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Temporomandibulares
DOR
“...é a ausência do prazer” (Epícuro)
“...uma das paixões da alma ” (Aristóteles)
“...sensação desagradável especificamente relacionada com algum local ou com várias regiões
do corpo” ( Spinoza)
“...toda e qualquer estimulação excessiva e um resultado de sensações exageradas de calor,
tato, visão, sabor e odor” (Darwin, 1794)
DOR
“...é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ou descrita em
termos de lesões teciduais. É uma qualidade perceptual complexa que pode ser
modificada por aspectos culturais, sociais, raciais, sexuais, etários e mentais dos
indivíduos” (Teixeira, 1991)
DOR
“A resposta motora de fuga do estímulo doloroso ou da tentativa de fazer com que cesse o
mais rápido possível sofre influências corticais, afetivas e cognitivas.”(Ferreira, 2000)
“...a dor está intimamente relacionada com o estado emocional/motivação, que ditará a
extensão e complexidade da resposta ao estímulo nocivo.” (Ferreira, 2000)
Desencadeamento da dor
Estimulação das vias nociceptivas OU Hipofunção do sistema central supressor:
estresse, medo, ansiedade, tempo de duração da dor.
Na presença de dor constante, de longa duração, os mecanismos de analgesia
funcionam inadequadamente.
Diagnóstico Diferencial
Dor de dente (dor pulpar e periodontal)
Inflamação (pulpar, periodontal, mucosa oral, mandíbula, ATM)
Neuralgia (trigeminal, occipital)
Tumores
Trauma externo e suas sequelas
Dores de cabeça
Dor Psicogênica
Outras (olhos, ouvidos, nariz...)
Disfunção Temporomandibular
qualquer alteração postural, mastigatória, oclusal, esquelética ou psicológica que provoque
dor, põe em risco o funcionamento de todo o sistema; o comprometimento pode ser único e
localizado;
Queixa mais freqüente: presença de dores atípicas, difusas, bilaterais, em diferentes locais.
1) Explicações e Orientações
Importância da participação do pr nas modificações comportamentais e funcionais;
conscientização quando aos fatores tensionais relacionados à dor e busca de alternativas para
evitá-los ou amenizá-los;
realização de atividades mais relaxantes visando maior percepção e conhecimento do
problema;
explicação do diagnóstico, dos objetivos e da terapêutica fonoaudiológica a ser realizada;
desenvolvimento de trabalho proprioceptivo para desprogramação de tensão
2) Relaxamento
Reconhecimento das sensações musculares propiciadas pela tensão existente;
redução da atividade muscular global;
relaxamentos progressivos orientados pelo terapeuta;
relaxamentos respiratórios com modificação da freqüência, tipo e modo, buscando amplitude
diafragmática;
uso da eletromiografia como meio de visualização, monitoramento e redução da atividade
muscular;
a interação terapeuta-paciente guiará a definição dos procedimentos
3) Termoterapia e Massagens
“...massagem e aplicação de frio e calor costumam atenuar a dor, por meio do estímulo dos
aferentes cutâneos mielínicos espessos”(Okeson, 1998);
auxilia a quebra do ciclo dor-espasmo-dor;
a ativação da circulação sanguínea e o aumento da oxigenação facilitam a retirada de resíduos
metabólicos;
Termoterapia uso na Fonoterapia:
1) Calor úmido: (vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo, oxigenação e consequente efeito
relaxante e analgésico)
toalha quente e úmida sobre a região dolorosa, durante 15 a 20 minutos, 3x/dia;
água quente durante o banho na região cervical e músculos trapézios;
antecedendo as massagens e exercícios mioterápicos;
contra indicada em casos agudos, na ocorrência de processos inflamatórios e alterações
neurológicas devido às reações inesperadas
4) Mioterapia
A orientação e execução de exercícios musculares deve ser cuidadosamente estudada, sendo
contra-indicada sempre que provoque dor, nos casos de contração muscular protetora e
miosites, especialmente nas etapa iniciais de tratamento.
Diferentes tipos de exercícios podem ser indicados de acordo com a região envolvida.
Os exercícios são indicados tanto para relaxar e promover alongamento, quanto para melhorar
o tônus e função.
A eletromiografia é de grande auxílio na avaliação da necessidade de relaxamento ou
tonificação muscular.
Aquecimento muscular prévio evita a sobrecarga do músculo.
