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Estudo Dirigido Bioquímica - Prova

Prof. Me. Noélio de Jesus Menezes Filho

ENZIMAS

As enzimas são proteínas que atuam como catalisadores controláveis: aumentam a


velocidade de reações químicas específicas e admitem que essas sejam reguladas de
modo a permitir a o organismo o controle das interações entre as diferentes vias
metabólicas que mantêm a vida. É importante observar que a enzima, embora participe
da reação, não é consumida e, portanto é necessário estar presente somente em
quantidades muito pequenas.

As reações químicas ocorrem quando os reagentes possuem energia para prosseguir. A


energia necessária para iniciar reações químicas é denominada energia de ativação. As
enzimas funcionam como catalisa dores ao reduzirem a energia de ativação. O resultado
final é um aumento da velocidade das reações. Ver figura abaixo. Observe que a energia
de ativação é maior nas reações não-catalisadas por enzimas, à direita. Ao reduzir a
energia de ativação, as enzimas aumentam a velocidade das reações químicas e, por
essa razão, também a velocidade de formação do produto.

Classificação de enzimas
Critérios estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB)

O nome dado às enzimas deve-se a sua função metabólica (geralmente o substrato) mais
o termo “ase”.

1. Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de


elétrons, ou seja: reações de oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases
(usada quando o O2 é aceptor de elétrons).
2. Transferases: Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos
funcionais como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Exemplo: Quinases e as
Transaminases. O doador pode ser um cofator.
3. Hidrolases: Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As
peptidades (hidrólise das ligações peptídeas).
4. Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes (C-C, C-N e C-O) e a remoção
de moléculas de água, amônia e gás carbônico, sendo envolvidos dois substratos.
Exemplos: de hidratases e as descarboxilases.
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5. Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos


(isomeria cis-trans) ou geométricos. Exemplo: Epimerases e Racemase.
6. Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação
entre duas já existentes, sempre à custa de energia (ATP). Exemplo: Sintetases.

Cinética enzimática A cinética enzimática relaciona a velocidade das reações


enzimáticas, e os fatores que influenciam nesta. Nesse caso avalia-se a quantidade de
produto formado ou a quantidade de substrato consumido por unidade de tempo de
reação. A avaliação do processo ocorre da seguinte forma: O complexo enzima/substrato
(ES) tem uma energia de ativação menor que a do substrato isolado, e a sua formação
leva ao aparecimento do estado de transição "Ts".

A velocidade de uma reação enzimática depende das concentrações de enzima e de


substrato. Sendo assim dois pesquisadores Michaelis e Menten propuseram o modelo de
reação enzimática para um substrato. Neste modelo existe uma equação expressada
graficamente que permite mostrar a velocidade das reações de acordo com a
concentração de substrato.

A partir desta equação foi determinado o Km (concentração de substrato para ½ da


velocidade máxima da reação) para uma enzima específica que fornece o parâmetro de
especificidade da enzima, sendo que, quanto menor o Km maior a especificidade.

Bioenergética
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As células têm obrigatoriamente de possuir mecanismos de conversão de energia. Por


esta razão, necessitam da presença de uma substância que tenha a capacidade de
acumular a energia proveniente das reações exergônicas (reações que libertam energia).
É igualmente imprescindível que esse composto seja posteriormente capaz de ceder
essa energia às reações endergônicas (que consomem energia). Esta substância existe
efetivamente nas nossas células e designa-se por adenosina trifosfato, vulgarmente
conhecida por ATP. O ATP é um composto químico lábil que está presente em todas as
células. É uma combinação de adenina, ribose e 3 radicais fosfato. Os 2 últimos radicais
fosfato estão ligados ao resto da molécula através de ligações de alta energia. Assim,
como a remoção de cada radical fosfato liberta uma grande quantidade de energia, a
grande maioria dos mecanismos celulares que necessitam de energia para operar obtém-
na, de um modo geral, via ATP. Deste modo, os produtos finais da digestão dos
alimentos são transportados até às células via sanguínea e aí oxidados, sendo a energia
libertada utilizada para formar ATP, mantendo assim um permanente suprimento dessa
substância.

