oxigénio, azoto e cloro, que se verifica estarem muito próximos dos valores
correctos. Este resultado é devido ao facto, então ignorado por Berzelius, de que as moléculas
daqueles elementos tinham o mesmo número de átomos.
1819 – Os químicos franceses Dulong e Petit, analisando a tabela de massas atómicas de Berzelius, verifi-
caram, para a maioria dos casos, ser constante o produto da massa atómica pelo calor específico do
elemento. Isto permitiu corrigir algumas massas atómicas determinadas por Berzelius. Simultanea-
mente, Mitscherlich, atribuindo a mesma composição química a compostos que apresentavam for-
mas cristalinas idênticas, determinou mais algumas massas atómicas.
1858 – O químico italiano S. Cannizzaro, com base nos trabalhos de Gay Lussac e na sugestão, já avançada
por Avogadro em 1811, de que as moléculas dos elementos gasosos poderiam conter mais do que
um átomo, deduziu a atomicidade da molécula de hidrogénio, desenvolveu técnicas de determina-
ção de densidades de vapor e relacionou-as com as massas moleculares. Esta contribuição foi deci-
siva para a determinação de massas atómicas.
1919 – O físico inglês F. Aston determinou massas atómicas com elevada precisão por espectrometria
de massa.

Nota histórica sobre a mecânica quântica

1900 – O físico alemão Max Planck (1858-1947), para interpretar as características da luz emitida por
objectos, em função da respectiva temperatura, propôs que a energia radiante não era emitida em
quaisquer quantidades, mas apenas em certas quantidades bem definidas, múltiplas de um valor
mínimo h ␯: «quantum» de energia.
1905 – O físico alemão, depois naturalizado americano, Albert Einstein (1879-1955), baseado nos estudos
de Planck para interpretar o efeito fotoeléctrico, propôs que era da própria natureza das radiações
electromagnéticas não se apresentarem com quaisquer valores de energia. Para um feixe de radia-
ções de frequência ␯, as energias possíveis seriam E = nh ␯, com n = 1, 2, 3, ..., conforme o número
de «partículas» de energia radiante (mais tarde chamadas fotões): dualismo onda-partícula.
1913 – O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) estendeu a ideia da quantização da energia ao elec-
trão do átomo H, para interpretar o respectivo espectro de emissão descontínuo.
1923 – O físico americano Arthur H. Compton (1892-1962) descobriu o efeito que tem o seu nome, rela-
cionado com a interacção de raios X com electrões: o fotão X comporta-se como tendo, além
de uma energia h␯ , um momento linear p = h␯/c = h/␭.
1924 – O físico francês Louis Victor, príncipe De Broglie (1892-1987), inspirado no trabalho de Compton,
estendeu a descrição onda-partícula para o fotão a qualquer partícula de momento linear p = mv,
a qual, «de certo modo», teria um comprimento de onda ␭ = h/p, tal como para o fotão.
85

1924 – Para o físico alemão Max Born (1882-1970), a «descrição ondulatória» dos electrões feita por
De Broglie não dispensava a necessidade de uma nova mecânica que começava então a ser esbo-
çada: Mecânica Quântica.
1925 – Werner Heisenberg (1901-1976), discípulo de Born, prosseguindo o trabalho do seu mestre, pas-
sou a representar as quantidades físicas por números complexos, num tratamento matemático que
viria a clarificar estabelecendo relações com as propriedades das matrizes.
1925 – O matemático inglês, de pai suíço, Paul Adrian Maurice Dirac (1902-1984) desenvolveu um novo
formalismo, equivalente ao de Heisenberg mas mais compreensível, baseado na Mecânica Clássica
através da introdução de um conjunto de postulados.
1925-26 – O físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) estabeleceu uma abordagem ondulatória da
Mecânica Quântica, inspirada na teoria de De Broglie, depois de, inicialmente, ter considerado
disparatadas as ideias do físico francês. Ao princípio, a teoria de Schrödinger não foi bem aceite
nem por Heisenberg nem por Dirac, mas Born deu-lhe a sua aprovação avançando mesmo com
uma interpretação física para a função de onda ^ em termos de probabilidade. As reticências
de Heisenberg e Dirac à teoria de Schrödinger acabaram por se desvanecer quando, em 1926,
este demonstrou que a sua teoria era matematicamente equivalente às teorias de Heisenberg e
de Dirac. Começando com as equações de Heisenberg, que envolviam matrizes a representar
quantidades físicas, Schrödinger mostrou que cada uma destas podia ser representada por um
operador apropriado.
1926 – Para interpretar pormenores dos espectros atómicos e a importante experiência de Stern e Gerlach
(1921) (desdobramento de um feixe de átomos de prata por campos magnéticos não homogéneos),
W. Pauli e, independentemente, G. E. Uhlenbeck e S. Goudsmit propuseram uma nova «carac-
terística» para o electrão: spin.
1927 – Heisenberg identificou «observáveis incompatíveis» sempre que a propriedade comutativa da multi-
plicação se não verificasse para os respectivos operadores e formulou o célebre Princípio da Indeter-
minação, ou Princípio da Incerteza. Em particular, reconheceu que, se a posição de uma partícula
for determinada com elevado rigor, o respectivo momento linear fica sujeito a grande indetermi-
nação, e vice-versa.
1927 – Os físicos americanos C. Dawisson e L. Germer e o físico britânico G. P. Thomson obtiveram figuras
de difracção com feixes de electrões.
1928 – Dirac estabeleceu uma teoria mais completa – Mecânica Quântica Relativista – associando princí-
pios da Teoria da Relatividade à Mecânica Quântica. Em particular, a questão do spin ficou devida-
mente esclarecida.

Nota histórica sobre a espectroscopia

1666 – Experiências por Isaac Newton com prismas de vidro, decompondo e recompondo a luz branca.
1752 – T. Melville observa cores vivas nos espectros de sais colocados em chamas.
1800 – Descoberta das radiações infravermelhas por J. Herschel, estudando o efeito térmico da luz invisí-
vel, aquém do vermelho, no espectro solar.
1801 – Descoberta das radiações ultravioletas por J. W. Ritter, estudando o efeito da luz invisível, além
do violeta, no escurecimento dos sais de prata.
86 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

1802 – Primeiro espectro solar utilizando uma fenda estreita para o feixe incidente num prisma, e primeira
observação de riscas negras no espectro solar, por W. Wollaston.
1817 – J. von Fraunhofer estuda as riscas negras com mais pormenor, usando um pequeno telescópio para
ver o espectro solar, e estende a observação à luz de outras estrelas e da Lua, registando algumas
diferenças.
1822 – J. Herschel utiliza o espectroscópio de Fraunhofer para estudos dos espectros visíveis de chamas
coradas e salienta a potencialidade do método em análise.
1823 – Fraunhofer cria a primeira rede de difracção, passando um arame fino entre dois parafusos, utili-
zando os respectivos sulcos.
1834 – D. Brewster (inventor do caleidoscópio) observa riscas de Fraunhofer quando luz branca atravessa
vários gases e refere o interesse do método em análise.
1852 – G. Stokes descobre o fenómeno de fluorescência e estabelece os fundamentos da análise espectral.
1853 – August Beer estabelece uma relação entre a absorção de luz por soluções coradas e a concentração
da solução.
1859 – G. Kirchhoff atribui as riscas negras no espectro solar à absorção de radiações pelos gases mais
exteriores (mais frios) da atmosfera solar, as mesmas radiações que os mesmos gases podem emitir
se excitados.
1861 – G. Kirchhoff e R. Bunsen descobrem o césio e o rubídio, através de novas riscas de cor azul e verme-
lha, respectivamente, detectadas com um espectroscópio. W. Crookes descobre o tálio, de modo
semelhante.
1862 – Fraunhofer introduz o conceito de «corpo negro» e estabelece a distribuição da respectiva intensi-
dade em função do comprimento de onda.
1868 – Pierre Janssen, ao estudar um eclipse do Sol na Índia, detecta uma nova risca amarela no espectro
solar, atribuída a um novo elemento: hélio.
1868 – Anders J. Ångstrom mede os comprimentos de onda de cerca de 1000 riscas de Fraunhofer, utili-
zando redes de difracção, e exprime-os em unidades de 10–10 m (1 Ångstrom).
1871 – Ångstrom mede os comprimentos de onda das 4 riscas conhecidas no espectro de emissão do
hidrogénio, obtido por descarga eléctrica através de H2.
1882 – W. Abney e E. R. Festing obtêm espectros de absorção de infravermelhos de mais de 50 compostos
e identificam bandas com certos grupos de átomos nas moléculas.
1885 – J. J. Balmer encontra uma fórmula que reproduz os valores dos comprimentos de onda do espectro
de emissão do hidrogénio.
1890 – Na linha da expressão de Balmer, J. Rydberg estabelece relações empíricas para os espectros de
emissão.
1937 – Os empresários R. S. Perkin e C. W. Elmer formam uma companhia que fabrica os primeiros
espectrómetros de infravermelhos para venda.
1945 – Os físicos americanos E. Purcell e F. Block descobrem o fenómeno de ressonância magnética
nuclear, dando origem à espectroscopia RMN.
87

