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"ACESSIBILIDADE PLENA" A MUSEUS:

perspectivas de uma acessibilidade cultural, sensorial e emocional

DUARTE, Cristiane Rose (1);


COHEN, Regina (2);
BRASILEIRO, Alice (3);
LIRA, Elza (4)

(1) Professora Titular da FAU/UFRJ e Coordenadora do Núcleo Pro-acesso / PROARQ /


FAU / UFRJ, DSc. Territorial Planning (Sorbonne - Université de Paris-I), (e-mail:
crduarte@ufrj.br)
(2) Pesquisadora Associada no Departamento de Tecnologia da Construção,
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro
(DTC/FAU/UFRJ) e Coordenadora do Núcleo Pro-acesso (PROARQ/FAU/UFRJ),
DSc. Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/IP/UFRJ),
(e-mail: arquitetareginacohen@gmail.com)
(3) Professora da FAU/UFRJ e Pesquisadora do Núcleo Pró-acesso/PROARQ/FAU/UFRJ,
DSc. em Arquitetura (PROARQ/FAU/UFRJ), (e-mail: alicebrasileiro@ufrj.br)
(4) Doutoranda em Arquitetura (PROARQ/FAU/UFRJ), MSc. em Arquitetura (UFAL),
(e-mail: elza_lira@yahoo.com.br)

RESUMO

Tendo como base os percursos e as experiências sensoriais em museus, este artigo propõe uma
discussão acerca da "acessibilidade plena" nesses locais. Buscou-se compreender como museus
conseguem produzir sentimentos de afeto nas pessoas com deficiência física, sensorial ou intelectual,
considerando a acessibilidade na sua diversidade social, política, cultural, econômica e ambiental.
São apresentados exemplos de museus no Brasil, no exterior e sugeridas novas perspectivas para a
inclusão de pessoas com deficiência nas ambiências museais. Como conclusão, é ressaltado que o
acesso aos museus demanda uma abordagem interdisciplinar e a necessidade de uma nova postura
com relação às leis do patrimônio histórico, para fazer com que a cultura seja acessível a todos.

ABSTRACT

Considering the routes and sensorial experiences in museums, this article discusses the “entire
inclusion” in these places. We searched a way to understand how museums succeed on giving affect
feelings on persons with physical, sensorial and intellectual disabilities, working with the accessibility
in a social, political, cultural, economic and environmental diversity. This article shows some examples
of museums in Brazil and abroad, suggesting new perspectives for the inclusion of persons with
disabilities in the museums atmospheres. As a conclusion, the article emphasize that access to
museums needs an interdisciplinary approach and points to a new posture related to historical
patrimony laws, to assure that culture becomes accessible for all.

1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por base um projeto de pesquisa interdisciplinar sobre acessibilidade a museus e
centros culturais desenvolvido no âmbito do Núcleo Pró-acesso da UFRJ que enfoca a questão da
sensorialidade e do afeto em espaços dessa natureza.
O acesso à cultura e às artes é um direito de todos, devendo o gestor e planejador cultural conhecer
a diversidade de experiências física, sensorial e emocional de Pessoas com Deficiência nos locais de
exposição. Para Nascimento Júnior (2007), os museus são considerados espaços de representação
social, onde estão expressas muitas das relações humanas com os ambientes sociais e físicos que
os envolvem, expressando as sociabilidades, mas também alguns conflitos sociais com suas
diferenças.
Por essa razão, considerando a função social dos espaços museais, entendemos que o planejamento
de uma exposição, mostra ou apresentação de evento com valor cultural deve primar pela relação
dinâmica que se estabelece entre o acervo e o observador, que estará se enriquecendo a partir das
constantes mudanças nos significados e da essência do bem cultural a ser compartilhado. Nesse
sentido, a maneira como as informações são fornecidas aos visitantes dos museus assumem uma
importância fundamental. Estabelecendo-se a comunicação, favorecem-se as trocas e a transmissão
de conhecimento leva o museu a cumprir sua função de forma plena.
Mas a comunicação não é feita apenas por meio da visão ou da audição. Muito além dos sentidos, a
eficiência na transmissão do conhecimento passa, inevitavelmente, pela empatia. Assim, uma
ambiência museal adequada favorecerá e até fomentará sentimentos afetivos e motivações
necessárias à plenitude dessa imersão no conhecimento oferecido pelo museu. Dependendo de suas
características, as ambiências museais podem favorecer a sensorialidade, a corporalidade e a
emoção, possibilitando a transformação do espaço de exposição em Lugares providos de afeto,
acolhedores dos corpos e dos sentidos (DUARTE, 2012).
O estudo que está na base deste artigo apresentou resultados de levantamento efetuado em alguns
espaços museais acessíveis e inclusivos. Torna-se necessário, assim, delinearmos, antes, os conceitos
de Acessibilidade Plena, ambiência, sentidos e sensorialidade, exclusão espacial e afeto ao / pelo
1
Lugar, para podermos desenvolver as questões aqui colocadas.