ATPase
ATP + H2O ADP + Pi + Energia

A respiração celular representa a conversão da energia química dos alimentos numa


forma química de armazenamento temporário. Essa energia química armazenada (ATP)
é depois transformada em energia, assim o ATP funciona como uma bateria recarregável,
uma vez que pode acumular a energia libertada por compostos de mais elevado nível
energético e, posteriormente, cedê-la para formar compostos de menor nível energético
ou para ser utilizada, por exemplo, na contração muscular. Em organismos
homeotérmicos, (seres vivos capazes de manter sua temperatura constante) o
funcionamento enzimático está, em grande medida, dependente da temperatura corporal.
Com efeito, a maioria do ATP gasto no metabolismo humano visa manter estável a
temperatura corporal, no entanto essa é apenas uma das vertentes da utilização desta
molécula energética. Um exemplo disso, e que pode facilmente ser constatado é o
aumento da temperatura corporal que ocorre num indivíduo que realiza exercício. Isso
ocorre no fato de que há uma maior degradação de ATP, logo uma inevitável formação
acrescida de calor, conduzindo à ativação dos mecanismos homeotérmicos de regulação
localizados no hipotálamo.

Glicólise ou via glicolítica (não envolve a participação de O2);


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A glicólise ocorre no citoplasma da célula;


Envolve a degradação de glicose ou do glicogênio formando duas moléculas de ácido
pirúvico (piruvato) ou de ácido lático (lactato), com consumo de 2 ATP (Fase
preparatória), produção de 4 ATP (Fase de pagamento), totalizando assim um saldo de 2
ATP.
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As duas fases da glicólise. Para cada molécula de glicose que passa pela fase
preparatória (a), duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato são formadas; as duas
passam pela fase de pagamento (b). O piruvato é o produto final da segunda fase da
glicólise. Para cada molécula de glicose, dois ATP são consumidos na fase preparatória e
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quatro ATP são produzidos na fase de pagamento, dando um rendimento líquido de dois
ATP por molécula de glicose convertida em piruvato. As reações numeradas
correspondem aos títulos numerados discutidos no texto. Lembre-se que cada grupo
fosforil, representado aqui como P , possui duas cargas negativas (-PO2-3).
(LEHNINGER, 2014).

A fase preparatória da glicólise requer ATP

1. Fosforilação da glicose
No primeiro passo a glicose é ativada para as reações subsequentes pela sua
fosforilação no C-6, formando glicose 6-fosfato, que será o doador de fosfato para o ATP.
Esta reação é irreversível sob as condições intracelulares e é catalisada pela
hexoquinase:

As quínases são um subclasse das transferases e catalisam a transferência do grupo


fosforila terminal do ATP para um receptor nucleofílico qualquer. A hexoquinase além de
catalisar a fosforilação da D-glicose, também catalisa de outras hexoses comuns, como a
D-frutose e a D-manose.

Para a hexoquinase ser ativada é necessário que tenha a presença de Mg 2+, que
mascara as cargas negativas do grupo fosforila do ATP e faz do átomo de fósforo
terminal um alvo mais fácil para o ataque nucleofílico por um grupo -OH da glicose. A
hexoquinase sofre ajuste induzido quando se liga a molécula de glicose, dessa forma,
dois domínios da proteína aproximam-se quando o ATP se liga. Esse movimento leva o
ATP ligado mais próximo da molécula de glicose também ligada na enzima e bloqueia o
acesso de água (do solvente) que poderia entrar no sítio ativo e hidrolisar as ligações
fosfoanidrido do ATP. Essa enzima é uma proteína citosólica e solúvel, que está presente
em todas as células de todos os organismos.
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2. Conversão da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato


A enzima isomerase da hexose fosfato catalisa a isomerização reversível de uma
aldose, glicose 6-fosfato, em cetose, frutose 6-fosfato:

Como previsto pela variação relativamente pequena da energia livre-padrão, essa reação
processa-se facilmente em qualquer das duas direções. Esta isomerização tem um papel
crítico na química global da via glicolítica, uma vez que o rearranjo dos grupos carbonila e
hidroxila nos C-1 e C-2 é uma condição necessária para os dois passos seguintes.

