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UNIVERSIDADE IGUAÇU/CAMPUS V

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – FACET


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE


TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ESGOTO

ITAPERUNA, 23 DE NOVEMBRO DE 2011


ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE
TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ESGOTO
UNIVERSIDADE IGUAÇU/CAMPUS V
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – FACET
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE


TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ESGOTO

AUTORES:
DANIELA VIEIRA DOS SANTOS
EVANDRO GOMES DA SILVA
SAMARA APARECIDA DOS SANTOS SILVA
VANESSA GOMES DE ASSIS

ITAPERUNA, 23 DE NOVEMBRO DE 2011


SUMÁRIO

RESUMO -----------------------------------------------------5

INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------6

1 – ESGOTO - CONCEITUAÇÃO -----------------------------------------------------8

2 – CARACTERIZAÇÃO – ESGOTOS -----------------------------------------------------8


DOMÉSTICOS E ESGOTOS
INDUSTRIAIS

2.1 – EFLUENTES DOMÉSTICOS -----------------------------------------------------8

2.2 – EFLUENTES INDUSTRIAIS -----------------------------------------------------8


3 – PARÂMETROS ANALÍTICOS DOS ---------------------------------------------------10
EFLUENTES
3.1 – POTENCIAL DE HIDROGÊNIO ---------------------------------------------------10
(pH)

3.2 – OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) ---------------------------------------------------10

3.3 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE ---------------------------------------------------11


OXIGÊNIO (DBO)

3.4 – DEMANDA QUÍMICA DE ---------------------------------------------------11


OXIGÊNIO (DQO):

3.5 – SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS ---------------------------------------------------11


(SS)
3.6 – SÓLIDOS TOTAIS (ST) E ---------------------------------------------------11
SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS (SST)

3.7 – SÓLIDOS FIXOS TOTAIS ---------------------------------------------------11


(SFT) E SÓLIDOS SUSPENSOS FIXOS
(SSF)

3.8 – SÓLIDOS VOLÁTEIS TOTAIS ---------------------------------------------------11


(SVT) E SÓLIDOS SUSPENSOS
VOLÁTEIS (SSV)

3.9 – NITROGÊNIO E FÓSFORO ---------------------------------------------------12

3.10 – SULFATOS ---------------------------------------------------12

3.11 – ÓLEOS E GRAXAS: ---------------------------------------------------12


3.12 – METAIS ---------------------------------------------------13
4 – TRATAMENTO DE EFLUENTES ---------------------------------------------------13

5 – TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ---------------------------------------------------15


ESGOTO

5.1 – MÉTODOS DE ---------------------------------------------------15


DESINFECÇÃO

5.1.1 – CLORADOR ---------------------------------------------------15

5.1.2 – DESINFECÇÃO COM ---------------------------------------------------18


DIÓXIDO DE CLORO (ClO2)

5.1.3 – DESINFECÇÃO COM ---------------------------------------------------18


OZÔNIO

5.1.4 – DESINFECÇÃO COM ---------------------------------------------------19


RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

5.2 – MÉTODOS DE REMOÇÃO DE ---------------------------------------------------22


NUTRIENTES

5.2.1 – REMOÇÃO DE ---------------------------------------------------23


NITROGÊNIO – NITRIFICAÇÃO E
DESNITRIFICAÇÃO

5.2.2 – REMOÇÃO DO ---------------------------------------------------25


FÓSFORO – PRECIPITAÇÃO POR
ADIÇÃO DE AGENTE COAGULANTE
6 – CONDIÇÕES PARA REÚSO DAS ---------------------------------------------------25
ÁGUAS DOS EFLUENTES

6.1 – CLARIFICAÇÃO ---------------------------------------------------26

6.2 – FILTRAÇÃO ---------------------------------------------------27

6.3 – DESINFECÇÃO ---------------------------------------------------27

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------29


RESUMO

O presente trabalho traz, em linhas gerais, o delinear de um dos trabalhos


considerados, atualmente, como essencial a manutenção da vida: trata-se do
tratamento dos esgotos sanitários.
Para efeito didático, foram expostos vários conceitos, com o intuito de se
informar, de maneira clara e objetiva, sobre a composição dos esgotos, formas de
tratamento e como sugerido pelo tema, os processos que são inclusos como
tratamento terciário, que corresponde à maneira avançada de lidar com a parte
liquida do efluente a fim de se evitar problemas de cunho ambientais, principalmente
no que norteia o corpo receptor dos efluentes.
Toda a revisão bibliográfica aqui envolvida serviu para enfatizar que o
tratamento terciário de esgoto representa um processo importante para que se
consiga, definitivamente, alinhar o padrão de vida atual com conceitos de
sustentabilidade, dando possibilidade até que se reutilize a água dos efluentes.
Sustentabilidade é a palavra de ordem do século XXI, todos os serviços
essenciais a manutenção da vida, terão, que daqui pra frente, introduzir novos
conceitos a suas atividades para se garantir um futuro às novas gerações.