2. PERSPECTIVA CONCEITUAL

O Conceito de "Acessibilidade Plena"


Mais do que simplesmente considerar a acessibilidade na sua vertente espacial ou comunicacional,
este artigo adota uma conceituação mais ampla vinculada a outros aspectos fundamentais, que estão
relacionados a elementos intelectuais e emocionais (COHEN & DUARTE, 2010c). Trata-se do que
chamamos de "Acessibilidade Plena", que tem como pressuposto que, apenas uma boa
acessibilidade física ao espaço não é suficiente: é imprescindível gerar empatia e promover
condições de experienciação do Lugar. Este conceito busca ressaltar que o planejamento da
acessibilidade ao espaço construído vai muito mais além do que um conjunto de medidas que
favoreceriam apenas às pessoas com deficiência, levando mesmo à exclusão espacial destes grupos
como resultado de soluções exclusivas e se volta, principalmente, para a necessidade de adoção de
aspectos emocionais e afetivos que resultam num espaço que acolhe todos os usuários em
potencial (COHEN e DUARTE, 2000).
Nesse sentido, a "Acessibilidade Plena" significa a possibilidade de compartilhar o espaço e de
efetuar trocas; a capacidade do Lugar de acolher seus visitantes, a aptidão do local em gerar empatia
e afeto em seus visitantes.
No caso dos museus, levando também em conta a acessibilidade à informação e ao acervo, assim
como a função de transmissão de conhecimento e informação inerentes ao espaço museal, a
necessidade de adoção da Acessibilidade Plena torna o espaço inteligível, faz com que ele seja
compreendido e usufruído por todos.

1
A pesquisa para pós doutorado desenvolvida por Cohen (2008) sob a supervisão da Prof. Dra. Cristiane Rose
de S. Duarte, e pelo Núcleo Pró-Acesso do Programa de Pós Graduação em Arquitetura (PROARQ) da UFRJ,
com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), em conjunto com o
IBRAM e com a Superintendência Estadual de Museus, além de analisar o que já foi feito nesta matéria e o que
se pode fazer no futuro, busca avançar da teoria e da pesquisa acadêmica para a prática de uma acessibilidade
plena nestas instituições.
Compreendendo o significado de ambiência

Ambiências reúnem a apreensão pelos sentidos de uma pessoa situada em um determinado


ambiente (a temperatura, os sons que nele se produzem, os cheiros, a dinâmica do ar, a dinâmica
dos corpos que nele transitam), mas também a carga emocional que dele emana. O pesquisador
Jean-François Augoyard (2004) comenta que o conceito de ambiência é fácil de sentir, mas é difícil
de explicar. Por possuir um fundo sensível, a ambiência, para ser explicada, perde um pouco da
objetividade tão necessária ao rigor científico.
Uma ambiência pode ser compreendida como um "pacote" constituído do lugar e de suas
características sensíveis e emocionais (DUARTE et al, 2007; DUARTE et al 2008). Para Amphoux
(2004) a ambiência permite a passagem da dimensão sensível para a dimensão cognitiva e permite
torná-la agradável por sua capacidade de ser reconhecida.

