Professional Documents
Culture Documents
UFPR – 2010
Combinação
5- Paciente masculino de 36 anos, em tratamento com
Troca de ADs Potencializações
- de classe diferente Lítio de ADs esquema I antituberculose, com boa adesão ao tratamen-
- de mesma classe Antipsicóticos
to e cultura demonstrando sensibilidade da micobactéria
A qualquer momento, ECT em caso de: ao esquema. Há dois meses realizou exame de HIV de-
se necessário: Depressão grave, psicótica monstrando positividade e tinha CD4 em 150 céls/mm³.
(catatônica, delirante, risco de
Psicoterapia suicídio grave, inanição, gestação) Naquele momento realizou PPD com resultado negativo.
O seu médico do posto de saúde iniciou esquema antir-
Algoritmo para tratamento de episódio depressivo. ISRS: Inibidor seletivo
da recaptação de serotonina; ISRN: Inibidor seletivo da recaptação de no-
retroviral e o paciente apresentava-se assintomático até
radrenalina; AD: Antidepressivos; ECT: Eletroconvulsoterapia. 3 dias atrás, quando iniciou quadro de tosse, febre e
mal-estar geral. Foi internado e realizou broncoscopia,
Veja indicação de eletroconvulsoterapia. Resposta a. que não demonstrou sinais de infecção bacteriana, e o
2 BAAR do lavado foi negativo. O hemograma era normal
AMIRIGS – 2006 e seu CD4 passou a 500 com carga viral indetectável. A
4- As seguintes substâncias psicoativas são consideradas partir dos aspectos acima descritos, assinale a alternativa
estimulantes do sistema nervoso central: que apresenta o diagnóstico.
a) nicotina, maconha e álcool a) falha terapêutica do esquema antirretroviral
b) cocaína, nicotina e haxixe b) falha terapêutica do esquema antituberculose
c) cocaína, anfetamina e nicotina c) infecção por M. avium
d) cocaína, maconha e morfina d) síndrome da reconstituição imune
e) nicotina, maconha e codeína e) infecção por P. Jerovecci
4- Cocaína e anfetamina são estimulantes do SNC. Ambas as 5- O quadro é compatível com síndrome da reconstituição
substâncias agem sobre o circuito da recompensa cerebral. imune. Esta síndrome caracteriza-se por intensa e exacerba-
A cocaína bloqueia a recaptação de dopamina. Já as anfe- da resposta inflamatória associada à reconstituição imune,
taminas aumentam sua liberação. Em ambos os casos, há ocasionada pelo tratamento antirretroviral. Suas manifesta-
ação principalmente sobre os receptores D1 e D2. Além ções refletem a presença de infecções subclínicas, tumores,
disso, a recaptação de catecolaminas também fica compro- ou mesmo desordens autoimunes (embora menos frequente,
metida, aumentando a concentração de noradrenalina e, em já foi descrito o aparecimento de doença de Graves). Os
menor escala, de serotonina, na fenda sináptica. O desen- agentes infecciosos mais comumente relacionados à SRI
volvimento de tolerância se dá em pouco tempo. Apesar do incluem o herpes zoster, cytomegalovirus (CMV), o M. tu-
efeito rápido, a cocaína ainda pode ser detectada no sangue berculosis ou complexo Mycobacterium avium, e o Crypto-
e na urina até 10 dias após seu consumo. Os sintomas da coccus neoformans. Na coinfecção HIV/tuberculose, a SRI
intoxicação incluem irritabilidade, hipersexualidade, com- é igualmente conhecida como “reação paradoxal” e é ca-
portamento impulsivo e perigoso, agressividade, julgamen- racterizada pela exacerbação das manifestações clínicas da
to prejudicado, inquietação ou agitação psicomotora, além TB em decorrência da reconstituição imune e boa resposta
de taquicardia, hipertensão e midríase. Em casos graves, ao tratamento. Considerando a elevada frequência da SRI,
pode-se instalar um quadro de alteração do nível de consci- cabe considerá-la em pacientes que iniciaram recentemen-
ência, levando ao delirium por intoxicação com estimulan- te terapia antirretroviral ou que obtiveram boa eficácia com
tes. Em casos mais graves, os pacientes podem experimentar um esquema de resgate terapêutico. A ocorrência de reação
alucinações visuais e auditivas, além de ideias delirantes de paradoxal não indica a suspensão ou mudança da TARV.
conteúdo paranoide. As alterações hemodinâmicas também Menos frequentemente, podem ser encontradas manifesta-
podem ser mais intensas, de acordo com a dose consumida, ções neurológicas, tais como as lesões desmielinizantes com
podendo culminar em infarto agudo do miocárdio ou mesmo efeito expansivo da leucoencefalopatia multifocal progressi-
acidente vascular encefálico, em razão da intensa vaso- va e tuberculomas cerebrais. Resposta d.
UFPR – 2010 a) A – B – D – C
6- Uma paciente do sexo feminino, de 30 anos, refere b) D – B – A – C
um início há cerca de dois anos de dor generalizada. c) B – A – C – D
Refere que o início foi insidioso, com dores inicialmente d) D – A – C – B
na região cervical, que se estenderam para todo o corpo.
Refere que no mesmo período iniciou com insônia inicial, 8- O espasmo hemifacial decorre do conflito neurovascular
sono não reparador e um cansaço generalizado, mal- arterial ou venoso com o VII par craniano (nervo facial), o
definido. Nega rigidez matinal. Ao exame físico, o estado trigêmio é o V par craniano, o IV par é o responsável por
geral é bom, com dados vitais normais, sem evidência de alterações visuais como a diplopia e o I par (olfatório) inerva
sinovite ou fraqueza muscular objetiva. A palpação da a região da lâmina crivosa do etmoide. Resposta d.
musculatura revelou vários pontos de hipersensibilidade
dolorosa. Com relação a esse caso, é correto afirmar: SES-RJ – 2010
a) exames que são úteis na avaliação dessa paciente incluem 9- Seu paciente está em tratamento para dislipidemia. Ele
TSH, VHS, proteína C reativa e FAN (fator antinuclear) permanece assintomático, mas o perfil lipídico continua
b) para o diagnóstico formal de fibromialgia, é necessária a alterado. Você opta, então, por iniciar uma substância que
presença de onze de dezoito pontos dolorosos na musculatu- reduz a absorção intestinal de colesterol, conhecida como:
ra e ausência de provas de atividade inflamatória positivas a) ezetimiba
c) a polissonografia pode mostrar apneia do sono e síndrome de b) fluvastatina
movimentos anormais de membros em pacientes como esta c) ácido nicotínico
d) um dos principais erros de conduta no caso desses pacientes d) ácidos graxos ômega 3
é o uso de doses insuficientes (abaixo de 50 mg) de amitripti-
Gabarito Comentado
lina em doses noturnas 9- A ezetimiba é uma azetedinona. Inibe a absorção de
e) o repouso muscular é fundamental no manejo desse tipo colestrol ao atuar sobre a proteína transportadora NPC1L1,
de paciente presente na borda em escova dos enterócitos do intestino
delgado. A sua eficácia está em reduzir em aproximada-
6- O quadro clínico exposto em tela é compatível com fibro- mente 20% os níveis do LDL-c. Os pacientes hiper-absor-
vedores de colesterol respondem melhor que os hipoabsor-
mialgia reumática. Nesta condição distúrbio do sono é uma
vedores. A associação ezetimiba/estatina proporciona uma
associação comum, principalmente documentada na polis-
redução adicional de 20% no LDL-c ao efeito isolado da
sonografia alterações nas fases III e IV do sono não REM.
estatina. Portanto, a prescrição de ezetemiba em associação
Resposta c.
a qualquer estatina em dose mínima equivale à prescrição 3
daquela estatina em dose máxima.
Comando da Aeronáutica – 2010
O ácido nicotínico é também chamado de niacina ou vitamina
7- Qual dos conjuntos de pares cranianos é responsável
B3. Apresenta múltiplos mecanismos de ação, ainda não ade-
pelo reflexo córneo palpebral?
quadamente esclarecidos. Foi demonstrada inibição da lipase
a) V e VII
tecidual (hormônio-sensível) nos adipócitos, reduzindo o
b) V e III
fluxo de ácidos graxos livres ao fígado e limitando assim
c) III e VI
a síntese de triglicéride. O efeito hipolipemiante dos ácidos
d) III e VII graxos ômega 3 é atribuído principalmente à redução na
síntese hepática de triglicérides. Resposta a.
7- O V nervo craniano (nervo trigêmio) é responsável pela
aferência do estímulo e o VII par (nervo facial) pela eferência Universidade Federal de Pelotas – 2010
do mesmo durante a evocação do reflexo córneo palpebral. 10- Paciente de 45 anos, feminina, branca, interna para
Resposta a. manejo e investigação de quadro de aumento de volume
abdominal evidenciado pelos familiares há cerca de uma
Comando da Aeronáutica – 2010 semana. Há 12 horas iniciou com desorientação significa-
8- Sobre as alterações nos pares cranianos, relacione as tiva. História patológica pregressa – cesariana há 15 anos.
colunas e assinale a alternativa que apresenta a sequência Nega consumo de bebidas alcoólicas. Ao exame físico:
correta. Paciente letárgica, desorientada, com presença de flapping.
A- V par TA = 100x80 mmHg
B- I par AC = RR2T BNF
C- IV par AP = MV simétrico, sem estertores
D- VII par Abd = RHA presentes, globoso, dor leve à palpação,
( ) Responsável pelo espasmo hemifacial decorrente do presença de macicez móvel.
conflito neurovascular (arterial ou venoso) com este par Sem edema de MMII
craniano.
( ) Responsável por dores típicas, denominadas trigemi- Foi realizada paracentese diagnóstica, com um citológico
nalgias. de 585 leucócitos com 55% (321) PMN. A conduta correta
( ) Diplopia, visão dupla, objetos situados medial e infe- a partir deste diagnóstico é:
riormente. a) manejo da encefalopatia hepática, cefalosporina de 3ª geração,
( ) Traumatismos da lamina crivosa do etmoide, tumores albumina 1,5 g/kg no 1º e 1g/kg no 3º dia de tratamento
do lobo temporal e processos infecciosos são as principais b) manejo da encefalopatia hepática, cefalosporina de 3ª geração
patogenias que alteram sua função. e diuréticos para o controle da ascite
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
c) manejo da encefalopatia hepática, cefalosporina de 3ª geração, até 100 cópias virais/mL ou menos (testes ultrassensíveis), o
albumina 1,5 g/kg no 1º e 1g/kg no 3º dia de tratamento e diuré- teste qualitativo encontra importante função, por exemplo, nos
ticos para o controle da ascite casos de infecção aguda, na detecção de viremia em pacientes
d) manejo da encefalopatia hepática, paracentese terapêutica imunossuprimidos ou na avaliação da resposta ao tratamento.
(retirada de líquido ascítico em grandes volumes) para alívio INTERPRETAÇÃO DOS MARCADORES SOROLÓGICOS
dos sintomas PARA HEPATITE C
e) manejo da encefalopatia hepática, diuréticos e dieta hipos- RNA do
Anti-VHC Anti-VHC Interpre-
sódica para controle da ascite (EIA) (RIBA)
VHC ALT
tação
(PCR)
10- Estamos diante de um paciente portador de hepatopatia Hepatite C
crônica, no momento com encefalopatia hepática e cuja pa- Positivo Positivo Positivo Elevado aguda ou
recentese evidencia ascite neutrofílica, portanto PBE. Sendo crônica
assim a conduta se baseará no manejo da encefalopatia Hepatite C
Positivo Positivo Positivo Normal
hepática, no tratamento da PBE: cefalosporina de 3ª geração crônica
por um período mínimo de 5 dias associada a albumina Hepatite
humana. Um estudo multicêntrico comparou pacientes cir- Positivo Positivo Negativo Normal C em
regressão
róticos com PBE submetidos a tratamento com cefotaxima
(2 g de 6/6 horas) sem albumina versus cefotaxima com Resultado
falso-posi-
albumina. A albumina foi administrada na dose de 1,5 g/ Positivo Negativo Negativo Normal
tivo para o
kg nas primeiras seis horas do diagnóstico seguido de uma ensaio EIA
infusão de 1 g/kg no terceiro dia de tratamento. A utiliza-
ALT = alanina aminotransferase; Anti-VHC = anticorpo para hepatite
ção da albumina reduziu a incidência de disfunção renal e C; EIA = imunoensaio enzimático; RNA do VHC = RNA viral da
da mortalidade intra-hospitalar, aliás uma grande redução de hepatite C; PCR = reação em cadeia da polimerase; RIBA = ensaio de
mortalidade. Resposta a. imunoblot recombinante.
Gabarito Comentado
parada cardíaca e morte. Estes efeitos decorrem de alteração
do metabolismo da terfenadina, causada pelo cetoconazol,
com consequente aumento do nível do anti-histamínico e de
Resposta a.
sua ação, prolongando o intervalo Q-T.
O cetoconazol aumenta a concentração plasmática e a
PUC-PR (2ª fase CM) – 2010
meia-vida sérica do ritonavir e do saquinavir em cerca de
14- Caso Clínico: 70 anos, com tontura , letargia e confusão
30%, sendo também capaz de aumentar em quase 200% a
mental. VG:15%; Hb:5.5g/dl; VCM 118; RDW 22; Plaquetas
concentração liquórica do ritonavir e do saquinavir, provavel-
60000/ul; Leucócitos: 3.000/ul e Reticulócitos 0.4%.
mente por inibir o transporte destas drogas do liquor para o
plasma. O cetoconazol não deve ser usado em pacientes com 5
aids em terapia com efavirenz, devido ao aumento da toxici-
dade das duas drogas. Resposta e.
Gabarito Comentado
indireta; Teste de Coombs direto positivo. Dos diagnósti- hemolíticos. Anemias com reticulocitopenia me leva pensar em
cos abaixo citados, o mais provável é? causas carenciais ou doenças primárias da medula. Resposta a.
a) esferocitose hereditária
b) anemia hemolítica microangiopática FUNRIO – 2010
c) deficiência de Glicose-6-Fosfato desidrogenase 23- Um paciente em uso de esquema antiretroviral (DDI,
d) linfoma não Hodgkin 3TC e EFV), com CD4 de 480 células/mm3 e carga viral
indetectável, desenvolve linfoadenomegalia generaliza-
20- Estamos diante de um quadro hemolítico no qual temos da com hepatoesplenomegalia. Seu exame físico identi-
dois aspectos relevantes, esferócitos e teste de Coombs direto fica lesão cutânea ovalar e acastanhada em face interna,
positivo, o que define neste caso o diagnóstico de anemia terço superior da coxa esquerda e MV inaudível, FTV 7
hemolítica autoimune (lembre que esferócitos não são ex- abolido e macicez à percussão do terço médio. Dentre as
clusivos de esferocitose hereditária). Dentre as condições hipóteses diagnósticas possíveis, abaixo relacionadas, a
expostas no caso em tela, linfoma não Hodgkin pode na sua mais IMPROVÁVEL é a de:
história natural cursar com anemia hemolítica autoimune, da a) infecção por Mycobacterium avium intracellulari
mesma forma que a LLC. Você pode estar se perguntando, b) sarcoma de Kaposi generalizado
porque não esferocitose hereditária? Basta olhar para o teste c) síndrome de Castleman
de Coombs direto positivo, e você excluirá esta possibili- d) linfoma de cavidade corporal
dade. Resposta d. e) linfoma não Hodgkin
UNICAMP – 2010 23- Diante do quadro descrito o menos provável é que este
21- Homem, 62 anos, portador de amiloidose primária, possa corresponder ao diagnóstico de MAC, uma vez que esta
apresenta quadro súbito de perda da consciência. Iniciou infecção se faz presente em pacientes criticamente imunode-
medicação anti-hipertensiva há 1 dia. Seu eletrocardio- primidos, e se manifesta com diarreia líquida com padrão
grama está demonstrado abaixo. de má absorção, febre, dor abdominal difusa, podendo haver
hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia. Resposta a.
FUNRIO – 2010
24- Em relação ao tratamento do comprometimento
articular da artrite reumatoide com corticosteroides é
Este evento está provavelmente associado ao uso de: correto afirmar o que segue:
a) captopril a) usar sempre prednisona na dose mínima de 20 mg/dia
b) verapamil b) é o tratamento inicial isolado de escolha
c) prazosin c) inexiste indicação para uso associado de bifosfonatos
d) nifedipina d) é exemplo de droga modificadora de doença
e) deve sempre ser usado em associação, como “terapia ponte”
21- O ECG revela ondas P dissociada dos complexos QRS,
sendo compatível com BAVT ou bloqueio atrioventricular de 24- Corticoide não é droga modificadora da evolução da AR,
3 grau com escape supra-hissiano (QRS estreito). Das drogas devendo ser utilizada geralmente em dose anti-inflamatória
citadas na questão, a única inibidora da condução pelo nó (7,5 a 15mg/dia, em média 10 mg/dia), em associação com
AV é o verapamil e deve ser imediatamente suspensa. Como drogas que venham de fato a mudar o curso natural da doença
o pacientes encontra-se sintomático e instável (apresentou (MTX, antimalárico, sulfassalazina, anti-TNF, e outros).
síncope), deve ser passado marca-passo transvenoso provi- Resposta e.
