Professional Documents
Culture Documents
RUBIENE CALLEGARIO
ARACRUZ
2012
1
RUBIENE CALLEGARIO
ARACRUZ
2012
2
RUBIENE CALLEGARIO
COMISSÃO EXAMINADORA
o
Prof Esp. Daniel Oliveira Cruz
Faculdades Integradas de Aracruz
AGRADECIMENTOS
Ao término desse trabalho não posso deixar de agradecer a todos aqueles que me
ajudaram a cada dia para a realização desse grande sonho.
Aos meus pais por todo incentivo e dedicação durante esses anos e a minha família
pelo apoio e força.
A você meu amor, Ronaldo Júnior, por todo o carinho, paciência, compreensão e por
estar sempre ao meu lado me ajudando.
A galera da Secretaria Municipal de Obras pela força, pelos dias de folga para fazer
o trabalho e em especial ao querido amigo arquiteto Claudio Gouveia pelas aulas de
Corel Draw.
RESUMO
LISTA DE FIGURA
Figura 1: Vista da cidade de Blumenau que foi construída entre vales e na margem
do rio, 2010. .............................................................................................................. 24
Figura 18: Construção da Estrada de Ferro Norte do Rio Doce, 1927 ...................... 56
Figura 21: Retirada dos trilhos da Av. Getulio Vargas, 1975 ..................................... 58
Figura 30: Estrada de Ferro Vitoria Minas e Estação Ferroviária Colatina ................ 89
LISTA DE FOTOS
Foto 2: Encontro do Rio Santa Maria do Rio Doce com Rio Doce ............................ 76
Foto 5: Avenida Silvio Avidos, centro de atividades do bairro São Silvano. .............. 80
Foto 19: Unidade de Saúde da Família, bairro Carlos Germano Naumann .............. 97
Foto 22: Construções as margens do Rio Doce sem afastamento ......................... 104
Foto 26: Casas construídas sem afastamento na margem do Rio Pancas ............. 106
Foto 32: Avenida Silvio Avidos, bairro São Silvano ................................................. 123
Foto 33: Variante da ES 080 nas proximidades do acesso ao polo industrial ......... 124
Foto 35: Polo industrial a ser implantado para industrias farmacêuticas ................. 125
Foto 36: Áreas de pastagem nas proximidades do aterro sanitário ........................ 129
9
LISTA DE MAPAS
Mapa 23: Localização dos loteamentos nas terras da Familia Vitalli ...................... 128
LISTA DE TABELAS
Tabela 15: Unidades de Saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), 2011 ... 95
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
2 ESTUDOS DE CASO......................................................................................... 43
3.3.1 Clima....................................................................................................... 72
3.5.1 Saúde...................................................................................................... 94
INTRODUÇÃO
Colatina é um território dividido devido a presença do Rio Doce que corta a cidade
ao meio. As transformações e impactos causados pelo homem são vistas
principalmente às margens desse rio, onde existem residências construídas sem o
14
Sendo assim a proposta do presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo da
expansão urbana da cidade de Colatina.
Vários fatores fazem com que uma determinada área seja mais valorizada, seja sua
infraestrutura, localização estratégica ou facilidade de acessos, e aproveitando-se
desses benefícios as imobiliárias especulam o preço da terra.
Essa prática ainda que gere benefícios para as cidades e lucro para seus
investidores, é prejudicial às cidades. Os tecidos urbanos ficam extremamente
rarefeitos num ponto e densos em outros, a infraestrutura sobrecarregada numa
área e subutilizada em outra, além de gerar maiores distancias a serem percorridas.
(FERRARI, 2009)
Essas soluções devem ser avaliadas se são realmente eficazes no combate aos
problemas de ocupação ocasionados nas cidades, uma vez que, existe um processo
de implantação do planejamento que requer investimentos políticos, e muitas vezes
não se mostram interessados.