Nota histórica sobre as noções de ácido e base

A palavra «ácido» (do latim «acidus», azedo) está associada ao sabor azedo comum a um certo número
de substâncias deste tipo. A palavra «base», primitivamente «alcali» (do árabe «al Kali», cinzas de plantas) é tida
como substância «anti-ácido» devido à capacidade de poder anular a acção dos ácidos. Outras propriedades são
conhecidas há muito. Em 1663, Robert Boyle detectou variações de cor provocadas pelos ácidos quando adiciona-
dos a certos extractos de plantas. Em 1774, Rovelle referia que as bases reagiam com os ácidos para formar sais.
Todavia, estes critérios primitivos para reconhecimento de ácidos e de bases não envolviam a formulação
de qualquer explicação ou interpretação dos efeitos observados. As primeiras tentativas neste sentido estão
ligadas aos trabalhos de vários cientistas na década 1770-80. Lavoisier, a partir da investigação da reacção de
certos óxidos com a água, definia ácido como um composto que contém oxigénio (daqui a designação de
oxigénio: gerador de ácidos). Em 1787, Berthollet sugeriu a hipótese de existirem ácidos sem possuírem oxi-
génio. A prova conclusiva foi dada, em 1810, por Davy, ao provar que o cloro era uma substância elementar
e não um óxido, e, consequentemente, que o cloreto de hidrogénio, cuja solução em água apresentava pro-
priedades ácidas, não continha oxigénio. Davy foi o primeiro a propor que um ácido era um composto que
continha hidrogénio. J. von Liebig definiu ácido como substância que contém hidrogénio que pode ser des-
locado por metais.
Em 1887, o químico sueco S. Arrhenius, na sequência dos seus trabalhos sobre condutibilidade eléctrica
de soluções, classificou como ácido qualquer substância capaz de originar iões de hidrogénio, H+, e iões nega-
tivos, em solução aquosa, e como base um composto capaz de fornecer iões hidróxido, OH–, e iões positivos
para a solução aquosa. Arrhenius reconhecia assim, e correctamente, que as características ácidas e básicas
numa solução derivam da presença dos iões H+ e OH–, respectivamente.
Embora os conceitos desenvolvidos por Arrhenius contribuíssem enormemente para o desenvolvimento da
Química no início do século XX, algumas dificuldades, contudo, surgiam. Uma delas ligava-se à natureza do ião
H+ (protão) em solução aquosa; uma outra consistia no facto de haver substâncias que, não contendo
o ião OH–, se comportavam como bases. O passo seguinte foi dado em 1923, com os trabalhos de J. N. Brönsted
e T. M. Lowry, que propuseram as seguintes definições: ácido, substância capaz de ceder iões H+, e base, substân-
cia capaz de aceitar iões H+. Esta teoria é válida em soluções nas quais o solvente seja outro que não água.
Ainda em 1923, e tendo a teoria da ligação química iniciado os primeiros passos, G. N. Lewis propôs
novos conceitos de ácido e de base de âmbito mais geral do que os de Brönsted-Lowry. Segundo Lewis, base
é qualquer espécie que, na ligação com outra, cede electrões (ligação dativa); esta outra espécie será um ácido.

Nota histórica sobre o primeiro corante artificial

Durante as férias da Páscoa de 1856, um jovem estudante de Química inglês, de 18 anos e de nome William
Perkin, lançou-se num projecto ambicioso: preparar artificialmente, no laboratório que tinha em casa de seus
pais, o quinino, que se extraía da casca de certas árvores da América como remédio para a malária.
Não conseguiu, o que não admira, pois os conhecimentos existentes na época não eram suficientes para per-
mitir qualquer sucesso a este projecto (só em 1944 se tornou possível a síntese laboratorial do quinino, ou quinina).
De facto, em vez do produto branco desejado, o que obteve foi uma massa negra. Ao tentar removê-la do frasco
da experiência com água e álcool, obteve uma inesperada cor púrpura. Fascinado por este resultado, que não
compreendia – sabe-se hoje que um dos reagentes utilizado (a anilina) continha, como impureza, uma outra
substância (a toluidina) –, logo lhe procurou uma aplicação prática: aquelas soluções de cor púrpura tingiam a
roupa. Estava fabricado o primeiro corante artificial para a indústria têxtil: mauveína. Até então, o único corante
púrpura conhecido era extraído de pequenos moluscos do Mediterrâneo, sendo, por isso, raro e muito caro.
O jovem Perkin registou a patente desta descoberta e, com a ajuda de seu pai, construiu uma fábrica para
a produção do corante, conseguindo desse modo uma grande fortuna. Entretanto continuou as suas investiga-
ções, que aumentaram o seu prestígio.
88 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

9.2 Datas de descoberta dos elementos químicos mais importantes


N.o Atómico Elemento Símbolo Data N.o Atómico Elemento Símbolo Data

1 hidrogénio H 1766 40 zircónio Zr 1824

2 hélio He 1868 / 1895 41 nióbio Nb 1802

3 lítio Li 1818 42 molibdénio Mo 1778

4 berílio Be 1798 43 tecnécio Tc 1937

5 boro B 1808 44 ruténio Ru 1844

6 carbono C Antiguidade 45 ródio Rh 1803

7 azoto N 1772 46 paládio Pd 1803

8 oxigénio O 1774 47 prata Ag Antiguidade

9 flúor F 1887 48 cádmio Cd 1817

10 néon Ne 1898 49 índio In 1863

11 sódio Na 1807 50 estanho Sn Antiguidade

12 magnésio Mg 1808 51 antimónio Sb Antiguidade

13 alumínio Al 1827 52 telúrio Te 1783

14 silício Si 1824 53 iodo I 1811

15 fósforo P 1669 54 xénon Xe 1898

16 enxofre S Antiguidade 55 césio Cs 1860

17 cloro Cl 1774 56 bário Ba 1808

18 árgon Ar 1894 57 lantânio La 1839

19 potássio K 1807 72 háfnio Hf 1923

20 cálcio Ca 1808 73 tântalo Ta 1802

21 escândio Sc 1879 74 tungsténio W 1783

22 titânio Ti 1825 75 rénio Re 1925

23 vanádio V 1830 76 ósmio Os 1803

24 crómio Cr 1797 77 irídio Ir 1803

25 manganésio Mn 1774 78 platina Pt 1735

26 ferro Fe Antiguidade 79 ouro Au Antiguidade

27 cobalto Co 1735 80 mercúrio Hg Antiguidade

28 níquel Ni 1751 81 tálio Tl 1861

29 cobre Cu Antiguidade 82 chumbo Pb Antiguidade

30 zinco Zn 1746 83 bismuto Bi 1753

31 gálio Ga 1875 84 polónio Po 1898

32 germânio Ge 1886 85 astato At 1940

33 arsénio As 1250 86 radão Rn 1900

34 selénio Se 1817 87 frâncio Fr 1939

35 bromo Br 1826 88 rádio Ra 1898

36 krípton Kr 1898 89 actínio Ac 1899

37 rubídio Rb 1861 90 tório Th 1828

38 estrôncio Sr 1808 91 protactínio Pa 1917

39 ítrio Y 1843 92 urânio U 1841


89

9.3 Notas biográficas de cientistas

Robert Boyle (1627-1691)


