Sumário Expediente

Nova Ciência
• Iniciação Científica IESB - Engenharia da Computação
04
Cidadania
• A Ciência facilitando o dia a dia e a acessibilidade 06
• Interação professor-aluno Governador do Distrito Federal
Rogério Rosso

Cidade Secretário de Ciência e Tecnologia do DF

• Caos no trânsito de Brasília 09 Divino Valero
• O plano baixo de Brasília
• A Capital investe em melhorias para o aeroporto;
• mudanças, contudo, são consideradas tímidas
Educação
• Teoria educacional - teoria e prática 13
Diretor Presidente da FAP/DF Equipe de redação:
Desenvolvimento Sustentável
• Brasil investe na diversificação de fontes de geração de 16 Kazuyoshi Ofugi Filipe Marques, Ilza Gonçalves, Isa Coelho,
Jonnathas Alvarenga, Julia Chaib, Marcos
eletricidade para preservar o meio ambiente
Diretor de Difusão Científica e Paixão, Myriam Christiano Maia Gonçalves,
• Meta é a sustentabilidade Tecnológica Rosa Maria Martins, Sara Bueno, Vanessa
Araújo.
Tecnologia no Esporte Bruno Cunha Carvalho e Silva
• Revolução no material esportivo 20
Assessora de Difusão Científica e Fotógrafos:
Tecnológica
Vanessa Araújo, Gabriel Sartório,
Tecnologia e Cultura 21 Leide Rosa Araújo Bruna Pina, Ieudo Assis, Ilza Gonçalves,
• A rede como alavanca para o sucesso Jonnathas Alvarenga.
Editora/Jornalista
Tecnologia Restauração Colaboradores:
na
• Nova história para a Catedral
22 Luciana Vasconcelos Reis
Ana Clara Castro, Camila Bocchino, Dyelle
Projeto Gráfico e Diagramação Menezes, Fabiana Santana, Felipe Igreja,
Tecnologia Assistiva
• Tecnologia em benefício das pessoas com
25 Marucia Costa
Giselle Mourão, Hilda Rocha, Isa Coelho,
Karina Gomes Barbosa, Sara Bueno
deficiencia Professores Responsáveis:
FAPDF - SIA Trecho 6 lotes 105/115
Henrique Moreira
Tecnologia na Internet 27 Marcelo Francisco Brasília –DF
• Quero ser Obama
Márcio Borges
Sônia Véras www.fap.df.gov.br

2
 Editorial
A
Secretaria de Ciência
Tecnologia do Distrito
Federal e a Fundação de
Apoio à Pesquisa do DF estão atentas
às transformações pelas quais o mundo
passa e com objetivo de aproximar a
comunidade acadêmica da população
brasileira lança seu primeiro
virtual. Contamos com a participação
ímpar de Instituições de Ensino Superior
conceituadas na Capital.
Nosso objetivo é a divulgação
científica, tecnológica e de inovação.
Desejamos que o conhecimento seja não
somente difundido, mas principalmente,
e popularizado e dirigido a todos
públicos. Informar, fomentar e acima de
tudo, incentivar o desenvolvimento da
sociedade brasiliense é a nossa meta.
Estamos vivendo em um mundo
pós-moderno, onde as coisas
renovadas e inventadas a cada instante,
jornal
falar em Tecnologia hoje, não é mais falar
sobre computadores, vai muito além
dessa visão simplista e tosca de coisas
mecanizadas e pré-definidas. Estamos
envolvidos. Completamente ligados a
essa maravilha que nos une, nos encanta
e indubitavelmente facilita nossas vidas
– a “Ciência Tecnológica”.
os São medicamentos descobertos o meio ambiente. Mostramos que a
e aperfeiçoados por meio de estudos tecnologia está presente na restauração
científicos que perpassam teses e da Catedral - patrimônio histórico de
Brasília.
conjecturas, aparelhos desenvolvidos
para salvar vidas, ferramentas
Já que falamos em benefícios
precisas que realizam tarefas de alta
são
alcançados pela tecnologia, nada mais
periculosidade e infinitamente pequenas
justo do que mostrar iniciativas que
para que o olho nu possa acompanhar,
melhoram a vida dos cidadãos com
materiais esportivos que potencializam
algum tipo de deficiência. É a tecnologia
o desempenho dos atletas, redes sociais
assistiva - um conjunto amplo de
que aproximam pessoas de etnias e
equipamentos modernos, de serviços,
culturas completamente distintas.
práticas e estratégias aplicadas com
Em clima de eleição não poderíamos a finalidade de diminuir os problemas
deixar de falar sobre o uso das redes enfrentados por essas pessoas.
sociais na disputa por votos estratégia
Nossa publicação tem o
adotada pelo presidente dos Estados
compromisso jornalístico de levar o
Unidos, Barack Obama e que influenciou
os políticos brasileiros. Continuando na conhecimento, bem como divulgar
rede, mostramos o quanto a Internet iniciativas e estudos científicos atendendo
está cada vez mais presente na vida às necessidades e anseios da sociedade
e principalmente na publicidade dos cada vez mais exigente, destacando a
músicos atuais. participação de pesquisadores, alunos
e cientistas neste projeto. Desejamos
Nesta edição, discutimos também que seja a primeira de muitas outras
a criação do Setor Noroeste, que promete publicações e para isso contamos com
ser o primeiro bairro ecológico do Brasil sua participação.
e apresentamos passos que o país tem
dado rumo à diversificação de fontes de
geração de eletricidade para preservar Boa leitura e até a próxima!
3

Nova Ciência
Iniciação Científica IESB - Ciência
Engenharia da Computação
Sistemas Multiprocessados
O
desenvolvimento de sistemas
multiprocessados tem trazido
grandes mudanças na
atividade de programação de sistemas e
no campo teórico de sistemas paralelos
e distribuídos, desde que, forçados
a abandonar o paradigma de prover
maior frequência de funcionamento aos
processadores, os fabricantes de hardware
passaram a seguir a aclamada “lei de
Moore” incorporando a seus dispositivos
unidades adicionais de processamento,
funcionando concorrentemente.
Os processadores atuais,
chamados de “multicore processors”,
exigem agora que os desenvolvedores
de software estejam muito mais cientes
de características arquiteturais das
máquinas na atividade de programação
de aplicações paralelas robustas.
Para lidar com esse problema, novas
tecnologias foram criadas para abstrair do
programador o máximo de informações
que não sejam de seu direto interesse.
Algumas dessas novas tecnologias sequer
foram avaliadas pela comunidade devido
à sua recente concepção. Com efeito,
estamos lidando com um tema recente e
relevante.
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IESB
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SGAN Qd. 609 Mód. D - Av. L2 Norte -
Asa Norte (61) 3340-3747
e alternativas de implementação de no contexto da Biologia Computacional
estruturas de dados fundamentais em e por consequência no contexto da
sistemas multiprocessados (inclusive pesquisa biomédica moderna.
considerando os paradigmas de “lock
freedom” e “wait freedom”), procurando
Além de afetar a atividade de
compreender as principais técnicas Na teoria:
programação no que tange à área Técnicas de Sincronização de
envolvidas. E na prática, na sub-área
de sistemas de software, a área de Multiprocessadores
de sistemas computacionais, estamos
algoritmos também tem dado bastante
desenvolvendo algoritmos para lidar
atenção ao problema. Algoritmos Dois alunos do IESB, Neuton Costa
com o problema da comparação de e Gabriel Miranda, estão implementando
que melhor aproveitam máquinas
sequências de caracteres em ambientes estruturas de dados utilizando técnicas
multiprocessadas têm sido bastante
multiprocessados, problema importante não-bloqueantes para sincronização
discutidos em âmbito teórico, visto que
provar propriedades tomadas como
certas em sistemas uniprocessados, como
garantias de progresso e correção de
programas, é algo muito mais complicado
quando temos que considerar vários
processos computacionais em execução
concorrente.
O resultado do que foi discutido
anteriormente é que várias técnicas
algorítmicas foram especialmente
desenvolvidas para lidar com o problema
da sincronização de multiprocessadores.
Como dos aspectos das sub-áreas de
algoritmos e de sistemas computacionais.
Temos, portanto, a perfeita oportunidade
de seguir a filosofia do IESB, a de aliar
teoria e prática: estamos fazendo
a investigação do tema descrito
anteriormente tanto na sub-área de
algoritmos quanto na sub-área de
sistemas computacionais, escolhendo
uma aplicação destas técnicas.
Na teoria, na sub-área de
algoritmos, estamos investigando

Nova Ciência
entre threads (processos computacionais
paralelos). Os tempos de execução dos
algoritmos serão medidos através de
procedimentos técnicos cautelosos e
comparados com soluções baseadas em
locks (mesmo as técnicas baseadas em
locks são analisadas comparativamente
– particularmente, consideramos
abordagens de uso de locks em forma
“coarse grained” e “fine grained”).
Na prática:
Comparação de Sequências
A aplicação dos algoritmos
e técnicas de sincronização de
processadores envolverá um dos
problemas fundamentais da Biologia
Computacional: a comparação de duas
sequências de caracteres (normalmente
muito grandes). Esta comparação possui
várias aplicações no contexto da pesquisa
biomédica atual, podendo determinar a
similaridade de indivíduos ou espécies,
ajudar a identificar as partes funcionais
de cromossomos, proteínas, ou outros
componentes envolvidos em processos
bioquímicos.
Neste projeto, temos duas frentes
de investigação: um grupo, composto por
Felippe Giulliani, André Freitas e Bruno
Lobo, está fazendo a implementação
paralela do algoritmo de comparação
de sequências Smith-Waterman; outro
grupo, composto por Rafael Munhoz,
Cícero Artifon e Thamer Hatem, está
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responsável pela implementação de uma
árvore de sufixos distribuída usando a
linguagem de programação orientada
a objetos Ruby. O aluno Rafael Munhoz
finalizou recentemente a implementação
da árvore de sufixos com construção
em tempo linear em um sistema
monoprocessado.
Embora a implementação da
árvore de sufixos tenha sido feita em um
sistema tradicional, monoprocessado,
tal estrutura é aplicável na indexação de
dados distribuídos, e na busca de padrões
em sequências muito grandes. Os alunos
do IESB proverão o paralelismo funcional
e a distribuição dos componentes
da estrutura de dados ambientes
multiprocessados ou distribuídos com
as devidas alterações nos algoritmos
básicos.
Até agosto de 2010, os alunos já
implementaram a árvore de sufixos com
construção em tempo linear (usando
a técnica de Ukkonen) e a versão
tradicional do algoritmo de comparação
de sequências Smith-Waterman. Estamos
começando uma nova fase, a de distribuir
os componentes da árvore de sufixos,
e de tornar paralela a comparação de
sequências. Estamos cada vez mais
próximos da aplicação destes algoritmos
em sistemas multiprocessados.
“Com teoria e prática chegamos lá!”
5