O planejamento urbano não é um plano milagroso que irá sanar todos os problemas
existentes na cidade, pelo contrario, ele cria medidas para a organização do espaço
urbano a fim de evitar problemas futuros e minimizar os impactos nos espaços já
consolidados.
relações espaciais. O espaço urbano nada mais é que um reflexo da sociedade que
nele vive. (CORRÊA, 1995)
Nos espaços ao redor dos centros surgem as periferias, que segundo Reynaud,
1993 apud Souza, não se opõe de forma absoluta ao centro, pelo contrário, a ele se
integram.
Essas áreas vazias e sem ocupação apresentam-se nas cidades, geralmente como
abandonadas, transformando-se em depósitos de lixos e focos de insetos,
escapando ao controle das fiscalizações das prefeituras e muitas vezes são apenas
objetos da especulação imobiliária.
É preciso identificar a formação dessas áreas na cidade devido aos problemas que
envolvem, além de identificar sua localização e seu papel na malha urbana.
(FERRARI, 2009)
vazios, para que com a compreensão desses fatores encontre soluções dos
problemas de desenvolvimento das cidades e embasamento para processos de
planejamento urbano.
1
Conselho Nacional do Meio Ambiente - é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do
Meio Ambiente, que dispõe pela Política Nacional do Meio Ambiente sendo responsável por
estabelecer normas e critérios para a preservação, melhoria e recuperação dos recursos ambientais.
(Lei Nº 6.939 de 31 de Agosto de 1981)
22
Além desse exemplo da cidade de Blumenau (Figura 1), pode-se encontrar também
imóveis de classe média alta construídos sem licença em encostas, ilhas e faixas
marginais de proteção de cursos d‟águas.
Com base no que foi estudado fica claro que a busca por soluções para os
problemas ambientais deve se dar por esforços políticos, institucionais, sociais e
também pela aplicação dessas leis existente em prol da preservação do meio
ambiente.
A única incerteza que se tem é se esses planos irão resolver, de fato, os problemas
das cidades, pois tem-se a visão de que o crescimento desordenado é o causador
de todos os problemas que a cidade enfrenta sendo que isso não é verdade, pois
problemas como falta de infraestrutura em certos locais são causados devido a má
qualidade da administração, que prioriza a “urbanização” de áreas mais valorizadas
com população de classe media alta com interesses políticos.
certo, mas que é indispensável para que se trabalhe cada vez mais próximo da
realidade existente
No Brasil sua regulamentação está prevista pela Constituição Federal, art. 182, que
estabelece as diretrizes gerais da política urbana e tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus
habitantes, e também pelo estatuto da cidade que veio regulamentar os arts. 182 e
183 da Constituição Federal que define as bases para a elaboração do Plano
Diretor, as quais são resumidas abaixo.
situações:
O Plano Diretor deverá ser revisto, pelo menos, a cada dez anos;
O plano diretor deve ser elaborado e conduzido sob a coordenação do poder publico
municipal, mas, garantida a participação do diferentes agentes sociais de forma
democrática e negociada, sem perder de vista que sempre estará em jogo, na
30
1.3.1.1 Zoneamento
Segundo Villaça (2005) essas leis tem sido formuladas apenas para atenderem os
interesses das classes dominantes.
O zoneamento pode ser entendido como o conjunto de normas que faz uma leitura
da cidade com projeções de cenários presentes, esperados e futuros definindo
parâmetros de uso e ocupação do solo das diversas áreas da cidade.
Batistela (2007) afirma que o zoneamento foi concebido como uma ferramenta de
planejamento e constitui o conjunto de normas que regulam o uso do solo mediante
a divisão de distritos ou zonas nas quais certas atividades são proibidas e outras
permitidas.
Ainda, segundo Nery Jr. (2002) para a totalidade do espaço urbano, que fica todo
ele dividido em zonas, nas quais são definidos os parâmetros de uso e de ocupação
dos terrenos ou, também, apenas em parte dele, de forma pontual na cidade cuja
norma abrange uma determinada área da cidade, uma ou algumas ruas, um trecho
de rua ou bairros.
31
Segue abaixo a classificação e definição dos diferentes tipos de zonas, bem como
seus índices urbanísticos, segundo USAID (1964, apud Cunha, 2006, p 40 – 42).