Nasceu em Lismore Castle, Irlanda; foi o 14.° e último filho do conde de Cork. Depois de frequentar o
famoso colégio de Eton, em Inglaterra, foi para Itália, onde estudou os trabalhos de Galileu. Com a morte de
seu pai e perda da fortuna, regressou a Inglaterra em 1644, para se dedicar totalmente à Ciência. Falava seis
línguas. Em 1663, reuniu um grupo importante de filósofos e cientistas e fundaram a Sociedade Real de Ciên-
cias, em Londres. Os gases constituíram o objecto principal dos seus estudos. Em 1662, usando tubos de
vidro em U com mercúrio, estabeleceu a relação pV = constante. Introduziu a noção de elemento químico
como matéria que não se decompõe noutra mais simples. Ainda acreditava, como os alquimistas, que o ouro
se podia obter a partir de outros metais. As suas ideias constam de um livro que publicou em 1680: O Químico
Céptico. Algumas dessas ideias foram criticadas por Isaac Newton, mais novo do que Boyle.
Nasceu 11 anos depois da morte de Shakespeare.

Isaac Newton (1642-1727)


Notável cientista inglês, especialmente conhecido pela sua formulação dos princípios da dinâmica, pelo
desenvolvimento do cálculo, pelos seus trabalhos sobre as forças da gravidade e pelos seus estudos de óptica,
designadamente sobre a decomposição e recomposição da luz solar com prismas de vidro. Em 1665, aos
23 anos de idade, terminou o seu curso na Universidade de Cambridge, pouco antes de esta fechar devido à
peste. Consta que, regressado à quinta da família para continuar a estudar e a pensar, um dia a queda de uma
maçã o fez pensar sobre a razão por que as maçãs (e outros objectos…) caem sempre na vertical e nunca para
o lado ou «para cima». Assim teria nascido a sua teoria da gravitação, aplicável a quaisquer corpos na Terra
e no Espaço; em particular, ficava explicado como é que a Terra mantém a Lua em órbita, sempre a «cair»
para a Terra, mas sem nunca se juntarem.
Estas ideias só foram publicadas em 1687, na sua famosa obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica.
Nessa altura, Bach tinha 2 anos.

Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794)


Nasceu em Paris, de uma família aristocrata. É considerado um dos fundadores da Química moderna.
Aos 25 anos, foi feito membro da Academia das Ciências de França, que já o havia premiado por um trabalho
seu sobre o sistema de iluminação de Paris. Informado, em 1774, pelo químico inglês J. Priestley (1733-1804)
sobre a obtenção de um gás por aquecimento de óxido de mercúrio, Lavoisier prosseguiu esses estudos pro-
pondo que os átomos do gás estariam presentes em todos os ácidos; por isso lhe chamou «oxigénio», palavra
de origem grega que significa «gerador de ácidos». Também propôs que a respiração é uma combustão,
embora lenta. Os seus estudos cuidadosos revelaram que a massa total antes de uma reacção é igual à massa
total depois da reacção. Estas ideias constam de um livro famoso que publicou em 1789: Tratado Elementar
de Química.
Além de cientista notável, desempenhou vários cargos públicos antes da Revolução Francesa. Um deles
estava relacionado com o comércio do tabaco. Embora opondo-se à prática, então corrente, de juntar água ao
tabaco para enganar o comprador, e dadas as suas relações, como aristocrata, com o regime político anterior,
designadamente como colector de impostos e Secretário do Tesouro, viria a ser executado pela guilhotina, em
1794, sob a acusação de «adicionar água ao tabaco do povo».
Foi contemporâneo do célebre poeta alemão Goethe e do famoso pintor espanhol Goya.
90 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

John Dalton (1766-1844)


Nasceu na aldeia de Eaglesfield, em Inglaterra, em 1766, numa família pobre. Aos 12 anos, já ensinava
Matemática. Pouco depois, iniciava uma sequência de observações meteorológicas, que haveria de se estender
por toda a sua vida. A partir de 1793, na cidade de Manchester, passou a ensinar também Física, Química e
Meteorologia. Em 1794 descreveu uma anomalia da visão, de que ele próprio sofria, e que consiste na dificul-
dade em distinguir as cores, especialmente o vermelho e o verde; tal deficiência viria a chamar-se daltonismo.
Os seus estudos principais incluíram o comportamento de gases e sua dissolução em líquidos e a composição
de óxidos de azoto. Em 1803 e 1804 estabeleceu as bases da teoria atómica, o que lhe grangeou, desde logo,
uma grande reputação no seu país.
Quando Dalton nasceu, Mozart tinha 10 anos e, no auge da sua fama, Beethoven tinha 33 anos.

Amedeo Avogadro (1776-1856)


De nome completo Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro, nasceu em Turim, Itália. Formou-se em
direito e exerceu advocacia durante alguns anos. Em 1800 voltou-se para a Ciência, vindo a tornar-se um
famoso professor de Física e Matemática, em Itália. Em 1811, sugeriu a hipótese que viria a ser conhecida por
Lei de Avogadro. Esta ideia, aliada ao conceito de molécula, não foi aceite na época. Só em 1860 outro cien-
tista italiano – Stanislao Cannizzaro (1826-1910) –, através de várias experiências, fez aceitar pelo mundo
científico a validade da hipótese de Avogadro e a importância do conceito de molécula.
A hipótese de Avogadro surgiu quase no mesmo ano em que o grande compositor italiano Verdi nasceu
(1813).

Michael Faraday (1791-1867)


Nasceu em Newington, Inglaterra, filho de um modesto ferreiro. Aos 14 anos já trabalhava como encader-
nador, lendo à noite os livros científicos que encadernava de dia. Assistia frequentemente às conferências
do famoso químico Davy, vindo a suceder-lhe como director da Royal Institution de Londres. Descobriu o
benzeno, em 1825. Dedicou-se ao estudo da electricidade e do electromagnetismo e, na Química, especial-
mente à electrólise. Costuma dizer-se que, se na altura já existisse o Prémio Nobel, Faraday teria obtido 6, tal
a variedade e importância dos seus trabalhos.
Faraday tinha 3 anos quando Lavoisier foi guilhotinado e 6 anos quando Schubert nasceu.

August Kékulé (1829-1896)


De nome completo Friedrich August Kékulé von Stradonitz, nasceu em Darmstadt, na Alemanha. Estu-
dou arquitectura antes de se dedicar à Química. Em 1857, propôs a tetravalência do carbono, o que marca-
ria o início da Química Orgânica estrutural. Em 1825, Faraday havia descoberto o benzeno e, em 1834,
Mitslerchich determinou a sua fórmula molecular: C6H6. Mas a estrutura desta molécula permaneceu um
mistério até que, em 1865, Kélulé propôs (diz-se, depois de um sonho com serpentes… ou macacos…) uma
estrutura hexagonal com ligações C – C e C = C «em alternância».
91

Dmitri Yvanovitch Mendeleev (1834-1907)


Nasceu em Tobolsk, na Sibéria, de uma família pobre e numerosa, mas viveu quase sempre em S. Peters-
burgo. Aqui escreveu livros e ensinou na Universidade. O seu trabalho mais importante foi a «classificação
periódica dos elementos químicos». Depois disso, interessou-se sobretudo pelos recursos naturais da Rússia e
suas aplicações comerciais, em particular a natureza e a origem do petróleo. Para esse efeito visitou os E.U.A.
em 1876, tendo manifestado opinião muito desfavorável sobre a civilização que encontrou. No fim do século
XIX, enfrentou alguns problemas políticos na Rússia e perdeu o seu lugar na Universidade, embora tenha sido
nomeado director do Departamento de Pesos e Medidas. Em sua homenagem, ao elemento químico de
número atómico 101 foi dado o nome de mendelévio.
Mendeleev foi contemporâneo do célebre pintor impressionista francês Cézanne (1839-1906).

