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1 INTRODUÇÃO

De acordo com Farias (2002), a história do Brasil tem relação com a busca e o
aproveitamento dos seus recursos minerais. O subsolo brasileiro possui importantes
depósitos minerais. Estes depósitos minerais são considerados expressivos quando
comparados com as reservas do todo o globo terrestre. Na figura 1, pode-se observar
as principais reservas minerais brasileiras de alumínio, cobre, estanho, ferro,
manganês, nióbio, níquel e ouro.
Figura 1 – Principais reservas minerais brasileiras

Fonte: DNPM, 2018.


2. PANORAMA HISTÓRICO DA MINERAÇÃO
De acordo com Barreto (2001), a mineração no Brasil vem do período colonial,
no século XVII. Após a descoberta do ouro no século XVII, deu-se início ao setor
mineral brasileiro, colocando o Brasil como o grande produtor mundial de ouro. No
século XX foi descoberto as jazidas ferríferas do Vale do Paraopeba, Quadrilátero
Ferrífero de Minas Gerais, o carvão no Rio Grande do Sul e no Paraná, as minas de
cobre no Rio Grande do Sul, as minas de chumbo na Bahia e em Minas Gerais, dentre
outras. Estas descobertas ocorreram entre os anos de 1950 e 1960.
Segundo Silva (1995), na época colonial o povo brasileiro desconhecia o metal
e não tinha muitos tesouros a serem saqueados, sem manifestar grandes interesses
exploratórios aos portugueses. A situação se modificou quando foram encontrados os
ricos aluviões de Minas Gerais, já no século XVII. Sendo a primeira importação de
tecnologia da mineração brasileira.
De acordo com Prado JR. (2017), no século XVIII foram feitas as primeiras
grandes descobertas de jazidas auríferas no Brasil. Em 1696 ocorreu uma das
descobertas mais importantes no estado de Minas Gerais, onde hoje é chamada de
Ouro Preto. E além de abrigar grandes minerações de ferro e ouro, o estado de Minas
Gerais também comporta vários empreendimentos de mineração que exploram
jazidas de outros tipos de rocha (LEITE, 2016).
A partir do século XIX as atividades mineradoras ampliaram-se, prevalecendo
na economia do estado de Minas Gerais até os dias atuais. Mesmo com o cultivo do
café, a atividade de mineração continuou como atividade econômica relevante, e na
figura 2 pode-se observar a expansão do setor. O Brasil é o segundo país produtor de
minério de ferro do mundo, e Minas Gerais fica em primeiro lugar. (CARSALADE,
2016).
Figura 2 – Mapa da expansão da mineração no estado de Minas Gerais durante desde
os anos 1980 até o desenho atual.

Fonte: LEITE, 2016.


De acordo com Andrade (2012), a região do Quadrilátero Ferrífero se destaca,
pois é caracterizado por reunir vantagens geográficas e econômicas, pois os
depósitos de mineralizados, além de extensos e de propiciarem sua fácil extração,
apresenta ótima qualidade, como pode ser observado na figura 3.
Figura 3 - Quadrilátero Ferrífero do Estado de Minas Gerais: municípios integrantes.

Fonte: CARSALADE, 2016


3. OS BENS PRODUZIDOS PELA MINERAÇÃO
O Brasil possui um enorme patrimônio mineral, e está entre os maiores
produtores e exportadores de minérios do mundo. Produz 72 substâncias minerais,
das quais 23 são metálicas, 45 não-metálicas e 4 energéticas. O minério de ferro é o
líder da produção mineral brasileira, como pode ser observado na figura 4 (ARAUJO;
OLIVIERI; FERNANDES, 2014; DNPM, 2018).
Há diversas finalidades para estes minerais, como no caso do calcário utilizado
na fabricação de fertilizantes e na produção de cimentos. O minério de ferro é
empregado na fabricação de aço, que consequentemente pode ser utilizado na
fabricação de automóveis, pontes, na construção civil e dentre várias outras utilidades.
O ouro e diversos tipos de pedras preciosas são utilizadas na fabricação de joias e
adornos. O cobre é um excelente condutor de eletricidade, e por isso, é amplamente
utilizado na fabricação de fios e cabos de pequenas e altas tensões. Nesse contexto,
fica claro a relevância dos bens produzidos pela mineração que refletem diretamente
nas atividades cotidianas das populações.
Figura 4 – Principais substâncias metálicas comercializadas no ano de 2016

Fonte: DNPM, 2018.