Cidadania
A Ciência facilitando o dia a dia
e a acessibilidade
Impressora Braille
A
Impressora Braille de baixo
custo é um projeto por meio
do qual é possível construir
impressoras Braille a partir de sucata
de impressoras Deskjet’s comuns. O
projeto partiu da ideia do professor Saulo
Pimentel Wulhynek e foi proposto para
Charles Henrique Gonçalves Santos como
trabalho de graduação de Engenharia da
Computação. O trabalho foi muito bem
sucedido, mas era só o primeiro passo
da construção e viabilização para uso da
impressora. Através do primeiro projeto
de graduação Charles provou ser viável a
construção de impressoras em Braille de
baixo custo.
No segundo passo o professor Saulo
propôs aos formandos de Engenharia da
Computação Diego Heleno Louzeiro e
Luiz Antônio M. S. Ribeiro um trabalho
de controle para o sistema da impressora
Braille. Os estudantes aceitaram a
proposta e desenvolveram seu trabalho
de graduação dando continuidade ao
projeto. O trabalho resultou em um
sistema de controle para a marcação
precisa dos pontos da impressora Braille,
além da comunicação da mesma com
um microcomputador para realizar
impressões diretas do computador.
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IESB
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Lousa Interativa
Apesar de todo o progresso
alcançado nas últimas décadas, a
educação no Brasil ainda é um setor que
apresenta graves deficiências. Muito
disso se deve à falta de investimentos
em especializações para os professores
e em tecnologias que os auxiliem a
ministrar de maneira mais eficiente
suas aulas.
Esse foi um dos fatores que
motivaram a ideia deste projeto, e levou
os Engenheiros Hatus Souza Alves e
Jadeilton C. de Almeida a desenvolverem
como trabalho de graduação, orientados
também pelo professor Saulo, uma
interface que auxilie nessas atividades,
tornando as aulas, palestras e reuniões
empresariais mais dinâmicas e
atraentes. Lousas digitais ou lousas
interativas, como são conhecidas, são
equipamentos desenvolvidos com a
finalidade de digitalizar os quadros de
projeção, criando uma nova interface
com a qual o usuário pode interagir com
diversas aplicações por meio da lousa.
Neste trabalho foi desenvolvida
uma lousa interativa utilizando um
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Cidadania Sul (61) 3340-3747

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circuito eletrônico, tendo como principais que é possível a construção de lousas

componentes um acelerômetro de três interativas utilizando acelerômetros,
eixos e um micro-controlador, fabricado reduzindo drasticamente o seu custo
pela empresa Microchip. Para tal, foi total e viabilizando a sua implantação em
necessário realizar estudos sobre escolas públicas e empresas de pequeno
diversos assuntos, como, por exemplo, as porte.
grandezas físicas aceleração, velocidade
e deslocamento, funcionamento do Hoje, os Engenheiros Diego
acelerômetro, interface serial, micro- Heleno, Luiz Antônio e Hatus Souza
controladores, mouse serial, integração mantêm esse e outros vários projetos de
numérica, protocolos de comunicação, engenharia junto ao IESB por meio do
entre outros. Projeto Inovador (Projeto de Pesquisa e
Desenvolvimento Tecnológico) e dizem
A ideia central do trabalho foi ter grande interesse em ver a impressora
avaliar a possibilidade de criação de um Braille e a lousa interativa fazendo parte
dispositivo que o usuário possa operar de projetos sociais e educacionais no
utilizando uma luva, na qual é fixado o país onde a própria construção desses
sensor de aceleração, como no filme projetos pode encaixar-se em cursos
Minority Report. educacionais e profissionalizantes
aos jovens.
Os movimentos feitos pelo
usuário são captados pelo acelerômetro “Nós trabalhamos com oficinas e
e transmitidos para uma placa de minicursos para os estudantes de 3º ano
processamento. Um micro-controlador, do ensino médio e alunos de todos
instalado na placa, recebe os dados os semestres da Engenharia Elétrica e
em níveis de tensão que referenciam Engenharia e Ciências desenvolver
as acelerações, e os convertem para projetos junto aos estudantes, é nosso
deslocamento, utilizando cálculos maior orgulho. A motivação de fazer
integrais. Após convertidos, os dados são esses trabalhos foi a satisfação de
modificados para assumirem o formato trabalhar com dispositivos eletrônicos
dos sinais gerados por um mouse serial e programação em hardware, além da
padrão. possível ajuda aos deficientes visuais
e comunidades carentes”, afirmam
Realizados os testes e os engenheiros, criadores do Projeto
procedimentos descritos, concluiu-se Inovador - IESB.

7

Cidadania
Interação:
Professor-Aluno
A
s relações humanas, embora
complexas, são peças
fundamentais na realização
comportamental e profissional de um
indivíduo. Desta forma, a análise dos
relacionamentos entre professor e aluno
envolve interesses e interação, sendo
esta o expoente das consequências,
pois a educação é uma das fontes
mais importantes do desenvolvimento
comportamental e agregação de valores
aos membros da espécie humana.
Nesse sentido, a interação
estabelecida caracteriza-se pela seleção
de conteúdo, organização, sistematização
didática para facilitar o aprendizado dos
alunos e exposição onde o professor
demonstrará seus conteúdos.
O educador para por em prática o
diálogo, não deve colocar-se na posição
de detentor do saber, deve antes,
colocar-se na posição de quem não sabe
tudo, reconhecendo que mesmo um
analfabeto é portador do conhecimento
mais importante; o da vida (GADDOTTI,
1999, p. 02).
Desse modo, o professor deve
interagir sempre com os alunos, ouvindo
o que eles têm a dizer, fazendo com
que sintam que seus pensamentos são
importantes e válidos.
Neste sentido, convém chamar a
atenção para a importância da afetividade
8
entre o professor e o aluno no processo
de ensino e de aprendizagem, pois
sentimento e pensamento se fundem na
diferença entre emoção e afetividade,
pois esta é o resgate da autoestima a
partir do exercício com o outro.
Almeida ( 1999, p. 107 ), afirma
que “As relações afetivas se evidenciam,
pois a transmissão do conhecimento
implica, uma integração entre pessoas.
Portanto, na relação professor-aluno,
( ... ) o afeto está presente”.
Assim, a relação entre professor
e aluno, as formas de comunicação, os
aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica
das manifestações de aprendizagem,
fazem parte das condições organizadas
no trabalho docente. Logo, a empatia
e a aceitação mútua devem formar a
base de uma relação aberta, tolerante e
compreensiva entre os dois.
Neste contexto entende-se que,
o relacionamento afetivo entre aluno
e professor cede espaço às atividades
intelectuais em qualquer que seja a
modalidade de ensino.
Em cursos oferecidos na modalidade
à distância, o tutor exerce um papel
fundamental, atuando como mediador no
processo de aprendizagem dos alunos.
Ao tutor cabe o papel de acompanhar e
orientar os alunos nessa busca constante
pelo saber, proporcionando condições
para que o aluno possa construir sua
própria aprendizagem, através de sua
autonomia e independência. (FONTANA,
UNIEURO
Av. das Nações, Trecho 0, Conj. 5 -
Asa Sul - (61) 3445-5888
SGAN 916, Conjunto D, Asa Norte -
Brasília - DF.
(61) 3445-5700 / (61) 3445-5701
2003, p. 1).
O que significa dizer que, o
tutor, facilitador da aprendizagem na
modalidade de EaD, é de fundamental
importância no processo de ensino e
de aprendizagem, porque a cada dia o
aluno deseja ser conquistado pelo saber
e busca de alguma forma, o apoio ou o
aval do professor, para sentir-se seguro
na construção do seu conhecimento.
Portanto, o aluno acredita no poder
estimulador, que a presença e a atenção do
tutor tem para a sua compreensão e para
a construção do seu conhecimento.
Assim, se o professor/tutor também
acreditar que ele pode, neste caso será
a própria ferramenta para o cotidiano do
aluno que poderá com sua criatividade
permitir que o estudo possibilite
momentos de prazer, de autoestima, de
valor e que esta troca seja recíproca.
Pois assim, com essa ação pedagógica
estará de fato sendo um referencial para
fundamentar, o amor próprio e solidificar
a aprendizagem.
REFERÊNCIAS
ALAMEDA, A. A emoção em sala de aula.
Campinas, SP: Papirus, 1999.
FONTANA, K. B. et al. A Atuação do Tutor na
Educação a Distância: Novas Considerações
Disponível em: <http:/www.ead.ufu.br/
tecead_II/anais/pdfs/klalter.pdf>
Acess em: 25 jul. 2007.
GADOTTI,M. Convite à leitura de Paulo Freire.
São Paulo: Scipione, 1999.
Cidade UNICEUB
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(61) 3966-1252 / 3966-1384

Caos no trânsito de Brasília o governo que é responsável por estes Já a funcionária pública Verônica
transtornos, os brasilienses também de Souza, 53 anos, moradora da SQN
Estragos causados por falta de escoamento de águas são culpados. Se as pessoas não se 402, pensa diferente. Durante o último
conscientizarem e não pararem de jogar temporal, o prejuízo foi grande. Ela
das chuvas preocupam brasilienses
lixo nas ruas, isto nunca vai mudar”. O perdeu o carro com motor fundido por
Ilza Gonçalves As recentes chuvas trouxeram dor
ilzagonçalves@gmail.com especialista vai além: “Nos últimos anos causa do superaquecimento de água
Imagem: Ilza Gonçalves de cabeça, prejuízo e muita preocupação
o volume de água aumentou, e isto se no radiador. “Passei por um sufoco,

B
rasília completou 50 anos aos brasilienses. Uma das áreas mais deve ao super-aquecimento da camada provoquei um engarrafamento enorme
em abril. Apesar da festa e atingidas é a Asa Norte. As consequências de ozônio, ao efeito estufa. A tendência no balão próximo ao Hospital Regional da
das comemorações, a Capital são sempre as mesmas: lixo por toda parte, é só piorar”. Asa Norte (HRAN).
Federal federal tem vários problemas trânsito caótico e bueiros transbordando
que aguardam solução. A cidade em vários pontos da região. Em artigo
enfrenta problemas dificuldades típicas feito para o site da Universidade de
Brasília (UnB) o pesquisador do Centro
das grandes metrópoles que foram
de Desenvolvimento Sustentável da
ocupadas sem planejamento, e não
Universidade Diego Pereira Lindoso,
de uma cidade esquadrinhada desde o
ressalta que, “com a ocupação territorial
início. O crescimento desordenado do
cada vez maior e a grande quantidade
Distrito Federal e o período de chuvas
de lixo jogada nas ruas, as galerias
trouxeram à tona um deles: o caos nas
subterrâneas ficam entupidas e a área
redes pluviais.
de infiltração da água da chuva no solo
Segundo o Instituto Nacional de
diminui”. Segundo ele, com o passar do
Meteorologia (IN-MET), no dia 30 de
tempo, alagamentos e enchentes tendem
março deste ano, em um período de trinta
a ficar cada vez mais comuns em Brasília.
minutos, ocorreu uma forte chuva que
“Enfrentar esses problemas será o desafio
inundou parte do centro da cidade. Foram
das cidades no século 21”, destaca. O
47 litros de água por metro quadrado.
professor aponta uma solução: “Uma
Vários bueiros não suportaram o volume
forma de resolver isso para os próximos
da enxurrada e transbordaram, causando
30 anos é realizar um planejamento
alagamentos e lentidão no trânsito.
urbano sério e reestruturar a coleta de
Além do volume de água, o
águas pluviais de Brasília, que, em pouco
lixo jogado nas ruas também é um
tempo, estará ultrapassada”.
grave causador dos entupimentos dos
bueiros. O entulho que se forma impede Para Eloísio Dantas, técnico da
a passagem de água nas tubulações Companhia de Saneamento Ambiental
e quando chove o alagamento e as do Distrito Federal (Caesb), a população Bueiros com sujeira na 906 sul. A rede pluvial não consegue dar
enchentes são inevitáveis. tem grande culpa neste caso. “Não é só vazão às águas das chuvas, que acabam inundando as ruas