Max Planck (1858-1947)


Filho de um professor da Universidade de Munique, na Alemanha, cedo decidiu estudar Física, apesar
do conselho em sentido contrário do director do Departamento de Física daquela Universidade, que
considerava, no fim do século XIX, que já tinham sido feitas todas as importantes descobertas em Física.
Depois de algum tempo na Universidade de Munique, foi para Berlim estudar Termodinâmica. Este traba-
lho viria a servir de base à sua famosa teoria quântica. Recebeu o Prémio Nobel da Física, em 1918.

Marie Curie (1867-1934)


Física de origem polaca. Casou em 1835 com o físico francês Pierre Curie. Em 1896 foi-lhe sugerido como
tema de doutoramento o estudo das radiações emitidas pelos sais de urânio. No decurso dos estudos, os
Curie descobriram e isolaram um novo elemento radioactivo, que baptizaram de polónio em homenagem ao
seu país de origem. Alguns meses depois descobriram e isolaram o rádio.
Em 1899, foi-lhes cedido um cavernoso hangar, que funcionava como espaço de dissecação para estudan-
tes de medicina, para tratar e isolar o rádio. Marie Curie na sua biografia descreve: «um abrigo de madeira,
com telhado de vidro que não impedia a entrada de chuva, e sem quaisquer instalações internas... não havia
chaminés para dar vazão aos gases venenosos provocados pelos nossos trabalhos químicos».
Prémio Nobel da Física em 1903 (com seu marido Pierre Curie e Henri Becquerel) e Prémio Nobel
da Química em 1911. Foi a primeira mulher professora na universidade parisiense da Sorbonne.

Victor Grignard (1871-1935)


Nasceu em Cherbourg, em França. Trabalhou intensamente na síntese de muitos compostos orgânicos.
Em 1900 preparou, pela primeira vez, compostos organometálicos, como CH3MgCl, extremamente úteis e
versáteis em síntese orgânica, designadamente quando se pretende aumentar uma cadeia de átomos de car-
bono. Partilhou, com o seu compatriota Paul Sabatier, o Prémio Nobel da Química, em 1912.
92 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Ernest Rutherford (1871-1937)


Nasceu na Nova Zelândia, em 1871. Doutorou-se na Universidade de Cambridge, Inglaterra, em 1895,
para onde inicialmente tinha ido com a intenção de estudar o que hoje chamamos ondas de rádio, aparen-
temente para fazer fortuna, voltar ao seu país e desposar a noiva. Contudo, o seu professor, J. J. Thomson,
convenceu-o a trabalhar em radioactividade, um fenómeno recentemente descoberto.
Ainda em Cambridge, Rutherford descobriu as radiações _ e `. Depois, na Universidade de McGill, no
Canadá, de 1899 a 1907, demonstrou que as partículas _ são núcleos de átomos de hélio e as partículas ` são
electrões. Por este trabalho, recebeu o Prémio Nobel da Química em 1908. Já na Universidade de Manches-
ter, Inglaterra, a partir de 1907 viria a realizar os seus estudos, igualmente famosos, sobre a estrutura nuclear
dos átomos. Em 1919, realizou a primeira transmutação artificial de um elemento noutro, ao transformar
azoto em oxigénio, por bombardeamento com partículas _. A partir de 1919 sucedeu a Thomson como direc-
tor do Laboratório Cavendish, da Universidade de Cambridge. Vários dos seus discípulos viriam a ser laurea-
dos com o Prémio Nobel.
Quando Rutherford nasceu, van Gogh tinha 18 anos.

Albert Einstein (1879-1955)


Nascido na Alemanha, depois naturalizado americano, é por vezes considerado o Newton do século XX.
Em 1905, enquanto funcionário do departamento suíço de patentes, em Berna, publicou três trabalhos – rela-
tividade restrita, movimento browniano, efeito fotoeléctrico – que tiveram uma enorme influência no desen-
volvimento da Física. Recebeu o Prémio Nobel da Física em 1921, pelos seus estudos sobre o efeito
fotoeléctrico. Teve um papel decisivo na utilização do urânio como fonte de energia, designadamente na cons-
trução de engenhos nucleares nos Estados Unidos. Após a deflagração das primeiras bombas atómicas, pug-
nou pela utilização da energia nuclear apenas para fins pacíficos.

Niels Bohr (1885-1962)


Niels Henryk David Bohr nasceu em Copenhaga, na Dinamarca. Em 1911, doutorou-se em Física e foi
trabalhar para Inglaterra, primeiro com J. J. Thomson, em Cambridge, e depois com E. Rutherford, em
Manchester. Em 1913 publicou as suas ideias revolucionárias sobre a estrutura electrónica dos átomos, que
lhe valeriam o Prémio Nobel da Física em 1922. De regresso a Copenhaga, foi director do famoso Instituto de
Física Teórica a partir de 1920. Neste instituto estudaram vários cientistas célebres, entre eles W. Heisenberg,
W. Pauli e L. Pauling.
93

10. Apoio a Trabalho de Projecto em Química 12.o ano


Nas páginas seguintes apresentamos algumas ideias e materiais que podem apoiar o Trabalho de Projecto
no 12.º ano de Química. Sempre que possível, a disciplina de «Projecto» pode associar valências da Química
e cruzamentos interdisciplinares desta área do saber com muitas outras, mais ou menos afins (Física, Biologia,
Português, Inglês, etc.).

O Trabalho de Projecto supõe uma dinâmica que facilita a aquisição de competências muito importantes
para qualquer actividade profissional.

10.1 Algumas generalidades sobre o Trabalho de Projecto *


Um projecto, em certo sentido, nunca acaba. De facto, quase sempre seria possível fazer mais e melhor.
Chegados ao final do ano lectivo, é a hora de fazer a síntese, de preparar o relatório e a apresentação do Tra-
balho de Projecto e, muito importante, de o avaliar. Avaliar é muito mais do que ter uma nota: avaliar serve,
antes de mais, para fazer melhor da próxima vez.
De seguida fornecem-se alguns elementos, relacionados com o Trabalho de Projecto, que podem ser úteis
para professores e alunos.

A – Relatório

Fazer um relatório não é mais do que fazer um «relato» escrito e organizado. Quem faz um relatório deve
ter o objectivo de explicar claramente a outros aquilo que se passou. É o professor quem determina ou aprova
os moldes do relatório a apresentar, embora a forma e a natureza do conteúdo do relatório devam ser natural-
mente compreendidos e adoptados pelos alunos participantes.

