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1- DIREITO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL:

No Brasil,, apenas na década de 1960 é que sugiram leis tratando do assunto, como os Códigos Florestal (Lei
4.771/65) de caça (Lei 5.197/67) de pesca Dec-Lei 221/67) de Mineração (Dec-Lei 227/67), mesmo assim
eram diplomas voltados para a questão administrativa e penal, sem que trouxessem instrumentos materiais e
processuais tendentes a garantir a reparação efetiva de danos ao meio ambiente.
Assim, o Direito Ambiental, como nova disciplina jurídica, surgiu como reação e resposta do legislador ao
desafio incontornável de proteger legalmente o meio ambiente em favor das presentes e futuras gerações.
Embora não se tenha uma definição científica sobre Direito Ambiental, este pode ser analisado sob dois
aspectos importantes:
I. Direito Ambiental Objetivo: Consiste no conjunto de normas jurídicas disciplinadoras da proteção da
qualidade do meio ambiente.
II. Direito Ambiental como Ciência: Busca o conhecimento sistematizado das normas e princípios ordenadores
da qualidade do meio ambiente.
O Direito Ambiental no Brasil é um direito de 3ª geração (direitos difusos e coletivos) e tem como
fundamento a transindividualidade, caracterizada pelo fato de transcender o indivíduo, ultrapassando o limite da
esfera de direitos e obrigações de cunho individual.
2- EVOLUÇÃO NORMATIVA DO DIREITO AMBIENTAL
No Brasil, durante muito tempo predominou a falta de proteção total ao meio ambiente, de modo que
nenhuma norma possuía o condão de coibir a devastação das florestas, e o esgotamento das terras, pela ameaça
do desequilíbrio ecológico.
As primeiras normas ambientais foram introduzidas no Código Civil de 1916, que no artigo 554, que atribuía
ao proprietário ou inquilino de um prédio o direito de impedir o mau uso da propriedade vizinha que pudesse
prejudicar a paz, a segurança, o sossego e a saúde dos que o habitavam.

O Art. 584 do CC de 1916 proibia construções capazes de poluir ou inutilizar, para uso ordinário a água de
poço ou fonte alheia, a elas preexistentes. O Decreto 16.300 de 31.12.1923 regulamentou a Saúde Pública e
criou uma Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional com finalidade de: I. Licenciar todos os
estabelecimentos industriais novos, inclusive as oficinas, exceto os de produtos alimentícios; II. Impedir que as
fábricas e oficinas prejudicassem a saúde dos moradores de sua vizinhança, possibilitando o isolamento e o
afastamento das que fossem nocivas.
2.1 NORMAS ESPECÍFICAS CRIADAS A PARTIR DE 1934:
Código das Águas – Decreto-Lei nº 24.643, 1934;
Código de Pesca – Decreto-Lei nº 794, de 19.10.1938;
Código Florestal –Dec.23.793, de 23.01.1934.
Código de Minas – Dec-Lei 1.985, de 29.01.1940;
Defesa Sanitária Vegetal - Dec. 24.114, de 12.04.1934
Na década de 1960, com a influência dos movimentos ecológicos, surgiram novas normas dirigidas
diretamente à prevenção e controle da degradação ambiental:
• Lei 4.504, de 30.11.1964 – Estatuto da Terra;
• Lei 4.771, de 15.09.65 – Código Florestal
• Lei 5.197, de 03.01.1967 – Proteção à Fauna;
• Dec-Lei 221, de 28.02.1967 – Código de Pesca
• Dec-lei 227, de 28.02.1967 – Código de Mineração
• Dec-lei 248, de 28.02.1967- Política Nacional de Saneamento Básico.
• Dec-lei 303, de 28.02.1967 - Criação do Conselho Nacional de Controle da Poluição Ambiental;
• Dec-lei 303, de 28.02.1967 Criação do Conselho Nacional de Controle da Poluição Ambiental;
• Lei 5.357, de 17 .11.1967 – estabelece penalidades para embarcações e terminais marítimos ou fluviais que
lançarem detritos ou óleo em águas brasileiras.
A década de 70, teve o marco inicial com a Conferência de Estocolmo, seguida por quatro novos diplomas
legais importantes para a tutela jurídica do meio ambiente:
Dec-lei 1.413, de 14.08.1975- Controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais;
• Lei 6.453, de 17.10.1977 – Responsabilidade Civil por danos nucleares e responsabilidade criminal por atos
relacionados com atividades nucleares;
• Lei 6.513, de 20.12.1977 Criação de áreas especiais e locais de interesse turístico;
• Lei 6.766, de 19.12.1979- Parcelamento do solo urbano.
Embora existissem legislações pontuais que protegiam o Meio Ambiente, foi somente a partir da década de
1980 é que a legislação ambiental passou a desenvolver-se com maior consistência e com maior celeridade,
preocupando-se em proteger o MA de forma específica e global.
2.2 MARCOS IMPORTANTES PARA A TUTELA DO MEIO AMBIENTE:
2.2.1 Primeiro marco
A edição da Lei 6.368, de 31 de agosto de 1981, conhecida com a Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente, que trouxe para o mundo do Direito o conceito de Meio ambiente como objeto específico de
proteção em seus múltiplos aspectos:
I. O de instituir um Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), apto a propiciar o planejamento de uma
ação integrada de diversos órgãos governamentais, através de uma política nacional para o setor;
II. Estabelecer, no art. 14, parágrafo primeiro, a obrigação do poluidor de reparar os danos causados, de acordo
com o principio da responsabilidade objetiva (sem culpa), em ação movida pelo Ministério Público.
2.2.2 Segundo marco
A edição da Lei 7.347, de 24.07.1985, que disciplinou a Ação Civil Pública como instrumento processual
específico para a defesa do ambiente e outros interesses difusos e coletivos e possibilitou que a agressão
ambiental finalmente viesse a tornar um caso de justiça.