Em consonância, Farias (2002), afirma que a mineração é uma importante fonte
de renda, um dos suportes financeiros e econômicos para o país. Contribui para a
melhoria de vida de milhões de pessoas e é fundamental para o desenvolvimento de
uma sociedade. Entretanto, é necessário que esta atividade seja operada com
responsabilidade social e ambiental. A mineração é um grande gerador de empregos
diretos e indiretos, gera arrecadação de impostos aos estados e município.
Segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Mineração, a produção
mineral brasileira no ano de 2017 foi de 32 bilhões de dólares. Para o ano de 2018, a
estimativa da produção mineral no Brasil é de 34 bilhões de dólares. Com relação à
oferta de empregos, no ano de 2017 o setor minerário empregou cerca de 180 mil
trabalhadores diretamente (INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM),
2018).
Minas Gerais é o estado que lidera o ranking da produção mineral, com a
extração de diversas substâncias minerais. No ano de 2016, foi o estado que mais
produziu e comercializou substâncias metálicas, contribuindo com aproximadamente
47% da produção nacional, como pode-se verificar na figura 5. Em consonância, é o
estado que soma o maior número de passivos e riscos ambientais (DNPM, 2018;
TONIDANDEL, 2011).
Figura 5 – Valor da produção mineral comercializada das principais substâncias
metálicas por estado

Fonte: DNPM, 2018.

4. OS ESTUDOS NO ÂMBITO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL


A grande maioria dos empreendimentos minerários tendem a se instalarem em
regiões muito frágeis, de grande importância ambiental. Estas regiões, apresentam
altos índices de biodiversidade, abrigando uma grande riqueza de espécies da fauna
e da flora. (MECHI; SANCHES, 2010).
Devido à preocupação com a fragilidade destes ambientes, procurou-se
estabelecer critérios e normas através de leis que visavam proteger estes ambientes.
Por isto, a Lei 6.938 sancionada em 31 de agosto de 1981, dispôs sobre a Política
Nacional de Meio Ambiente, mostrando sinais visíveis de que Estudos de Impactos
Ambientais viessem a fazer parte destas normas. O artigo 10 da referida lei dá o
disposto:
Art. 10 – A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio
licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional
do Meio Ambiente – SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo
de outras licenças exigíveis (BRASIL, 1981).
Por isto, a Política Nacional de Meio Ambiente prevê que, para que haja a
autorização da instalação e operacionalização de empreendimentos minerários,
somente ocorra mediante realização de estudos ambientais. Estes estudos devem ser
apresentados aos órgãos ambientais competentes para protocolamento e apreciação
do corpo técnico (MECHI; SANCHES, 2010).
Estes estudos preliminares à instalação do empreendimento, possuem
objetivos claros de caracterização da área, pontos norteadores de avanço, prevenção
e mitigação de impactos. Os principais estudos exigidos são, dentre eles, Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e respectivo relatório (RIMA), Plano de Controle Ambiental
(PCA), Relatório de Controle Ambiental (RCA) e Projeto de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) (MECHI; SANCHES, 2010).
O EIA deverá avaliar e caracterizar as áreas de influência do empreendimento.
Para isto, alguns pontos são importantes na descrição como localização e porte do
empreendimento, identificação dos detentores do direito minerário, as metodologias e
tecnologias que serão empregadas na extração do minério, os contextos locais e
regionais e algumas informações de uso geral (REIS, 2011).
Além de critérios básicos, estes estudos devem ser realizados por profissionais
legalmente habilitados compondo uma equipe multidisciplinar. Esta equipe, deverá
realizar o diagnóstico ambiental da área compreendendo os aspectos físicos, bióticos
e sócio-econômicos (REIS, 2011).
5. OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA MINERAÇÃO
De acordo com Farias (2002), entre as atividades antrópicas, a mineração vem
criando problemas ambientais no uso do solo e do subsolo. Dentre os principais tipos
de extrações de minérios, se destacam a extração de minério de ferro, carvão mineral,
ouro, chumbo, zinco, prata, areia, argila, brita e calcário. Os principais problemas
provenientes da mineração são: poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, e
subsidência do terreno. Ocasiona alterações ambientais, assim como toda exploração
de recurso natural, a atividade de mineração provoca impactos no meio ambiente seja
no que diz respeito à exploração de áreas naturais ou mesmo na geração de resíduos
(SILVA, 2007).
Os efeitos negativos estão associados à diversas fases da exploração. Desde
a implantação da lavra até o transporte e beneficiamento do minério, podendo até
estender após o fechamento da mina ou o encerramento das atividades. A mineração
altera o meio físico, provocando erosão no solo, contaminação dos corpos hídricos,
alteração da paisagem, além de prejudicar a fauna e a flora. Afeta também as
populações que vivem próximas aos empreendimentos, através de mudanças do meio
físico e social, como pode ser observado na figura 6 (ARAUJO; OLIVIERI;
FERNANDES, 2014; FERREIRA, 2013).
Figura 6 – Mineração de brita na cidade do Rio de Janeiro