Não há regras rígidas para a estrutura de um relatório, embora haja tradições e requisitos que não se
devem ignorar. O valor de um relatório não está no seu tamanho, mas sim na sua objectividade, organização,
clareza de linguagem e, tanto quanto possível, na capacidade de induzir reflexão crítica e criativa. Pode haver
bons relatórios com poucas páginas... A título de exemplo, apresenta-se um conjunto de aspectos a ter em
conta na construção de um relatório.
Formatação – o tipo de letra convém ser discreto, com tamanho 11 ou 12 para o texto corrido e 14 para
títulos; é comum o espaçamento entre linhas ser 1,5 espaços; a página deverá ter margens grandes à esquerda
(3 cm ou mais) para que a folha, quando furada ou encadernada, se possa ler completamente.
Título – deve ser apelativo mas, simultaneamente, elucidar sobre o tema em desenvolvimento, podendo
fazer alguma referência ao processo usado (uma frase). O título pode estar incluído numa folha de rosto
do relatório. Esta folha deve ter letra maior do que o resto do relatório e será vantajoso se tiver uma ima-
gem alusiva ao trabalho. Da primeira página deve constar, além do título, o nome dos intervenientes, a
escola, o local e a data. A capa deve respeitar o gosto de cada grupo mas são desaconselhados abusos de
tipos, tamanhos e cores de letras.
Resumo – refere, de forma sucinta, o conteúdo do trabalho; indica a sua organização, as principais ferra-
mentas utilizadas e uma descrição muito breve do produto final; ocupa, tipicamente, dois a cinco parágrafos.

* Texto adaptado de 10 TIC, Paiva, J., Silva, F., Batista, C. e Cunha, F., Texto Editores, 2005.
94 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Introdução – justifica a escolha do tema. Podem ser apresentadas grelhas contendo a explicitação de
objectivos e as relações com outras disciplinas. Introduz o leitor naquilo que se vai relatar.
Processos utilizados – explica o que se fez e como foi desenvolvido o Trabalho de Projecto. A tabela de
distribuição e de calendarização de tarefas é um excelente ponto de partida para a escrita desta secção. Será
interessante explicar um pouco melhor que recursos informáticos (hardware e software) foram usados, bem
como as principais funções exploradas.
Caracterização do produto final – descreve pormenorizadamente o produto final, salientando as suas fun-
ções ou propriedades mais relevantes.
Conclusões e comentários – explicita se os objectivos propostos foram atingidos; revela dificuldades ou
impedimentos na concretização do projecto; refere, por exemplo, o quanto o trabalho poderá ter contribuído
para a aquisição de conhecimentos e competências. Apresenta indicações para algumas melhorias do processo
de desenvolvimento e/ou do produto final e dá sugestões para um aproveitamento futuro do trabalho.
Suporte digital do relatório – poderá acompanhar o relatório em papel um complemento digital off-line
e/ou uma página Web, contendo, nomeadamente, a aplicação produzida no contexto do trabalho.

B – Apresentação de um projecto
Os projectos podem ser apresentados usando diversos meios e configurando formatos variados. A forma
mais habitual de apresentar um Trabalho de Projecto é a exposição oral, acompanhada por uma projecção
usando um videoprojector.

Pode ser construída uma apresentação em PowerPoint, contendo alguns parágrafos relevantes que comu-
niquem aspectos a salientar do processo de trabalho e/ou do produto final. É bom não usar grandes manchas
de texto nos diapositivos. O PowerPoint tem a vantagem de ter alguma animação visual e sonora, mas tem
a desvantagem de não permitir a visualização simultânea com a projecção do produto final em funcionamen-
to. Uma apresentação deve ser bem cuidada. Independentemente dos talentos pessoais, ou do grupo, para
falar, é sempre possível optimizar a forma como se apresenta um Trabalho de Projecto. Antes de realizar uma
apresentação devem estar bem definidos os objectivos a atingir, deve recolher-se a informação relevante e
deve planear-se criteriosamente a sessão. Apresentam-se, em seguida, algumas sugestões individuais que se
podem transferir de forma prática também para o grupo, no seu conjunto.

Definir metas e objectivos


– Quais são os objectivos da apresentação? Porque se está a fazer a comunicação?
– O que se pretende com esta apresentação? Está-se a informar, a influenciar ou a explicar?

Recolher informação
– Quem é a audiência? Que características tem? – Para quantas pessoas se irá falar?
– Onde se vai falar? – De que recursos se disporá?
– O que sabem já? – Quanto tempo se terá para falar?

Planear a intervenção
– Dispor os assuntos numa sequência lógica;
– distinguir e planear o começo e o fim;
– planear o que se dirá em cada secção;
95

– preparar os materiais audiovisuais de apoio;


– organizar os conteúdos para cerca de um slide por minuto;
– preparar as «cábulas» sob a forma de cartões ou notas com frases curtas;
– conferir a duração da apresentação;
– treinar em voz alta, cronometrando;
– para evitar momentos mortos no final da apresentação podem planear-se questões capazes de gerar alguma
dinâmica, «quebrando o gelo».

Qualidades de uma boa apresentação


• Voz • Conteúdo
– Audível e clara; – Sequência lógica;
– fluente; – princípio, meio e fim claros;
– interessante; – não incluir frases irrelevantes;
– bem ritmada; – uso moderado de humor, se possível (para
– dirigida para a audiência (não para a apresen- descontrair);
tação projectada). – pontos importantes claramente sublinhados;
– não ser demasiado extenso.
• Linguagem
– Apropriada à audiência; • Audiovisuais
– com o mínimo de palavras difíceis ou termos – Claros e legíveis;
técnicos; – apropriados, úteis e relevantes;
– de fácil compreensão. – atractivos, organizados e «asseados» (evitar o
excesso de imagens ou de animação);
• Postura
– não incluir demasiada informação;
– O orador deve mostrar-se confortável e con-
– não ser demasiado estático (um só diapositivo
fiante;
é desaconselhável);
– deve olhar para a audiência;
– notas devem ser usadas como guias e nunca
– deve ter uma boa linguagem corporal (não
para serem lidas.
estar demasiado estático);
– deve evitar gestos repetidos (tiques como
bater com uma caneta constantemente na
mão, por exemplo).

C – Balanço / avaliação
O balanço de todo o trabalho desenvolvido é muito importante não só para quem o desenvolveu como
também para os colegas e até para o professor, pois permite realçar os aspectos marcantes e dar conta de
outros a evitar em situações futuras.

O balanço acaba por ser uma avaliação global dos processos e do produto. Essa tarefa pode estar facilitada
no caso de existirem os registos das opiniões dos colegas aquando da apresentação ou da utilização do produto.
Depois da conclusão do Trabalho de Projecto, sugere-se que o grupo reflicta sobre os seguintes tópicos:
– O tema foi interessante? Foi útil?
– Permitiu aprender coisas novas?
– Gostaram de desenvolver o Trabalho de Projecto?
– Conseguiram a colaboração de outros professores?
96 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

– Sentiram todo o apoio do professor?


– Sentiram que os colegas de grupo se empenharam?
– Acham que os colegas de grupo gostaram de realizar o trabalho?
– Os restantes colegas gostaram?
– O trabalho foi divulgado? Teve impacto positivo junto de quem o viu?
– Que aspectos negativos encontram no desenvolvimento do Trabalho de Projecto?
– Quais as principais dificuldades que encontraram?
– Que aspectos positivos realçam do desenvolvimento do Trabalho de Projecto?
– O que evitariam fazer se tivessem de refazer tudo?
– Que conselhos gostariam de deixar aos colegas acerca do Trabalho de Projecto?
– Como poderão dar continuidade a este trabalho?
– Genericamente, foram atingidos os objectivos do projecto?

10.2 Tarefas e exemplos de situações-problema


Um projecto envolve, muitas vezes, o tratamento de subquestões, ou subproblemas, que podem ser estru-
turados sob a forma de situações-problema. Uma situação-problema é uma situação com relevância tecnológica
e/ou social que permite colocar problemas pertinentes e interessantes, cuja resolução origina a construção de
conhecimentos conceptuais e o desenvolvimento de competências. Na tabela seguinte dão-se alguns exemplos
de situações-problema agrupadas de acordo com o tipo de tarefa que podem originar.

Tarefas relacionadas com… Exemplos de situações-problema

• Cartaz – «Como actuar em caso de incêndio?»