Embora o Ministério Público seja o titular da Ação Civil Pública, as entidades estatais, paraestatais e as
associações civis ganharam força para provocar a atividade jurisdicional. A importância dessa lei demonstra a
real dimensão da legitimidade do direito de agir por ela instituído, lembrando que países desenvolvidos da
União Européia , ainda buscam, sem resultados evidentes, um sistema de acesso à justiça coletiva.
2.2.3 Terceiro marco
O terceiro marco pontifica em 1988, com a promulgação da atual Constituição Federal, onde indicando um
progresso notável, na medida que deu ao Meio Ambiente uma disciplina rica, dedicando à matéria um capítulo
próprio, sendo considerado um dos textos mais avançado em todo o mundo.
O Art. 225 da Constituição Federal de 1988, também chamada de “Constituição Verde”, determina: “todos
têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público, e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”; O mesmo foi estendido para as Constituições Estaduais, que também incorporam
temas ambientais e posteriormente pelas Leis Orgânicas dos Municípios, além de outros diplomas infra-
constitucionais, que são de grande importância para a preservação ambiental.
2.2.4 Quarto marco
É representado pela edição da Lei 9.605, de 12.02.1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas,
aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. A Lei dos Crimes ambientais ou Lei da Vida,
representa significativo avanço na tutela do ambiente, por inaugurar uma sistematização das sanções
administrativas e por tipificar os crimes ecológicos e atribuir responsabilidade penal às pessoas jurídicas,
superando o princípio “societas delinquere non potest.
No que tange à Gestão Ambiental, o tema implementação das leis e políticas oficiais exige tratamento urgente
e inadiável, mesmo da parte do Poder Público e da sociedade, levando-se em conta que ambos são igualmente
responsabilizados pela Constituição Federal. Apesar da legislação ambiental brasileira ser festejada, como
sendo a mais completa do mundo, no terreno da realidade as normas ambientais não tem sido capaz de alcançar
os objetivos que justificam sua existência, ou seja, compatibilizar crescimento econômico com proteção
ambiental.
A preocupação maior deve ser com o cumprimento da lei e não tão somente com a repressão e reparação dos
comportamentos desconformes. Não se deve esperar que o dano aconteça, mas, ao revés, a ele se antecipar.
Antônio Herman V. Benjamin, (1993, p.366), ressalta que a precária implementação das leis ambientais no
Brasil se deve não a uma causa única, mas a um conjunto de fatores conforme segue:
a. A falta de consciência e educação dos cidadãos, que leva a considerar como normas as inconsequentes e
ilegais violações do ambiente;
b. A precária institucionalização e a pouca credibilidade dos órgãos ambientais, muitos deles inseguros no
caminho a seguir, alguns até à deriva e largados à própria sorte, sem o mínimo compatível de recursos,
principalmente humanos e técnicos pra cumprirem suas funções;
c. A pouca credibilidade do Poder Judiciário, pois é visto como inacessível, lento, caro e com parca
especialização para o trato da questão;
d. A desconsideração do Meio Ambiente como prioridade política efetiva e a aberrante repartição de recursos
orçamentários;
e. Inadequação do sistema de fiscalização e de controle das agressões ambientais, nas quais, além do
desaparelhamento das instituições, estão sempre presentes riscos e até, infelizmente ocorrências de corrupção e
suborno;
f. Concentração exagerada da implementação ambiental nas mãos do Estado, tido, muitas vezes como o maior
ou um dos maiores poluidores ou degradadores do meio ambiente;
g. O obsoletismo do sistema jurídico como um todo e a atecnicidade da legislação ambiental.
Verifica-se que sem meios adequados e ações concretas de implementação, o castelo de leis, ainda que bem
estruturados, desmorona. · Somente uma ação consciente da comunidade, guiada pelas luzes dos interesses
sociais e do Direito do Ambiente, poderá constituir um salutar impulso ao Poder Público. O que deve ser
examinado não só se há boas leis, mas se elas são executadas.
AS 17 LEIS AMBIENTAIS MAIS IMPORTANTES
São leis que ao lado da Constituição Federal - regulamentam diferentes setores da vida moderna Brasileira
(MCHADO, 2007).
1.Ação Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985) Trata-se da Lei de Interesses Difusos, que trata da ação civil
pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, e ao patrimônio artístico,
turístico ou paisagístico. A ação pode ser requerida pelo Ministério Público, a pedido de qualquer pessoa, ou
por uma entidade constituída há pelo menos um ano. Normalmente ela é precedida por um inquérito civil.
2.Agrotóxicos (Lei 7.802 de 11/07/1989) A Lei dos Agrotóxicos regulamenta desde a pesquisa e fabricação
dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
Impõe a obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. Também exige
registro dos produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde e no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Qualquer entidade pode pedir o cancelamento deste registro,
encaminhando provas de que um produto causa graves prejuízos à saúde humana, meio ambiente e animais. A
indústria tem direito de se defender. O descumprimento da lei pode render multas e reclusão inclusive para os
empresários.
3. Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902, de 27/04/1981) Lei que criou as figuras das "Estações Ecológicas"
(áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90% delas devem permanecer intocadas e 10%
podem sofrer alterações para fins científicos); Criou também as "Áreas de Proteção Ambiental" (APAS - onde
podem permanecer as propriedades privadas, mas o poder público pode limitar e as atividades econômicas para
fins de proteção ambiental). Ambas podem ser criadas pela União, Estado, ou Município. Informação
importante: tramita na Câmara dos Deputados, em regime de urgência para apreciação em plenário, o Projeto de
Lei 2892/92, que modificaria a atual lei, ao criar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
4. Atividades Nucleares (Lei 6.453 de 17/10/1977) Dispõe sobre responsabilidade civil por danos nucleares e
a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Entre outros, determina que
quando houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação nuclear tem a
responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de culpa. Se for provada a culpa da vítima, a
instituição apenas será exonerada de indenizar os danos ambientais. Em caso de acidente nuclear não
relacionado a qualquer operador, os danos serão suportados pela União. A lei classifica como crime produzir,
processar, fornecer, usar, importar, ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar
ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de
segurança relativas à instalação nuclear.
5. Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998) A Lei dos Crimes Ambientais reordena a legislação
ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa jurídica, autora ou coautora
da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada
para facilitar ou ocultar um crime ambiental.
Por outro lado, a punição pode ser extinta quando se comprovar a recuperação do dano ambiental e - no caso de
penas de prisão de até 4 anos - é possível aplicar penas alternativas. A lei criminaliza os atos de pichar
edificações urbanas, fabricar ou soltar balões (pelo risco de provocar incêndios), maltratar as plantas de
ornamentação (prisão de até um ano), dificultar o acesso às praias, ou realizar um desmatamento sem
autorização prévia. As multas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões
6. Engenharia Genética (Lei 8.974 de 05/01/1995) Regulamentada pelo Decreto 1752, de 20/12/1995, a lei
estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de
organismos geneticamente modificados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio
ambiente.
Define engenharia genética como a atividade de manipulação em material genético que contém informações
determinantes de caracteres hereditários de seres vivos. A autorização e fiscalização do funcionamento de
atividades na área, e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no país, é de responsabilidade
de vários ministérios:
• Meio Ambiente (MMA);
• Da Saúde (MS);
• Da Reforma Agrária.
Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de
Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões relacionadas à
saúde e segurança nesta atividade. A lei criminaliza a intervenção em material genético humano in vivo (exceto
para tratamento de defeitos genéticos), e também a manipulação genética de células germinais humanas, sendo
que as penas podem chegar a vinte anos de reclusão.
7. Exploração Mineral (Lei 7.805 de 18/07/1989) Esta lei regulamenta a atividade garimpeira. A permissão da
lavra é concedida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a brasileiro ou cooperativa de
garimpeiros autorizada a funcionar como empresa, devendo ser renovada a cada cinco anos. É obrigatória a
licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente.
Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o
titular da autorização de exploração dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira
executada sem permissão ou licenciamento é crime.
8. Fauna Silvestre (Lei 5.197 de 03/01/1967) Classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais
silvestres, a caça profissional, o comércio de espécimes da fauna silvestre e produtos que derivaram de sua
caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Também criminaliza a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis (como o jacaré) em bruto.
9. Florestas (Lei 4771 de 15/09/1965) Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de
preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória): uma faixa de 10 a 500 metros nas
margens dos rios (dependendo da largura do curso d'água), a beira de lagos e de reservatórios de água, os topos
de morro, encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 metros de altitude. Também exige
que propriedades rurais do País preservem no mínimo 20% da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser
averbada no registro de imóveis, a partir do que fica proibido o desmatamento, mesmo que a área seja vendida
ou repartida.
As sanções que existiam na lei foram criminalizadas a partir da Lei dos Crimes Ambientais, de 1998.
10. Gerenciamento Costeiro (Lei 7661, de 16/05/1988) Regulamentada pela Resolução nº 01 da Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar em 21/12/1990, esta lei traz as diretrizes para criar o Plano Nacional
de Gerenciamento Costeiro.
Define Zona Costeira como: o espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos
naturais e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
(GERCO) deve prever o zoneamento de toda esta extensa área, trazendo normas para o uso de solo, da água e
do subsolo, de modo a priorizar a proteção e conservação dos recursos naturais, o patrimônio histórico,
paleontológico, arqueológico, cultural e paisagístico.
Permite aos Estados e Municípios costeiros instituírem seus próprios planos de gerenciamento costeiro, desde
que prevalecem as normas mais restritivas. As praias são bens públicos de uso do povo, assegurando-se o livre
acesso a elas e ao mar. O gerenciamento costeiro deve obedecer as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente.
11. IBAMA (Lei 7.735, de 22/02/1989) Lei que criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente (que era subordinada ao
Ministério do Interior) e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha.
Ao IBAMA compete executar e fazer executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar,
fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais (hoje o IBAMA subordinasse ao Ministério
do Meio Ambiente).
12. Parcelamento do solo Urbano (Lei 6.766 de 19/12/1979) Estabelece as regras para loteamentos urbanos,
proibidos em áreas de preservação ecológica, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde, em terrenos
alagadiços.
Da área total, 35% devem se destinar ao uso comunitário (equipamentos de educação, saúde lazer, etc.). O
projeto deve ser apresentado e aprovado previamente pelo Poder Municipal, sendo que as vias e áreas públicas
passarão para o domínio da Prefeitura, após a instalação do empreendimento.
A partir da Resolução 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 23 de janeiro de 1986,
quando o empreendimento prevê construção de mais de mil casas, tornou-se obrigatório fazer um Estudo Prévio
de Impacto Ambiental.
13. Patrimônio Cultural (Decreto Lei 25, de 30/11/1937) Este decreto organiza a Proteção do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico,
os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou a partir de uma
intervenção humana.
A partir do tombamento de um destes bens, fica proibida sua destruição, demolição ou mutilação sem prévia
autorização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), que também deve ser
previamente notificado, em caso de dificuldade financeira para a conservação do bem. Qualquer atentado contra
um bem tombado equivale a um atentado ao patrimônio nacional.
14. Política Agrícola (Lei 8.171 de 17/01/1991) Esta lei, que dispõe sobre Política Agrícola, coloca a proteção
do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. Define que o Poder Público (federação,
estados, municípios) deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar
zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas (inclusive instalação de
hidrelétricas), desenvolver programas de educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies
nativas, entre outros. Mas a fiscalização e uso racional destes recursos também cabe aos proprietários de direito
e aos beneficiários da reforma agrária.
15. Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 17/01/1981)
A mais importante lei ambiental.
• Define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente de culpa;
• O Ministério Público (Promotor Público) pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio
ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados.