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INTRODUÇÃO

Hoje em dia, é comum ouvirmos que o de tratamento de esgoto é um trabalho


que não pode ser mais adiado, significando, assim, que é um processo fundamental
para manutenção dos cursos d’água, essenciais a estruturação e desenvolvimento
de todos os tipos de seres vivos no planeta.
A percepção da necessidade do tratamento de esgoto é uma variável
importante no que diz respeito à qualidade de vida, saneamento básico e saúde
pública. Por isso, é essencial uma disposição adequada dos esgotos. São inúmeras
as doenças que podem ser transmitidas pela falta da disposição adequada de
esgoto sanitário (NUVOLARI, 2003). Segundo a FUNASA (2004), sob o aspecto
sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos, visa, fundamentalmente, aos
seguintes objetivos:
• Evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
• Evitar o contato de vetores com as fezes;
• Propiciar a promoção de novos hábitos higiênicos na população;
• Promover o conforto e atender ao senso estético.
Já sob os aspectos econômicos, os objetivos do destino adequado do esgoto
sanitário são (FUNASA, 2004):
• Aumentar a vida média do homem, pela redução da mortalidade em conseqüência
da redução dos casos de doença;
• Diminuir as despesas com o tratamento de doenças evitáveis;
• Reduzir o custo do tratamento de água de abastecimento, pela prevenção da
poluição dos mananciais;
• Controlar a poluição das praias e locais de recreação com o objetivo de promover o
turismo;
• Preservação da fauna aquática, especialmente os criadouros de peixes.
A devolução das águas residuais ao meio ambiente deverá prever, se
necessário, o seu tratamento, seguido do lançamento adequado no corpo receptor
que pode ser um rio, um lago ou mar. Esgoto são as águas que, após a utilização
humana, apresentam as suas características naturais alteradas. Conforme o uso
predominante: comercial, industrial ou doméstico essas águas apresentarão
características diferentes.

6
Os métodos desenvolvidos para tratamento das diferentes caracterizações
dos efluentes evoluíram com o passar do tempo. Hoje, já se pode entender e
estudar os tipos de tratamento de esgoto devido à forma didática em que ele é
apresentado principalmente em instituições de ensino. Aliás, o trabalho nestas, não
só em assuntos de tratamento de esgoto mas também no que tange toda educação
ambiental, deve, a partir dos anos, ser intensificado.
A partir dos estudos das características dos esgotos, se tem as definições do
melhor tipo de técnica a ser empregada. De acordo com a PNS (2000), no Brasil,
para o tratamento dos esgotos, são utilizados tratamentos prévios e preliminares,
primários, secundários e terciários, sendo empregados processos biológicos
aeróbios e anaeróbios, distribuídos de acordo com a figura 1.

Figura 1 - Tipos de processo de tratamento de esgoto utilizado no Brasil.


Fonte PNS (2000).

Dando seguimento, e norteando o tema do trabalho, serão delineados a


seguir os processos referentes ao tratamento terciário de esgoto.

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1 – ESGOTO - CONCEITUAÇÃO

Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986) esgoto sanitário é o despejo líquido


constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição
pluvial parasitária.
Ainda segundo a mesma norma, esgoto doméstico é o despejo líquido
resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas; esgoto
industrial é o despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitados os
padrões de lançamento estabelecidos; água de infiltração é toda água proveniente
do subsolo, indesejável ao sistema separador e que penetra nas canalizações;
contribuição pluvial parasitária é a parcela do deflúvio superficial inevitavelmente
absorvida pela rede de esgoto sanitário.

2 – CARACTERIZAÇÃO – ESGOTOS DOMÉSTICOS E ESGOTOS INDUSTRIAIS

2.1 – EFLUENTES DOMÉSTICOS:


É toda água residuária gerada pelas atividades e necessidades humanas em
uma residência e que fluem através da rede de esgoto (figura 2). Pode igualmente
ser lançada diretamente no ambiente ou redirecionada para estações de tratamento.
Características principais:
• Altos teores de sólidos totais;
• Altos teores de nutrientes e matéria orgânica;
• Altos números de bactérias do grupo coliformes;
• Elevada DBO.

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Figura 2 – Águas residuárias do consumo de uma residência que se tornam
efluentes
Fonte Chaves, S. Eduardo (2008)

2.2 – EFLUENTES INDUSTRIAIS:


É toda água residuária gerada pelas atividades industriais e que fluem através
da rede de esgoto. Pode igualmente ser lançada diretamente no ambiente ou
redirecionada para estações de tratamento.
Nas indústrias as águas podem ser utilizadas de diversas formas, tais como:
incorporação aos produtos; limpezas de pisos, tubulações e equipamentos;
resfriamento; aspersão sobre pilhas de minérios etc. para evitar o arraste de finos e
sobre áreas de tráfego para evitar poeiras; irrigação; lavagens de veículos; oficinas
de manutenção; consumo humano e usos sanitários.
Além da utilização industrial da água, esta também é utilizada para fins
sanitários, sendo gerados os esgotos que na maior parte das vezes são tratados
internamente pela indústria, separados em tratamentos específicos ou tratados até
conjuntamente nas etapas biológicas dos tratamentos de efluentes industriais. As
águas residuárias, neste caso os esgotos sanitários, contêm excrementos humanos
líquidos e sólidos, produtos diversos de limpezas, resíduos alimentícios, produtos
desinfetantes e pesticidas. Principalmente dos excrementos humanos, originam-se
os microorganismos presentes nos esgotos. Os esgotos sanitários são compostos