Sensorialidade – A utilização de todos os sentidos no acesso aos museus

A interssensorialidade é a base do processo cognitivo que resulta na consciência e conhecimento do


lugar onde o corpo está situado. Desde que lhe sejam fornecidas condições ideais, por meio dos seus
sentidos, o homem reconhece o ambiente onde se encontra e passa a atuar sobre ele. Isto nem
sempre é possível e na falta de um dos sentidos para o "organismo que sente", este pode, então,
"compensar" a ausência de um deles com o aumento da importância de outro.
Na análise de uma experiência museal torna-se evidente a interrelação do tato, da visão, da audição,
da cinestesia, do olfato e do paladar, o mesmo ocorrendo quando tentamos compreender a
experiência de pessoas com deficiência nesses espaços. Entender esta sensorialidade nos
deslocamentos e na percepção da realidade é fundamental para a compreensão das ambiências museais,
possibilitando a adoção de medidas que forneçam uma experiência prazerosa das pessoas com
deficiência na sua visita a um museu.
Fornecer a tão propalada equiparação de oportunidades no acesso à cultura, significa permitir o
acionamento conjunto de todos os sentidos e sensações. Merleau-Ponty trata desse corpo como
“totalidade”, nos fazendo entender melhor o percurso de uma pessoa cega que locomove-se
percebendo as ambiências por meio do toque de sua bengala, por meio dos sons ou dos cheiros:
Não é o olho que vê. Não é a alma. É o corpo como totalidade aberta. (...) A visão dos sons
ou a audição das cores ocorre com a unidade do olhar pelos dois olhos: [a visão e a audição
ocorrem] na medida em que meu corpo é não uma soma de órgãos justapostos, mas uma
síntese sinérgica na qual todas as funções são retomadas ou ligadas ao movimento geral do
ser no mundo. [..] Quando digo que vejo o som, quero dizer que à vibração do som faço eco
por todo meu ser sensorial (MERLEAU-PONTY apud NOVAES, 2003).
O tato, o cheiro e o som, para as pessoas com deficiência visual, representam sentidos essenciais na
sua apreensão de um museu e no entendimento de seu acervo. Essas pessoas precisam tocar em
esculturas, maquetes, obras táteis ou réplicas, sentir o cheiro das plantas ou ouvir as explicações
acerca das obras e do próprio ambiente por meio de aparelhos especiais com audiodescrição.
Da mesma forma, para as pessoas com deficiência auditiva, torna-se necessário uma sinalização
visual eficiente como um importante fator para a sua percepção da ambiência museal. A comunicação
também deverá ser feita com profissionais treinados na Língua de Sinais, o que pode influenciar
decisivamente na sua experiência.
Os elementos da comunicação sensorial servem para facilitar o deslocamento das pessoas
com deficiência visual e auditiva, não obstante seja de grande utilidade para todos. O objetivo
principal é complementar a deficiência mediante a estimulação do resto dos sentidos e serve
para orientar com o ouvido, o tato e o olho (MARTÍN, 2007).
No que diz respeito ao sentido cinestésico, no simples ato de se deslocar, este pode ser
profundamente influenciado por uma pavimentação irregular, pela mobilidade reduzida de um idoso
para subir uma escada ou por um movimento um pouco mais lento ao percorrer um espaço em
cadeira de rodas (COHEN e DUARTE, 2000).
Excluindo Espacialmente

Para Cohen e Duarte (2000), a “exclusão espacial” caracteriza o espaço como um ator que pode
favorecer um grupo social em detrimento de outro. Quando uma pessoa com deficiência é impedida
de ter acesso a um lugar, as ambiências cristalizam essa deficiência, materializam a exclusão,
tornando as práticas segregatórias palpáveis através do espaço construído; corporificando, a partir
dos espaços, toda uma visão de sociedade que não valoriza o ser humano com suas diferenças
físicas, sensoriais e intelectuais. Dessa forma, não garantir o direito de ir e vir ou a acessibilidade às
ambiências se constitui na materialização de uma sociedade em que a exclusão ao convívio com o
Outro acaba por gerar uma exclusão mais global (COHEN E DUARTE, 2007).
No caso desta pesquisa, investiga-se a exclusão espacial enquanto “atitude dos museus e
instituições culturais” que impossibilitaria a vivência dessas ambiências em igualdade de condições,
fazendo com que a própria pessoa com deficiência rejeite estes lugares.

Ter afeto por um Lugar

Por outro lado, o conceito de "afeto ao/pelo Lugar", estudado na psicologia ambiental, tem
aprofundado seus significados nas análises acerca das relações pessoa-ambiente com base em
sentimentos gerados pela experiência espacial.
Ter "afeto pelo Lugar" e "ser afetado por ele" são, na verdade, dois lados de uma mesma realidade: a
experiência nas ambiências desencadeia impulsos para uma ação que leva a um sentimento de
apropriação. Ser afetado por um Lugar significa experienciá-lo e viver memórias afetivas relacionadas
com momentos dessa experiência, possibilitando a ação de acordo com elas. Assim, afetar-se por um
Lugar passa a fazer parte de uma singular experiência sensorial e emocional. As pesquisas
2
desenvolvidas no grupo LASC/ UFRJ , têm comprovado que algumas ambiências motivam sentimentos
de afeto de forma muito mais imediata do que outras, devido às características sensoriais mais
propícias para desencadear memórias afetivas encobertas na subjetividade de cada pessoa.

