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ESTADO DO PARANÁ

TRIBUNAL DE JUSTIÇA
2ª VICE-PRESIDENCIA

PROGRAMA PACIFICAR É DIVINO

1- Conhecendo a 2ª Vice-Presidência e o seu propósito:

A 2ª Vice-Presidência do TJPR é responsável pela implementação de três


importantes políticas judiciárias no Paraná:

- Juizados Especiais;

- Autocomposição;

- Cidadania.

 Autocomposição: compreende os métodos consensuais de solução de conflitos:


mediação, conciliação, entre outros, como a justiça restaurativa.

CONCILIAÇÃO:

Utilizada quando os litigantes, com o auxílio de uma terceira pessoa, o conciliador,


procuram uma alternativa para resolver o conflito da melhor forma para ambos.

- O conciliador é um profissional capacitado para promover o diálogo entre as


partes;

- Através da conciliação os conflitantes participam da decisão do problema;

- Não há que se falar em vencedor ou perdedor: juntos, os envolvidos decidem a


melhor forma de resolver a situação e, assim, todos saem ganhando.
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- Aplicação da conciliação – praticamente em todos os casos. Por exemplo: relações


de consumo, não prestação/ má prestação de serviços, cobranças indevidas,
acidente de trânsito, questões de vizinhança – como brigas por som alto, situações
de família, etc.

MEDIAÇÃO:

É realizada por um mediador, um profissional qualificado que ajuda as pessoas


envolvidas no conflito a buscarem a melhor solução para o caso, de forma
colaborativa, através do diálogo.

- O mediador é um facilitador da comunicação entre as pessoas;

- O mediador não decide ou impõe uma solução, bem como não defende ou acusa
qualquer um dos participantes;

- O mediador busca proporcionar condições para facilitar o diálogo e o


entendimento entre as pessoas em conflito;

- Utilizada normalmente em casos de convivência continuada, como por exemplo:


intriga entre vizinhos e condôminos, questões familiares (disputa de guarda, pensão
alimentícia, divórcio e divisão de bens).

JUSTIÇA RESTAURATIVA:

- Aplicada em casos de violência doméstica e familiar, contravenções penais, crimes


de médio e menor potencial ofensivo, direito de família e cível;
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- Trata-se de um procedimento consensual, em que vítima e infrator, e, quando


apropriado, outras pessoas ou membros da comunidade afetados, atuam como
sujeitos centrais, participando coletiva e ativamente da construção de soluções para
os traumas e perdas causados pelo ilícito;

- Pretende-se que as responsabilidades sejam assumidas, as necessidades oriundas


da ofensa sejam satisfatoriamente atendidas, assim como que um resultado
individual socialmente terapêutico seja alcançado.

- O mediador atua apenas como um facilitador, cabendo às partes envolvidas


tomarem as rédeas de todo o processo de restauração, através do diálogo livre e
mediado, apto a transformar o comportamento dos conflitantes e da sociedade em
geral.

2- Autocomposição em Destaque:

- Principalmente a partir do Movimento pela Conciliação – CNJ, 2006, as práticas


consensuais de resolução dos conflitos passaram a ser incentivadas.

- A partir da entrada em vigor da Lei de Mediação (2015) e do Novo Código de


Processo Civil, em março de 2016, a autocomposição ganhou papel de destaque,
enquanto forma de solução dos litígios.

- Passou a ser tratada como um Macrodesafio do Poder Judiciário.

- O NCPC estabeleceu que os Tribunais de Justiça dos Estados devem criar Centros
Judiciários de Solução Consensual de Conflitos (“CEJUSCs”), responsáveis pela
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realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo


desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.

- O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) atualizou a Resolução 125/2010, em março


de 2016, traçando diretrizes relativas à instalação e ao funcionamento dos Centros
Judiciários de Solução de Conflito e Cidadania (CEJUSCs), criados pela mesma
resolução, e adotados pelo NCPC.

- Em virtude disso, têm sido fomentadas as práticas autocompositivas no âmbito de


todas as unidades judiciárias, bem como estimulado os operadores do Direito a
enxergarem a resolução dos conflitos de modo diverso da tradicional solução
processual, por via impositiva (sentença).

