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I.

Antecedentes históricos

Utilização dos testes psicológicos


Os testes psicológicos foram criados e são utilizados principalmente para a determinação e analise de diferenças
individuais na inteligência geral, aptidões especificas, conhecimentos escolares, adequação vocacional e
dimensões não intelectuais da personalidade.
Quando os testes são utilizados na determinação e analise das aptidões intelectuais ou dimensões não intelectuais
de um individuo o objetivo consiste na orientação educacional e vocacional; discernir as debilidades a fim de
promover uma instrução adequada; descobrir causas intelectuais ou não, que determinam problemas de
comportamento na escola.
Na clinica os testes psicológicos são principalmente usados para o diagnostico individual de fatores associados a
problemas pessoais de aprendizagem, comportamento, atitudes ou relações interpessoais especificas.

O século XIX
Francis Galton (1822-1911), foi o primeiro cientista a realizar investigações sistemáticas estatísticas sobre as
diferenças individuais.
Uns psicólogos, não experimentalistas, especulativos, preocupam-se com problemas de dualismo, espirito-
matéria, natureza das ideias, faculdades intelectuais, associacionismo clássico. Outros, embora seguindo uma
orientação experimental, dirigiam a sua atenção para problemas e teorias gerais e não para as variações e
diferenças nas aptidões humanas.
Weber (1795-1878) fez experiencias sobre discriminação de peso, visão, audição e “limiar de dois pontos” da
pele. É mais conhecido pela sua abordagem experimental e quantitativa dos problemas psicológicos e pela lei de
Weber – o menor aumento percetível de intensidade do estimulo é uma fração constante da intensidade inicial.
Gustav Fechner (1801-1887) preocupou-se com a aplicação dos métodos exatos das ciências naturais ao estudo
do “mundo interior” do homem, isto é, as relações entre os processos mentais e os fenómenos físicos. Johanes
Muller (1801-1858) interessou-se pela fisiologia dos sentidos e pelo ato reflexo. Hamilton e Mill dedicaram-se à
reformulação mais rigorosa e completa da teoria clássica de associação. Alexander Bain contribui com o esforço
pioneiro no sentido de incluir todo o domínio da experiência humana num sistema de psicologia.
Wundt recorreu a métodos fisiológicos e à introspeção nas suas investigações e na dos seus discípulos. A
experiencia genuinamente psicológica implicava um estimulo objetivamente conhecido e de preferência
mensurável, aplicado em condições especificas, e resultado numa resposta objetivamente conhecida e medida. O
método de wundt acentuava a necessidade de conhecer e formular acontecimentos experimentados pela
consciência, na sua relação com estímulos e respostas objetivas e imensuráveis. Para wundt, a introspeção
converteu-se no método mais importante do psicólogo experimental. Aplicou estes métodos ao estudo
experimental da visão, da audição, dos tempos de reação, problemas psicofísicos e à analise das associações de
palavras.

Interesse pela deficiência mental


Jean Esquirol e Edouard Séguin preocuparam-se ambos com a deficiência menta e a perturbação mental. Esquirol
explicitou a distinção entre a deficiência e a doença mental. Assinalou também vários níveis de deficiência
mental. Notou corretamente o facto de o desenvolvimento e utilização da linguagem constituir um dos mais uteis
e validos critérios psicológicos para a diferenciação dos níveis de deficiência.
Seguin é importante pela sua obra pioneira e pelos seus métodos de treino de deficientes mentais. Estava
convencido de que mediante auxilio adequado poderiam ocorrer progressos ao nível do comportamento, de
utilização da limitada capacidade intelectual, de adequação económica, da personalidade genericamente falando.
Estimulou o interesse pelo estudo e treino de deficientes. Os seus métodos incidiam sobretudo pelo
desenvolvimento das capacidades sensoriais (sensibilidade de discriminação), sobre o controlo e capacidade
motora.

O contributo de Francis Galton


Galton orientou os seus esforços para a investigação das diferenças individuais, por razoes mais de cariz biológico
que psicológico. Revelava interesse pelo desenvolvimento da genética e eugenia. O papel da hereditariedade e
do meio no desenvolvimento da inteligência humana.
Não só estimulou as investigações sobre as diferenças individuais, como impulsionou decisivamente a
experimentação na via da mediação da inteligência mediante testes sobre imagens mentais e de discriminação
sensorial. Organizou um teste para a medição da finura da discriminação de peso; inventou aquilo a que se chama
o apito de Galton para a medição da sensibilidade a tons altos. Sugeriu ainda técnicas de exame de discriminação
visual e auditiva, dos tempos de reação e força muscular.
Galton estaria convencido que haveria uma correlação significativa, entre as capacidades sensoriais mais simples
e suscetíveis de medição e a inteligência.

O contributo de Binet
Binet aceitava que os processos elementares permitiam uma medição mais rigorosa e, consequentemente,
ofereciam resultados sensivelmente constantes. No entanto, os seus interesses orientavam-se mais no sentido dos
indivíduos do que das sensações ou das ideias.
Binet e os seus colaboradores estavam interessados em estabelecer a extensão e a natureza das variações
interindividuais dos processos mentais, e na determinação das inter-relações intra-individuais desses mesmos
processos. Binet e Henri propuseram o estudo das seguintes funções: memoria, natureza das imagens mentais,
imaginação, atenção, compreensão, sugestionabilidade, sentido estético, sentimentos morais, força muscular,
força de vontade, perícia motora, juízo visual. Para eles estas faculdades diferiam amplamente de individuo para
individuo, e o seu conhecimento permitia uma ideia genérica da pessoa em questão e a sua diferenciação dos
outros indivíduos do seu meio.
A sua preocupação fundamental foram os problemas de medição da inteligência e distinção do nível mental das
diferentes pessoas.
 A escala de Binet-Simon
Na primeira escala, encontramos a conceção subjacente a todos os testes que medem a inteligência das
crianças: o principio de que as diferenças de desenvolvimento intelectual podem ser identificadas – em termos
de grau – mediante as diferenças de nível de desenvolvimento expressa pela capacidade media das crianças
de varias idades.
Na construção da sua primeira escala Binet e Simon limitaram-se ao problema definido e pratico da criação
de um instrumento que medisse as aptidões intelectuais das crianças em idade escolar, e que permitisse a
distinção entre normais e anormais. Dedicaram os seus esforços à avaliação e determinação quantitativa da
“inteligência geral”, isto é, o nível intelectual, e à comparação com crianças normais.
Binet deu um grande ímpeto ao estudo das diferenças individuais com seus testes estandardizados.