3. A INCLUSÃO NOS MUSEUS


Museus, Centros Culturais e todo o seu acervo, quando acessíveis, conseguem expressar as
identidades das pessoas, oferecendo elementos familiares ao usuário, que se reconhece neles
usando seus próprios sentidos de maneira interdependente. Segundo Magalhães (2005), essa
configuração estabelecida, tanto nos museus quanto no patrimônio, evidencia identidades particulares
sempre únicas e diferentes, “em contextos novos de deslocação espacial e temporal” (p.11). Nas
sociedades contemporâneas a evolução do conceito de inclusão e de acessibilidade para todos trouxe à
luz novas formas de visitação em um museu, com exposições interativas que demandam do usuário
mais do que uma simples apreciação passiva.
Faz parte de um passado bastante distante a ideia do museu como um local com a função apenas de
exibir. A inclusão, a interação, o aprendizado, a percepção e o estímulo à reflexão passaram a constituir-
se em metas museais essenciais. O museólogo francês Georges Henri Rivière ilustra essa visão:
(...) o sucesso de um museu não se mede pelo número de visitantes que ele recebe, mas
pelo número de visitantes aos quais ele ensinou alguma coisa. (...) não se mede pelo número
de objetos que ele expõe, mas pelo número de objetos que puderam ser percebidos por seus
visitantes (...); pela quantidade de espaços que o público pode percorrer de forma razoável
para verdadeiramente aproveitá-lo. É isto o que é um museu. Caso contrário será apenas
uma espécie de abatedor cultural (RIVIÈRE apud SCHLUMBERGER, 1989, p.7)
Rivière considera como fatores importantes desse aprendizado proporcionado pelos museus a
percepção e o percurso dos espaços. À medida que penetramos nossos corpos em ambiências que
possibilitam a percepção por meio de todos os sentidos, nos tornamos capazes de apreender e
despertar o processo de reflexão acerca do que é transmitido. Assim, a cinestesia se une ao
processo cognitivo, favorecendo o conhecimento não apenas por meio da visão, ou da audição, mas
por todas as possíveis trocas emocionais com o ambiente.

2
Laboratório "Arquitetura, Subjetividade e Cultura" do Proarq/UFRJ.
Com o exposto, pode-se colocar a seguinte questão: será que essa experiência museal tão desejada
por Rivière tem sido democratizada? Ainda hoje conhecemos muitos museus que oferecem seus
acervos apenas para quem pode vê-los ou apenas para quem pode percorrê-los sem dificuldades.
Com base em resultados de alguns trabalhos recentes (COHEN e DUARTE, 2000; 2007) pode-se
afirmar que o espaço que não é capaz de acolher a todos é um espaço deficiente. Da mesma forma,
sustentamos que o museu que não é capaz de proporcionar aprendizado, informação e reflexão a todos
os cidadãos é um museu deficiente (COHEN, DUARTE e BRASILEIRO, 2009; 2010a; 2010b; 2011).
Com isso, estamos afirmando que algumas ambiências museológicas são deficientes, por não
permitirem a motricidade e a mobilidade de pessoas com dificuldade de locomoção ou não
proporcionarem uma experiência museal satisfatória a algumas pessoas com deficiência física,
sensorial ou intelectual ou para pessoas com mobilidade reduzida.
Dando continuidade a esse raciocínio, torna-se importante também considerar a maneira pela qual as
pessoas chegam aos museus e a relação destes com a cidade e seu entorno imediato. Entendemos,
conforme Myrian Sepúlveda dos Santos (2007), que uma cidade é construída por seus habitantes e
apresenta marcas deixadas ao longo do tempo. Como expressa um depoimento colhido por Chagas (2005):
(...) uma visita ao museu é um prazer para quem se interessa pela arte, pelo
conhecimento.(...) Portanto, o museu não pode ser esquecido como produtor de prazer, de
gozo, de estímulo emocional e intelectual (COSTA apud CHAGAS, 2005).