Ainda segundo USAID (1964, apud Cunha, 2006) os índices urbanísticos propostos
para cada zona servem para regular as densidades urbanas, além de estipular um
regime volumétrico. Esses índices são:
A aplicação correta dos índices urbanísticos implicará num crescimento correto das
cidades, segundo o que foi planejado, mas deve estar atento as mudanças ocorridas
35
A primeira lei a ser comentada, é a que se refere ao Novo Código Florestal, Lei Nº
12.651 de 25 maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e
revoga as leis nº 4.771/65 e 7.754/89 e dá outras providencias.
Como relevante para o trabalho em questão tem-se o Capitulo II, art. 4° que
considera áreas de preservação permanentes, em zonas urbanas ou rurais:
Além dessas a cidade possui o Plano Diretor Urbano, representado pela Lei
5.273/2007 que é um instrumento básico de políticas para o desenvolvimento
municipal e planejamento das funções publicas de interesse comum, além do
Código de Obras, Lei 4.226/1996, que trata das questões referentes a
37
a) ações;
b) consideração dos “stakeholders”, entendidos como todos aqueles indivíduos,
grupos ou organizações que têm algum interesse e/ou que podem de alguma
maneira influenciar no processo de planejamento;
c) atenção às ameaças e oportunidades externas, bem como aos pontos fortes
e fracos internos;
d) atenção aos competidores existentes ou potenciais.
Torna-se o mais adequado pois está voltado para uma realidade dinâmica, de
acordo com as transformações das cidades, sendo relativamente simples, flexível e
permanente já que envolve o município à novas oportunidades com pensamento em
longo prazo.
Bryson (2004, apud Saboya, 2008) sugere as seguintes etapas para o Planejamento
Estratégico:
39
Diante dessa analise entende-se que o planejamento, a partir das prioridades, busca
encontrar meios para eliminar ou diminuir os obstáculos que ameaçam o
desenvolvimento municipal, afim de saná-los.
Para que sejam tratados os problemas quanto ao uso e ocupação do solo urbano, o
Estatuto amplia a obrigatorieadade do Plano Diretor, que segundo o Art. 40º da Lei
10.257/2001 é um instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana.
42
2 ESTUDOS DE CASO
Atualmente o setor sul agrega uma população superior a 120 mil habitantes sendo
constituída por 17 bairros (Figura 8) que de modo geral foi ocupado por tanto por
parte dos incorporadores imobiliários e pelos proprietários fundiários e também pelas
ações publicas que direcionam os melhores serviços para a região, em especial a
área central do setor, sendo conhecida como “sul elitizado”. (SILVA, 2012)
A partir do estudo realizado observou-se que não se deve afirmar que o setor sul
seja destinado a atender determinados grupos de renda, devido a diversidade de
classe sociais encontradas no local e também devido ao direcionamento de
expansão, que se encontra voltado para a região, atendendo as diversas classe,
sendo os grupos de alta renda com os condomínios horizontais, a classe média com
os condomínios verticais e a classe mais baixa com os loteamentos populares.
(SILVA, 2012)
46
Para a realização de todo esse estudo houve a necessidade por um suporte teórico
que fez com que se desenvolvesse uma fundamentação teórica sobre o espaço
urbano, a dinâmica espacial enfatizando os problemas intensificados com o
crescimento das cidades. Um estudo sobre a compreensão da temática especifica
da pesquisa, também foi de fundamental importância, para que pudesse chegar ao
estudo apresentando a configuração atual da dinâmica de expansão do setor sul,
observando as tendências urbanas que o crescimento vem seguindo.
A cidade de Mossoró foi escolhida propondo uma abordagem que contribui para
explicar os processos que ocorrem nas cidades de pequeno e médio porto, como é o
seu caso. (PINHEIRO, 2006)
O processo de ocupação das áreas é feito em sua maioria por loteamentos sendo
que os principais agentes responsáveis são os proprietários-loteadores que definem
a classe social a que eles irão pertencer. Outro agente responsável pela expansão
urbana da cidade são os loteamentos populares a fim de atender a necessidade de
moradia das pessoas de baixa renda. (SOUZA, 2009)
A cidade é cortada por uma rodovia estadual que trouxe uma nova dinâmica
econômica para a sede e auxiliou em seu processo de expansão urbana (Figura 13).
