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John Newton e a vida cristã
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Ebook440 pages6 hours

John Newton e a vida cristã

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About this ebook

"Este livro, de um dos mais brilhantes escritores do evangelicalismo contemporâneo, examina as lições de vida de um escritor de hinos, de um lutador pela liberdade, e de um pregador do evangelho. Mesmo que você não goste de história da igreja, você vai adorar este livro. Reinke entrelaça a vida e o pensamento de Newton a aplicações práticas para cada crente. Eu o encorajo a ler e a saborear de novo a graça que salvou miseráveis como nós." Russell D. Moore
LanguagePortuguês
Release dateDec 10, 2021
ISBN9786559890590
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    John Newton e a vida cristã - Tony Reinke

    • Capítulo 1 •

    Graça maravilhosa

    Um oceano furioso acordou a tripulação do Greyhound, um navio cargueiro abarrotado de mercadorias coletadas da costa oeste da África. De porto a porto, o navio foi lentamente enchido de ouro africano, marfim, cera de abelha e toras de madeira. Mas, agora, já tarde da noite escura de 21 de março de 1748, um marinheiro de 22 anos, chamado John, foi acordado por ventos fortes batendo repetidamente no navio. Ondas o atingiam e rasgavam as vigas superiores de um dos lados, mandando água ao quarto de John através de uma fresta. Acordado pelo caos, ele pulou seminu de sua cama para furiosamente bombear a água de volta ao oceano agitado.[1] Com a água salgada fria sendo derramada na envelhecida e quebrada embarcação, os outros tripulantes agarraram baldes e começaram a jogar a água de volta no mar escuro. Newton clamou por sua vida enquanto as ondas quebravam sobre sua cabeça. O desespero tomou conta da tripulação condenada, e o coração de John batia ferozmente, carregado de adrenalina pelo medo de ser jogado para o meio de um mar escuro, a semanas de distância da costa mais próxima. Como muitos marinheiros de seu tempo, ele não sabia nadar.

    Como John Newton depois refletiu, ele era impróprio para viver e impróprio para morrer. O medo da morte dilatou suas energias no ato de tirar a água de dentro da embarcação, mas era uma batalha que ele não podia vencer. Ondas de água salgada continuavam a quebrar contra o navio, e o oceano de águas sem fim avançava sobre o deque mais rápido do que os homens podiam jogar de volta. O navio rangia e gemia sob a investida, enquanto a tripulação batalhava freneticamente contra as nervosas forças do mar.

    A vida moral de Newton já havia afundado. Ele era um jovem perverso e insubordinado, com uma língua profana, apetites guiados pela carne e um frio coração de pedra. Ele se afundou em dívidas por causa das apostas e explorando a feitiçaria. E como um jovem em terras estrangeiras, ele se tornou sexualmente promíscuo. Depois, como um jovem capitão de um navio negreiro, ele poderia ter saciado sua lascívia ainda mais, estuprando mulheres africanas cativas no vale-tudo sexual a bordo do navio, o qual a maioria dos capitães ali consideravam deles por direito.[2] Ele, particularmente, não apreciava o álcool, mas bebia para proporcionar embriaguez aos outros, e para entreter-se com as loucuras que o licor encorajava neles. O que está claro: Newton não estava isento de nenhum pecado. Ele se deleitava em conduzir outros à tentação, posteriormente chamando a si mesmo de um cabeça da blasfêmia e impiedade.[3]

    Não contente em andar eu mesmo pelo caminho largo, era incansável no incitar outros; e, se minha influência fosse igual aos meus desejos, eu teria carregado toda a raça humana comigo. Tinha a ambição de um César ou de um Alexandre e queria ser o líder da impiedade entre os principais da raça humana.[4]

    A vida no mar apenas amplificou as tendências miseráveis de Newton.[5] Ele navegou por meses numa bolha de pecados não controlados, distante de exemplos santos, cortado do evangelho, endurecido pelos perigos da vida no mar e arraigado num grupo de homens que incitavam uns aos outros ao pecado. A vida num navio mercante do século 18 era o clima de mortificação espiritual que a sua alma menos precisava.

    O miserável

    Se algum homem era indigno de ser livre do mar revolto, era o marinheiro de 22 anos chamado John Newton. Nesse momento, Newton estava focado em sobreviver e amedrontado pela proximidade da morte que batia à porta em cada onda que quebrava. Desesperado e completamente na expectativa de morrer, Newton finalmente clamou: Se isso não der certo, o Senhor tenha misericórdia de nós. O nome do Senhor em sua boca – a palavra da qual ele só fez uso em vão – agora atingiu seu coração como uma flecha, humilhando-o e quebrantando-o. Eu fui instantaneamente atingido pelas minhas próprias palavras. Este foi o primeiro desejo por misericórdia que expressei em muitos anos.[6]

    Como com o ladrão na cruz encarando a morte, o Senhor inflamou uma obra maravilhosa no coração de John Newton aqui neste grande dia de virada. Embora o tempo preciso de sua conversão seja desconhecido,[7] seu clamor por misericórdia no mar foi imediatamente respondido. E o coração de Newton, o qual um dia vomitava impiedade e blasfêmia, em breve se tornaria um coração que jorrava hinos de louvor a Deus. A mesma língua que cuspia maldições ao nome de Deus e fazia os marinheiros corarem de vergonha se tornaria a língua que conduziria a adoração coletiva do povo de Deus, para honrar o seu santo nome. Esse marinheiro miserável que estava prestes a se afogar escreveria um hino que permanece nas mentes e nos corações das pessoas até hoje; um hino tão popular que sua letra é reconhecida através do mundo de fala inglesa como todo hino nacional. Acima de tudo, o lucrativo tráfico de escravos do qual participou acabaria, em parte, por causa de sua obra abolicionista. Newton se tornaria um pastor, não mais conduzindo os pecadores ao pecado, mas agora os atraindo para longe. Em tempo, centenas de almas se reuniriam aos domingos para ouvir seus sermões. Apenas o próprio Deus poderia ter imaginado o que estava guardado para John Newton. Como Jonas fugindo de Deus, Newton foi livrado da morte no mar a fim de pregar as boas novas.

    Ainda que nunca tenha sido formalmente treinado, Newton se tornaria um pastor preeminente em duas igrejas na Inglaterra por 43 anos. Ele se tornaria amigo de George Whitefield e John Wesley. Como Newton freneticamente agitava a bomba de água em 21 de março de 1748, ele nunca poderia ter imaginado sua vida fisicamente continuando; ainda menos ele poderia ter imaginado sua vida espiritualmente prosperando sob os incríveis planos preodernados por

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