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657 menos, freqiientemente), a porgio mais importan. te de uma legislagio € 0 proviso “exceto em casos em ue fixors preponderant prs trério”, AU ito deve ser heuristicas em sua intencio e probabilisticas em seu contedido, Tado que uma méxima universal ou um procedimento formal anuncia é que “aa maior parte das vezes, provavelmente é melhor aplicat tal horma’” O pragmatisimo, portanto, aponta para a hetero- geneidade de recursos utili produit resolusies politicas para disputas que pre cisam ser formatadas em termos apoliticos e abstra tos. Um juiz pragmatista serd entio, antes de tudo, um ctiador do Direito, Ao decidir, ee torna-se servo das necessidades humanas ¢ sociais, dando prima as possiveis conseqiiéncias o seu julgamento, O pragmatismo implica, assim, que aquele que opera com a aplicagdo do Direito adote um ponto de vista experimental, secular, sediado em um contexto his rico particular, instrumental ¢ progressivo, isto é, orientado para o futuro, idos pelo Direito para > Cardozo, Benjamin N. Nae ofthe judicial proces: Yale Univer: sity hess, New Haven, 1921. Dickstein, Motts. The Reval of Pragnation: New Essays. on Social Thought, Law, and Culre Durham: Duke University Press, 1998, - Enenberg,Joxée Tha iy Pogrebinschi. Pragmatism, Divito ¢ Politica, News Eiw- des Cebrap, 0. 62, 2002 ~ Fas, Daniel. Reinventing Brandi: Legal Pragmatism forthe Twenty-Fisc Century. 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E no plano doutrindrio, a literatura juridica tem aprofundado continuamente a distin a0 entte principios ¢ regras com a finalidade de, conhecendo suas peculiaridades, tornar m: sua aplicagio. Frimologie nente, a palavra principio, de matriz, grega e otigem no latim principium, significa inicio, comego ¢ poder, tendo tido grande imporcn estudos politicos ¢ filosdficos. A Ciéncia do em no entanto, afastou-se desse uso origindrio e passou a analisar os principios como uma espécie de norma juridica diferente das regras. Virias sio as d Ges apontadas, dependendo do ponto de vista e dos critérios utilizados pelos autores. Didaticamen- scr divididos em dois grandes grupos, tendo em vista o caréter da distingio que te, os autores pod € feita: de um lado, aqueles autores que propéem uma distingio meramence gradual ¢, de outro lado, aqueles autores que sugerem uma diferenciagio 16: gica e estrutural entte prinespios ¢ regeas DistingZo fraca entre regras e principios A primeira corrente sustenta que os principios sto normas portadoras de clevado grau de abstragio (destinam-se a um ntimero indeterminado de sic tuagdes) © generalidade (dirigem-se a um ntimero indeterminado de pessoas) ¢, por isso, exigem wma aplicacao influenciada por um elevado grau de sub- jetividade do aplicador, contrariamente as regras, que denotam pouco ou nenhum grau de abstragio (destinam-se a um niimero (quase) determinado de situages) e generalidade (dirigem-se a um niimero (quasc) determinado de pessoas) e, por isso, deman- dam uma aplicagéo com pouca ou nenhuma influ- éncia de subjetividade do intérprete. Essa é a teoria dlissica do Dircito Piblico, inicialmente difundida pelos estudos de Direito Administrativo e, depois, transplantada para os trabalhos de Dircito Consti- tucional. E dessa concepgao que ver a afirmagio de Prasictnos, TeoRa Dos que os principios séo os alicerces, as vigas mestras ow os valores do ordenamento juridico, sobre 0 qual irradiam os seus efeitos. © fundamento dessa distingio, dependendo da radi- ide com que seja defendido, esti no grau de in determinagao das espécies normativas: os prineipios, porque fluidos, permitem maior mobilidade valora- tiva, a0 passo que as regras, porque pretensamente determinadas, climinam ou diminuem sensivelmen: te a liberdade apreciativa do aplicador. ‘Trata-se, como se pode ver, de uma distingio fraca: os princf- pios e as regeas te ra em graus diferentes ‘mais indeterminados, as regras sto menos. Figuram, nessa corrente, os grandes publicistas dos séculos XIX ¢ XX, que definiam os prinefpios como 0s grandes pilares do ordenamento juridico. Akém deles, hd também autores que escreveram sobre todologia da Cigncia do Direito, como Larenz. Esse autor define 0s principios como normas de grande ‘as mesmas propriedades, embo- enquanto os prineipios sto relevancia para 0 ordenamento juridico, na medida em que estabelecem