(SOUZA, 2009)
Assim é observado em Colatina não somente com a Rodovia que corta a cidade
(Rodovia ES-080) mas também com as Rodovias ampliadas para retirar o trafego
53
3 O MUNICÍPIO DE COLATINA
A história de Colatina tem seu início em 1888 com a chegada dos primeiros
imigrantes italianos. Vindos do lado sul do Rio Doce, através do Rio Santa Maria e
encontravam-se em confluência com Rio Mutum em Boapaba, surgiu assim em 1889
o Núcleo Antônio Prado (Figura 15).
Em 1928 toda superestrutura da ponte, com 750 metros, foi concluída. A partir do 7º
km de via férrea concluído, desistiu-se da ideia da ferrovia. Ate 1940 a ponte era
coberta de pranchões de madeira, e a partir dai construíram o piso de concreto.
Mesmo não concluído a ponte Florentino Avidos foi um verdadeiro marco na
colonização do Norte Capixaba.
Esse fato marcou mais uma etapa no desenvolvimento da cidade, que teve seu
processo de industrialização no início dos anos 70, colocando-a como uma das
maiores economias do Estado, tendo também um grande potencial de expansão.
solo foi proliferando, fazendo com que as terras antes adquiridas para o cultivo de
café, se tornassem loteamentos, possibilitando a conversão de um espaço rural em
terra urbana, valorizada e mercantilizada em pedaços.
Conforme o Mapa 1, nos ultimo 12 anos foram loteadas 24 glebas urbanas, sendo
04 desse total loteamentos populares feitos através do programa Minha Casa Minha
Vida entre parceria da prefeitura com o Governo Federal.
Desse total 54.291 são do sexo masculino e 57.497 são do sexo feminino (Tabela
4), sendo que maior parte desse publico é jovem e adulto com faixa etária entre 20 e
34 anos, conforme a Tabela 5.
A Tabela 6 mostra que maior parte da população está em idade ativa (97,9%) porém
somente 57,9 % desse total encontra-se com algum tipo de ocupação.
64
Têm como municípios limítrofes (Tabela 9): Pancas, São Roque do Canaã, Itaguaçu,
Marilandia, Baixo Guandu, Linhares, João Neiva, Governador Lindenberg e São
Domingos do Norte.
O município possui seis distritos (Mapa 5): Ângelo Frechiani, Baunilha, Boapaba,
Graça Aranha, Itapina e a Sede.
Colatina vem se desenvolvendo em diversos setores ao longo dos anos, o que atrai
principalmente a população da área rural e também pessoas de municípios vizinhos
que buscam melhores condições de vida.
A cidade se destaca na Região Centro Oeste por possui o maior polo de confecção
do estado, o que a denominou como Capital do Polo de Confecções segundo a Lei
Estadual 9.786/2012. É uma das maiores potencialidades econômicas da região
onde existem, segunda uma reportagem da TV Gazeta Norte, cerca de 520
empresas instaladas no polo e destas, 78% são micros, 19% pequenas e 3%
grandes.
serviços bancários, estacionamento e muito mais, tendo como publico alvo lojistas
de todo o estado do Espirito Santo, Sul da Bahia, Leste de Minas Gerais e Norte
Fluminense (RJ).
Na agricultura (Tabela 12) tem-se o cultivo da lavoura com destaque para o café
conilon e a cana de açúcar, a silvicultura, a extração vegetal e atualmente a
fruticultura. Já na pecuária (Tabela 13) a criação de rebanho bovino para corte e
leite é o que fortalece a atividade, aproveitando sua vasta área de pastagens.
Com isso o governo do estado, juntamente com a prefeitura, firmou parceria com a
Nòvabra Energia ES S.A. para o fomento da cultura do pinhão, que vem sendo
desenvolvida.