O desenvolvimento dos Estados Unidos


 Testes de realização
Permitiam o exame de indivíduos com limitações verbais, surdos, cegos e outros que não podiam ser
justamente examinados com testes ligados à linguagem, números e abstrações.
Consiste numa situação percetiva em que o paciente manipula itens tais como placas de madeira, cubos,
gravuras e objetos decompostos em de raciocinar símbolos.
 Testes de aptidão
Estes testes, diferentemente dos de aptidão geral, medem a aptidão do individuo para a realização de tarefas
no âmbito limitado ou tipo especifico, como aptidão burocrática, mecânica ou musical.
 Questionários de interesses profissionais
Informam dos interesses dos indivíduos por varias atividades.
 Testes escolares
Medição da aprendizagem numa matéria escolar, apos um período de instrução. Estes testes revelaram-se
validos na deteção de dificuldades individuais na aprendizagem, na descoberta de interesses escolásticos
marcados, de aptidões ou inaptidões e, a par de outros fatores, no acompanhamento da carreira educacional.
 Testes multifatoriais
Isolam e medem operações mentais relativamente “puros” ou “constelações” de fatores intimamente
relacionados, e não a inteligência geral ou aptidão geral. Por outras palavras, os testes multifatoriais isolam
os elementos que constituem as operações mentais.

Testes de personalidade
Testes de personalidade são testes aplicados por psicólogos por meio de perguntas ou testes gráficos com a
finalidade de revelarem traços inatos e adquiridos da personalidade do indivíduo, muitas vezes não
conhecidos ou não relatados por ele próprio e que indicam seu caráter e temperamento. Traços de
personalidade são características marcantes da pessoa, os quais a distingue dos demais indivíduos e que
determinam como ela age e reage a diferentes situações.
 Escalas de julgamento
Forma de obter juízos de um determinado numero de indivíduos sobre um certo numero de dimensões de um
outro.
 Questionários
É constituído por uma serie de itens sob a forma de perguntas sobre o próprio individuo, às quais ele deve
responder. Visa detetar sintomas comportamentais e de personalidade reveladores de desadaptação.
De uma maneira geral, o enfase dos itens – perguntas ou afirmações – de tais instrumentos situa-se na forma
como o individuo atua em determinadas situações e em como se sente em relação a essa mesma atuação.
 Testes projetivos
Mais subtil que o questionário, apresenta situações estimulantes mais ou menos equivocas, indefinidas,
geralmente sob a forma de gravuras, manchas de tinta ou frases incompletas. Assim o paciente tem uma
oportunidade maior de impor ao teste dimensões de personalidade mais pessoais e intimas do que aquelas que
podem ser reveladas no questionário.

Situação atual
A determinação de funções mentais, ou operações medidas, embora complexa, é relativamente mais simples
do que a avaliação de dimensões não intelectuais da personalidade.
A personalidade é um conceito que engloba todos os aspetos, e as suas manifestações são muitas vezes
complexas e ocultas; assim, o desenvolvimento e utilização dos questionários e dos testes projetivos não parte
de bases tao seguras como o dos testes de aptidões mentais e de rendimento escolar.
É essencial que o testador profissional compreenda os princípios psicológicos e estatísticos em que os testes
de baseiam. É necessário que todos aqueles que interpretam os resultados dos testes tenham noção dos aspetos
mais importantes da teoria subjacente e estejam a par do significado dos termos técnicos.

AVALIAÇÃO PSICOLOGICA – CONCEITO, CONTEXTO E METODO


A avaliação, através dos mais variados métodos e técnicas, é uma disciplina que tenta descrever e classificar o
comportamento das pessoas com o objetivo de enquadra-lo dentro de alguma tipologia.
Recolha e interpretação de informações psicológicas através de métodos científicos para compreender o
comportamento. Aplica-se ao estudo de casos individuais, grupos ou situações.
A AP é eclética; respeita e integra todas as teorias explicativas do comportamento humano e é uma disciplina que
investiga o sujeito na sua globalidade (cognição/emoção/afetos/comportamentos).
Os seus objetivos passam por dar credibilidade à psicologia, contribuir para um conhecimento mais profundo e
preciso dos sujeitos em diferentes contextos, procurar desmistificar conceitos e diagnósticos realizados com base
em crenças, valores, teorias e parâmetros teóricos, permite elaborar relatórios adequados e fidedignos de cada
caso e cada contexto e delinear propostas de intervenção mais eficazes.
O processo de avaliação dá extrema importância ao trabalho multidisciplinar e interdisciplinar e também ao
recurso a vários informadores/interlocutores.
Aplica-se em diversos contextos, tais como: clinico, criminal, educacional, social/organizacional, saúde.
O método a aplicar difere de acordo com o contexto.
Eticamente a avaliação psicológica pretende que os técnicos sejam competentes na manipulação dos instrumentos
de avaliação e no domínio dos conhecimentos necessários ao estabelecimento da relação clinica; não se pode
avaliar pacientes em surto ou em que a avaliação é completamente desnecessária; a falta de competência escrita
e a inadequada devolução da informação; perversidade na procura de patologias (categorização); má integração
dos resultados, é necessário ter cuidado no delineamento de diagnósticos e prognósticos.
Aula 5 e 6 – observação e entrevista
 OBSERVAÇÃO
 Observação direta em consultório
Tudo é observado. Desde o inicio até ao fim da consulta. Avaliação do comportamento verbal e não verbal do
paciente.
Comportamento não verbal Comportamento verbal
Vestuário Aspetos para-linguisticos
higiene Tom de voz
olhar Volume
postura Ritmo
Movimentos

2) estruturação do discurso – organização do discurso (reflete a organização do pensamento); coerência do


discurso.
3) Humor (Lábil, depressivo, eufórico, disfórico, bizarro…)
4) colaboração durante o exame
 Observação naturalista
Amostra direta do comportamento: tempo e lugar. As coisas são observadas tal e como ocorrem. Tem como
finalidade perceber a influencia das condições relacionais e contextuais no comportamento do sujeito.
Pode ser feita em casa ou na escola, por exemplo. De modo a observar o comportamento do sujeito e a interação
com os outros. Pode ser feita através de instrumentos de observação complexos, estruturados e com categorias
de observação definidas.
 Procedimentos
Limitar os efeitos reativos ao observador; treinar observadores para o contexto relaciona; repetir a
observação (mínimo 6 vezes); dois ou mais observadores, acordo entre estes; utilizar instrumentos validados;
nas grelhas construídas definir claramente os comportamentos alvo.
 Observação Laboratorial
Por exemplo observar uma relação entre mãe e filho em contexto de laboratório, observando para perceber como
se processa a relação naquele contexto.
Criam-se condições no consultório que tentam reproduzir um contexto, por exemplo: relacional, atividade,
situação social. role play – por exemplo.
É produzida através da observação do comportamento e registo do mesmo.
Frequência: Acontecimentos antecedentes e consequentes.
 Características da observação naturalista e laboratorial
o Útil quando existem relatos vagos dos comportamentos;
o Expetativas irrealistas em relação ao desempenho das crianças;
o Permite descrever as dimensões comportamentais de um modo muito preciso;
o Contem variáveis contextuais;
o Os comportamentos observados são “amostras de comportamento”.

