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TECNOLOGIA E ACESSIBILIDADE NA HABITAÇÃO

DE INTERESSE SOCIAL:
Uma Revisão Dimensional para o Século XXI

FERREIRA, Mario dos Santos (1)


MORAES, João Feliz Duarte de (2)
(1) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Brasil, Arq., Dr. Eng.
msferreira@pucrs.br
(2) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Dr. Gerontologia.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Dr. Gerontologia.
jfmoraes@pucrs.br

RESUMO
O texto descreve uma investigação sobre as condições de ocupação e uso de Habitação de Interesse
2
Social (HIS), em quatro conjuntos habitacionais, com unidades de até 50m em Porto Alegre, RS. Os
resultados obtidos permitem inferir sobre o nível de tecnologia, a validade dos programas de
necessidades e pré-dimensionamento de funções, hoje adotados. Algumas características, como a
modificação no perfil socioeconômico e cultural do usuário desta tipologia, revelam um comprometimento
destas condições de ocupação e uso, no que diz respeito a critérios de ergonomia e acessibilidade das
atuais soluções para Habitação de Interesse Social.
ABSTRACT
This paper describes a study about the occupation and the use conditions in Social Housing, with 50m2
units in four housing systems in Porto Alegre, RS. The result allows to know about the technological level,
program needs and pre-scaling functions adopted today. A few characteristics, such as socioeconomic
and cultural changes of this kind of user, reveal that conditions of occupation and use do not follow the
ergonomic and accessibility requirements to the Social Housing nowadays concepts.
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa fundamentou-se na hipótese de que ocorreu uma modificação significativa no uso
das habitações de interesse social, em função das alterações do panorama socioeconômico
das populações usuárias. Para a análise, buscou-se:
 Inferir se as quantidades de áreas por funções para dimensionamento de habitação de
interesse social atendem as exigências mínimas atuais;
 Revisar estas quantidades de áreas, por funções, ao cenário tecnológico, no que se refere
poder aquisitivo da população usuária no que tange a bens de consumo;
 Estabelecer padrão dimensional a partir das reais necessidades da população usuária,
orientado segundo critérios de acessibilidade (crianças, gestantes, idosos e deficientes);
Portas (1969), já afirmava que para definição de políticas de habitação, como para o projeto das
habitações é imprescindível o conhecimento das necessidades fisiológicas, psicológicas e
sociais dos indivíduos e do grupo familiar. A principal dificuldade do problema reside na
necessidade de previsão, exercida a partir dos dados atualmente observáveis já que é a
evolução econômica e cultural, derivada da crescente mobilidade social, o fator determinante na
progressão dos standarts, ou níveis (mínimos) de habitabilidade admissíveis.
Os pressupostos que orientaram a definição dos objetivos e metas da pesquisa, permearam a
hipótese enunciada anteriormente (FERREIRA, 2010) de que o crescimento do poder aquisitivo
da população, de forma geral, tem permitido a aquisição de uma linha de bens de consumo,
orientado para os eletrodomésticos necessários ao conforto e lazer das populações. Assim, a
investigação buscou eventuais respostas para a questão de pesquisa, inicialmente formulada:
em Porto Alegre, RS, as habitações destinadas às camadas populacionais com baixo poder
aquisitivo não atendem os novos hábitos e costumes dos usuários potenciais, com reflexos
negativos sobre o desempenho técnico e funcional das edificações.
Acrescente-se ainda, no atual cenário socioeconômico, a necessidade de revisão dos conceitos
da habitação de interesse social, com a consideração da realidade cultural e tecnológica na
qual se insere também esta camada da população.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para atingir os objetivos estabelecidos no projeto foram estabelecidas as seguintes etapas e
metas: levantamento dos programas de necessidades e pré-dimensionamento de funções
adotados, em nível regional, junto á órgãos oficiais envolvidos com políticas de habitação de
interesse social, além de identificação e busca simultânea de casos específicos significativos