Projetos não param de surgir para alavancar o setor industrial. Neste ano foi iniciado
a construção de outro polo industrial (Foto 1), mais próximo da sede urbana da
cidade. Esse polo está sendo criado para a implantação de novas indústrias e para
abrigar as indústrias de confecção da cidade. A ideia é retirar as indústrias de
confecção de dentro da cidade, visando desocupar terrenos situados em locais com
alto valor imobiliário.
71
3.3.1 Clima
Através das zonas naturais (Figura 26) observa-se que normalmente a época mais
chuvosa ocorre de novembro a dezembro, e a mais seca de maio a setembro, com
temperatura variando na maior parte do território de 18° a 34° (Tabela 14).
74
3.3.2 Hidrografia
Colatina é cortada pelo Rio Doce e está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Doce
(Figura 27), que abrange os estados de Minas Gerais (230 municípios) e o Espírito
Santo (26 municípios).
A Bacia do Rio Doce é a maior do estado do Espírito Santo possuindo uma área de
83.500km² sendo 86% em Minas Gerais e 14% no Espírito Santo.
Foto 2: Encontro do Rio Santa Maria do Rio Doce com Rio Doce
Fonte: Acervo Pessoal, 2012
77
Uma medida para resolver esse problema foi tomada pela Administração Publica em
parceria com o governo do estado que é o Programa Rio Doce Limpo que visa
construir uma Estação de Tratamento de Esgoto para tratar 100% do esgoto
coletado pelo município.
78
Segundo Perfil Dados Gerais do IBGE (2012) o relevo (Mapa 9) do município varia
de ondulado a montanhoso.
79
Além dessa análise, vale destacar os usos definidos pelo zoneamento urbano (Mapa
11), que são:
Residenciais;
Industriais;
Uso diverso;
Proteção Ambiental;
Especial;
Proteção aeroportuária.
Vale destacar que, as zonas definidas pelo zoneamento, em alguns casos, estão em
desacordo com a realidade encontrada na cidade.
84
A cidade possui sistema viário composto por vias locais, municipais, estaduais e
uma rodovia federal (Mapa 12). As principais vias estaduais que passam pelo
município são:
ES 080 (Foto 7) – que corta toda cidade dando acesso ao Norte a São Domingos do
Norte e ao Sul a Santa Tereza;
86
A BR 259 (Figura 29) é uma rodovia federal, que passa pelo município dando
acesso ao Leste a capital Vitória e a Oeste ao estado de minas Gerais.
87
Além das rodovias, o sistema viário conta com a ferrovia EFVM (Estrada de Ferro
Vitoria Minas) (Figura 30) e um aeroporto de âmbito regional (Figura 31).
89
Essa novo traçado de acesso à cidade tem por objetivo estabelecer uma rota
alternativa para os veículos da região noroeste, além de evitar o trafego intenso na
área urbana que não possui estrutura viária para absorver toda a demanda. Essa
rota terá acesso na área urbana da cidade pela Rodovia do Contorno (Foto 11), fator
de grande importância, pois estará ligada ao acesso de entrada do Polo Industrial
(Foto 12), que está sendo construído na cidade, nas margens da mesma rodovia
.
Foto 11: Trecho da ampliação da ES 080 próximo a BR 259
Fonte: Acervo Pessoal, 2012
91
3.4.3 Saneamento
Neste ano foi lançado o Programa Rio Doce Limpo que é um projeto que integra o
Programa Colatina Cidade Sustentável, que prevê 100% do tratamento de esgoto
coletado pelo município, com isso será construída uma ETE – Estação de
Tratamento de Esgoto. O projeto faz parte do PAC - Programa de Aceleração ao
Crescimento, do Governo Federal.
A nova ETE ficará localizada no bairro Barbados (Figura 33) e conta ainda com a
criação de um cinturão verde em seu entorno, para a contenção de possíveis odores
já que os ventos dominantes vão em direção ao centro da cidade.
93
Recentemente, foi implantado na cidade o sistema de coleta seletiva (Foto 14), que
busca separar lixo úmido do lixo seco para facilitar o processo de reciclagem e
destino do lixo seco.
