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Gestores da Prevenção
da Diabetes Tipo 2
Leone Duarte
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal
6, 7 e 8 de Outubro 2010
O que é a
diabetes tipo 2?
O que é a diabetes tipo 2?
Resulta de:
- um defeito progressivo na secreção de
insulina,
- uma resistência à acção da insulina,
- uma combinação destes dois factores.
Patogénese da diabetes tipo 2
Tolerância à glicose
Secreção elevada
Normal
Diminuída
Diabetes
Secreção reduzida
Sensibilidade reduzida Sensibilidade elevada
200 mg/dl
Glicemia de jejum
126 mg/dl
Complicações microvasculares
Complicações macrovasculares
Insulino resistência
Função relativa
da célula β
Insulino secreção
−20 −10 0 10 20 30
Anos de Diabetes
OU
(4. HbA1c ≥ 6.5%)
* Na ausência de hiperglicemia inequívoca, estes critérios devem ser confirmados através da
repetição do teste num dia diferente.
Diabetes Care 33, Supl. 1, Jan 2010
Critérios de diagnóstico de pré-diabetes
(Categorias de risco aumentado para diabetes)
33,9
20,8
19,7
31,7
China
8,9
EUA e Canadá 8,9
Japão
Índia 21,3
11,3
366 milhões 4,6 8,4
Brasil Indonésia
171 milhões
Wild S et al. Diabetes Care 2004; 27:1047-1053. Hossan P et al. N Engl J Med 2007; 356(3):213-215.
Prevalência mundial da diabetes tipo 2
Estimativas para o ano 2010
Envelhecimento
Populacional Epidemia de Obesidade
(15% > 65 anos) (Excesso Peso: 50% / Obesidade: 30%)
Predisposição
genética
Epidemia de
Diabetes tipo 2
Interacção dos vários factores de risco que contribuem
para o aparecimento de diabetes tipo 2
8 15 30 45 60
Idade (anos)
Obesidade
Inactividade
Genética
Alimentação
Diabetes tipo 2
RESISTÊNCIA MAIS
À ACÇÃO DA INSULINA
INSULINA
MENOS
MÚSCULO MAIS
GORDURA
MAIS PESO
DIMINUIÇÃO
DA TOLERÂNCIA
A GLICOSE
MAIS
COMIDA MENOS HIPERGLICEMIA
ACTIVIDADE DIABETES PERMANENTE
FISICA
Prevenção da Diabetes tipo 2
♦ Factores etiológicos não modificáveis
– Factores genéticos
– Envelhecimento populacional
– OBESIDADE
Prevenção da Diabetes tipo 2
30
20
10
0
<23 23-25 25-30 30-35 <35
>
BMI
Complicações
Micro-vasculares
Diabetes
Risco
ATG + AGJ CV
S.Metabólico
Antecedentes de AVC 1 7%
HTA 2 35%
Ausência de pulsos
periféricos 2 13%
Retinopatia 1 21%
Nefropatia 2 18%
Disfunção
20% eréctil 1
Neuropatia 1 12%
anos de
Estudo n ATG c/ idade seguimento
Terap. RRR
Finnish dieta
522 IMC ≥ 25 55 3.2 58 %
DPS exerc.
IMC ≥ 24 dieta
DPP 2161
Gli j ≥ 95
51 3 exerc.
58 %
dieta
Da Qing 259 (grupos) 45 6 38 %
exerc.
IMC > 24 dieta
Kosaka 458
homens
55 4 exerc.
67 %
anos de
Estudo n ATG c/ idade seguim. terapêutica RRR
IMC ≥ 24 metformina
DPP 2 155
Gli j ≥ 95
51 2.8 1 700 mg 31 %
Stop - acarbose
1 429 Gli j ≥ 100 54 3.2 300 mg 25 %
NIDDM
orlistat
XENDOS 3 277 IMC ≥ 30 43 4 360 mg 37 %
♦ 2 grupos:
– Grupo controlo
recomendações dietéticas e de actividade física gerais
♦ ↓ 58% na incidência de DM 2
Probabilidade 1.0
de não
desenvolver 0.9 Intervenção
diabetes estilo de vida
0.8
0.7
Grupo de
controlo
0.6
Redução de Risco - 58%
0.5
0 1 2 3 4 5 6
anos após randomização
randomização
recomendações standard
Dieta + Actividade Física
♦ Incidência de diabetes:
- Grupo Intervenção Estilo Vida
4.8 casos/100 indivíduos/ano
- Grupo Metformina
7.8 casos/100 indivíduos/ano
- Grupo Placebo
11.0 casos/100 indivíduos/ano
31%
58%
** OBJECTIVOS - ↓ peso ≥ 7 %
- ≥ 150 min. de exercício / semana
Diabetes Prevention Program Research Group. N Engl J Med 2002; 346: 393–403.