em nível nacional e sul-americano; fundamentação teórica e revisão bibliográfica referente ao
conceito de habitação de interesse social; identificação de conjuntos habitacionais significativos
por tipos (apartamentos e casas); seleção de amostra significativa, a partir da definição dos
conjuntos a serem estudados; definição de um instrumento de levantamento (estruturação de
questionários e tabelas de levantamento) para padronização da informação; levantamento de
campo (área e mobiliário existente nas edificações); organização da informação; tratamento
estatístico dos resultados obtidos; diagnóstico e determinação de áreas mínimas por função.
A pesquisa utilizou os preceitos usuais das ferramentas de avaliação pós-ocupação através de
um instrumento específico para o caso, com a consideração dos fatores humanos físicos e não-
físicos prescritos pelos fundamentos da ergonomia, no que diz respeito à condições de
acessibilidade, percepção e apropriação do espaço físico. Os métodos e técnicas selecionados,
aplicados a amostra representativa, permitiram diagnosticar aspectos positivos e negativos da
tipologia adotada pelo Departamento Municipal da Habitação de Porto Alegre.
3. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Avaliação Pós-Ocupação (APO) é um método que, em etapa subseqüente ao planejamento e
construção de edificação, permite registrar os sucessos e falhas no desempenho técnico-
construtivo, no caso específico nos aspectos de tecnologias de infra-estrutura, utilidades
domésticas e forma de ocupação dos espaços projetados e seus resultados retroalimentam,
com critérios mínimos, o conceito de projeto e o processo de produção do ambiente construtivo
desta tipologia habitacional.
As técnicas disponíveis de Avaliação Pós-Ocupação do ambiente construído geram
informações importantes quando aplicados à uma amostra representativa e permitem
diagnosticar pontos positivos e negativos de sistemas construtivos, estendendo-se do ponto de
vista técnico e tecnológico ao ponto de vista sócio-econômico e cultural. Os métodos e técnicas
escolhidos para coletar e avaliar as informações em uma APO não são aleatórios e, portanto, e
seus resultados reportam-se aos objetivos e as características do objeto de estudo (NATIONAL
ACADEMY PRESS, 2002).
Para a avaliação de habitações de interesse social, a coleta dos dados ocorreu através de
levantamentos de campo e levantamentos de arquivo. No levantamento de arquivos reuniu-se
informações relativas às características técnicas iniciais das edificações, suas plantas originais
e a população-alvo, com o intuito de subsidiar o levantamento de campo, o que nos permitiu
investigar o desempenho funcional da habitação, bem como a sua forma de ocupação e uso
dos espaços. Para tanto, a partir do programa de necessidades e dimensionamento de funções
proposto, levantou-se instalações elétricas e hidrossanitárias, instalações de comunicação e
lógica (TV, Telefone, internet) e demais itens de infra-estrutura, inicialmente disponíveis e os
tipos de adaptações ocorridos para receber os bens adquiridos pelo usuário .
Neste último item, os princípios acerca dos fatores humanos estabelecidos pelo campo da
ergonomia intervêm de forma intensa, seja no aspecto físico, seja no aspecto psico-fisiológico.
A percepção do espaço para apropriação física e visual são fatores de extrema importância na
avaliação do uso da HIS, por esta população. A disposição do mobiliário, a forma como ocorre à
ocupação do espaço, com interferência na circulação e permanência nos compartimentos, é
variável a ser considerada na análise dos dados levantados. O comportamento do grupo
familiar e dos indivíduos, decorrente do nível de percepção do espaço disponível, estudado na
prossêmica, com interferência significativa na vida de relação, é um fator ergonômico não-físico
importante, conceituada por Hall (1975) como “a quarta dimensão na arquitetura”.
Foram utilizadas três ferramentas para coleta de informações a observação visual, a entrevista
e o registro do layout de cada domicílio visitado. Na observação visual foi utilizado o registro
fotográfico, na entrevista realizada com o usuário da edificação foi aplicado um formulário
estruturado em planilha e também se elaborou layout expedito para registro da ocupação