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
Gabarito Comentado
drenagem endoscópica pode ser preferível em pacientes com de T2 em termos de ganho de sobrevida
risco cirúrgico elevado. Resposta e. d) a sobrevida em cinco anos dos pacientes T2 é de 80%
e) a diferença entre os sintomas clínicos do tumor de vesícula
PUC-PR – 2010 T1 e a colelitíase são evidentes, sendo de fácil diagnóstico
29- Sobre o insulinoma, é Correto afirmar, EXCETO: no pré-operatório e sendo raro seu diagnóstico casual após
a) é o tumor neuroendócrino mais comum das ilhotas pan- a cirurgia
creáticas e é originário das células beta
b) as manifestações clínicas mais comuns são a chamada 30- O câncer de vesícula é um processo maligno agressivo com
Tríade de Whipple, que inclui hipoglicemia, valor sérico de sobrevida média em 5 anos de 28% a 63% e de 19% a 25%,
glicose abaixo de 50 mg/dL e alívio dos sintomas com admi- respectivamente, para pacientes submetidos à ressecção com 9
nistração de glicose estadios IIA e IIB. A sobrevida média para os pacientes em
c) na maior parte das vezes, após localização intaoperatória, estadio IV, no momento do diagnóstico, é de apenas 1 a 3 meses
a insulinoma geralmente é passível de simples enucleação, (alternativa A, errada!). O procedimento operatório apropriado
sendo menos comum a necessidade de grandes ressecções para o paciente com câncer da vesícula biliar localizado é deter-
d) a maior parte destes tumores tem comportamento maligno minado pelo estádio patológico. Os pacientes com tumores con-
e agressivo finados mucosa ou submucosa (T1a) ou confinados à muscular
e) a maior parte destes tumores é solitária da vesícula biliar (T1b) são geralmente identificados após co-
lecistectomia para doença calculosa e têm uma taxa global de
29- O insulinoma é o tumor funcionante mais comum no sobrevida em 5 anos que se aproxima de 100% e 85%, respec-
pâncreas e que se origina das células-beta (alternativa A, tivamente. Desse modo, a colecistectomia é a terapia adequada
correta!). A maioria os insulinomas é de natureza benigna para pacientes com tumores em estádio T1. Câncer recidivante
(alternativa D, errada!) e pode ser enucleado. Na maioria dos em portais e carcinomatose peritoneal têm sido relatados após
casos, o tumor é único (em geral, < 1,5 cm; somente 10% são colecistectomia laparoscópica, mesmo para pacientes com
múltiplos e associados a MEN1). Os vasos nutrientes no leito doença in situ; portanto, todos os sítios de punção devem ser
do adenoma devem ser cauterizados. Na enucleação, deve-se excisados, caso o paciente tenha tido uma colecistectomia la-
tomar cuidado para evitar lesão das estruturas ductais e, se paroscópica prévia. Ocorre extravasamento de bile em 26%
for lesado um ducto, caberá suturá-lo e drená-lo. O tumor, a 36% das colecistectomias laparoscópicas e parece ser ainda
quando maligno (5% a 10% dos casos), deve ser ressecado mais comum (50%) em casos de câncer da vesícula biliar. O
por uma cirurgia oncológica e, se existir metástase, cumpre extravasamento associa-se sobrevida ruim mesmo no câncer da
remover todo o tecido tumoral e metastático na tentativa de vesícula biliar em estádio inicial (T1 e T2). Os pacientes com
minimizar um hiperinsulinismo persistente. O marco diag- suspeita pré-operatória de câncer da vesícula biliar devem ser
nóstico da síndrome é a chamada tríade de Whipple, ou seja, submetidos à colecistectomia aberta para minimizar a probabi-
sintomas de hipoglicemia (liberação de catecolaminas), lidade de extravasamento de bile e disseminação do tumor. O
baixo nível de glicose no sangue (40 a 50 mg/dL) e alívio dos câncer da vesícula com invasão além da muscular da vesícula
sintomas depois da administração endovenosa de glicose. (estádios II e III) associa-se a maior incidência de metástases
A tríade não é por si mesma diagnóstica, porque pode ser para linfonodo regional e deve ser tratado com uma “colecistec-
simulada pela administração fictícia de agentes hipoglicêmi- tomia alargada”. Isso inclui linfadenectomia do ducto cístico,
cos, por tumores raros de tecidos moles ou, ocasionalmente, linfonodos pericoledocrano, portis, celíaco direito e pancreato-
por uma hipoglicemia reativa. A síndrome clínica de hiperin- duodenal posterior. A obtenção de uma ressecção R0 deve ser
sulinismo pode seguir um entre dois tipos ou, às vezes uma a meta da cirurgia e resulta em sobrevida melhorada em com-
combinação de ambos. O complexo sintomático pode ser paração com pacientes que tem doença micro ou macroscópica
devido à superatividade nervosa autonômica expressa por remanescente. A remoção adequada dos linfonodos pericoledo-
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
cranos pode ser facilitada pela ressecção do colédoco, mas a a) estenose da anastomose
ressecção do mesmo nem sempre é necessária; nos casos em b) torção da alça eferente
que a margem do coto do ducto cístico é positiva para tumor, c) hérnia interna
a ressecção do colédoco com reconstrução em Y de Roux é d) hábitos alimentares inadequados
obrigatória. É comum a extensão para o parênquima hepático, e) aderências peritoniais
e a colecistectomia alargada deve obedecer uma margem de 2
cm além da extensão palpável ou ultrassonográfica do tumor. 32- A principal causa de vômito após esse procedimento ba-
Para tumores menores, pode-se atingir esse objetivo com uma riátrico diz respeito aos hábitos alimentares inadequados do
ressecção em cunha do fígado. Para tumores grandes, uma paciente. Enquanto a náusea e o vômito não são incomuns em
ressecção anatômica do fígado (hepatectomia direita alargada) circunstâncias isoladas depois da RYGB (derivação gástrica
pode ser exigida para se obter uma margem negativa histologi- em Y de Roux), principalmente em relação à adaptação de
camente. A laparoscopia de estadiamento deve ser realizada em um paciente à restrição alimentar, eles podem, quando per-
pacientes com câncer da vesícula biliar, já que uma alta percen- sistentes, levar ao problema óbvio da desidratação. Esta deve
tagem (50%-55%) dos pacientes tem doença hepática ou extra- ser tratada de maneira agressiva no período pós-operatório
hepática que não é detect4la por modalidades de estadiamento ou quando associada a uma doença virai ou outra doença
não invasivas. gastrointestinal que esteja compondo o problema e limitando
O câncer de vesícula manifesta-se com mais frequência com ainda mais a ingestão oral. Os líquidos intravenosos estão
dor abdominal no quadrante superior direito, em geral imitando indicados quando houver dúvida. Isso é verídico para todas
colecistite e colelitíase. Perda ponderal, icterícia e uma massa as operações bariátricas, não somente para a RYGB.
abdominal são os sintomas menos comuns. Resposta c. Um problema específico que pode surgir com o vômito per-
sistente depois de qualquer operação bariátrica e que é obri-
Universidade Federal de Pelotas – 2010 gatório que o cirurgião se lembre e trate é o problema da
31- A gastroplastia com bypass jejunal é formalmente encefalopatia de Wernicke a partir do vômito prolongado.
indicada para diabéticos: Esse déficit neurológico é passível de prevenção com a ad-
a) tipo I com IMC > 35 ministração apropriada de tiamina (vitamina B1) parenteral,
b) tipo II com IMC > 40 quando o paciente se apresenta com vômito intenso e persis-
c) tipo I com IMC > 40 tente. Se os sintomas neurológicos se tornam significativos,
d) tipo II com IMC > 35 com frequência eles não podem ser plenamente revertidos,
e) tipo II com IMC > 30 não obstante a terapia com tiamina. Resposta d.
10 PUC-PR – 2010
31- A indicação clara encontra-se na alternativa d. Observe
33- O atendimento a queimados, apesar dos recentes
as tabelas a seguir. Diabéticos tipo I têm uma doença cuja
progressos, ainda apresenta altas taxas de mortalida-
etiopatogenia é autoimune na qual há total privação da
de e morbidade. Na fisiopatologia das queimaduras os
produção de insulina, são pacientes geralmente magros, e, se
dois eventos principais são o aumento da permeabilida-
obesos, a cirurgia bariátrica não interfere significativamente
de e o edema. Esse aumento da permeabilidade capilar
na evolução da doença.
permite a passagem do filtrado plasmático ao interstício,
INDICAÇÕES PARA A CIRURGIA BARIÁTRICA
promovendo edema e hipovolemia. Sobre isso considere
Os pacientes devem satisfazer os seguintes critérios para que se a reposição volêmica de um homem de 34 anos, 80 kg,
considere a cirurgia bariátrica: vítima de queimadura há 3 horas. Ele apresenta: quei-
- IMC > 40 kg/m2 ou IMC > 35 kg/m2 com uma comorbidade madura de 1º grau em face anterior de membro superior
clínica associada agravada pela obesidade
direito e face anterior de membro inferior direito, de 2º
- Falha da terapia nutricional
- Estável do ponto de vista psiquiátrico sem dependência do grau e 3º grau em tronco anterior e membro superior
álcool ou uso de droga ilegal esquerdo e face anterior de membro inferior esquerdo
- Instruído sobre a operação e suas sequelas incluindo períneo. Estime a reposição volêmica, segundo
- Motivação individual a fórmula de Parkland.
- Problemas clínicos, não impedindo a sobrevida provável a a) devem ser repostos aproximadamente 7.400 ml nas
partir da cirurgia próximas 8 horas e mais 7.400 ml em outras 16 horas
OPERAÇÕES BARIÁTRICAS: MECANISMO DE AÇÃO
b) devem ser repostos aproximadamente 18.500 ml em 24
horas, metade nas primeiras 8 horas e o restante nas demais
Restritivo
16 horas
Gastroplastia vertical em banda (VBG) (apenas para fins históricos)
Colocação de banda gástrica ajustável laparoscópica (LAGB)
c) deve ser reposto aproximadamente 9.500 ml nas próximas
Amplamente restritiva / Má absorção discreta 8 horas e mais 9.500 ml em outras 16 horas
Derivação gástrica em Y de Roux d) devem ser repostos aproximadamente 7.400 ml nas
Má absorção intensa / Discretamente restritiva próximas 5 horas e mais 7.400 ml em outras 16 horas
Desvio biliopancreático (DBP) e) devem ser repostos aproximadamente 9.500 ml nas
Exclusão duodenal ou duodenal switch (DS) próximas 5 horas e mais 9.500 ml em outras 16 horas
Resposta d.
33- A fórmula de Parkland obedece aos seguintes parâ-
Universidade Federal de Pelotas – 2010 metros: 4 mL de líquidos a serem infundidos (Ringer Lactato
32- A principal causa de vômitos após cirurgia de gas- isotônico) X peso corporal em kg X superfície corporal
troplastia com bypass jejunal por videolaparoscopia sem queimada em porcentagem até um máximo de 50%. Se as
anel seria: lesões estiverem numa superfície superior a 50%, esse valor
fica fixo nesse número, pois a capacidade de “sequestro” de preferencial é a esofagojejuno anastomose em Y-de-Roux.
líquidos por parte do paciente não se torna maior com quei- Nas neoplasias localizadas no terço distal, ou seja, antral
maduras acima dos 50%. gástrico, preconiza-se a gastrectomia parcial. A linfadenecto-
mia está indicada como padrão no tratamento, não devendo
ser indicada nos casos com citologia peritoneal positiva, nos
9
doentes com idade acima de 80 anos e na hipertensão portal,
pois a morbidade e mortalidade são elevadas.
A ressecção completa das estações linfonodais do grupo N1
é considerada como dissecção D1. Já a remoção de todas
as estações correspondentes aos grupos NI e N2 é denomi-
nada dissecção D2, também conhecida como dissecção lin-
36 fonodal sistematizada, a qual é considerada pelos membros
da JRSGC e pela ABCG (Associação Brasileira de Câncer
9 Gástrico) como requisito essencial e operação-padrão no tra-
9 tamento curativo do câncer gástrico. A ressecção que inclui
os grupos N1, N2 e N3 é denominada D3 e aquela que não
1
remove nenhuma estação linfonodal é considerada D0. Nas
últimas décadas, a gastrectomia associada à linfadenectomia,
com nivel de dissecção D2, tem sido a operação mais fre-
quentemente realizada no Japão, Coreia, Inglaterra, Chile e
Brasil, com fins curativos, porém, atualmente, existem grupos
Gabarito Comentado
considerando que, dependendo do estadiamento tumoral e do
18 18
comportamento biológico da neoplasia, a extensão da linfa-
denectomia pode ser ampliada. Resposta b.
Piloro
Estômago a) por definição atinge a porção distal do colédoco
b) é de excelente prognóstico e geralmente ressecável
Antro
c) é uma indicação comum de transplante hepático
d) a hepaticojejunostomia para o ducto do segmento III e a
colocação de próteses intra-hepáticas são terapêuticas palia-
Duodeno
Capas
tivas comuns no seu manejo
musculares e) todas estão incorretas
a) o ideal é a ressecção local endoscópica em jovens 35- De uma forma genérica e dependendo do local de origem,
b) idealmente a gastrectomia total com curagem D2 estaria o colangiocarcinoma pode ser classificado em intra ou extra-
bem indicada hepático. O colangiocarcinoma intra-hepático está situado
c) a radioterapia está geralmente indicada no pré-operatório dentro do fígado, entre o ducto hepático direito e o esquerdo,
d) a melhor alternativa em um paciente hígido seria uma gas- sendo também chamado de carcinoma colangiocelular para
trectomia total com curagem D1 destacar sua origem nos pequenos ductos, na periferia do pa-
e) nenhuma das alternativas anteriores rênquima hepático. Já os colangiocarcinomas extra-hepáticos
podem ainda ser subdivididos em hilar ou cânceres do terço
34- O tratamento proposto para as neoplasias localizadas superior (também conhecidos como tumores de Klatskin),
no corpo, cárdia e fundo gástrico, isto é, terço proximal e cânceres do terço médio e do terço inferior, sendo que este
médio, é a gastrectomia total. Nesses casos, a reconstrução último engloba os tumores originados no epitélio biliar da
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
junção biliopancreática. Segundo Bismuth e Corlette (1992), tectomia esquerda estendida ao segmento I, como cirurgia
os cânceres do hilo dividem-se em quatro tipos, de acordo radical para os tumores do hilo hepático. Para os tumores
com a extensão do comprometimento ao longo da via biliar. do terço médio, a ressecção hepática torna-se dispensável,
- Tipo 1: os tumores localizam-se ao nível ou menos que 1 devendo-se associar uma derivação hepatojejunal em Y de
cm da convergência biliar, sem, no entanto, comprometê-la, Roux. Nos tumores do terço distal, a cirurgia proposta é uma
permanecendo íntegra a comunicação dos ductos hepáticos duodenopancreatectomia cefálica com curagem ganglionar
direito e esquerdo. do hilo hepático. A despeito do péssimo prognóstico do tra-
- Tipo 2: a lesão neoplásica atinge a convergência biliar, obs- tamento cirúrgico do colangiocarcinoma extra-hepático em
truindo-a, de modo que os 2 canais hepáticos principais não um passado recente, tem-se obtido taxa de ressecabilidade
mantêm a comunicação entre si. de mais de 75% e sobrevida em 5 anos de mais de 42% às
- Tipo 3: o tumor estende-se para o ducto principal direito custas de políticas adotadas por centros especializados. Eles
(3a) ou para o ducto principal esquerdo (3b) em direção a recomendam proceder a uma sistemática ressecção do lobo
convergência biliar secundária. caudado associada a uma hepatectomia direita ou esquerda,
- Tipo 4: observa-se grande infiltração tumoral ao nível do conforme descrição anterior. Os métodos de paliação dis-
hilo, com comprometimento das 2 convergências biliares se- poníveis são as anastomoses biliodigestivas cirúrgicas e as
cundárias (direita e esquerda). drenagens percutâneas ou endoscópicas. A opção por um ou
outro método deve ser tomada por equipes multidisciplina-
res, compostas de cirurgiões, gastroenterologistas, radiolo-
gistas e endoscopistas, com grande experiência no tratamen-
to dessa doença. Resposta d.
12
Gabarito Comentado
doentes varia de 20 a 40%, mas estudos em centros especia-
lizados, no contexto de terapias combinadas (quimioterapia
cronomodulada neoadjuvante e adjuvante, tratamentos cirúr-
gicos repetidos e métodos de ablação), têm obtido até 60%
de sobrevida em 5 anos. Em pacientes com recorrência das
metástases no fígado são possíveis ainda uma segunda ou
múltiplas ressecções hepáticas. Desde que a doença neoplá-
sica esteja limitada ao fígado, os resultados das ressecções
hepáticas repetidas se assemelham aos da ressecção primária.
A fim de diminuir os índices de recorrência das metástases, 13
alguns centros têm realizado quimioterapia neoadjuvante ou
adjuvante, sistêmica ou intra-arterial. Ainda são necessários
estudos randomizados a fim de se comprovar a real eficácia
desses métodos. Resposta a.
38- De fato, na história clínica, são diagnósticos diferenciais O uso de drogas curarizantes (bloqueio neuromuscular) deve
os divertículos, incluindo Zenker e o câncer de esôfago, mas ser evitada, reservando-se estas somente para casos graves
após o estudo radiológico, Zenker, não será mais incluído refratários a outras modalidades de sedação e analgesia
entre os diagnósticos diferenciais, uma vez que sua topo- (midazolam, fentanil ou propofol), em virtude de estar
grafia e a imagem são muito característicos. A instituição associada à tetraparesia e aumento da mortalidade.
liberou o gabarito oficial correto como opção A, mas o SJT A epilepsia pós-traumática ocorre em cerca de 5% de todos
não concorda, portanto, ficamos com a opção E. os doentes admitidos no hospital com traumatismos cranien-
O diagnóstico diferencial deve ser feito com: estenose cefálicos fechados e em 15% daqueles com traumatismos
orgânica por esofagite péptica, estenose cáustica ou câncer, craniencefálicos graves. Três fatores principais estão ligados
compressões extrínsecos, divertículos do esôfago, espasmo à alta incidência de epilepsia tardia: (1) convulsões que
difuso do esôfago e esclerodermia. A disfagia causada pelo ocorrem durante a primeira semana, (2) hematoma intracra-
câncer é geralmente de rápida progressão, de semanas a niano, ou (3) fratura com afundamento de crânio. Um estudo
poucos meses, ao contrário do megaesôfago. Nas estenoses duplo cego identificou que a fenitoína reduziu a incidência
pépticas, a disfagia quase sempre sucede a queixas de de convulsões na primeira semana após o trauma, mas não
queimação retroesternal. Na estenose cáustica existe antece- após este período. Atualmente a fenitoína ou fosfenitoína são
dente de ingestão de substâncias corrosivas. os agentes habitualmente empregados na fase aguda. A dose
Nos divertículos faringoesofágicos (Zenker) a disfagia se de ataque habitual para adultos é 1 g administrado por via
manifesta na região cervical e, nos do corpo do esôfago, há endovenosa com velocidade não superior a 50 mg/minuto. A
frequentemente dor precordial e regurgitação imediata de dose de manutenção habitual é 100 mg/8 horas, com titulação
alimentos. Os exames radiológico e endoscópico do esôfago da dose para obter níveis séricos terapêuticos. O diazepam
são de grande auxílio no diagnóstico diferencial. ou lorazepam são usados além de fe-nitoína em doentes
No espasmo difuso do esôfago ocorre, com frequência, a com convulsões prolongadas, até a parada da convulsão. O
odinofagia. O exame contrastado pode sugerir seu diagnósti- controle de convulsões contínuas pode exigir anestesia geral.
co, confirmado pela eletromanometria, que identifica intensa É imperativo que a convulsão seja controlada tão logo que
atividade motora, mas com preservação do peristaltismo. possível porque convulsões prolongadas (30 a 60 minutos)
Na esclerodermia os achados manométricos são idênticos aos provavelmente causam lesão cerebral secundária.
do megaesôfago, notando-se, entretanto, pressão baixa do Deve-se tratar agressivamente a hipotensão arterial, obje-
esfíncter inferior do esôfago. A estimulação com metacolina tivando dessa forma, manter uma PAM adequada, pois só
mostra ausência de resposta no escleroderma, onde há lesão da assim teremos uma pressão de perfusão cerebral adequada
musculatura, ao contrário do megaesôfago, que responde com (PPC= PAM-PIC). Resposta b.