4. O QUE ENCONTRAMOS EM NOSSA PESQUISA?


Hoje já conseguimos catalogar iniciativas que buscam estimular os diferentes sentidos
simultaneamente, para a constituição de uma ambiência sensível.
Crescem no mundo todo, as iniciativas realizadas em museus com atividades voltadas para pessoas
com deficiência, convidando os visitantes a explorarem as formas e textura das obras, a percorrerem
os espaços, a cheirar as plantas e flores de seu jardim, a tocarem algumas esculturas, a vivenciarem
a estética, a arte e a cultura.
O museu Quai Branly, em Paris, por exemplo, apresenta um espaço central concebido como símbolo
do tempo das civilizações. O percurso museográfico, denominado "rio" remete às coleções do museu
em ordem geográfica, contendo dispositivos multisensoriais que favorecem a percepção através de
diversas sensações sonoras, olfativas, táteis e visuais. Os visitantes podem tocar nas paredes de
couro com esquemas em alto-relevo e inscrições em Braille, mergulhando numa atmosfera étnica
3
que, segundo a diretora de acessibilidade do museu , tem ultrapassado as expectativas em termos de
aceitação do público.

Figuras 1 e 2: Percurso tátil no Museu Quai Branly


Fonte: Foto de Regina Cohen. Acervo do Núcleo Pró-acesso – PROARQ/FAU/UFRJ.

3
Em entrevista para nossa pesquisa, a diretora geral de acessibilidade do museu do Quai Branly,
Delphine HARMEL-CHEMINEE, acompanhada de seu cão guia, mostrou às autoras deste artigo as
possibilidades interativas do referido museu.
O Powerhouse Museum, na Austrália, é totalmente acessível e, particularmente durante a exposição
“Vivendo em um Mundo Sensorial”, foram propostas experiências sobre sensorialidade, que
ressaltavam a importância do mundo das artes para a expressão cultural de pessoas com deficiência.

Figura 3: Powehouse Museum Figura 4: Powerhouse Museum, Australia


praticas sensoriais para pessoas cegas tecnologias e praticas sensoriais
Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras
deste artigo. deste artigo.
Nessa exposição, ficou evidente, para os pesquisadores que participaram dessa experiência, que as
pessoas cegas ou com baixa visão geralmente utilizam outros sentidos – olfato, tato, audição e
paladar – enriquecendo sua experiência tanto em um museu, como em qualquer outro local de
aprendizado. Algumas vezes esses sentidos necessitam de aperfeiçoamento de conscientização,
especialmente se a pessoa perde sua visão em uma idade avançada. O tato pode ser considerado
como um dos mais importantes instrumentos sensoriais, sendo também utilizado para a leitura em
Braille. Para pessoas com surdez e cegueira (surdocegas como Helen Keller) o toque, obtido por
meio do tato, é a ponte para o conhecimento do mundo.