• Também esta lei criou os Estudos e respectivos Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA),
regulamentados em 1986 pela Resolução 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
• O EIA/RIMA deve ser feito antes da implantação de atividade econômica que afete significativamente o meio
ambiente, como estrada, indústria, ou aterros sanitários, devendo detalhar os impactos positivos e negativos que
possam ocorrer por causa das obras ou após a instalação do empreendimento, mostrando ainda como evitar
impactos negativos;
 Se não for aprovado, o empreendimento não pode ser implantado.
16. Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997) A lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e
cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos define a água como recurso natural limitado dotado de valor
econômico, que pode ter usos múltiplos (por exemplo: consumo humano, produção de energia, transporte
aquaviário, lançamento de esgotos).
A partir dela, a gestão dos recursos hídricos passa a ser descentralizada, contando com a participação do
Poder Público, usuários e comunidades. São instrumentos da nova Política das Águas: de Recursos Hídricos:
1. os Planos elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País, visam gerenciar e compatibilizar os
diferentes usos da água, considerando inclusive a perspectiva de crescimento demográfico e metas para
racionalizar o uso;
2. a outorga de direitos de uso das águas: válida por até 35 anos, deve compatibilizar os usos múltiplos
3. a cobrança pelo seu uso (antes, só se cobrava pelo tratamento e distribuição)
A lei da política Nacional de Recursos Hídricos prevê ainda a formação de:
1- Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (integrado conselho nacional e estaduais de
Recursos Hídricos, bem como os Comitês de Bacias Hidrográficas);
2- Conselho Nacional de Recursos Hídricos, composto por indicados pelos respectivos conselhos estaduais de
recursos hídricos, representantes das organizações civis do setor e de usuários;
3- Comitês de Bacias Hidrográficas, compreendendo uma bacia ou sub-bacia hidrográfica, cada comitê deve ter
representantes de governo, sociedade civil e usuários com atuação regional comprovada.
4-Agências de bacia: com a mesma área de atuação de um ou mais comitês de bacia, têm entre as atribuições
previstas, a cobrança de uso da água e administração dos recursos recebidos,
5- Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos: para a coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
17. Zoneamento Industrial nas áreas Críticas de poluição (Lei 6.803, de 02/07/1980)
De acordo com esta lei, cabe aos estados e municípios estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação
e licenciamento da indústrias, exigindo Estudo de Impacto Ambiental.
Os Municípios podem criar três classes de zonas destinadas a instalação de indústrias:
1) zona de uso estritamente industrial: destinada somente às indústrias cujos efluentes, ruídos ou radiação
possam causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente, sendo proibido instalar atividades não essenciais ao
funcionamento da área;
2) zona de uso predominantemente industrial: para indústrias cujos processos possam ser submetidos ao
controle da poluição, não causando incômodos maiores às atividades urbanas e repouso noturno, desde que se
cumpram exigências, como a obrigatoriedade de conter área de proteção ambiental que minimize os efeitos
negativos.
3) zona de uso diversificado: aberta a indústrias que não prejudiquem as atividades urbanas e rurais.
Princípios Fundamentais do Direito Ambiental
O Direito Ambiental pode ser considerado um “novo” ramo do direito, haja vista que o seu desenvolvimento
remonta principalmente à década de 60. Na tradição brasileira, temos que a principal fonte do direito é a
própria lei. No Direito Ambiental isso não é diferente, de modo que, por meio de normas, esse ramo regula a
relação entre os agentes econômicos e o meio ambiente, visando sua preservação e sustentabilidade.
Acontece que, em alguns casos, a norma não é suficiente, pois a sociedade está em constante evolução e o
direito não consegue prever todas as possibilidades da conduta humana. É por esse motivo que os princípios
específicos do Direito Ambiental se fazem necessários.
Como sabemos, os princípios buscam nortear a aplicação da própria lei. São, portanto, o que dá base ao
legislador na criação da norma, que não deve violar tais nortes. Além disso, são importantes para a própria
aplicação da lei pelo poder judiciário.
Princípios Os princípios a seguir relacionados são aqueles que possuem mais relevância no direito ambiental,
mas não esgotam o rol de princípios inerentes ao mencionado ramo de direito.
a) PRINCÍPIO DO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL é o responsável pela existência dos
demais princípios de Direito Ambiental. Sua origem decorre do Principio da Declaração de Estolcomo de 1972
foi reafirmado pela Declaração d Rio, proferida na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
Ademais, prevê o Artigo 225 da Constituição, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como
um direito humano fundamental.
b) PRINCÍPIO DA UBIQÜIDADE: “ONIPRESENTE”. O princípio da ubiqüidade esta no âmbito do
Direito Ambiental, tem-se que, pelo princípio da ubiqüidade, o bem ambiental é onipresente, de forma que uma
agressão ao meio ambiente em determinada localidade é capaz de trazer reflexos negativos a todo o planeta
Terra e, conseqüentemente, a todos os povos e a todos os indivíduos, não só para os membros da espécie
humana, mas para todas as espécies habitantes do planeta. No âmbito do nascente Biodireito, o princípio da
ubiqüidade quer dizer que o direito ao patrimônio genético da humanidade enquanto espécie é também
onipresente, de forma que deve-se preservar, a qualquer custo, a manutenção das características essenciais da
espécie humana.
c) PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL: O princípio da responsabilidade faz com que os
responsáveis pela degradação ao meio ambiente sejam obrigados a arcar com a responsabilidade e com os
custos da reparação ou da compensação pelo dano causado. Esse princípio está previsto no § 3º do art. 225 da
Constituição Federal, que dispõe que “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados”.
