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Universidade Estadual de Ponta Grossa

Licenciatura em História

Alu: Luka Kawan Lopes de Assis

Avaliação de História Antiga

É importante, antes de tudo, lembrar que a origem da história antiga como


gênero literário e como disciplina se dão em contextos totalmente diferentes.
Enquanto uma surge com os gregos, com as grandes colocações de Heródoto a
respeito da memória e da preservação do passado, a outra acaba aparecendo
em um cenário mais atual, sendo imprescindivelmente associada a criação das
universidades e da disciplina de História. Com o objetivo que não se difere muito
da história geral. A escrita da História pode ser compreendida, a grosso modo,
como um olhar do presente para o passado, as narrativas sobre a História Antiga
foram pautadas por ideias de continuidade e herança cultural e, também, por
muito tempo estabelecidas tendo por base a ideia de forma social, no passado,
porque da mesma forma seus defensores viam essa mesma unidade no
presente.

Porém, no Brasil, apenas nas últimas décadas do século XX que a História


Antiga começou a desenvolver-se e tomar proporções maiores, principalmente
com a criação da USP e outras universidades mais antigas e centrais, para, aos
poucos, atingir as instituições mais novas e mais distantes. Após iniciar nas
universidades, a disciplina se torna obrigatória no currículo do curso, a História
Antiga passa a ser ministrada em um grande número de universidades, com
contribuições inicialmente modestas, mas em constante crescimento, para o
ensino e pras pesquisas/estudos em nível nacional. Inicialmente, com dados da
USP, nas datas de 1951 até 1974, de um total de 83 doutorados em História, 09
eram de História Antiga (Capelato, Glezer & Ferlini 1994: 352). No período
posterior, entre 1974 e 1993 registrou-se 11 teses de História Antiga, o que
mostra, novamente, um interesse crescente entre os historiadores da época,
apesar da diferença não ser tão grande. Diferença essa que se justifica pelo
motivo de ser uma época turbulenta, devido a conturbação existente no país por
causa dos militares no poder, motivo citado por muitos autores como um
momento de repreensão pelos militares, pois a História Antiga era vista como um
perigo ao período. Uma característica quase que geral de todos os regimes
autocráticos, a interferência e presença do Estado na educação se manifestam
dos modos mais simples aos mais descarados, e inevitavelmente marcam a
produção do conhecimento em todas as áreas nesses períodos conturbados.
“Identificada com a chamada Direita política do país. Nos currículos de
História das grandes universidades brasileiras haverá o predomínio da
História Antiga adotada de maneira factual, bastante positivista, fator esse
que irá ao encontro dos objetivos da censura.” (Margarida Maria de Carvalho,
2007). Essa intervenção na História acabou deixando “sequelas" para as futuras
gerações que estudariam a História Antiga, pois ela veio carregada por ideias
elitistas e com uma bagagem de alienação intelectual muito grande, “Nesse
período, os espaços das reflexões sociopolíticas, tão características e inerentes
aos cursos de História, serão preenchidos por uma Antiguidade maniqueísta,
olhada como algo curioso e não como um convite à análise dos processos
históricos” (Carvalho & Funari 2007: 14). Essas marcas ainda permanecem e
vão sumindo aos poucos com os novos movimentos e estudos que mostram
essa influência desastrosa na História no geral e na História Antiga.

Conclusão

Como conclusão, após analisarmos a História Antiga e vermos diversos


pontos desde sua criação até o presente, vemos que estamos em uma crescente
mudança e desenvolvimento dessa área de estudo, principalmente em
problemas apresentados a disciplina, problemas esses que vão sendo sanados
com o passar do tempo no Brasil através de professores e alunos que buscam
respostas.

Outro ponto interessante é o constante crescimento de centros e núcleos


formadores que estão sendo criados em todo o Brasil, minimizando o problema
que existe da centralização dos estudos em apenas uma região, o que acabava
dificultando a existência de novos pesquisadores e estudiosos da disciplina.
Além disso, convém citarmos a relevância dada por estrangeiros quando
analisamos as diversas palestras e eventos criados aqui por eles, mostrando que
o Brasil também é um país de renome quando falamos de História Antiga.

Vendo todos esses pontos, chegamos a conclusão que a História Antiga


está mais viva do que nunca, e que contínua a resolver diversas questões
levantadas a respeito da História em si e que ela deve ser tratada com respeito
por todos os estudantes da área, pois foi e ainda é uma grande disciplina
carregada com uma gigantesca riqueza de arquivos e estudos.

Fontes:

OS AVANÇOS DA HISTÓRIA ANTIGA NO BRASIL: algumas ponderações

Margarida Maria de Carvalho e Pedro Paulo A. Funari

BITTENCOURT, C. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In:


KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula – conceitos, práticas e
propostas. São Paulo: Contexto. p.185-204.

GUARINELLO, N. L. Uma morfologia da História: as formas da História


Antiga. Politeia: História e Sociedade, Vitoria da Conquista, v.3, n. 1, 2003,
p.41-61.

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