Figura 5: Powehouse Museum, Australia cartaz Figura 6: exposição "Living in a Sensory World"
da Exposição "Living in a Sensory World". - a história da surdocega Hellen Keller.
Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras
deste artigo. deste artigo.
Tivemos acesso, neste mesmo museu, aos textos de Tilly Aston, pioneiro da comunidade cega
australiana, que escreveu muitos poemas sobre sua falta de visão, enquanto o trabalho de Barbara
Blackman é exuberante no seu desfrute da vida. As obras de Lloyd Rees, um dos artistas
australianos mais cultuados, demonstram como ele continuou a pintar quando lhe faltou a visão e nos
deixou um legado de trabalho luminoso.
O depoimento de Mahony, apresentado na amostra do Powerhouse Museum, mostra como a
qualidade emocional vivenciada em uma exposição predispõe o visitante ao aprendizado:
Às vezes é amável tocar coisas que parecem agradáveis, mas freqüentemente é como eu
navego no mundo. O cheiro é a mesma coisa e absoluto, áudio também é fundamental. Nós
devemos possuir algum sentido humano inato de desejar conhecer o máximo que podemos
acerca do mundo ao nosso redor tanto quanto se faltar uma de suas maneiras de fazer isto,
você utiliza tudo o que você pode (Catherine Mahony in Powerhouse Museum, 2009).
Já se pode perceber no Brasil, a existência de museus e exposições que também buscam seguir
estas perspectivas de uma "Acessibilidade Plena" em seus aspectos cultural, sensorial e emocional.
A experiência do Museu do Futebol, em São Paulo, é um destes exemplos, com um projeto que se
preocupou com uma infraestrutura equipada tecnicamente com diversos recursos necessários para
proporcionar a pessoas com deficiência a compreensão dos contextos expostos e a interação não
apenas com as mostras, mas também com os funcionários do museu treinados para atender às
4
diversas necessidades eventualmente apresentadas pelos visitantes . A exposição “Olhar com Outro
Olhar”, organizada por essa instituição, mostra que cegos, surdos ou cadeirantes possuem um
mundo próprio de percepções e sensibilidades. Amplia a percepção de pessoas que ouvem,
enxergam e caminham com suas próprias pernas, mostrando o valor de conhecer o universo
daqueles que, apesar ou, sobretudo, por suas deficiências, superam obstáculos e constroem um
mundo de conhecimento e novas possibilidades. O curador da exposição, Leonel Kaz explica:
Uma fotografia de um jogo de futebol é apresentada por meio de cinco recursos sensoriais –
braile, relevo, alto-contraste, maquete tátil e audiodescrição. O visitante utiliza mãos e
ouvidos para entender o conteúdo e o significado da imagem. No chão, um piso tátil conduz
os passos dos visitantes e um audioguia também sinaliza o trajeto. A exposição propõe
aproximar as diferenças. Vai mostrar que cegos, surdos ou pessoas com mobilidade reduzida
têm um mundo próprio de percepções e sensibilidades. Vale a pena alargar nossos próprios
5
sentidos e experiências de mundo.
A mostra de filmes "Assim Vivemos" realizada anualmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e em
Brasília, promovida pelo CCBB, é um outro caso que busca trazer novas perspectivas à questão da
6
deficiência . Conta com a exibição de diversos filmes produzidos em países de todo o mundo, nos
quais as pessoas com deficiência são protagonistas, tanto na tela quanto na direção ou na equipe de
filmagem. A entrada é franca e os auditórios ficam permanentemente lotados ao longo de todo o
período da mostra (2 semanas), apresentando filmes com recursos de audiodescrição, legendas com
closed caption, catálogos publicados em Braille, além de interpretação em LIBRAS e salas de cinema
acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, com uma organização de assentos correta e inclusiva
e locais acessíveis para cadeirantes e cães-guia.

Figura s 7 e 8: Espaços Acessíveis no CCBB-RJ


Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras deste artigo. Acervo do Núcleo Pró-acesso –
PROARQ/FAU/UFRJ

4
www.museudofutebol.org.br/wp-content/uploads/2011/12/PAMF-Institucional1.avi - Acesso em 01 de agosto de 2012.
5
In: www.museudofutebol.org.br/historia/, acessado em 20 de julho de 2011
6
A Mostra “Assim Vivemos” de filmes sobre deficiência já está se estendendo para outras cidades do país.
7
O depoimento de Marco Antônio reflete a emoção de participar desse evento:
Estive lá no lançamento do festival "Assim Vivemos", no CCBB, e foi uma das noites mais
lindas de minha vida. Voltei a assistir a um filme com autonomia, depois de 29 anos de cego e
21 de enxergar de forma comum. Eu tinha a sensação de estar no futuro. Inclusão para todos
os lados: intérprete de LIBRAS, audiodescrição, rampas, cinema totalmente acessível.
Outro exemplo é a experiência dos “Encontros Multissensoriais” organizada pelo Núcleo Experimental
de Educação e Arte do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) em parceria com o
NUCC – Núcleo de Pesquisa, Cognição e Coletivos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da UFRJ, coordenado por Virginia Kastrupp. Vivências de pessoas videntes e pessoas cegas são
compartilhadas na apreciação do entorno, da arquitetura e de algumas obras do museu, quando são
exploradas “diferentes formas de ver e não ver, envolvendo não apenas a visão, mas também o tato,
a audição, o olfato, etc.” (Núcleo Experimental de Educação e Arte, MAM - Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro, 2011).

Figura 9: MAM-RJ - Deficientes visuais tocando Figura 10: MAM-RJ - Pessoas cegas tocando em
na arquitetura do museu esculturas na área externa do museu.
Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras Fonte: Foto de Regina Cohen, uma das autoras
deste artigo. deste artigo.