- Com base nessa política, a 2ª Vice-Presidência tem desenvolvido uma série de


programas e projetos, além de firmar convênios com diversas instituições.

 O que a 2ª Vice-Presidência tem feito:

- Diante da necessidade criada pelas legislações atuais, em 2016, foi elaborado um


Plano de Estruturação e Instalação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos
e Cidadania (CEJUSCs) com o propósito de garantir o funcionamento destes centros
em todas as Comarcas do Estado. Atualmente encontram-se em funcionamento
mais de 100 CEJUSCs no Paraná.

- Também foi oportunizada a instalação do CEJUSC PRÉ, responsável por


desenvolver a conciliação e a mediação em casos pré-processuais, ou seja, que
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ainda não foram judicializados. Atualmente estão em funcionamento 12 CEJUSCs


PRÉ.

- Curitiba conta hoje com 6 CEJUSCs: Centro Cívico (Fórum Cível e Cejusc de 2º
grau); Fórum Descentralizado de Santa Felicidade; Fórum Descentralizado da CIC;
Fórum Descentralizado do Pinheirinho; Fórum Descentralizado do Bairro Novo;
Fórum Descentralizado do Boqueirão.

- Além disso, a 2ª Vice-Presidência se preocupa em fomentar a cultura da


autocomposição, estimulando e criando projetos que desenvolvam formas
consensuais de solução de conflitos.

...Assim nasceu o Programa “Pacificar é Divino”.

3- O Programa PACIFICAR É DIVINO:

 IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO NA VIDA DAS PESSOAS:


- O Censo apontou, em 2010, que cerca de 92% da população é adepta de algum
tipo de crença espiritual.
- Uma pesquisa realizada no ano de 2010 (instituto americano Gallup) mostrou que
nos países com renda per capita de até U$ 2.000, 00 (no qual o Brasil se insere), a
religião é um aspecto importante na vida diária de 92% da população.
- Conclui-se, assim, que a religião, independentemente de qual seja, exerce um
papel fundamental na vida da maioria das pessoas, que busca acolhimento, direção
e aconselhamento espiritual.
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- Portanto, o Tribunal de Justiça decidiu procurar representantes de diversas


religiões para desenvolver um trabalho em conjunto, unindo esforços em prol da
pacificação social.

 FUNDAMENTOS DO PROGRAMA:
Considerando:
- a importância dos métodos consensuais de conflito;
- o papel de destaque das instituições religiosas na efetivação da cultura da paz 
percebeu-se que o desenvolvimento das práticas conciliatórias no âmbito dos
segmentos religiosos é de grande importância na propagação da cultura do diálogo
e da solução consensual das controvérsias.
 Assim, a proposta do Programa é que os líderes religiosos, que já trabalham como
aconselhadores, possam se tornar também facilitadores de resolução de conflitos.

 OBJETIVOS/BENEFÍCIOS DO PROGRAMA:
 Difundir a cultura do diálogo e da não violência, restabelecer o respeito entres as
pessoas e reatar os laços familiares e sociais rompidos;
 Fortalecer os métodos consensuais de solução de conflitos, no âmbito das
instituições religiosas.
 Estimular a participação de entidades públicas e privadas na política nacional de
resolução de conflitos;
 Facilitar o acesso da população, especialmente das classes menos favorecidas, à
justiça;
 Reduzir o ingresso de demandas no Poder Judiciário;
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 Desconstruir a cultura litigiosa e construir uma cultura de pacificação;


 Facilitar e potencializar a atuação dos líderes e mentores religiosos em geral, através
da capacitação em ferramentas que facilitem o diálogo e a convivência harmoniosa
entre os fiéis;
 Estimular o respeito e a tolerância entre os diferentes tipos de convicções religiosas;
 Promover o intercâmbio e a melhoria do relacionamento entre a igreja, a família, a
comunidade e o Poder Judiciário;

4- Fases de implementação do Programa Pacificar é Divino:

1ª Fase: Objetiva difundir a cultura do diálogo e da solução autocompositiva de


conflitos, contando com o apoio dos líderes religiosos para replicar tais princípios
em suas comunidades, bem como divulgar os serviços públicos existentes para a
pacificação social.

1.1) Apresentação do Programa para os representantes dos principais


segmentos religiosos da Comarca:
 Havendo interesse: os representantes das religiões indicarão os integrantes da sua
comunidade com perfil para participar do Programa e realizar a o curso de
capacitação.