 Entrevista de Avaliação Psicológica


É uma técnica que assume a forma de comunicação e troca verbal face a face entre dois indivíduos, orientada
no sentido de aquisição de informação relevante. É o primeiro contacto, onde são descritas as razoes que
levaram a pessoa à consulta de avaliação. Que áreas não estão funcionais. Saber o conteúdo dos pensamentos.
É preciso ter muita informação sobre as áreas que não estão bem. O que a atrapalha para ser feliz. É necessário
utilizar instrumentos adequados aos sintomas. É preciso perceber se a pessoa é um perigo para ela própria.
 Objetivos da entrevista
- Identificar sinais acerca das principais áreas perturbadas;
- Identificar outros instrumentos ou técnicas de avaliação a utilizar;
-Levantamento de hipóteses diagnosticas;
- Planificar a intervenção;
- Medida de eficácia das intervenções realizadas.
 Tipos de entrevista

 Entrevista semi-estruturada
1. Informação geográfica
2. Áreas gerais de preocupação do paciente ou dos interlocutores
3. Analise da situação problemática
Quais as razões de preocupação da pessoa?

4. Historia de vida (anamnese)


Pressupostos teórico: as interações dos primeiros anos de vida de um sujeito são determinantes para o seu
desenvolvimento futuro e criam disposições características de agir e de pensar.
Qual a função do sintoma no problema, a responsabilidade deste no problema. Sucessão de acontecimentos
depois do sintoma aparecer.
Quando os problemas se arrastam no tempo são mais graves e difíceis de resolver.
Vantagens da avaliação da anamnese:
- Dados para a compreensão da génese, evolução e estruturação dos problemas;
- Procura de uma linha base retrospetiva dos comportamentos;
- Indica o grau, a severidade e a função dos comportamentos aprendidos.
O que sinalizar na anamnese?
- Período Pré-natal (gravidez e parto)
- Período neo-natal (reação dos pais, condições de saúde…)
- período pós-natal (alimentação/psicomotrocidade; linguagem/controlo dos esfíncteres; sono/estado de saúde;
situação escolar/interações sociais)
Limites da anamnese
- Efeitos de halo/preconceitos;
- Resolução:
*recorrer a varias fontes de informação;
*recorrer a vários métodos de avaliação;
*formular varias hipóteses e testá-las.
5. expetativas e objetivos do paciente/interlocutores
O motivo da consulta prende-se, muitas vezes, com erros na leitura dos comportamentos. É importante
determinar em que medida as queixas devem ser consideradas “um problema”. Avaliar sentimentos do sujeito
e dos interlocutores em relação à situação “problemas”. E redefinir o que é esperado por parte da intervenção.
Por vezes os pais têm expetativas que não podem ser correspondidas pela criança. Para que um sintoma se fixe
é necessário que se fale continuamente dele e isso normalmente acontece, tornando um comportamento
aleatório num sintoma. somos seres em relação que tendemos a projetar nos outros os nossos problemas.
É importante perceber as expetativas e objetivos em relação à avaliação e à resolução do problema. Não
queremos ser o agente da mudança, essa é a função do individuo.
6. Variáveis relacionadas com a família
Muitas vezes os pedidos de ajuda psicológica têm como causa o mau estar de outros familiares (bode expiatório)
ou a existência de um período critico que a família atravessa.
Em muitas situações de pedidos de ajuda a crianças não existem diferenças de comportamento em relação a
outras crianças, mas sim no comportamento dos pais em relação a outros pais.
Muitas vezes os problemas só se fixam depois de sere aumentados por nos. Aquilo que para uma família é
saudável e uma situação ligeira, para uma família patológica é um problema. Os pais sentem-se culpados
quando lhes é dito que são diferentes de outros pais. Nunca se deve dizer aos pais o que eles fazem mal. Ajuda-
los a melhorar sim, mas sem os criticar.
7. Determinação do potencial dos informadores, das figuras significativas e do próprio sujeito
Determinar a capacidade do sujeito e dos interlocutores em serem envolvidos em programas de modificação
de comportamentos.
Para isto é necessário:
- Compreender o problema;
- Quererem acabar com o problema;
- Compreender o programa de intervenção.
Perceber ate que ponto o paciente percebe o que é a avaliação ou a intervenção. A pessoa tem de entender o
problema e acima de tudo tem de querer acabar com ele.
8. Breve discussão com o paciente e/ou outras figuras significativas

Aula 7 – elaboração de relatórios


 Princípios gerais, competências e conselhos técnicos a considerar na condução de entrevistas
A qualidade e quantidade da informação durante a entrevista depende da natureza da relação estabelecida.
 Ser capaz de captar o que motiva o problema;
 Saber ouvir;
 Ser um bom observador de comportamentos;
 Manifestar um interesse autentico pelo problema do seu paciente.

 Conselhos técnicos a considerar segundo Roethlisbergen e Dickson


 Na fase inicial o entrevistador só deve falar ou colocar questões em situações especificas;
 Estar atento às omissões que ocorrem;
 Tudo o que é dito tem de ser enquadrado no contexto;
 Procurar saber qual o problema subjacente a certas atitudes.

