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A "SEBRAELIZAÇÃO DO INDIGENISMO" NA AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO

ESTRATÉGIA PARA A MERCANTILIZAÇÃO E A FINANCEIRIZAÇÃO


Lindomar Dias Padilha1

O presente texto tem por intenção 2000/2010 e momento presente. Sempre

expor alguns apontamentos a serem houve intenção dos governantes, em diversas

aprofundados sobre uma leitura, talvez épocas históricas, de inserir os povos indígenas

peculiar, que fazemos do processo que nos seus modelos de desenvolvimento, ao

estamos denominando como "sebraelização2* mesmo tempo em que se recusavam a admitir

a existência de modelos próprios destes povos.


do indigenismo". Em tempos bicudos como os

atuais, refletir sobre certos temas é, antes de


" F a z - s e r e le v a n t e d e s t a c a r q u e os
tudo, um corajoso exercício de releitura quase K a x in a w a , iu n t a m e n t e co m a P N G

Comissão Pró-índio do Acre e outros povos


exegética.
in d íg e n a s d o e s t a d o , c ria r a m um a
Entretanto, como dito anteriormente, o cronologia de suas histórias e utilizam os

seguintes termos: "tempo da maloca" para


propósito é, talvez, atiçar e provocar as mentes
designar o período da história em que

honestas e abertas. Não propomos verdades, viviam juntos, antes do contato com os

brancos; "te m p o das c o rre ría s" para


mas um olhar mais crítico daquilo que pode se
designar o momento em que há invasões

apresentar de forma esverdeada, com a das terras indígenas no Acre, em que

tentavam fugir; "tempo do cativeiro" para


intenção de esconder as cinzas sobre as quais
a é p o ca em q u e fo ra m h u m ilh a d o s ,

os modelos desenvolvimentistas se apoiam. escravizados e serviram como mão de obra

para os seringais; e, finalmente, o "tempo


Se de um lado não propomos verdades, dos direitos", para designar o momento em

que foi iniciada a luta pelas demarcações


por outro, não as admitimos quando são
de terra, a criação da Constituinte de 1988
colocadas de forma absoluta e inquestionável. e o surgimento do m ovim ento político

indígena, bem como suas organizações"


Nossa análise, mesmo considerando todo o
(IGLESIAS & AQUINO, 2005). (grifo nosso)
processo histórico, situa-se nas décadas de

1 Lindomar Dias Padilha é licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), pós-graduado em Desenvolvimento e Relações
Sociais no Campo, Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais pela Universidade de Brasília (UnB), e mestrando em Direito pela
Universidade Católica de Petrópolis.
2Adoto este termo desde 2012, por ocasião da Rio+20, quando foi publicado o Dossiê Acre. A expressão surge após uma leitura comparativa dos
objetivos contidos no estatuto do Sebrae, e a forma e objetivos contidos na Lei 2.308, a chamada Lei Sisa do Acre. Ao comparar, notei que o
estatuto geral do Sebrae em seu capítulo 5S repete para todos os estados a mesma objetividade, acrescendo apenas as siglas referentes às
unidades da federação (TO-Tocantins; A C -A c re ), e que o mesmo ocorria com a lei acreana que era apenas adaptadas aos estados, repetindo
porém, os objetivos.

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A "SEBRAELIZAÇAO DO INDIGENISAAO" NA
AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO ESTRATÉGIA
PARA A MERCANTILIZAÇÃO E A FINANCEIRIZAÇÃO

O texto de Terri Aquino e Marcelo pior, coloca os povos indígenas como meros

Iglesias indica que se criou uma cronologia receptores desses direitos.

histórica para realizar o que chamo aqui de Os direitos passam a ser uma dádiva,

primeira adequação dos povos e comunidades um presente, uma concessão por parte dos

indígenas à lógica do capital e ao mandatários. Este modelo foi aplicado várias

desenvolvimentismo subjacente a este. vezes em nossa história; por exemplo, a versão

Vejamos como essa estrutura teórica justifica a oficial nos informa que a princesa Izabel

transformação dos povos indígenas em "libertou" os escravos, como protagonista de

supostos comerciantes de serviços ambientais um gigantesco ato humanitário, como se os

e empreendedores. escravizados nada tivessem feito por sua


Os povos indígenas, via de regra, não própria libertação.