Fonte: SILVA, 2005.


Os impactos mais notáveis são decorrentes da extração de minério de ferro,
calcário, areias, quartzitos e dentre outros. Os impactos visuais são os primeiros
observados, onde há contrastes marcantes e significativos quando comparados aos
ambientes naturais desprovidos de impactos (FERREIRA, 2013; FILHO; SOUZA,
2004; SILVA, 2005).
No processo de extração de areia os principais impactos se refletem
diretamente nas águas, aumentando os níveis de turbidez da água e a diminuição da
entrada da luminosidade. A geração de resíduos sólidos também oriundos do
processo de separação de “partículas indesejáveis” como a argila e o silte são muito
prejudicais ao meio ambiente, se não for armazenado de forma adequada. Também
o impacto sobre os ecossistemas é nítido, caracterizando perda da biodiversidade e a
fragmentação de habitats (ALMEIDA, 2002; MECHI; SANCHES, 2010). Esta
fragmentação pode ser claramente observada na figura 7.
Figura 7 – Mineração de areia em várzea de rio

Fonte: MECHI; SANCHES, 2010.


Em rochas carbonáticas é necessário que haja a detonação com o uso de
explosivos. As detonações são necessárias para que se possa desagregar o material
no qual há o interesse de beneficiar. Neste processo, ocorre a elevação de material
particulado para a atmosfera, ocorrendo a poluição do ar (FERREIRA, 2013; SILVA,
2005; MECHI; SANCHES, 2010).
A exploração de calcário na região de Arcos e Pains iniciou-se ainda no século
XIX, quando algumas cavernas da região foram sistematizadas para a extração de
salitre, utilizado na fabricação de pólvora. Mas foi por volta de 1960 que esta região
virou foco do setor minerário, recebendo grandes investimentos, surgindo as primeiras
indústrias. Desde então, esta se tornou a principal atividade econômica da região.
Entretanto, devido ao porte dos empreendimentos ali instalados e em consonância
com a ausência de fiscalizações, esta região herdou um enorme passivo ambiental, o
que ainda pode ser observado nos dias atuais. (ZAMPAULO, 2010).
Nas detonações, além de acarretar a suspensão de particulados, ela é capaz
de gerar ruídos significativos e impactos sismológicos. Outros impactos relativos aos
ruídos são oriundos da própria operacionalização do empreendimento. Os mais
comuns são uso de máquinas, caminhões, correias transportadoras e moinhos
necessários para o beneficiamento no minério. Estes impactos significativos podem
ser observados na figura 7. Entretanto, este impacto pode ser mitigado através de
“despoeiramento” das vias utilizando caminhões pipa, diminuindo muito a quantidade
do material particulado, podendo ser observado na figura 8. No processo de
carregamento, o mesmo pode ser mitigado através da instalação de “chuveirinhos”
que ajudam a minimizar a poeira que emerge. (FERREIRA, 2013; SILVA, 2005).
Figura 7 – Desmonte de rochas à esquerda e uso de perfuratriz à direita