1) Exercícios Isotônicos:
- ocorre tensão muscular acompanhada de modificação do tamanho da fibra muscular;
- são exercícios de mobilidade indicados para a oxigenação muscular e aumento da amplitude
de movimento;
- não são indicados exercícios onde se necessite fixação da posição mandibular, para evitar a
sobrecarga muscular
2) Exercícios Isométricos:
- exercícios onde se desenvolve tensão sem modificação do tamanho da fibra muscular;
- indicados para aumento do tônus, são de contração mantida e de força muscular
- não são aconselhados nos casos de espasmos musculares, pois podem ocasionar ou
agravar o quadro doloroso.
3) Exercícios Isocinéticos:
são exercícios de resistência ao movimento
- inicia-se com o mínimo de resistência, que é aumentada gradativamente;
- indicados para relaxação, oxigenação e coordenação muscular
ABERTURA DA BOCA: Com auxílio dos dedos indicador e polegar entre incisivos ou
caninos..
Empilhamento gradativo de espátulas (manter 10 a 15 minutos).
Exercícios de contra-resistência
na abertura bucal, no fechamento, na lateralização e na protrusão
Aliviar a dor;
Relaxar a musculatura mastigatória;
Ampliar e coordenar os movimentos mandibulares;
Fortalecer os ligamentos articulares;
Inibir a rigidez muscular protetiva
5) Terapia Miofuncional
“Devemos ter sempre em mente a dificuldade de modificar o comportamento muscular e,
consequentemente, de influenciar as funções estomatognáticas apenas por meio de
exercícios, porque o controle neuromotor durante o exercício é consciente e as funções são
automáticas” (Bianchini, 2000)
Objetivando a estabilidade neuromuscular a Fonoaudiologia propõe um trabalho
eminentemente funcional com enfoque proprioceptivo, em razão da caracterização funcional
automática.
O trabalho proprioceptivo dá ao paciente a percepção das tensões, das modificações posturais
ou funcionais e também dos seus hábitos
Terapia Miofuncional
Trabalhar a respiração pode beneficiar o paciente inclusive quanto a propriocepção;
Orientação da mastigação de pequenos pedaços de alimentos estimula tanto a musculatura
quanto o mecanismo de língua e bucinador;
A mastigação deve ser lenta, sem provocar dor
Mastigação com garrotes ou outros materiais de borracha ou silicone é totalmente
contra-indicada, principalmente nas disfunções. Esses materiais não respeitam a fisiologia
normal da função, não havendo possibilidade de fragmentação ou redução da amplitude do
movimento mandibular. Seu uso pode provocar sobrecarga na musculatura, por não respeitar a
modificação normal de cada ciclo mastigatório.
Na mastigação orienta-se o padrão bilateral alternado, mesmo que lento;
Inicialmente faz-se o treino de maneira dirigida e controlada, utilizando apenas um
lado a cada porção de alimento;
Utiliza-se o tipo de alimento preferido pelo paciente na medida do possível.
Terapia Miofuncional
O trabalho de voz e fala envolve a percepção do abuso vocal, a coordenação respiração/fala e
a utilização da caixas de ressonância;
O aumento da amplitude do movimento mandibular, a correção oclusal e a situação articular
adequada propiciam readaptação espontânea da fala;
Nas queixas de disfonia, orienta-se para uma terapia específica, respeitando-se a possibilidade
real do paciente.
Considerações Finais
A terapia fonoaudiológica depende do diagnóstico referente às possíveis
alterações da articulação temporomandibular. O trabalho fonoaudiológico deve
respeitar sempre a limitações do paciente e principalmente as etapas, hierarquia e
prioridade de outros tratamentos.
Bibliografia
1. BIANCHINI, EM. G.(Org.) Articulação Temporomandibular: implicações, limitações e possibilidades
fonoaudiológicas. Carapicuíba: Pró-Fono, 2000.
2. FELÍCIO, CM. Fonoaudiologia aplicada a casos odontológicos: motricidade oral e audiologia. São Paulo: Panscat,
1999.
3. FELÍCIO, CM. Fonoaudiologia nas desordens temporomandibulares: uma ação educativa-terapêutica. São Paulo:
Pancast, 1994.
4. BRAGA, AP, BRITTO ATBO, MANZI, FR. Disfunção Temporomandibular: fundamentos para atuação do
fonoaudiólogo. IN: Britto ATBO. Livro de Fonoaudiologia. São José dos Campos: Pulso Editorial. 2005.