possuem um pensamento histórico linear. Esta No caso dos indígenas no Acre a ideia é

é uma forma de pensar do Ocidente europeu, a mesma: depois que os direitos lhes foram
colonialista e expansionista. Segundo Padilha dados por pura generosidade das autoridades
(PADILHA, 2016), "falar em tempos históricos do Governo da Floresta, a eles, os povos
uos povos indígenas nesta lógica é impor-lhes indígenas, restam apenas a eterna gratidão e
a lógica temporal colonizadora". É violar a subserviência. Destacamos que justamente a
lógica indígena e negar-lhe cientificidade; é partir do ano de 2002/2003, em pleno Governo
impor pela história, ainda, um modelo da Floresta, todos os processos de demarcação
desenvolvimentista e evolucionista linear, de Terras Indígenas no Estado do Acre foram
como se a verdadeira história indígena não paralisados. E raras foram as vozes que se
significasse nada e como se só fosse possível levantaram contra esse ataque aos direitos dos
significá-la a partir de uma "criação povos.
cronológica de sua história", sempre dos A falta de empenho para a demarcação
atores de fora, do colonizador. de novas terras, ou das terras que não foram
Admitindo estes tempos históricos, demarcadas, quer justificar a tese de que o
admitiremos, necessariamente, que no Acre se problema dos povos indígenas no Acre não é a
chegou a um tempo identificado como o falta de terra, mas sim, a falta de gestão. Os
"tempo dos direitos". Este ponto é indígenas, portanto, precisam aprender a
especialmente crítico porque enfraquece a serem gestores de suas terras e dos recursos
necessidade de seguir lutando por direitos e, o que também "recebem" do governo.

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A "SEBRAELIZAÇÃO DO INDIGENISMO" NA
AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO ESTRATÉGIA
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Entretanto, a representação tradicional gestão fica limitada aos seus escritórios, sem
dos povos indígenas supostamente não dá uma prática interna, local, nas comunidades. A
conta desta nova demanda, já que os caciques alternativa apresentada, então, é uma:
quase sempre são vistos como incapazes, transformar as comunidades ou setores dessas

incompetentes, não letrados, entre outras comunidades abrindo-as ao mercado.

formas preconceituosas de entender a A questão, portanto, não é os povos

organização sociopolítica dos povos. Por esta indígenas terem acesso a recursos, mas os

razão, se justifica a criação de setores governos, ONGs e empresas terem acesso aos

especializados em fomento e gestão. recursos naturais comuns existentes nos

A partir de então, extingue-se o territórios; para tanto, foi necessária a criação

movimento das lideranças indígenas, formado de uma legislação que regulamenta a

basicamente por caciques e experientes èxpropriação:

líderes (a União das Nações Indígenas do Acre,

Noroeste de Rondônia e Sul do Amazonas -


Art. I s Fica criado o Sistema Estadual de
UNI3 é falida em 2004), e o poder de
Incentivos a Serviços Ambientais - Sisa,

representação e consulta fica restrita aos com o o b i e t iv o de fo m e n ta r a


manutenção e a ampliação da oferta
diretores de organizações, por vezes, sem dos seg uintes serviço s e p ro d u to s
eco ssistê m ico s: I - o se q u e stro , a
nenhum vínculo com as comunidades. c o n s e rv a ç ã o , a m a n u te n çã o e o
aumento do estoque e a diminuição do
De outro lado, essa nova forma de se fluxo de carbono; II - a conservação da
beleza cênica natural; III - a conservação
organizar se ajusta melhor às necessidades do
da s o c io b io d iv e r s id a d e ; IV - a
conservação das águas e dos serviços
governo e das ONGs responsáveis por este
hídricos; V - a regulação do clima; VI - a
"diálogo", já que não precisam mais se dirigir valorização cultural e do conhecimento
trad icio nal ecossistêm ico; e VII - a
até as aldeias, pois as coordenações destas conservação e o melhoramento do solo
(ACRE, Lei 2.308 de 22 de outubro de
entidades (indigenistas e indígenas) são 2010).

sediadas na capital (Rio Branco), ou em outros

centros próximos ao poder.