3. Fosforilação da frutose 6-fosfato em frutose 1,6 bifosfato

Na segunda das duas reações de ativação da glicolise, a fosfofrutoquinase-1 (PFK -1)


catalisa a transferência de um grupo fosfato do ATP para a frutose 6-fosfato para liberar a
frutose 1,6-bifosfato.

A reação da PFK-1 é essencialmente irreversível e é o primeiro passo “comprometido” da


via glicolítica, pois a glicose-6-fosfato e a frutose- 6-fosfato podem ter outros destinos,
mas a frutose-1,6-bifosfato é dirigida para a glicólise. A fosfofrutoquinase-l, como a
hexoquinase, é uma enzima reguladora, sendo uma das mais complexas. Ela representa
o ponto principal de regulação da glicólise.
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A atividade da PFK-1 é aumentada sempre que o suprimento de ATP da célula se torna


baixo ou quando existe um excesso dos produtos da hidrólise do ATP, ADP e AMP. Essa
enzima é inibida sempre que a célula tem amplo suprimento de ATP e quando ela está
bem suprida de outros combustíveis como os ácidos graxos. Em alguns organismos, a
frutose 2,6-bifosfato (que não deve ser confundida com a frutose 1,6- bifosfato que é o
produto da ação da PFK-1) é um potente ativador alostérico da fosfofrutoquinase-1.

4. Clivagem da frutose 1,6-bifosfato

A enzima aldolase catalisa a condensação reversível de grupos aldol. A frutose 1,6-


bifosfato é quebrada para liberar duas trioses fosfato diferentes, o gliceraldeído 3-fosfato,
uma aldose, e a diidroxiacetona fosfato, uma cetose.

5. Interconversão das trioses fosfato


Apenas uma das trioses fosfato formada pela aldolase, o gliceraldeído 3-fosfato, pode
ser diretamente degradada nos passos subsequentes da glicólise. Entretanto, o outro
produto, a diidroxiacetona fosfato, é rápida e reversivelmente convertido em gliceraldeído
3-fosfato pela quinta enzima da sequência glicolítica, a isomerase da triose fosfato.
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Depois da reação da isomerase da triose fosfato, os átomos do C-1, C-2 e C-3 da glicose
inicial tornam-se indistinguíveis de C-6, C-5 e C-4, respectivamente, o que torna possível
o metabolismo completo dos seis átomos de carbono da molécula da glicose. Esta reação
completa a fase preparatória da glicólise.

A fase de pagamento da glicólise produz ATP e NADH

6. Oxidação do gliceraldeido 3-fosfato em 1,3-bifosfoglicerato

O primeiro passo da fase de pagamento da glicólise é a conversão do gliceraldeído 3-


fosfato em 1,3-bi-fosfoglicerato, catalisado pela desidrogenase do gliceraldeído 3-fosfato.

Essa é a primeira das duas reações conservadoras da energia da glicólise e que no final
levam à formação do ATP. O grupo aldeído do gliceraldeído 3-fosfato é desidrogenado,
não em um grupo carboxila livre, mas em um anidrido de ácido carboxílico com o ácido
fosfórico. Esse tipo de anidrido, chamado um acilfosfato, tem energia livre-padrão de
hidrólise muito alta (ΔG’ = -49,3kJ/mol). A maior parte da energia livre de oxidação do
grupo aldeído do gliceraldeído 3-fosfato é conservada pela formação do grupo acilfosfato
em C-1 do 1,3-bifosfoglicerato. O gliceraldeído 3-fosfato está ligado de maneira covalente
à desidrogenase durante a reação catalisada pela desidrogenase do gliceraldeído 3-
fosfato.

7. Transferência do fosfato do 1,3-bifosfoglicerato para ADP


A enzima fosfoglicerato quínase transfere o grupo fosfato de alta energia do grupo
carboxila do 1,3-bifosfoglicerato para o ADP, formando ATP e 3-fosfoglicerato.
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Juntos, os passos 6 e 7 da glicólise constituem um processo acoplador de transferência


de energia no qual o intermediário comum é o 1,3-bifosfoglicerato, ele é formado na
primeira reação (que é endergônica quando isolada), e na segunda reação (que é
fortemente exergônica) seu grupo acilfosfato é transferido ao ADP para formar ATP. A
soma das duas reações gera um energia ΔG’ = -l2,5kJ/mol, sendo a reação global
exergônica. O passo 7 consome o produto do passo 6 (1,3-bifosfoglicerato) e, assim, no
equilíbrio dinâmico mantém 1,3-bifosfoglicerato em níveis relativamente baixos.