 Conselhos técnicos segundo Carl Rogers


 O entrevistador dever ser apenas um catalisador oferecendo apenas ao paciente um espelho verbal.
O autor considera que o paciente saber quais são os seus problemas e dificuldades e que é capaz de assumir a
direção e o movimento do caminho terapêutico.
 Contributos de Carl Rogers: atitude positiva de entrevistador
- atitude de recetividade, acolhimento e disponibilidade;
- preocupação em conceptualizar os problemas como existenciais;
- manifestar respeito absoluto pela individualidade do paciente;
- estabelecer uma relação de empatia;
- considerar o individuo como um ser em “devir” (constante mudança).
 Competências especificas a usar na condução de entrevistas:
1. foco e seguimento
- contacto visual;
- postura corporal;
- silêncios;
- respostas verbais.
2. Inquérito eficaz
- pergunta fechada: “onde se encontrava na ultima vez que sentiu que ia desmaiar?”
- pergunta aberta: “pode dizer-me alguma coisa acerca desse problema?)
- encorajamentos mínimos: (humm…; sim...; continue…)
3. Reflexão sobre sentimentos e conteúdos
A ser usada quando:
- os comentários são muito extensos;
- o paciente apresenta muitas ideias ou assuntos com falta de ligação;
- acaba uma entrevista ou se inicia outra.
Objetivo:
- fazer uma síntese do que foi dito;
- dá coerência e direção à entrevista.
 Identificação previa dos sentimentos presentes no discurso.
 Parafrasear: serve para clarificar as ideias presentes no discurso do paciente;
4. Confrontação
 Chamada de atenção para a discrepância entre ações ou comportamentos; palavras e sentimentos;
5. Autoexploração
 Liberdade para que o sujeito interprete as suas ações, atitudes e sentimentos.
 Guia prático para a elaboração de relatórios
 Evitar erros nos relatórios
- Habitualmente os relatórios psicológicos têm uma boa consistência teórica, mas nem sempre facultam
contribuições substanciais para a planificação da intervenção;
- Conteúdo vago no que respeita a objetivos e à estratégia de intervenção;
- Estilo de escrita ambíguo;
- Uso excessivo de termos técnicos.
- Excesso de teorização - “interpretação irresponsável”
- Especulações excessivas – com fracasso em incluir dados comportamentais a partir dos quais as inferências
são desenhadas;
- Apresenta informação irrelevante, desnecessária, geral, redundante e subjetiva.
 Estrutura e organização do relatório
1. Dados pessoais do sujeito
Nome, idade, sexo, data de nascimento, idade, escolaridade, profissão, estado civil, residência,
(nacionalidade), data de avaliação, nome do psicólogo.
2. Pedido e motivo de avaliação
- Pessoa ou instituição que faz o pedido;
- Motivo da avaliação, por exemplo, “problemas nas relações interpessoais”; sintomatologia; adaptação a
uma situação de luto.
Possíveis objetivos para o pedido de AP:
- Elaboração de recomendações para plano psicoterapêutico;
- Diagnostico/diagnostico diferencial;
- Avaliação de problemas interpessoais;
- Adequação a um perfil de desempenho profissional;
- Compreensão do funcionamento geral do sujeito.
3. Dados significativos da observação
Descrição de comportamentos específicos e relevantes para a avaliação, tais como comportamentos, discuro
ou verbalização durante o exame.
4. Entrevista (anamnese e historia clinica/historia biológica)
- Dados biográficos do sujeito importantes para esclarecer o objetivo pedido;
- Historia do desenvolvimento;
- Meio social;
- Historia familiar, clinica e escolar; ´
- Historia do problema;
- Avaliações anteriores.
5. Dados significativos dos instrumentos utilizados e resultados
- Enuncia as técnicas e instrumentos utilizados e justifica a sua utilização em função dos objetivos;
- Os resultados podem ser mencionados somente se forem uteis para a pessoa a quem é dirigido o relatório;
- Explicitar o significado dos resultados obtidos de um modo compreensível;
- Datas e tempos de duração da aplicação.
6. Diagnostico/formulação/funcionamento geral do sujeito
O estilo e o conteúdo dependem da orientação teórica do psicólogo…, mas também dos objetivos do
relatório.
É realizada uma leitura interpretativa dos resultados de todo o processo de avaliação (inferências baseiam-
se nos resultados da avaliação:
Tópicos habitualmente referidos:
 Relações interpessoais;
 Aspetos intelectuais;
 Mecanismos de defesa;
 Comportamentos adaptados/inadaptados;
 Aptidões sociais;
 Sintomas/problemáticas.
 Diagnostico;
 Logica de avaliação de psicopatologia de acordo com o DSM;
 As formulações: descrevem o problema; explicam através de uma teoria psicológica o desenvolvimento
e manutenção do problema;
 A mudança é possível através da aplicação de princípios e metodologias de intervenção psicológica;
 É um processo aberto a revisões e reformulações.
7. Recomendações e objetivos de intervenção
 Responde ao problema;
 Formuladas de forma clara, relevante e pratica;
 As recomendações devem ser as que se conhecem como as mais eficazes tendo em conta os recursos
disponíveis;
 As técnicas mais eficazes para determinada problemática;
 Enuncia evemtual manutenção de avaliação psicológica.