Essas ONGs, pelo fato de não terem
capilaridade, não chegam até as aldeias e a

O fim da UNI deixa um enorme vazio na política indigenista como um todo, e principalmente, na política de atenção à saúde, terra e
educação. Há uma grande perplexidade sobre os caminhos a serem percorridos em relação ao movimento indígena. Passa a ser urgente a
criação de novos espaços para reflexão. Mas, esses espaços são negados e obscurecidos por força da ação político-partidária que ainda atua
de maneira decisiva e controla os recursos destinados à saúde e aos demais setores da vida indígena.

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AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO ESTRATÉGIA
PARA A MERCANTILIZAÇÃO E A FINANCEIRIZAÇÃO

O documento explicita como objetivo "fomentar o desenvolvimento sustentável e o


principal "fomentar a oferta de serviços e acesso à 'crédito' e capitalização".
produtos". Os artesanatos e utensílios são um A "sebraelização" das relações, a
grande exemplo de como tem se dado a mercantilização da cultura, assim como a
"sebraelização": uma senhora que produz financeirização da natureza por meio da
artesanatos, por exemplo, é alçada à condição 'economia verde' (ou outro nome que soar
de empreendedora; os artesanatos, muitos melhor), têm um vício de origem: não
guardando profunda e íntima relação com o procuram equacionar e resolver os gravíssimos
sagrado, passam a ser apenas objetos de problemas dos povos indígenas, mas apenas,
comércio, mercadoria. O resultado é uma resolver os problemas da falta de políticas
espécie de dessacralização da natureza, da públicas por parte do governo, e em vários
cultura místico/religiosa. castas, resolver o problema de caixa de
governos e ONGs.
Esses projetos tendem ao fracasso
Art. 5°. O Sebrae tem por objetivo fomentar
especialmente porque não escutam os povos
o d e s e n v o lv im e n t o s u s t e n t á v e l, a

co m p e titiv id a d e e o a p e rfe iço a m e n to indígenas, nem durante a elaboração, e muito


técnico das microempresas e das empresas menos na execução. São sempre vindos de
de pequeno porte industriais, comerciais,
fora, nunca nascem da vontade destes povos,
agrícolas e de serviços, notadamente nos
ca m p o s da e c o n o m ia , a d m in istra çã o , e sequer esta vontade é considerada.
finanças e legislação; da facilitação do
É justamente em decorrência desta
acesso ao cré d ito : da ca p ita liza çã o e

fortalecimento do mercado secundário de leitura política e considerando os aspectos


títulos de capitalização daquelas empresas; perigosos e o desrespeito aos direitos dos
da ciência, tecnologia e meio ambiente; da
povos indígenas, notadamente os direitos
capacitação gerencial e da assistência
social, em consonância com as políticas Constitucionais, é que o Conselho Indigenista
nacionais de desenvolvimento
Missionário - Cimi soltou uma nota pública em
(https://rn.sebrae.com .br/ V isitado em
17/11/18). (grifo nosso)
13/03/2012 com o título: "A sanha do
capitalismo verde: REDD e as artimanhas
contra os povos indígenas" em cujo primeiro

Veja que curioso. Enquanto o Governo parágrafo lemos:

do Acre, a serviço de empresas e governos


A g o ra , não cheg am as ca ra v e la s
"esverdeados", fala em "fomentar a oferta de com portugueses, espanhóis,
ingleses, franceses e outros
serviços e produtos", o Sebrae fala em
do norte desenvolvid o. Chegam

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A "SEBRAELIZAÇÃO DO INDIGENISMO" NA
AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO ESTRATÉGIA
PARA A MERCANTILIZAÇÃO E A FINANCEIRIZAÇÃO

empresas transnacionais do norte, trazendo posse das terras a que se refere este
a tiracolo os governos de seus países, com artigo, ou a exploração das riquezas
propostas "ecologicamente corretas" e naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas
carregando em seu bojo a subordinação ainda existentes, ressalvado relevante
maior dos povos do sul. A terra, lastro do interesse público da União, segundo o
capital natural, está sendo comercializada em que dispuser lei com plem entar, não
bolsas de valores. Tal sanha tam bém se gerando a nulidade e a extinção do direito
estende aos outros elementos da natureza, a indenização ou a ações contra a União,
como o ar, a biodiversidade, a cultura, o sa lv o , na fo rm a da le i, q u a n to às
carbono - patrimônios da humanidade, (grifo benfeitorias derivadas da ocupação de
nosso) boa-fé.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e
organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus
A Constituição Federal brasileira, em d ire ito s e in te re s s e s , in t e rv in d o o
Ministério Público em todos os atos do
seu artigo 231, é clara quanto ao processo (BRASIL, CF Art. 231 e 232).
(grifo nosso)
reconhecimento dos direitos dos povos