O resultado do acoplamento dessas duas reações, ambas reversíveis nas condições


celulares, é que a energia liberada na oxidação de um aldeído a um grupo carboxilato, é
conservada pela formação concomitante de ATP com o emprego de ADP e Pi, A
formação de ATP pela transferência de um grupo fosfato de um substrato como o 1,3-
bifosfoglicerato é referida como fosforilação ao nível do substrato, para distinguir seu
mecanismo daquele da fosforilação ligada à respiração.

8. Conversão da 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato

A enzima mutase do fosfoglicerato catalisa a transferência reversível do grupo fosfato


entre C-2 e C-3 do glicerato. O íon Mg2+ é essencial para essa reação.
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A reação ocorre em dois passos, um grupo fosforila, inicialmente ligado a um resíduo de


histidina no sítio ativo da enzima, é transferido para o grupo hidroxila em C-2 do 3-
fosfoglicerato, formando 2,3-bifosfoglicerato. O fosfato em C-3 do 2,3-bifosfoglicerato é
então transferido para o mesmo resíduo de histidina da enzima, produzindo 2-
fosfoglicerato e regenerando a enzima fosforilada. Como a enzima é inicialmente
fosforilada pela transferência de fosfato do 2,3-bifosfoglicerato, esse composto funciona
como um co-fator; ele é requerido em pequenas quantidades para iniciar o ciclo catalítico
e continuamente regenerado por esse ciclo.

9. Desidratação do 2-fosfoglicerato em fosfoenol piruvato


A segunda reação glicolítica que gera um composto com alto potencial de transferência
do grupo fosforila é catalisada pela enolase. Essa enzima promove a remoção reversível
de uma molécula de água do 2-fosfoglicerato para liberar fosfoenolpiruvato (PEP).

A respeito da variação relativamente pequena da energia livre-padrão nessa reação, há


uma grande diferença da energia livre-padrão de hidrólise do grupo fosforila do reagente
e do mesmo grupo do produto. Aquela do 2-fosfoglicerato (um éster de fosfato de baixa
energia) é -17,6kJ/mol, e aquela do fosfoenol piruvato (um composto fosfato de energia
superalta), -61,9kJ/mol. Embora o 2-fosfoglicerato e o fosfoenolpiruvato contenham, cada
um, perto da mesma quantidade total de energia, a saída da molécula de água do 2-
fosfoglicerato provoca a redistribuição da energia interna da molécula e aumenta muito a
energia livre-padrão de hidrólise do grupo fosforila.
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10. Transferência do grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para ADP


O último passo na glicólise é a transferência do grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o
ADP, catalisada pela quínase do piruvato, uma enzima que requer K+ e Mg2+ ou Mn2+.

Nessa reação, de fosforilação no substrato, o produto piruvato aparece primeiro na sua


forma enol que tautomeriza de maneira rápida, embora não-enzimática, para a forma ceto
do piruvato. A reação total tem uma variação de energia livre-padrão grande e negativa,
devido, em grande parte, à conversão espontânea da forma enol do piruvato em sua
forma ceto. O ΔG’ de hidrólise do fosfoenolpiruvato é -61,9kJ/mol; cerca de metade dessa
energia é conservada na formação da ligação fosfoanidrido do ATP (ΔG’ = -30,5kJI moI) e
o restante (-31,4kJ/mol) constitui uma grande força que empurra a reação no sentido da
síntese do ATP. A reação da quinase do piruvato é essencialmente irreversível sob
condições intracelulares e um importante sítio de regulação.

Via anaeróbia lática.

