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RESENHA
Inicialmente o autor destaca que as habilidades de memorização dos experts mesmo sendo
extraordinárias, são aplicáveis a qualquer indivíduo pois podem ser elucidadas segundo
os princípios gerais do funcionamento da memória. O funcionamento superior da
memória se dá pela combinação de três fatores: conhecimento, estratégia e esforço. O
grau de conhecimento dos experts os habilita a decodificar novos dados acordantes com
padrões pré-moldados que já existem em sua memória, ou seja, suas mentes trabalham de
maneira a tornar o aprendizado mais lógico tornando a assimilação mais rápida. No que
diz respeito à memorização, os experts utilizam estratégias de recuperação de para acessar
os agrupamentos que compõem a memória de uma peça. No que se trata do esforço o
grande número de horas despendidas com o estudo elevam significativamente a
velocidade de recuperação, o que faz com que o (a) musicista profissional seja capaz de
usar a memória de longo prazo para executar tarefas enquanto a maioria das pessoas leigas
utilizará a memória de trabalho.
Execução tradicional musical ocidental conta com horas de estudo para garantir
recuperação imediata de grande quantidade de dados, o que exige da (o) musicista
memória automática e implícita das sequências motoras necessárias.
Outros aspectos dos guias de execução são: os pontos de troca, trechos idênticos que se
repetem em momentos distintos e podem causar na (o) musicista confusão sobre qual
trecho deve ser executado; os guias expressivos que representam os sentimentos musicais
transmitidos ao público e divide a peça em frases expressivas; guias interpretativos, que
representam decisões interpretativas pautadas em análise e por isso a maioria dessas
decisões só é tomada após a prática; e guias básicos de execução que contemplam
minúcias técnicas.
A pianista escreveu relatórios nos quais revelava as características marcantes da obra que
foram responsáveis por suas decisões de organização de estudo durante a prática, as quais
foram divididas em doze dimensões que representam a maioria dos aspectos principais
por ela considerados que remetem aos aspectos citados anteriormente: estruturais, guias
de execução, etc. Esses relatórios contém gráficos com aspectos como dificuldades
técnicas e dedilhado e setas ascendentes ou descendentes sobre os trechos indicando
maior ou menor grau de cada aspecto a ser trabalho para uma melhor execução. A
primeira sessão de estudo foi exploratória, onde a pianista tocou a peça à primeira vista
com muitas interrupções, mas sempre seguindo adiante com o objetivo de criação da
imagem mental da peça. A segunda sessão foi pela execução por seção da obra que durou
até a terceira sessão. Na quarta sessão ela tentou tocar toda a peça de memória e o
conseguiu quatro vezes com êxito já sem a partitura e a quinta sessão seguiu o mesmo
padrão alternando com foco na seção final, até então negligenciada. As sexta e sétima
sessões consistiram no polimento.