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Pré – modernismo
O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até 1922,
quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os conceitos
prevalecentes do Parnasianismo, Simbolismo, Realismo e Naturalismo.
O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um movimento e por isso deve ser
encarado como fase. Não possui um grande número de representantes mas conta com
nomes de imenso valor para a literatura brasileira que formaram a base dessa fase.
Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes joias como Canaã de
Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato.
1.1.Na História
Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a viver,
a partir de 1894, um novo período de sua história republicana: com a posse do paulista
Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a “República do café-com-
leite“, dos grandes proprietários rurais, em substituição a “República da Espada”
(governos do marechal Deodoro e do marechal Floriano).
Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais claros os fortes contrastes da
realidade brasileira. É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste
partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia, ocorre
a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos primeiros anos do
século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o
famoso “Padim Ciço”; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço, com a figura
lendária de Lampião.
O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais intensa revolta popular, sob o
pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz;
na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de vida, o desemprego e os
rumos da República. Em 1910, há outra importante rebelião, desta vez dos marinheiros
liderados por João Cândido, o “almirante negro”, contra o castigo corporal, conhecida
como a “Revolta de Chibata“. Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras
sob a orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por melhores condições
de trabalho.
1.2. Características
Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX, o Brasil também
viveu sua bélle époque. Nesse período nossa literatura caracterizou-se pela ausência de
uma única diretriz. Houve, isso sim, um sincretismo estético, um entrecruzar de várias
correntes artístico-literárias. O país vivia na época uma constante tensão.
2.1.Características
Ruptura com o passado por meio de linguagem chocante, com vocabulário que
exprime a frialdade inorgânica da terra, inconformismo diante da realidade
brasileira mediante um temário diferente daquele usado pelo romantismo e pelo
parnasianismo : caboclo, subúrbio, miséria, interesse pelos usos e costumes do
interior regionalismo, com registro da fala rural. destaque à psicologia do
brasileiro retratando sua preguiça, por exemplo nas mais diferentes regiões do
Brasil. acentuado nacionalismo exemplo Policarpo Quaresma. preferência por
assuntos históricos, descrição e caracterização de personagens típicos com o intuito
de retratar a realidade política, e econômica e social de nossa terra. preferência pelo
contraste físico, social e moral, sincretismo estético Neo-Realismo,
Neoparnasianismo, Neo-Simbolismo, emprego de uma linguagem mais simples e
coloquial com o objetivo de combater o rebuscamento e o pedantismo de alguns
literatos.
4. Euclides da Cunha
4.1. Obras
Euclides da cunha escreveu romances, ensaios, artigos. Algumas de suas obras mais
relevantes:
A guerra no sertão (1899)
As secas do Norte (1900)
O Brasil no século XIX (1901)
Os Sertões (1902)
Civilização (1904)
Contrastes e Confrontos (1906)
Peru Versus Bolívia (1907)
Castro Alves e o Seu Tempo (1908)
A Margem da História (1909)
Os sertões sua obra mais importante, publicada em 1902, “Os Sertões”, narra os
acontecimentos da guerra de canudos (1896-1897), no interior da Bahia, liderada por
Antônio Conselheiro (1830-1897).
Euclides da Cunha foi convidado como jornalista, pelo Jornal Estado de São Paulo, a
cobrir a guerra (Canudos: diário de uma expedição. O Estado de São Paulo, 1897) e,
assim, surge sua obra mais emblemática, num misto de literatura, relato histórico e
jornalístico, dividida em três partes:
A Terra: descrição do ambiente do sertão, da seca.
O Homem: descrição do homem, da vida e dos costumes do sertão, o sertanejo.
A Luta: a guerra de canudos.
5. Graça Aranha
José Pereira da Graça Aranha nasceu em 21 de junho de 1868 na cidade de São Luís,
capital do Maranhão. Era filho de Temístocles da Silva Maciel Aranha e de Maria da
Glória da Graça. Sua família era abastada e, portanto, Graça Aranha desde cedo teve
uma boa educação. Ingressou na Faculdade do Recife para estudar Direito, formando-se
em 1886. Com o bacharel em Direito, ele mudou-se para o Rio de Janeiro, onde exerceu
o cargo de Juiz. Mais tarde, também foi juiz no Estado do Espírito Santo. Foi ali que ele
escreveu sua obra mais importante “Canaã”. Temas como o racismo, preconceito e a
imigração foram explorados por ele no romance.Viajou para vários países da Europa
(Inglaterra, Itália, Suíça, Noruega, Dinamarca, França e Holanda) exercendo o cargo de
diplomata. Essas viagens foram essenciais para que ele aderisse ao movimento
modernista que despontava no Brasil. Isso porque teve contato com as vanguardas
europeias e a arte moderna. Foi organizador da Semana de Arte Moderna que ocorreu
no Teatro Municipal de São Paulo em 1922. Além de organizador, ele ficou
encarregado de proferir o discurso inicial intitulado: “A emoção estética na arte
moderna”.
5.1. Obras
Canaã (1902)
Malazarte (1914)
A Estética da Vida (1921)
Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco (1923)
Espírito Moderno (1925)
A Viagem Maravilhosa (1929)
O Meu Próprio Romance (1931)
O Manifesto dos Mundos Sociais (1935)