Pesquisa, organização e produção
• Autocolante – «Poupe energia.»
de informação
• Vídeo – «A biodiversidade»

• Como construir um sismógrafo?


Construção de artefactos • Construir um poliedro.
• Construir modelos moleculares.

• Como calcular o consumo de um computador?


Resolução de problemas • Como medir a área de implantação de um parque infantil?
• Qual a melhor planta para colocar no terraço?

• Como medir a velocidade de um atleta?


• Como optimizar o rendimento na síntese do ácido acetilsa-
Investigações experimentais
licílico?
• Qual é o melhor detergente?

• A co-incineração: vantagens e desvantagens.


Abordagem de controvérsias • Alimentos trangénicos: sim ou não?
• Sondagens e inquéritos: que verdade?

• Campanha de recolha de pilhas usadas.


Organização de eventos • Organizar um «almoço saudável» na cantina.
• Simulação de um sismo.
97

A execução de um projecto deve implicar a elaboração de produtos concretos. A concepção de produtos


concretos permite promover a aprendizagem, pois implica uma organização e estruturação da informação.
A divulgação dos produtos obtidos é um aspecto fundamental a ter em conta, pois a comunicação é um dos
principais factores de reformulação e reorganização das ideias. Na tabela seguinte sugere-se um conjunto
diversificado de produtos que podem ser obtidos no final do projecto, ou então resultar da concretização de
actividades parcelares.

Pode ser elaborado de acordo com o formato mais tradicional


• Relatório
ou de forma mais livre (simples relato).

A verbalização de ideias é uma poderosa ferramenta na cons-


trução de conceitos. A comunicação oral poderá ser mais
• Comunicação oral
espontânea ou mais formal (com limite de tempo, suportes
audiovisuais, etc.).

• Página Internet/ De efeito espectacular. A interactividade é um ponto a valorizar.


/apresentação Há que não descurar a qualidade da mensagem.

Objectos tridimensionais: modelos (ex.: modelo molecular),


• Artefacto
mecanismos (campainha) ou modelo (vulcão).

Descrição das especificações (finalidades, características e


• Memória descritiva
modo de funcionamento) de um artefacto.

Pode ser do tipo «evento» (vídeo do trabalho de campo, gra-


vação do debate, etc.) ou do tipo «documentário». Este último
• Material audiovisual
implica trabalho suplementar na construção do guião e na
montagem.

Se for um artigo de carácter científico tem a estrutura de um


• Artigo/notícia relatório científico. Uma notícia de divulgação tem um carácter
mais jornalístico.

Os materiais utilizados, as imagens, a concepção gráfica e as


ideias-chave a transmitir constituem os pontos fulcrais. Tratan-
• Cartaz/desdobrável
do-se de um cartaz de carácter científico, é desenvolvido de
acordo com a estrutura de um relatório.

Trabalho escrito de carácter mais esquemático (por exemplo,


• Dossier organizado por folhas ou fichas, com tópicos), com concep-
ção mais imaginativa (estrutura, grafismo, imagem, etc.).

Trabalho escrito original que resulta essencialmente de pes-


• Monografia
quisa documental.

10.3 Alguns temas e recursos para projectos em ciências


Apresentam-se de seguida algumas possibilidades de temas de eventual interesse para Trabalho de Projecto
no 12.º ano, com ligação mais ou menos directa à área da Química. Na secção 12.4 é fornecida bibliografia
complementar para Trabalho de Projecto. A estes recursos devem adicionar-se todos os associados a uma pes-
quisa coerente na Internet. Sítios como www.mocho.pt, www.spq.pt e www.12q.te.pt podem ajudar.
98 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Temáticas*

• A química da água
• A química da alimentação
• A educação do consumidor
• A equação risco/benefício na química
• A evolução química na Terra e a origem da vida
• A evolução química no Espaço e a origem da vida
• A química da floresta
• A gestão de resíduos
• A informação em produtos e serviços de consumo
• A química do vinho
• A química e a guerra
• A química na arte
• A química do cosmos
• Arte e química
• A biotecnologia
• As chuvas ácidas e o ambiente
• A química e o clima
• Educação ambiental
• Educação para a saúde e a química
• Fogo e gelo – energia geotérmica
• Fotografia – da magia à Química-Física
• Gestão de resíduos e poluição ambiental
• Mais energia: contributos da química
• Moléculas da vida
• Novos produtos e materiais
• O calcário e as grutas calcárias
• Os ácidos e bases em materiais de uso comum
• Os cheiros, o sexo e a química
• Os compostos de carbono
• Os metais e as ligas metálicas
• Química e agricultura
• Química e ambiente
• Química e crime
• Química e indústria
• Química e medicina tradicional
• Química e o aumento das produções agrícolas
• Química e saúde
• Recursos minerais
• Resíduos sólidos domésticos e poluição ambiental

* A colocação destas entradas num motor de busca como o Google conduz, na maioria dos casos, a sítios de Internet que podem
conter muita informação digital complementar interessante. Esta informação deve sujeitar-se ao sentido crítico de alunos e professores
e, sendo usada nos trabalhos, ser devidamente citada.
99

11. Tabelas de consulta


As tabelas de consulta aqui disponíveis podem ser fotocopiadas e usadas como mais um elemento de con-
sulta para o aluno.
Não são exaustivas na informação fornecida, mas permitem completar a informação existente no manual.

Tabela 1 Constantes de formação de complexos

Complexos com
Ião complexo K f (25 oC) Kf*
ligando: EDTA

[Ag(CN)2]– 3,0 × 1020 Catião: Fe2+ 2,1 × 1014


[Ag(NH3)2]+ 1,7 × 107 Catião: Fe3+ 1,3 × 1025
[Al(OH)4]– 2,5 × 1033 Catião: Mg2+ 4,9 × 108
[Cd(CN)4]2– 8,3 × 1017 Catião: Ni2+ 4,2 × 1018
[CuI2 ]– 7,9 × 108 Catião: Pb2+ 1,1 × 1018
[Cu(NH3)4]2+ 5,6 × 1011 Catião: Zn2+ 3,2 × 1016
[Fe(SCN)]2+ 1,05 × 103
[Ni(CN)4]2– 1,7 × 1030
[Pb(OH)3]– 7,9 × 1013
[Zn(NH3)4]2+ 7,8 × 108
[Zn(OH)4]2– 3,2 × 1015

(*) Dados relativos a T = 20 oC e força iónica igual a 0,1.

Tabela 2 Solubilidade de sais

1. Todos os sais de metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs) são muito solúveis.

2. Todos os sais de amónio, NH 4+, são muito solúveis.

3. Todos os nitratos, NO 3–, cloratos, ClO 3–, e percloratos, ClO4–, são muito solúveis.

4. A maioria dos hidróxidos, OH–, são insolúveis. A excepção são os hidróxidos de metais alcalinos e o hidróxido
de bário, Ba(OH) 2, que são muito solúveis. O hidróxido de cálcio é medianamente solúvel.

5. A maioria dos cloretos, Cl–, brometos, Br– e iodetos, I–, são muito solúveis. As excepções são os sais destes
aniões contendo Ag+, Hg22+ e Pb2+.

6. Todos os carbonatos, CO 32–, fosfatos, PO 43– e sulfuretos, S2–, são pouco solúveis. As excepções são os sais
referidos em 1 e 2.