3.5.1 Saúde
O município é equipado com edificações de saúde (Mapa 14) com 331 tipos de
prestadores de serviços (Tabela 15), o que atrai um significativo volume das
populações municipais rurais e de outros municípios de seu entorno. Como
principais hospitais públicos estão o Hospital e Maternidade Silvio Avidos (Foto 15),
onde também funciona o Pronto Socorro (Foto 16), o Hospital São José (Foto 17)
que além de atendimento publico possui uma ala para atendimento particular e a
Santa Casa de Misericórdia (Foto 18) que também conta com pronto Atendimento.
95
Tabela 15: Unidades de Saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), 2011
Além dos hospitais são encontradas na maioria dos bairros as USF – Unidade de
Saúde da Família (Foto 19), que fazem atendimentos de consultas e alguns exames
e em pontos estratégicos da cidade, situam-se as Farmácias Populares que
distribuem medicamentos gratuitamente, perante encaminhamento médico a toda
população.
3.5.2 Educação
Além das escolas encontradas na área urbana da cidade, algumas localidades rurais
possuem escola para os anos iniciais. As escolas com ensino médio e superior
(IFES ou faculdades particulares) só se encontram na área urbana.
100
4 ANÁLISE DA EXPANSÃO
O Rio Doce, que corta toda a cidade, onde se situa a ponte Florentino Avidos (Foto
20) possui 650 metros de largura, sendo assim, segundo o Código Florestal deveria
ser respeitado uma faixa marginal de 500 metros de largura mínima, como sendo
área de preservação permanente. O Rio Santa Maria (Foto 21) possui
aproximadamente 30 metros de leito e o Rio Pancas aproximadamente 40 metros,
sendo assim deveria ter sido respeitado uma faixa marginal em ambos de 50 metros
de largura.
Além do Código Florestal, a lei municipal 5.273/2007, Plano Diretor Municipal, relata
em seu art. 120º que para cursos d‟água maior que 50 metros de largura a faixa
marginal de preservação será de 50 metros.
O Rio Santa Maria (Foto 25) e o Rio Pancas (Foto 26) também não possuem
nenhum tipo de afastamento tendo construções muito próximas a seu leito, que em
períodos de enchentes ficam alagadas.
106
No inicio do processo de ocupação da cidade, parte da margem sul do Rio Doce foi
aterrada nas proximidades da atual rodoviária, e em 2005, foram iniciadas as obras
do enrocamento no Rio Doce (Figura 37), com o objetivo de ampliar a Avenida Beira
Rio. No maior trecho foram avançados para dentro do rio 160 metros e na menor 70
107
metros (Figura 38). A ampliação foi de 1300 metros com um aterro de 130.000m².
(PMC, 2012)
Durante a obra, houve uma paralisação pelo Ministério Publico Federal exigindo os
estudos de impacto ambiental solicitados pelos órgãos ambientais federais. A
elaboração do projeto data da década de 90, onde foram realizados os estudos
ambientais, conhecidos como EIA-RIMA. Em 2001, o projeto foi apresentado ao
IBAMA, que liberou o inicio das obras. (PMC, 2012)
Foi uma obra de grande impacto para a cidade, pois estreitou o leito do rio naquele
ponto diminuindo seu percurso, o que prejudica a cidade em períodos de enchentes.
108
Por outro lado, a área possui um projeto de urbanização (Figura 39) com a finalidade
de torná-la um espaço publico de lazer que atualmente é palco de alguns shows e
eventos realizados na cidade.
Além da faixa marginal ao redor de cursos d‟água o Código Florestal define como
área de preservação permanente em seu art. 4º, os topos de morros, montes,
montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
maior que 25%. Em Colatina, são encontradas essas áreas em diversos pontos da
cidade devido a sua topografia, porém a maioria delas já ocupadas. Devido ao seu
crescimento sem planejamento essas áreas foram sendo habitadas, o que ocorre
até os dias atuais, como é visto nos loteamentos populares da PMC.
Algumas delas ainda encontram-se sem ocupação, porém em locais com fortes
estimuladores de crescimento o que futuramente poderá auxiliar no processo de
ocupação.