9
 Cidade
Vários carros buzinando e ente, a Agência Reguladora de Águas,
reclamando. Quando fui pedir ajuda para
minha seguradora, meu celular caiu na
água. Fiquei desesperada! Comecei a
chorar e rezar”. Só depois, com a ajuda
de outro motorista, ela conseguiu acionar
a seguradora. “Desde então, se vejo que
está chovendo, não saio de casa, não me
sinto segura em atravessar a quadra em
que vivo há mais de 10 anos.
Isto é um desrespeito comigo e
com toda a população brasiliense. Trânsito
caótico é sinal que falta infraestrutura e
organização do trânsito”. A Assessoria
de Comunicação da Secretaria de
Obras e Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente (Seduma), informa que
existe o Programa de Gestão das Águas
e Drenagem Urbana do Distrito Federal
Águas do DF.
O projeto foi elaborado para
eliminar os pontos críticos de alagamentos
nas áreas urbanas do Plano Piloto e
Taguatinga; para melhora da qualidade
da água pluvial enviada ao lago Paranoá,
com a retenção da carga poluidora
carreada pelas primeiras chuvas e sua
remoção para um aterro sanitário; e para
minimizar os impactos dos lançamentos
das chuvas nas calhas fluviais por meio
da retenção dos sólidos.
O convênio foi firmado entre as
secretarias de Estado de Obras e de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambi-
10
UNICEUB
SEPN 707/907 - Asa Norte
Brasília - DF
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dos últimos anos, o Juscelino Kubitschek 14 restaurantes e lanchonetes; 7
Energia e Saneamento Básico (Adasa), e (JK), como os demais aeroportos guichês de órgãos públicos, entre eles
o Instituto do Meio Ambiente e Recursos brasileiros, está sendo bombardeado a Anac (Agência Nacional de Aviação
Hídricos - Brasília Ambiental (Ibram), em com aumento de viagens aéreas. Nos Civil); serviços bancários e de câmbio;
junho do ano passado. De acordo com a anos 80 viajar de avião era coisa de rico.
Seduma, várias obras já foram feitas na Uma passagem tinha de ser dividida em
cidade de Taguatinga, mas infelizmente as até dez vezes para tornar-se acessível ao
obras previstas para iniciarem em março
público de classe média.
nas asas Sul e Norte, estão paradas e sem
previsão para iniciar. O convênio garante Hoje, com a estabilização da
cerca de US$ 60 milhões para as obras, economia, os preços foram reduzidos e o
vindas de um contrato de empréstimo acesso ao transporte aéreo foi facilitado.
assinado com a Corporação Andina de Somente nos últimos anos o valor médio
Fomento (CAF). da passagem aérea doméstica no país
caiu de 448 para 323 reais. A dificuldade
Os números não mentem. De
reside na falta de infraestrutura
acordo com dados da Infraero, de 2002
até o no passado o número de passageiros aeroportuária para abarcar o número
que transitaram pelo aeroporto Juscelino crescente de passageiros e de aviões.
Kubitschek – o terceiro mais movimentado “O problema do aeroporto [Juscelino
do País – praticamente dobrou, com Kubitscek] é estrutural. Tem muito mais
87% de crescimento. Operando acima passageiros do que deveria. Em véspera
da capacidade máxima há pouco mais de de feriado as filas chegam a mais de
três anos, o aeroporto de Brasília, ainda 100 metros de comprimento”, afirma
que ampliado e modernizado para a Copa Leonardo Salomão, agente de viagens
de 2014, ficará longe do movimento da Noblesse Turismo, que funciona nas
operacional e da estrutura dos maiores
dependências do aeroporto.
complexos aeroportuários do mundo.
O JK é um centro de
Em 2009 foram mais de 12
conexões nacionais e só faz viagens
milhões de passageiros, apesar de o
internacionais diretas para Lisboa e
limite máximo ser de 10 milhões por
Atlanta. As companhias TAP e Delta,
ano. Já em 2010, o Sindicato Nacional
das Em presas Aeroviárias (Snea) estima respectivamente, são responsáveis
que esse número seja de 14,3 milhões. pelos voos. De acordo com a Infraero,
Levado pelo fenômeno socioeconômico o aeroporto disponibiliza, além das 10
produzido pela estabilização econômica empresas aéreas, 29 lojas comerciais;
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O plano baixo de Brasília mundo, não sei como vai ser com a Copa”, estrutura móvel pré-fabricada, chamada
diz a comissária. “Sem as reformas não de módulo operacional, será utilizada para
Sara Bueno
vai dar”, reforça Salomão. atendimento provisório. A montagem
sara.buebo1@gmail.com
As melhorias, de acordo com a da estrutura, que possuirá capacidade
Imagem: Giselle Mourão
de passageiros igual à do terminal sul,
serviços de locação de veículos e um Infraero, irão acontecer. Serão realizadas
está prevista para agosto de 2012. Em
estacionamento com capacidade de em duas etapas e estão marcadas para
começar em setembro deste ano, ao conjunto, o investimento aplicado nas
1.034 vagas.
reformas do terminal atual, na construção
Apesar da lista de facilidades, custo de R$ 1,3 bilhão, como parte do da expansão sul e na implantação do
pessoas que transitam frequentemente Programa de Aceleração do Crescimento
módulo será de R$ 736,4 milhões, que,
pelo local não estão satisfeitas. Para do Governo Federal. As obras serão
somados ao custo da ampliação da pista
Salomão, “o estacionamento não é em parceria com a Infraero e estão
de táxis, resulta em R$ 781 milhões. O
coberto inclusive os funcionários também programadas para terminar até 2015. O
que finaliza a primeira etapa das obras
têm que pagar e muitas lojas e guichês resultado será o aumento da capacidade
no Juscelino Kubitschek.
estão fora de funcionamento porque o de 10 milhões para 26 milhões de
aluguel é muito caro”. Para outros, o passageiros por ano. A segunda etapa será iniciada, de
problema não se limita à infraestrutura. Durante as obras, determinadas acordo com a Infraero, imediatamente
De acordo com Cyntia Bernhoeft, áreas de circulação serão interditadas. após o término da primeira, em 2013.
comissária de bordo da Gol - Varig, Isto ocorrerá, segundo a Infraero, em Está previsto que nela ocorram a
Brasília tem o pior aeroporto do país. “É finalização do terminal sul, a expansão
obediência a uma escala de horários
tudo muito bagunçado. É até grande,
para que não haja transtornos no do pátio de aeronaves e a construção de
mas não é organizado. Nem parece que
funcionamento do aeroporto. O terminal 12 pontes de embarque. Isso até o final
é a capital nacional.” A grande pergunta
de passageiros – que inclui o pavimento de 2015. O custo total desta fase está
é se Brasília, já com dificuldades em
suprir a atual demanda de passageiros, térreo, o primeiro andar e o mezanino – estimado em R$ 529,1 milhões. Ao final
irá conseguir cumprir seu papel na Copa será a primeira parte do aeroporto a ser da reforma, a estrutura do aeroporto
do Mundo de 2014, que será realizada no terá sido ampliada em 150 mil metros
reformada. Durante essas intervenções,
Brasil. quadrados.e a capacidade de suporte de
no entanto, terá início a construção de
passageiros acrescida em até 160%.
Desde a inauguração, maio de parte do terminal sul, que será uma
1957, o aeroporto brasiliense passou expansão das dependências físicas do
Apesar do considerável aumento
por três reformas. A mais recente foi a JK. A previsão é de que a estrutura, que
estrutural planejado para o JK, o
construção da segunda pista de pouso, comportará 8 milhões de passageiros
inaugurada em dezembro de 2005. aeroporto de Brasília ainda está muito
anuais, fique pronta até abril de abaixo do exigido para uma capital
Na opinião de Salomão e Cyntia, sem
2013. nacional. Em comparação com o
melhoramentos o Juscelino Kubitschek
não terá condições de abarcar a demanda Entretanto, enquanto a expansão aeroporto de Heathrow, em Londres,
de 2014. “Por enquanto dá pra todo não estiver em funcionamento, uma que possui um movimento anual de 67

11
 Cidade UNICEUB
SEPN 707/907 - Asa Norte
Brasília - DF
(61) 3966-1252 / 3966-1384

A capital investe em melhorias para o aeroporto; mudanças, contudo, são consideradas tímidas

milhões de passageiros, é fácil perceber

que a capital brasileira está aquém do
que deveria.
A capital inglesa, que irá sediar as
Olimpíadas em 2012, está mais doque
preparada para suprir a demanda de
passageiros, enquanto Brasília, mesmo
com as reformas, não conseguirá alcançar
nem 40% da capacidade londrina de
movimento operacional. Mesmo no
âmbito nacional o centro político do país
não pode ser considerado exemplo de
suporte estrutural aeroportuário, já que
São Paulo é que lidera o ranking brasileiro
com a capacidade de suportar, com três
aeroportos – Guarulhos, Congonhas e
Viracopos –, 35 milhões de passageiros
por ano, além de voos internacionais
para várias cidades do mundo.
As necessidades de mudança no
JK também envolvem a imagem turística
da capital. Como o aeroporto é um dos
primeiros lugares com que os viajantes
têm contato ao chegar a uma cidade
ou país, a organização, a estrutura e os
serviços são levados em conta na hora de
se formar uma impressão sobre o local
aportado.
“O aeroporto é o cartão de visitas. Por
isso é importante que a nossa capital
tenha um bom aeroporto”, defende a
comissária Cyntia Bernhoeft. “Por ser a
capital, deveria ser o melhor aeroporto
do País”, ecoa Leonardo Salomão.