14 atividade motora aumentada em decorrência da estimulação
das fibras musculares íntegras, mas desnervadas. Na esclero- SUS-SP – Clínica Cirúrgica – 2010
dermia frequentemente há esofagite de refluxo. Resposta a. 40- Melhor indicador laboratorial de má perfusão tecidual
e de prognóstico no doente traumatizado com choque he-
IPSEMG – Pediatria - Medicina Intensiva – 2010 morrágico classe II I/IV:
39- São afirmativas corretas em relação ao traumatismo a) PCR (proteína C reativa)
craniano grave, EXCETO: b) lactato sérico
a) se houver sinais de deterioração neurológica, uma das c) déficit de base
medidas a ser adotada é a hiperventilação, cuidando para não d) DHL (desidrogenase láctica)
realizá-la excessivamente e) glicemia
b) a succinilcolina pode ser utilizada, pois reduz a pressão
intracraniana durante a intubação 40- Existe associação forte, relatada de maneira consistente,
c) iniciar hidantoina profilática em todos os casos com entre a letalidade do choque e a extensão da elevação do lactato
Glasgow menor de 8 e a gravidade da acidemia. Esses achados laboratoriais indicam
d) deve-se tratar agressivamente a hipotensão arterial que o choque leva a alteração do estado de redução citoplas-
mático e mitocondrial. Portanto, no manejo do choque, seja
39-Em pacientes com TCE sem sinais de HIC a normocapnia ele de qualquer etiologia, também deve-se avaliar laboratorial-
é a regra. Em geral, sugerem-se pressões parciais de CO2 no mente parâmetros da micro-hemodinâmica através de marca-
limite inferior da normalidade. A hiperventilação poderá ser dores de perfusão como o nível sérico de lactato e os valores
necessária por períodos curtos quando existir deterioração de excesso de bases (BE). O nível de lactato sérico se altera em
neurológica aguda. O objetivo da hiperventilação é reduzir paciente em choque pois, devido à má perfusão tecidual, menos
o fluxo sanguíneo cerebral por vasoconstrição.Porém seu oxigênio chega aos tecidos para que seja realizada a glicólise
uso prolongado (maior que 24 horas) pode levar à isquemia aeróbica, a qual energia através do ciclo de Krebs. Assim, a
cerebral e não tem efeito benéfico, visto que a alcalose respi- energia é gerada pela via anaeróbica, cujo principal produto é o
ratória induzida leva à perda da vasoconstrição (com a nor- lactato e, por conseguinte, a hiperlactatemia é considerada um
malização do pH liquórico). Na ausência de hipertensão intra- marcador de hipoperfusão tecidual. Já os valores de excesso de
craniana, a hiperventilação (PaCO2 < 25-30 mmHg) deve ser bases consistem na estimativa de déficit ou excesso de “bases”
evitada. Se forem necessários valores de PaCO2 < 30 mmHg, dos “sistemas-tampão” que regulam o pH sanguíneo. Dessa
a monitoração da oximetria do bulbo jugular poderá auxiliar forma, no paciente em choque, existe a tendência de o valor de
na identificação dos casos de isquemia cerebral decorrentes BE se negativar devido ao aumento do lactato e/ou o acúmulo
da hiperventilação. Durante a hiperventilação, a saturação de de substâncias ácidas decorrentes da disfunção renal. Estudos
oxigênio do bulbo jugular deve ser mantida acima de 55% ou recentes mostram que o aumento do valor de BE se correlacio-
extração cerebral de oxigênio entre 24-42%. na com a melhora do paciente. Resposta b.
SUS-SP – Clínica Cirúrgica – 2010
41- Uma paciente de 40 anos foi internada por apresentar
dor aguda no epigástrio, associada a vômitos e icterícia.
Negava febre. Tinha dor à palpação no epigástrio, com
peristalse diminuída. T: 37,2 °C. Amilase sérica: 1.400
U/L; leucócitos = 12.000/mm3; AST (TGO): 80 U/L; ALT
(TGP): 95 U/L; bilirrubinas totais: 3,4 mg/dL, bilirru-
bina direta: 2,7 mg/dL. Ultrassom: colelitíase e pequena
quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal;
vesícula biliar normodistendida, com paredes de 2 mm
de espessura. Após 72 horas de jejum e hidratação, a
paciente ficou praticamente assintomática. No sexto dia
de internação, alimentava-se normalmente por via oral.
Amilase e transaminases eram então normais.
Diagnóstico inicial:
a) pancreatite aguda
b) colangite aguda
c) abscesso hepático
d) colecistite aguda
e) pileflebite
Gabarito Comentado
41- O quadro clínico em tela é compatível com o diagnós-
tico de pancreatite aguda litiásica, cuja evolução correspon-
de à história da maioria dos casos, pancreatite edematosa,
evolução clínica satisfatória, sem ocorrência de compli-
cações específicas. Diante deste quadro, após remissão
completa do quadro inflamatório pancreático, a conduta
será colecistectomia e se necessário avaliação da via biliar
principal. Resposta a.
USP-RP – 2010
15
42- Homem, 46 anos de idade, com passado de ingesta
de meio litro de aguardente por dia, durante 20 anos,
refere dor forte no andar superior do abdome, sobretudo
após as refeições que não está cedendo com a utilização
de analgésicos habituais. Nos últimos 2 meses refere
dois episódios de icterícia, colúria e acolia fecal, sendo Com base na história clínica e no exame de imagem, o diag-
que o primeiro regrediu espontaneamente. Refere ainda, nóstico e o tratamento de imediato mais apropriados são:
diarreia nos últimos 3 meses e perda de 12% da massa a) pancreatite aguda com pseudocisto: drenagem do pseudo-
corporal. No momento, as bilirrubinas totais estão cisto para o jejuno
elevadas em 5 vezes o valor normal, à custa da fração b) pancreatite aguda com coleção pancreática: drenagem en-
direta; a fosfatase alcalina está elevada em 6 vezes o valor doscópica da coleção e inserção de endoprótese biliar
de referência e as aminotransferases estão discretamente c) tumor cístico/sólido da cabeça do pâncreas: derivação
aumentadas. O exame de imagem está abaixo. biliar e gástrica ou duodenopancreatectomia
d) pancreatite crônica com pseudocisto: drenagem do pseu-
docisto para o duodeno
AMIRGS – 2006
45- Colecistite aguda pode produzir as seguintes compli-
cações, exceto:
a) empiema
b) perfuração
c) gangrena
16 d) fístula colecistoentérica
e) pseudocisto
Melhor opção de tratamento, neste momento:
a) nutrição parenteral total 45- Ora, que pergunta! Claro que pseudocisto é uma compli-
b) debridamento cirúrgico e drenagem do pâncreas cação de pancretaite, e nada tem a ver com a história da cole-
c) colangiografia endoscópica retrógrada cistite aguda. A litíase biliar pode ser causa de pancreatite, e
d) cistogastrostomia ou cistojejunoanastomose dessa na evolução cursar com pseudocisto de pâncreas. Todas
e) nutrição enteral e/ou por via oral e observação clínica as demais são complicações que podem ocorrer na história
natural da colecistite aguda, destacando-se que perfuração e
43- Diante dessa evolução em que há melhora clínica precoce
gangrena são mais frequentes nas formas alitiásicas, no caso
e TC evidenciando pseudocisto pancreático, a conduta deve
ser expectante quanto à evolução dessa complicação e, caso colecisitite enfisematosa.
haja retorno da sintomatologia e/ou progressão do pseudo- A colecistite aguda pode evoluir para empiema da vesícula,
cisto, a conduta será drenagem cirúrgica. Para esse momento colecistite enfisematosa, ou perfuração da vesícula biliar
clínico, a melhor conduta é suporte nutricional. apesar da antibioticoterapia. Em cada caso, a colecistecto-
Recentemente, muitos grupos de investigação têm demonstra- mia de emergência está indicada se o paciente puder resistir
do que muitos pacientes com pancreatite, incluindo aqueles com segurança a anestesia. Na maioria dos pacientes, a co-
com pancreatite grave, podem tolerar pequenas quantidades lecistectomia pode ser realizada e é o melhor tratamento da
de nutrientes administrados por via enteral. Eles mostraram colecistite aguda complicada. Algumas vezes, o processo in-
que esses nutrientes podem ser tolerados se administrados no flamatório obscurece as estruturas no triângulo de Calot, in-
interior do estômago (via sonda nasogástrica) ou no interior viabilizando a dissecção segura e a ligadura do ducto cístico.
do intestino delgado (via sonda nasojejunal). Há consenso que Nesses pacientes, colecistectomia parcial, cauterização da
as infecções pancreáticas ocorrem devido à translocação de mucosa da vesícula remanescente e drenagem evitam lesão
bactérias do trato gastrointestinal, através da parede do cólon
ao colédoco. Em pacientes considerados muito instáveis para
lesada adjacente a áreas de lesão pancreática. Teoricamente, a
tolerar a laparotomia, a colecistostomia transepática percu-
nutrição enteral exerce um efeito trófico na parede do cólon
tânea sob anestesia local pode ser realizada para drenar a
lesada que pode reduzir essa translocação e, portanto, reduzir
a incidência de infecções pancreáticas. Estudos avaliando esse vesícula. Esse procedimento deixa a vesícula no lugar, o que
conceito estão sendo desenvolvidos, mas, mesmo na ausência pode ser uma fonte de sepse em an damento. A drenagem e
de resultados definitivos, eu defendo a administração de quan- os antibióticos IV, seguidos de colecistectomia laparoscópica
tidades tróficas de nutrientes a pacientes com pancreatite com intervalo, podem ser realizados após 3 a 4 meses, para
grave e começar esse tratamento dentre as primeiras 72 horas permitir que o paciente se recupere e que a inflamação aguda
de hospitalização. Resposta e. se cure. Resposta e.
FUNRIO – 2010 47- O divertículo de Zenker é um falso divertículo uma
46- Os critérios de Ranson podem ser usados para es- vez que é constituído somente de mucosa (e submucosa),
tabelecer o prognóstico das pancreatites agudas. Anor- sendo uma condição adquirida em que 70 a 80% ocorrem
malidade laboratorial indicativa de evolução adversa na em pacientes com mais de 60 anos, com predomínio no sexo
admissão é: masculino (2:1). A localização do divertículo de Zenker é
a) DLH > 350 UI/L constante, na face posterior da faringe entre o músculo crico-
b) PO2 < 60 mmHg faríngeo (esfíncter esofágico superior) e o musculotireofarín-
c) leucopenia geo. Trata-se de um divertículo de pulsão (faringoesofágico,
d) déficit de base > 4 mEq/l assim como é o epifrênico). De fato o divertículo de Zenker
e) Ca < 8 mg% se localiza em uma área triangular na face posterior, no nível
da junção esofágica, não existe a formação da rafe mediana,
46- Dos parâmetros utilizados no escore de Ranson, alguns apresentando-se uma zona de fraqueza (triângulo de Killian)
são de uso na admissão: idade, leucócitos, glicose, DHL e por onde surge o divertículo. Resposta d.
TGO (ou aspartato transaminase). DHL > 350 UI/L é critério
FUNRIO – 2010
indicativo de mau prognóstico. Reveja tabela a seguir,
48- Sobre as perfurações do esôfago são feitas as obser-
extraída de sua apostila de Cirurgia volume 4, página 118.
vações seguintes
ADMISSÃO 48 HORAS INICIAIS I- As ocasionadas por corpo estranhos pontiagudos
Pancreatite Biliar ocorrem, geralmente, em áreas de estenose;
Idade > 70 anos Queda do hematócrito > 10 II- A segunda causa mais comum é a Síndrome de
Boehaave;
Elevação da ureia sérica
Gabarito Comentado
Leucócitos > 18.000/mm3 III- A causa iatrogênica é a mais frequente;
nitrogenada > 2 mg/100 mL
IV- A antibioticoterapia está indicada apenas em casos
Glicose > 220 mg/100 mL Cálcio2+ < 8 mg/100 mL
selecionados.
Desidrogenase láctica > 400 UI/L Défcit de base > 5 mEq/L Sobre as observações citadas, assinale a opção correta:
Aspartato transaminase a) I, II, III e IV estão corretas
Sequestro liquido > 4 L
> 250 U/100 mL b) somente II e IV estão corretas
Pancreatite Não Biliar c) I, II e III são as afirmativas corretas
Idade > 55 anos Queda de hematócrito > 10 d) somente I e III estão corretas
e) II, III e IV são as afirmativas corretas
Elevação da ureia sérica
Leucócitos > 16.000/mm3 17
nitrogenada > 5 mg/100 mL
48- A perfuração do esôfago é uma emergência cirúrgica. A
Glicose > 200 mg/100 mL Cálcio2+ < 8 mg/100 mL
detecção precoce e o reparo cirúrgico nas primeiras 24 horas
Desidrogenase láctica > 350 Ul/L PaO2 < 55 mmHg resultam em 80% a 90% de sobrevivência. A perfuração por
Aspartato transaminase > 250 vômitos forçados (síndrome de Boerhaave), ingestão de corpo
Déficit de base > 4 mEq/L
U/100 mL estranho ou trauma responde por 15%, 14% e 10% dos casos
Sequestro liquido > 6 L respectivamente. A maioria da perfurações esofágicas ocorre
Números de critérios Mortalidade estimada
após instrumentação endoscópica para diagnóstico ou proce-
dimento terapêutico (afirmação III correta!), e o local mais
0-2 1%
comum é o terço superior, na região do músculo cricofarín-
3-4 16% geo. Outras causas iatrogênicas incluem intubação endotra-
5-6 40% queal difícil, inserção cega de uma minitraqueostomia, e lesão
7-8 100% inadvertida durante dissecções no pescoço, tórax e abdome.
Resposta a. As ocasionadas por corpo estranho geralmente acomete a
parede posterior, em relação com áreas de estenose (afirmação
I errada!). Caso se suspeite de perfuração de esôfago, medidas
FUNRIO – 2010
apropriadas de ressuscitação com hidratação venosa, via área
47- Em relação ao divertículo de Zenker, são feitas as
segura, ATB de amplo espectro devem ser iniciados imedia-
afirmativas seguintes:
tamente (afirmação IV errada!), e o paciente monitorado na
I. É mais frequente nos indivíduos do sexo masculino;
UTI, deve então ser avaliado quanto à indicação cirúrgica, que
II. Ocorre na linha média posterior do esôfago;
como dissemos deve ser instituída preferencialmente dentro
III. É um divertículo de pulsão e é o mais comum dos das primeiras 24 horas. Resposta d.
divertículos do esôfago;
IV. Surge em uma área delimitada acima pelo músculo UFMT – Prova de Revalidação – 2009
constrictor inferior do laringe e abaixo pelo músculo cri- 49- Na forma mais grave de colangite aguda (colangite
cofaríngeo. tóxica), o paciente apresenta caracteristicamente uma
pêntade de sinais e sintomas. Assinale a alternativa que
Sobre as assertivas, assinale uma das opções abaixo. apresenta os sinais e sintomas da Pêntade de Reinolds.
a) I, II, III e IV estão corretas a) dor, febre, sudorese, hipotensão arterial e icterícia
b) somente II e IV estão corretas b) febre, icterícia, calafrios, hipertensão arterial e coma
c) I, II e III são as afirmativas corretas c) febre, dor, icterícia, hipotensão arterial e confusão mental
d) somente I e III estão corretas d) dor, febre, sudorese, hipertensão arterial e confusão mental
e) II, III e IV são as afirmativas corretas e) icterícia, febre, hipotensão arterial, vômitos e oligúria
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
UFMT – Prova de Revalidação – 2009 51- A rinossinusite aguda ocorre, em geral, como compli-
50- Paciente jovem, sexo masculino, vítima de acidente cação de 0,5 a 5% das infecções virais do trato respiratório
de motocicleta com fratura da tíbia direita, evolui com superior, apresentando alta incidência na população infantil,
edema e dor contínua e intensa nesta perna, com suspeita pois as crianças podem ter de 6 a 8 infecções de vias aéreas
diagnóstica de síndrome compartimental. Qual o achado superiores (IVAS) por ano. Deve-se suspeitar de infecção
do exame físico que descartaria essa hipótese? bacteriana quando não houver melhora dos sintomas de uma
a) paralisia do nervo fibular IVAS viral após 10 dias ou se houver piora após o 5º dia de
b) pressão compartimental de 20 mmHg evolução. Estudos avaliando a associação entre a presença de
c) cianose plantar bactéria no meato médio em crianças com IVAS e a duração
d) presença de pulsos distais dos sintomas mostraram que a presença de S. pneumoniae,
e) redução da temperatura cutânea homolateral H. influenzae ou M. catarrhalis em culturas do meato médio
obtidas por endoscopia nasal está relacionada ao tempo mais
prolongado da duração de sintomas, na comparação com a
50- A síndrome compartimental desenvolve-se quando a pressão
presença de vírus nas mesmas culturas. Para o diagnóstico da
no compartimento osteofascial do músculo e suficiente para rinossinusite aguda na criança, a história e o exame clínico
produzir isquemia e necrose subsequente. A isquemia pode ser – incluindo a endoscopia nasal – são fundamentais e sufi-
causada pelo aumento do tamanho do conteúdo do comparti- cientes. A radiografia simples não é recomendada para o di-
mento, por exemplo, pelo edema secundário a revascularização agnóstico da rinossinusite aguda em crianças. Ela apresenta
18 da extremidade isquêmica, ou pela diminuição das dimensões do pouca sensibilidade e é de utilidade limitada por causa do
compartimento, por exemplo, por curativo apertado. Os sinais e grande número de falso-positivo (20%) e da alta taxa de fal-
sintomas de síndrome compartimental são os seguintes: so-negativo. Resposta b.