indígenas, não dependendo de nenhuma


A intenção de explorar as riquezas
interpretação, reconstituição supostamente
existentes nos territórios indígenas e nos
histórica, ou mesmo leis estaduais que venham
territórios de povos e comunidades
a lhes "garantir" esses direitos.
tradicionais é o que sempre está por detrás

destas políticas. Este tem sido o nosso ponto


Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
central de críticas e enfrentamentos nestes
organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários
quase 20 anos últimos, coincidentes com
sobre as terras que tradicionalm ente
ocupam, competindo à União demarcá-las,
governos da chamada Frente Popular do Acre -
proteger e fazer respeitar todos os seus
bens.(...)
FPA. Os governos da FPA preferiram fazer
§ 22 - As terras tradicionalmente ocupadas
pelos índios destinam-se a sua posse ouvido de mercador (sem ironias) a escutar a
permanente, cabendo-lhes o usufruto
exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos voz crítica dos povos e comunidades.
lagos nelas existentes. (...)
§ 62 - São nulos e extintos, não produzindo A pesquisadora e estudiosa de temas
efeitos jurídicos, os atos que tenham por
objeto a ocupação, o domínio e a
ligados à economia verde e REDD, Jutta4 (KILL,

4
Jutta Kill é bióloga, ativista e pesquisadora. Sua pesquisa é orientada à ação e apoio aos movimentos sociais e comunidades tradicionais, na
análise de novas tendências na conservação da natureza e proteção ambiental e seu impacto sobre as comunidades. Desde 2000, vem
documentando os impactos locais de inúmeros projetos de carbono florestal e biodiversidade, em particular os que comercializam compensação
de carbono. Combinando pesquisa de campo e análise crítica com fundamento teórico, seu trabalho vem apoiando fortemente a formulação de
argumentos contrários aos esquemas de mercantilização e financeirização da natureza, assim como denunciando as violações aos direitos das
comunidades indígenas e tradicionais na África e América Latina.

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A "SEBRAELIZAÇÃO DO INDIGENISMO" NA
AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO ESTRATÉGIA
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2016), em documento enviado ao Ministério 2018. Ou seja, saímos de uma desconstrução do


Público Federal do Acre - MPF, no contexto do modo tradicional de vida dos povos indígenas
para uma "sebraelização" aprofundada até o
inquérito civil 1.10.001.000166/2016 - 90,
limite da mercantilização total, chegando à
ao falar de financiamento de atividades em financeirização.
Terras Indígenas do Acre diz:
CONCLUSÃO

A complexidade do tema e o interesse de


É somente através dessa estrutura incomum
que não nos apropriemos do conhecimento dos
de pagamento, que inclui pagamentos por
manter o "estoque de carbono" em lugares riscos relativos ao modelo econômico vinculado
onde não há risco de o carbono fluir para a à e c o n o m i a v e r d e e sua c o n s e q u e n t e
atmosfera que o financiamento do REM no
"sebraelização", mercantilização e
A cre fo i d is p o n ib iliz a d o para fin an cia r
financeirização da natureza, tem nos levado a
atividades em Terras Indígenas (Tis). Esses
pagamentos são feitos a atividades em áreas estudos cada vez mais aprofundados, e ainda os
onde não há risco imediato de desmatamento faremos por longo tempo, já que uma das
e para as quais o governo do Acre não pode
estratégias é a troca conceituai frequente e a
mostrar uma redução verificada do fluxo de
utilização de linguagem não comum do dia a dia
carbono para a atmosfera porque não havia
risco de tal fluxo a co n te ce r: os povos das comunidades.
indígenas vinham mantendo a floresta dentro No nosso entendimento, em relação aos
do seu território demarcado. Os pagamentos povos indígenas, os processos foram construídos
são feitos para recompensar a conservação do
da seguinte forma, resumidamente:
estoque de carbono, e não para reduzir o fluxo
de carbono para a atm osfera, conform e
a) Introdução de uma cronologia histórica
sugerido pela primeira letra na sigla REDD - apropriada para a alteração profunda na lógica
Redução (KILL, 2016). a d o t a d a t r a d i c i o n a l m e n t e pel os povos
indígenas, incutindo em algumas lideranças,
notadamente lideranças não tradicionais e
formadas em espaços alheios às aldeias, a ideia
de "desenvolvimento".
Notemos que ela fala em "estrutura
b) Adoção de conceitos como "gestão"
incomum de pagamento para manter estoques territorial e empreendedorismo como forma de
de carbono". No caso dos territórios indígenas, transferir as responsabilidades pelo sucesso, ou
fracasso, aos pr ópr i os povos indígenas,
o governo do Acre "não pode mostrar uma
desresponsabilizando o poder público, ONGs,
redução verificada do fluxo de carbono para a
empresas e governos não nacionais.
atmosfera". Cito este documento ao final para c) Conversão dos direitos em presentes