12

Av. das Nações, Trecho 0, Conj. 5 -
Educação
SGAN 916, Conjunto D, Asa Norte -
(61) 3445-5700 / (61) 3445-5701
Avaliação Educacional:
Teoria e prárica
Prof. MsC. MYRIAM CHRISTIANO MAIA GONÇALVES
Centro Universitário Euro Americano
A
avaliação é parte imprescindível
de todo o processo de ensino-
aprendizagem. Permite
reconhecer claramente os resultados
obtidos nas tarefas realizadas, constando-
se o progresso alcançado, analisando-
se os meios utilizados para atingir os
fins propostos e procurando-se meios
de reunir evidências, a fim de verificar
se as mudanças previstas ocorreram
realmente.
O processo de avaliação, bem
como os procedimentos de avaliação, têm
enorme importância no contexto da área
da educação. Mas existem dificuldades de
entender e sentir o problema por parte
dos professores, e o principal problema
reside na falta de um conhecimento
mais profundo do que é avaliar, de como
se processa a avaliação, como ela se
desenvolve e como pode ser medida.
Muitos a consideram simplesmente
uma tarefa de atribuição de notas com
base numa verificação ou de trabalhos
realizados ao final de um bimestre, cujos
resultados vão ser utilizados apenas para
decidir a sorte dos alunos em termos de
aprovação ou reprovação.
Poucas vezes, no entanto, esses
resultados são levados em conta para
UNIEURO
Asa Sul - (61) 3445-5888
Brasília - DF.
avaliar o ensino, o desempenho, o
crescimento e o desenvolvimento em
seu todo. E poucas vezes são, também,
consideradas as repercussões que eles
têm sobre a personalidade daqueles
alunos que, reiteradamente, recebem
a classificação que os impede de
prosseguir.
O ponto de partida da mudança
desse quadro está em considerar a
avaliação como elemento integrante de
todas as fases do processo educacional
é um poderoso auxílio para a melhoria
de todos os seus níveis, auxílio este
que se concretiza mediante as várias
funções da avaliação, dentre as quais a
de classificar ou atribuir notas é a menos
significativa.
Especialistas em educação estão
propondo novas maneiras de medir o
desempenho dos estudantes, uma vez
que os métodos tradicionais de avaliação
estão recebendo nota zero. Assim, a
avaliação não pode:
- ser coercitiva, ou seja, utilizada como
instrumento de poder pelo professor;
- ser uma sequência de provas ou testes,
pois não contribui para o desenvolvimento
progressivo do aluno;
- ser um fim, ou algo que termine num
determinado momento;
- priorizar a nota em detrimento do
conhecimento.
Existem vários conceitos do que
seja avaliação, decorrentes de enfoques
diversos de cada especialista. Assim,
na literatura, encontramos diferentes
significados e concepções voltadas à
dimensão, medida e outras características
ligadas ao julgamento (juízo de valor).
UNIEURO
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Consideramos a avaliação como uma
prática de investigação diagnóstica,
contínua, cumulativa, sistemática e
compartilhada, que se destina a verificar
se houve aprendizagem.
Um processo bastante abrangente,
que envolve não só a aprendizagem
do aluno, mas também a prática do
professor, ou seja: concebido para
proporcionar o avanço do aluno na
construção do seu conhecimento e para
ajudar o professor a repensar, adaptar e
reconstruir o processo ensinar-aprender
e o seu próprio desempenho.
Ao aluno deve ser possibilitado o
conhecimento do que será ensinado, das
suas dificuldades e de seus avanços. Uma
avaliação de qualidade se compromete
com o avanço do sujeito, estimulando
o seu desenvolvimento, despertando-o
para as suas possibilidades, criando
expectativas positivas, aguçando a
curiosidade e elevando a autoestima,
condições fundamentais para o alcance
da motivação e do sucesso.
No modelo clássico, o professor
expõe conteúdos, cobra-os em uma
prova e dá por encerrado o processo
ao aprovar ou reprovar, ou seja: a
avaliação é o ponto final do processo, e
não o ponto de partida; ou a avaliação
destina-se a discriminar os alunos de
acordo com seu grau de aproveitamento
e, principalmente, a selecionar os que
seriam considerados aptos a serem
promovidos; ou o professor não se
13

Educação
considera responsável pelo desempenho
do aluno.
O resultado, assim, é apenas
utilizado para fins de passar. O professor
age como um livro-falante, que acredita
bastar ao aluno prestar atenção na aula
para aprender, não entendendo que a
avaliação não julga apenas o aluno, mas
também o seu próprio trabalho.
A avaliação, em seu sentido
mais amplo, tem de ser considerada
como um instrumento de estímulo,
assegurando o desenvolvimento e que, através dos posicionamentos que a
contribuindo no processo de construção
do conhecimento; deve ser processual
(contínua) e não pontual, isto é, resumir-
se a provas periódicas; deve contemplar
as dimensões técnicas, éticas, humanas,
intelectuais e científicas; deve ser
reflexiva, conduzindo sempre a uma
auto-avaliação permanente do aluno
e do professor, e tem de estimular a
prática da interdisciplinaridade e da
multidisciplinaridade.
A avaliação se desenvolve nos
diferentes momentos do processo ensino-
aprendizagem, com objetivos distintos.
A conclusão é a de que a função da
avaliação deve ser a de diagnosticar as
deficiências dos alunos para corrigi-las.
Tem de ser entendida como uma forma
de melhorar o ensino, de diagnosticar os
pontos que precisam ser retrabalhados;
deve ter um aspecto de retroalimentação,
guiar para as atitudes favoráveis e servir
de instrumento de correção dos pontos
negativos apurados.
14
Em Lindemam (1976) medida é
uma “atribuição de um número incluído
numa série a cada um dos integrantes
de uma série de pessoas ou objetos de
acordo com certas regras estabelecidas”.
Mensuração “é essencialmente
um processo descritivo que envolve a
atribuição de um número para expressar
em termos quantitativos o grau em
que um aluno possui determinada
característica”.
Avaliação é um termo de expressão
mensuração e verificação proporcionam,
realiza um processo de comparação.
Avaliação é o valor deste status,
auferido na medição comparando com
um padrão apropriado socialmente:
“é um processo que consiste em fazer
determinações qualitativas; aparenta-se
com a medida ou é uma forma especial
dela; é o processo de atribuição de
símbolos a fenômenos com o objetivo
de caracterizar o valor do fenômeno
geralmente com referência a algum
padrão de natureza social cultural ou
científica”.
No livro de Candau (1996) e de
Mediano “A avaliação da aprendizagem
na escola de 1º grau” encontramos os
seguintes conceitos:
Avaliação formal: é a meta
ou conceito que via a promoção ou
reprovação do aluno, acontece a cada
instante da relação com os alunos através
de provas e variados exercícios.
Prova Brasil
A prova foi criada em 2005.
Sua primeira edição foi em
2005, e em 2007 houve nova
aplicação.
A Prova Brasil avalia as habilidades
em Língua Portuguesa (foco em
leitura) e Matemática (foco na
resolução de problemas)
Avalia apenas estudantes de ensino
fundamental, de 4ª e 8ª séries.
A Prova Brasil avalia as escolas
públicas localizadas em área
urbana. A avaliação é quase
universal:
A avaliação é quase universal:
todos os estudantes das séries
avaliadas, de todas as escolas
públicas urbanas do Brasil com
mais de 20 alunos na série, devem
fazer a prova.
Brasil por ser universal, expande
o alcance dos resultados
oferecidos pelo Saeb. Como
resultado, fornece as médias de
desempenho para o Brasil, regiões
e unidades da Federação, para
cada um dos municípios e escolas
participantes.
Aplicação: novembro.
Parte das escolas que participarem
da Prova Brasil ajudará a construir
também os resultados do Saeb, por
meio de recorte amostral.
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Saeb
A primeira aplicação ocorreu em
1990.
É aplicado de dois em dois anos.
Alunos
A últimafazem
edição prova
foi em de
2005.Língua
Em
Portuguesa
2007 houve (foco em leitura) e
nova prova.
Matemática (foco na resolução de
problemas).Alunos fazem prova de
Língua Portuguesa (foco em leitura)
e Matemática (foco na resolução de
problemas).
Avalia estudantes de 4ª e 8ª séries
do ensino fundamental e também
estudantes do 3º ano do ensino
médio.
Avalia alunos da rede pública e da
rede privada, de escolas localizadas
nas áreas urbana e rural.
A avaliação é amostral, ou seja,
apenas parte dos estudantes
brasileiros das séries avaliadas
participam da prova.
Por ser amostral, oferece resultados
de desempenho apenas para o
Brasil, regiões e unidades da
Federação.
Aplicação: novembro.

Educação
Avaliação informal: é o conceito
que a professora desenvolve durante
suas aulas, através de comentários ou
críticas aos alunos ou mesmo através de
mensagens não verbais que carregam
uma conotação de julgamento.
Atualmente a discussão sobre a
avaliação da aprendizagem afirma que
possui como objetivo diagnosticar as
dificuldades do processo de transmissão/
aquisição do conhecimento, buscar as
falhas para tomar decisões acerca da
próxima etapa do processo, constituindo-
se em um instrumento que possibilita a
aquisição do saber.
A avaliação feita em sala de aula,
foco de discussão de muitos autores,
não difere da avaliação realizada pelos
órgãos reguladores, pois visa mensurar o
quanto os estudantes que estão inseridos
no Sistema Educacional Brasileiro estão
apreendendo o que lhes é ensinado.
Importante, portanto, conhecer
alguns sistemas de avaliação da educação
no Brasil: Sinaes, Enem, Enade, Prova
Brasil, Saeb. Observemos as semelhanças
e diferenças entre a Prova Brasil e o
Saeb.
Considerações Finais
A avaliação do Ensino Superior no
Brasil surgiu no início dos anos 90 por
exigência das agências internancionais
de financiamento – Banco Mundial e
Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os relatórios do Banco Mundial
desmonstravam o grande desperdício de
recursos públicos da educação superior
em detrimento do ensino fundamental. A
dicotomia existente entre a universidade
e o mercado de trabalho, apontando a
necessidade do governo brasileiro ser
mais austero com os gastos públicos.
Sugeriam, inclusive, o fim da gratuidade
no ensino superior e a implementação de
um sistema rígido de avaliação do ensino
em todos os níveis. A preocupação
é que houvesse uma economia dos
gastos públicos a fim de possibilitar o
pagamento dos juros das dívidas internas
e externas.
Este diagnóstico do Banco Mundial
é assumido por todos os governos na
esfera federal a partir dos anos 90. Teve
início com Fernando Collor de Mello, que
devido ao impeachment não avançou
nessa política. Em 1994, Fernando
Henrique Cardoso nomeia Paulo Renato
de Souza, consultor do Banco Mundial,
como Ministro da Educação. O governo
FHC em seus oito anos de governo criou
vários mecanismos de avaliação: Saeb,
Enem e o Provão.
Em 2003 o governo Lula cria uma
comissão que propõe um novo modelo
de avaliação para o ensino superior.
Fica instituído, por Medida Provisória,
o Sistema Nacional de Avaliação
do Ensino Superior – Sinaes, e em
dezembro do mesmo ano regulamenta os
procedimentos de avaliação.
Nessa regulamentação fica
estabelecido que haverá uma avaliação
interna, sob os cuidados de uma Comissão
Própria de Avaliação – CPA (das IES) e a
avaliação externa, conduzida pelo MEC e
coordenada pelo Inep.
A aplicação de conceitos que
variam de 1 a 5, sendo 3 o nível mínimo
aceitável, fazem com que o Enade tenha
um caráter punitivo, pois deve constar no
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currículo do aluno e ao destacar para a
mídia o “ranking” das IES, faz com que
reflita no futuro profissional do aluno,
principalmente na procura de emprego
ou de cursos de pós-graduação.
Além disso oculta as diferenças
substantivas entre as várias instituições
em relação à estrutura de ensino, pesquisa
e extensão, o nível de titulação do corpo
docente, e a produção acadêmica de
professores e alunos.
Em um país que tem Paulo Freire
como mentor e busca-se educar para a
liberdade, fica difícil aceitar um sistema
de avaliação que não preza pela isonomia
e que não percebe as diferenças regionais
de instituições públicas e privadas.
REFERÊNCIAS
AVALIAÇÃO. Caderno de educação. Belo
Horizonte: FAE-CEPEMG, UEMG, n. 15, mar.
1999.
BRASIL. Lei nº 10.861, 14 abr. 2004. Brasília:
MEC.
BRASIL. Portaria MEC n.º 2.051, 09 jul. 2004.
Brasília: MEC.
BRASIL. Portaria Normativa nº 5, 22 fev.
2010. Brasília: MEC.
ENADE. Disponível em: <http://www.inep.
gov.br>. Acesso em: 02 abr. 2010.
LINDEMAN R.H. Medidas Educacionais. Porto
Alegre: Globo, 1976.
MEDIANO, Zélia D. A avaliação da rendizagem
na escola de 1º grau. In: CANDAU, Vera
Maria. Rumo a uma nova didática. 8. ed.
Petrópolis: Vozes, 1996.
NEVES, Lafaiete. Avaliação do ensino superior.
Disponível em: <http://www.ufpr.br>.
Acesso em: 23 abr. 2010.
PROVA BRASIL. Disponível em: <http://
www.inep.gov.br>.
Acesso em: 06 abr. 2010.
PROVÃO. Disponível em: <http://www.
portaleducacao.com.br>. Acesso em: 16 abr.
2010.
SAEB. Disponível em: <http://www.inep.
gov.br>. Acesso em: 04 abr. 2010.
15