fandamentos normativos para a interpretacio ¢ aplicagio do Direito, deles decor tendo, dircta ou indiretamente, normas de compor- tamento. Embora seja dificil um enquadramento seguro nessa ou naquela corrente, pode-se incluir, dentre ‘0s autores que propuseram uma distingio gradual centre principios e regras também Esser ¢ Canaris, Segundo Esser, 0s prineipios so aquelas normas que estabelecem fundamentos para que detetmina- do mandamento seja encontrado. De acordo com. Canatis, os prineipios, ao contrario das regras, pos- suiriam um contetido axiolégico explicito e carece- riam, por isso, de regras para sua concretizacio. Esses dois autores, porém, apontam para algumas caracteristicas dos prinefpios que levario a dou- trina a verificar que existe uma distingo entre as espécies normativas que vai além do grau de indeterminacao. Esser afirma que os principios so qualitativamente diferentes das regras, embo. ra no aprofunde os motivos dessa distingio. E Canaris explica que 0 modo interagio entre os princfpios ¢ diferente do modo de interagio entre as regras: os principios, ao contrario das regras, re- cebem seu contetido de sentido somente por meio de um processo dialético de complementagio ¢ li mitagao. Essas dltimas distingées, relativas & estru tura ¢ ao relacionamento internormativo, levou & doutrina a separar mais fortemente os prinelpios das regras. 658 Distingéo forte entre regras e principios A segunda corrente doutrindria sustenta que os principios sio normas que se caracterizam por se rem aplicadas mediante ponderagio com outras por poderem ser realizadas em virios graus, contea. riamente ds regras, que estabelecem em sua hipétese definitivamente aquilo que ¢ obrigatério, permitido plicagio mediante subsungio. Essa é a tworia moderna do Dircito Pablico, inicialmente difundida pelos estu- dos de Filosofia e Teoria Geral do Direito e, depois, ransportada para os trabalhos dle Diteito Constiu ional. E dessa concepgio que vem a afirmagio de ou proibido, e que, por isso, exigem uma a que os principios sao diferentes das regras relativa mente ao modo de aplicagio & ao modo como so solucionadas as antinomias que surgem entre eles. A diferenga quanto a0 modo de aplicagio € a se- guince: enquanto as regras estabelecem mandame tos definitivos ¢ sao aplicadas mediante subsuncio, ji que o aplicador deveré confrontar © conceito do fato com 0 conccito constante da hipétese norma: tiva e, havendo encaixe, aplicar a conseqiiéncia, os prinefpios estabelecem deveres provisérios © so aplicados mediante ponderagio, na medida em que © aplicador deverd atribuir uma dimensio de peso 0s principios diante do caso concreto. A diferenca quanto a0 modo de solugio de antinomias é a que gue: enquanto © conflito entre regras ocorre no 10 abstrato, é necessitio e implica a declaraca de invalidade de uma delas caso nao seja aberta uma excegio, 0 conflito entte pri ios ocorre apenas no plano concreto, € contingente e nao implica a declaragio de invalidade de um deles, mas, apenas, no estabelecimento de uma regra de prevaléncia diante de determinadas circunstincias verificiveis somente no plano da eficéci © fundamento dess das normas. normativa: os princfpios, porque instiruem mand: menos superiveis cipios, permitem 0 sopesimento, a0 passo que as regeas, porque estabelecem deveres pretensamente definitivos, climinam ou diminuem sensivelmente aliberdade apreciativa do aplicador. Trata-se, como se pode ver, de uma distingio forte: os principios © as regras no tém as mesmas propriedades, mas qualidades diferentes; enquanto as regeas instituem deveres definitivos (deveres que no podem ser si- perados por razdes contrérias) e sto aplicadas por meio da subsungio (exame de correspondén: tre © conceito normativo ¢ 0 conccito do material fitico), os principios estabelecem deveres provis6- no confionto com outros pri 659 rios (deveres que podem ser superados por raves contritias) ¢ si0 aplicados mediante ponderagio (sopesamento concreto entre razes colidentes con atribuigio de peso maior a uma delas); enquanto © conflito entre regras & abstrato (abstratamente tio (€ ine- aberta uma excecio) ¢ situado no plano da validade (0 conflito resolve-se com a decretagio de invalidade de uma das normas regras| envolvidas), a concebivel jé no plano abstrato), neces vitivel caso nao se .