Aula 8
 Psicometria
Dedica-se à criação de instrumentos de avaliação.
- Definição de teste
Freeman (1976) – é um objeto estandartizado que mede um ou mais ou aspetos de uma personalidade total,
através de respostas verbais e não verbais.
Anastasi – é uma medida objetiva e estandartizada de uma amostra de comportamento.
- Amostra – numero de sujeitos que representam uma população (país, patologia)
- Tipos de amostras
1. ao acaso (randomizadas)
- triagem ao acaso;
- seleção a partir da letra inicial do nome
2. estratificadas proporcionais (controladas)
- divide-se a população em categorias independentes
- obtém-se uma equivalência entre o numero de sujeitos da amostra para cada categoria e o numero de sujeitos
que se encontram na população total para cada uma dessas categorias.
 Amostras de aferição: objetivo é ajustar um instrumento a uma população;
 Amostras de dimensões e funções: objetivo é que os itens do instrumento sejam aspetos da variável que
estamos a classificar. Exemplos:
 Inteligência -> procura de itens que avaliem componentes da variável -> as supostas componentes a
variável são submetidas a uma analise fatorial (isolar relações entre conjuntos de variáveis);
 Traços de personalidade: questionários para quantificar aspetos qualitativos. Definição de traços de
personalidade: padrões de comportamento, relativamente consistentes e estáveis num conjunto
diversificado de situações -> com base na definição procede-se à seleção de escolha de itens (método
empírico ou especulativo) para depois se realizar analise fatorial.
-
- Conceitos fundamentais associados à definição de teste Psicológico
 Aferição
Aplicação de um instrumento a uma amostra representativa da população com o objetivo de elaborar
normas a partir das quais se podem interpretar resultados individuais. (ex. método dos decis, avaliação
da dispersão dos resultados).
 Estandartização
Tornar homogéneas as condições de utilização de um determinado instrumento. Refere-se a um
instrumento onde estão claramente definidos os procedimentos de aplicação, cotação e interpretação de
resultados. Respeitar:
- ordem de aplicação dos itens;
- tempo limite de execução;
- formulação de questões;
- cotação dos desempenhos.
 Objetividade
Deriva da convergência dos procedimentos de aferição e estandartização.
- Características psicométricas dos instrumentos
Dão-nos informação prática sobre o grau de confiança que podemos ter em determinado instrumento.
Quando a garantia, a sensibilidade e a garantia de um determinado instrumento apresentam valores
significativos é-lhe aferida credibilidade.
 Garantia
Consiste na possibilidade do instrumento fornecer resultados consistentes em diferentes medições.
Indica em que medida os resultados obtidos estão isentos de:
1. Defeitos internos suscetíveis de provocar erros de medição;
2. Influencia do acaso;
3. Diferenças individuais.
Duas ideias associadas a garantia:
1) Consistência interna – consistência dos itens numa só aplicação. Garantia que os participantes
entendem todos da mesma forma os itens do teste.
2) Teste - reteste – estabilidade dos resultados quando aplicado mais do que uma vez – predição de
resultados.
 Validade
Freeman “um teste é valido quando mede aquilo que visa medir”
1. Forma de verificar a qualidade e utilidade de qualquer instrumento;
2. Forma de verificar se as nossas avaliações são objetivas do ponto de vista do estado atual do sujeito;
3. Forma de observar se estas avaliações objetivas do sujeito podem ser generalizadas a outras
situações e a outros momentos.
o Validade interna
Procura saber em que medida os itens são representativos dos comportamentos a observar ou das
variáveis que se pretende medir. É feita exclusivamente a partir dos próprios itens, quer eles sejam
tomados individualmente ou em conjunto. Determinada a partir da avaliação que é feita por
especialistas não só em relação aos comportamentos ou outras variáveis que os teste pretende avaliar,
mas também peritos na própria construção de testes.
o
o
o Validade empírica
Toma como referencia fundamental os resultados finais e já não os itens isolados ou em conjunto.
Importa avaliar critérios externos ao próprio teste.
1. Validade concorrente – os critérios externos (outros testes psicológicos) são recolhidos ao mesmo
tempo ou imediatamente a seguir à aplicação do teste.
2. Validade preditiva – centra-se fundamentalmente no prognostico. O objetivo é encontrar
correlações entre os resultados do teste e as informações posteriores do sujeito em diferentes
domínios. (ex: aplicar o teste novamente, notas escolares, rendimentos noutras provas que avaliam
a mesma variável). É considerada a mais importante característica psicométrica de um teste. No
caso de ser suficientemente elevada indica não só o estado atual do sujeito, mas também aquilo
que poderá ser previsível em termos de comportamentos futuros no domínio avaliado pelo teste
em questão.

o Validade de constructo
Saber em que medida é que os itens considerados individualmente e em conjunto são adequados para
avaliar determinada dimensão psicológica,
- exige uma definição clara da característica ou do traço a ser medido;
- adequar o constructo teórico à pratica;
- forma de validar a teoria subjacente.
A forma de validar o constructo: analise fatorial – validação convergente – discriminativa.
1. Analise fatorial – técnica estatística que permite reduzir uma multiplicidade de variáveis presentes
num instrumento a um numero diminuto de fatores comuns ou traços psicológicos;
2. Validação convergente – um teste deve correlacionar-se de uma forma altamente significativa com
outras variáveis teoricamente correlacionadas
3. Validação discriminativa – um teste deve ter correlações nulas ou baixas com variáveis com as
quais o teste não se deve teoricamente relacionar.
 Sensibilidade
Poder discriminativo dos resultados. Grau em que os resultados numa prova aparecem distribuídos
diferenciando os sujeitos entre si nos seus níveis de realização. Distribuição dos sujeitos de acordo com
a curva normal.