efetiva dos espaços, alterações na planta baixa, promovidas pelos ocupantes, na tentativa de
adequação do espaço físico às suas necessidades. Este instrumento foi utilizado
simultaneamente às entrevistas para preenchimento dos dados. Os layouts foram executados
sobre plantas da edificação previamente preparada para este fim. Salienta-se que, tanto as
observações realizadas pelo grupo de pesquisa quanto às respostas dos usuários aos
questionários fornecem elementos para avaliar as edificações nos seus aspectos técnicos,
funcionais e comportamentais.
O instrumento utilizado (planilha) para descobrir regularidades entre grupos de pessoas,
através da comparação das respostas dadas a um mesmo conjunto de perguntas, feitas para
um número representativo de indivíduos (ZEISEL, 1981), foi desenvolvido considerando
formato, a escala de valores, a forma de aplicação mais adequada às características da
investigação e permitem traçar um perfil dos usuários/consumidores. O instrumento contempla
itens como o total de moradores, a faixa etária dos moradores, renda familiar, instalações e
equipamentos (pontos de luz, tomadas, esperas, instalações elétricas e comunicações,
eletrônicos, eletro portáteis, eletrodomésticos, mobiliário) por funções ocupadas/utilizadas na
edificação (estar, sala, dormitórios, sanitário, cozinha, serviço).
De outra parte, as observações com registro fotográfico permitiram verificar e registrar, as
modificações internas e/ou externas feitas pelos usuários, com vistas à adaptação do espaço
para uso pessoal. Permitiu, ainda, identificar a existência de espaços e instalações adicionais,
anexas à unidade habitacional construída, para atividades não previstas inicialmente e inferir
que estas instalações existentes estão subdimensionadas.
3.1 Amostragem dos conjuntos habitacionais
Buscou-se adequar métodos e técnicas ao estudo dos 04 conjuntos habitacionais casos
destinados a verificar a viabilidade dos sistemas construtivos adotados, bem como as soluções
de distribuição das funções adotadas.
Considerou-se que as habitações destes conjuntos habitacionais constituíram uma amostra
representativa, na medida em que são habitadas durante um mesmo período de tempo e os
ocupantes possuem perfil sócio-econômico semelhante. As habitações de cada conjunto foram
construídas simultaneamente e, portanto, com tecnologia, recursos humanos e materiais de
mesma época e mesma procedência. Cada um dos conjuntos habitacionais compõe uma
amostra de casas.
3.2 Amostragens dos Respondentes
Foi preenchida uma planilha por unidade visitada e vistoriada, tendo como critérios para
seleção de respondentes, residirem na habitação e possuir idade superior a dezoito anos.
Considerou-se como adequado a aplicação de um questionário por unidade visitada e
vistoriada, tendo como critérios para seleção de respondentes, residirem na habitação e possuir
idade superior a dezoito anos. A partir da necessidade de se inferir efetivamente acerca de
quantidade de áreas mínimas para habitação de interesse social, considerou-se pertinente
considerar variáveis como cenário tecnológico, sociocultural, bem como o real poder aquisitivo
da população usuária no que tange a bens de consumo.
3.3 Definições do Tamanho da Amostra
Os quatro conjuntos habitacionais foram estabelecidos pelo DEMHAB, de acordo com critérios
de localização, tipo de habitação, tempo de ocupação e faixa de renda dos usuários, quais
sejam: Loteamentos Voluntários da Pátria (Vila dos Papeleiros), Loteamento São Guilherme,
Loteamento Frederico Mentz e o Programa Integrado Entrada da Cidade, denominados do
ponto de vista estatístico como estratos. Estes empreendimentos, constituídos de casas térreas,
sobrados e apartamentos, perfazem um total de 753 unidades habitacionais, com áreas
individuais oscilando entre 20m2 e 50m2.
Determinou-se o tamanho da amostra por meio do software Bioestat 5.0 (BIOCISTRON, 2011).
Adotou-se um nível de significância de 5% (intervalo de 95% de confiança), uma margem de
erro de 7,5% supondo-se uma proporção de 0,5 (50%) para a presença ou ausência dos
atributos investigados estimando-se inicialmente uma amostra de 140 unidades. A figura 01
apresenta a distribuição dos estratos da população de interesse do estudo.