Fonte: SILVA, 2005.


Figura 8 – Despoeiramento das vias como medida mitigadora de particulados aéreos

Fonte: SILVA, 2005.


Os impactos sismológicos decorrentes do desmonte de rochas são
caracterizadas por dissipar uma grande quantidade ondas sísmicas, abalando
demasiadamente o terreno. Muitas das vezes, estas ondas sísmicas são responsáveis
por afetarem as cavidades naturais da área e até as casas circunvizinhas ao
empreendimento (FERREIRA, 2013; MECHI; SANCHES, 2010; ZAMPAULO, 2010).
O ultralançamento de blocos e fragmentos de rocha é o impacto que representa
um enorme risco para a vida dos trabalhadores de todo o empreendimento, em
especial aos que trabalham na cava. Na figura 9, é possível observar estes
ultralançamentos de fragmentos de rocha. Por isso, exige-se que o responsável pelo
desmonte, esteja bem preparado e tenha um excelente conhecimento técnico e
prático. Pode-se perceber que os impactos acarretados pelo desmonte de rochas são
discrepantes e muito significativos (FERREIRA, 2013; SILVA, 2005).
Figura 9 – Ultralançamento de fragmentos de rocha

Fonte: PONTES; LIMA; SILVA, 2016.


Sem dúvidas a mineração gera riquezas e crescimento econômico, sendo um
dos importantes setores da economia brasileira. Porém, está entre as atividades que
mais causam impactos socioeconômicos e ambientais, afetando, portanto, o território
onde a mineração está presente. (ARAUJO; OLIVIERI; FERNANDES, 2014).
5.1 IMPACTOS SOCIAIS
A exploração de recursos minerais deve valorizar questões materiais,
socioeconômicas e ambientais. Estabelecer ligações e melhor compreender a saúde
coletiva das populações que ocupam os territórios envolvidos em processos de
mineração. Pois a população passa a ser impactada por mudanças bruscas no
ambiente físico e social (HENRIQUES; PORTO, 2015).
Segundo Porto (2016), um impacto social que foi marcado na história brasileira
é a tragédia de Mariana, MG. Milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos da
mineração de ferro vazaram após o rompimento de uma barragem, denominada
Fundão, pertencente à Samarco. Pessoas morreram e inúmeras ficaram sem
moradias. Pessoas foram afetadas pela falta de água, milhares de peixes foram
mortos e espécies extintas, pois a lama contaminou a água do rio doce. A lama
também afetou o ecossistema marinho.
Uma das doenças que podem ser causadas pela mineração é a silicose,
provocada pela inalação de sílica. As partículas de sílica desencadeiam reações
inflamatórias formando nódulos no pulmão. Minas Gerais apresenta o maior número
de casos de silicose notificados (SILVA et. al., 2017).
A exposição à poeira da mesma pode aumentar os riscos de doenças
pulmonares, enfisema e tuberculose pulmonar. A doença em sua forma crônica ocorre
após vários anos do início da exposição. Em fases iniciais costuma ser assintomática,
ou pouco sintomática (CARNEIRO et. al., 2006).
Diante disso, no mesmo ano um estudo foi realizado para verficiar a relação
entre as doenças respiratórias ocasionadas pelos particulados aéreos oriundos da
atividade minerária ferrífera, na cidade de Itabira, em Minas Gerais. A população
amostrada foi classificada em faixas etárias. Em seus resultados, observou-se que a
relação da concentração de material particulado inalável (PM10) quantificado em
10μg/m³ gerado pela empresa Vale, estava relacionado positivo e significativamente
com os casos diagnosticados de doenças respiratórias. Durante o estudo, ocorreram
18.194 casos registrados por doenças respiratórias, acometendo em sua maioria a
faixa etária composta pelos indivíduos menores de 13 anos (BRAGA et al., 2007).