Desenvolvimento Sustentável
Um passo para a sustentabilidade
Brasil investe na diversificação de fontes de geração de
eletricidade para preservar o meio ambiente
ulia Chaib
junc3003@gmail.com
Imagem: Gabriel Sartório
C
om um dos maiores potenciais
hídricos do planeta e reservas
recém descobertas de petróleo
na camada pré-sal, o Brasil é um
país privilegiado no que diz respeito
a fontes de geração de energia. Além
da abundância de recursos naturais, o
país tem investido continuamente em
estudos e iniciativas de energias limpas,
que não emitam gases poluentes na
produção ou no consumo. Esse tipo de
energia é produzido por meio de recursos
renováveis, isto é, não se esgotam.
O objetivo do governo federal é
alcançar a sustentabilidade ambiental.
Para isso é necessário diversificar a
matriz energética brasileira, ou seja,
utilizar os mais diversos tipos de
fontes para produzir energia, inclusive
elétrica. Segundo o Plano Decenal de
Energia 2008-2017, feito pela Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil
conta com 86% de sua matriz de energia
elétrica proveniente de energia limpa.
O grande número de recursos hídricos
e solares disponível no Brasil contribui
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alternativas. Segundo Ana Dolabella, cara no passado. Entretanto, em 2009, o
diretora de Licenciamento Ambiental do Brasil fez um leilão dessa fonte em que o
Ministério do Meio Ambiente (MMA), “a preço foi bem inferior ao esperado e até
matriz de energia brasileira pode ser mesmo ao comercializado anteriormente.
considerada uma das mais limpas do O valor ficou em torno de R$ 150,
mundo”. competitivo com as fontes fósseis para
geração de energia elétrica”, pontuou
Alternativas para a geração Ana Dolabella.
para a geração de energia limpa.
Segundo Samira Sana, coordenadora de Uma das fontes de energia
Um dos projetos futuros para o
Sustentabilidade Ambiental do Ministério alternativa em que o país tem investido
Brasil é a construção de parques eólicos -
de Minas e Energia (MME), “a política é a energia eólica, gerada pela força
espaços, terrestre ou marítimo, onde são
governamental é pela diversificação da dos ventos, muito utilizada em países
concentradas torres de aerogeradores
matriz, tanto pelo fato de se poder valorizar como a Alemanha e os Estados Unidos.
que produzirão energia elétrica por
as características regionais, quanto pela O Brasil tem trabalhado para implantá-la
meio do vento. A base para saber quais
peculiaridade de que algumas fontes com os menores preços possíveis e sem
são as regiões mais promissoras para
renováveis são complementarmente prejudicar a produção de energia atual.
a utilização de energia eólica é o Atlas
sazonais no Brasil. Isso contribui para O grande desafio do Brasil é desenvolver
Eólico Brasileiro, no qual há a análise de
a melhoria da segurança energética.” O projetos para produzir energia limpa com
velocidades de ventos, por exemplo. De
Brasil já faz bom proveito das energias baixo custo. “A energia eólica foi mais
acordo com a publicação, Brasília não
Saiba Mais
Unidade PCI Eólica Biomassa Solar Energia Eólica: Utiliza a força dos ventos
para gerar eletricidade. Gera um dos menores
Custo de 5.000 a 6.000 3.660 a 4.500 2.175 a 2.175 12.600 a impactos ambientais, por não utilizar água nem
Instalação - R$/
KW 18.300 produzir gases poluentes.
Energia Solar: Energia Hídrica: Hidrogênio Biomassa:
Os raios do Sol emitem Combustível: A massa total de organismos
energia que pode Utiliza a força dos rios Transforma células de vivos numa á rea constitui
ser convertida para hidrogênio em combustível.
e proporciona energia importante reserva de energia,
aquecimento de água Não produz impostos tóxicos,
ou para geração de elétrica de mais baixo pois é constituída essencialmente
mas sua utilização ainda não é
energia elétrica. custo. viável. por hidratos de carbono.
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apresenta potencial para este tipo de mais importante, representando 83% do quase exclusivamente no aquecimento de dificuldades na produção e utilização.
fonte de energia, porém Ana Dolabella total”, afirma Ana Dolabella. água. A tecnologia já é usada em várias Segundo Ana Dolabella, “a solar para
ressalta que, “como a tecnologia tem casas do Distrito Federal, principalmente geração de energia elétrica, chamada de
evoluído, inclusive com o aumento da A Comissão de Desenvolvimento pelo Programa Minha Casa, Minha Vida fotovoltáica, ainda é cara e importada”. O
altura das torres, essa afirmação deve Econômico, Indústria e Comércio da
do governo federal. custo do equipamento para aquecer água
ser sempre reavaliada”. A Eletrobrás, por Câmara dos Deputados estabeleceu
um prazo de até 2018 para o Brasil A fonte solar também pode ser por meio de energia solar custa em torno
meio do Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica (Cepel), está revisando o Atlas ter 10% da energia elétrica produzida usada para a produção de energia de R$ 2500, investimnto muito alto para
Eólico, com a utilização de parâmetros proveniente de fontes alternativas. “Se elétrica, só que nesse caso há mais o governo.
de altura e potência de turbinas eólicas falarmos em termos
mais recentes. Na avaliação de Samira apenas de fontes
Sana, “os resultados preliminares são alternativas, sem
animadores: o potencial nacional para considerarmos as
energia eólica deve ser, no mínimo, o grandes hidrelétricas,
dobro do estimado atualmente”. consideradas
fontes renováveis
O Balanço Energético Nacional convencionais,
(BEN) de 2010 aponta, em pesquisa esse percentual cai
realizada pela EPE, a contabilidade bastante, mas não
relativa à oferta e ao consumo de todas está longe de tingir
as formas de energia no Brasil. Em 2009, os 10%. Ou seja, a
houve crescimento de 5,2% no uso de meta é plenamente
energia hídrica, que reflete condições factível”, analisa
hidrológicas favoráveis. Ainda de acordo Samira, sobre
com o balanço, no ano passado o total a viabilidade do
de energia consumida no país atingiu projeto. Segundo
243,9 milhões de toneladas equivalentes a Agência Nacional
de petróleo (Mtep), o que significa uma de Energia Elétrica
redução de 3,4% em relação a 2008. (Aneel), essas fontes
representam 6,18%
A energia hídrica representa da energia elétrica do
atualmente a maior fonte de geração Brasil. Os dados não
elétrica do país (68,09%). Atualmente incluem a energia
existem 1429 usinas hidrelétricas, sendo solar, cuja produção
que 1076 estão em operação. “Na matriz é considerada
de energia elétrica, a hidrelétrica é a insignificante, usada

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Meta é a Sustentabilidade que retira das ruas caminhões de lixo acesso”. O futuro morador alega que só
e lixeiras”, elenca. No caso do médico teve conhecimento da coleta seletiva
Setor Noroeste promete maior eficiência veterinário Geuber Félix Carvalho, 57 quando demonstrou real interesse na
na reciclagem de lixo: anos, o conceito de bairro ecologicamente compra do imóvel e ficou contente com
mais limpeza, higiene e ganho ambiental correto influencia na compra do imóvel
a informação. “Sem dúvida é um aditivo
Isa Coelho de dois quartos no valor de setecentos
isacoelho161@gmail.com para eu efetuar a compra. Só o fato de
Imagens: Isa Coelho e Giselle Mourão mil na planta, com previsão de entrega
pensar que não haverá caminhões de lixo

O
Setor Noroeste, novo bairro
de Brasília, será construído
com características voltadas
à preservação do meio ambiente. De
acordo com Ottos Ribas, professor de
arquitetura da Universidade de Brasília
(UnB) e um dos responsáveis pelo
Plano de Gestão Ambiental da região,
o planejamento será seguido desde as
obras de fundação, que já começaram.
Entre as questões ambientais,
diferencial era a reciclagem de lixo
implantada no Noroeste.
de responsabilidade socioambientais,
portanto nada mais natural que a coleta
seletiva.
“O objetivo é reduzir os impactos
ambientais, aperfeiçoar o sistema de
reciclagem de lixo no DF,
manter o bairro limpo,
e implantar um
novo modelo,
o valorização de todos os imóveis do setor,
em agosto de 2012.
“Estou quase comprando. No meu
caso isso traz um impacto não somente
na questão de higienização e conforto
do local, mas também da beleza e,
principalmente,
quanto
distribuição
das vias de
circulando em minha quadra, para mim,
já é um alívio”, declara.
Em função da natureza ecológica,
os moradores do Noroeste terão
maior eficiência na coleta de lixo. Isso
à facilita a limpeza, higiene e impacta
positivamente o meio ambiente do local.
“O foco principal é proporcionar maior
conforto aos moradores, o que levará à
sejam eles residenciais ou comerciais”,
declara o corretor de imóveis da empresa

O recolhimento dos detritos Rossi Gustavo Coimbra.

ocorrerá por tubulações a vácuo Gondim concorda: “Os moradores
com tratamento seletivo, que inclui vão viver num bairro ambientalmente
a separação dos resíduos orgânico e mais saudável, onde não conviverão com
reciclável. Cada edifício residencial lixeiras nas ruas, que atraem insetos,
contará com bocas onde o lixo será
ratos e cães; e caminhões coletores que,
recolhido a uma central, onde se realizará
ao recolherem o lixo, exalam mau cheiro
o tratamento final. O sistema suga o
e deixam rastros de detritos”.
entulho e evita a circulação de caminhões
de coleta no interior das superquadras O tratamento do lixo no Setor
do bairro. Para Pelágio Gondim, chefe da Noroeste é um projeto a cargo do Governo
assessoria de comunicação da Terracap, do Distrito Federal (GDF), responsável por
a região segue padrões internacionais implantar o bairro. Sendo assim, segundo

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Obras no setor Noroeste: construções do mais novo Bairro de Brasília terão características voltadas para a preservação do meio ambiente
Gondim, não existe grandes obstáculos
para a coleta seletiva. “O novo sistema
será adotado gradativamente em todos
os prédios até a conclusão do bairro”.
Gondim não revela os custos.