1.2) Inscrição dos líderes religiosos interessados:


 Cadastro dos interessados em participar do Programa (Ficha de Inscrição
preenchida)
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(OBS: A inscrição e a participação no curso são gratuitas; exige-se, em contrapartida,


que as técnicas autocompositivas aplicadas no âmbito do Programa sejam
oferecidas à sociedade de forma voluntária e gratuita também).
1.3) Oficina Inaugural:
 Destinada a todos os interessados (evento amplo)
 Busca desenvolver noções sobre os métodos autocompositivos, as diferenças entre
conciliação, mediação e justiça restaurativa e a relação entre tais técnicas e os
trabalhos a serem desempenhados pelos religiosos capacitados.
 Essa oficina objetiva ainda explicar o funcionamento do CEJUSC e a forma como o
TJPR tem trabalhado com esses meios consensuais de solução de conflitos.
 A oficina será ministrada por Juízes, Desembargadores e/ou servidores do TJPR com
experiência no ramo.
1.4) Divulgação nas comunidades religiosas:
 Nesta etapa os benefícios do diálogo e da autocomposição serão difundidos, bem
como os serviços públicos já existentes de conciliação e mediação, como os
CEJUSCs, que representam uma alternativa rápida e barata para atingir a pacificação
social.

2ª Fase: Disponibilização, pelo Tribunal de Justiça, do curso de Técnicas de


Resolução Consensual de Conflitos.

 Os religiosos interessados em fazer o curso de capacitação deverão ser indicados


pelo representante/líder da entidade religiosa, o qual precisará encaminhar, por
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email, uma declaração assinada, com a indicação das pessoas e o contato pessoal
das mesmas (REQUISITO OBRIGATÓRIO).
 Uma vez capacitados, os membros dos segmentos religiosos estarão aptos para
aplicar os métodos autocompositivos em suas comunidades, auxiliando as pessoas
em conflito a identificarem a solução mais adequada para suas controvérsias,
através do restabelecimento da comunicação, evitando, assim, o ajuizamento de
ações.
2.1) Visita guiada:
 Visita guiada ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) de
referência da comunidade religiosa, a fim de que os facilitadores formados pelo
Programa conheçam a prática já utilizada por esses centros.
 Pretende-se, com isso, que os líderes religiosos saibam fazer encaminhamentos
adequados, quando se deparam com uma situação de conflito em que se sintam
impossibilitados de atuar.
 Ao final, os líderes terão mais condições de compreender exatamente qual o seu
papel como instrumentos da pacificação social e como funcionarão os “Espaços
Pacificar”.
2.2) Curso de Multiplicadores:
 Treinamento dos facilitadores já formados para que possam ensinar os métodos
aprendidos durante o curso para outros religiosos, multiplicando a capacitação
em Técnicas de Resolução Consensual de Conflitos.

3ª Fase: Esta fase contempla a instalação do “Espaço Pacificar”, um local de


acolhimento, dentro da instituição religiosa, destinado ao atendimento das pessoas
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em conflito pelo religioso capacitado, o qual poderá colocar em prática as técnicas


autocompositivas.

No “Espaço Pacificar”:

 Caso haja composição entre os interessados  poderão optar por reduzir a termo
o teor do convencionado  poderão optar por encaminhar o acordo para
homologação judicial no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania
(CEJUSC) de referência (modelos de termos de acordo repassados pela equipe do
Programa Pacificar é Divino, após a instalação do espaço).

5- Experiências anteriores:

Iniciativas semelhantes já existem em outras Unidades da Federação, destacando-


se os seguintes projetos:

- Goiás: “Mediar é Divino!”, desenvolvido no ano de 2015, o qual serviu de modelo


para a criação do Projeto Pacificar é Divino;

- Distrito Federal: “Mediar é Divino”, iniciado no ano de 2015, a partir da ideia do


Tribunal de Justiça do Estado de Goiás;

- Acre: “Conciliar é Divino”, implementado no ano de 2016.


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Contato:

Email: londrina@tjpr.jus.br; pacificar@tjpr.jus.br.

Telefone: (43) 3572-3326 – CEJUSC Londrina

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