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de matéria orgânica e inorgânica. Os principais constituintes orgânicos são:
proteínas, açúcares, óleos e gorduras, microorganismos, sais orgânicos e
componentes dos produtos saneantes. Os principais constituintes inorgânicos são
sais formados de ânions (cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos) e cátions (sódio,
cálcio, potássio, ferro e magnésio). As características dos efluentes industriais são
inerentes a composição das matérias primas, das águas de abastecimento e do
processo industrial. A concentração dos poluentes nos efluentes é função das
perdas no processo ou pelo consumo de água.
Características principais:
• Compostos orgânicos (Solventes, pigmentos, etc.);
• Ácidos e/ou bases;
• Metais pesados.

3 – PARÂMETROS ANALÍTICOS DOS EFLUENTES:

3.1 – POTENCIAL DE HIDROGÊNIO (pH):


Indica o caráter ácido ou básico dos efluentes. Nos tratamentos de efluentes o
pH é um parâmetro fundamental em todas as fases do tratamento de águas e
efluentes. Os processos de neutralização, coagulação, precipitação, desinfecção e
corrosão entre outros, são dependentes do pH. Sendo ideal valor entre 6,0 e 8,0,
valores fora desta faixa tornam o meio extremamente seletivo para vários seres
vivos.

3.2 – OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD):


A concentração de oxigênio dissolvido é um dos parâmetros mais importantes
de que se dispõe no campo do controle da poluição das águas, sendo fundamental
para se verificar e manter as condições aeróbicas em um curso de água que receba
material poluidor. É uma medida essencial em estudos da atividade
fotossitetizadora, sendo que a solubilidade do oxigênio na água depende da
temperatura e altitude.

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3.3 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO):
A DBO expressa a quantidade de oxigênio utilizada por microrganismos
aeróbios para oxidar biologicamente a matéria orgânica presente no meio. Sua
maior aplicação esta na medida da carga orgânica imposta à uma ETE e na
avaliação da eficiência destas estações.

3.4 – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO):


A DQO expressa a quantidade de oxigênio utilizada para oxidar quimicamente
a matéria orgânica (biodegradável e refratária).

3.5 – SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS (SS):


A análise de SS permite determinar o volume ocupado pelos sólidos após
sedimentação em cone Inhoff, por uma hora.

3.6 – SÓLIDOS TOTAIS (ST) E SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS (SST):


Resíduos Totais ou Sólidos Totais (ST) é o termo empregado para material
que permanece em um cadinho após evaporação da água da amostra e sua
subsequente secagem em estufa, a 103ºC - 105°C. Sólidos Suspensos Totais (SST)
constituem-se da fração dos ST que fica retida em um filtro.

3.7 – SÓLIDOS FIXOS TOTAIS (SFT) E SÓLIDOS SUSPENSOS FIXOS (SSF):


Resíduos Fixos ou Sólidos fixos Totais (SFT) é o termo empregado para a
fração de ST após incineração em mufla a 600°C. Nessas condições, toda matéria
orgânica é transformada em CO² e água, restando, no cadinho, apenas os sólidos
inorgânicos. Sólidos Suspensos Fixos (SSF) é o termo empregado para a fração de
SFT filtrada em membrana, após calcinação a 600°C. O SSF mede
aproximadamente a quantidade de areia presente.

3.8 – SÓLIDOS VOLÁTEIS TOTAIS (SVT) E SÓLIDOS SUSPENSOS VOLÁTEIS


(SSV):
Resíduo Volátil de Sólidos Voláteis Totais (SVT) é o termo empregado para a
fração de ST que se perde após calcinação em mufla a 600°C. Sólidos Suspensos
Voláteis (SSV) correspondem à fração de SST, que se perde após calcinação em

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mufla a 600°C. Para lodos biológicos a concentração de SSV é relacionada à
quantidade de biomassa presente. Para lodos primários, a concentração de SSV, é
relacionada ao conteúdo de matéria orgânica morta presente.

3.9 – NITROGÊNIO E FÓSFORO:


O nitrogênio e o fósforo são elementos presentes nos esgotos sanitários e
nos efluentes industriais e são essenciais às diversas formas de vida, causando
problemas devido à proliferação de plantas aquáticas nos corpos receptores. Nos
esgotos sanitários são provenientes dos próprios excrementos humanos, mas
atualmente têm fontes importantes nos produtos de limpeza domésticos e ou
industriais tais como detergentes e amaciantes de roupas. Nos efluentes industriais
podem ser originados em proteínas, aminoácidos, ácidos fosfóricos e seus
derivados.

3.10 – SULFATOS:
O íon sulfato é um dos principais ânions presentes em águas naturais. Em
ambiente anaeróbio, os sulfatos geram sulfetos, que são responsáveis por
problemas de corrosão, pela emissão de odor desagradável e que, dependendo da
concentração, podem causar inibição a determinados processos biológicos.