II. Testes
Os testes psicológicos são instrumentos capazes de ajudar o sujeito a ter uma visão mais clara de algo que ele
ainda não tem muita consciência. Através dos testes pode-se mensurar algo do comportamento humano, como
também ser projetado algo que está inconsciente para o consciente, seja em forma de histórias, desenhos entre
outros.
De acordo com Anastasi (1954, p. 28) citado em Hongan (2006, p. 28) os testes psicológicos são “uma medida
objetiva e padronizada de uma amostra de comportamento”. Já Croanbach (1996, apud SILVA, 2009) os testes
são um procedimento sistemático para se observar um comportamento e descrevê-lo com a ajuda de escalas
numéricas ou de categorias fixas.
Segundo Hongan (2006) através dessas definições de testes pode-se extrair seis elementos no que compreende
os testes no contexto da ciência do comportamento. Primeiro o teste é um procedimento ou instrumento; o
segundo é a informação que os testes podem trazer; em terceiro o teste traz informações sobre o comportamento;
em quarto, muitas definições enfatizam que os testes fornecem apenas uma amostra de comportamento; em quinto
um teste é um procedimento sistemático e padronizado; e em sexto o teste é alguma referência a qualificação ou
mensuração, ou seja, a parte numérica das informações obtidas nos testes.
Os testes objetivos são instrumentos capazes de descrever através de números fenômenos psicológicos. Eles
podem ser corrigidos objetivamente, tanto através do ser humano como também pode ser corrigido por um
computador e não é necessário um julgamento.
Os testes objetivos são usados principalmente nas clinica para obter uma avaliação padronizada dos traços da
personalidade. Também podem ser utilizados para o propósito de aconselhamento, para seleção de pessoal e são
muito utilizados em pesquisa sobre a personalidade humana. Os testes objetivos podem apresentar um grande
problema que são as respostas socialmente desejáveis, que são, em geral, aquelas respostas que as pessoas acham
que serão aceitas pela sociedade. A resposta falsa é uma tentativa de criar uma boa ou má impressão aos outros.
É uma forma que as pessoas têm de responder consciente ou inconscientemente a itens de determinada maneira,
independentemente de quais sejam realmente seus sentimentos sobre o que está sendo perguntado. (HONGAN,
2006).
Por sua vez, o teste projetivo é um tipo de teste livre onde o individuo irá ter um estímulo seja uma imagem,
uma frase, algo que faça com que este crie uma resposta consciente ou inconsciente para o estimulo dado. Essa
resposta será interpretada pelo psicólogo, mas este terá que seguir regras estabelecidas em manuais para a
correção dos testes projetivos.
As técnicas projetivas podem ser empregues nas clinicas, em aconselhamento, em escolas e também usadas
em pesquisas. Entre as técnicas projetivas mais utilizadas estão: o teste de mancha de tinta de Rorschach, o teste
de Apercepção Temática (TAT) teste de Apercepção infantil (CAT), teste Gestáltico Visuomotor de Bender, teste
de Completar Frases, teste de Desenho de Figura humana, teste Casa-Arvore-Pessoa (HTP) e teste de Desenho
da família em movimento Hongan (2006).
Os testes objetivos seguem uma estrutura, onde há opção de respostas e tabelas de correção, já nos testes
projetivos as respostas são livres e a testando pode construir sua resposta. Para correção é preciso que o psicólogo
faça com certo julgamento, pois não há uma estrutura de respostas e correção onde o psicólogo possa focar.
 o desenho
O desenho é uma técnica e não um teste, é dos primeiros instrumentos a ser aplicado.
As técnicas não são tao objetivas nem psicométricas como os testes. A técnica é mais rica na recolha de
informação, mas também mais relativa e subjetiva. Inventários, autorretrato são considerados testes. A
observação e a entrevista são técnicas projetivas.
A técnica do desenho é a mais limitada, e não se aplica só às crianças. A crianças são aplicados o desenho da
família e o desenho livre.
É uma prova pouco evasiva e que ajuda a quebrar o gelo. Primeiro contacto depois da entrevista. Serve para
entender características da pessoa, exteriorizar algo do interior, por isso se denominam técnicas projetivas.
Na criança serve para avaliar o seu nível de relação objetal. Nos adultos avaliam a sua estreita de
personalidade.
É um veiculo espetacular quando aplicado a crianças, serve como espaço lúdico para que estas possam
projetar o seu mundo interior. Pode ser interpretado de duas formas: cognitiva e emocional.
Desenho da figura humana de Goodenough
Criando uma relação empática com as crianças, este teste avalia ainda a inteligência geral (idade mental
e QI), se bem que não deva ser utilizado como um único teste.
O desenho das crianças pode ser interpretado como expressão da sua maneira de ser e das suas qualidades
anteriores.
Qualquer desenho feito por uma criança é a expressão objetiva de processos psíquicos superiores.
Portanto, desenhar é para a criança uma maneira de se exprimir. Mais do que as criações estéticas os
desenhos da criança são conteúdos emocionais.
Goodenough criou um teste de extraordinária simplicidade, destinado a medir a inteligência geral das
crianças.
Consiste numa prova única: desenhar um homem. A avaliação reduz-se a verificar o numero de
pormenores acertados que o desenho realizado. Esta pontuação converte-se em idade mental e esta em
quociente intelectual.
Pode ser utilizado como técnica projetiva, mas então será interpretado segundo o simbolismo das suas
representações e pela presença ou ausência de certos pormenores significativos da vida afetiva.
Teste da arvore
Como teste é incompleto. Dificilmente, o simples desenho de uma arvore poderia exprimir toda a riqueza
duma personalidade. Por isso, devemos dar-lhe unicamente o seu valor relativo.
A formula preferida é pedir ao examinado que desenhe uma arvore de fruto. Deve dar-se plena liberdade
de ação ao individuo.
É sempre bom pedir que desenhem duas arvores. Na correção, contam-se não só as coincidências, mas
também as discordâncias entre as duas arvores desenhadas.
O teste da figura complexa de rey-osterrieth
Rey imaginou uma “figura complexa” geométrica sem intenção interpretativa, cuja copia é pedida ao
examinando. Destinava-se esta prova, principalmente, ao exame de doentes mentais cuja perturbação
fosse causada por traumatismo craniano.
Este teste é interessante para estudar diferentes aspetos:
 O desenvolvimento mental: observação dos diferentes tipos de reprodução e a riqueza da
representação gráfica nas diferentes idades;
 O atraso nesse desenvolvimento;
 As perturbações na estruturação espacial provocadas por certas lesões cerebrais ou doenças
mentais.
 Tolouse – Pieron
Avalia a aptidão percetiva e a capacidade de atenção dos sujeitos, através de uma tarefa rotineira que exige
concentração e resistência à monotonia. É uma prova auxiliar do diagnostico indicativo da capacidade de
eficiência de um individuo numa atividade especifica.
Tem como objetivo avaliar a atenção concentrada em dois aspetos: a velocidade de atenção e a exatidão da
atenção.
Este teste permita ainda avaliar a resistência à fadiga e averiguar o ato e o estado de atenção, ou seja, a atenção
voluntaria permanente.
Vantagens:
 Pode ser realizada independentemente dos níveis etários e culturais do sujeito;
 Não exige conhecimentos especiais nem um grau de inteligência «;
 Pode ser aplicado a analfabetos;
 Realização e aplicação rápida;
 Auxilio no diagnostico de certas perturbações, tal como na procura de terapia.
Desvantagens:
 Apresenta estímulos débeis o que faz dela uma tarefa monótona;
 Não é, só por si, um instrumento suficientemente valido para estudar a atenção;
 Não demonstra a atenção na realidade;
 O setting é muito importante na medida em que, ao avaliarmos a atenção concentrada, não deve haver
nenhum tipo de estimulo distrator;
 Problemas de visão podem afetar a prova;
 Doenças, estados emocionais fortes, fadiga ou patologias podem influenciar a realização da prova.

 Escala de Memoria de Weschsler


É um teste de aplicação individual, é um instrumento desenhado para avaliar os aspetos principais do
funcionamento da memoria em pessoas adultas entre os 16 e os 89 anos. Avalia a memoria declarativa
episódica ou a capacidade para armazenar e recuperar de forma consciente aspetos concretos de informação
referentes a uma situação ou contexto especifico e a memoria de trabalho.
Tem resultados adequados especialmente em áreas aplicadas onde seja necessário realizar avaliações de
aspetos relacionados com a memoria em pessoas adultas, especialmente aquelas que apresentam danos
cerebrais ou transtornos neurológicos, psiquiátricos ou de desenvolvimento que possam produzir défices de
memoria. Neste sentido, é um instrumento de especial utilidade em avaliações clinicas, neuro psicológicas e
forenses.
Este teste contem uma bateria desenhada para avaliar pessoas entre os 16 e os 69 anos (bateria para adultos)
e outra entre os 65 e os 89 (baterias para maiores). Esta é formada por seis provas principais que avaliam
cinco domínios: memoria auditiva, memoria visual, memoria imediata, memoria demorada e memoria de
trabalho visual (só na bateria para adultos).
A escala de memoria de Weschler é um instrumento desenhado para avaliar as funções da memoria. Está
formada por 6 provas principais e uma opcional:
 Memória logica: avalia a memoria narrativa, de qual de podem distinguir dois aspetos: a recordação
imediata ou a capacidade de recordar detalhes da historia imediatamente depois de a ter ouvido
(memoria logica 1), e o reconhecimento ou a capacidade de recordar a informação reconhecendo-a a
partir de pistas mínimas (memoria logica 2).
 Pares de palavras: avalia a memoria espacial imediata (desenhos 1) e demorada (desenhos 2) com
estímulos visuais não familiares. Esta prova não esta presente na bateria para os mais velhos.
 Reprodução visual: avalia a quantidade de informação não verbal recordada de imediato (reprodução
visual 1) e a recordada de maneira demorada sem a ajuda de nenhuma pista (reprodução visual 2).
 Soma espacial: avalia a memoria de trabalho viso espacial. Esta prova não esta presente na bateria
para os mais velhos.
 Spam de símbolos: avalia a memoria de trabalho com estímulos visuais não familiares.
 Teste breve para avaliação do estado cognitivo: ferramenta de crivo para identificar problemas
cognitivos significativos.