¢ principios é concre- ninadas circunstincias coneretas), contingente (pode ou no ocorrer) sitwada no plano da eficicia (ambos os principios mantém a validade apés 0 conflito), Figuram, nessa corrente, autores como Dworkin e Alexy, Para Dworkin, as regras sio aplicadas ao modo tudo ou nada (all-or-nothing), no sentido de qu a hipétese de incidéncia de uma regra ¢ preenchida, ou é a regra vilida e a conseqiiéncia normativa deve ser accita ou ela nfo é considerada valida. No caso de coli io entre regras, uma dclas deve ser considerada invilida. Os principios, ao contr’ nam absolutamente a decisio, mas somente contém o, no determi fandamentos, os quais devem ser conjugados com outros fundamentos provenientes de outros princi- neipios, a0 con- tririo das regras, possuem uma dimensio de peso (dimension of weight), demonstrivel na hipétese de colisio entte os principios, caso em que principio pios. Daf a afirmagio de que os pi com peso relative maior sobrepée-se a0 outro, sem que este perca sua validad: ‘Alexy precisou ainda mais ¢ -onceito de principios. os consistem apenas Para ele, os principios juri em uma espécie de normas juridicas por meio da qual sio estabelecidos deveres de otimizacdo aplici veis em varios graus, segundo as possibilidades nor vas e fitieas. Segundo ele, adi jingio nao pode ser baseada no modo tudo ou nada de aplicagio proposto por Dworkin, mas deve resumir-se, sobre: tudo, a dois fatores: diferenga quanto & colisio, na medida em que os prineipios colidentes apenas tém sua realizacio normativa limitada reciprocamente, ao contririo das regras, cuja colisio & solucionada com a declaracio de invalidade de uma delas ou com a abertura de uma excegio que exclua a anti nomia; diferenga quanto 2 obrigagio que m, jd que as regras instituem obrigagées definitivas, nao superadas por normas contrapostas, enquanto 0s principios instituem obrigagdes prima-ficie, na medida em que podem ser superadas ou derrogadas «em fungéo dos outros principios colidentes. Paivcitios, EOWA DOS Essa evoluséo doutrindria, além de indicar que ha dlistingbes fracas (Fsset, Larenz, Canaris) ¢ fortes (Dworkin, Alexy) entre principios © regras, de- monstra que os critérios sualmente empregados para a distingio slo os seguintes: o carter hipoté- tico-condicional, que se fundamenta no fato de as regeas possuirem uma hipévese € uma consequéncia que predecerminam a decisio, sendo aplicadas ao modo se, entao, enquanto os principios apenas in- dicam 0 fundamento a ser utilizado pelo aplicador para futuramente encontrar a regra para 0 caso con: creto; o modo final de aplicagio, que se sustenta no fato de as regras serem aplicadas do modo absoluto mudo ou nada, 0 passo «ue 0s principios so ay cados de modo gradual mais ox menos; 0 telaciona- mento normativo, que se fandamenta na id antinomia entre as dea sgras consubstanciar verdadei conflito, soluciondvel com a decl: ao de invalida- de de uma delas ou com a criagio de uma exceciio, 40 passo que o relacionamento entre os prineipios wel median: te uma ponderacio que atribua uma dimensio de peso a cada um dele. consiste num imbricamento, solucio Novas distingSes Recentemente, vitios estudos tém sido elaborados para aprofundar a distingao entre principios eregras. As eri almente dirigidas aos critérios de distingéo normalmente utilizados pela doutrina Em primeiro lugar, procura-se demonstrar que as regras nao podem ser definidas como mandamen tos definitivos. Isso porque o critério de dist definitivolprovisério squivocado, pois tam- bem os mandamentos impostos pelas tegras sio su: periveis ¢, por isso, provisérios. Do mesmo modo, {enta-se demonstrar que nio se pode afirmar que as regras sio normas que prevéem uma hipétese que, uma ver ocorrendo, desencadeia a implementagio de uma conseqiiéncia. Isso porque hd casos em que 6 fato previsto na hipdtese da regra ovorre, mas a conseqiiéncia nao é aplicada (aplicagao por razoabi- lidade), bem como existem situagdes em que o fato hipotese da regra nao ocorre, mas a sua previsto conseqiténcia é aplicada (aplicagio por analogia). Em scgundo lugar, tenta-se demonstrar que © modo de solucionar os conflitos nao é necessaria. mente diferente para principios ¢ regtas. Segundo a doutrina, a diferenga de conffito estaria no fato de que o conflito entre regeas teria as seguintes ca- ai tica,ocorveria no plano abstrato (abstrata- lade), mente se podetia constatar a incompattl

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