O nível de atividade da enzima PFK (fosfofrutoquinase) limita provavelmente o ritmo da


glicólise em um exercício máximo;
No estado de repouso e após uma refeição a atividade da enzima glicogênio-sintetase é
mais eleva da (possibilitando um armazenamento dos glicidios e ingeridos na forma de
glicogênio). Por outro lado, a enzima glicogênio fosforilase é ativada (possibilitando uma
quebra desde glicogênio armazenado, e uma concomitante utilização do mesmo);

A reserva de glicogênio hepático sofre influência da enzima glicose-6-fosfatase, assim o


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fígado pode ofertar glicose advinda da degradação do glicogênio para os tecidos


periféricos .
Glicogênio muscular - não há a presença da enzima referida acima, dessa forma, o
glicogênio estocado no músculo serve para fornecer energia para a contração do próprio
músculo. A ativação da fosforilase durante o esforço se dá por uma elevação das
concentrações de alguns hormônios (adrenalina, noradrenalina e glucagon).

Aeróbia

Em condições de aerobiose, o ATP é produzido na mitocôndria através da fosforilação


oxidativa. A fosfocreatina (CP) permite manter estável a concentração de ATP no
citoplasma, funcionando como um sistema de “vai-vem” para a transferência do ATP
formado na mitocôndria Quando o ATP é consumido no citoplasma, o ADP é fosforilado
por ação da creatinofosfocinase (CK). A creatina difunde-se depois até à superfície
externa da membrana mitocondrial onde, por ação da CK, recebe um grupo fosfato do
ATP mitocondrial, regenerando assim a fosfocreatina consumida.

A produção aeróbia de AT P ocorre no interior das mitocôndrias e envolve a interação de


duas vias metabólicas cooperativas:
1) o ciclo de Krebs (também denominado ciclo do ácido cítrico);
2) a cadeia de transporte de elétrons ;

A função primária do ciclo de Krebs é: Terminar a oxidação (remoção de hidrogênio) dos


carboidratos, das gorduras e das proteínas com a utilização de NAD ou FAD como
transportadores de hidrogênio;
A importância é que os hidrogênios (em virtude dos elétrons que eles possuem) contêm
energia potencial dos alimentos;
Essa energia pode ser utilizada na cadeia de transporte de elétrons a fim de combinar a
ADP + P i para ressintetizar a ATP;
O oxigênio não participa das reações do ciclo de Krebs, mas é o aceptor final de
hidrogênio no fim da cadeia de transporte de elétrons (formando água);

Ciclo de Krebs

A principal função do ciclo de Krebs é completar a oxidação dos substratos e formar


NADH e FADH para entrar na cadeia de transporte de elétrons.
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A entrada do metabolismo no ciclo de Krebs exige a preparação de uma molécula com


dois carbonos (acetil-CoA) formados pela degradação de carboidratos, gorduras ou
proteínas;

A acetilcoenzima A (Acetil-CoA) é um composto intermediário chave no


metabolismo celular, constituído de um grupo acetilo, de dois carbonos, unidos de
maneira covalente à coenzima A. A Acetil-CoA é resultado da oxidação total de
moléculas orgânicas como: o piruvato, ácidos graxos e aminoácidos. Assim, o
destino do piruvato produzido na glicólise é sofrer uma descarboxilação 1 oxidativa
catalisada pela piruvato desidrogenase, que é um complexo multienzimático
existente no interior da mitocôndria de eucariotos. Portanto, o piruvato precisa
entrar na mitocôndria para ser degradado por essa via. A reação geral é a
seguinte:

Piruvato + CoA + NAD+ → Acetil-CoA + NADH + CO2

O ciclo de Krebs tem início quando o acetil-CoA se combina c om o oxaloacetato


(molécula de quatro carbonos) para formar o citrato (seis carbonos), dando inicio a uma
serie de 09 reações para regenerar o oxaloacetato;

3) Para cada volta no ciclo são formadas três moléculas de NADH e uma molécula de
FADH, formando três e duas moléculas de ATP respectivamente;

4) Além da produção de NADH e FADH, o ciclo acarreta a formação direta de um


composto rico em energia (GTP ), que pode transferir seu grupo fosfato termina l para a
ADP a fim de formar ATP;
5) Em resumo, após completar a oxidação dos macronutrientes, o ciclo produz CO 2 e
fornece elétrons que são passados pela cadeia transporte de elétrons a fim de produzir
energia aeróbia de ATP;

A química do ATP é bem conhecida

1. Em pH 7.0, ATP e ADP ocorrem como ânions multicarregados: ATP-4 e ADP-3,


devido os grupos fosfato estarem ionizados nesse pH.

