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Estudos Práticos III – Futebol

2º Ano

Ciências do Desporto

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

José Miguel da Silva Moreira


Ciências do Desporto
Estudos Práticos III - Futebol

Estrutura do Jogo de Futebol


Fases (Momentos):
Representam as etapas percorridas no desenvolvimento tanto do ataque como da defesa desde o
seu início até à completa consumação.

Princípios
As regras de base segundo os quais os jogadores dirigem e coordenam a sua actividade –
consideradas individualmente e em colectivo durante as fases.

Factores
Constituem os meios pelos quais os jogadores actuam nas fases do ataque ou da defesa aplicando
simultaneamente os princípios.

Formas
Estrutura organizadora da actividade durante o jogo/treino nas diferentes fases.

Fases de Jogo
Objectivos

Ataque Defesa
Construir acções ofensivas Impedir a construção de acções ofensivas
Construir situações para finalizar Anular as situações de finalização.
Finalizar Impedir a finalização / defender a baliza

Momentos do Jogo
O jogo de Futebol é dividido em duas fases: a fase ofensiva e a fase defensiva.
Contudo, por uma questão didáctico-pedagógica pode-se distinguir quatro momentos:
Organização defensiva

José Miguel da Silva Moreira


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Organização ofensiva
Transição defesa/ataque
Transição ataque/defesa

Princípios de Jogo
Padrões de comportamento tácticos colectivos, inter-sectoriais, sectoriais e individuais que se
pretende que a equipa e os jogadores evidenciem nos diferentes momentos (fases) do Jogo.

Existem três princípios:


Princípios fundamentais:
 Recusar a inferioridade numérica.
 Evitar a igualdade numérica
 Criar superioridade numérica.

Princípios específicos ou culturais:


Ofensivos Defensivos

PENETRAÇÃO CONTENÇÃO
Criar vantagem espacial e/ou numérica. Condicionar o portador da bola com o
Atacar o adversário directo e/ou baliza objectivo de lhe retirar tempo e espaço de execução.
(paragem de contra-ataque, temporização para
organização defensiva, paragem do ataque).

COBERTURA OFENSIVA COBERTURA DEFENSIVA


Apoiar o portador da bola e funcionar como Apoiar o companheiro que faz a contenção
primeiro equilíbrio defensivo. (relacionar-se com a baliza, zona de campo e
adversários).

MOBILIDADE EQUILÍBRIO
Criar e ocupar espaços livres e linhas de Fechar os espaços entre os diferentes
passe. jogadores da equipa.
Variar o posicionamento para criar rupturas e Cobrir eventuais linhas de passe criadas.
desequilíbrios na estrutura defensiva adversária. Cobrir espaços e jogadores livres.
Manter a posse de bola

ESPAÇO CONCENTRAÇÃO
Estruturar e racionalizar as acções ofensivas Estruturar e racionalizar as acções
colectivas no sentido de dar maior amplitude ao defensivas colectivas no sentido de retirar amplitude
ataque, tanto em largura como em profundidade. às acções ofensivas, tanto em largura como em
profundidade.

José Miguel da Silva Moreira


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Princípios relacionados com o Modelo de Jogo

Princípios da Organização Ofensiva

Princípio: Posse e circulação da bola


Desorganizar e desequilibrar a estrutura defensiva do adversário com a finalidade de aproveitar essa
desorganizar para marcar golo.

Sub-princípios:
Jogo de posição da equipa e dos jogadores aos níveis colectivo, inter-sectorial, sectorial e individual.
Abertura da equipa (linhas transversais e longitudinais)
Mobilidade dos jogadores (troca posicional e/ou de linhas)
Circulação em detrimento do transporte da bola
Variação do tipo de passe, curto e longo, e de corredores.
Velocidade de circulação da bola
Tipo e qualidade de passe

Princípios de Transição Ataque-Defesa

Princípio: Pressão ao portador da bola e espaço circundante.