Além de provocarem doenças respiratórias, os particulados aéreos causam
desconfortos á população. Como é o relato de uma comunidade, próxima ao avanço
de lavra de uma mineração de diabásio, na área periurbana do município de
Campinas, em São Paulo. Moradores relatam que os impactos gerados pela
mineração variam de altas emissões de particulados aéreos à fortes vibrações
sísmicas, oriundas do desmonte de rochas (BACCI; LANDIM; ESTON, 2006).
Na mineração de urãnio, o mesmo é liberado ao meio ambiente em grandes
quantidades, e ele pode ser ingerido, através de leite e água contaminada. A sua
acumulação no organismo humano pode causar danos ao organismo, podendo até
acarretar a morte. O dano provocado no organismo depende da energia das
partículas, tipo de radiação, distribuição no corpo dentre outros. A síndrome aguda
surge logo após a exposição a altas doses; quando a exposição é baixa, os efeitos só
aparecem ao longo dos anos (FERRAZ et. al. 2017).
Como é o caso de ex-trabalhadores de uma mineração em Carandaí, Minas
Gerais. Durante vários anos, ficaram expostos à talco contaminado por asbestos. O
estudo abrangeu 29 ex-trabalhadores. Destes, 3 apresentaram alterações pleurais, 1
apresentou opacidades parenquimatosas, compatível com pneumoconiose, e 6
suspeitos. O período de latência entre a exposição e o diagnóstico foi de
aproximadamente 27 anos (LOYOLA et al., 2010).
6 A MINERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O termo desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade tornou-se popular a
partir de 1987, após relatório produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A preocupação surgiu com o aumento constante da população mundial, a demanda
altíssima de produção de alimentos e o risco de esgotamento dos recursos naturais
(VIANA, 2012).
Diante disso, uma mineração sustentável é aquela que tem metas em seus
projetos de mitigar os impactos negativos e compensar os impactos não mitigáveis.
Tornando-se capaz de suprir as necessidades da população, sem comprometer as
necessidades das gerações futuras. Também, deverá prover o bem-estar das
comunidades envolvidas na operacionalização ou circunvizinhas à localização do
empreendimento (LARA, 2015; NOGUEIRA, 2016; VIANA, 2012;).
Os resultados dessas ações, são as buscas e inovações por tecnologias e
metodologias na redução de impactos nos processos de extração e beneficiamento.
A título de um bom exemplo, pesquisadores tem discutido formas de reduzir os
impactos causados pelo cianeto em extrações de ouro. Metodologias que incluem a
eluição de resinas através de trocas iônicas provam ser eficientes, trazendo efeitos
positivos nas próximas etapas de regeneração do cianeto. Consequentemente, gera
reflexos na diminuição de impactos (RIANI; PINA; LEÃO, 2007).

7 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a mineração é a base da economia brasileira, gerando
impostos, fontes de renda e empregos direta ou indiretamente. Os produtos obtidos
na extração, são essenciais para o funcionamento da sociedade. Porém, os passivos
ambientais desta atividade são discrepantes. É necessário que as medidas
mitigadoras de impactos estipuladas nos Relatórios de Impacto Ambiental, não fiquem
somente no papel. É necessário que as condutas adotadas pelos empreendimentos
sejam compatíveis com os princípios norteadores do documento. Entretanto, isto
difere muito da realidade esta situação tende a ser pior devido a falta de fiscalizações
e sucateamentos dos órgãos ambientais.

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