As condutas e atividades que tenham causado determinado dano ambiental, sujeitarão quem as praticou ou foi
omisso, no caso de poder evitar o dano, em sanções penais e administrativas. No direito ambiental tais atitudes
lesivas são punidas de forma nova, ou seja, são aplicadas concomitantemente, juntas, e ainda sem o prejuízo do
dever de indenização civil frente aos danos causados. Assim, determinada ação poderá ensejar punição
criminal, administrativa e a obrigação de indenização civil.
d) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE: É um princípio adotado
amplamente pelo direito que assume seu caráter ambiental. Em uma síntese didática e bastante lógica, assim
tem-se o princípio: O direito à propriedade está condicionado ao cumprimento de sua função social. Em matéria
ambiental, a função social do meio ambiente é dar meios fundamentais para a sadia qualidade de vida das
pessoas, e o interesse público estão voltados para tal.
Assim, se uma propriedade não propicia ou não coaduna com um meio ambiente ecologicamente equilibrado,
capaz de proporcionar a sadia qualidade de vida às pessoas, tal propriedade não está em acordo com o interesse
social e não exerce sua função social. Assim, a propriedade privada somente será respaldada pelo direito à
propriedade se estiver no exercício de sua função social em proveito do interesse coletivo.
e) DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O princípio do desenvolvimento sustentável é atualmente
assunto obrigatório nas discussões acerca de políticas de desenvolvimento, tratando-se de teoria que preconiza a
revitalização do crescimento da economia global de modo a reduzir a degradação ambiental e a pobreza, posto
que os modelos existentes de desenvolvimento não são sustentáveis a longo prazo, sendo seu pressuposto a
mudança no crescimento econômico, para torná-lo menos intensivo e mais eqüitativo em seus impactos . Este
princípio não objetiva impedir o desenvolvimento econômico, mas encontrar um meio termo, um equilíbrio
entre a economia e o meio-ambiente, por representar a atividade econômica muitas vezes uma imensurável
degradação ambiental.
f) POLUIDOR PAGADOR : O Princípio do Poluidor-Pagador informa que os potenciais custos decorrentes
da prevenção, precaução e de eventuais danos ao meio ambiente devem ficar totalmente a cargo de quem possuí
a atividade que gera tal eventual poluição. Assim, aquele que possuí atividade poluidora ou que necessite de
métodos de prevenção ou precaução, é quem deverá arcar com os custos a fim de se evitar ou reparar possíveis
danos ao meio ambiente.
O princípio tem seu fundamento voltado ao direito econômico e à proteção econômica da sociedade, uma vez
que busca interiorizar os custos a quem os originam, ou seja, torna os gastos obrigação interna do possível
poluidor. Assim, evita-se que o preço da atividade e as formas de se evitar ou reparar danos ambientais, recaia
sobre a sociedade. O escopo principal do Princípio do Poluidor-Pagador é fazer com que os custos das medidas
de protecionistas ao meio ambiente repercutam nos custos finais de produtos e serviços que tiveram sua
produção na origem da atividade poluidora.
g) PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR: Diferentemente do Princípio do Poluidor-Pagador, que tem um
caráter reparatório e punitivo, o Principio do Usuário-Pagador parte do pressuposto de que deve haver
contrapartida remuneratória pela outorga do direito de uso de um recurso natural.
Fruto de uma concepção mais moderna, haja vista que surgiu em 1987, objeto de criação da Organização de
Cooperação e de Desenvolvimento Econômico , tal princípio estabelece que os recursos naturais devem estar
sujeitos à aplicação de instrumentos econômicos para que o seu uso e aproveitamento se processem em
benefício da coletividade, definindo valor econômico ao bem natural. A apropriação desses recursos por parte
de um ou diversos entes privados ou públicos deve favorecer a coletividade, nem que seja por uma
compensação financeira.
Para a doutrinadora Maria Luiza Machado Granziera (2006, P. 59), o Princípio do Usuário-Pagador “refere-se
ao uso autorizado de um recurso, observadas as normas vigentes, inclusive os padrões legalmente fixados.
Trata-se de pagar pelo uso privativo de um recurso ambiental de natureza pública, em face de sua escassez, e
não como uma penalidade decorrente do ilícito”.O Princípio do Usuário-Poluidor não pode ser interpretado de
forma a ensejar o entendimento de que todos os usuários, independente de uso ou não dos recursos hídricos,
devam ser cobrados.
A cobrança tem por característica um “preço público” cobrado pelo uso de um “bem público”. No entanto,
diferentemente de um tributo, a fixação do montante da cobrança é realizada com a participação dos próprios
usuários-pagadores que podem reivindicar a revisão do valor a qualquer tempo. Assim, caso o usuário-pagador,
e até terceiro, verificar que os recursos não estão sendo efetivamente aplicados na sua Bacia Hidrográfica,
conforme o plano de recursos hídricos aprovado pelo Comitê, poderão propor e aprovar um valor nulo para a
cobrança.
h) PRINCÍPIO PROTETOR-RECEBEDOR: Assegura que o agente publico ou privado que protege um bem
natural em benefício da comunidade deve receber uma compensação financeira como incentivo pelo serviço de
proteção ambiental prestado. Incentiva economicamente quem protege uma área, deixando de utilizar seus
recursos, estimulando assim a preservação.
Se tem valor econômico, é justo que se receba pelo serviço. Atualmente, no mundo, muitas sociedades prestam
serviços ambientais gratuitos, ao preservarem áreas indígenas, parques, unidades de conservação, áreas de
mananciais, sem entretanto receberem a justa remuneração por eles.
i) PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: Trata-se de um importantíssimo princípio ambiental crivado no Art. 225
da nossa Constituição. Apesar de expressamente constante em tal Carta, tal princípio já havia sido informado na
Declaração Universal do Meio Ambiente em 1972.Trata-se do princípio que mais se encontra presente na
legislação em matéria ambiental. E inequivocamente.
