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Classe: ______________________________________ Nº de Matrícula:
Ensino Médio
Disciplina: Prova:
PORTUGUÊS PE-2 - MANHÃ
TESTES
Texto para o teste 1.
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela;
Que a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: “Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!”
(Camões)
1. Considere as seguintes proposições sobre o texto.
I. As personagens são Jacó, Labão, Raquel e Lia.
II. Deduz-se ser um ambiente (espaço) rural, pois se
menciona que Jacó era pastor.
III.A época em que se passa a história não pode ser
identificada, mas há indícios de que se trata de
tempo recente.
IV.Há discurso direto nos dois últimos versos, nos
quais Jacó revela a força de seu amor.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) II e IV, apenas.
PORTUGUÊS - I ANO - PE-2 - RESOLUÇÃO - MANHÃ - ALFA - 1
Série: 1ª- Bimestre: 2º- Data: 05/06/2018
Código da Prova: Versão:
RESOLUÇÃO ALFA
Texto para o teste 2.
A escolha de um corpo de representantes em
eleições livres, justas e periódicas – e que incluam a
todo o eleitorado adulto – passou a ser algo que,
sem esgotar a noção contemporânea de
democracia, firmou-se como sua pedra angular. Ao
se dirigirem às urnas, os cidadãos reafirmam sua
condição de igualdade perante um ato fundamental
do Estado. Ao organizar as eleições e transformar os
votos em postos executivos e/ou legislativos, o
aparato institucional das democracias permite que,
em maior ou menor grau, os mais diversos
interesses, opiniões e valores sejam vocalizados no
curso do processo decisório. Tal processo, no
entanto, pode apresentar problemas que ameacem
corromper o corpo político constituído,
assim
comprometendo sua legitimidade e diminuindo sua
capacidade de oferecer à coletividade os resultados
esperados.
(“Corrupção”, 2008. Adaptado.)
para 2. (Famerp) Em seu contexto, o verbo destacado
“reafirmam”, na forma em que foi empregado, indica
uma ação:
a) usual, reiterada, no passado.
b) habitual, regular.
c) feita no instante em que o enunciado é
apresentado.
d) contínua, extensa, no presente.
e) pontual, corriqueira, ordinária e sem importância.
Texto para o teste 3.
No dia seguinte, estando na repartição, recebeu
Camilo este bilhete de Vilela: “Vem já, já, à nossa
casa; preciso falar-te sem demora.” (...)
Camilo estremeceu, tinha medo (...) lembrou-se
de ir a casa, podia achar algum recado de Rita, que
lhe explicasse tudo. (...) Daí a pouco, chegou à casa
de Vilela. (...)
– Desculpa, não pude vir mais cedo; que há?
Vilela não lhe respondeu; tinha as feições
decompostas. Fez-lhe sinal, e foram para uma
saleta interior.
(Machado de Assis, “A Cartomante”.)
3. No intervalo entre o recebimento do bilhete e a
chegada à casa de Vilela, pode-se afirmar que
Camilo (...)
a) se encontrou com Rita e os dois combinaram fugir
juntos, caso percebessem que Vilela havia
descoberto o envolvimento amoroso deles.
b) leu uma carta que Rita lhe havia deixado para
alertá-lo de que Vilela era conhecedor da traição.
c) foi procurado pela cartomante, a qual assumiu ter
escrito as cartas anônimas recebidas por ele.
d) buscou uma arma para se defender, pois
conhecia a agressividade de Vilela e não queria
ser apanhado desprevenido.
e) teve um contratempo no caminho e, estando
próximo à casa da cartomante, resolveu fazer
uma consulta, da qual saiu bastante aliviado.
Texto para o teste 4.
Na cidade, sois todos irmãos, (...) mas o deus que
vos formou misturou ouro na composição daqueles
de entre vós que são capazes de comandar: por isso
são os mais preciosos. Misturou prata na
composição dos auxiliares; ferro e bronze na dos
lavradores e na dos outros artesãos. Em geral
procriareis filhos semelhantes a vós; mas, visto que
sois todos parentes, pode suceder que do ouro
nasça um rebento de prata, da prata um rebento de
ouro e que as mesmas transmutações se produzam
entre os outros metais. Por isso, acima de tudo e
principalmente, o deus ordena aos magistrados que
zelem atentamente pelas crianças, que atentem no
metal que se encontra misturado à sua alma e, se
nos seus próprios filhos houver mistura de bronze ou
ferro, que sejam impiedosos para com eles e lhes
reservem o tipo de honra devida à sua natureza,
relegando-os para a classe dos artesãos e
lavradores; mas, se destes últimos nascer uma
criança cuja alma contenha ouro ou prata, o deus
quer que seja honrada, elevando-a à categoria de
guarda ou à de auxiliar.
(Platão. “República”. Tradução: Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova
Cultural, 1996. p. 111.)
4. (Barro Branco) Nesta passagem da “República”,
Platão apresenta uma metáfora que descreve (...)
a) a consagração de uma concepção democrática
na pólis ideal platônica.
b) o modelo militarista da organização social
imperante em Esparta.