• Dor mais intensa do que a esperada e desproporcional ao
estimulo. FUNRIO – 2010
• Edema tenso da região comprometida. 52- As vitaminas são nutrientes essenciais que devem ser
• Assimetria dos compartimentos musculares. fornecidos exogenamente como parte de uma dieta ba-
• Dor ao estiramento passivo da musculatura afetada. lanceada. Nos países em desenvolvimento, são comuns
os estados de carência vitamínica. Pode-se afirmar que a
• Alteração de sensibilidade.
fontanela anterior é maior do que o normal e seu fecha-
A ausência de pulso distal palpável não e achado comum e
mento pode ser atrasado até o 2º ano de vida nos casos de
não deve ser valorizada para o estabelecimento de diagnós- carência da vitamina:
tico de síndrome compartimental. Déficit motor ou paralisia a) A
dos músculos envolvidos e desaparecimento dos pulsos do b) B1
membro comprometido (porque a pressão compartimental c) C
excede a pressão sistólica) são sinais tardios de síndrome com- d) D
partimental. Lembre-se que as alterações dos pulsos distais e) E
ou do tempo de enchimento capilar não são sinais confiáveis
para o diagnóstico de síndrome compartimental. O diagnós- 52- Vitamina D é um termo genérico para diferentes compostos,
tico clínico está baseado na história do trauma e nos sinais do sendo os principais a vitamina D2 ou ergocalciferol e a vitamina
exame físico, desde que se tenha sempre em mente esta pos- D3 ou colecalciferol. Ambas as formas são encontradas em seres
sibilidade. Quando se suspeita de síndrome compartimental, humanos, embora a quantidade de cada uma dependa da dieta
a medida da pressão intracompartimental pode auxiliar o e da quantidade de exposição aos raios ultravioleta. A vitamina
D2 possui origem vegetal e é ingerida por seres humanos princi-
diagnóstico. Se a pressão tecidual for superior a 30 ou 45
palmente por meio de alimentos fortificados com essa vitamina.
mm Hg, pode ocorrer diminuição do fluxo sanguíneo capilar
A vitamina D3 é derivada de seu precursor presente na pele,
capaz de provocar lesão anóxica ao músculo e ao nervo. O
embora também possa ser proveniente da dieta, pois alguns
valor da pressão sanguínea sistêmica e também importante. alimentos são enriquecidos com vitamina D3. A apresentação
Quanto menor for a pressão sistêmica, menor será a pressão clássica da deficiência da vitamina D em lactentes e crianças
compartimental necessária para provocar síndrome com- maiores é o raquitismo. As alterações clínicas e radiológicas
partimental. A medida da pressão está indicada em todos os podem demorar vários meses para aparecer, dependendo da ve-
doentes que apresentam alteração da resposta aos estímulos locidade de crescimento da criança, do grau da deficiência da
dolorosos. Resposta b. vitamina D e do conteúdo de cálcio da dieta.
As alterações clínicas observadas no raquitismo incluem: fronte 54- Não há sentido manter a medicação. Esta criança encon-
olímpica, craniotabes, fontanela ampla, suturas alargadas, tra-se assintomática, portanto a conduta a seguir implica na
alargamento epifisário, rosário raquítico, sulco de Harrison, solicitação da sorologia para HIV e quantificação da carga
escoliose, cifose, joelho valgo ou joelho varo, desproporção viral, para que então as tomadas de decisão sejam definidas.
da relação segmento superior/segmento inferior, atraso e irre- Resposta e.
gularidades na erupção dentária, hipotonia muscular, ventre
de batráquio, hérnias, irritabilidade, sudorese, tetania, estridor FUNRIO – 2010
laríngeo, laringoespasmo, redução da velocidade de crescimento 55- Criança de 2 anos apresenta, há 5 dias, febre elevada (>
e infecções respiratórias de repetição. As lesões ósseas são si- 38ºC), edema de mãos e pés, rash eritematoso em tronco,
métricas, indolores e acometem a cartilagem de crescimento. As conjuntivite bilateral, orofaringe hiperemiada, lábios fis-
alterações radiológicas são: alargamento das epífises (aspecto de surados, língua em framboesa e adenomegalia cervical à
taça), linhas de Milkman-Looser (zonas densas e claras, trans- direita, sem sinais flogísticos. Este quadro sugere:
versais e encontradas ao longo das diáfises); pode haver fraturas. a) sarampo
Quanto ao quadro laboratorial, há diminuição dos valores de b) escarlatina
fósforo sérico, com concentrações normais de cálcio (exceto nos c) rubéola
casos mais graves, em que seus valores podem estar reduzidos) d) doença de Kawasaki
e aumento do PTH e da fosfatase alcalina. Os esquemas de trata- e) eritema infeccioso
mento são dose única de 600.000 UI ou doses diárias de 10.000
UI até atingir o total de 600.000 UI, ou doses diárias de calcitriol 55- O quadro clínico é compatível com doença de Kawasaki.
de 0,015 a 0,02 mcg/kg. A normalização dos valores de fósforo Observe os critérios definidores para o diagnóstico:
sérico ocorre em 7 a 10 dias, e a melhora radiológica cerca de CRITÉRIOS CLÍNICOS
Gabarito Comentado
30 dias após o tratamento. Como o raquitismo carencial pode
1. Febre de etiologia desconhecida por mais de cinco dias con-
confundir-se com o tipo dependente, é conveniente certificar-se
secutivos
da cura em todos os casos, com o controle clínico e radiológico 2. Congestão de conjuntivas bilateralmente, não exsudativa
em torno de 6 meses após a suspensão do tratamento. Esse prazo 3. Lábios vermelhos e secos, cavidade oral exantemática e língua
geralmente é suficiente para o reaparecimento de novas altera- em “framboesa”
ções, em caso de raquitismo não carencial. A profilaxia consiste 4. Linfonodomegalias não supurativas de cadeia cervical
em exposição adequada aos raios ultravioleta e suplementação 5. Exantema polimorfo de tronco sem vesículas ou crostas
de vitamina D (400 UI/dia). Resposta d. 6. Exantema palmar e plantar, edema na fase aguda e descama-
ção na fase final.
FUNRIO – 2010 Diagnóstico: cinco dos seis critérios; ou quatro dos seis 19
53- Um lactente desnutrido com diarreia aguda, com critérios mais aneurisma coronariano, identificado por eco-
muco pus e sangue, no 11º dia de evolução, com desidra- cardiograma ou arteriografia coronariana. Resposta d.
tação leve, deve receber que tipo de tratamento?
a) hidratação venosa, antiparasitário e nutrição parenteral FUNRIO – 2010
b) hidratação venosa, antiespasmódico e nutrição oral 56- Pré-escolar de 1 ano e oito meses, 9400g, apresenta
c) hidratação oral, antiparasitário e antiespasmódico diarreia há 2 meses com perda de 1600g, tendo sido amamen-
d) hidratação oral, antiespasmódico e probiótico tado exclusivamente ao seio até o 5º mês de vida. As fezes são
e) hidratação oral, antibiótico e nutrição oral líquidas, 3 a 4 episódios por dia, a criança se alimenta nor-
malmente, tem moderada distensão abdominal, e é nítida
53- Estamos diante de um quadro de diarreia inflamatória, a diminuição da massa muscular. Endoscopia com biópsia
portanto, os principais agentes etiológicos são, Shigella, jejunal demonstrou padrão de atrofia vilositária e hipertro-
E. coli invasiva, Salmonella, Campylobacter, Entamoeba fia de criptas. A medida mais adequada para o esclareci-
histolytica e Clostridium difficile. Há indicação precisa de mento diagnóstico do quadro histopatológico referido é:
ATB (veja tabela 1.3, página 6 da sua apostila volume 3). Há a) realizar coprocultura para definir o agente etiológico e an-
descrição de desidratação leve, logo deve-se instalar pronta- tibiótico adequado
mente a terapia de reidratação oral. Resposta e. b) realizar ELISA para pesquisa de rotavírus caso não tenha
recebido a vacina
FUNRIO – 2010 c) pesquisar IgA e IgG antitransglutaminase tecidual para
54- Criança com seis semanas de vida, filha de mãe descartar D. celíaca
infectada pelo HIV, é atendida no ambulatório assinto- d) pesquisar Giardia nas fezes durante 30 dias consecutivos
mática, com exame fisco normal e fazendo uso de AZT e) fazer tratamento empírico com esquema tríplice para tu-
desde o nascimento. A conduta apropriada para a criança berculose intestinal
nessa consulta inclui:
a) manter o AZT e iniciar profilaxia para a infecção por 56- A doença celíaca (DC) é uma doença induzida pelo
Pneumocystis jiroveci consumo de proteínas presentes no trigo, centeio e cevada,
b) suspender o AZT e iniciar profilaxia para a infecção por que afeta primariamente o trato gastrintestinal em indivíduos
Toxaplasma gondii geneticamente suscetíveis, levando a uma lesão caracterís-
c) manter o AZT e realizar pesquisa de anticorpos contra o HIV tica, porém não específica da mucosa do intestino delgado,
d) manter o AZT e solicitar o teste para quantificação da que resulta na má absorção de nutrientes pelo segmento
carga viral envolvido, melhorando com a retirada do glúten na dieta.
e) suspender o AZT e solicitar o teste para quantificação da Quanto ao diagnóstico o exame sorológico (antiendomísio IgA ou
carga viral antitransglutaminase IgA) é de grande utilidade, pois apresenta
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
Gabarito Comentado
grandes candidatos a co-morbidades que poderão levá-lo COLOSTRO
a síndrome metabólica. Esta síndrome é caracterizada por (26 A 29 DIAS)
(3 A 5 DIAS)
aumento da circunferência abdominal, e de dois outros Nutriente A termo Pré-termo A termo Pré-termo
fatores:hipertrigliceridemia acima de 150mg/dL; HDL-co-
Calorias
lesterol abaixo de 40mg/dL; hipertensão arterial (sistólica > 48 58 62 70
(kcal/dL)
130 mmHg e diastólica > 85 mmHg) e intolerância a glicose
(glicemia de jejum superior a 100mg/dL. Os sinais descritos Lipidios
1,8 3 3 4,1
(g/dL)
caracterizam uma encefalopatia aguda e alterações autonô-
micas (palidez e sudorese) de doença sistêmica, sem sinais Proteínas
1,9 2,1 1,3 1,4
infecciosos (sem febre). Das opções de respostas hipoglice- (g/dL) 21
mia e hipertensão arterial seriam as únicas que poderiam dar Lactose
5,1 5 6,5 6
tais sintomas de forma primária. No entanto, a resistência in- (g/dL)
sulínica (com hiperglicemia) esta mais associada à obesidade Resposta a.
do que a falência de disponibilidade energética (com hipogli-
cemia), a grande massa corporal deste paciente exige dele UFG – 2003
grande trabalho cardíaco e uma das principais manifestações 63- O aleitamento materno é o modo ideal de nutrir a criança
da síndrome metabólica:hipertensão arterial. A lesão descrita nos primeiros meses de vida. Atende às necessidades nutri-
coincide com a descrição de acanthosis nigricans, uma cionais e metabólicas, protege imunologicamente e propicia
dermatose verrucosa de cor marrom escura cuja distribuição condições para a interação entre mãe e filho. No controle
típica é exatamente a descrita Resposta e. endócrino da lactação, estão envolvidos dois reflexos: o da
produção (reflexo da prolactina) e o da ejeção (reflexo da
UNIRIO – 2003 ocitocina). A esse respeito é correto afirmar que:
62- Quanto à composição do leite materno, podemos a) os reflexos da produção e da ejeção não dependem da
afirmar que: sucção do conjunto mamilo-aréola
a) o teor de gordura do colostro é superior ao do leite materno b) o reflexo da prolactina acontece, obrigatoriamente quando
b) a maior concentração de IgA encontra-se no colostro ocorre sucção; neste fato, está baseada a técnica da relactação
c) o leite posterior contém mais proteínas e açúcar do que c) o reflexo de ejeção é exclusivamente somático, não sendo
gorduras influenciado por aspectos psíquicos e emocionais da mãe
d) a caseína e a albumina garantem menor índice de alergia d) o leite do final da mamada (leite posterior) é menos calórico
alimentar porque contém menor quantidade de gordura. Por esse motivo, é
e) os lactobacilos bifidus são probióticos com baixo teor no irrelevante o esvaziamento completo das mamas nas mamadas
leite humano e) o volume de leite produzido não depende do esvaziamento
das mamas, nem das vezes em que elas são esvaziadas
62- O leite “maduro” só é secretado por volta do 100 dias
pós-parto. Nos primeiros dias, a secreção láctea é chamada de 63- Dois reflexos maternos estão envolvidos no controle
colostro, que contém mais proteínas e menos lipídios do que o endócrino da lactação: o da produção (reflexo da prolac-
leite maduro, e é rico em imunoglobulinas, em especial a IgA. tina) e o da ejeção. Ambos se iniciam com a sucção do
O leite de mães de recém-nascidos pré-termo difere do de mães conjunto mamilo-aréola. Esta estimulação segue para o
de bebês a termo. A tabela a seguir apresenta os principais com- hipotálamo e daí para a hipófise. A prolactina é produzida
ponentes do leite materno maduro e do colostro, em mães de pela hipófise anterior e a ocitocina pela hipófise posterior.
bebês nascidos a termo e pré-termo A concentração de gordura A prolactina desencadeia a produção láctea pelos alvéolos
no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no da glândula mamária e a ocitocina contrai as células mioe-
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
piteliais, fazendo com que o leite contido nos alvéolos passe - adesão de micro-organismos à mucosa intestinal e lesão da
ativamente ao sistema de drenagem. Assim, cerca de dois borda em escova, onde há desarranjo e dissolução dessa, com
terços da produção dos alvéolos (“último leite”) são jogados grande redução da superfície de absorção. (EPEC, p. ex.)
nos sistemas de canais da mama. O reflexo da prolactina - adesão de microorganismos à mucosa intestinal e produção
ocorre obrigatoriamente, desde que haja sucção. Isto baseia de toxinas, que, ao atingirem o meio intracelular estimulam
a técnica da lactação adotiva e da relactação. Entretanto, o a secreção intestinal, por ativação do AMP-cíclico ou outros
reflexo de ejeção tem natureza psicossomática, só ocorrendo mediadores, instalando-se um quadro conhecido como
quando a mulher estiver tranquila e confiante. Muitas mães diarreia secretora. (ETEC e cólera, p. ex.)
o apresentam mesmo sem sucção, ao simples toque, choro - microorganismos que invadem a mucosa, cuja prolifera-
ou lembrança da criança. Por outro lado pode ser inibido por ção é intracelular, alternando o funcionamento da célula e
fatores psíquicos (ansiedade, preocupação ou desinteresse), causado sua morte. (EIEC e Shigella, p. ex.)
quando ocorre de modo insatisfatório ou mesmo deixa de - microorganismos que invadem a mucosa e proliferam-se na
existir. A criança passa a receber apenas o “primeiro leite”, lâmina própria e nos gânglios mesentéricos, podendo deter-
hipocalórico e insuficiente para saciá-la; as mamas passam a minar quadros sépticos. (Salmonella, p. ex.)
ser inadequamente esvaziadas, com possível ingurgitamento - mecanismo osmótico (diarreia osmótica): onde há retenção
mamário e compressão do epitélio secretor. O ingurgitamen- de substâncias solúveis na luz intestinal que provocam um
to torna a aréola convexa, fazendo com que a sucção seja retardo na absorção de água e eletrólitos, além de, pelo efeito
apenas no mamilo. Entende-se, portanto, o fracasso do alei- osmótico, induzir movimentos de água do plasma para a luz
tamento nessas situações.Resposta b. intestinal. A diarreia osmótica pode ocorrer por ingestão de
substâncias solúveis não absorvíveis (laxantes e erros ali-
Provão MEC – 2001 mentares p.ex.) ou por defeitos na digestão de nutrientes,
64- Uma menina de 11 meses é internada numa unidade cujo modelo é a intolerância aos dissacarídeos, em especial a
pediátrica com quadro de diarreia líquida há seis dias, intolerância secundária à lactose.
associada a algum grau de desidratação. Mãe relata febre Alguns agentes caracterizam-se por determinar mais frequente-
baixa há 1 dia e nega vômitos. Após a reposição volêmica mente diarreias secretoras, por aderência e produção de toxinas
inicial, são colhidos os seguintes exames: Na+=129mEq/L, que alteram o funcionamento celular e estimulando mecanis-
K+=3,5mEq/L, Ca++=9,4mg/dl e Na+ fecal de 100mEq/L. Com mos de secreção intestinal. Como resultado, fezes aquosas, ricas
base nos dados acima, trata-se, provavelmente, de diarreia: em eletrólitos, sem produtos patológicos (sangue ou pus) e sem
a) toxigênica, possivelmente devido à Escherichia coli dor à evacuação. Há grande risco de desidratação.
b) osmótica, possivelmente devido à Yersinia enterocolítica Outros agentes determinam diarreia invasora, por aderência,
22 c) decorrente de invasão da mucosa intestinal, possivelmente invasão da mucosa intestinal e multiplicação epitelial ou na
devido ao rotavírus lâmina própria. Elaboram, por vezes, toxinas, colaborando
d) toxigênica, possivelmente devido à Salmonela enteretidis com o processo inflamatório e determinando concomitante-
e) osmótica, possivelmente devido à Shigella flexneri mente um quadro secretor. Como resultado, diarreia aquosa
e diarreia exsudativa, mucopiossanguinolenta, com tenesmo,
64- Trata-se de um quadro de diarreia secretora – fezes geralmente com febre, toxemia, alteração no leucograma e
líquidas, abundantes, claras, sem sangue, muco ou maior comprometimento do estado geral.
pus,quando mpesquisado o pH é normal. Há desconforto Escherichia coli enteropatogênica clássica (EPEC) – mecanismo
abdominal mas sem dor à evacuação + tendência à desidra- patogênico: adesividade e produção de citotoxina local
tação + vômitos/febre não clinicamente relevantes; diante Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) – mecanismo pa-
deste quadro os agentes mais prováveis são enterotoxi- togênico: toxigênese
na (ETEC, EPEC ou fase inicial de bactérias invasoras). Escherichia coli enteroinvasora (EIEC) – mecanismo pato-
Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC): bactéria não gênico: invasividade
invasora que produz toxinas; uma, termolábil (LT), tem Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) – mecanismo
ação semelhante à da cólera (estimulam o AMPc), pro- patogênico principal: invasividade, com quadro hemorrágico
vocando graves diarreias secretoras; outra, termoestável associado. Associação com síndrome hemolítico urêmica.
