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DIREITO ADMINISTRATIVO
SERVIDORES PÚBLICOS
Acordo de divisão da pensão por morte não altera a ordem legal de beneficiários,
mas autoriza desconto pela entidade de previdência
O acordo de partilha de pensão por morte, homologado judicialmente, não altera a ordem
legal do pensionamento, podendo, todavia, impor ao órgão de previdência a obrigação de
depositar parcela do benefício em favor do acordante que não figura como beneficiário
perante a autarquia previdenciária.
STJ. 2ª Turma. RMS 45.817-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em
26/09/2017 (Info 618).
DIREITO CIVIL
DPVAT
Associação de defesa do consumidor não tem legitimidade para ajuizar ACP discutindo DPVAT
Importante!!!
Uma associação que tenha fins específicos de proteção ao consumidor não possui legitimidade
para o ajuizamento de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de
beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque o seguro DPVAT não tem natureza consumerista,
faltando, portanto, pertinência temática.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.091.756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 13/12/2017 (Info 618).
PARCERIA RURAL
Falecimento do parceiro outorgante não extingue o contrato de parceria rural
DIREITO DO CONSUMIDOR
PRÁTICA ABUSIVA
É abusiva a prática da companhia aérea que cancela automaticamente
o voo de volta em razão de “no show” na ida
Importante!!!
É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático de um dos
trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para
embarque no voo antecedente.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.595.731-RO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/11/2017 (Info 618).
DIREITO EMPRESARIAL
COMPETÊNCIA
Ações envolvendo trade dress e nulidade de registro de marca
Importante!!!
As questões acerca do trade dress (conjunto-imagem) dos produtos, concorrência desleal e
outras demandas afins, por não envolver registro no INPI e cuidando de ação judicial entre
particulares, é inequivocamente de competência da Justiça estadual, já que não afeta interesse
institucional da autarquia federal. No entanto, compete à Justiça Federal, em ação de nulidade
de registro de marca, com a participação do INPI, impor ao titular a abstenção do uso, inclusive
no tocante à tutela provisória.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.527.232-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13/12/2017 (recurso
repetitivo) (Info 618).
FALÊNCIA
Contribuição previdenciária reconhecida por juiz trabalhista pode ser habilitada na falência sem CDA
ECA
Importante!!!
A conduta de emissora de televisão que exibe quadro que, potencialmente, poderia criar
situações discriminatórias, vexatórias, humilhantes às crianças e aos adolescentes configura
lesão ao direito transindividual da coletividade e dá ensejo à indenização por dano moral
coletivo.
Caso concreto: existia um programa de TV local no qual o apresentador abria ao vivo testes de
DNA e acabava expondo as crianças e adolescentes ao ridículo, especialmente quando o
resultado do exame era negativo. As crianças e adolescentes não participavam do programa,
apenas seus pais. No entanto, o apresentador utilizava expressões jocosas e depreciativas em
relação à concepção dos menores.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.517.973-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/11/2017 (Info 618).
Importante!!!
É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisão relacionada à definição de
competência, a despeito de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015.
Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a decisão
interlocutória que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência desafia recurso de agravo de
instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do
art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo
incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a demanda.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.679.909-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em
14/11/2017, DJe 01/02/2018
EXECUÇÃO
Mesmo que o contrato com a escola particular esteja apenas no nome da mãe,
o pai também responderá solidariamente pelas dívidas
Importante!!!
A execução de título extrajudicial por inadimplemento de mensalidades escolares de filhos do
casal pode ser redirecionada ao outro consorte, ainda que não esteja nominado nos
instrumentos contratuais que deram origem à dívida.
Ex: mãe assina contrato com a escola e termo de confissão de dívida se comprometendo a
pagar as mensalidades; em caso de atraso, a escola poderá ingressar com execução tanto
contra a mãe como contra o pai do aluno, considerando que existe uma solidariedade legal do
casal quanto às despesas com a educação do filho (arts. 1.643 e 1.644 do CC).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.472.316-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 05/12/2017 (Info 618).
PROCESSO COLETIVO
Associação de defesa do consumidor não tem legitimidade para ajuizar ACP discutindo DPVAT
Uma associação que tenha fins específicos de proteção ao consumidor não possui legitimidade
para o ajuizamento de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de
beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque o seguro DPVAT não tem natureza consumerista,
faltando, portanto, pertinência temática.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.091.756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 13/12/2017 (Info 618).
Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos
difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da
prestação de serviço público.
STJ. Corte Especial. Aprovada em 07/02/2018, DJe 14/02/2018.
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
Não existe razão para reter o passaporte de agente diplomático que responde
a processo penal no Brasil se ele goza de imunidade de execução
A cautelar fixada de proibição para que agente diplomático acusado de homicídio se ausente
do país sem autorização judicial não é adequada na hipótese em que o Estado de origem do
réu tenha renunciado à imunidade de jurisdição cognitiva, mas mantenha a competência para
o cumprimento de eventual pena criminal a ele imposta.
STJ. 6ª Turma. RHC 87.825-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/12/2017 (Info 618).
DIREITO TRIBUTÁRIO
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Mesmo que a entidade remetente dos valores para o exterior seja imune,
ainda assim terá que pagar o IRRF previsto no art. 11 do DL 401/1968
IRPJ E CSLL
Crédito presumido de ICMS não integra a base de cálculo do IRPJ e da CSLL
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
AUXÍLIO-RECLUSÃO
Se o segurado estava desempregado no momento da prisão, ele é considerado de baixa renda,
independentemente do último salário de contribuição
Importante!!!
O auxílio-reclusão é um benefício previdenciário pago aos dependentes do segurado que for
preso, desde que ele (segurado) tenha baixa renda, não receba remuneração da empresa durante
a prisão, nem esteja em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência.
Se o segurado, no momento em que foi preso, estava desempregado, a Portaria Ministerial
determina que será considerado como critério para “baixa renda” o seu último salário de
contribuição (referente ao último trabalho). Ex: João foi preso em 2015, momento em que
estava desempregado; seu último salário de contribuição era de R$ 3.000,00; pela Portaria,
mesmo João estando desempregado, não poderia ser considerado de baixa renda e seus
familiares não teriam direito ao benefício.
O STJ concorda com essa previsão da Portaria? Esse critério do último salário de contribuição
para o segurado preso desempregado é válido?
NÃO. Na análise de concessão do auxílio-reclusão, o fato de o recluso que mantenha a condição
de segurado pelo RGPS estar desempregado ou sem renda no momento em que foi preso
demonstra que ele tinha “baixa renda”, independentemente do valor do último salário de
contribuição.
O critério econômico da renda deve ser aferido no momento da reclusão, pois é nele que os
dependentes sofrem o baque da perda do provedor. Se, nesse instante, o segurado estava
desempregado, presume-se que se encontrava em baixa renda, sendo, portanto, devido o
benefício a seus dependentes.
Para a concessão de auxílio-reclusão (art. 80 da Lei nº 8.213/91), o critério de aferição de
renda do segurado que não exerce atividade laboral remunerada no momento do
recolhimento à prisão é a ausência de renda, e não o último salário de contribuição.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.485.417-MS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/11/2017 (recurso
repetitivo) (Info 618).
DIREITO INTERNACIONAL
HIPOTECA NAVAL
É reconhecida a eficácia, no Brasil, de hipoteca de navio
registrada no país de nacionalidade da embarcação