 Matrizes progressivas de Raven
Raven chamou a este teste matrizes progressivas em virtude dos seus itens estarem escalonados em ordem
crescente de dificuldade. É um teste de inteligência fatorial (capacidade mental), de aplicação coletiva,
individual e autoadministrada, gráfico (não verbal), não tendo o inconveniente das línguas ou grau de
instrução ou da aptidão verbal, pode ser aplicado a qualquer pessoa, criança ou adulto, sábio ou ignorante.
Pretende cobrir todo o campo do desenvolvimento intelectual na vida do homem. É de aplicação fácil e rápida,
económico e tem uma boa precisão de resultados. Mede o fator G (capacidade mental geral: integrador
sintético de toda a atividade intelectual). é resultado através de comparações de formas e a razão por
analogias.


 Wais – escala de inteligência de Wechsler para adultos
Wechsler elaborou uma escala com exercícios adaptados aos adultos e tipificada para diferentes idades e
atividades diversas.
A escala de inteligência é um dos mais importantes instrumentos para avaliação clinica da capacidade
intelectual, imprescindível para avaliações psicológica e neuropsicológicas. Pode ser utilizado para mensurar
a avaliação de rendimento escolar, problemas de aprendizagem e identificação de indivíduos excecionais e
superdotados além de diagnostico diferencial de transtornos neurológicos e psiquiátricos que afetam o
funcionamento mental.
A WAIS III, permite a possibilidade de se derivar os resultados quantitativos de quatro domínios cognitivos:
compreensão verbal, memoria operacional, organização percetual e velocidade de processamento. Portanto,
além do QI, o profissional tem à sua disposição informações quantitativas para gerar conclusões acerca do
funcionamento cognitivo de adolescentes e adultos. A escala contem 14 sub-testes: completar figuras,
vocabulário, códigos, semelhanças, cubos, aritemetica, raciocínio matricial, dígitos, informação, arranjo de
figuras, compreensão, procurar símbolos, sequencia de números e letras, armar objetos.
 Inventario clinico multiaxial de Millon – III
O seu formato é constituído por 175 itens de resposta Verdadeiro/Falso, o tempo de aplicação ronda os 20 a
30 minutos.
As escalas e os perfis de MCMI medem variáveis derivadas da teoria de forma direta e quantificável,
distinguindo as características mais duradouras da personalidade dos sujeitos (eixo II) e as perturbações
agudas que apresentam (eixo I).
Devido a sua simplicidade tem como propósito fundamental facilitar informação aos clínicos que tenham de
tomar decisões sobre o tratamento de pessoas com dificuldades emocionais e interpessoais.
O perfil das pontuações do MCMI é útil para selecionar e identificar os pacientes que possam necessitar de
uma avaliação mais intensiva ou atenção de um profissional. Os pontos de corte das escalas podem usar-se
para tomar decisões referentes a transtornos primários de comportamento ou síndrome diagnósticos. Os níveis
mais elevados dos sub-conjuntos das escalas podem apoiar a avaliação acerca da deterioração, severidade ou
cronicidade da patologia.
As 24 escalas no seu conjunto podem-se partir para interpretações mais dinâmicas e compreensivas das
relações entre sintomatologia, a forma com as situações, estilo interpessoal e estrutura de personalidade.
Só é aplicável a indivíduos que apresentem problemas emocionais e sintomas interpessoais ou que estejam
em Psicoterapia ou em avaliação psicodiagnostica.

 NEO PI-R – Inventario de personalidade


É uma abordagem psicométrica à personalidade, utiliza princípios positivistas empíricos, e baseia-se no
pressuposto de que os atributos humanos podem ser avaliados quantitativamente e medido utilizando técnicas
tais como questionários.
Dentro desta abordagem, os participantes são convidados a preencher questionários com base em como eles
se percebem a si mesmo, e como eles pensam que normalmente se comportam em qualquer situação.
O NEO-PI-R é uma medida dos cinco principais domínios de personalidade, bem como das seis facetas que
definem cada domínio. Tomados em conjunto, as cinco escalas de domínio e trinta escalas de faceta do
NEO_PI_R facilitam uma avaliação abrangente e detalhada da personalidade adulta normal. Este inventário
é reconhecido como um teste de elevado rigor para a avaliação da personalidade.
Pode ser aplicado em avaliação do trabalho de seleção e desenvolvimento, orientação vocacional, assistência
e pesquisa.
Os cinco domínios medidos fornecem uma descrição geral da personalidade, enquanto as facetas permitem
uma área mais detalhada.
- Neuroticismo (ansiedade, hostilidade, depressão, autoconsciência, impulsividade, vulnerabilidade);
- Extroversão (acolhimento caloroso, gregariedade, assertividade, atividade, procura de excitação,
emoções positivas);
- Abertura à experiência (fantasia, estética, sentimentos, ações, ideias, valores);
- Amabilidade (confiança, retidão, altruísmo, complacência, modéstia, sensibilidade);
- Conscienciosidade (competência, ordem, obediência ao dever, esforço de realização, auto disciplina,
deliberação).