(ST), estimula o GMPc também determinando quadros Shigella – protótipo de organismo invasor que produz disen-
diarreicos secretores. Resposta a. teria (fezes com muco e sangue).
É transmitida principalmente pelo contato com a pessoa
SMS - Campinas – 2003 infectada. A propagação dentro de famílias, internatos e
65- Quadro clínico de diarreia recidivante (3 a 4 evacu- creches demonstra a capacidade de baixos números de mi-
ações diárias de fezes líquidas, sem sangue), dores epi- croorganismos causarem a doença num esquema de trans-
gátricas, anorexia e náuseas, em crianças, está mais fre- missão interpessoal.
quentemente associado à: As manifestações clínicas das shigeloses são representadas por
a) ascaridíase febre, vômitos, anorexia, toxemia, manifestações neurológicas
b) estrongiloidíase de causa não compreendida (cefaleia, convulsões, meningismo,
c) amebíase letargia ou alucinações), diarreia (fezes inicialmente líquidas e
d) teníase volumosas, seguidas de fezes disentéricas que podem prolon-
e) giardíase gar-se até 4 semanas), dor abdominal e tenesmo.
Salmonella – mecanismo patogênico: invasividade
65- Os mecanismos básicos na patogênese da diarreia, que Vírus (rotavírus) - A patogênese da diarreia viral caracteri-
podem agir concomitantemente, embora quase sempre um za-se pela invasão de enterócitos dos vilos, determinando
deles, na prática, predomine sobre os outros, são: necrose. Há ascensão de células ainda imaturas das criptas,
que são secretantes e pouco aptas à absorção, especialmen- de 3 mEq/100Cal de Na e 8g/100Cal de glicose. Uma criança
te da lactose. As manifestações mais frequentemente asso- com 18kg, pela regra de Holliday, tem como metabolismo
ciadas à diarreia líquida importante são vômitos (100%), basal 1400 Cal (1000 + 50x8). Portanto, necessita de volume
febre (10%), infecção de vias aéreas superiores (20 a 40%) (100/100), 1400ml/dia. Assim, um soro (1:4) com 280 ml
e desidratação. A excreção de partículas virais nas fezes, na de SF e 1120 ml de SG10% associa-se os 20 ml/Kg que o
fase aguda da doença é grande e como o vírus é resistente e enunciado referiu para reposição e teremos 280 + 360 ml =
estável às condições ambientais, há um grande potencial para 640 ml. A necessidade de K é 2,5 meq/100Cal ou, na formu-
infecções cruzadas, principalmente em ambientes fechados, lação 19,1%, 1 ml/100Cal. Resposta b.
como berçários, creches e hospitais.
A protozoose determinada pela Giardia lamblia é bastante TEP – 2005
prevalente em nosso meio; embora seja mais prevalente nos 68- Escolar de cinco anos tem história de episódios recor-
grupos sociais com condições mais precárias de vida, essa rentes de diarreia aquosa, de odor fétido, acompanhada
parasitose é encontrada em todas as classes sociais. Sua sin- de flatulência e distensão abdominal. No gráfico de cres-
tomatologia pode variar desde quadros de diarreia aguda cimento, observa-se desaceleração do ganho ponderal.
autolimitada até, como é comum, diarreia crônica de curso A parasitose intestinal que usualmente se associa a esse
persistente ou intermitente, com ou sem má absorção. Em quadro clínico é:
nosso meio, deve-se levantar a suspeita de giardíase em toda a) teníase
criança com diarreia crônica. Resposta e. b) giardíase
c) amebíase
UFG – 2002 d) ascaridíase
66- O evento fisiopatológico característico da desidrata- e) necatoríase
Gabarito Comentado
ção hipernatrêmica é:
a) depleção de água celular 68- Em nosso meio, em toda diarreia crônica deve ser descar-
b) choque hipovolêmico tada a hipótese de giardíase. O espectro clínico pode variar
c) acidose metabólica desde os quadros assintomáticos (maioria), diarreia aguda
d) insuficiência renal (fezes líquidas, explosivas e fétidas, com curso autolimitado)
e) retenção de potássio até casos de diarreia persistente ou intermitente (esteator-
reia), seguida ou não de má-absorção, semelhante à doença
66- A desidratação hipernatrêmica é caracterizada por sódio celíaca. Em crianças com desnutrição prévia, a giardíase
sérico maior que 150 mEq/L. Há depleção de sódio e água, pode induzir a quadros de diarreia crônica devido a altera-
porém com uma perda proporcional maior de água. Há, ções de mucosa intestinal e maior exposição a infecções. 23
portanto, gradiente osmótico, sendo que a maior tonicidade Resposta b.
do meio extracelular leva à desidratação celular com graves
sintomas secundários, principalmente relacionados ao UFG – 2003
sistema nervoso central. A desidratação hipernatrêmica pode 69- Na prevenção da febre reumática, é fundamental a
ocorrer em pacientes com gastroenterite associada à pouca erradicação do Streptococcus beta hemolítico da oro-
ingestão de água e/ou elevada ingestão de sais, lembrando-se faringe. Para tanto, é necessário fazer o diagnóstico di-
que o preparo incorreto dos soros de hidratação oral repre- ferencial entre as faringoamigdalites agudas virais e as
senta uma causa comum. Resposta a. bacterianas. Em relação a esse diagnóstico diferencial, é
correto afirmar:
CRM – 2007 a) as amigdalites bacterianas são mais frequentes em crianças
67- Um menino com seis anos de idade e com peso de 18kg menores de 3 anos de idade
desenvolve quadro de desidratação devido a um quadro b) petéquias no palato e/ou pilares amigdalianos afastam a
diarreico. Recebeu soro de reparação IV. O médico etiologia bacteriana
prescreve soro de manutenção com reposição de 20ml/kg, c) sugerem etiologia viral: idade inferior a 3 anos, surtos epi-
em soro fisiológico, segundo as regras de Holliday-Segar. dêmicos, febre alta ou picos febris com bom estado geral,
Contempla esta prescrição: rinite, estomatite, conjuntivite, laringotraqueobronquite
a) soro glicosado 10%, 1480ml; soro fisiológico, 360ml; d) as amigdalites bacterianas não apresentam adenopatias
KCl 19,1%, 18ml satélites
b) soro glicosado 10%, 1120ml; soro fisiológico, 640ml; e) início abrupto com febre alta contínua e prostração são
KCl 19,1%, 14ml próprios da etilologia viral
c) soro glicosado 5%, 1480ml; soro fisiológico, 360ml; KCl
19,1%, 14ml 69- Alguns achados clínicos são considerados clássicos de
d) soro glicosado 5%, 1480ml; soro fisiológico, 640ml; KCl faringotonsilites bacterianas (estreptocócicas):
19,1%, 14ml - início abrupto da doença em criança maior de 2 anos de
e) soro glicosado 5%, 1120ml; soro fisiológico, 640ml; KCl idade. Nas faringoamigdalites que ocorrem antes dos 2 anos
19,1%, 18ml de idade somente 4% são pelo estreptococo; entre os 5 e 8
anos esse número sobe para 50%.
67- Um soro de manutenção, adequadamente prescrito - febre elevada
(oferecendo as necessidades básicas de água, Na, glicose e - dor de garganta, com hiperemia e presença de lesões pete-
potássio apresentadas acima) deverá ser sempre um soro 1:4, quiais em palato e pilares tonsilares
se na sua composição forem utilizados o SG 10% e o SF - exsudato tonsilar (há, entretanto, alguns vírus que produzem
0,9%. Esta é uma regra prática que sempre garantirá a oferta um exsudato semelhante aos de infecção bacteriana)
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
- linfonodos cervicais anteriores aumentados e doloridos, de 72- O quadro descrito é inconfundível, trata-se de Tetralogia
aparecimento, por vezes, prévio ao exsudato tonsilar de Fallot (CIV de via de saída, obstrução da via de saída
- ausência de sintomas/sinais de infecções respiratórias virais do ventrículo, cavalgamento da aorta e hipertrofia do ven-
como conjuntivite, tosse, coriza ou diarreia trículo direito). A anormalidade fundamental que contribui
- náuseas, vômitos e dor abdominal. para cada uma dessas características é o desvio anterior e em
Resposta c. direção cefálica do septo de saída, que é mal alinhado em
relação ao septo trabecular.
AMIRGS – 2006 A maior parte dos pacientes apresenta cianose importante
70- Criança de 4 anos, sexo feminino, apresenta-se com desde o primeiro ano de vida. Durante a infância, os pacientes
dor nos membros inferiores e dificuldade na deambulação apresentam quadros de hipoxia súbita, denominados “tet
há dois meses. Apresenta quadro intermitente de febre, spells”, que são quadros de taqui e hiperpneia seguidos de
palidez e episódios esporádicos de epistaxe. Ao exame cianose, perda de consciência e até mesmo AVCs e morte.
físico, constatam-se mucosas hipocoradas, equimoses Esses quadros são limitados à infância e podem ser desenca-
difusas, hepatoesplenomegalia e adenopatia cervical. deados pelo choro.
Qual o primeiro exame a ser solicitado?
Adultos costumam apresentar dispneia e intolerância ao
a) hemograma
exercício. Também são comuns complicações crônicas como
b) coagulograma
cianose, policitemia, hiperviscosidade, alterações de hemos-
c) pesquisa de macrófagos
tasia, AVCs e endocardite.
d) cintilografia óssea
e) dosagem de antiestreptolisina-O Ao exame, os pacientes apresentam cianose e baquete-
amento digital. O VD costuma ser palpável. A primeira
70- O quadro descrito é compatível com leucose aguda, pro- bulha é normal. A segunda bulha é única, pois o componen-
vavelmente LLA, que corresponde ao câncer mais comum te pulmonar é inaudível. Há um sopro sistólico no bordo
da infância. Diante dessa situação clínica o primeiro exame esternal esquerdo, ocasionalmente com frêmito, causado
é o hemograma completo (85% dos casos são identificados pela obstrução da via de saída do VD.
através do hemograma). Resposta a. Durante o crescimento do paciente, observa-se uma exa-
cerbação da cianose com aparecimento de baqueteamento
AMIRGS – 2006 digital. As crianças que já caminham procuram, instinti-
71- Gastroenterite viral aguda em crianças entre 6 e 24 vamente, a posição de cócoras quando a estenose infundi-
meses de idade é mais frequentemente causada por: bulovalvar já é importante. Após esforço, o baixo débito
a) Adenovírus entérico pulmonar melhora quando aumenta a resistência sistêmica
24 b) Calicivírus e diminui o retorno venoso. Nas crises de hipoxia, mais fre-
c) Astrovírus quentes dos 6 aos 12 meses, dispneia e palidez cutânea estão
d) Rotavírus presentes, com exacerbação da cianose e desaparecimento
e) Norwalk vírus do sopro; a seguir, pode haver letargia e sonolência durante
1 a 5 minutos, mas pode estender-se por até 30 minutos a 1
71- Rotavírus, a partir de sua descoberta como agente entero- hora. Tais episódios têm regressão espontânea na maioria das
patogênico em 1973, verificou-se ser o mais importante agente vezes, mas alguns deles necessitam de tratamento médico
viral causador de diarreia aguda. É a principal causa de diarreia especializado. Resposta b.
nas áreas urbanas em climas temperados, no inverno, quando
chega a se responsabilizar por 80% da etiologia das diarreias, Universidade Federal de Pelotas – 2010
principalmente em crianças entre 6 e 24 meses. As manifes- 73- Qual a evolução esperada no crescimento, para uma
tações mais frequentemente associadas à diarreia líquida im- criança normal aos 12 meses de vida, cujos parãmetros
portante são vômitos (100%), febre (10%), infecção de vias de nascimento foram os seguintes: peso = 3.300 gramas,
aéreas superiores (20% a 40%) e desidratação. A excreção comprimento = 50 centímetros e perímetro cefálico 35
de partículas virais nas fezes, na fase aguda da doença é
centímetros?
grande (1011 por grama de fezes) e como o vírus é resistente e
a) peso = 12 kilos, comprimento = 85 centímetros, perímetro
estável às condições ambientais, há um grande potencial para
cefálico = 56
infecções cruzadas, principalmente em ambientes fechados,
b) peso = 10 kilos, comprimento = 70 centímetros, perímetro
como berçários, creches e hospitais. De fato, o rotavírus é um
cefálico = 50
dos principais agentes encontrados em diarreias intra-hospita-
lares. Rotineiramente o diagnóstico é estabelecido através da c) peso = 9 kilos, comprirrento = 75 centime tros, perímetro
pesquisa de antígenos virais, utilizando-se ensaio imunoenzi- cefálico = 52
mático, que é bastante sensível e específico. Resposta d. d) peso = 10 kilos, comprimento = 75 centímetros, perímetro
cefálico = 46
AMIRGS – 2006 e) peso = 9 kilos, comprimento = 60 centímetros, perímetro
72- Lactente do gênero masculino apresentou cianose no cefálico = 48
período neonatal. À ausculta, tinha sopro holossistólico
de ejeção paraesternal esquerda e hipoxennia em crises 73- Primeiro conceito clássico a ser memorizado: a velocida-
após período neonatal. A cardiopatia que apresenta é: de de crescimento do primeiro ano de vida é de 25 cm/ano;
a) comunicação interventricular portanto, nascendo-se com 50 cm , espera-se chegar na idade de
b) tetralogia de Fallot um ano com 75cm de estatura, o que praticamente já responde
c) comunicação interauricular a questão. Regra clássica do crescimento do perímetro cefálico:
d) persistência do ducto arterioso ganho de 2 cm/mês no primeiro trimestre, 1 cm/mês no segundo
e) estenose aórtica trimestre e 0,5 cm/mês no terceiro e quarto trimestres, totali-
zando 12cm/ano no primeiro ano. Nascendo-se com PC de 35, para imunizá-los contra germes encapsulados, mas também
portanto, 35 + 12 = 47 cm. Uma criança com 12 meses de idade devem ser vacinados contra vírus influenza, uma vez que se
geralmente apresenta-se com o triplo do peso de nascimento expostos à gripe, com maior facilidade esta população pode
(portanto entre 9 e 10 kg). Resposta d. complicar com infecção bacteriana secundária.
Na anemia ferripriva o RDW (índice de anisocitose) encon-
FUNRIO – 2010 tra-se elevado (acima de 14,5%). O uso de leite de cabra é
74- Em relação ao diagnóstico, prevenção e tratamento uma causa de megaloblastose na população neonatal. Os
das anemias, podemos afirmar que: lactentes a partir do desmame, devem receber ferro de forma
a) a anemia da talassemia é corrigida através da administra- profilática, evitando dessa forma o desenvolvimento de
ção de ferro intramuscular anemia ferripriva. Resposta e.
b) os portadores de anemia falciforme não devem receber
vacinas de vírus vivos Universidade Federal de Pelotas – 2010
c) o índice de anisocitose encontra-se diminuído na anemia 75- A principal causa de mortalidade na adolescência se
ferropriva deve a:
d) a anemia megaloblástica pode ser tratada pela prescrição a) causas externas
do leite de cabra b) doenças infecto-contagiosas
e) os lactentes, a partir do desmame, devem receber ferro de c) doenças respiratórias
forma profilática d) doenças cardiovasculares
e) doenças neurológicas
74- O tratamento da Talassemia clínica é essencialmente feito
às custas de transfusão de sangue. Os pacientes portadores 75- A principal causa de mortalidade na adolescência se deve
Gabarito Comentado
de anemia falciforme são de risco para infecção por germes às causas externas. Observe a tabela abaixo, extraída apostila
encapsulados, tendo, portanto, a recomendação rotineira volume 2 de Medicina Preventiva, página 50.
Resposta a.
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
Gabarito Comentado
FUNRIO – 2010
b) 3 e 4 e 5 81- Das variáveis de prognóstico no carcinoma de endo-
c) 2 e 4 e 5 métrio citadas abaixo, apenas uma delas é a mais impor-
d) 1 e 2 e 5 tante para a sobrevida da paciente. Qual é?
e) 1 e 2 e 3 a) estágio da doença
b) tipo histológico
79- O hipogonadismo hipogonadotrófico acontece quando c) idade da paciente
não há funcionamento dos ovários ou gônadas femininas d) citologia peritoneal
(e daí o nome hipogonadismo), decorrente da queda da e) marcadores tumorais genéticos/moleculares
produção de gonadotrofinas como FSH e LH (daí o nome hi-
pogonadotrófico). Assim, essa patologia é devida a problemas 27
81- Tanto maior o tumor, maior a disseminação e pior o prog-
centrais do eixo hipotálamo-hipofisário-ovariano, envolven-
nóstico, fato que é denominador comum em oncologia. De
do o hipotálamo e/ou hipófise. No caso de amenorreia hi-
acordo com a literatura temos: estádio I (94%), II (71%), III
potalâmica há menor produção de GnRH, que estimularia a
(40%). Para o estádio IV, assinala-se sobrevida de 20% em
liberação de FSH e LH e assim se mantém baixos os níveis
5 anos. Aqui deve-se salientar que também a localização do
desses hormônios, um exemplo é a síndrome de Kallmann,
tumor é importante; quanto mais próximo do istmo, maior a
que também cursa com hipoplasia de bulbo olfatório. Dessa
possibilidade de invasão cervical e comprometimento de lin-
forma, consideramos erradas a primeira assertiva, já aumento
fonodos periaórticos. Quando houver invasão da miocérvice
de GnRH não caracteriza hipogonadotrofismo, e a terceira
(profunda), o prognóstico será pior do que em caso de com-
assertiva, uma vez que não é o hipotálamo que produz FSH.
prometimento glandular somente (superficial).