DPP - Incidência de Diabetes
Placebo (n=1082)
Metformina (n=1073)
Estilo de vida (n=1079)
40
Incidência Cumulativa (%)
10
0
0 1 2 3 4
anos após randomização
Diabetes Prevention Program Research Group. N Engl J Med 2002; 346: 393–403
DPP – Prevenção da DM2
Diabetes Prevention Program Research Group. N Engl J Med 2002; 346: 393–403
Stop-NIDDM
1429 adultos com ATG + Gli jj ≥ 100
1.00
Probabilidade Cumulativa de
0.90
0.80
Acarbose
(100mg 3xd)
0.70
0.60
Placebo
0.50
0.40
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300
Incidência de Redução
Diabetes tipo 2
24.8 % p = 0.0015
Normalização
da tolerância Regressão p <0.0001
29.5 %
à glucose
Eventos
cardio-vasculares Redução 49 %
RR
♦ Prevenção da DM 2
• Rosiglitazona (8 mg/dia) – 60 % ↓ RR
♦ Normalização da glicemia (jejum e PTGO)
• Rosiglitazona – 70-80% ↑ RR
↓ 60 % no aparecimento
30
de novos casos de DM 2 em
26
25 indivíduos com risco elevado
20
% patients
Rosiglitazone
Placebo
15
11,6
10 HR 0.38
IC 95% (0.33-0.44)
p < 0.0001
5
DM
Pioglitazona – 81 % ↓ RR para DM 2
- 10 casos no grupo com Pioglitazona
- 45 casos no grupo placebo
• Pioglitazona – 42%
• Placebo – 28%
♦ Média ↓ RR : ≈ 26 %
Andraws R et al, Am J Cardiol 2007; 99:1006
Estudos de Prevenção da DM 2
Sumário
♦ A maior redução na incidência de DM2 obteve-se
com medidas não farmacológicas
• aumento da actividade física
50-60%
• terapêutica dietética
Æ ATRASO no diagnóstico
ou
Æ PREVENÇÃO da DM 2
Atraso ou Prevenção da DM 2 ?
Insuficiência
da Célula β Evolução natural
ATRASO
Hiperglicemia diagnóstica
ATRASO / PREVENÇÃO
PREVENÇÃO
Anos
Atraso ou Prevenção da DM 2 ?
2 tipos de intervenções:
Ann Intern Med 142: 323-332, 2005; Ann Intern Med 143: 251-264, 2005
Prevenção da diabetes tipo 2
RECOMENDAÇÕES
Prevenção da DM2 - Recomendações
Quem deve ser rastreado para pre-diabetes e
diabetes tipo 2?
1. Adultos com IMC ≥ 25 kg/m² e com factores de risco
adicionais:
- Inactividade física
- Familiares 1º grau com DM2
- Feto macrossómico ou diabetes gestacional
- HTA (≥ 140/90 mmHg ou terapêutica para HTA)
- HDLc < 35mg/dl e/ou TG > 250mg/dl
- SOPQ
- A1c ≥ 5.7%, ATG ou AGJ em teste prévio
- Outras situações clínicas associadas a insulino-resistência
(ex: obesidade grave, acantose nigricans)
- História de doença CV
– 5 a 10 % de redução ponderal
– ↑ actividade física: ≥ 150 min. / semana
(ex: caminhada)
♦ Recomendações Dietéticas :
• ↓ ingestão calórica (A)
• ↓ ingestão de gorduras (<30% calorias) (A)
– ↓ ingestão de gorduras saturadas (<7% calorias totais)
• ↑ ingestão de fibras (14 g/1000 kcal) e de cereais
integrais (B)
• consumo moderado de álcool (B)
Æ CONCLUSÕES
Conclusões - Prevenção da DM 2
♦ Há uma forte possibilidade de que as medidas de prevenção da
DM 2, reduzam as suas consequências
– Verdadeiro para:
morbilidade por hiperglicemia,
monitorização de glicemias capilares,
vigilância das complicações,
efeitos psicológicos da atribuição do diagnóstico.