1
Reação química na qual uma carboxila é removida de uma molécula, ger. um ácido.
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2. No fluido intracelular, com grandes concentrações de Mg+2, o ATP e ADP


encontram-se geralmente na forma MgATP-2 e ADP- ;
3. Em células normais, a concentração de ATP é praticamente constante, devido ao
equilíbrio dinâmico estabelecido pela síntese e hidrólise do ATP. Assim, o
grupamento fosfato terminal do ATP sofre remoção e recolocação contínua
durante o metabolismo celular;
4. Quando o ATP sofre a perda de seu grupamento fosfato terminal por hidrólise,
com formação de ADP e Pi, a variação da energia livre padrão é de – 7,3 Kcal
mol-1 .

Quais as características estruturais da molécula do ATP responsáveis pela liberação de


uma quantidade consideravelmente grande de energia livre, quando seu grupo
fosfatoterminal é hidrolizado?

A. Grau de ionização do ATP e de seus produtos de hidrólise. Em pH 7.0 o ATP está


quase totalmente ionizado na forma iônica ATP-4. Pela hidrólise ele libera três
produtos: ADP-3, HPO-4-2 e H+ conforme a Equação: ATP-4 + H2O resultando em
ADP-3 + HPO-4-2 + H+.
B. Nas condições padrão o ATP-4, ADP-3 e HPO-4-2 estarão presentes em
concentrações iguais a 1M. Entretanto, em pH 7 (pH aproximado do citossol) a
concentração do íon H+ é apenas 10-7 M. Isso significa que pela Lei do Equilíbrio
Móvel de Le Châtelier o equilíbrio da hidrólise do ATP é deslocado fortemente para
a direita, pois a concentração de H+ em pH 7 é muito baixa comparada com as
concentrações padrão de 1 M dos outros componentes da reação;
C. Em pH 7,0 a molécula de ATP tem quatro cargas negativas muito próximas, e estas
repelem-se fortemente. Quando a ligação do grupo fosfato terminal é hidrolizada
parte da pressão elétrica no interior da molécula de ATP é aliviada pela separação
dos produtos carregados negativamente ADP-3 e HPO-4, Estes produtos têm
tendência relativamente pequena de aproximar-se e reagir em direção inversa,
formando novamente ATP;
D. O ADP-3 e HPO-4-2 são híbridos ressonantes, formas especialmente estáveis nas
quais certos elétrons estão em uma configuração que possui uma quantidade de
energia muito menor que aquelas que possuíam em suas condições originais na
molécula de ATP. Assim, quando o ATP é hidrolizado, os elétrons nos produtos
podem cair para níveis energéticos menores que aqueles do ATP não hidrolizado;
Diz-se que compostos fosfatados de alta energia, aqueles cuja hidrólise ocorre com
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grande decréscimo de energia livre-padrão, contem uma “ligação fosfato rica em


energia”, simbolizada nas fórmulas estruturais pelo sinal gráfico “~”. A expressão
“ligação fosfato rica em energia”, embora amplamente empregada pelos
bioquímicos a bastante tempo, é incorreta e pode provocar confusões, uma vez que
sugere, erradamente, que a ligação contêm a energia em si mesma. Isto não é
verdade, na realidade a quebra de uma ligação química requer a adição de energia.
A energia livre liberada pela hidrólise de ésteres fosfóricos não provém da ligação
que é rompida, mas resulta do fato dos produtos da reação possuírem um conteúdo
de energia livre menor que o dos reagentes.

Nicotinamina dinucleotídeo (NAD), nicotinamina dinucleotídeo fosfato (NADP) e a


flavina dinucleotídeo (FAD)

A NAD e a FAD são coenzimas não proteicas utilizadas por células de plantas e animais
para transferir energia em reações químicas.

Em reações endergônicas essas substâncias fornecem energia tornando oxidadas (NAD+


e FAD+). Um exemplo dessas reações é transformação do oxalacetato em malato na
mitocôndria no processo de nêoglicogenese.