Pelo exposto consideramos corretas as assertivas 2, 4 e 5.
Resposta e. Não concordamos com o gabarito oficial e não Diferenciação Histológica
há alternativa correta para a questão. Gabarito oficial, E. Como é de se esperar, também os carcinomas pouco dife-
renciados são mais agressivos e, com mais rapidez, metas-
FUNRIO – 2010 tatizam-se no colo, nos linfonodos regionais, na pelve e em
80- Sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), órgãos distantes. A invasão miometrial é mais rápida e, com
assinale a assertiva correta: isso, há permeação linfática; daí a mais apressada extensão
a) é causa infrequente de oligoovulação da moléstia e a menor sobrevida.
b) a paciente com SOP raramente apresenta sinais de hipe- Invasão Miometrial
randrogenismo Tanto maior a invasão, pior o prognóstico, porque é grande a pos-
c) as mulheres com SOP estão sob risco de hiperplasia en- sibilidade de comprometimento linfático. Quando não há qualquer
dometrial invasão ou ela é apenas superficial, não há diferença estatistica-
d) as pacientes com SOP não apresentam resistência à insulina mente significativa. Na verdade, o que importa é a proximidade
e) o tratamento cirúrgico (ressecção em cunha dos ovários) do tumor à serosa, porque aqui mais rica é a rede linfática.
deve ser a primeira escolha na indução da ovulação em Comprometimento Linfonodular
pacientes obesas com SOP É tanto maior quanto pior for o estadiamento clinico e, no
estádio I, está relacionado, como já se mencionou, ao grau de
80- Critérios para o diagnóstico de SOP revisados em 2003: invasão e de indiferenciação tumoral. É importante considerar
- oligomenorreia e/ou anovulação todos os linfonodos (pélvicos e aórticos). De forma geral, no
- sinais clínicos ou laboratoriais de hiperandrogenismo estádio I, a sobrevida de todas as pacientes é de 80 a 90%; para
- ovários policísticos à ultrassonografia as com linfonodos tomados pela neoplasia é de apenas 31%.
A síndrome pode incluir, além de irregularidade menstrual e Citologia Peritoneal
sinais de hiperandrogenismo, obesidade, resistência à insulina e Quando é positiva, o que pode ocorrer quando a moléstia só
níveis elevados de LH. A condição está associada com aumento é restrita ao útero (52%), o prognóstico é pobre. No restante
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
das vezes ela é positiva, quando outros fatores já indicam FUNRIO – 2010
mau prognóstico. Contudo, ausentes esses fatores e ficando 84- Qual das manobras abaixo é efetivamente feita no
só a citologia positiva, ela indica mau prognóstico e, assim, quarto período clínico do parto?
o caso merece melhor atenção terapêutica, fato contudo não a) manobra de Liverpool
de todo aceito. Resposta a. b) manobra de Credé
c) manobra de Bracht
FUNRIO – 2010 d) manobra de Taxe
82- O concepto que ao nascer apresenta peso inferior ao e) manobra de Pajot
percentil 10 é denominado pequeno para idade gestacio-
nal (PIG) , alteração quase sempre decorrente do cresci- 84- A manobra de Liverpool é uma manobra utilizada para
mento intrauterino retardado (CIUR), dentre as alterna- o desprendimento da cabeça derradeira no parto pélvico por
tivas abaixo, assinale a correta. via vaginal.
a) o CIUR ocorre em cerca de 20% das gestações ditas de Primeira parte – O tronco do concepto é deixado pender
baixo risco. das vias genitais durante 20 segundos, com a finalidade de
b) a hipoplasia celular determina o CIUR assimétrico. favorecer a flexão e a descida da cabeça fetal.
c) diante do diagnóstico do CIUR , o corticoide está con- Segunda parte – Quando a nuca desce o suficiente e a raiz
traindicado. do couro cabeludo do concepto torna-se visível, o feto é
levantado pelos pés, sob leve tração contínua, de tal sorte que
d) no CIUR assimétrico ,cuja a vitalidade é normal , o ILA
a sua cabeça venha a girar em torno da sínfise púbica, despren-
não tem valor prognóstico.
dendo-se o queixo, a face e, finalmente, a fronte e o occipital.
e) no CIUR tardio com avaliação de vitalidade normal associado
a oligodramnia, recomenda-se a interrupção da gestação com
34 semanas.
FUNRIO – 2010
83- A taxa de mortalidade materna no Brasil é consid-
erada alta pela OMS , a pré-eclâmpsia e/eclâmpsia ocupa É manobra útil para liberar os braços do concepto quando
o primeiro lugar na causalidade de morte. Seu único e de- elevados, adiante ou por trás da cabeça fetal (braço nucal).
finitivo tratamento é a interrupção da gestação, que será Introduz-se toda a mão na vagina, ao nível da chanfradura sa-
indicada no caso de: crociática da bacia. Os dedos indicador e médio, estendidos, são
a) níveis de plaquetas < 120.000 aplicados sobre a face interna do braço, como se fossem talas. Há
b) síndrome HELLP sempre que diagnosticada que se atingir a prega do cotovelo. O polegar deve se localizar
c) gestação > 38 semanas sobre a face interna do braço ou no oco axilar. Abaixa-se o
d) ultrassonografia evidenciando circular de cordão braço, fazendo-o executar lento movimento circular, concêntri-
e) polidramnia co no sentido da flexão, sem contrariar o jogo normal das articu-
laçôes, ou seja, o braço do concepto não deve ser dirigido para
83- Veja a tabela abaixo: a sua nuca. O antebraço e a mão fetal percorrem a superfície
externa da face, em movimento semelhante ao assoar o nariz.
CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO NA PRÉ-
ECLAMPSIA Os dedos não deverão ser utilizados como ganchos para não
expor o úmero e a clavícula a fraturas.
Gestação com mais de 38 semanas
Plaquetopenia (< 100.000 mm3)
Sinais de deterioração da função hepática
Função renal comprometida, caminhando para a insuficiência do
órgão
Suspeita de descolamento prematuro da placenta
Cefaleia, alterações visuais, náuseas e dor epigástrica persistentes
Crescimento intrauterino retardado grave
Oligodramnia
Comprometimento da vitalidade fetal
Resposta c.
A manobra de Créde, na qual se realiza pressão no fundo AMIRGS – 2006
uterino, para expulsar a placenta, é atualmente proscrita; 86- Paciente chega à consulta na emergência com história
inúmeros são os casos de inversão uterina. Por outro lado, a de sangramento vaginal em grande quantidade, acompa-
manobra de Jacob-Dublin, que consiste em rodar a placenta nhado de dor no baixo ventre, tipo cólica, e eliminação de
quando esta se apresenta à fenda vulvovaginal, com o intuito material semelhante a coágulos. No momento, apresenta
de entrançar-lhe as membranas e evitar que estas se rompam, dor no baixo ventre e sangramento de pouco a moderado.
é bastante útil. Pode-se completar este procedimento com a O colo uterino é fechado e o útero com volume menor do
manobra de Freund, que consiste em deprimir o segmento que o esperado para a idade da gestação estimada pela
inferior uterino com leve pressão sobre a borda superior da data da última menstruação. Os achados são compatíveis
sínfise púbica, desta forma retificando o ângulo corpóreo- com quadro de:
cervical e, portanto, facilitando a descida da placenta. A a) ameaça de abortamento
inversão aguda uterina é quase sempre iatrogênica e resulta de b) abortamento incompleto
manobras intempestivas durante o secundamento. O quadro c) abortamento retido
d) abortamento completo
clínico é de uma hemorragia, que pode ser grave e resultar
e) abortamento inevitável
em choque hipovolêmico. A conduta realizada de emergên-
cia é a manobra de Taxe, que visa a desinversão. Consiste em
86- Os achados são compatíveis com abortamento completo.
introduzir a mão na vagina e tentar apreender o corpo uterino
Este é um quadro que se define pela expulsão espontânea e
com o auxílio da mão abdominal e com os dedos e delicada-
total do feto e dos anexos e que se caracteriza pelos seguintes
mente desfazer o anel estrangulador. Resposta d. aspectos:
Cessação ou diminuição repentina do sangramento e da dor
Gabarito Comentado
AMIRGS – 2006 abdominal.
85- Mulher de 21 anos, nulípara, comparece ao ambula- Toque vaginal revela útero contraído e pequeno para o tempo
tório por um atraso menstrual de três semanas, trazendo de amenorreia informado.
teste de gravidez positivo. Na consulta, refere apresentar Orifício interno do colo uterino encontra-se fechado, na
epilepsia, uso regular de fenitoína até há duas semanas, maioria das vezes.
quando interrompeu o medicamento devido à gestação. Nada mais do que coágulos são vistos pela ultrassonogra-
Nunca usou outro anticonvulsivante. As crises convulsi- fia na cavidade uterina. Nesses casos, é necessário admitir a
vas tônicoclônicas retornaram com intervalo de 4-5 dias. possibilidade de gestação ectópica. Resposta d.
A conduta mais adequada a este quadro de epilepsia na
gestação é: AMIRGS – 2006 29
a) iniciar ácido valproico e controlar seu nível sérico 87- Na realização da avaliação do bem-estar fetal e em
b) iniciar carbamazepina e suplementação com ácido fólico relação ao uso da cardiotocografia anteparto, devem ser
c) iniciar diazepam e controlar os batimentos cardiofetais considerados, EXCETO:
d) manter fenitoína e realizar controle ecográfico mensal a) idade da gestação
e) não utilizar anticonvulsivantes devido ao risco de mal formações b) movimentos respiratórios fetais
ser superior àquele representado pela epilepsia não tratada c) aceleração transitória da frequência cardíaca fetal
d) variabilidade da linha de base
85- Estudos têm demonstrado frequência aumentada, 3 a e) estímulo vibroacústico na presença de padrão silente
10%, de complicaçôes fetais quando do uso de anticonvul-
sivantes na gestação. Essas complicaçôes incluem aborta- 87- A cardiotocografia (CTG) é método propedêutico não
mentos espontâneos, morte perinatal, anomalias congêni- invasivo que utiliza princípios biofísicos para obter registro
tas e distúrbios do crescimento e do desenvolvimento dos gráfico da frequência cardíaca fetal (fcf) e, simultaneamente,
conceptos. Um dos mecanismos propostos para justificar os da movimentação do concepto e/ou das contrações uterinas.
A cardiotocografia foi, na década de 70, o principal método
efeitos teratogênicos dos anticonvulsivantes é a deficiência
de avaliação da vitalidade fetal, fazendo com que fossem
de folato, provocada pela maior parte dessas drogas. Entre
abandonadas as técnicas bioquímicas até então empregadas.
as anomalias estruturais do neonato, citem-se a hipoplasia
A cardiotocografia é classificada em anteparto e intraparto. A
ungueal ou de falanges distais, o lábio leporino e a fenda
primeira destina-se ao acompanhamento da saúde fetal durante
palatina e as malformaçôes crânio-faciais, cardíacas e do
a gestação, e a segunda propõe-se a monitorar a vitalidade do
tubo neural. Com exceção do valproato, que mostra risco de concepto durante o trabalho de parto. É chamada basal, quando
1 a 2% na ocorrência de espinha bífida, a maioria das drogas o exame transcorre sem a interferência do examinador, e esti-
anticonvulsivantes não apresenta padrão próprio de malfor- mulada, quando se utilizam recursos mecânicos ou vibroacústi-
mações fetais. Recomendações gerais para o uso de anticon- cos para testar a reação do concepto. Atualmente utiliza-se, com
vulsivantes na gravidez são a seguir listadas. Suplementação frequência, a estimulação vibroacústica como parte integrante
de ácido fólico, desde o período pré-concepcional. Preferên- do exame cardiotocográfico. Já a cardiotocografia computado-
cia pela monoterapia na menor dose possível. Manutenção rizada serve-se de equipamento que permite processamento e
do regime terapêutico pré-gestacional, já que inexiste droga análise eletrõnica do sinal biológico e, como consequência, in-
anticonvulsivante de escolha para emprego na gestação. Por terpretação mais precisa das oscilações batimento a batimento
vezes, há que se aumentar a dose do fármaco no terceiro da frequência cardíaca fetal, impossível pelo exame visual do
trimestre da gravidez, para melhor controlar a doença. Os an- gráfico praticado quando do procedimento clássico. A cardio-
ticonvulsivantes convencionais são seguros para uso durante tocografia anteparto está indicada para avaliar a vitalidade fetal
a amamentação. Resposta b. nos casos em que a dopplerfluxometria mostrar fluxo fetopla-
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
centário alterado. Quando a dopplerfluxometria não estiver 89- Pela curva apresentada, nota-se que, por volta de 30
disponível, a cardiotocografia anteparto deve ser solicitada: semanas, a altura uterina apresenta-se abaixo do percentil 10
na gestação de baixo risco, de rotina, entre 36 e 38 semanas para a idade gestacional, levantando forte suspeita à cerca
de gravidez. Na gestação de alto risco, a partir de 26 semanas de Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU). Há três
de gravidez, em intervalos nunca superiores a uma semana. O tipos de RCIU: o simétrico, que acontece desde o início da
exame não está indicado antes de 26 semanas de gravidez pela gestação e tem como principal causa alterações genético-
imaturidade fisiológica do sistema nervoso autônomo e por ine- cromossômicas; o assimétrico, que acontece mais tardia-
xistirem parâmetros de normalidade disponíveis para essa idade mente na gestação e decorre de insuficiência placentária
gestacional. Resposta b. principalmente por DHEG; e o misto, mais raro, podendo
decorrer de desnutrição grave. Nesse caso, como houve
AMIRGS – 2006 crescimento normal até pelo menos 25 semanas, temos uma
88- Chega ao pré-natal multípara de 30 anos, com 32 possível RCIU assimétrica, ou seja, provável insuficiência
semanas de idade gestacional, assintomática. A paciente placentária, o que significa que o feto pode estar recebendo
tem certeza da data da última menstruação e com 12 pouco nutriente advindo dessa placenta de função reduzida
semanas realizou ecografia que era compatível com o e estar sofrendo em consequência disso. Aqui a primeira
tempo de atraso menstrual. Ao exame, o obstetra observa conduta seria ultrassonografia obstétrica para confirmação
que não houve crescimento da altura uterina no intervalo diagnóstica (peso menor que percentil 10 para a idade ges-
de um mês. Com a hipótese de crescimento intrauterino tacional) e, caso realmente presente a RCIU, avaliação de
restrito, qual a conduta indicada? vitalidade fetal, que pode ser feita com perfil biofísico fetal,
a) espectante e reavaliar em uma semana Dopplerfluxometria, especialmente de umbilical para avaliar
b) espectante e reavaliar em um mês a função placentária, e até cardiotocografia, mas essa tem
c) realizar ecografia obstétrica com dopplerfluxometria menor eficácia nesses casos por mostrar alterações mais tar-
d) realizar ecografia obstétrica para avaliar biometria fetal diamente. Medir o colo, administrar uterolíticos ou progeste-
e) interromper a gestação rona não estão indicados. Resposta a.
88- A medida da altura uterina serve como triagem, e não TEGO – Obstetrícia – 2008
diagnóstico, de distúrbios do crescimento fetal ou do líquido 90- Na realização da pelvimetria interna pelo exame de
amniótico, já que algumas situações normais podem trazer toque, representado na figura, mede-se a conjugata:
mudanças na altura uterina esperada, como fetos em situação
transversa ou insinuados. Para confirmar um distúrbio de cres-
30 cimento basta ultrassonografia obstétrica simples que trará a
estimativa peso e a biometria fetal, o que permitirá o diag-
nóstico da possível alteração. No caso de restrição de cresci-
mento, se houver, o feto estará com peso estimado abaixo do
percentil 10 para aquela idade gestacional. Resposta d.
a) diagonalis
b) vera obstétrica
c) vera anatômica
d) exitus
Gabarito Comentado
b) à fase de latência da dilatação hipóxico. Na presença dos critérios 4 e 5, há fortes indícios
c) à curva de inclinação máxima da dilatação de que o evento é agudo.
d) ao estágio de desaceleração da dilatação CRITÉRIOS NÃO ESPECÍFICOS MAS SUGESTIVOS
DE QUE O MOMENTO DE OCORRÊNCIA DA HIPÓXIA
AGUDA OCORREU NO PARTO
91- Friedman, visando construção do partograma, dividiu
a dilatação cervical em duas grandes fases: a fase latente e 1- Sinal hipóxico sentinela que ocorre imediatamente antes ou
durante o parto
a fase ativa. Na primeira, mais demorada, podendo chegar
2- Repentina, rápida e sustentada deterioração dos padrões
a 20 horas em primigestas, ocorre esvaecimento do colo e normais da frequência cardíaca fetal usualmente após a ocorrên-
apenas pequena dilatação (até cerca de 3 cm). Posteriormen- cia de sinal hipóxico sentinela
te, advém a fase ativa, subdividida em 4 períodos que podem 3- Índice de Apgar 0-6 por mais de 5 minutos 31
ser representados graficamente como uma curva sigmoide. 4- Evidência de deterioração precoce de múltiplos sistemas
Três desses são localizados até expulsão do feto, quando 5- Evidência de comprometimento precoce do sistema nervoso
da dilatação total. O primeiro dos três, em que se inicia o por neuroimagem
aumento da velocidade da dilatação cervical, é chamado de Resposta b.
aceleração; no segundo há dilatação de cerca de 1 cm/h, em
velocidade constante, e é chamado de inclinação máxima; TEGO – Obstetrícia – 2008
finalmente, quando da dilatação quase completa, há queda na 93- Puérpera, apresenta alteração ilustrada na figura. O
velocidade da mesma, é o chamado período de desacelera- agente etiológico mais provável é:
ção, assinalado no gráfico da questão. Veja abaixo o mesmo
gráfico com as legendas. Resposta d.