Segundo a Resolução Conama nº 004/85 estabelece em seu art. 3º, que são
reservas ecológicas as florestas e formações de vegetação natural situada ao longo
dos rios cuja largura mínima será:
- igual á metade da largura dos corpos d'água que meçam de 10 (dez) a 200
(duzentos) metros;
- de 100 (cem) metros para todos os cursos d'água cuja largura seja superior a 200
(duzentos) metros;
Sendo assim, deveria ser obedecido uma faixa de 200 metros ao redor do Rio Doce,
15 metros no Rio Santa Maria e 20 metros no Rio Pancas, conforme observado no
Apêndice 5.
109
Esta reserva possui uma área de 105 hectares sendo 25 hectares de remanescentes
da mata atlântica. Está sendo criada nessa área uma unidade de conservação,
através de parceria entre o poder público local, o Instituto Estadual de Meio
Ambiente (IEMA) e o Instituto Terra. A reserva, em estágio avançado de degradação
(Foto 28), tem grande importância ecológica para aquela região, bem como para
recuperação das fontes naturais de água, que inclusive abastecem parte da cidade.
Possui também o Horto Florestal Santa Fé (Foto 29) criado pela Lei Municipal n.º
3.662, de 14 de setembro de em 1.990, dentro do Programa Hortos Florestais do
Governo do Espírito Santo, através de uma ação integrada e articulada pelo
Governo do Estado, BANDES – Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito,
GERES – Grupo Executivo para Recuperação Econômica do Estado do Espírito
Santo, Municípios, empresas privadas, como a CVRD – Companhia Vale do Rio
Doce e Aracruz Celulose S.A., produtores rurais, e os mais diversos setores
organizados da sociedade capixaba.
metros do Aeroporto Regional do Norte do Espírito Santo, possuindo uma área total
de 145.255,91m2, com mais de 85% da área está revegetada. (SANEAR, 2012)
Tabela 18: Parâmetros para a Definição das Diretrizes Gerais de Desenvolvimento do Sistema
A portaria define em seu art. 69º que são permitidos a produção e extração de
recursos naturais; serviços Públicos ou de Utilidade Pública, comercial, recreação e
lazer ao ar livre e atividades de transporte.
IV - Zonas Residenciais – ZR 1, 2, 3, 4 e 5;
X - Zonas Especiais – ZE 1 e 2.
Além disso podem ser encontrado na cidade construções e até mesmo loteamentos
permitidos em locais impróprios segundo o PDM, que são tolerados e liberados a
critério do Conselho Municipal do Plano Diretor.
Outro aspecto que visa, entre outros, o interesse político é a Lei Municipal
5.789/2011, que contempla o novo perímetro urbano da cidade de Colatina.
Esse novo perímetro foi criado apenas para abranger áreas, antes rurais, que
serão utilizadas para implantação de polos industriais. Não deixa de ser
beneficio para cidade uma vez que esses empreendimentos ajudam no seu
desenvolvimento.
5.1 ESTIMULADORES
É fato que a cidade de Colatina possui grandes áreas vazias que tendem, com o
passar dos anos, a serem ocupadas. Para avaliar esse crescimento, seguindo a
122
Embora o “centro urbano” da sede da cidade seja mais desenvolvido, São Silvano
não necessita de seus serviços básicos (bancos, supermercados, comércio) para
atender a população do lado norte da ponte. É claro que a oferta do centro da cidade
é mais diversificada porém, o bairro não deixa a desejar para a população de seu
entorno.
Com a implantação da variante da ES 080 (Foto 33) que fará um desvio na rodovia a
partir do distrito de Ponte do Pancas dando acesso a BR 259 (Rodovia do
Contorno), todo o trafego que passava pelo bairro e acabava contribuindo com seu
desenvolvimento através dos serviços que oferece, não irá mais existir o que vai
acarretar na inibição do seu crescimento. Em consequência disso toda região por
onde irá passar a variante poderá ser desenvolvida, especialmente às proximidades
da BR 259, pois além da variante está em fase de implantação um polo industrial
(Foto 34) que irá abrigar empresas da região e novas empresas nos setores
moveleiros e de confecção.