Nas reações exergônicas (liberam energia) o NAD+ e FAD+ podem armazenar energia
liberada o através da ligação de dois elétrons e dois hidrogênios transformando-se em
NAD(P)H e FADH2.

ADICIONAL

Regulação e inibição da glicólise

A via glicolítica tem um papel duplo, que é a degradação da glicose para gerar ATP e o
fornecimento de substratos para reações de síntese de algumas substâncias. A
velocidade de conversão de glicose à piruvato é regulada para atender essas duas
principais necessidades. A glicólise é provavelmente regulada cuidadosamente em todas
as células, de modo que a energia é liberada a partir dos carboidratos somente na
medida em que é necessária. Isto é confirmado pelo efeito do O2. Na glicólise, as reações
catalisadas pela hexocinase, fosfofrutocinase e piruvato cinase são virtualmente
irreversíveis: portanto espera-se que tenha papel regulador além de catalítico.
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Regulação da glicólise. Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1603180/

HEXOQUINASE

O passo inicial na utilização de glicose na glicólise é a sua fosforilação por ATP para
fornecer glicose-6-fosfato, esta reação é irreversível nas condições intracelulares e é
catalisada pela hexoquinase. A reação de hexoquinase utiliza uma ligação do ATP de alto
poder energético e forma um composto de baixo poder energético, que é a glicose-6-
fosfato. Por apresentar uma inibição pelo produto, a hexoquinase para de funcionar logo
que uma quantidade significativa de glicose-6-fosfato é produzida e permanece inativa
até que o nível dessa molécula reduz como resultado de seu uso por outras reações.

Pode-se inferir que a hexoquinase é uma enzima reguladora, na qual a glicose-6-


fosfato é tanto o substrato como o regulador alostérico.

FOSFOFRUTOCINASE

É um importante sítio de regulação metabólica porque a atividade desta enzima pode ser
aumentada ou reduzida por um certo número de metabólitos comuns. Tais efeitos são do
tipo alostérico, pois são resultados de uma interação entre o metabólito e o catalisador
protéico em um sitio diferente daquele onde ocorre a catálise. A enzima requer Mg 2+ e é
específica para frutose-6-fosfato. Sua atividade é estimulada pelo ADP e quando há
excesso de ATP ela é inibida. Além do ATP, o citrato e o isocitrato, podem agir como
moduladores inibitórios da fosfofrutoquinase, atuando assim como efetores negativos. Por
outro lado, o AMP, ADP e frutose-6-fosfato estimulam a enzima, fazendo papel de
efetores positivos. Quando a relação ATP/ADP for alta a atividade da enzima
fosfofrutoquinase é severamente inibida, no entanto quando esta mesma relação é baixa
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a fosfofrutoquinase tem sua atividade acelerada. Como em condições aeróbicas a relação


ATP/ADP é alta, a velocidade da reação da fosfofrutoquinase é reduzida e
consequentemente a glicólise também é reduzida. Dependendo do nível de Acetil CoA, o
nível de intermediários do ciclo de Krebs pode aumentar.

Portanto, a inibição alostérica da fosfofrutoquinase, principalmente pelo ATP, é o


principal mecanismo regulador da glicólise.

PIRUVATO CINASE

A reação da piruvatoquinase é um ponto de controle secundário na glicólise. É também


uma enzima alostérica. Em altas concentrações de ATP, a afinidade aparente da cinase
do piruvato pelo fosfoenolpiruvato é relativamente baixa e a velocidade da reação será
igualmente baixa em concentrações normais de fosfoenolpiruvato. A cinase do piruvato é
inibida também por Acetil CoA e por ácidos graxos de cadeia longa, ambos importantes
combustíveis do Ciclo de Krebs. Assim, sempre que a célula já dispõe de uma
concentração de ATP alta, a glicólise é inibida pela ação da fosfofrutoquinase ou da
piruvato cinase. Por outro lado, em baixas concentrações de ATP, a afinidade aparente
da piruvato cinase pelo fosfoenolpiruvato aumenta, este comportamento capacita a
enzima a transferir o grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP.

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