 Crianças
 CAT
CAT ou teste de aperceção infantil é utilizado em crianças de ambos os sexos, dos 3 aos 10 anos. É um
procedente direto do TAT (teste de aperceção temática). É composto por 10 pranchas que apresentam cenas
de animais em situações humanas. O estimulo animal oferece duas vantagens: a personagem animal permite
uma gratificação mais ambígua no que se refere ao sexo e à faixa etária e também porque a criança exterioriza
mais os seus sentimentos e impulsos vivenciados como negativos, se as personagens não estiverem muito
próximas do seu mundo real.
O CAT deve ser apresentado à criança como um jogo e não como um teste. No caso de crianças mais velhas,
já cientes de que se trata de um teste, deve-se esclarecer que não se trata de um teste competitivo, com
resultados de aprovação, ou de desaprovação.
Deve ser aplicado individualmente e em regra não deve ultrapassar a uma hora de aplicação. Solicita-se à
criança que conte uma historia sobre cada uma das dez gravuras que lhe são apresentadas. Na interpretação
do CAT, deve-se ter em atenção às verbalizações e associações entre as gravuras. É muito semelhante à
aplicada no TAT, e tem de se ter em conta tanto o seu conteúdo manifesto como o conteúdo latente.
É um método projetivo e um método apercetivo, ou seja, um método de investigar a personalidade, estudando
a dinâmica significativa das diferenças individuais na perceção de estímulos padronizados. Tem como
indicações a investigação diagnostica, a identificação do estagio de evolução infantil, onde a criança se
encontra, a formulação de indicações terapêuticas e o acompanhamento da evolução do caso, durante o
processo terapêutico.
- CAT-A (animais) aplicação a crianças entre os 3 e os 10 anos. É um método para explorar a
personalidade estudando o sentido dinâmico das diferenças individuais na perceção de um estimulo
normalizado. Foi concebido para facilitar a compreensão das tendências da criança nas suas relações
com as figuras pessoais mais importantes do seu entorno. As laminas tentam provocar respostas
relacionadas com os seus problemas: alimentação, linguagem, rivalidade humanas, atitudes para com
os pais, fantasias agressivas, aceitação do mundo adulto, medos, masturbação, comportamento
diversos, assim como as atitudes dos pais face aos problemas infantis. Trata de conhecer a estrutura
da criança e a sua dinâmica, a partir dos conteúdos da produção.
- CAT-H (humanas) – versão humana da técnica de CAT é que as crianças mais velhas, com qi
intelectual superior, não aceitam bem os estímulos com animais e consideram infantis. Este eleva a
idade de aplicação e fecha a continuidade de aplicação entre o CAT-A e o TAT. As laminas
apresentam dificuldades para conseguir lograr figuras de certo modo ambíguas quanto ao sexo, idade
e atributos culturais. Varia de cultura para cultura.
- Pata negra – prova projetiva que se destina à avaliação de crianças. Esta prova insere-se no grupo de
provas projetivas que utilizam como material reativo estímulos percetivos. Explora,
fundamentalmente, a estrutura dinâmica da personalidade, incidindo principalmente sobre aspetos
das primeiras de desenvolvimento da criança. a tónica da avaliação é colocada sobre a analise dos
mecanismos de defesa do Eu e as tendências instintivas. O teste Pata Negra utiliza 19 laminas com
situações protagonizadas por uma família de porquinhos. Através do método de preferências-
identificação, exploram-se temas de desenvolvimento infantil como, por exemplo, a oralidade, a
agressividade e a rivalidade, entre outros.

 TAT – teste de aperceção temática


O material esta formado por 31 laminas, ainda que a cada sujeito sé se aplique 20; uma das laminas esta em
branco e o conjunto serve de base para solicitar ao sujeito que relate 20 historias, salvo a lamina em branco, as
restantes representam situações humanas tipificadas que tentam provocar a imaginação do sujeito. Deve ser
aplicada em indivíduos entre os 14 e os 40 anos de idade.
Esta técnica permite conhecer os impulsos, as emoções, os sentimentos, complexos e conflitos da personalidade,
uns aspetos ou tendências inibidos e subjacentes no sujeito que este não admitiria ou reconheceria, porque não é
consciente deles. Aplica-se a pessoas com problemas de conduta ou afeções psicosomaticas, a neuróticos e
psicóticos, e, em geral, a qualquer adulto quando se conhece a estrutura da sua personalidade.
As historias que o sujeito conta a partir de uma serie de laminas apresentadas, revelam uns componentes
significativos da sua personalidade porque:
a) As pessoas tendem a interpretar uma situação humana ambígua da conformidade com as suas experiencias
passadas e os seus desejos atuais;
b) Quando se escrevem historias temos tendência também a recorrer às experiencias e introduzir nelas os
sentimentos e necessidades, o consciente ou inconsciente.
A técnica revela uma radiografia da personalidade do individuo.

 SAT – técnica de aperceção para idoso


Tem por objetivo investigar problemas específicos do envelhecimento e as atitudes e preocupações das pessoas
idosas em relação as questões mais centrais da velhice. Aplicável a idoso com 60 ou mais anos e individualmente.
É uma extensão do TAT, criada para investigar problemas específicos dos idosos. É uma técnica projetiva
temática que se presta a vários usos, que pode trazer informações sobre a forma como os estados gerais da velhice
se apresentam num dado individuo, ou quais os fatores podem provoca-los, muitas vezes as narrativas revelam
aspetos que o idoso não consegue expressar diretamente.
As figuras SAT, criadas para investigar os pensamentos, as atitudes e os sentimentos do idoso, particularmente
as questões mais centrais do envelhecimento. Os estímulos sugerem explicitamente temas como solidão,
problemas de saúde, sentimentos de inutilidade ou impotência, baixa autoestima. Também sugerem sentimentos
positivos, como a alegria da convivência com familiares, etc.
Pode ser útil em pesquisas de atitudes e problemas relacionados ao idoso, para fins de desenvolvimento de
intervenções direcionadas a este grupo de pessoas.
 Color trail
Prova de avaliação do funcionamento cognitivo, nomeadamente das funções executivas, como o planeamento.
 Stroop
Perceber se temos capacidade de regular as nossas ações (controlo inibitório). Quando desconfiamos de pessoas
com demência ou deterioração cognitiva (envelhecimento cerebral). Este teste permite detetar problemas
neurológicos e cerebrais e pode ser utilizado para medir a concentração e rastrear a disfunção cognitiva.
Avalia a atenção seletiva, a capacidade de manter o foco numa atividade e inibir a tendência de fornecer
respostas impulsivas, alem da velocidade no processamento de informações.
Aplicado a adultos, de preferência com mais de 25 anos. É constituído por três tarefas: leitura de palavras,
nomeação de cores e identificação da em que esta escrita a palavra, sem ter em conta o significado da mesma.
Estudos realizados com estes estímulos comprovaram que dificuldades ao nível da leitura podem dever-se a
eventuais danos no hemisfério esquerdo do cérebro, enquanto que o direito esta mais relacionado com a
identificação de cores.
 Mental State
Permite a avaliação da função congnitiva e rastreamento de quadros demenciais. Maneira rápida de perceber o
estado mental do individuo e se é necessário o uso de provas mais complexas.
 Como sou
Prova de avaliação do auto conceito para crianças e jovens. Quando achamos que a criança tem problemas de
auto estima, problemas em relação a si, sentimentos de inferioridade, problemas de aprendizagem. “como é
que me considero? Que conceitos me atribuo?”
 Teste de assertividade
Prova de auto conceito para adultos.

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