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PENSAMENTO CRÍTICO
Testemunhamos nos dias de hoje uma avalanche de mudanças sociais, com uma rapidez
nunca antes registrada na história, identificadas em modificações de comportamento, valores,
conhecimentos, domínio da natureza, dentre outros aspectos.
Vivemos na Era da Informação, cujos indícios são reconhecidos em múltiplos setores da
sociedade:
1. Ciência. No âmbito científico o conhecimento humano cresce de maneira exponencial.
Segundo estimativa do astrofísico francês Jacques Vallée, o conhecimento humano dobra a cada 18
meses.
2. Economia. No setor econômico-produtivo, dia após dia, registra-se a morte inevitável
de centenas de profissões e empregos calcados na “mão-de-obra”, substituídos por engenhosidades
tecnológicas cada vez mais eficientes e econômicas. Em contrapartida, uma série de novos
profissionais surgem como, por exemplo, o webdesigner, docente online, gestor de informação,
dentre outros.
3. Comunicação. Na área da comunicação a TV propicia imagens em real time de todos
os cantos do planeta, as pessoas são contatáveis 24h por dia através dos celulares além da
megaconexão entre os indivíduos, de variadas procedências, por meio da internet.
Todos esses avanços trouxeram, por um lado, uma série de benefícios inclusive melhorias
na qualidade de vida, e por outro, devido à quantidade e rapidez em que ocorrem, dificuldades para
alguns de adaptação individual e coletiva.
Um dos grandes problemas atuais é saber lidar com a informação. Mesmo com as inova-
ções propiciadas em relação à comunicação e à informação, a tecnologia se limita ao armazena-
mento e à transmissão. Cada vez mais se armazena dados em menos espaço e se transmite mais em
menos tempo. Porém, a tecnologia não promove a compreensão. Esta é exclusiva do indivíduo.
Atualmente o problema já não é, na maioria das áreas de conhecimento, a escassez de
informações, mas justamente o contrário, o excesso. Há muita quantidade, mas pouca qualidade.
No contexto da educação, o reflexo da sobrecarga informacional se manifesta na condição
de boa parte do conteúdo curricular ser cada vez mais transitório. A transitoriedade curricular
ocorre por vários motivos:
1. Obsolescência. Primeiro, o problema da brevidade de certos conhecimentos, pois em
função das mudanças cada vez mais velozes, a educação se depara com a dificuldade de prever
qual o conhecimento será útil no futuro. Na era da aceleração da história é imperativo capacitar
o aluno para adaptar-se aos novos contextos.
2. Seleção. Outro motivo refere-se à dificuldade, dentro do planejamento educacional, de
incluir toda a informação pertinente no currículo, devido ao crescimento exponencial do conheci-
mento.
Diante de todas essas razões, qualquer profissional, hoje em dia, necessita estar apto para
lidar com informações, compreendê-las, selecioná-las e, sobretudo, avaliá-las.
É preciso saber discernir as informações válidas, confiáveis e verdadeiras daquelas incon-
sistentes, imprecisas e falsas. Para isso é convocado o pensamento crítico.
O pensamento crítico, ao buscar a veracidade das informações, permite a pessoa pensar
por si mesma, evitando tornar-se vulnerável a qualquer tipo de manipulação. Tem aplicação e uti-
lidade em todos os setores da vida, como por exemplo:
1. Autonomia. Decidir por si mesmo o que deve e o que não deve admitir e fazer.
2. Consumo. Dentro do sistema econômico vigente – o capitalismo, o consumo é incen-
tivado ao extremo. Há estímulos, pressões e ofertas o tempo todo para o consumismo exacerbado
DEFINIÇÃO
COMPOSIÇÃO
O pensamento crítico é uma habilidade cognitiva composta. Ele requer o domínio de ou-
tras habilidades.
Para poder decidir sobre quais ideias ou informações devem ser admitidas, em primeiro
lugar, precisa-se compreendê-las para posteriormente poder avaliá-las conforme critérios especí-
ficos.
A compreensão das informações passa pelo domínio das habilidades cognitivas básicas,
aqui dispostas em ordem alfabética:
01. Analisar.
02. Avaliar.
03. Classificar.
04. Comparar.
05. Definir.
06. Descrever.
07. Exemplificar.
08. Explicar.
09. Interpretar.
10. Sintetizar.
BIBLIOGRAFIA
01. Alfaro-LeFevre, Rosalinda; Pensamento Crítico em Enfermagem: Um Enfoque
Prático; Artes Médicas; Porto Alegre: 1996.
02. Raths, Louis E.; et al; Ensinar a Pensar: Teoria e Aplicação; trad. Dante Moreira Leite;
Heder; & Editora Universidade de São Paulo; São Paulo: 1972.
03. Terneiro-Viera, Celina; O Pensamento Crítico na Educação Científica; Instituto Piaget;
Lisboa, Portugal.
04. Terneiro-Viera, Celina; & Vieira, Rui Marques; Promover o Pensamento Crítico dos
Alunos; Porto Editora; Porto, Portugal: 2000.