3.11 – ÓLEOS E GRAXAS:


O termo óleos e graxas aplica-se a grande variedade de substâncias
orgânicas que são extraídas das soluções ou suspensões aquosas por hexano ou
triclorofluoretano (Freon). Hidrocarbonetos, ésteres, óleos, gorduras, ceras e ácidos
orgânicos de cadeia longa são os principais materiais que são dissolvidos por esses
solventes. É muito comum a origem nos restaurantes industriais. As oficinas
mecânicas, casa de caldeiras, equipamentos que utilizem óleo hidráulico além de
matérias primas com composição oleosa (gordura de origem vegetal, animal e óleos
minerais).

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3.12 – METAIS:
Os metais são analisados de forma elementar. Os que apresentam toxicidade
são os seguintes: alumínio; cobre; cromo; chumbo; estanho; níquel; mercúrio;
vanádio; zinco. A toxicidade dos metais é função também de seus números de
oxidação (cromo trivalente e hexavalente, etc). Outros metais tais como o sódio,
cálcio, magnésio, e potássio são analisados principalmente em casos de reuso de
águas ou em casos nos quais a salinidade do efluente influencie significativamente
em processos de corrosão, incrustação e osmose.

4 – TRATAMENTO DE EFLUENTES:

Como já foi visto, esgoto, efluente ou águas servidas são todos os resíduos
líquidos provenientes de indústrias e domicílios e que necessitam de tratamento
adequado para que sejam removidas as impurezas e assim possam ser devolvidos à
natureza sem causar danos ambientais e à saúde humana. Geralmente a própria
natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica presente nos rios,
lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes essa matéria em grande
quantidade exige um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais
rápida (Von Sperling, 1995).
Atualmente, existem inúmeros processos para o tratamento de esgoto,
individuais ou combinados. A decisão pelo processo a ser empregado, deve-se levar
em consideração, principalmente, as condições do curso d´água receptor (estudo de
autodepuração e os limites definidos pela legislação ambiental) e da característica
do esgoto bruto gerado. É necessário certificar-se da eficiência de cada processo
unitário e de seu custo, além da disponibilidade de área.
Os aspectos importantes na seleção de sistemas de tratamento de esgotos
são: eficiência, confiabilidade, disposição do lodo, requisitos de área, impactos
ambientais, custos de operação, custos de implantação, sustentabilidade e
simplicidade. Cada sistema deve ser analisado individualmente, adotando-se a
melhor alternativa técnica e econômica.

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O tratamento de esgoto é usualmente classificado através dos seguintes
níveis:
Tratamento Preliminar: objetiva apenas a remoção de sólidos
grosseiros;
Tratamento Primário: visa a remoção de sólidos sedimentáveis e
parte da matéria orgânica, predominando os mecanismos físicos;
Tratamento Secundário: onde predominam mecanismos biológicos
com o objetivo de remoção de matéria orgânica e nutrientes (nitrogênio
e fósforo;
Tratamento Terciário: objetiva a remoção de poluentes específicos
(usualmente tóxicos ou compostos não biodegradáveis) ou ainda, a
remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos
no tratamento secundário. O tratamento terciário é bastante raro no
Brasil.

Figura 3 – Esquema usual de ETE

A partir de agora, os estudos serão direcionados ao entendimento das


técnicas de tratamento terciário de esgoto.

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5 – TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ESGOTO

Além dos tratamentos em fases premilinar (remoção de sólidos grosseiros e


areia), primário (remoção física e bioquímica de sólidos facilmente sedimentáveis) e
secundário (remoção bioquímica da matéria orgânica dos esgotos), os efluentes
ainda podem ser submetidos ao tratamento terciário, que visa à remoção de
organismos patogênicos e também de nutrientes inorgânicos dos esgotos.
Detecta-se a necessidade se utilizar o método terciário de tratamento quando
o efluente do tratamento secundário ainda possui níveis de substâncias ou
organismos que podem provocar problemas quanto ao equilíbrio do corpo receptor,
ou mesmo a seres vivos que deste depende.
Por definição os métodos de tratamento terciário correspondem ao tratamento
avançado de efluentes em que se utilizam técnicas com tamanho poder de remoção
dos agentes formadores de esgoto que acabam por tornar possível até o reúso da
água.
Por efeito didático o tratamento terciário pode ser dividido em dois estudos:
métodos de tratamento que visam à desinfecção do esgoto, ou seja, que remove
organismos patogênicos dos esgotos e os métodos de tratamento que visam à
remoção de nutrientes, que tem por objetivo evitar o desequilíbrio quanto à
disposição de elementos no corpo receptor, evitando a eutrofização dos mesmos.