Porém, de acordo com ele,

o investimento é necessário para a
implantação da coleta por tubulações
a vácuo e será recompensado, já que
promoverá maior valorização do local. “É
uma tecnologia nova no Brasil, importada
de países europeus. Os benefícios do
novo sistema para os moradores e para o
meio ambiente certamente compensam
os investimentos.

Com o tempo, quando passarmos

a dominar essa tecnologia, os custos
serão menores”, declara.

Além do projeto inovador da coleta

seletiva de lixo, será feita reciclagem na
pavimentação das vias e das calçadas
do bairro. O Serviço de Limpeza Urbana
(SLU) adotará uma técnica que reutiliza
o entulho das construções na produção
da brita e da areia que serão aplicadas no
asfaltamento.

O novo empreendimento contará

também com prédios que preveem a
utilização de luz solar, o armazenamento
de água da chuva e o aproveitamento
da circulação do ar natural, reforçando
a ideia de um setor ecologicamente
correto.

19
 Tecnologia no
Revolução no Material Esportivo
Rendimento dos jogadores aumenta consideravelmente
com chuteiras e luvas mais eficientes
Marcos Paixão
markynhus16@hotmail.com
A
s novas tecnologias utilizadas
nas chuteiras esportivas têm
ajudado o rendimento dos
jogadores em campo. Mais leves, elas
proporcionam mais velocidade e precisão
no passe e no chute, sem contar com
os efeitos nos cruzamentos. Feitas
sob medida para cada tipo de jogador,
as chuteiras do século XXI têm feito a
cabeça dos atletas. “Como sou atacante,
priorizo a velocidade e o drible. Elas
ajudam a desenvolver meu estilo de
jogo”, afirma Ítalo Fernandes,
22 anos, jogador do Golden
Arrows, time da África do
Sul.
Chuteiras como
a do jogador Ítalo são
usadas pelos melhores
jogadores do mundo.
Os brasileiros Kaká (Real
Madrid), Ronaldinho Gaúcho
(Milan) e Neymar (Santos),
assim como o português
Cristiano Ronaldo (Real), usam
a tecnologia na confecção de
chuteiras baseadas no rendimento em
campo.
Jogadores são escolhidos pelos
fabricantes de acordo com características
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junto às mãos; a intenção é fazer um
de direção durante o jogo. “A gente
molde da bola no momento do impacto. A
percebe tudo isso durante o jogo.
A chuteira deixa mais peso no chão, por luva conta também com tecnologia contra
isso posso melhorar minhas arrancadas contusões no dorso das mãos, risco de
contra os zagueiros”, disse Ítalo. traumatismos e luxações, e podem ainda
Jogadores de meio de campo suportar impactos de mais de 100km/h.
específicas e estudados em movimento como Kaká e Ronaldinho Gaúcho usam O que desagrada os não
no campo durante as partidas. Chute, chuteiras de material macio para sentir profissionais é o preço das luvas, em
cruzamento, toque de bola e até melhor a bola nos pés e melhorar média R$ 500,00. Como o equipamento
escorregões são analisados para que aprimorar passes e cruzamentos. O se deteriora muito mais rápido que a
sejam feitas modificações em cada solado é específico, feito para dar a chuteira, o gasto é ainda maior. “Com um
chuteira. aderência exata de acordo com as preço desses não dá pra usar a luva em
Atacantes, como Cristiano necessidades do jogador desta posição. treino. Só no dia do jogo, e rezar pra não
Ronaldo e Neymar, usam chuteiras que Até zagueiros usam chuteiras específicas estragar”, declara o goleiro de futebol
os ajudam a explorar a velocidade e a amador Isnar Rocha, 22 anos.
para tentar parar atacantes.
movimentação. A nova linha de chuteiras
A busca pela exatidão no chute e O goleiro ressalta que não é
da Nike traz a tecnologia “Nike Sense”,
pelo contato total com a bola fez com possível comparar as condições de um
de tração adaptável - a mais cara do
que até mesmo os cadarços sejam feitos campo profissional com um campo
mercado. Trata-se
de um material especial mais aderente. amador, e que isso reflete diretamente
de uma trava
Segundo os fabricantes, determinados na durabilidade das luvas.
inteligente que
modelos de chuteiras revestem todo o
estende ou A Nike aposta em tecnologia de travas
calçado com este material para dar mais inteligentes que se adaptam as condições
retrai 3mm
precisão no contato com a bola na hora divergentes do campo. Mercurial vapor
a partir das superfly II da mais segurança nas
do jogo. mudanças de direção durante o jogo.
condições
do campo ou As luvas dos goleiros não ficam
da pressão do atrás em questão de tecnologia. A Dragon
peso do jogador, Pro é o modelo utilizado pelo por Júlio
o que possibilita César, goleiro do Internazionale de Milão
mais velocidade e da Seleção Brasileira. O modelo tem
nas mudanças como maior inovação o látex enrugado
na palma. Como essa é a parte da luva
Para suportar impactos de mais de 100 que apoia as mãos no chão, e causa
km/h, a Dragon Pro traz látex enrugado maior desgaste, a fabricante Reusch
na palma. Mais segurança e durabilidade a
favor dos goleiros. Nova tecnologia também aplicou um material específico para
ajuda a diminuir lesões.
proporcionar maior aderência da bola

Tecnologia e Cultura
A Rede como alavanca para o
Jonnathas Alvarenga
Jonnathas.alvarenga@gmail.com
Imagens: Jonnathas Alvarenga
Internet cada vez mais presente na
publicidade dos músicos atuais
“O
nosso único poder de
mídia era a rede”. A frase
é de André Gonzales,
vocalista da banda Móveis Coloniais
de Acaju e resume bem o pensamento
da nova geração de músicos. Bandas
iniciantes, cada vez mais, ascendem no
cenário nacional por meio da publicidade
e produção audiovisual na web.
A “geração web 2.0”, termo
utilizado desde 2004, atinge praticamente
todos os ramos de interatividade da
sociedade. Na divulgação do trabalho
de bandas, essa denominação assume
significado fundamental tanto em relação
à visibilidade no mercado fonográfico
quanto no que diz respeito à mobilização
e interação dos artistas com os fãs.
A utilização das novas mídias
interativas da internet como forma de
MySpace: A rede fornecer um serviço de
interação social on-line. Armazena fotos,
mp3, blogs e perfis de usuários. É muito
usado por músicos e bandas.
Last.Fm: Rádio on-line em que unidades
virtuais são formadas pelos usuários. Os
perfis detalham o gosto musical de cada
um, reúnem e exibem músicas e artistas
favoritos.
YouTube: Nele, os usuários podem carregar
e compartilhar vídeos em formato digital.
Orkut: Rede social com o objetivo ajudar
os membros a conhecer pessoas, encontrar
Sucesso
divulgação ganhou força e intensidade
devido à crescente necessidade de
apresentar ao público a produção
sonora e gráfica com menores custos.
“Televisão, rádio, revistas e jornais
estavam completamente fora do nosso
alcance. Então, nos concentramos em
divulgar nossas músicas na internet,
uma ferramenta nova que estava em
crescimento. Isso foi no início da década.
Não foi algo premeditado. Simplesmente
foi a única maneira barata de divulgação
que encontramos”, sintetizou “Vavo”,
gruitarrista da banda Fresno, por e-mail
ao blog “A cultura para era digital” em
agosto de 2009.
As ferramentas mais usadas nas
redes sociais têm funções gerais, comuns
a todas, e funções específicas que servem
para classificar os tipos de usuários
amigos e cultivar relacionamentos. Os
usuários mantêm perfis em que colocam
fotos, vídeos, links, mensagens.
Facebook: Rede social que visa gerar
interação entre seus membros, que também
possuem perfis individuais. As páginas
pessoas incluem fotos, vídeos, mensagens,
links.
Podcast: Arquivo de áudio digital,
normalmente em formato mp3. Podem ser
baixados ou ouvidos pela rede. Geram maior
democratização na produção e distribuição
de conteúdos desse tipo.
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A pirataria foi favorecida com a
informatização caseira e ganhou amplitude
conforme interesses particulares. O
tal que até as bandas que eram contra a
marketing viral, o compartilhamento
e downloads de músicas e vídeos, a
divulgação da agenda de eventos e
disseminação gratuita e descontrolada,
que não leva em consideração os direitos
autorais de músicos e produtores,
shows, a mobilização de grande número
tornaram-se favoráveis à distribuição
de pessoas e a liberdade para que os
ilegal. A mudança de opinião foi devido
usuários comentem abertamente são
às vantagens de interação com o público
algumas dessas ferramentas, que se
que as redes sociais, como MySpace,
distinguem radicalmente da forma
Last. Fm, Orkut, Youtube e outros,
tradicional de produzir, divulgar e
oferecem.
comercializar materiais. Segundo Vavo,
O fenômeno foi tão além do
a relação músico/gravadora realmente
esperado que transcendeu a cultura
mudou. “Agora é preciso muito diálogo
vigente de comercialização, concorrência
e trabalho de ambas as partes. Não
de mercado e diversificou-se ao abrir
adianta achar que a gravadora vai fazer
as portas para a democratização no
tudo, quando na verdade cobra-se cada
meio musical. “Acreditamos na música
vez mais uma relação muito próxima
gratuita. Escolhemos uma gravadora
entre fã e artista”.
ligada à realidade atual”, diz André
Se, antes, ficar conhecido no
Gonzales, que assinou contrato com
cenário era um passo necessário para a
a Trama. A gravadora tem um projeto,
venda expressiva de CDs, hoje é possível
Trama Virtual, que permite o download
fazer as duas etapas ao mesmo tempo
gratuito de músicas pelo consumidor,
ou, quem sabe, ganhar projeção depois
remunerado para o artista. Quem paga
de alavancar as vendas dos álbuns. O sãos os patrocinadores.
dilema entre sucesso e renda com CDs
desapareceu por conta do uso legal e
ilegal da internet.
Twitter: Rede que permite aos usuários
a postagem de textos (microposts) e
recebimentos de respostas em curto espaço
de tempo.
Blog: Sites que funcionam como diários
on-line cuja estrutura permite postagem de
artigos em texto com imagens, atualização
rápida e certo grau de interatividade.
Flickr: Rede social que permite hospedagem
gratuita de imagens fotográficas, construção
de perfis e possibilidade de criação de
álbuns.
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 Tecnologia na Restauração
Nova história para a
Patrimônio histórico de Brasília é restaurado
com auxílio da tecnologia
Vanessa Araújo
vanessa@polimidia.net
Imagem: Vanessa Araújo
P
onto forte do turismo da capital,
a Catedral Metropolitana de
Brasília perdeu e ganhou com o
passar do tempo.
Perdeu porque sua estrutura
deteriorou-se ao longo de seus 40
anos de existência, mas ganhou com o
avanço dos mesmos anos e também da
tecnologia.
Agora, o monumento é moderno
desde os traços desenhamos pelo
arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer aos
recursos eletrônicos de empresas como a
multinacional Italiana Belltron.
Os sinos, antes tocados por motor
linear manual, hoje são comandados
via controle remoto. O sistema italiano
eletromagnético evita o atrito entre as
peças, além de permitir que o horário
e os toques sejam programáveis e
combinações de tons musicais sejam
feitas. O campanário dos sinos, que
apresentou fissuras, também será
reformado e impermeabilizado com
massa especial.
Anderson Miranda, operador do
sino há sete anos, conta que não existe
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Catedral
segredo para cumprir a tarefa: “É só ficar
de olho na hora certa. Hoje é mais fácil
ainda porque se tiver algum problema,
posso apertar o botão de qualquer lugar
da igreja pelo controle remoto”. O sino
é tocado três vezes por dia, às seis da
manhã, ao meio-dia e às seis da tarde.
Na função, seis pessoas se revezam para
que o som nunca deixe de tocar. Os vidros
e vitrais são as partes mais delicadas da
restauração. A artista franco-brasileira
Marianne Peretti, o vitralista brasileiro
Luidi Nunes, os alpinistas industriais
e toda produção envolvida no projeto
organizam cada uma das mais de cinco
mil peças, como num quebra-cabeças,
milimetricamente.
A empresa Alemã Lambert ficou
responsável pela reprodução dos vitrais
que, apesar de terem a mesma cor dos
antigos, são mais uniformes na espessura.
Em torno deles, um silicone específico
para vedação aumenta a segurança. Na
colocação, uma plataforma articulada
conduz os profissionais até a altura
desejada.
Na parte externa, foi preciso
desenvolver um sistema de polias
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para içar os vidros até o local exato restaurado a Via-sacra de Di Caval-canti”,