Por prevenção ambiental temos que é o ato, ação, disposição, conduta, que busca evitar que determinado e
conhecido mal, dano, lesão ou intempérie, de origem humana, venha a agir sobre o meio ambiente, tornando-o,
fragmentadamente ou em um todo regional ou total, de menor qualidade, reduzindo seu equilíbrio ecológico e
consequentemente a boa qualidade de possibilitando a perpetuação da espécie humana na Terra.
j) PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: O Princípio da Precaução - da Declaração do Rio/92 sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável foi proposto na Conferência no Rio de Janeiro, em junho de 1992,
que o definiu como "a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento,
não podem ser ainda identificados". De forma específica assim diz o "Para que o ambiente seja protegido, serão
aplicadas pelos Estados, de acordo com as suas capacidades, medidas preventivas. Onde existam ameaças de
riscos sérios ou irreversíveis, não será utilizada a falta de certeza científica total como razão para o adiamento
de medidas eficazes, em termos de custo, para evitar a degradação ambiental".
Esse Principio tem quatro componentes básicos que podem ser, assim resumidos:
(I) a incerteza passa a ser considerada na avaliação de risco;
(II) o ônus da prova cabe ao proponente da atividade;
(III) na avaliação de risco, um número razoável de alternativas ao produto ou processo, devem ser estudadas e
comparadas;
(IV) para ser precaucionária, a decisão deve ser democrática, transparente e ter a participação dos interessados
no produto ou processo.
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
Através do princípio da participação, a sociedade deixa de ser mera espectadora e assume o papel de
coadjuvante e parceira na preservação ambiental. Este princípio traduz o envolvimento de todos os segmentos
da sociedade, nas questões ambientais, como um pleno exercício da cidadania e como a mais consciente e
honesta demonstração de respeito ao Planeta Terra. Ele manifesta-se de diversas formas, que podem ser
acionadas simultâneamente pela comunidade.
Atribuindo responsabilidade à sociedade pela preservação ambiental, este princípio conscientiza-a de sua
parceria com o Governo, para gerir e zelar pela questão sobre o meio ambiente.
Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente
O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA) é um dos instrumentos da Política
Nacional da Meio Ambiente, previsto no inciso VII do artigo 9º da Lei nº 6.938/81. O referido sistema é
considerado pela Política de Informação do MMA como a plataforma conceitual baseada na integração e
compartilhamento de informações entre os diversos sistemas existentes ou a construir no âmbito do
SISNAMA(Lei n. 6.938/81), conforme Portaria nº 160 de 19 de maio de 2009.
O Sisnama é o instrumento responsável pela gestão da informação no âmbito do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama), de acordo com a lógica da gestão ambiental compartilhada entre as três esferas de
governo, tendo como forma de atuação três eixos estruturantes:
Eixo 1 - Desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação;
Eixo 2 - Integração de bancos de dados e sistemas de informação. Esses dois eixos são interligados e tratam de
ferramentas de geoprocessamento, em consonância com diretrizes estabelecidas pelo Governo Eletrônico –
E-gov, que permitem a composição de mapas interativos com informações provenientes de diferentes temáticas
e sistemas de informação. São desenvolvidos com o apoio da Coordenação Geral de Tecnologia da Informação
e Informática - CGTI do MMA;
Eixo 3 - Fortalecimento do processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e indicadores
relacionados com as atribuições do MMA. Este é o eixo estratégico do SINIMA cuja função precípua é
fortalecer o processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e indicadores ambientais; recomendar
e definir a sistematização de um conjunto básico de indicadores e estabelecer uma agenda com instituições que
produzem informação ambiental; propiciar avaliações integradas sobre o meio ambiente e a sociedade.
Educação ambiental é um processo de educação responsável por formar indivíduos preocupados com
os problemas ambientais e que busquem a conservação e preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade,
considerando a temática de forma holística, ou seja, abordando os seus
aspectos econômicos, sociais, políticos, ecológicos e éticos. Dessa forma, ela não deve ser confundida
com ecologia, sendo, esta, apenas um dos inúmeros aspectos relacionados à questão ambiental.
Portanto, falar sobre Educação Ambiental é falar sobre educação acrescentando uma nova dimensão: a
dimensão ambiental, contextualizada e adaptada à realidade interdisciplinar, vinculada aos temas ambientais e
globais.
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO: Pelo princípio democrático todo o cidadão tem o direito pleno de participar
da elaboração das políticas públicas ambientais. o princípio aludido é materializado através dos direitos à
informação e à participação.
A participação se dá nas três esferas de poderes. na esfera legislativa pode o cidadão exercer a soberania
popular através do plebiscito, referendo e iniciativa popular, tal qual preconiza o artigo 14 da constituição.
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO: De acordo com o princípio em comento, os aplicadores da política
ambiental devem prever as consequências da implementação de uma determinada intervenção no meio
ambiente e ponderar se esta será útil a toda a coletividade e também se irão importar gravames excessivos aos
ecossistemas e à vida humana.
Deve-se, portanto, levarem conta todas as decorrências de uma intervenção no meio ambiente de modo a
alcançar um resultado globalmente positivo.
Para Paulo de Bessa Antunes “através do mencionado princípio deve ser realizado um balanço entre as
diferentes repercussões do projeto a ser implementado, isto é, devem ser analisadas as implicações
ambientais, as consequências econômicas, as sociais, etc.”
PRINCÍPIO DO LIMITE Este princípio, também denominado de princípio do controle do poluidor pelo
poder público, segundo Édis Milaré “resulta das intervenções necessárias à manutenção, preservação e
restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente”.
O princípio em tela é de grande valia para o direito ambiental e consiste na atuação do poder público, por
meio de seu poder de polícia administrativa, limitando a atuação individual de devastação do meio ambiente,
visando assegurar o bem estar da sociedadeO princípio em questão está previsto na Constituição Federal de
1988, no art. 225, V, parágrafo 1º:
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao poder público:
V- controlar a poluição, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
De acordo com esse princípio, a administração deve fixar padrões de qualidade ambiental, como por exemplo
limite aceitáveis de emissão de gases pelos automóveis, limites de desmatamento em propriedades rurais a
fim de assegurar o bem estar de toda a coletividade.
PRINCIPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO CONSTITUCIONAL AMBIENTAL/ECOLÓGICO
O princípio da proibição do retrocesso ecológico se estabelece como garantia constitucional e para dar
efetividade das normas de direito ambiental que garantem a aplicabilidade imediata das garantias fundamentais
do direito ao meio ambiente equilibrado encontram-se dispostas nos artigos 5º, §1º, 170, IV, 225 da
Constituição Federal de 1988, e no âmbito de aplicação, transcende os direitos individuais e coletivos como
está insculpido em nossa Constituição, bem como outros regimes e princípios adotados advindo dos tratados
internacionais em que o Brasil é signatário.
A Constituição Federal de 1988 ao tratar da proteção dos direitos fundamentais, incluindo-se os ambientais,
lhes dá aplicação imediata, como está inscrito no art. 5º,§ 1º. No entender Carlos Alberto Molinaro[27], Ingo
Wolfgang Sarlet e Tiago Fensterseifer afirmam: “protegidos não apenas contra o legislador ordinário, mas até
mesmo contra a ação do poder constituinte reformador, já que integram [...] o rol de cláusulas pétreas do art. 60,
§ 4º, inc. IV, da CF/1988. Ingo Wolfgang Sarlet nessa linha, destaca como “garantia constitucional implícita,
com base nos princípios da segurança jurídica e da confiança, objetivando “blindar” as conquista
legislativa...”[28]. Prenuncia-se o fim da falta de cuidado com o meio ambiente não podendo ser admitidos
retrocessos. Ingo Sarlet acrescenta que a “inserção da proteção ambiental no rol dos conteúdos permanentes da
nossa ordem constitucional, o que se deu com a consagração como direito fundamental, conferindo inclusive
do status de “cláusula pétrea”[29]. Desse modo, a Constituição assume expressamente o conteúdo
constitucional do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
TUTELA CONSTITUCIONAL
A tutela constitucional ao bem jurídico ambiental.
A Constituição Federal de 1988 revelou a importância que a sociedade, Estado e os instrumentos jurídicos
devem ter quando se está diante de um bem jurídico ambiental.
Preliminarmente, cabe salientar que apenas em 1960, o Brasil começou realmente a se preocupar com os
problemas ambientais, porém, o primeiro grande passo para a proteção ambiental ocorreu em 1970, quando o
país participou da 1ª grande conferência sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo em 1972. Nesta
década, teve início a atuação mais incisiva da relação do Estado e da sociedade, para buscar uma racionalização
da exploração ambiental, pois, foi justamente nesta fase que o Governo brasileiro incentivou o crescimento
industrial visando ocupar espaço no cenário internacional, entre os países desenvolvido. Exemplo claro disso
foi a imigração para a Amazônia, com o fulcro de ocupação e exploração dos recursos naturais. Ademais, nesta
década ocorreu a instalação de indústrias poluentes no país. Assim, o próprio Estado, a sociedade – movimentos
ambientalistas, ao contrario senso, iniciou, juntamente com ambientalista. Pressões sociais e econômicas
internas e externas, na década de 80, culminaram na Promulgação, em 05 de outubro de 1988, da Carta Magna,
que tratou o tema com extrema relevância.
O meio ambiente na Constituição Federal de 1988
Trata do meio ambiente, seu conceito, a legislação ambiental brasileira e a tutela constitucional do meio
ambiente.
A legislação brasileira que diz respeito à defesa do meio ambiente é composta por numerosas leis esparsas.
Algumas são recentes, outras já existem há décadas.
O Código Civil de 1916 em seu art. 554 diz que “o proprietário, ou inquilino de um prédio tem o direito de
impedir que o mau uso da propriedade vizinha possa prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos que o
habitam”. De acordo com José Afonso da Silva (2004, p. 35), esse dispositivo serviu “para fundamentar a ação
cominatória visando a impedir a contaminação do meio ambiente por parte de indústrias”.
Mais importante é o art. 584 do mesmo Código Civil, que diz que “são proibidas construções capazes de poluir,
ou inutilizar para o uso ordinário, a água de poço ou fonte alheia, a elas preexistente”.
Em seguida veio o Regulamento da Saúde Pública (Dec. nº. 16.300/23), que previu a possibilidade de impedir
que as indústrias prejudicassem a saúde dos moradores de sua vizinhança, possibilitando o afastamento das
indústrias nocivas ou incômodas.
A partir da década de 30 começaram a surgir as primeiras leis de proteção ambiental específicas como, por
exemplo, o Código Florestal (Dec. nº. 23.793/34), substituído posteriormente pela atual Lei Federal nº.
4.771/65, o Código das Águas (Dec. nº. 24.643/34), assim como o Código de Caça e o de Mineração. A Lei de
Proteção da Fauna (Dec. nº. 24.645/34) estabelece medidas de proteção aos animais, e o Dec. nº. 25/37
organizou a proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Tutela constitucional do meio ambiente
A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a tratar do meio ambiente. Anteriormente a sua promulgação, o
tema estava abordado somente de forma indireta, mencionado em normas hierarquicamente inferiores. O meio
ambiente passou a ser tido como um bem tutelado juridicamente. Como bem coloca José Afonso da Silva “a
Constituição de 1988 foi, portanto, a primeira a tratar deliberadamente da questão ambiental”, trazendo
mecanismos para sua proteção e controle, sendo tratada por alguns como “Constituição Verde”.
Dessa forma, o Direito Constitucional brasileiro criou uma nova categoria de bem: o bem ambiental, portanto,
um bem de uso comum do povo, e, ainda, um bem essencial à sadia qualidade de vida.
Maria Sylvia Zanella leciona que “consideram-se bens de uso comum do povo aqueles que, por determinação
legal ou por sua própria natureza, podem ser utilizados por todos em igualdade de condições”. Ou seja, são
aqueles de que o povo se utiliza, sem restrição, gratuita ou onerosamente, sem necessidade de permissão
especial. “Não cabe, portanto, exclusivamente a uma pessoa ou grupo, tampouco se atribui a quem quer que
seja sua titularidade”.