5.1 – MÉTODOS DE DESINFECÇÃO


A contaminação crescente dos mananciais faz cada vez mais necessária a
desinfecção de água para controle de microorganismos causadores de
enfermidades e outros que possam causar problemas tanto a saúde publica quanto
domiciliar e industrial. Por esse motivo, se faz necessária a aplicação de técnicas
que eliminem os agentes patogênicos das águas residuárias. Entre os processos
mais comuns referentes à desinfecção dos esgotos podemos citar a desinfecção
com utilização de cloro, dióxido de cloro, ozônio, e radiação ultravioleta.

5.1.1 – CLORADOR
A cloração é uma forma de desinfecção, isto é, de extermínio de organismos
patogênicos através da utilização do cloro. A utilização de fontes de cloro para

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desinfecção de águas de abastecimento público e também de águas residuárias era
o processo mais utilizado no mundo inteiro até a década de 70 quando se descobriu
que algumas substâncias orgânicas como os fenóis, ácidos húmicos e fúlvicos
podem atuar como precursores na formação de trihalometanos e outros produtos
suspeitos de serem potencialmente tóxicos.
Os mecanismos de ação do cloro devem-se principalmente à oxidação celular
e inibição enzimática e danificação do material genético dos organismos patogênicos
afetados, O cloro reage com a água formando ácido hipocloroso (HClO) que se
dissocia em íons hipoclorito OCl- e íons hidrogênios H+ dependendo do pH. O
interesse no processo de cloração está na formação dos dois compostos,
principalmente do ácido hipocloroso por possuir maior poder desinfetante do que o
íon hipoclorito.
O efluente passa por um tanque denominado tanque de desinfecção ou
câmara de contato. Nele é adicionado compostos com cloro que penetram nas
células dos microorganismos presentes e reagem com suas enzimas destruindo-as.
Como são essenciais aos processos metabólicos das células vivas, estas, sem a
ação das enzimas, morrem. Além de promover o extermínio e/ou controle de
organismos patogênicos, promove também o controle do odor, entre outros.
Na prática da desinfecção pode ser utilizado cloro gasoso, hipoclorito de sódio
e hipoclorito de cálcio, que são os agentes inorgânicos mais facilmente encontrados
no mercado. A Tabela 1 apresenta as principais vantagens e desvantagens da
desinfecção utilizando cloro.

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Tabela 1 – Vantagens e Desvantagens da Desinfecção com Cloro

Figura 4 – Unidade de Cloração em uma ETE


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5.1.2 – DESINFECÇÃO COM DIÓXIDO DE CLORO (ClO2)
Desde o início do século XX, quando foi utilizado pela primeira vez na Bélgica,
o dióxido de cloro ficou conhecido como poderoso desinfetante. É uma combinação
neutra de cloro no estado de oxidação +IV. Desinfeta por oxidação, porém, não
clora.
Várias investigações foram feitas para determinar a eficácia da ação
germicida do dióxido de cloro desde a sua introdução, em 1944. Os resultados
demonstraram que o ClO2 é um desinfetante mais efetivo que o cloro, mas, é menos
efetivo que o ozônio.

5.1.3 – DESINFECÇÃO COM OZÔNIO


O ozônio possui alto poder germicida contra uma grande variedade de
microorganismos patogênicos, incluindo-se as bactérias, protozoários e os vírus. A
desinfecção com esse produto não é afetada pelo valor do pH. Devido à
decomposição muito rápida do radical livre hidroxila, uma maior concentração de
ozônio deve ser usada em valores de pH mais alto, para se manter a eficiência.
Devido a sua instabilidade o ozônio é produzido no próprio local através da
aplicação de uma corrente elétrica em um fluxo de ar ou oxigênio, o que ocasiona
diversos efeitos sendo os principais:
Oxidação da matéria orgânica, produzindo ozonidas e CO 2;
Alvejamento e melhoria da cor;
Redução dos teores de ferro e manganês;
Ação sobre ácidos húmicos, formando produtos biodegradáveis;
Desintegração de fenóis;
Remoção de certas substâncias orgânicas não biodegradáveis.
A Tabela 2 apresenta valores comparativos do valor do fator CT (produto da
concentração do desinfetante em mg/L pelo tempo T em minutos), para cloração e
ozonização.

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Tabela 2 – Valores Comparativos de CT (mg.min/L) entre ClO 2 e O3

No Brasil o ozônio ainda não é empregado em larga escala em processos de


tratamento de água. Em primeiro lugar pelo seu custo de implantação, pela pouca
experiência prática dos técnicos envolvidos, pela tecnologia basicamente vinda do
exterior e pelo fato de que o residual obtido não é estável.