Figura 01-Definição da Amostra por Estratos/Conjuntos Habitacionais (Fonte: Autores).

Estabeleceu-se uma escolha randômica para definição das unidades em cada loteamento de
acordo com suas respectivas posições numéricas no loteamento. Ao Loteamento São
Guilherme (estrato 1) coube uma amostra de 24 unidades para fins de levantamento, ao
Loteamento Voluntários da Pátria/Vila dos Papeleiros (estrato 2) uma amostra de 51 unidades,
ao Loteamento Frederico Mentz / Pôr-do-sol (estrato 3) uma amostra de 41 unidades e ao
Programa Integrado Entrada da Cidade (estrato 4) uma amostra de 24 unidades habitacionais.
Na impossibilidade de acesso à unidade determinada, a escolha da unidade substituta se faz
através do critério “a mais próxima à sua direita e a mais próxima à sua esquerda”.

Figura 02- Plano Urbanístico dos 04 Conjuntos Habitacionais, com marcação das unidades visitadas, em
Porto Alegre, RS, Brasil (Fonte: Autores).
3.4 Análises dos Dados
Os dados foram analisados por meio da Estatística Descritiva sendo apresentadas frequências
absolutas e relativas, valores de mínimos e de máximos, média e desvio padrão. O software
utilizado foi o SPSS® versão 17.
4. RESULTADOS
Foram realizadas 104 observações sendo 25 do Conjunto Habitacional Vila dos Papeleiros, 24
do Conjunto Habitacional Frederico Mentz / Pôr-do-sol, 31 Conjunto Habitacional Progresso e
24 do Conjunto Habitacional São Guilherme. O total de moradores por domicilio variou de 01
até 09 tendo como média 3,70, com um desvio padrão de 1,87. O número de crianças
encontrado variou de 0 a 6 apresentando uma média de 1,23 com desvio padrão de 1,30.
Quanto a renda declarada observou-se que 97,1% recebiam até 5 (cinco) salários mínimos,
sendo que no máximo 3 (três) salários mínimos corresponderam a 88,5% dos entrevistados.
Nesta amostra foram encontrados 75% (78) de moradores que possuíam em seus domicílios
TV aberta, 20,2% (21) TV a cabo, 16,3% (17) com Internet via Modem (3G) e 37,5% (39) com
telefone fixo residencial. Verificou-se que 47,1% (49) possuíam pelo menos um computador na
residência com localização predominante na sala de estar. Destaca-se que numa das
residências foram declarados 03 computadores e em 10 delas forram encontrados 02
computadores.
O equipamento de ar condicionado ou split foi encontrado em 14 residências levantadas sendo
que numa delas havia 03 aparelhos instalados, no entanto, apenas 03 famílias possuem
aquecedor elétrico. Verificou-se a existência de lavadoras de roupa em 61,5% dos domicílios
visitados, instaladas junto ao tanque da área de serviço ou no interior das cozinhas, com pontos
improvisados para alimentação e escoamento da água.

Figura 03 - Lavadoras de roupa com instalações improvisadas para alimentação e escoamento


(Fonte: Autores).

Em 64,4% das unidades visitadas identificou-se, através da análise dos layouts levantados, que
a mesa para refeições ocupa lugar na sala de estar, em substituição a um sofá, originalmente
previsto na sugestão do projeto original. A aquisição intensiva de linhas completas de
eletrodomésticos, através de prestações longas, interfere na condição de uso do espaço
inicialmente proposto para as funções. Refrigeradores de duas portas provocam, por exemplo,
a transferência da mesa da cozinha para a sala de estar (figura 04).
Computadores de mesa na sala substituem espaços para os televisores. Os desenhos e layouts
levantados possibilitaram complementar os dados quantitativos com análises qualitativas da
ocupação e uso do espaço proposto aos usuários.
Verificou-se em 69,2% das unidades a existência de conjunto de sofás de 02 e 03 lugares na
sala de estar. Em um mesmo espaço (estar), com área em torno de 8m2, estão dispostos
simultaneamente sofás de 03 lugares, mesas de refeições, racks com equipamentos de
som/imagem, com resultados insatisfatórios do ponto de vista de acesso e circulação às de
mais dependências.
Cumpre destacar que, mesmo nos projetos formulados para execução, as soluções de
propostas para apropriação do espaço disponibilizado já situações críticas de acessibilidade,
acomodação de mobiliário, eletrodomésticos e utilidades em geral.

Figura 04– Soluções iniciais de utilização do ambiente construído com pontos críticos de acessibilidade
(Fonte: Autores).
Figura 05– Uso da sala de estar e pontos críticos quanto à acessibilidade (Fonte: Autores).