92- Na tabela a seguir expõem-se as evidências requeri- 93- Esta forma de mastite, devido principalmente às condições
das para estabelecer a relação entre a hipóxia intraparto e socioeconômicas, é mais frequente nas regiões menos de-
a paralisia cerebral. Os três critérios essenciais devem estar senvolvidas. É um quadro agudo que se inicia nas primeiras
presentes para que se possa considerar o evento como decor- semanas após o parto, tendo como fator predisponente a
rente do período intraparto. Se um dos critérios não está cla- maceração do mamilo e o aparecimento de pequenas fístulas.
ramente identificado, é provável que a paralisia cerebral não Os primeiros achados são febre, dor espontânea ou à leve
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
pressão da mama, seguida de induração, ligeiro enrijecimento graus). As principais diferenças entre esses dois de tipos
da pele e rubor. Pode causar mal-estar geral, assemelhando- de fórcipe são: a curvatura pélvica da colher, que é mais
se a processo gripal. A diminuição da amamentação, conse- acentuada no Simpson; e a articulação, fixa no Simpson e
quente à dor, agrava a ingurgitação e piora o estado infec- móvel no Kielland, o que permite correção de assinclitismo.
cioso, evoluindo para o abscesso mamário, em estágios mais Justamente por apresentar a curvatura pélvica acentuada,
avançados. A presença de coleção purulenta pode ser sugerida para fazer rotações com Simpson evitando laceração vaginal
pelo ultrassom e confirmada pela punção com agulha, mas sua pelas pontas das colheres, é preciso fazer grandes rotações
ausência não exclui a infecção. A localização dos abscessos com os cabos (circundução), diferentemente do Kielland
pode ser retro-mamária, intramamária ou subareolar. O germe que a rotação é feita diretamente num movimento chamado
mais comumente encontrado é o Staphylococcus aureus, em chave-fechadura. A figura apresentada na questão mostra
incidência que varia de 60 a 80%. Pode-se ter ainda, com fre- feto em apresentação cefálica fletida, portanto tendo como
quência menor, Salmonella, Pseudomonas aeruginosa, E. coli, ponto de referência (aquele mais facilmente palpável) o
Proteus mirabilis, entre outros. occipício (O), que no caso está voltado à iminência íleo-
O tratamento inicial inclui ordenha mamária e calor pectínea esquerda (E) da mãe, localizada na parte anterior
local. Esse tratamento consiste basicamente em incisão e da bacia (A) - OEA. Pelo mecanismo de parto este feto deve
drenagem, quando existe abscesso. O tipo de anestesia varia apresentar rotação interna de 45 graus, levando seu ponto de
de acordo com a extensão do processo, podendo ser neces- referência ao pube – para OP, o que pode ser auxiliado com
sária a anestesia geral. A cultura de secreção purulenta deve Simpson ou Kielland. No caso em questão usou-se Simpson,
ser feita de rotina. Deixa-se dreno por 24 a 48 horas e o uso já que na figura pode-se perceber que a articulação é fixa e
de antibióticos sistêmicos está indicado. Geralmente admi- fez-se movimento amplo com os cabos. Resposta d.
nistram-se penicilinas resistentes a penicilinase ou cefalos-
porinas por via sistêmica (amoxilina ou cefalexina 500 mg, a Nas questões abaixo assinale a alternativa correta:
cada 8 horas, via oral, por 7 dias). Resposta a.
Universidade Federal da Paraíba – 2003
TEGO – Obstetrícia – 2008 95- Escolha verdadeiro ou falso e marque a alternativa
94- As figuras A, B e C representam a locação de um correta:
fórcipe de: I) ( ) Cancro sifilítico, gomas e roséolas são manifes-
tações clinicas de sífilis primária, secundária e terciária
respectivamente
II) ( ) O objetivo da profilaxia da transmissão vertical do
32 HIV é tornar a carga viral fetal indetectável
III) ( ) Bacterioscopia (GRAM) e cultura no meio de
Thayer Martin são os melhores meios diagnósticos na
cervicite gonocócica
IV) ( ) As gestantes HIV positivo devem tomar AZT
como prevenção da transmissão vertical associado aos
inibidores e protease
V) ( ) Chlamydia trachomatis é um parasito intracelu-
lar podendo causar obstrução tubária e esterilidade
a) V F V V V
b) V V F V F
c) F V V V F
d) F F V V F
e) F V V F V
Gabarito Comentado
As artérias ovarianas se anastomosam então com os ramos
96- O endométrio na pós-menopausa está representado por
tubários das artérias uterinas, emitindo vasos menores que
delgada linha à ultrassonografia; quando a espessura do eco en-
penetram nos ovários pelos seus hilos. A partir desse ponto
dometrial for menor que 3mm não há necessidade de estudo
histopatológico, pois ele é inativo ou atrófico. Só encontramos nascem ramos primários e secundários espiralados que
adenocarcinoma em endométrio com ecos maiores que 8mm. podem, pela sua configuração anatômica, acompanhar o de-
Ultrassonografia transvaginal e avaliação do eco endometrial na senvolvimento folicular. Resposta a.
pós-menopausa (< 5mm tem VPN 99% e quando > 4mm 99%
de câncer). A histeroscopia é o método de escolha para avaliar PUC-PR – 2010
a cavidade endometrial, pois, além de confirmar visualmente a 99- O tratamento indicado para o carcinoma de endomé- 33
lesão, possibilita biópsias dirigidas em áreas mais suspeitas: trio, estádio clínico I, é:
A citologia cérvicovaginal falha em 60% das vezes. Em nossa a) hormonioterapia exclusiva
casuística, foi positiva ou suspeita em 38,4% das pacientes. b) histerectomia total abdominal e anexectomia bilateral
Portanto, quando negativa, não afasta de forma alguma o c) histerectomia total e radioterapia complementar
tumor. Quando positiva, obriga a melhores investigações. d) histerectomia total abdominal, anexectomia bilateral e
Entretanto, mesmo ausentes as células malignas, o achado retirada do terço superior da vagina
de hemácias, histiócitos e índice cariopicnótico elevado (não
e) histerectomia total abdominal e hormonioterapia
estando a paciente sob estrogenoterapia ou cardiotônicos)
implica, também, em melhor investigação.
99- Não concordo com a resposta. O tratamento do câncer
Esta paciente possui fatores de risco para carcinoma de en-
dométrio, embora a espessura do endométrio seja de 1mm e de endométrio depende do estadiamento que é cirúrgico. O
de aspecto homogêneo, o nódulo intramural é de aproxima- estadio I indica que o tumor está restrito ao corpo uterino,
damente 7cm, somado aos dados clínicos descritos deve ter porém pode ser Ia (restrito ao endométrio), Ib (compromete
como principal hipótese diagnóstica adeno carcnoma endome- até metade do miométrio) e Ic (compromete mais do que a
trioide. Representa cerca de 80% dos cânceres do endométrio, metade do miométrio). Além disso o carcinoma de endomé-
assemelhando-se histologicamente com glândulas endome- trio, para fins de tratamento, é dividido em G1 ou grau 1 (bem
triais normais. A medida que esses tumores tornam-se mais diferenciado), G2 ou grau 2 (moderadamente diferenciado)
indiferenciados, aumenta seu componente sólido e de atipias, e G3 ou grau 3 (pouco diferenciado ou indiferenciado). O
bem como sua agressividade biológica. Portanto, é de extrema mínimo que fazemos para todas as mulheres com carcinoma
importância a determinação do grau de diferenciação desstes de endométrio é uma histerectomia total abdominal (HTA),
tumores, pois ele possui alto valor prognóstico. O tumor é salpingooforectmia bilateral (SOB) e lavado peritoneal para
considerado grau 1(G1) quando até 5% dele mostra padrão de pesquisa de célula neoplásica. Para os estadios Ia e Ib, G1 e
crescimento sólido, grau (G2) se este for de 6% a 50% e grau
G2, só é feita a HTA + SOB. Já nos estadios Ic ou qualquer
3(G3) se atinge acima de 50%2. Resposta d.
estadio I G3, a cirurgia continua e deve ser feita linfade-
UFF – Oncologia – 2002 nectomia para aórtica. Se os linfonodos não apresentarem
97- O estágio III do carcinoma de endométrio compreende: infiltração tumoral, faz-se radioterapia pélvica e se houver
a) invasão do estroma cervical comprometimento linfonodal, a radioterapia é pélvica e para
b) invasão da mucosa retal ou vesical aórtica. A partir do estadio II (colo uterino comprometido)
c) envolvimento da serosa uterina ou anexos e principalmente quando houver célula tumoral no lavado
d) envolvimento glandular endocervical peritoneal, também indica-se hormonioterapia com proges-
e) metástases a distância terona em altas doses por 3 a 6 meses. Resposta d.
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
HUB – 1999
100- Na mamografia: Medicina Preventiva
I- Microcalcificações agrupadas, com acentuado pleo-
FUNRIO – 2010
morfismo, são achados de alta suspeição de malignidade.
101- Estudos ou pesquisas podem apresentar erros e,
II- Massa sólida de bordas espiculadas é achado de alta para evitá-los, uma das medidas encontra-se na fase de
suspeição de malignidade. delineamento da pesquisa de modo a podermos ter infe-
III- Calcificações distribuídas em espaço inferior a 2 cm, rências de maior validade. Sobre as questões relaciona-
redondas e de tamanho uniforme, são indicativas de alta das às pesquisas clínicas, podemos afirmar que:
suspeição de malignidade. a) o erro aleatório é um resultado errado, obtido devido a um
viés
b) o erro sistemático é um resultado errado, obtido ao acaso
Assinale a opção correta. c) o viés é uma fonte de variação que distorce os achados do
a) apenas o item I está certo estudo para uma direção
b) apenas o item II está certo d) aumentando o tamanho da amostra reduzimos a influência
c) apenas o item III está certo do erro sistemático
d) apenas os itens I e II estão certos e) o erro aleatório causado pelo instrumento compromete a
acurácia da medida utilizada
e) apenas os itens II e III estão certos
101- Viés é um erro sistemático, um desvio sistemático, uma
100- Diante de uma mamografia considere os seguintes aspectos, tendenciosidade; não tem nada a ver com o erro aleatório,
quanto ao risco de malignidade: que é aquele que acontece devido ao acaso, devido à
ALTERAÇÕES QUE NÃO NECESSITAM DE AVALIAÇÃO variação amostral. Assim, as alternativas “a” e “b” estão in-
ADICIONAL vertidas quanto a suas explicações. Se o tamanho da amostra
São as seguintes: é aumentado, podemos minimizar o erro devido ao acaso
• alterações cutâneas (o erro aleatório); aumenta-se a precisão da estimativa por
• linfonodos intramamários redução (estreitamento) do intervalo de confiança da esti-
• lesões com densidade de gordura mativa obtida (alternativa “d”). A acurácia de uma medida
- lipoma (alternativa “e”) é função do erro sistemático, do desvio
34 - cistos oleosos sistemático que essa medida tem em relação ao verdadeiro
- galactocele
fenômeno que ela pretende medir; portanto, o erro aleatório
- lesões com densidade mista
nada tem a ver com a acurácia (ou validade, que é sinônimo
• hamartoma
de acurácia) de uma medida ou de um instrumento. Grande
- nódulos com calcificações grosseiras (benignas)
- fibroadenoma com calcificações involutivas erro aleatório leva a perda de precisão ou confiabilidade
ou reprodutibilidade de uma medida; todas essas últimas
• nódulos com calcificações periféricas
- fibroadenomas calcificados palavras são, também, sinônimos. O viés (alternativa “c”)
- cistos com paredes calcificadas distorce uma medida para mais ou para menos em relação a
- necrose gordurosa seu verdadeiro valor. Resposta c.
Gabarito Comentado
é correto afirmar: é que o paciente assine essa concordância no documento).
a) nenhum caso suspeito deve ser notificado antes da confir- Como regra geral, não se cobra o atestado médico, mas, sim,
mação laboratorial consulta. O atestado seria parte do atendimento.
b) o caso suspeito deve ser notificado independentemente de Não há necessidade de já acompanhar o paciente para que o
haver confirmação laboratorial profissional emita um atestado. Lembre-se: é uma declaração,
c) a notificação das doenças é atribuição exclusiva de profis- que deve ser verídica. Um médico habilitado que emite um
sionais de saúde atestado de conteúdo irreal está emitindo um documento for-
d) a notificação das doenças é atribuição de toda a coleti- malmente válido, mas ideologicamente falso. Isso, além de
vidade, daí a necessidade de confirmação laboratorial dos antiético, é crime. Ainda dentro desse assunto, o nosso código
casos antes da notificação lembra: não existe “teleatestado”, isto é, o atestado médico 35
implica ter se realizado presencialmente uma avaliação.
104- Como regra geral, mesmo na suspeita deve haver notifi- Vale a pena atentar para a recente Resolução 1.851/2008 do
cação. Há casos específicos, como o tétano neonatal, em que CFM, que tentou melhor definir a relação entre atestado de
a confirmação é necessária. médico assistente para o médico perito, especialmente para
A lista de doenças de notificação compulsória foi criada pela o perito do INSS. Ainda existe uma briga sobre o assunto,
Lei Nº 6.259 de 1975, que obriga os profissionais de saúde mas atualmente o médico do paciente pode atestar o diagnós-
no exercício da profissão, bem como os responsáveis por or- tico, o tratamento, o prognóstico e até o tempo de dispensa
ganizações e estabelecimentos públicos e privados de saúde esperado para a recuperação do paciente, não devendo,
e ensino, a comunicarem aos gestores do SUS a ocorrência todavia, usar termos que criem expectativas previdenciárias
dos casos suspeitos ou confirmados daquelas doenças. Ainda no seu atendido: aposentadoria, reabilitação etc. Essa análise
assim, antiga lei coloca como um dever de cidadania: Art. 8º é atribuição legal dos peritos médicos do INSS. Leia na
- É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária apostila. Resposta b.
local a ocorrência de fato, comprovado ou presumível, de
caso de doença transmissível, sendo obrigatória a médicos e Universidade Federal de Pelotas – 2010
outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem 106- Que índice antropométrico é considerado como o
como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos indicador mais sensível para monitorar a melhora da
públicos e particulares de saúde e ensino, a notificação de qualidade de vida de uma população?
casos suspeitos ou confirmados das doenças relacionadas em a) peso/altura
conformidade com o artigo 7º. Resposta b. b) peso/idade
c) altura/idade
SES-DF – Neurologia – 2009 d) perímetro braquial
105- Assinale a alternativa correta no que se refere a e) peso ao nascer
Atestados Médicos:
a) só pode ser expedido por médico habilitado na forma da 106- A antropometria é amplamente utilizada para avaliação
lei e que assiste o paciente, ou seja, o acompanha há pelo nutricional de indivíduos e de grupos populacionais. Em
menos 3 meses crianças, os índices antropométricos mais frequentemente
b) devem ser escritos em linguagem simples, clara e de utilizados são o peso/idade, a altura/idade e o peso/altura.
conteúdo verídico, omitindo-se a revelação explícita do diag- Esses índices são obtidos comparando-se as informações de
nóstico e expressar as recomendações médicas pertinentes peso, altura, idade e sexo com curvas de referência, como a
c) devem ser escritos em linguagem simples, clara e de conteúdo do National Center for Health Stastistics (NCHS). Os resul-
verídico e, a revelação explícita do diagnóstico, mesmo a pedido tados assim obtidos são expressos como escores Z, percentis
expresso do paciente implica em infração ética ou percentuais da mediana. Conforme sugerido pela Orga-
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
nização Mundial da Saúde (OMS), utilizam-se internacio- II correta). A assertiva I está incorreta: a prevalência da doença
nalmente como indicadores de desnutrição as proporções de (ou probabilidade de doença antes de ser aplicado qualquer
crianças com índices inferiores a - 2 escores Z abaixo da teste) não influencia a sensibilidade do teste diagnóstico; ela
mediana da referência. Para a avaliação do estado nutricional influencia, e muito, os valores preditivos do teste diagnóstico.
em nível individual, recomenda-se usualmente que os três A sensibilidade e a especificidade são propriedades dos testes
índices sejam calculados, uma vez que refletem processos diagnósticos; independem da prevalência.
diferentes.Estudos brasileiros têm revelado que as ações Doença
básicas de saúde infantil não atingem igualmente todas as
Presente Ausente
parcelas da população. A avaliação dos programas de ali-
mentação e nutrição pela PNSN demonstrou que, apesar Verdadeiros Falsos
Positivo
Teste positivos (a) positivos (b)
dos objetivos ambiciosos e números expressivos, ocorre
cobertura deficiente nas regiões e estratos mais pobres e Diagnóstico Falsos Verdadeiros
Negativo
entre os grupos biologicamente mais vulneráveis, além de negativos (c) negativos (d)
falta de coordenação com os programas de saúde e educação. a+c b+d
As pesquisas realizadas com apoio da UNICEF nos Estados Resposta d.