5.1.4 – DESINFECÇÃO COM RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA


A purificação de água por radiação ultravioleta é aprovada por órgãos de
saúde pública mundial, podendo ser aplicada em vários campos da atividade
humana. Profissionais do tratamento de água têm usado o sistema UV por mais de
60 anos e a tecnologia está ainda avançando com novas descobertas e sistemas a
cada ano.
Os desinfetantes mais conhecidos usados na prevenção de microorganismos
são o cloro, o ozônio, a irradiação ultravioleta, o iodo, o permanganato de potássio, a
prata, o dióxido de cloro e o peróxido de hidrogênio.
O cloro tem sua ação desinfetante por oxidação celular dos microorganismos.
É aplicado na forma de gás, soluções de hipoclorito, na forma de dióxido de cloro,
etc. Seu uso é questionado porque reagem com a matéria orgânica decomposta na
água para formar Trihalometanos (THMs0, produtos cancerígenos controlados. Em
sua molécula, os três átomos de hidrogênio podem ser substituídos por halogênios
(cloro, flúor, bromo ou iodo). Entre os THMs cancerígenos formados, têm-se o
clorofórmio (CHCl3), o mais comum, o dibromo clorometano (CHBr2Cl), o
bromodiclorometano (CHBr2Cl2) e o bromofórmio (CHBr3).
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O ozônio, outro forte oxidante aplicado na forma de gás, é produzido “in situ”
por descarga elétrica no ar seco ou oxigênio puro; é um produto corrosivo.
Diferentemente da maioria dos desinfetantes, a radiação ultravioleta não
provoca a inativação de microorganismos por interação química. Esta, inativa
organismos por absorção de luz, que causa uma reação fotoquímica, alterando
componentes moleculares essenciais para as funções das células. Como os seus
raios penetram na parede das células do microorganismo, a energia interfere nos
ácidos nucléicos e outros componentes vitais, resultando em danos ou morte. O
grau de destruição ou inativação de microorganismos está diretamente relacionado à
dose de radiação ultravioleta a ser aplicada.
O sistema de esterilização UV tem sido utilizado com segurança em hospitais,
clínicas, laboratórios e indústrias alimentícias, farmacêuticas, cosméticas, de
lacticínios e outras, há mais de cinqüenta anos.
A radiação UV usada para desinfecção é gerada artificialmente por lâmpadas
de mercúrio em um reator por onde o efluente passa (figura 5). Quando penetra no
corpo dos microorganismos altera seu código genético e impossibilita a reprodução.
Tal ação é causada por um comprimento de onda UV-C entre 250 – 270 µm, que
inativa o DNA/RNA (do microorganismo); e o efluente, circulando no reator de
esterilização, tem os microorganismos destruídos.

Figura 5 – Tratamento Terciário de Esgoto com Radiação Ultravioleta


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Tendo por foco uma célula básica de bactéria, interessando a parede da
célula, a membrana citoplasmática e o ácido nucléico (figura 6). O alvo principal da
desinfecção por luz ultravioleta UV-C é o material genético, também chamado ácido
nucléico. Os micróbios são destruídos quando a luz penetra a célula e é absorvida
pelo ácido nucléico. Esta absorção provoca um rearranjo da informação genética
que interfere com a capacidade de reprodução da célula. Os microorganismos são
inativados pela luz UV-C, resultado de um dano fotoquímico ao ácido nucléico.

Figura 6 – Ação da Radiação UV em uma Célula Básica de Bactéria

Apesar da comprovação da ação germicida da radiação UV desde o início do


século XX, só recentemente está sendo mais empregada para a desinfecção em
processos de tratamento de águas mostrando-se altamente competitiva com a
cloração –descloração na desinfecção dos esgotos sanitários e na Tabela 3 são
apresentadas as principais vantagens e desvantagens da desinfecção com radiação
UV.

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Tabela 3 – Vantagens e Desvantagens da Desinfecção com UV

5.2 – MÉTODOS DE REMOÇÃO DE NUTRIENTES


De maneira geral, a maioria das estações de tratamento construídas alcança
apenas o nível de tratamento secundário, porém, em muitas situações, é obrigatório
que esse tratamento alcance o nível terciário. O efluente do tratamento secundário
ainda possui Nitrogênio e Fósforo em quantidade, concentração e formas que
podem provocar problemas no corpo receptor, dependendo de suas condições
específicas, dando origem ao fenômeno conhecido como eutrofização, que é sentido
pela intensa proliferação de algas.
Os processos de redução das concentrações de nitrogênio dos esgotos
sanitários, geralmente são fundamentados em processos biológicos realizados em
duas fases subseqüentes denominadas nitrificação e desnitrificação. A remoção do
fósforo é efetuada através de processamento químico, com agente coagulante.
22
5.2.1 – REMOÇÃO DE NITROGÊNIO – NITRIFICAÇÃO E DESNITRIFICAÇÃO
O nitrogênio pode ser removido de efluentes tanto por tratamentos físico-
químicos como por via biológica. No entanto, a remoção do nitrogênio por processos
biológicos apresenta-se efetiva e com baixos custos, razão pela qual tem sido
utilizada principalmente em detrimento dos processos físico-químicos.
A tradicional remoção de nitrogênio por via microbiana está baseada em
nitrificação autotrófica e desnitrificação heterotrófica (KHIN & ANNACHHATRE,
2004). No primeiro estágio, o da nitrificação, o amônio é oxidado em presença de
oxigênio a nitrito e em seguida a nitrato por intermédio de bactérias nitrificantes.
Num segundo estágio o nitrato é, em ausência de oxigênio, reduzido a nitrito, e
posteriormente a nitrogênio gasoso através de bactérias heterotróficas
desnitrificantes.