da colocação. Assim, os alpinistas não comenta.
precisam arrastá-los pelos 30 metros de
Além da Via-sacra, Marcos e
altura e 70 de diâmetro do templo. Para
a equipe ficaram responsáveis pelo
evitar que os operários se queimassem
restauro da réplica da Pietá, de quadros
com o calor da ferragem e que a estrutura
de Athos Bulcão, os anjos, o Cristo em
molhasse ao chover, uma lona também
madeira do altar e a cruz da primeira
foi providenciada.
missa.
A espessura dos vidros, dez Segundo Marcos, no processo
milímetros, propiciava a quebra de restauro das peças, o que muda é
espontânea com a mudança de a percepção de cada pessoa na hora
temperatura no decorrer do dia e as de estudar o histórico das obras. Mas
presilhas que os uniam eram grandes e os equipamentos são os mesmos de
aparentes. Os novos vidros, desenvolvidos outras áreas: luz ultravioleta para
pela empresa francesa Saint-Gobain, são identificar restaurações passadas,
mais seguros e possuem três camadas, termômetro para medir a temperatura
como em um sanduíche. A primeira tem ambiente e a umidade, entre outros.
quatro milímetros, a do meio corresponde Das peças que deram mais trabalho,
a uma película de prata que faz o controle os quadros de Athos Bulcão precisaram
térmico do ambiente e a terceira tem de mais atenção, pois estavam com
seis milímetros. Já as presilhas foram sujeira impregnada na superfície, o que
substituídas por outras menores e a poderia comprometer a arte na hora de
colocação é interna. limpar.
A novidade na reforma das obras
A restauração das obras de arte no foi a adaptação de um guincho elétrico
interior da igreja foi feita pelo restaurador nos três anjos de Alfredo Ceschiatti, de
Marcos Alexandre de Souza, 39 anos. 100 kg, 200 kg e 300 kg. Eles foram
Marcos, que normalmente trabalha higienizados e os cabos de aço trocados,
sozinho, dessa vez formou uma equipe e o guincho permite que eles desçam para
com os alunos do curso de restauração se fazer inspeções periódicas. Os bancos
do Centro Universitário UNIEURO, para de madeira e a cruz da primeira missa
dar conta da demanda. “Não é a primeira foram envernizados, mas as pichações
vez que trabalho na catedral. Já tinha não foram apagadas por fazerem parte

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da história da catedral.
O chão de mármore foi polido e recebeu um
hidrorepelente, que facilita a limpeza e evita o desgaste da
pedra. O sistema de refrigeração é feito por esguichos de
água que a vaporizam e umidificam o ambiente, embutidos
em torno do interior da catedral.

As paredes e pilares receberam uma pintura

desenvolvida especialmente para o monumento. Chamada
Ureflex NC Branco fosco especial, a tinta industrial com
biocomponente é à base de resina acrílica, tem mais
resistência aos raios ultravioleta, impactos, pouca aderência
e é anti-resíduos. Na estrutura entorno dos vidros, a tinta
usada foi a Fospox 242.

O próximo passo é a impermeabilização do espelho

d’água, além do aumento da sacristia e da construção de
uma nova capela. Por enquanto, a catedral não será fechada
por completo. A ideia é que a obra continue sendo feita
por partes. Como a igreja possui 16 vãos, cada um será
interditado parcialmente de acordo com andamento da
reforma.

A equipe de 60 pessoas trabalha das 7h às 17h, de

segunda a sábado, para cumprir o prazo firmado entre
a Fundação Ricardo Franco, entidade responsável pela
reforma, o GDF (Governo do Distrito Federal) e a Petrobras,
patrocinadora do projeto.

Segundo os fiscais da obra, a data de entrega do

dia 21 de abril, 50 anos de Brasília, foi apenas um acordo
simbólico. Oficialmente, a conclusão da obra está marcada
para o final de 2010.

24
Tecnologia Assistiva
Tecnologia em benefício das
pessoas com deficiência
Pesquisa do governo reúne conhecimento sobre iniciativas de inclusão social
Rosa Maria Martins
rosinhamarketing@hotmail.com
O
Brasil tem 24,6 milhões de pessoas que se reconhecem
com algum tipo de deficiência. Desse total, 63%
integram a população economicamente ativa. Mesmo
assim, ainda se sabe pouco sobre as necessidades de políticas
públicas de ciência e tecnologia para essas pessoas. É com esse
objetivo que o Ministério da Ciência e Tecnologia realiza, desde
2005, por intermédio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, a
pesquisa nacional de tecnologia assistiva. A iniciativa faz um
levantamento sobre instituições que pesquisam e desenvolvem
tecnologia assistiva no Brasil.
De acordo com a gerente executiva do Instituto de
Tecnologia Social, Irma Passoni, o objetivo é proporcionar ao
poder público conhecimentos capazes de subsidiar a elaboração
de políticas na área de ciência e tecnologia voltadas à inclusão
social.
“Para a realização de qualquer projeto tem que existir
acessibilidade: rampa nas calçadas, calçadas sem ondulações,
senão a gente não tem como passar a cadeira”, diz Marco Aurélio
Duque, 30 anos, cadeirante, paulistano, casado, um filho,
residente em Luziânia.
“O principal deste projeto é fazer cadeira de qualidade,
mas de baixo custo. Não adianta oferecer um material de alta
qualidade se a maioria não pode comprar. Vi uma cadeira muito
boa, portátil. O preço: R$ 6.600,00. Quem consegue comprar?
Então não adianta”, concluiu.
Pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia Social
mostrou que existe no mundo mais de 600 milhões de pessoas
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com deficiência, o que significa 10%
da população mundial. De acordo com
a Organização Mundial de Saúde e o
senso de 2000 do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatísticas (IBGE),
400 milhões vivem em países em
desenvolvimento, 79 milhões na América
Latina. O Brasil tem 24,6 milhões de
pessoas que se reconhecem com algum
tipo de deficiência e 63% dessas fazem
parte da população economicamente
ativa.
Marco Aurélio é portador de
paralisia infantil e vai todos os dias ao
centro de Brasília para conseguir algum
trocado para a família. “Trabalhei no
Ministério das Comunicações, na área
de informática, porque fiz vários cursos,
mas me disseram que para continuar
no emprego eu precisaria mudar minha
estética e ter uma cadeira melhor”,
explicou.
Pioneirismo
A Petrobras é, em Brasília, ícone de
promoção das pessoas com deficiência.
Segundo o gerente do Posto “Cidadão
capaz”, na quadra 109 Sul, esta é uma
iniciativa que valoriza a pessoa humana,
– em especial, aquelas com deficiência.
“É uma iniciativa boa da Petrobras, pois
ajuda essas pessoas a desenvolverem
a capacidade que têm de trabalhar. E
esta é a grande vantagem do projeto. Às
vezes é difícil conseguir pessoas nesta
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situação para trabalhar, pois quando Em alguns lugares as pessoas com da Secretaria de Ciência e Tecnologia para
se fala em carteira de trabalho elas deficiência são empregadas, mas Inclusão Social. “Como consequência
desistem, pois sabem que podem perder
alguns benefícios, diz. “Temos dificuldade
não ficam nem um mês por causa da
cobrança”, afirma.
o país continua dependente
tecnologias importadas, que beneficiam
de
Saiba Mais
em empregar cadeirantes, pois, além da um número muito reduzido de pessoas
Romper preconceitos que necessitam de órteses, próteses,
dificuldade de se movimentarem com
ajudas técnicas e serviços variados
as cadeiras, eles sentem dores renais”,
para atender suas necessidades”, O que é tecnologia
acrescenta. Projetos e iniciativas que apóiem
Hélio de Oliveira trabalha há um
concluiu. assistiva?
pesquisas na área da Tecnologia Assistiva
Um dos frutos da iniciativa do
ano e meio no Posto “Cidadão capaz”. contribuem não só para que o Brasil dê Ministério da Ciência e Tecnologia foi É um conjunto amplo de
“É uma bênção para mim. O serviço um passo a mais em relação à busca de o lançamento do site www.assistiva. equipamentos modernos, de
aqui é tranquilo, não sou pressionado. serviços, práticas e estratégias
produção das suas com.br, que visa ser um espaço de
próprias soluções, convergência e troca de conhecimentos aplicadas com a finalidade de
sobre iniciativas existentes no Brasil diminuir os problemas enfrentados
mas para que elas
por pessoas com deficiência.
se democratizem e para a pesquisa, o desenvolvimento,
a aplicação e a propagação da
possam beneficiar, São recursos e serviços
Tecnologia Assistiva, em vista da
de fato, todos os que que variam dentro de um sistema
promoção da inclusão de pessoas com complexo de computação. Esses
necessitam desse tipo
deficiência. recursos compreendem bengalas,
de tecnologia para
Segundo a Thamys Juliana Ribeiro, computadores, softwares e
sobreviver. hardwares especiais que facilitam a
22, Assessora da Secretaria de Direitos
Humanos do Ministério da Justiça, acessibilidade; equipamentos para
“Não havia correção da postura ao sentar-se;
cidadania exercida significa preconceitos
em nosso país, até recursos para mobilidade manual
rompidos, barreiras quebradas. “Quanto
elétrica; materiais protéticos.
recentemente, uma mais as pessoas com deficiência
vontade clara em puderem exercer a sua cidadania, menos Os serviços são prestados às
apoiar iniciativas ‘estranhas’ serão, menos preconceitos pessoas com deficiência por meio
de pesquisa e sofrerão”, disse. “O único semáforo com de profissionais qualificados, com o
desenvolvimento de sinal sonoro em Brasília é aquele em frente objetivo de usar um instrumento de
ao Pátio Brasil. Isso é uma ótima ideia. tecnologia assistiva, como avaliações,
Tecnologia Assistiva
Quanto mais acessibilidade as pessoas treinamento de equipamentos novos
dirigidas às pessoas e experimentação.
com deficiência tiverem em se comunicar
com deficiência ou e transitar, melhor cumprirão o exercício
com mobilidade da cidadania. Quanto mais possibilidades
reduzida”, explica tiverem, mais inseridas e felizes serão”,
João Carlos Martins, concluiu.