c) a organização ideal, por não haver num ser
heterogeneidade na composição.
d) a igualdade intrínseca, que caracteriza todos os
habitantes da pólis.
e) os diferentes tipos essenciais de capacidades
humanas.
PORTUGUÊS - I ANO - PE-2 - RESOLUÇÃO - MANHÃ - ALFA - 2
QUESTÕES DISCURSIVAS
Texto para a questão 1.
AMARRE-SE NA VIDA.
USE O CINTO DE SEGURANÇA.
(Detran-DF. Placa de trânsito, Brasília)
1. (UFG) Faça o que se pede:
A) Interprete a dupla possibilidade de leitura do
verbo “amarrar”.
B) Aponte dois recursos usados pelo emissor da
mensagem, para convencer o destinatário da
importância do uso do cinto de segurança.
A) “Amarrar”, referindo-se a cinto de segurança,
significa "prender", "atar"; referindo-se à vida,
significa "gostar demais", "ligar-se afetivamente".
B) O primeiro recurso é gramatical, com o emprego
do verbo no imperativo (ordem emitida ao
receptor - função conativa), e o segundo recurso
é semântico, pois se refere ao amor pela vida.
Texto para as questões 2 e 3.
A poesia, ao contrário da filosofia, não é um
conhecimento teórico da natureza humana, mas
imita, narrativa ou dramaticamente, ações e
sentimentos, feitos e virtudes, situações e vícios dos
seres humanos. No entanto, a poesia é diferente da
história, embora esta também seja uma narrativa de
feitos humanos e de situações, das virtudes e dos
vícios humanos. A diferença está no fato de que
AQUELA visa, por meio de uma pessoa ou de um
fato, a falar dos humanos em geral (cada pessoa [...]
não é ela em sua individualidade, mas é ela como
exemplo universal, positivo ou negativo, de um tipo
humano) e a falar de situações em geral (por meio,
por exemplo, do relato dramático de uma guerra,
fala sobre a guerra), enquanto ESTA se refere à
individualidade concreta de cada pessoa e de cada
situação. A poesia trágica não fala de Édipo ou de
Electra, mas de um destino humano; a epopeia não
fala de Helena, Ulisses ou Agamenon, mas de tipos
humanos. A história, ao contrário, fala de pessoas
singulares e situações particulares. Por isso, diz
Aristóteles, a poesia está mais próxima da filosofia
do que da história, já que esta nunca se dirige ao
universal.
(Marilena Chauí, “Introdução à História da Filosofia”, p. 336-7.)
 As palavras que estão em maiúsculas foram
introduzidas, no trecho anterior, em substituição a
duas palavras-chave para a exposição que faz
Marilena Chauí das ideias de Aristóteles, referentes
a distintas formas de conhecimento. Um leitor atento
será capaz de identificar as palavras que estavam
no texto original, a partir apenas da leitura do trecho
aqui apresentado.
2. (Unicamp) Substitua as palavras em maiúsculas
pelas palavras que estavam no texto original.
AQUELA = a poesia.
ESTA = a história.
3. (Unicamp)
A) De acordo com o texto, como podem ser
caracterizadas as formas de conhecimento
referidas por essas palavras?
B) Com base neste texto, a que se dirige a filosofia,
segundo Aristóteles?
4. Para Camões, o amor é uma força vital que pode
alterar e elevar o espírito. Transcreva o verso em
que se evidencia a alteração que ocorreu com o eu
lírico.
“Que pode transformar meu pensamento”.
5. Camões compôs poemas líricos na "medida nova"
do Classicismo e também na "medida velha", à
maneira do “Cancioneiro Geral” de Garcia de
Resende. O texto apresentado é de "medida nova"
ou "medida velha"? Justifique sua resposta,
dividindo o penúltimo verso.
Os versos são decassílabos, ou seja, de "medida
nova", dado que a "medida velha" correspondia aos
versos redondilhos maiores (de 7 sílabas), ou
redondilhos menores (de 5 sílabas).
Da mi nha Cir ceeo má gi co ve ne.
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A) A forma de conhecimento própria da poesia
refere-se ao universal, isto é, ao geral em
oposição ao particular; por outro lado, a forma de
conhecimento própria da história diz respeito ao
particular, ao individual.
B) A filosofia, segundo Aristóteles, dirige-se ao
universal; por isso, é mais próxima da poesia que
da história.
6. Algumas das expressões que o poeta utiliza para
descrever a figura feminina são antiéticas ou
contraditórias. Aponte duas.
Podem ser citadas as seguintes:
“Despejo quieto”, “encolhido ousar”, “um riso brando
e honesto / Quase forçado”, “repouso gravíssimo”.

Texto para as questões de 4 a 6.

Um mover d'olhos brando e piedoso,

Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso.

Um despejo quieto e vergonhoso,

Um repouso gravíssimo e modesto,
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar, uma brandura,

Um medo sem ter culpa, um ar sereno,
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste fermosura

Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.

(Camões)

Vocabulário:
gesto: rosto, aparência
despejo: desembaraço, desenvoltura
Circe: feiticeira lendária

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