Equação 1 – Reação Global Nitrificação/Desnitrificação

O efluente é conduzido a um tanque para reações onde existem


microorganismos. Os microrganismos envolvidos no processo de nitrificação são
autótrofos quimiossintetizantes cuja energia é obtida através da oxidação de um
substrato inorgânico, como a amônia, a formas mineralizadas (von Sperling, 1997).
As bactérias do gênero Nitrosomonas sp são o principal grupo para a
transformação da amônia em nitritos segundo a reação:

Equação 2 – Reação da Transformação da Amônia a Nitrito por Ação da


Nitrosomonas sp
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A oxidação dos nitritos a nitratos é realizada principalmente pela atuação das
bactérias do gênero Nitrobacter sp segundo a reação:

Equação 3 – Reação de Oxidação do Nitrito a Nitrato por Ação da Nitrobacter SP

A reação global da nitrificação é a soma das duas reações e apresenta como


característica um consumo de oxigênio livre denominado “demanda nitrogenada” e
consumo da alcalinidade com conseqüente redução do pH (VON SPERLING, 1997).

Equação 4 – Reação Global do Processo de Nitrificação

A partir da constatação de que o efluente possui pouca carga de amônia e


que a mesma já foi convertida a nitratos, o efluente é encaminhado a um tanque,
sem contato com oxigênio, para ação de bactérias heterotróficas desnitrificantes,
que utilizam o nitrato para oxidar compostos que servem de alimento as mesmas
(respiração anaeróbia). Por este processo, os nitratos são convertidos a gás
nitrogênio (N2), e devem ser coletados por tubulações, podendo ser encaminhados
diretamente à atmosfera.
A desnitrificação é a conversão do íon nitrato a compostos gasosos,
principalmente o nitrogênio por microrganismos anaeróbios que utilizam o nitrato como aceptor
final de elétrons e necessitam de fonte de carbono orgânico (heterótrofos). Os
principais microrganismos conhecidos que realizam a desnitrificação são: Achoronobacter,
Aerobacter, Alcaligenes, Bacilus, Brevibacterium, Favobacterium, Lactobacilus, Pseudomonas e
Spirilum. As reações são realizadas em etapas, convertendo primeiramente o nitrato a nitrito e

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depois em compostos gasosos como o NO e o N2O, que por sua vez são transformados
em nitrogênio gasoso. As etapas metabólicas deste processo são pouco conhecidas.

NO3  NO2  NO  N2O  N2

Equação 5 – Conversão dos Nitratos no Processo de Desnitrificação

5.2.2 – REMOÇÃO DO FÓSFORO – PRECIPITAÇÃO POR ADIÇÃO DE AGENTE


COAGULANTE
Um exemplo de processo de remoção de fósforo dos efluentes, em
tratamento terciário, é através de tratamento químico, o que gera a precipitação
deste elemento. A coagulação dos efluentes e posteriormente a precipitação do
fósforo é o método mais eficaz para a remoção deste nutriente dos esgotos
sanitários ou efluentes industriais.
A coagulação ocorre pela adição, no esgoto, de sais com compostos férrico
ou alumínio, por exemplo, os agentes coagulantes. A reação então se dá entre o íon
férrico e o íon fosfato, com conseqüente precipitação do fosfato férrico, ou, no caso
do alumínio, fosfato de alumínio.
A coagulação ocorre em um tanque de mistura, e a precipitação em um
tanque decantador. Após a precipitação dos fosfatos, o efluente segue com carga
muito pequena de nutrientes fosforosos.

Equação 6 – Reações dos Agentes Coagulantes Junto aos Fosfatos

6 – CONDIÇÕES PARA REÚSO DAS ÁGUAS DOS EFLUENTES

Sobre todos os ângulos considerados na revisão de literatura, do ponto de


vista da necessidade de reúso da água, da qualidade necessária para reposição em

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torres de resfriamento de circuitos semi-abertos, dos valores do custo e, sobretudo
sobre as condições e necessidades de conservação das águas para abastecimento
de água para uma população, por vezes se faz necessária submeter à parte liquida
do efluente a uma série de tratamentos físico-químicos visando dar-lhe condições
para ser reaproveitada. Neste sentido, os operações ou processos são a clarificação
(coagulação, floculação e sedimentação), filtração e desinfecção da água.

6.1 – CLARIFICAÇÃO
O processo de clarificação é composto basicamente de 3 (três) etapas:
coagulação, floculação e decantação que segundo Nunes (1993), quando bem
conduzido possibilita a eliminação de partículas em suspensão da água, de origem
orgânica e inorgânica. Estas partículas conferem cor e turbidez e são formadas por
colóides e pigmentos, algas e organismos vegetais, substâncias geradoras de odor
de origem química e biológica, precipitados químicos, bactérias e organismos
patogênicos. O processo inicial de clarificação é denominado coagulação, operação
prática onde são adicionados produtos químicos na água, denominados
coagulantes, que ao reagirem reduzem as forças que tendem a manter separadas
as partículas em suspensão.
Como o material em suspensão não se separa facilmente da água,
procuramos desestabilizar o material coloidal através de adição de íons com carga
contrária à das partículas coloidais presentes ao meio, geralmente aniônicas. Isto faz
com que as partículas se agreguem e sejam separadas por processos físicos de
sedimentação e filtração.
A segunda etapa da clarificação que ocorre imediatamente após a coagulação
é denominada de floculação e consiste na aglomeração das partículas, já
desestabilizadas na coagulação, pelas colisões induzidas por seu movimento
relativo.
A terceira etapa da clarificação é denominada de sedimentação ou
decantação. Esta consiste no pelo fenômeno físico em que as partículas em
suspensão apresentam movimento descendente devido à ação da gravidade em
função de sua maior massa específica em relação ao líquido, propiciando a
clarificação do meio líquido.