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Tecnologia na política
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Quero ser Obama

Filipe Marques população têm acesso à internet em
filipe.passos.marques@gmail.com casa, enquanto, no Brasil, menos de
40% dos brasileiros têm acesso em

E
m 2008, um senador pouco qualquer lugar.
conhecido do estado de Illinois Essas disparidades são realçadas
se tornou, com ajuda estratégica por Mônica: “Brasil e Estados Unidos
da internet, o primeiro presidente negro da têm realidades muito diferentes e o
história dos Estados Unidos. A campanha do momento em que as eleições ocorrem
democrata Barack Obama marcou presença também são muito diferentes”. Para
nas principais redes sociais e virou exemplo aproveitar as novas regras eleitorais
para os candidatos à sucessão de Lula em que permitem o uso da internet nas
outubro. campanhas deste ano, os partidos
Durante a corrida presidencial, Obama começam a montar equipes
arrecadou cerca de US$ 500 milhões só por meio específicas.
de doações de internautas; cadastrou mais de 13 Com o objetivo de se tornar
milhões de eleitores para receber seus e-mails; e a primeira presidente da história
mobilizou um incontável número de simpatizantes do Brasil, na primeira eleição
– principalmente os jovens, que se transformaram que disputará, a petista Dilma
em cabos eleitorais. A internet, antes ignorada e Rousseff fez os maiores
temida pelos políticos por ser território livre, passou investimentos. Foi direto à
a ser vista como poderoso veículo para interagir em fonte e contratou alguns
tempo real com a população. Essa característica dos principais idealizadores
é realçada pela comunicadora social do UniCEUB da campanha on-line de
Mônica Prado, especialista em mídias sociais: “A Obama: Scott Goodstein e
internet permite a resposta imediata, que na TV e Joe Rospars, responsáveis
no rádio é sempre indireta, custosa, demorada... pela bem-sucedida
Com a internet, é instantânea e direta. estratégia de mídias sociais
O comitê de campanha poderá conhecer a do presidente norte-
reação do público em um piscar de olhos. Neste ano, americano, além de Ben
os pré-candidatos à Presidência tentam “abrasileirar” Self e Andrew Paryze, da
a estratégia on-line de Obama, apesar das diferenças empresa especializada
entre os dois países. Começando pelo alcance da rede em marketing digital
mundial de computadores: nos EUA, cerca de 80% da Blue State Digital.

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 Tecnologia na política
Campanha on-line do presidente norte-americano
virou exemplo para os pré-candidatos à sucessão de Lula
A
contratação de Self e Paryze
merece destaque devido ao seu
aplicativo, também utilizado na
campanha de Obama. Capaz de cadastrar
e classificar os simpatizantes de Dilma, o
programa permitirá ao comando petista
saber quem são os militantes mais ativos.
Esses voluntários terão um tratamento
diferenciado: receberão mensagens
especiais, serão convidados a participar
de reuniões e eventos exclusivos, como
ocorreu na campanha de Obama. Além
dos norte-americanos, a campanha online
de Dilma tem um dos maiores nomes
da internet brasileira como principal
coordenador: Marcelo Branco, defensor
do software livre e ex-diretor da Campus
Party – evento anual que monta, em São
Paulo, um acampamento de interessados
em temas relacionados à internet e à
cultura digital. Branco foi convocado
pela Pepper Comunicação, empresa que
alugou uma casa em Brasília só para
cuidar da campanha da ex-ministra.
Apesar de tantos esforços, Dilma
foi a última candidata (entre os três mais
importantes) a se inscrever no Twitter, a
rede social do momento e a preferida dos
políticos. Se Dilma demorou a participar
oficialmente da rede de microblogs,
ela está presente na rede mundial de
28
computadores desde que deixou a Casa
Civil: além do Twitter, já possui canal
próprio no YouTube, perfil no Facebook,
página oficial em formato de blog. Tudo
cuidadosamente concebido e mantido
por Marcelo Branco.
Aposta na internet
Não é só Dilma que tenta copiar o
sucesso do presidente norte-americano.
Seu maior adversário, José Serra (PSDB),
foi o primeiro dos aspirantes ao Planalto
inscrito no Twitter, ainda quando era
governador de São Paulo. Hoje, tem um
dos perfis mais ativos dentre os políticos
brasileiros. Serra já conta com mais de
250 mil seguidores e não fala só sobre
política: indica livros, filmes e músicas
e comenta futebol, com destaque para
o Palmeiras, seu time do coração. Essa
postura é vista como uma forma de
humanizar e aproximar dos eleitores um
candidato considerado antipático, sério e
fechado demais, de acordo com analistas
políticos.
O responsável pela campanha do
tucano na internet é o coordenador de
comunicação digital do PSDB, Sérgio
Caruso. Ele também está incumbido
de montar a equipe que cuidará da
campanha on-line de Serra, que ainda
está em formação. internet para tentar se viabilizar como
Por isso, o ex-governador de São
Paulo ainda não possui portal próprio, mas
conta com a iniciativa de simpatizantes.
Existem, pelo menos, cinco sites que
remetem à sua candidatura, com
destaque para o Gente Que Mente, que já
foi alvo de reclamações do PT na Justiça
Eleitoral.
Em formato de blog, o site foi
registrado por Eduardo Graeff, tesoureiro
do PSDB, e se apresenta como um
dos primeiros testes da Justiça diante
do desafio que é a imensidão da rede
mundial de computadores. A dificuldade
que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
terá pela frente é traduzida em números.
Nas eleições presidenciais de 2006, havia
32 milhões de internautas no Brasil. Após
quatro anos, o número mais que dobrou:
pulou para cerca de 68 milhões, segundo
o Ibope. A última ação dos apoiadores foi
lançar o site Amigos de Serra, logo após o
tucano deixar o governo de São Paulo, no
começo de abril. Outros endereços que
engrossam a torcida pró-Serra na internet
são: o Mobiliza, o Brasil de Verdade e o
Mobiliza 16 (que incentiva jovens a partir
de 16 anos a votarem).
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Já a ex-petista e ex-ministra do
Meio Ambiente Marina Silva aposta na
a “terceira via” e, assim,
evitar a polarização entre
Dilma e Serra. Com poucos
minutos na TV e no rádio,
a candidata “verde” aposta
suas fichas na internet para
suprir essa falta de tempo e
conseguir se fazer conhecida
pelo eleitor comum, que,
em sua maioria, ainda
a desconhece. Por isso,
em fevereiro, Marina se
inscreveu o Twitter desde o
começo oficial da campanha,
em junho e está presente
nas demais redes sociais.
Como a senadora
disputará a eleição com
pouco dinheiro e tempo de
TV, concentrará os esforços
para conquistar o voto de
quem já parece disposto
a apoiá-la. Baseado nisso,
o PV aposta que eleitores
estudantes e jovens
desinteressados pelo
noticiário de Brasília e que
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consideram os políticos “farinha do mesmo
saco” são “verdes” em potencial. Para
eles, Marina se apresentaria como uma
alternativa de renovação, como Obama
há dois anos. Para conquistar esses
votos, a principal arma é a internet, daí o
investimento na web.
Quem está coordenando a equipe
de campanha on-line da candidata do PV
é o jornalista Caio Túlio Costa, professor e
consultor de novas mídias. Marina também
tem um blog e ganhou apoio na rede com
o site Movimento Marina Silva, que reúne
cerca de 20 mil pessoas defensoras do
voto na senadora em outubro. O site
não tem ligação direta com o partido e @dilmabr
Mais de 61 mil
é administrado pelos próprios membros seguidores
178 tweets
da rede social. Além de tentar aproximar
Média: 2,7 tweets
Marina dos eleitores e conseguir novos por dia
votos, a legenda também vê na internet Usuário desde 11 de
abril de 2010
um meio para arrecadar dinheiro para a
campanha. A ferramenta para doação on- Primeiro tweet:
"Bom dia, boa tarde, boa noite p/
line foi colocada no ar em novembro e é quem me lê em qquer lugar do mundo.
a primeira do país, além de ser parecida Começo hoje minha aventura no twitter.
Quero aprender c/ vcs."
com a usada na campanha de Obama.

@joseserra_
A especialista Mônica Prado Mais de 255 mil
seguidores
discorda do potencial das doações pela 2.428 tweets
rede: “A cultura brasileira não incorporou Média: 6,2 tweets
a atitude de doar dinheiro para campanhas por dia
Usuário desde 18 de
eleitorais. Elas sempre ‘pareceram grátis’ maio de 2009
aos olhos dos eleitores em geral”. Primeiro tweet:
"Inaugurando meu twitter.
Sejam bem-vindos!"
Nanicos

Outros candidatos que arriscam @silva_marina

Mais de 65 mil
suas fichas na internet são os chamados seguidores
747 tweets
“nanicos”. Desconhecidos da grande
Média: 5,2 tweets
maioria do eleitorado, eles apostam na por dia
onda on-line como forma de se aproximar Usuário desde 22 de
janeiro de 2010
do eleitor e conseguirem mais votos. Os
“nanicos” que estão presentes no Twitter Primeiro tweet:
"Espero q esta campanha seja
são: Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), feita c debates e ñ c embates.
Devemos demonstrar na prática os
José Maria Eymael (PSDC), Américo de principios éticos q defendemos p
Souza (PSL) e Mário Oliveira (PT do B). gestao publica"

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