Ficou demonstrada a pertinência do uso da ferramenta layout, na medida em que se


identificaram alterações de planta, reformas, e ampliações com objetivo de acréscimo de área,
especialmente no espaço destinado ao serviço e para ventilação de um dos dormitórios nas
edificações térreas (figuras 05 e 06). Este espaço passa a integrar a cozinha, com a eliminação,
no entanto, da ventilação direta do compartimento de permanência prolongada.

Figura 05– Ampliações junto à cozinha para adequação e instalações de eletrodomésticos


(Fonte: Autores).
Figura 06 – Ampliações junto à cozinha para adequação e instalações de eletrodomésticos
(Fonte: Autores).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do total levantado (104 unidades), pôde-se inferir que a hipótese inicialmente formulada tende a
se confirmar. Características de natureza tecnológica e econômica já começam a ser
percebidas. Do ponto de vista sócio-econômico o levantamento demonstrou que o real poder
aquisitivo dos ocupantes difere do valor de renda declarado para fins de assinatura de contrato
com o órgão municipal responsável pela política municipal de habitação social.
Outro fator relevante na modificação do perfil socioeconômico do usuário, inicialmente
cadastrado para fins de candidatura à casa própria, começa a ser percebida, na medida em que
ocorre a transferência informal do imóvel, através da venda direta das chaves a terceiros, estes
com renda superior ao antigo ocupante.
O perfil socioeconômico e o poder aquisitivo da atual população de usuários confrontam com
momento tecnológico da infraestrutura instalada. Os circuitos elétricos apresentam-se
insuficientes para uso dos eletrodomésticos, com possíveis repercussões no desempenho e
segurança das instalações. As instalações hidrossanitárias subdimensionadas impedem, por
exemplo, conexões adequadas o uso de lavadoras de roupa e de louças. Acrescente-se ao fato
a falta de espaço específico para estes equipamentos.
O uso individual e intensivo do modem 3G é uma realidade neste contingente, na medida em
que as tubulações e conexões de rede de computadores por cabo, não estão previstas na
construção original. O custo mensal deste equipamento supera, hoje, o valor da prestação
simbólica estabelecida pelo DEMHAB. Por outro lado, não existem estrutura nem dispositivos
de rede sem fio para uso comunitário. Ainda, do ponto de vista do uso de novas tecnologias
para lazer e divertimento, verifica-se a existência de televisores de última geração, em alta
definição, conectados informalmente às redes de TV a cabo.
A insuficiência de infraestrutura para uso das novas tecnologias, hoje acessíveis a esta camada
da população, constitui um problema real para os usuários da HIS.
Percebe-se, através da investigação, que os conceitos até hoje adotados para projetos de
habitação de interesse social, cristalizam a condição socioeconômica inicial desta camada de
população, desconsiderando sua possibilidade de evolução e progresso material.
A pesquisa, em seu final, buscou estabelecer uma análise de cada função do programa de
necessidades original, do ponto de vista do pré-dimensionamento dos espaços, seus níveis de
ocupação, acessibilidade e conforto. Os resultados finais têm como meta rever o padrão
dimensional atual e propor uma atualização de programas e áreas para projetos de habitação
de interesse social que atendam as atuais necessidades e desejos de consumo da população
usuária.
REFERÊNCIAS
BIOCISTRON. Biostat 5.0 disponível: http://biocistron.blogspot.com/2008/07/programa-bioestat-
50_7617.html Acesso em 16 junho, 2011
FERREIRA, Mario dos Santos. Funções e Exigências da Habitação de Interesse Social no Século XXI:
Determinação de Áreas Mínimas de Projeto/Caso Porto Alegre, RS. In: I ENANPARQ-Encontro Nacional
de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2010, Rio de Janeiro. Anais do I Enanparq.
Rio de Janeiro: Prourb, 2010.
HALL, Mildred R.; HALL, Edward T. The Fourth Dimension in Architecture: The impact of building on
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Lisboa, Laboratório nacional de Engenharia Civil – LNEC, 1969.
ZEISEL, J. Inquiry by Design: Tools for Enviromental-Behavior Research. Cambridge, University Press,
1984. 250p., il.

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