Marco Antônio reitera com seu depoimento, acima, o que ilustramos com a fala de Catherine Mahony,
citado anteriormente: a carga emocional que emana de ambas as declarações. Enquanto Marco
Antônio enaltece a percepção como fator essencial para entender a realidade artística, Catherine
pronuncia palavras como "amável" e "agradável", relacionando sentimentos positivos com a vontade
de conhecer mais.
Tratamos aqui do afeto mencionado anteriormente: os Lugares afetam seus visitantes, e recebem
afeto de quem identificou nele algo que fez sua memória trabalhar, algo que o motivou, que gerou um
impulso no sentido de absorver as informações que a exposição oferecia.
O desencadear de sentimentos de afeto se inicia geralmente com a facilidade de acesso, de
percurso. Marco Antônio parece maravilhado com a "autonomia" (sic) que lhe é dada ao chegar até a
sala de projeção. Trata-se do primeiro contato do visitante com a arquitetura do museu, dando um
"recado" subliminar de boas-vindas que só poderia ser transmitido pela arquitetura. Logo depois, o
visitante percebe, através dos recursos, as informações que lhe são transmitidas, fazendo-o imergir,
com seus sentidos e seu corpo, no universo cultural concernido. Seria este, quem sabe, o caminho
para o sucesso do museu sonhado por Rivière?
Mas essa busca por mudar a perspectiva de apresentação das propostas museais se esbarra em
uma série de problemas e, em geral, a realidade é que nem sempre as mudanças são fáceis de
serem concretizadas.

7
Em depoimento coletado pelas autoras em 2007
5. AS DIFICULDADES APRESENTADAS PELO PATRIMÔNIO BRASILEIRO
Foram mostrados acima alguns exemplos em que a ambiência museal colabora sobremaneira para o
aparecimento do afeto pelo / ao lugar que, por sua vez, desencadeia motivações e impulsos que
transformam positivamente a experiência do visitante da exposição.
No Brasil, identifica-se uma grande dificuldade em tornar acessíveis os edifícios tombados por
organismos de preservação, como mostram Bins-Ely, Soares & Oliveira (2010). No caso do Rio de
Janeiro, após um extenso levantamento em 14 museus do Estado, (Cohen, 2008), viu-se que, apesar
do esforço e da boa vontade em fornecer novas perspectivas de acessibilidade para todos, o Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), tem realizado iniciativas apenas pontuais em
imóveis tombados. São ações que se limitam, em geral, a adaptações em banheiros, colocação de
elevadores e rampas, de acordo com a autorização e possibilidade de instalação desses
equipamentos. Estas ações voltadas para a acessibilidade ao patrimônio cultural começaram a ser
sistematizadas há cerca de dez anos. Nossa pesquisa demonstrou que, apesar desses esforços, no
Estado do Rio de Janeiro, ainda não temos ações efetivas que permitam a criação de uma verdadeira
relação afetiva entre o visitante com deficiência e o museu ou o patrimônio.
Em 2005, foi realizado pela 6ª Superintendência Regional do IPHAN um diagnóstico das barreiras
existentes nos imóveis tombados dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, mas as leis de
tombamento ainda impõem muitas restrições que impedem a concretização plena dos projetos.
Em geral, são colocados muitos problemas e dificuldades pelos diretores e arquitetos responsáveis
acerca da conciliação da preservação e proteção legal de nosso patrimônio com a garantia de acesso
para todos. Os motivos pelos quais as ações de inclusão de pessoas com deficiência nas ambiências
museais no Brasil são poucas ou postergadas fazem parte de um processo no qual a previsão da
acessibilidade sempre é colocada no final de uma lista enorme de outros desafios a serem
superados.
O que eu tenho a dizer é que é uma relação de fato muito delicada, porque determinadas
intervenções nas edificações acabam descaracterizando de uma maneira ou de outra o
monumento. É obvio que existem soluções, as mais diversas possíveis, mas o que acontece é
que há uma legislação que é conflituosa que é a relação de uma lei que obriga a ter cuidados
especiais com o prédio por conta do tombamento. (M. V. G. J. – arquiteto de Cabo Frio.)
No caso das condições de acesso às ambiências dos museus tombados pelo Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), cabe ressaltar também que alguns deles estão situados em
cidades históricas, como é o caso de Paraty, Petrópolis e Vassouras, que possuem protocolos de
preservação do patrimônio edificado bastante rígidos, nos quais toda ação em prol da flexibilização
do acesso é questionada como intervenção descaracterizadora. Deve-se ressaltar, contudo, que
esses não são apenas cenários de uma vida passada preservada na memória, mas, como ressalta
Magnani (2007), são lugares onde a vida ainda pulsa. Um passado glorioso acompanha o cotidiano
atual dessas cidades, e a preservação de um patrimônio demanda também a adoção de critérios e
diretrizes que possam ser aproveitados por todos no seu usufruto igualitário destes bens culturais,
como ressaltam Andrade & Bins-Ely (2011 e 2012).
Entretanto,a relação dos usuários com os órgãos que defendem a preservação de edifícios museais
como bens tombados é, para Magnani, conflitante, “seja no que diz respeito aos critérios de escolha,
seja com respeito à intervenção do Estado, através do mecanismo de tombamento” (MAGNANI,
2007).
Para Françoise Choay (2006), o conceito de "patrimônio histórico" – adotado por muitos países no
mundo –, nos faz confrontar nossas interrogações sobre a acessibilidade em bens tombados.