7. A maioria dos sulfatos, SO42–, são muito solúveis. Os sulfatos de cálcio, CaSO4, e de prata, Ag2SO4, são media-
namente solúveis. Os sulfatos de bário, BaSO4, mercúrio (II), HgSO4, e de chumbo, PbSO4, são pouco solúveis.
100 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

Tabela 3 Constante de produto de solubilidade, Ks, para alguns sais pouco solúveis, a 25 oC

Alumínio Cobre

Al(OH)3 3,1 × 10–34


Cul 1,1 × 10–12
AlPO4 3,9 × 10–11
Cu2S 7,2 × 10–49

Bário CuS 4,0 × 10–36

CuCO3 2,3 × 10–10


BaCO3 5,1 × 10–9 CuCrO4 3,6 × 10–6
BaCrO4 1,2 × 10–10 Cu(OH)2 2,2 × 10–20
BaF2 1,0 × 10–6 Cu3(PO4)2 1 × 10–37
BaSO4 1,1 × 10–10

Cálcio Ferro

CaCO3 4,5 × 10–9


FeCO3 2,1 × 10–11
Ca(OH)2 9,1 × 10–6
Fe(OH)2 1,4 × 10–15
Ca3(PO4)2 2,0 × 10–29
Fe(OH)3 3,7 × 10–40
CaSO4 9,1 × 10–6
FeS 4,2 × 10–17
CaF2 2,7 × 10–11

Chumbo Magnésio

PbBr2 3,9 × 10–5

PbBr2 3,9 × 10–5 MgCO3 3,5 × 10–5

PbCO3 7,4 × 10–14 Mg(OH)2 1,8 × 10–11

PbCI2 1,7 × 10–5


Prata
PbCrO4 2,8 × 10–13
Pb(OH)2 1,1 × 10–20
AgBr 4,9 × 10–13
PbI2 8,7 × 10–9
AgCI 1,8 × 10–10
Pb3(PO4)2 8,0 × 10–43
AgI 8,3 × 10–17
PbSO4 1,7 × 10–8
Ag2SO4 1,5 × 10–5
PbS 7,1 × 10–28
Ag2S 6,3 × 10–50
101

12. Bibliografia
Nota: Parte das referências bibliográficas indicadas constam do Programa curricular para o 12.o ano da
disciplina de Química.

12.1 Bibliografia sobre química e tecnologia


ALLINGER, N. et al. (1978) Química Orgânica, 2.a ed., Rio de Janeiro, Guanabara Dois.
ALMEIDA, B. (2004) Fundamentos de Química Orgânica e Inorgânica, Lisboa, Edições Sílabo.
ALMEIDA, G. (2002) Sistema Internacional de Unidades, 3.a ed., Lisboa, Plátano Edições Técnicas.
AMERICAN CHEMICAL SOCIETY (1993) ChemCom – Chemistry in the Community, 2.a ed., Iowa, Kendall/Hunt Publishing
Company.
ATKINS, P. W. (2001) O Reino dos Elementos, Lisboa, Temas e Debates.
BAIRD, C. (2002) Química Ambiental, 2.a ed., Porto Alegre, Bookman.
BARRALIS, J., MAEDER, G. (2005) Prontuário de Metalurgia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
BECKER, H. et al. (1997) Organikum – Química Orgânica Experimental, 2.a ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
BROWN et al. (2005) Química, a Ciência Central, São Paulo, Person Education do Brasil.
BURTON, J. et al. (2000) Salters Advanced Chemistry – Chemical Storylines, 2.a ed., Oxford, Heinemann.
BURTON, J. et al. (2000) Salters Advanced Chemistry – Chemical Ideas, 2.a ed., Oxford, Heinemann.
CABRAL, J. (1983) Introdução ao Estudo da Ligação Química, Porto, Porto Editora.
CAMPOS, L., MOURATO, M. (2002) Nomenclatura dos Compostos Orgânicos, 2.a ed., Lisboa, Escolar Editora.
CHANG, R. (1994) Química, 5.a ed., Lisboa, McGraw-Hill.
CHAROLA, A. (1987) «Acid Rain Effects on Stone Monuments», Journal of Chemical Education, 64, 436-437.
CUNNINGHAM, W., CUNNINGHAM, M., SAIGO, B. (2003) Environmental Science – A Global Concern, 7.a ed., Boston,
McGraw-Hill.
DECO (2002) «Vai uma Operação Plástico? – Reciclagem», Pro Teste, n.o 228, 40-41.
DECO (2003) «Eterno e 100% Reciclável – Metal», Pro Teste, n.o 234, 40-41.
DECO (2003) «Pilhas que Duram Anos – Pilhas recarregáveis e carregadores», Pro Teste, n.o 238, 13-16.
DECO (2004) «Trate-as Bem! – Baterias recarregáveis», Pro Teste, n.o 252, 25.
DIAS, A. R. (2006) Ligação Química, Lisboa, IST Press.
FORTES, M. A. e FERREIRA, P. J. (2003) Materiais 2000, Lisboa, IST Press.
GARRITZ, A. e CHAMIZO J. A. (2003) Química, São Paulo, Person Education do Brasil.
GIL, V. M. S. (1996) Orbitais em Átomos e Moléculas, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
GIL, V. M. S. (2000) Orbitals in Chemistry, Cambridge, Cambridge University Press.
GILBERT, C. (1986) Fundamentos de Físico-Química, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora.
HALL, N. (2004) Neoquímica: A Química Moderna e Suas Aplicações, Porto Alegre, Bookman.
HOLMAN, J. (1995) Nelson Science: Chemistry, Surrey, Nelson.
HUGHES, E., CERETTI, H., ZALTS, A., (2001) «Floating Plastics», Journal of Chemical Education, 78, 522.
IUPAC (2000) Guia IUPAC para a Nomenclatura de Compostos Orgânicos (tradução portuguesa), Lisboa, SPQ e Lidel.
102 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

JOHNSON, A. W. (1999) Invitation to Organic Chemistry, Sudbury, Jones and Bartlett Publishers.
LIDE, D. (1993) HandBook of Chemistry and Physics – Special Student Edition, 74.a ed., Boca Raton, CRC Press.
MACHADO, A. (2004) «Química e Desenvolvimento Sustentável», Boletim da SPQ, 95, 63.
MANGUEIRA, J., (2004) Políticas de Formação e Endogeneização de Capital Humano em Países em Desenvolvimento – o Caso da
Indústria Petrolífera em Angola, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre, Universidade Técnica de Lisboa.
MANAHAN, S. (1994) Environmental Chemistry, 6.a ed., Boca Raton, Lewis Publishers.
MATTHEWS, P. (1992) Advanced Chemistry 1 – Physical and Industry, Cambridge, Cambridge University Press.
MATTHEWS, P. (1992) Advanced Chemistry 2 – Organic and Inorganic, Cambridge, Cambridge University Press.
MAZALI, I, GIMENEZ, L., ALVES, O.,(2001) «Vidros», Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, edição especial.
MICHAELI, W. et al (1995) Tecnologia dos Plásticos, São Paulo, Editora Edgard Blucher.
MORRISON, R., BOYD, R. (1996) Química Orgânica, 13.a ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
NUNES, C., GODINHO, C., (2001) Produção de Vidro – Uma Tradição Nacional, Ministério da Economia, GEPE, Lisboa.
PIMENTEL, G., COONROD, J. (1997) Oportunidades em Química Hoje e Amanhã, Lisboa, SPQ e Escolar Editora.
POMBEIRO, A. (1998) Técnicas e Operações Unitárias em Química Laboratorial, 3.a ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
PORRITT, J. (1992) Salvemos a Terra, Lisboa, Círculo dos Leitores.
RAYNER-CANHAM, G. Descriptive Inorganic Chemistry, 2.a ed., New York, W. H. Freeman and Company.
REDINHA, J. S. et al. (2000) Problemas de Química Resolvidos e Comentados – 12.o Ano, Queluz, Alda Editores.
REGER, et al. (1997) Química: Princípios e Aplicações, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
RIBEIRO, F., NUNES C. (2001) As Indústrias Químicas em Portugal – Perspectivas para o Século XXI, Lisboa, Escolar Editora.
ROMÃO DIAS, A., RAMOS, J. (1990) Química e Sociedade – A Presença da Química na Actividade Humana, vols. 1 e 2, Lisboa, Escolar
Editora / SPQ.
RUSSEL, J. (1982) Química Geral, São Paulo, McGraw-Hill.
RUTHERFORD, F. J., AHLGREN, A. (1995), Ciência para Todos, Lisboa, Gradiva.
SELINGER, B. (1996) Chemistry in the Marketplace, Sydney, Harcourt Brace.
SMITH, W. F. (2003) Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais, Lisboa, McGraw-Hill.
SNYDER, C. H. (1995) The Extraordinary Chemistry of the Ordinary Things, 3.a ed., New York, John Wiley & Sons.
TITO & CANTO (1996) Química na Abordagem do Cotidiano, vols. 1, 2 e 3, São Paulo, Editora Moderna.
TOMÉ, A. (1997) Introdução à Nomenclatura dos Compostos Orgânicos, Aveiro, Universidade de Aveiro.
VOLLHARDT, P., SCHORE, N. (1998) Organic Chemistry, Structure and Function, 3.a ed., New York: W. H. Freeman and Company.
WONGTSCHOWSKI, P. (2002) Indústria Química – Riscos e Oportunidades, 2.a ed., São Paulo, Editora Edgar Blucher.
ZUMDAHL, S. S. (1997) Chemistry, 4.a ed., New York, Houghton Mifflin Company.