Aproveitar a desorganização “ofensiva” da equipa adversária para ganhar a posse de bola ou para
nos organizarmos defensivamente.

Sub-princípios:
Mudança de atitude, de ofensiva para defensiva;
Pressão ao portador da bola e espaço circundante com coberturas;
Fecho de linhas, em largura e em profundidade.

Princípios da Organização Defensiva

Princípio: Defesa à zona pressionante


Condicionar, direccionar e pressionar a equipa adversária com o objectivo de provocar o erro e
ganhar a posse de bola.

Sub-princípios:
Jogo de posições, da equipa e dos jogadores (linhas transversais e longitudinais), colectivo, inter-
sectorial, sectorial.
Fecho da equipa e dos espaços (junção das linhas transversais e longitudinais).
Pressão ao portador da bola, coberturas interiores e exteriores e pressão colectiva.

José Miguel da Silva Moreira


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Princípios da Transição Defesa-Ataque

Princípio: Tirar bola da zona de pressão


Tirar a bola da zona de pressão aproveitando a desorganização “defensiva” de equipa adversária
para criar oportunidades de golo (profundidade) ou para iniciar a organização ofensiva.

Sub-princípios:
Mudança de atitude de defensiva para ofensiva.
Tirar bola da zona de pressão (2ª estação):
 Se possível dar profundidade mas em segurança;
 Possibilidade de segurança para a posse e circulação da bola;
Abertura de linhas, em largura e em profundidade.

Factores do Jogo de Futebol

Formas do Jogo de Futebol

Fundamentais: todos exercícios/jogos que englobem finalização.


Nivel I: jogos de finalização, sem oposição sobre uma baliza, com defesa da baliza (Ataque x (0
Defesas + GR));
Nível II: jogos de ataque contra defesa sobre uma baliza (Ataque x (Defesas + GR));
Nível III: jogos de ataque contra defesa sobre duas balizas ((GR + Ataque) x (Defesa + GR))

José Miguel da Silva Moreira


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Complementares: todos os exercícios/jogos que não englobem finalização.


Formas separadas e formas integradas

A organização do jogo de uma implica interacção entre princípios e sub-princípios de jogo dos
diferentes momentos que pode assumir várias dimensões / escalas (colectiva, inter-sectorial, sectorial, grupal
e individual), capacidades e características dos jogadores e organizações estruturais.

Nível de desempenho
São referenciadores de contextos
Existem interacções entre eles.

Podemos considerar 4 níveis de desempenho:


Nível básico;
Nível elementar;
Nível intermédio;
Nível de especialização

Nível Básico
Rudimentar relacionamento com a bola.
Organização posicional e funcional não existe.
A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo.
Constante aglomeração dos jogadores em torno da bola.
A ausência de consciência do objectivo principal do jogo, a marcação de golos.
TUDO FUNCIONA EM TORNO DO ESPAÇO FÍSICO DA BOLA.

Nível Elementar
Entendimento do jogo, enquanto jogo colectivo.
Aumenta o relacionamento com bola e os erros técnicos diminui e jogo mais fluído
Organização funcional e posicional mais complexa.
PERCEBE-SE A DIFERENÇA EM TER OU NÃO A BOLA.

Nível Intermédio
Qualidade técnica permite maior fluidez.
Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de jogo.
Os jogadores têm consciência dos diferentes posicionamentos estruturais e das respectivas funções.
Noção colectiva do jogo

Nível de Especialização.
Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional suportado por uma
dinâmica colectiva que emerge de padrões comportamentais referenciais.

José Miguel da Silva Moreira


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Nível de jogo dos praticantes já evidenciam simultaneamente duas características importantes:


grande mobilidade e equilíbrio posicional permanente.
O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários para que se possa
partir para jogares com organização estrutural e funcional complexa.

Na Escola – Futebol de 5 (Futsal)

Duas razões:
Condições estruturais das Escolas.
Nível de desempenho dos alunos.

José Miguel da Silva Moreira


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