indicar o ponto onde paramos neste ano de dados por um governante bonzinho que olha

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A "SEBRAEUZAÇAO DO INDIGENISMO" NA
AMAZÔNIA OCIDENTAL COMO ESTRATÉGIA
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para os povos da floresta e vela por seus sonhos, f) Hipoteca das Terras Indígenas e áreas de
d) Contratação de ONGs que prestam conservação com discurso inversamente oposto
consultoria ao governo na formulação de leis e na para confundir.
aplicação de mecanismos ligados aos interesses g) E, por fim, controle absoluto pelo capital
mercadológicos. sobre os bens naturais comuns a todos nós, por
é) Desqualificação e desautorização das meio da mercantilização e financeirização da
lideranças tradicionais em benefício de novas natureza.
lideranças que melhor "dialogam" com essas
n o v a s f o r m a s do v e l h o c a p i t a l i s m o ,
"empreendedorismo" e desenvolvimentismo.

Referências bibliográficas

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília (DF): Senado, 1998.


KILL, Jutta. A relação entre o REDD+ e o programa "REDD para pioneiros" - REDD Early Movers, ou REM do banco público alemão

KFW. 2017.

NUN ES, R o sen ilda Padilha. (Org.) Indígenas em espaços urbanos no acre. Acre: Ed. M e n s a g e iro (Cim i), 2011.

NUNES, R o sen ilda P adilh a. Entre o Português e o Jaminawa: o b ilin g u ism o e o e n sin o da língua o ficia l. D isse rta çã o d e M e s tra d o em

Ciên cias da Linguagem . R ondônia: Fu n da çã o U n iv e rsid a d e Federal de R o ndô nia , 2013.

PADILHA, L in d o m a r D. e ta l. Dossiê Acre: O A cre que os m ercadores da natureza e sco n d e m . DF: C im i, 2012.

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SUMÁRIO

& Balanço dos 3 0 anos sem Chico M endes (Dercy Teles de Carvalho) 7

4<>Trinta anos pós-assassinafo de Chico M endes e os desafios do sindicalism o 10


rural no Acre (Elder Andrade de Paula)

Chico M endes vive na luta anticapítalista e antifascista! (que é um a luta só) 16


(Michael F. Schm idlehner)
Ascensão e queda - o "desenvolvim ento sustentável" e a força política da 29
Frente Popular do Acre (Israel Souza)

A "sebraelização do in d igenism o" na Am azônia Ocidental como estratégia 42


para a mercantilização e a financeirização (Lindom ar Dias Padilha)
Usos e abusos da im agem de Chico M endes na legitim ação da "econom ia 49
verde" (Maria de Jesus M orais)
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO
Órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Regional Amazônia Ocidental

TRINTA ANOS
POS-AS3ASS1NATO DE

CHICO MENDES
E DESTRUIÇÃO OCULTA DE
FLORESTAS E VIDAS NO ACRE

ORGANIZAÇÃO EDITORIAL: Rosenilda Nunes Padilha, Michel E Schmidlehner,


Bárbara Silva Figueiredo e Israel Souza
ARTE DE CAPA: Antônio Fellipi Morais Ferreira
RE VISÃO: Bárbara Silva Figueiredo
PROJETO GRÁFICO: Jerson Oliveira da Silva

Apoio:

w
sicfd-terresolidaire

Rio Branco, dezembro de 2018.

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