Assim, nenhum de nós tem o direito de causar danos ao meio ambiente, pois estaríamos agredindo a um bem de
todos, causando, portanto, danos não só a nós mesmos, mas aos nossos semelhantes.
NORMAS RELATIVAS AOS BENS AMBIENTAIS: (NO SENTIDO DE GERÊNCIA, NÃO DE
PROPRIEDADE)
A)ART. 20 CF/88 – SÃO BENS DA UNIÃO:
Terras devolutas indispensáveis à preservação do meio ambiente; rios, ilhas, sítios arqueológicos, potenciais
energéticos, etc.
B)ART. 26 CF/88 – SÃO BENS DO ESTADO:
Águas, ilhas e terras devolutas não pertencentes à União.
C)ART. 231,§ 1º - “SÃO TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍNDIOS
As por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis
à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
ART. 186 - A FUNÇÃO SOCIAL
É cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
alguns requisitos estabelecidos em lei, entre eles: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização
adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
Meio Ambiente e a ordem econômica
A Teoria Econômica[1] possui a constante função de atribuir valores aos bens estimados pela sociedade,
respeitando o princípio fundamental da demanda, que regula os custos de acordo com a oferta e escassez.
Definidos os preços, o cidadão, estimulado pela ideia do estado de bem-estar keynesiano, tende a inclinar-se
especialmente na desenfreada busca pelo acúmulo monetário, que em tese, passaria uma sensação de segurança,
seja quanto as adversidades do dia-a-dia, seja na qualidade de vida.
Os economistas, entretanto, incorreram em grave erro ao minimizar na equação do equilíbrio de mercado o
efetivo valor de uma categoria indispensável, que sustenta todo o ciclo econômico-social: os recursos naturais.
Isso ocorreu porque historicamente, predominava a visão antropocêntrica de que, por o homem estar no centro,
este poderia usar ilimitadamente o meio ambiente, entendendo que as fontes ambientais eram inesgotáveis. Essa
filosofia de exploração da natureza autorizava uma interpretação de estarem cobertos pelo manto da
abundância[2]. Desmatar ou poluir era a solução economicamente mais barata para arrecadar recursos
monetários e atingir a tão almejada segurança prometida pelo estado de bem-estar social.
Somente quando se tornaram nítidas as características finitas e frágeis da natureza, com as primeiras
interferências na qualidade de vida humana, é que a deterioração ambiental passou a ocupar posição de
destaque em estudos científicos, na mídia e nas preocupações governamentais.
As discussões no âmbito mundial sobre o tema Meio Ambiente foram impulsionadas a partir da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, encontro mundial realizado em 1972, na Suécia, do qual resultou a
Declaração de Estocolmo. Ali foi reconhecido o meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito
fundamental entre os direitos sociais do homem, com sua característica de direitos a serem realizados e não
perturbados.
O primeiro item do referido documento versava sobre a responsabilidade do homem diante do meio ambiente.
Este foi considerado uma espécie de ser vivo único no papel da proteção do meio ambiente, capaz de
conscientemente utilizá-lo e modificá-lo para atender suas necessidades de subsistência e conforto, sem
postergar a responsabilidade de manutenção do equilíbrio da vida no planeta.
No Brasil, os primeiros sinais de cansaço e saturação dos recursos naturais foram percebidos nos anos 80,
levantando a atenção de estudiosos e das pessoas em contato direto com o ambiente natural, que passaram a
repudiar os impactos negativos da economia no meio ambiente, e buscar formas de sua minimização.
Sistema Único de Saúde e Meio Ambiente
Art. 200, VIII – Ao Sistema Único de Saúde, compete além de outras atribuições colaborar na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o de trabalho.
Inclui:
a)Ambiente digno no trabalho;
b)Tratamento em ambiente adequado ao paciente.
A incorporação da vigilância ambiental no campo das políticas públicas de saúde é uma demanda relativamente
recente no Brasil. Um dos principais desafios da vigilância ambiental em saúde é a definição do seu objeto e a
especificidade de suas ações. O conceito ampliado de exposição, tratado não como um atributo da pessoa, mas
do conjunto de relações complexas entre a sociedade e o ambiente, é central para a definição de indicadores e
para a orientação da prática de vigilância ambiental. Entre as dificuldades encontradas para sua efetivação no
Sistema Único de Saúde estão a necessidade de reestruturação das ações de vigilância em saúde e a formação
de equipes multidisciplinares, com capacidade de diálogo com outros setores, além da construção de sistemas
de informação capazes de auxiliar a análise de situações de saúde e a tomada de decisões. Nesse sentido, foi
realizada uma revisão do objeto e conceitos da vigilância ambiental em saúde, bem como identificados os
desafios para a sua implantação no Sistema Único de Saúde.
DIREITO ADQUIRIDO EM MATÉRIA AMBIENTAL: NOÇÕES PRELIMINARES
Garantia constitucional prevista no capítulo I, do Título II, da Tutela Constitucional, que impõe limitação
material explícita impediente à existência de reforma constitucional que viole tal direito subjetivo:
Art. 5º XXXVI – “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”
Direito Adquirido nada mais é do que uma espécie de direito subjetivo definitivamente incorporado ao
patrimônio jurídico do titular, mas ainda não consumado, sendo, pois, exigível na via jurisdicional se não
cumprido pelo obrigado voluntariamente.
O titular do direito adquirido está protegido de futuras mudanças legislativas que regulem o ato pelo qual fez
surgir seu direito, precisamente porque tal direito já se encontra incorporado ao patrimônio jurídico do titular –
plano/mundo do dever-ser ou das normas jurídicas – só não fora exercitado, gozado – plano/mundo do ser,
ontológico.
A regra é de que o titular do direito adquirido extrairá os efeitos jurídicos elencados pela norma que lhe
conferiu o direito mesmo que surja nova lei contrária a primeira. Continuará a gozar dos efeitos jurídicos da
primeira norma mesmo depois da revogação da norma.

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