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6.2 – FILTRAÇÃO
A segunda etapa do processo em estudo é a filtração. Este consiste em um
processo de separação sólido/líquido envolvendo fenômenos físicos, químicos e, às
vezes, biológicos. Visa à remoção das impurezas da água por sua passagem
através de um meio poroso.
O mecanismo de filtração ocorre principalmente por transporte e difusão
(físicos) e por aderência devido às forças intermoleculares e/ou eletrostáticas e
pontes químicas (físico-químicos) entre as partículas e os grãos do filtro. Durante o
processo de funcionamento, à medida que mais partículas são retidas no leito
filtrante, aumentam a velocidade intersticial e a perda de carga. Parte das partículas
são arrastadas para o interior do leito podendo ser arrastadas para o filtrado. A fim
de diminuir problemas de qualidade final de água tratada são utilizadas taxas de
filtração declinantes para diminuir o arraste, embora a eficiência do filtro dependa
também do tamanho, forma e a distribuição dos grãos, porosidade e profundidade
do leito.

6.3 – DESINFECÇÃO
A desinfecção é a terceira etapa do projeto proposto. Segundo Lapolli et al. In:
Desinfecção de Efluentes Sanitários (2003), do ponto de vista de saúde a
desinfecção é a etapa mais importante do tratamento de efluentes de estações de
tratamento de esgotos.
Após o processo de clarificação e filtração do efluente oriundo da estação de
tratamento de esgotos, se faz necessário realizar a desinfecção para possibilitar a
utilização segura do efluente final no reúso em alimentação de circuitos semi-abertos
com recirculação de água. Os processos de desinfecção correspondem a tratamento
terciários de esgoto que já forma descritos no item 5 do presente relatório.

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CONCLUSÃO

A falta de tratamento dos esgotos e condições inadequadas de saneamento


pode contribuir para a proliferação de inúmeras doenças parasitárias e infecciosas
além da degradação do corpo d’água. No Brasil, pouco percentual do esgoto é
tratado. O restante é despejado em rios e córregos, contribuindo para aumentar a
sujeira, as enchentes e as doenças. A disposição dos esgotos é essencial para a
proteção da saúde pública.
Outra importante razão para tratar os esgotos é a preservação do meio
ambiente. As substâncias presentes nos esgotos exercem ação deletéria nos corpos
d’água: a matéria orgânica pode causar a diminuição da concentração de oxigênio
dissolvido, provocando a morte de peixes e/ou outros organismos aquáticos,
escurecimento da água e exalação de odores desagradáveis; e não se pode
descartar a possibilidade de eutrofização pela presença de nutrientes, provocando o
crescimento acelerado de algas que conferem odor, gosto e biotoxinas à água.
Quando se trata de efluentes industriais, algo já se observa com respeito a
avanço, pois a empresa que faz o tratamento de esgoto exige que a indústria
monitore a qualidade dos efluentes mandados para a estação. No caso de haver
substâncias que não podem ser removidas pelo tratamento oferecido pela ETE, a
indústria é obrigada a construir uma ETE para tratar seu próprio efluente.
Para auxiliar na solução dos efeitos tanto de cunho ambiental quanto de
saúde pública é importantíssimo que, os mentores de saneamento ambiental,
concebam que o tratamento terciário de esgoto é essencial para completar um ciclo
que, por enquanto, não é finalizado por própria iniciativa das operadoras. A análise
do tratamento terciário em relação aos outros níveis de tratamento já indica, por si
só, um saldo de qualidade e é o único nível que possibilita o reúso da água.

Tabela 4 – Eficiência dos Níveis de Tratamento de uma ETE

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. TRAMONTIN, Tamires & MARCELINO, Tayrini – Artigo: Tratamento de


Esgoto com Alternativa à Preservação Ambiental. Conseguido através do
sítio da rede mundial de computadores www.ebah.com.br

2. CHAVES, Eduardo – Esgotos – CEFET/SC, 2008

3. MACHADO, Irineu Afonso - Tratamento Terciário de Efluentes de Estações


de Tratamento por Lodo Ativado para fins de Reúso como Água de
Reposição em Torres de Resfriamento – Escola Nacional de Saúde Pública
Sérgio Arouca (ENSP), Dezembro/2005

4. SPERLING, M. V. – Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento


de Esgotos. 2 ed., rev. Belo Horizonte: UFMG, 1996

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