Como exemplo dessas áreas familiares que vem sendo loteadas, tem-se as terras
da famílias Vitalli, que veio se dividindo e hoje abriga os seguintes loteamentos,
localizados no Mapa 23:
Vila Noêmia;
Residencial Village Jardins;
Noêmia Vitalli;
Residencial Village Jardins II;
Residencial Bosque da Princesa;
Parque Monterosso;
Santa Clara;
Condomínio Parque das Violetas;
Condomínio Caminho da Floresta.
128
Além desses loteamentos, a família ainda possui terras que provavelmente terão o
mesmo uso. A cidade possui vários núcleos urbanos que tendem a crescer e criar
novas centralidades que irão contribuir para o desenvolvimento e expansão de
algumas áreas vazias da cidade.
5.2 INIBIDORES
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante desses fatos observa-se que não se pode definir uma maneira de
crescimento da cidade, pois os espaços vazios encontrados na área urbana são,
segundo o Código Florestal, considerados áreas de preservação, mas que tem uma
tendência a serem ocupados, devido ao histórico de crescimento da cidade. Por
outro lado, não se pode afirmar que a melhor maneira de expansão seja para área
rural, devido as dificuldades que possuem e também pela criação de novos núcleos
urbanos que poderão retirar o fluxo de pessoas do centro urbano consolidado, o que
não traria benefícios para a cidade.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BESSA, Fabiane Bueno Lopes Netto; OLIVEIRA, Cleide de. Estatuto da cidade e
desenvolvimento sustentável: necessidade de plano diretor para os Municípios
com menos de vinte mil habitantes. [In línea] Conselho Nacional de Pesquisa e
Pós-graduação em Direito (COPENDI), 17 p, 2008. Disponível em:
http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/salvador/fabiane_bueno_lopes_netto
_bessa.pdf. Acesso em 20 ago 2009.
BRASIL. Lei nº 7.565 de 19 de dezembro de 1986. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7565.htm>. Acesso em: 02 out 2012.
135
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. 3ª edição. São Paulo: Editora Ática.
Série Princípios, 1995.
ESPIRITO SANTO (Estado). Lei 7.943, de 16 dezembro de 2004. Disponível em: <
http://www.idaf.es.gov.br/Download/Legislacao/DRNRE%20-
%20LEI%20N%C2%BA%203.384%20ALTERADA%20PELA%20LEI%20N%C2%B0
%207.866%20de%202004.pdf>. Acesso em: 02 out 2012.
137
ESPIRITO SANTO (Estado). Lei nº 4.227 de fevereiro de 1996. Disponível em: <
http://www.legislacaoonline.com.br/colatina/images/leis/html/L42271996.html>.
Acesso em: 02 out 2012.
GLOBO TV. Projeto promete 100% de esgoto tratado em Colatina. Jornal ESTV 1ª
Edição. 2012. Disponível em: < http://globotv.globo.com/tv-gazeta-es/estv-2a-
edicao/v/projeto-promete-100-de-esgoto-tratado-em-colatina-no-centro-oeste-do-
es/1979716/>. Acesso em 09 set 2012.
MOTA, Suetônio. Urbanização e Meio Ambiente. Rio de Janeiro. Ed. ABES, 1999.
SILVA, Kássia Nunes da. Expansão urbana do Setor Sul da cidade de Uberlândia
– MG: um estudo dos processos de exclusão e segregação socioespacial.
Dissertação (Mestre em geografia) – Universidade federal do Uberlândia, 2012.
OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras de. Estatuto da Cidade para compreender. Rio de
Janeiro: IBAM/DUMA, 2001.
PERFIL DADOS GERAIS. Instituto Jones dos Santos Neves. Vitoria - ES, 2012.
Disponível em:
<http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/attachments/1339_Perfil_DadosGerais.pdf>. Acesso
em: 03 out 2012
VAZ, José Carlos. Legislação de uso e ocupação do solo. DICAS nº 77, 1996.
Disponível em: <http://www2.fpa.org.br/formacao/pt-no-parlamento/textos-e-
publicacoes/legislacao-de-uso-e-ocupacao-do-solo>. Fundação Perseu Abramo.
Acesso em 12 mar 2012.