do Nordeste brasileiro, entre 1987 e 1992, apontam para a
necessidade de estudos populacionais para validar sistemas AMIRGS – 2006
baseados em serviços. Deficiências importantes foram ob- 108- Em estudo para avaliar o desempenho de uma
servadas na assistência à saúde das crianças, com baixos per- vacina, os pesquisadores responsáveis escolheram 2500
centuais de acompanhamento em programas de puericultura, participantes para receber a vacina, e 2500 participan-
uso praticamente nulo dos cartões de crescimento e cobertura tes para receber o placebo. A escolha foi feita com base
vacinal completa atingindo menos da metade das crianças. na história clínica pregressa dos indivíduos. Foi utilizada
Em diversos Estados, a cobertura das ações básicas de saúde a estratégia de mascaramento dos participantes (estudo
foi menor em famílias de baixo nível socioeconômico. cego). Os indivíduos foram acompanhados pelo período
Para validar esta proposta, incluiram-se nesta análise de seis meses após a intervenção. Com base nestas in-
somente estudos de base populacional realizados por grupos formações, pode-se afirmar que a amostra utilizada no
de pesquisa com atuação consolidada na investigação da estudo foi do tipo:
situação de saúde e nutrição de crianças brasileiras. Nesses a) por conveniência
estudos observa-se que o mais importante déficit antropomé- b) aleatória por conglomerados
trico em menores de cinco anos foi o de altura/idade, seguido c) aleatória simples
36 pelo déficit de peso/idade. Ainda nesses estudos, bem como d) aleatória sistemática
em outros realizados em países da América Latina, o percen- e) por disponibilidade
tual de crianças abaixo de - 2 escore Z para déficit de peso/
altura tende a ser muito baixo, em níveis semelhantes aos da 108- A amostragem pode ser de dois tipos: aleatória
referência NCHS. Resposta c. (sinônimo de probabilística; a que é obtida por métodos
baseados em sorteio; é possível calcular a probabilidade de
AMIRGS – 2006 uma unidade amostral ser selecionada para a amostra) ou não
107- Com relação às propriedades dos testes diagnósti- aleatória (não probabilística). A amostragem probabilística
cos, é possível afirmar que: pode ser submetida a um tratamento estatístico; isto permite
I- A prevalência da doença modifica a sensibilidade dos compensar os erros amostrais e garantir a representatividade
testes. da amostra. No caso em pauta não houve sorteio para se obter
II- Quanto maior a especificidade de um teste, menor o a amostra, logo, é amostragem não aleatória. A amostragem
número de falsos positivos. não probabilística pode ser de três tipos: 1) intencional ou
III- Quanto maior a sensibilidade de um teste, menor o por julgamento: conhecidas algumas características de uma
número de falsos negativos. subpopulação que sejam de interesse para o estudo, julga-se
útil incorporá-la na amostra, prescindindo-se de métodos de
Qual das alternativas abaixo está correta? casualização. 2) por conveniência: conhecidas as unidades
a) apenas I amostrais com as quais se pretende trabalhar, opta-se por
b) apenas II escolher aquelas mais acessíveis ou mais disponíveis, pres-
c) apenas III cindindo-se, também, de métodos de casualização. 3) por vo-
d) apenas II e III luntários, bastante utilizada em ensaios clínicos para o teste
e) I, II e III de novos medicamentos. No teste em questão, dado que não
há alternativa com o terceiro tipo de amostragem não proba-
107- Sempre que você for resolver uma questão sobre teste bilística acima apontado (por voluntários), a melhor resposta
diagnóstico, monte uma tabela do tipo 2 x 2, como a apre- seria amostragem intencional ou por julgamento, pois os
sentada abaixo. A sensibilidade de um teste diagnóstico é pesquisadores, com base em características que eram inte-
dada por [a/(a+c)]; logo, quanto maior a sensibilidade, mais ressantes para o estudo, escolheram as pessoas. Não foram
doentes (a+c) serão corretamente detectados como verdadeiros escolhidas por facilidade de acesso a elas (conveniência).
positivos (a). Assim, haverá menos falsos negativos (assertiva Poderíamos dizer, inclusive, que a alternativa “a” é similar
III correta). A especificidade de um teste diagnóstico é dada à “e”. Assim, este teste, embora tenha sido apontada a alter-
por [d/(b+d)]; logo, quanto maior a especificidade, mais não nativa “a” como resposta correta, não tem uma alternativa
doentes serão corretamente identificados como verdadeiros satisfatória para respondê-lo. Gabarito oficial A. SJT: Sem
negativos (d). Assim, haverá menos falsos positivos (assertiva resposta.
PUC-PR – 2010 SES-DF – 2005
109- São consideradas medidas preventivas todas aquelas 110- Quanto aos acidentes de trabalho, assinale a alter-
utilizadas para evitar as doenças ou suas consequên- nativa incorreta:
cias, quer ocorram sob forma esporádica, quer de modo a) acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício
endêmico ou epidêmico. Na História Natural da Doença, do trabalho, formal ou informal, podendo ocasionar lesão,
três níveis de Medidas Preventivas são preconizados: doença ou morte
Prevenção Primária, Prevenção Secundária e Prevenção b) no caso de incapacidade temporária ocorrida por consequ-
Terciária. Relacione as colunas tendo em vista as medidas ência a um acidente de trabalho superior a 15 dias, é gerado
ou ações de saúde nos diferentes níveis de atenção e assinale um benefício pecuniário, o auxílio-doença por acidente de
a sequência CORRETA: trabalho
1. Prevenção Primária c) em relação aos acidentes fatais, esses devem gerar notifi-
2. Prevenção Secundária cação e investigação imediata. Em se tratando de acidentes
3. Prevenção Terciária ocorridos com trabalhadores do mercado formal, acompanha
a emissão da Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT
( ) Educação sanitária
pela empresa, que deverá fazê-la em até 48 horas após a
( ) Terapia ocupacional
ocorrência do evento
( ) Condições para satisfazer as necessidades básicas do
d) a densidade de incidência é um indicador mais acurado
indivíduo
para medir a ocorrência de acidentes de trabalho
( ) Exame periódico de Saúde
e) a incidência acumulada é a estimativa de risco de um
( ) Hospitalização em função das necessidades indivíduo acidentar-se, na população e no intervalo de tempo
( ) Educação do público para aceitação do deficiente estudados
Gabarito Comentado
( ) Vacinação
( ) Intervenções médicas ou cirurgias precoces 110- Todas as alternativas estão corretas, excetuando-se a al-
a) 1 – 1 – 1 – 2 – 3 – 1 – 2 – 2 ternativa C, na qual a empresa deve emitir o CAT em até 24h
b) 1 – 3 – 1 – 2 – 2 – 3 – 1 – 2 após o acidente ocorrer, e não após 48h.
c) 2 – 2 – 1 – 1 – 3 – 1 – 1 – 3 Por força do que dispõe o artigo 169 da CLT (Consolida-
d) 2 – 3 – 1 – 1 – 2 – 3 – 1 – 2 ção das Leis de Trabalho), os médicos estão obrigados a
e) 1 – 1 – 1 – 2 – 3 – 1 – 1 – 2 comunicar à Previdência Social a ocorrência de acidentes e
doenças profissionais ou produzidas em virtude de condições
109- NÍVEIS DE PREVENÇÃO SEGUNDO LEAVELL E especiais de trabalho.
CLARK (1976) E AÇÕES DE SAÚDE: Segundo reza este dispositivo legal — “Art. 169: Será 37
Prevenção primária obrigatória a notificação das doenças profissionais e das pro-
Compreende a aplicação de medidas de saúde que evitem duzidas em virtude de condições especiais de trabalho, compro-
o aparecimento de doenças. As ações de promoção à saúde vadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções
visam a estimular, de forma ativa, a manutenção da higidez expedidas pelo Ministério do Trabalho” (grifo do autor).
como, por exemplo, os cuidados com a higiene corporal e a A comunicação de acidentes e doenças profissionais à Pre-
prática de atividades físicas, a fluoretação da água, a imple- vidência Social é realizada pela emissão do Comunicado de
mentação de políticas voltadas para o saneamento básico e a Acidente de Trabalho (CAT). Visto que esta comunicação é
prevenção do uso de drogas. As ações de proteção específica prevista em lei e obrigatória, a não comunicação configura
são conduzidas de modo a inibir o aparecimento de determi- delito previsto no artigo 269 do Código Penal — “Art.269:
nadas doenças, como a imunização de crianças contra polio- Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença
mielite, sarampo, tétano (educação sanitária, condições para cuja notificação é compulsória: Pena — detenção, de seis
satisfazer as necessidades básicas do indivíduo, vacinação). meses a dois anos e multa”. A responsabilidade da emissão
Prevenção secundária do CAT é da empresa empregadora (Art. 22, da Lei no
8.213/91). Na falta de comunicação por parte da empresa,
Compreende o diagnóstico precoce das doenças, permitindo
podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes,
o tratamento imediato, diminuindo as complicações e a mor-
a entidade sindical competente, o médico que assistiu ou
talidade. Neste caso, a doença já está presente, muitas vezes
qualquer autoridade pública. Resposta c.
de forma assintomática. Exemplos: as dietas para controlar
a progressão de determinadas doenças, como diabetes ou hi-
SES-DF – 2005
pertensão arterial; a realização de mamografia e de exame 111- O hidrargirismo está relacionado à intoxicação exógena
preventivo para detecção do câncer do colo uterino. (exame por:
periódico de saúde, hospitalização em função das necessida- a) chumbo
des e intervenções médicas ou cirurgias precoces) b) cromo
Prevenção terciária c) mercúrio
Nesse momento, a doença já causou o dano, compreenden- d) benzeno
do, então, prevenção da incapacidade total, seja por ações e) agrotóxicos
voltadas para a recuperação física, como a reabilitação, seja
por medidas de caráter psicossocial, como a reinserção do 111- O hidrargirismo é causado pelo mercúrio (elemento Hg)
indivíduo na força de trabalho. Exemplos: o tratamento fi- e seus compostos tóxicos (mercúrio metálico ou elementar,
sioterápico após o surgimento de moléstias que causam inca- inorgânico e compostos orgânicos). Os efeitos clínicos do
pacidade física (Terapia ocupacional, Educação do público envenenamento por mercúrio dependem da forma e, em
para aceitação do deficiente). Resposta b. alguns casos, da via de administração. Em geral, os sistemas
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
Gabarito Comentado
qual as atividades são realizadas com movimentos repetiti- b) hepatotoxicidade
vos, com posturas prolongadas, trabalho muscular estático, c) nefrotoxicidade
conteúdo pobre das tarefas, monotonia, sobrecarga mental, d) neurotoxicidade
associadas à ausência de controle sobre a execução das e) teratogenicidade
tarefas, ritmo intenso de trabalho, pressão por produção,
relações conflituosas com as chefias e estímulo à competiti- 116- O benzeno é considerado uma substância mielotóxica, pois,
vidade exacerbada. Resposta b. nas exposições crônicas, atua sobre a medula óssea, produzindo
quadros de hipoplasia ou de displasia. A alteração hematológica
IAMSPE – 2000 mais comum é neutropenia crônica. Laboratorialmente, estes
115- O asbesto, ou amianto, é uma fibra mineral utilizada quadros poderão se manifestar através de mono, bi ou pancito- 39
há milhares de anos. Seu principal uso atual é na indústria penia, caracterizando, nesta última situação, quadros de anemia
do cimento-amianto, além de ser usado na indústria têxtil, aplástica. Ou seja, poderá haver redução do número de hemácias
na de autopeças e outros. Em relação aos trabalhadores e/ou leucócitos e/ou plaquetas. Vários estudos epidemiológicos
expostos ao asbesto, pode-se afirmar-se que: demonstram a relação do benzeno com a leucemia mieloide
a) a exposição a qualquer tipo de suas fibras pode levar a aguda, com a leucemia mieloide crônica, com a leucemia linfo-
uma pneumoconiose de características progressivas e irre- cítica crônica, com a doença de Hodgkin e com a hemoglobinú-
versível (asbestose), patalogias pleurais (placas pleurais, cal- ria paroxística noturna. Resposta a.
cificações pleurais e derrames pleurais), além de câncer de
pulmão e mesotelioma de pleura FMUSP – 1999
b) a inalação de qualquer tipo de fibra pode levar a uma 117- Uma mulher de 46 anos foi internada com quadro
pneumoconiose de características progressivas e irreversível clínico e laboratorial compatível com insuficiência renal
(asbestose), e sua principal complicação é a tuberculose crônica. A história e os exames anteriores confirmavam
c) o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico. Apresenta-
mundiais de asbesto, porém, como utiliza basicamente a va ainda hipertensão e dispneia moderadas. Submetida
fibra de crisotila (amaianto branco), o risco para os trabalha- à diálise, apresentou quadro irreversível de insuficiência
dores expostos não existe respiratória, vindo a falecer. O preenchimento correto de
d) o afastamento do trabalhador acometido de asbestose da seu atestado de óbito seria:
exposição às fibras de asbesto leva à cura total dessa pneu- a) linha a - insuficiência respiratória
moconiose, pois o asbesto é considerado um aerodispersoide linha b - insuficiência renal crônica
não fibrogênico linha c - lúpus eritematoso sistêmico
e) o controle dos trabalhadores expostos ao asbesto se dá por b) linha a - insuficiência renal crônica
meio de radiografias e provas funcionais respiratórias peri- linha b - insuficiência respiratória
ódicas, embora o diagnóstico dessa pneumoconiose só seja linha c - hipertensão arterial
possível pela análise da anatomia patológica c) linha a - insuficiência renal crônica
linha b - lúpus eritematoso sistêmico
115- O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de linha c - insuficiência respiratória
asbesto, também conhecido como amianto. Por ser uma d) linha a - hipertensão arterial
substância indiscutivelmente cancerígena, observa-se, atual- linha b - lúpus eritematoso sistêmico
mente, uma grande polêmica em torno da sua utilização. linha c - insuficiência renal crônica
A doença, de caráter progressivo e irreversível, pode se mani- e) linha a - insuficiência respiratória
festar alguns anos depois de cessada a exposição. O período linha b - hipertensão arterial
de latência da asbestose é superior a dez anos. linha c - insuficiência renal crônica
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
117- No Item I, com linhas A, B e C, a linha A se refere ao evento infestação predial acima de 1%, ou seja, quando em um de-
que causou a morte diretamente, a linha B ao evento anterior a terminado local mais de uma residência (entre 100) apresen-
este, e a linha C à causa básica da morte. Resposta a. tar criadouro do mosquito. A forma hemorrágica do dengue
(FHD), por sua vez, torna-se mais frequente nos lugares com
PUC-RS – 2010 a presença de mais de um sorotipo do vírus, simultaneamen-
118- Considerando a dengue como problema de saúde te ou de maneira sequencial. Até o momento, a única medida
pública no Brasil, são apresentadas as seguintes assertivas:
eficaz na prevenção do dengue é o controle do vetor através
I. A transmissão ocorre através da picada do mosquito
da eliminação dos criadouros, combate às larvas com larvici-
Aedes aegypti, vetor também da febre amarela urbana.
das e uso de inseticidas (fumacê) para o inseto adulto. Consi-
II. A maior prevalência da doença ocorre no sertão nor-
destino. derando que mais de 90% dos criadouros são fabricados pelo
III. Está recomendada a vacinação de contatos de homem, é a educação das populações a melhor maneira de
pacientes com a forma hemorrágica da doença. controlar a virose. Resposta a.
Gabarito Comentado
ência de”, logo AGRESSÃO. Para finalidades estatísticas e
Doença epidemiológicas esse óbito deve ser contabilizado em Nite-
Presente Ausente rói-RJ, local de residência do falecido. Vale lembrar que por
Verdadeiros Falsos tratar-se de morte violenta o corpo deve ser encaminhado ao
Positivo Instituto Médico Legal, independente do tempo transcorrido
Teste positivos (a) positivos (b)
Diagnóstico Falsos Verdadeiros entre o evento e o óbito. Resposta a.
Negativo
negativos (c) negativos (d)
a+c b+d
UNITAU – 2010
123- Os princípios que regem a organização do SUS são,
Sensibilidade = a/(a+c); Especificidade = d/(b+d) exceto: 41
a) regionalização e integração
A alternativa “a” está correta, pois acurácia é sinônimo de b) participação dos cidadãos
validade e para medi-la há que se comparar os resultados c) centralização
obtidos a partir do teste diagnóstico com os resultados “ver- d) complementaridade de setor
dadeiros”, dados por um método de certeza diagnóstica (pa- e) descentralização
drão-ouro ou “gold standard”). A acurácia é avaliada pelas
medidas de sensibilidade e de especificidade. Um teste muito 123-Princípios do SUS: universalidade, igualdade e equidade.
específico tem poucos falsos positivos (em relação aos ver- Diretrizes do SUS: descentralização, participação da comu-
nidade e atendimento integral. Resposta c.
dadeiros negativos), o que faz aumentar a probabilidade de
um resultado positivo provir dos verdadeiros positivos (al-
UFPR – 2010
ternativa “b”). Como a mamografia tem sensibilidade maior
124- Anorexia, fraqueza, cólica abdominal, orla de
do que o Ultrassom (US), ela tem maior probabilidade de Burton e anemia são alguns dos sintomas e sinais de in-
detectar as lesões mamárias do que o US (alternativa “c”). toxicação pelo:
Testes diagnósticos podem ser utilizados em paralelo (todos a) cádmio
ao mesmo tempo, considerando-se positivo o processo b) arsênico
de detecção se qualquer um dos exames solicitados vier c) cromo
positivo) ou em série (somente se solicita o segundo exame d) mercúrio
se o primeiro vier positivo; só se solicita o terceiro exame se e) chumbo
o segundo também tiver resultado positivo). Essas estratégias
têm as seguintes vantagens: na solicitação em paralelo con- 124- O saturnismo corresponde à intoxicação pelo chumbo. O
segue-se aumentar a sensibilidade do processo de detecção chumbo é um metal comum e presente em praticamente qualquer
para um valor superior ao de cada exame individualmente ambiente ou sistema biológico, inclusive no homem. As prin-
cipais fontes de contaminação ocupacional e/ou ambiental
(ante qualquer resultado positivo já se desconfia que exista a
são as atividades de mineração e industriais, especialmente
doença); na solicitação em série consegue-se aumentar a es-
fundição e refino. A exposição ocupacional ao chumbo inor-
pecificidade do processo de detecção para um valor superior gânico provoca, em sua grande maioria, intoxicação em longo
ao de cada exame individualmente (será preciso que todos prazo, podendo ser de variada intensidade. A contaminação do
os exames resultem positivos para que se decida existir a organismo pelo chumbo depende das propriedades fisicoquí-
doença; isto dá muita confiança num resultado positivo da micas do composto, da concentração no ambiente, do tempo
detecção). A prova quantitativa dessas afirmativas encontra- de exposição, das condições de trabalho (ventilação, umidade,
se em sua apostila de Medicina Preventiva I. Resposta d. esforço físico, presença de vapores, etc.) e dos fatores indivi-
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
SLIDE 1
Dois pacientes distintos, com a mesma doença hematológica. Qual é o diagnóstico mais provável?
SLIDE 2
Lâmina de sangue periférico. Qual é o diagnóstico mais provável?
Sangue periférico de um paciente com mielofibrose idiopática mostrando hemácias em forma de lágrima (dacriócitos).
PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA|4º Gabarito Comentado R1 – 2010
SLIDE 3 SLIDE 5
Qual é o diagnóstico mais provável? Identifique as apresentações abaixo:
SLIDE 4
Qual é a denominação da área X, e a estrutura mais nobre?
44
Gabarito Comentado
Qual é a hipótese diagnóstica?
SLIDE 10
De acordo com as imagens a seguir, identifique o diagnós-
tico mais provável e a causa da complicação ao lado.
45