6. BUSCANDO NOVAS PERSPECTIVAS PARA ENTENDER A ACESSIBILIDADE PLENA


EM SEUS ASPECTOS CULTURAL, SENSORIAL E EMOCIONAL
Este artigo procurou mostrar diversas possibilidades de apreensão do espaço e fatores que
interferem nas diferentes afetividades que as pessoas desenvolvem com relação aos ambientes.
A visita a um museu envolve primeiramente uma experiência por meio de percursos que mobilizam o
corpo deficiente e suscitam, por sua vez, sentimentos e sensações que se estendem para além do
simples acesso físico: incluem ver, ouvir, andar, tocar, cheirar ou, simplesmente, flanar e devanear.
Dependendo de como se desenvolve o processo, ele é capaz de criar identidades e referências de
nosso “eu” subjetivo no mundo.
Procuramos refletir sobre as diferentes experiências em ambiências que, ao re-estruturarem o
fornecimento de acolhimento e de informações, desencadeiam os processos de identificação do
sujeito com o meio, proporcionando afetos e impulsionando o aprendizado.
Dessa forma, buscamos mostrar que o planejamento de museus seria deficiente caso não houvesse
uma real preocupação com as formas pelas quais as ambiências são percebidas e com os processos
identitários e afetivos vividos e experienciados por seus visitantes.
Entendemos que torna-se decisivo levar em consideração a sensorialidade inerente aos lugares
museais, que depende de características fundamentais para a acessibilidade na constituição de uma
ambiência sensível e na sua vivência emocional e corporal.
Sustentamos, assim, que o acesso aos ambientes museais não pode ser simplesmente
compreendido como o fornecimento de um conjunto de medidas que favoreceriam apenas às
pessoas com deficiência - o que poderia até aumentar a exclusão espacial e incentivar a segregação
destes grupos, mas sim planejar medidas técnico-sociais que visam facilitar o acesso de todos os
visitantes em potencial (COHEN e DUARTE, 2000).
Nesse sentido, acreditamos que devam ser repensadas as questões do engessamento do patrimônio
histórico: preservar intacta uma obra que só pode ser acessada por alguns; imortalizar um bem que
não transforma a experiência em emoção, seria um caminho correto para enriquecer culturalmente
nossas sociedades?
Acrescentamos a essa interrogação alguns argumentos de caráter prático, mas que já se tornaram
uma realidade em edificações dessa natureza: não se concebe, hoje em dia, o uso de um edifício
histórico sem que tenham sido adotadas medidas de conforto, como instalação de ar-condicionado;
medidas de cuidado com o próprio acervo/patrimônio, como desumidificadores, filtros UV e sistemas
de segurança contra furto, sem mencionar o sistema de prevenção contra incêndio e pânico. Essas
medidas interferem fisicamente no patrimônio, seja para o seu próprio bem ou para o bem das
pessoas que lá estão. Porém, ao não ser implantada uma "Acessibilidade Plena" e irrestrita àquela
obra, todas as outras intervenções acabam por se tornar inócuas, pois não contribuem, na prática,
para um aumento da divulgação da cultura, como acontece com as intervenções destinadas à
ampliação da acessibilidade ao patrimônio histórico.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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