12.2 Bibliografia sobre ensino da química


LEITE, L. (2001) «Contributos para uma Utilização mais Fundamentada do Trabalho Laboratorial no Ensino das Ciências», Cadernos
Didácticos de Ciências, vol. 1, 79-97.
MARTINS, A. (coord.) (2002) Livro Branco da Física e da Química, Lisboa, SPF/SPQ.
MARTINS, I. (2002) Educação e Educação em Ciências, Aveiro, Universidade de Aveiro.
MEMBIELE, P. (ed.) (2001) Enseñanza de las Ciencias desde la perspectiva Ciencia – Tecnología – Sociedad, Madrid, Narcea.
103

GARRIDO ROMERO, J., GALDÓN DELGADO, M. (2003) Ciencias de la Naturaleza y su Didáctica, Grupo Editorial Universitário.
PAIVA, J., et al. (2004) E-learning: o Estado da Arte, Lisboa, Sociedade Portuguesa de Física/SoftCiência.
RATCLIFFE, M. (ed.) (1998) ASE Guide to Secondary Science Education, The Association for Science Education.
SANMARTÍ, N. (2002) Didáctica de las Ciencias en la Educación Secundaria Obligatoria, Madrid, Editorial Sintesis.
VALADARES, J., GRAÇA, M. (1998) Avaliando para Melhorar a Aprendizagem, Lisboa, Plátano – Edições Técnicas.
WATSON, R. et al. (1999) «What Is not Fair With Investigations?» School Science Review (292) 101-106.
WELLINGTON, J. (2000) Teaching and Learning Secondary Science, London, Routledge.

12.3 Bibliografia sobre trabalho laboratorial


ALEXÉEV, V. (1982) Análise Qualitativa, Porto, Lopes da Silva Editora.
ALEXÉEV, V. (1983) Análise Quantitativa, Porto, Lopes da Silva Editora.
BASSET, J. et al. (1981) Vogel – Análise Química Quantitativa, 4.a ed., Rio de Janeiro, Editora Guanabara.
BURRIEL MARTÍ, F., et al. (2003) Química Analítica Cualitativa, 18.a ed., Madrid, Thomson.
BURTON, J., et al. (1994) Salters Advanced Chemistry – Teachers Guide, 2.a ed., Oxford, Heinemann.
CARVALHO, M. F. (1998). «Segurança em Laboratórios de Ensino ou Investigação em Química», Boletim da Sociedade Portuguesa de
Química, 69; 7-13.
COELHO, F. P., SIMÃO, J. (1970) Análise Química de um Sal, Coimbra, Universidade de Coimbra.
GONÇALVES, M. L. (1983) Métodos Instrumentais para a Análise de Soluções, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
HARRIS, D. (2001) Análise Química Quantitativa, 5.a ed., Rio de Janeiro, LTC Editores.
HARVEY, D. (2000) Modern Analytical Chemistry, Boston, McGraw-Hill.
IGSON, S. (2003) Analytical Chemistry, Oxford, Oxford University Press.
JESUS, M. T., SOUSA, M. F. (1988) Química Analítica Qualitativa – 10.o ano, Texto Editores, Lisboa.
JUNGREIS, E. (1997) Spot Test Analysis, 2.a ed., New York, John Wiley & Sons.
MCCORMICK, P. (1973) «Titration of Calcium and Magnesium in Milk with EDTA», Journal of Chemical Education, vol. 50, n.o 2,
136-137.
MENDHAN, J., et al. (2002) Vogel – Análise Química Quantitativa, 6.a ed., Rio de Janeiro, LTC Editores.
MENEZES, M. D., CURTO, M. J. (1995) A Magia da Ciência – Experiências de Química e Física para Fazer na Escola – 8.o ano, Lis-
boa, Lisboa Editora.
MENEZES, M. D., CURTO, M. J. (1995) A Magia da Ciência – Experiências de Química e Física para Fazer na Escola – 9.o ano, Lis-
boa, Lisboa Editora.
NEVES, M., ARNÁIZ, F., PIKE, R. (2000) «Química à Microscala – Uma Solução para um Problema Crítico», Química, 80, 32-34.
ODEGAARD, N., CARROL, S., ZIMMT, W. (2000) Material Characterization Test for Objects of Art and Archaeology, London,
Archetype Publications.
SIMÕES, J. A. M., et al. (2000). Guia do Laboratório de Química e Bioquímica, Lisboa, Lidel – Edições Técnicas.
SUMMERLIN, L., et al. (1995) Demonstrações de Química, vol. 1, 2.a ed., Lisboa, SPQ.
SUMMERLIN, L., et al. (1996) Demonstrações de Química, vol. 2, 2.a ed., Lisboa, SPQ.
VALCÁCEL, M. (2000) Principles of Analytical Chemistry, Springer, Berlim.
VOGEL, A. (1981) Química Analítica Qualitativa, São Paulo, Editora Mestre Jou.
WILLARD, H, MERRITT, L. DEAN, J. (1979) Análise Instrumental, 2.a ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
104 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q

12.4 Bibliografia específica para Trabalho de Projecto


BARBIER, J. M. (1993) Elaboração de Projectos de Acção e Planificação, Porto, Porto Editora.
CASTRO, L. & RICARDO, M. (1992) Gerir o Trabalho de Projecto, Lisboa, Texto Editores.
COSME, A. & TRINDADE, R. (2001) Área de Projecto – Percursos com Sentidos, Porto, Edições ASA.
FERREIRA, A. (2003) Projectos no Ensino das Ciências – Um modelo de planificação para o ensino secundário, Dissertação de Mestrado
em Ensino de Física e Química, Aveiro, Universidade de Aveiro.
GOUVEIA, R. (2000) Se Eu Não Fosse Professora de Física..., Porto, Areal Editores.
LEITE, L. (2001) «Contributos para uma Utilização mais Fundamentada do trabalho Laboratorial no Ensino das Ciências», Cadernos
Didácticos de Ciências, vol 1, Lisboa, Ministério da Educação – DES.
LOPES, J., (1994). Resolução de Problemas em Física e Química, Lisboa, Texto Editores.
MENDONÇA, M. (2002) Ensinar e Aprender por Projectos, Porto, Edições Asa.
PERRENOUD, P. (2001) Porquê Desenvolver Competências a Partir da Escola?, Porto, Edições Asa.
SANTOS, M. (1994) Área Escola/Escola – Desafios Interdisciplinares, Lisboa, Livros Horizonte.

Caderno de Apoio ao Professor 12 Q • Química 12.o ano • 978-972-47-3879-6

You might also like